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Perfil dos usuários de CAPS-AD III/ Profile of users of a psychosocial Care Center

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.1343-1357 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825

Perfil dos usuários de CAPS-AD III

Profile of users of a psychosocial Care Center

DOI:10.34119/bjhrv3n1-103

Recebimento dos originais: 30/12/2019 Aceitação para publicação:28/02/2020

Ramaile Tomé Santana

Médica Psiquiatra pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Luís de Camões, 162, Bairro Santo Antônio, Porto Alegre – RS E-mail: ramaile17@gmail.com

Nathali Carmel Weiler Miralles

Graduanda em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Barão de Azevedo Machado, 105 ap 306 blc A. Bairro Centro, Pelotas-RS E-mail: nathimilles@yahoo.com.br

Jéssica Freitas Alves

Graduanda em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Professora Ernestina Mursa, 410. Bairro São Gonçalo, Pelotas – RS E-mail: freitasalvesjessica@gmail.com

Vanessa Ávila dos Santos

Graduanda em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Manoel Lucas de Oliveira, 1590. Bairro Fragata, Pelotas – RS. E-mail: vanessaavila.pel@gmail.com

Ubirajara Vinholes

Médico pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Ramiro Barcelos, 2111, 31. Bairro Floresta, Porto Alegre – RS E-mail: biravinholes_06@outlook.com

Denise Silva da Silveira

Médica Doutora em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Av. José Maria da Fontoura, 1218. Bairro Laranjal, Pelotas - RS E-mail: denisilveira6965@gmail.com

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.1343-1357 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825

RESUMO

Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico dos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial modalidade Álcool e Drogas (CAPS-AD), tipo III. Métodos: Estudo transversal descritivo baseado em serviço de saúde, utilizando-se os dados dos prontuários dos pacientes para análise das variáveis: sexo, idade, escolaridade, procedência do encaminhamento, uso de psicofármaco e diagnóstico principal no ingresso, abandono do tratamento após primeira consulta e reacolhimento. Resultados: Foram consultados 1.411 prontuários, nos quais 79,7% eram do sexo masculino e 27,3% tinham entre 30 e 39 anos de idade. A escolaridade não constava em 34,5% dos prontuários e, considerando os dados válidos, 55,4% possuíam ensino fundamental incompleto. Quanto ao encaminhamento, 30,2% dos casos foram referenciados ao CAPS-AD III por hospital psiquiátrico e 26,0% ingressaram por demanda espontânea. Mais da metade não fazia uso de psicofármacos e, relativo ao diagnóstico principal, predominaram a dependência a múltiplas drogas e a dependência ao álcool. Encontrou-se uma taxa de abandono ao tratamento de 77,8% e, destes, 50,7% foram reacolhidos. Na análise bruta houve associação estatisticamente significativa entre abandono ao tratamento e reacolhimento com idade, procedência do encaminhamento, uso de psicofármaco e doença que motivou o tratamento. Conclusão: Destaca-se a taxa elevada de abandono ao tratamento, em especial entre os mais jovens, que não chegaram ao serviço por demanda espontânea, não usavam psicotrópicos na admissão e apresentavam dependência à múltiplas drogas, ao álcool ou ao crack/cocaína, apesar de ocorrerem reacolhimentos. Dessa forma, mostra-se necessário readequar as ações de saúde do CAPS-AD III no intuito de aumentar a adesão dos pacientes.

Palavras-Chave: Serviços de Saúde; Saúde Mental, Alcoolismo, Transtornos Relacionados

ao Uso de Substâncias.

ABSTRACT

Objective: To know the epidemiological profile of users of a Type III Psychosocial Care Center (CAPS-AD III). Methods: Descriptive cross-sectional study based on the patients' medical records to analyze the variables: gender, age, education, origin of referral, use of medication upon admission, main diagnosis (ICD-10), treatment dropout after first consultation and reopening. Results: Were studied 1.411 patients: 79.7% were male and 27.3% were between 30 and 39 years old. Schooling was not present in 34.5% of the medical records and, considering the valid data, 55.4% had incomplete elementary school. Regarding the origin of the referral to CAPS-AD III, 30.2% of the cases were referred by the psychiatric hospital and 26% were referred by spontaneous demand. More than half of respondents did not use psychoactive drugs when they joined the service. Regarding the main diagnosis there was a supremacy of multiple drug and alcohol dependence. The treatment dropout rate was 77.8% and the resumption rate was 50.7%. In the crude analysis, there was a statistically significant association between treatment dropout and resumption with age, origin of referral, use of medication upon admission and main diagnosis. Conclusion: We highlight the high rate of treatment dropout, especially among younger people, who did not come to the service on spontaneous demand, did not use psychotropic drugs on admission and were addicted to multiple drugs, alcohol or crack and cocaine, despite the number of resumption. Thus, it is necessary to readjust the health actions of CAPS-AD III in order to increase patient compliance.

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.1343-1357 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825

Keywords: Health Services; Mental Health; Alcohol Consumption, Substance-Related

Disorders.

1 INTRODUÇÃO

A política de cuidados a indivíduos portadores de distúrbios mentais, embasada na Lei nº 10.216, de 6 de Abril de 2001, redireciona os atendimentos dessas pessoas para a comunidade, extraindo-as das instituições manicomiais, priorizando, dessa forma, sua recuperação e reintegração psicossocial, possibilitando-lhes acesso a trabalho, lazer, convívio familiar e direitos civis1,2. Para isso, prega-se uma rede de serviços, que inclui, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Esses serviços foram regulamentados pela GM/336 publicada em 2002, que define suas diretrizes de funcionamento e ratificados pela portaria SAS/189, que também regulariza seus repasses financeiros3,4. Por fim, ainda no ano

de 2002, promulga-se a Portaria GM/816, com a criação do Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e Outras Drogas e, em 2004, o Ministério da Saúde (MS) lança a Portaria nº 2197, que redefine e amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas4.

Nos CAPS, cuja finalidade principal é a construção da autonomia e reinserção social dos usuários, faz-se primordial a participação do usuário e sua família no tratamento. Para isso, emprega-se o uso do Projeto Terapêutico Singular (PTS), que viabiliza interação dos profissionais com os indivíduos atendidos e seus familiares. Tal procedimento abrange condutas terapêuticas multidisciplinares com vistas a um sujeito individual e seu coletivo, que vai ao humanização do cuidado preconizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS)5,6,7. Segundo a portaria GM/336, o plano de um indivíduo pode ser: não intensivo, semi-intensivo ou semi-intensivo, contando com, respectivamente, 1 a 2, 3 a 11 e 12 a 22 atendimentos ao mês3.

Os CAPS, atualmente, são divididos em seis diferentes modalidades: CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS AD, CAPS AD III e CAPS infantil, sendo estas estabelecidas de acordo com o número de habitantes da cidade ou região, horário e funcionamento do serviço, e público alvo para atendimento. O CAPS-AD III, responsável por atender portadores de transtornos pelo uso de álcool e outras drogas em cidades e ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes, responsabiliza-se pela organização e demanda de cuidados em saúde mental de seu território8,9. Nessa modalidade há o atendimento de adultos, crianças e adolescentes,

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.1343-1357 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 com sofrimento psíquico intenso e necessidades de cuidados clínicos contínuos. Há hospitalidade para observação e monitoramento, de funcionamento 24 horas, incluindo feriados e finais de semana. Os cuidados propostos incluem atendimentos individuais e em grupo a familiares, oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, atividades comunitárias e os acolhimentos noturnos, em feriados e finais de semanas7-9.

Outrossim, o atendimento baseia-se na estratégia de Redução de Danos, preconizada pelo MS desde o ano de 1994. Essa fundamenta-se na crença da indissociabilidade entre sociedade e a presença e consumo de drogas, na ineficácia das políticas que visam a guerra às drogas e na afronta aos direitos individuais do uso do corpo e da mente pregados pelos princípios éticos e direitos civis do cidadão8. Tais medidas possibilitam melhor vínculo entre serviço e indivíduo, o que, em última análise, aumenta a efetividade do tratamento, já que este depende, também, da capacidade de adesão do usuário à terapêutica proposta 4,7.

Em Pelotas, município brasileiro de médio porte, o CAPS-AD III conta com uma estrutura de quatro consultórios para atividades individuais; duas salas para atividades em grupo, além de um saguão que também pode prestar-se a tais atividades; uma academia; um ateliê para oficinas de marcenaria e pintura; área para acolhimento noturno com dez leitos; uma farmácia; uma recepção; uma cozinha e outras estruturas de suporte para o próprio funcionamento10. Acolhe aproximadamente 80 novos usuários portadores de sofrimento psíquico ao mês e realiza ações de monitoramento e avaliação do atendimento aos usuários do serviço.

O objetivo deste trabalho é descrever o perfil epidemiológico dos usuários atendidos em um CAPS-AD III e identificar fatores associados ao abandono do tratamento e ao reacolhimento, visando contribuir para o direcionamento de políticas e ações de saúde.

2 MÉTODOS

O presente trabalho trata-se de um estudo com delineamento transversal descritivo baseado em serviço de saúde (CAPS-AD III do município de Pelotas, cidade de médio porte do Rio Grande do Sul), que teve como público-alvo os usuários de álcool e/ou outras drogas atendidos no período de 1º de julho de 2016 a 30 de junho de 2017. O CAPS-AD III foi implantado no ano de 2000 e reestruturado em seu atual formato em 2013, passando a acolher e acompanhar usuários da rede nos momentos de maior vulnerabilidade e fazer a desintoxicação, com funcionamento inclusive domingos e feriados10.

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.1343-1357 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 As ocorrências de abandono do tratamento no período do estudo (não participação das atividades propostas no serviço durante um mês ou mais) e de reacolhimento (retorno ao atendimento no serviço após pelo menos um mês sem participação das atividades) foram definidas como desfechos do estudo.

Como variáveis independentes incluíram-se: (a) sexo (feminino, masculino); (b) idade (anos completos); (c) escolaridade em níveis de escolaridade conforme anos completados de estudo (nenhuma escolaridade/nenhum ano de estudo; 1 a 7 anos de estudo = ensino fundamental incompleto; 8 anos = ensino fundamental completo;9 a 10 anos = ensino médio incompleto; 11 anos ou mais ≥ ensino médio completo); (d) procedência do encaminhamento ao CAPS-AD III (demanda espontânea, hospital psiquiátrico, hospital clínico, unidade básica de saúde, outros serviços de saúde); (e) doença que motivou o tratamento, conforme a décima edição do Código Internacional de Doenças (CID-10)11; (f)

uso de psicofármacos no momento do cadastro (não e sim).

A coleta de dados dos prontuários transcorreu em seis meses e foi realizada por acadêmicos de medicina, que estavam vinculados ao CAPS-AD III por meio do Projeto PET-GRADUASUS da Universidade Federal de Pelotas12, utilizando-se um questionário padronizado e pré codificado. Após a coleta, os questionários foram revisados, codificados e digitados no aplicativo Epidata versão 3.1® e analisados no pacote estatístico Stata 12.2®. Realizou-se análise descritiva para caracterizar a amostra mediante o cálculo de prevalências e bruta para toda a amostra. A existência de diferenças em relação ao abandono do tratamento e ao reacolhimento foi explorada, na análise bruta, com o uso do teste de Wald para heterogeneidade e tendência linear. A análise bruta foi realizada por regressão de Poisson com cálculos de razões de prevalências, intervalos de confiança de 95% e valores de significância usando os mesmos testes descritos acima

O estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Educação Física de Pelotas – UFPEL (CAAE nº 67606517.8.0000.5337). Os autores declaram não haver conflito de interesses em relação ao tema.

3 RESULTADOS

No período de entre 1º de julho de 2016 a 30 de junho de 2017 foram identificados 1411 usuários com algum atendimento no CAPS AD III. Em relação ao sexo, a amostra teve uma prevalência de 79,7% para o sexo masculino e, quanto à idade, a faixa etária predominante foi a de 30 a 39 anos, correspondendo a 27,3% dos usuários. No que se refere

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.1343-1357 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 à escolaridade, em 34,5% (n=487) dos prontuários analisados não havia registro dessa informação e, entre os demais, identificou-se que mais de metade dos pacientes possuía ensino fundamental incompleto (Tabela 1).

No contexto da procedência do encaminhamento ao CAPS AD III, destacaram-se os referenciamentos realizados por hospital psiquiátrico (30,2%), seguidos daqueles por demanda espontânea (26,0%). A Unidade Básica de Saúde foi responsável por apenas 9,1% dos encaminhamentos. A maioria dos pacientes (57,7%) não fazia uso de psicofármacos ao ingressar no serviço. O diagnóstico principal de maior frequência foi a dependência a múltiplas drogas (CID-10 F19.2), encontrado em 45,5% dos usuários; seguido por dependência ao álcool (CID-10 F10.2; 35%) e dependência ao crack e/ou cocaína (CID-10 F14.2; 12,2%) (Tabela 1).

A prevalência de pacientes que abandonaram o tratamento após o primeiro acolhimento foi de 77,8% (IC 95% 75,6 – 80,0), entre os quais 21,4% acabaram comparecendo apenas à primeira consulta. Ademais, em 50,7% (IC 95% 48,0 – 53,3) dos casos de abandono ao tratamento identificou-se o registro de reacolhimento por procura espontânea. Na análise bruta, o abandono ao tratamento foi significativamente maior entre os usuários de 11 a 29 anos de idade, que não utilizavam algum psicofármaco no seu primeiro atendimento e tinham como doença que motivou o tratamento a dependência do uso do álcool. Quanto à probabilidade de reacolhimento, esta foi significativamente maior abaixo dos 60 anos de idade, entre os que ingressaram no serviço por demanda espontânea e usavam psicofármacos e, menor, nos portadores de outras morbidades (dependência de maconha, fumo e outros estimulantes. A Tabela 2 apresenta os resultados da análise bruta entre os desfechos e as variáveis independentes.

4 DISCUSSÃO

O conhecimento do perfil dos usuários do CAPS-AD III por meio do presente estudo possibilitou descrever características sociodemográficas dos usuários, de morbidade e da utilização dos serviços, importantes para o planejamento e readequação das ações do serviço, ainda desconhecidas.

A alta prevalência de pacientes do sexo masculino se assemelha à encontrada por outros estudos brasileiros e em diferentes regiões do país4,13-16. O II Levantamento

Domiciliar sobre o uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil14 mostrou uma relação de 3 para 1 entre usuários do sexo masculino e feminino, enquanto que no presente estudo,

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encontrou-Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.1343-1357 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 se uma relação de 4 para 1. Ambos concordam com pesquisas que revelam maior propensão ao uso de drogas ilícitas por homens do que mulheres15,17.

Em relação à idade dos usuários, a predominância de adultos jovens nessa pesquisa é confirmada por outros estudos, revelando que, apesar da tendência do uso de álcool e/ou drogas ser cada vez mais precoce, a procura por tratamento é característica de indivíduos adultos, com idade predominante de 20 a 40 anos4,13,14-16,18-20.Quanto à escolaridade, o resultado acorda com outros estudos onde há um predomínio de usuários com ensino fundamental completo, indicando uma possível associação entre baixa escolaridade e o desenvolvimento da dependência, uma vez que carência escolar e baixa qualificação podem resultar no aumento da vulnerabilidade social e, até mesmo, da criminalidade4,13,15,16,18-21.A ausência do registro da escolaridade nos prontuários também foi observada em outros estudos envolvendo Centros de Atenção psicossocial16,20.

Relativo à procedência do encaminhamento, não foram localizados estudos sobre a procedência de encaminhamentos por hospital psiquiátrico. Em uma pesquisa de usuários do CAPS AD a maioria foi encaminhada por hospital geral, com serviço de referência em psiquiatria.13. Em contrapartida, segundo Almeida et al., a maioria dos usuários chegou ao CAPS por demanda espontânea (54,8%), com uma baixa prevalência de referenciamentos pelas Unidades de Saúde da Família (11,3%), resultado que se aproxima ao do presente estudo21. A prevalência de encaminhamentos de hospitais psiquiátricos para o serviço do CAPS-AD concorrente com a demanda espontânea e demais serviços de saúde pode ser explicada pela substituição progressiva do número de hospitais psiquiátricos por serviços abertos de atenção à saúde mental, conforme proposto pela Reforma Psiquiátrica. Deve-se atentar para as distintas formas de implementação das diretrizes dessa reforma nas diferentes regiões brasileiras, visto que é um processo que requer transformações culturais e subjetivas da sociedade.27,28

Na presente pesquisa, considerando o diagnóstico principal do paciente no acolhimento, a maioria possuía dependência a múltiplas drogas (CID-10 F19.2), seguido de dependência ao álcool (CID-10 F10.2). Outros estudos brasileiros apontam uma prevalência maior de consumo de álcool por usuários do CAPS AD4,13,18,23-25. Apenas um estudo com

usuários de CAPS AD mostrou maior prevalência do uso de crack, seguido do álcool, e uso cruzado destas substâncias22-24. Neste contexto a literatura manifesta a preocupação do uso

múltiplo de drogas, que tem se mostrado uma característica marcante do atual padrão compulsivo de uso, em detrimento do uso exclusivo, com destaque à possibilidade de

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.1343-1357 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 manipular a intensidade ou duração dos efeitos de crack, seja como paliativo aos efeitos negativos ou a fim de intensificar ou prolongar os efeitos considerados positivos26.

A elevada prevalência de pacientes em situação de abandono do tratamento verificada na presente pesquisa (77,8%; IC 95% 75,6 – 80,0) também foi encontrada em outros estudos sobre usuários de serviços de saúde mental18,27-29. Após o início do tratamento, sua continuidade é um percurso difícil de atingir, pois à medida que os usuários enfrentam obstáculos como o lapso e a recaída, poucos conseguem se manter abstinentes e aderir ao tratamento18, 29. Segundo Pinho et al., no início do tratamento há ambivalência de

sentimentos, o que aumenta a necessidade da construção de uma rede social e estratégias de atendimento conforme as necessidades apresentadas pelo usuário, a fim de facilitar a adesão ao serviço, influenciando a motivação, os resultados do tratamento e a qualidade de vida28.

Apesar da ocorrência de reacolhimento identificada nesse estudo, este aconteceu por demanda espontânea, cobrindo apenas metade dos usuários que evadiram ao tratamento. Ressalta-se que a busca ativa dos faltosos nos casos de abandono não faz parte das ações de saúde deste CAPS-AD III.

Na análise bruta, em relação ao desfecho abandono do tratamento verificamos associação com idades mais jovens, buscar o CAPS-AD III por demanda espontânea, não utilizar algum psicofármaco e ser dependente do uso do álcool. Em outros estudos também foi identificada a idade jovem como facilitadora do abandono ao tratamento de dependência a drogas, bem como a dependência ao uso do crack quando comparada à dependência de outras drogas29,30. Não foram localizadas outras pesquisas sobre prevalência e fatores associados ao reacolhimento.

No presente estudo foram identificadas como limitações a ausência do registro de determinadas informações nos prontuários, dificuldade também percebida em outro estudo, que reforça o prejuízo na realização de uma análise mais acurada de algumas variáveis31 e a não individualização entre as substâncias utilizadas pelos usuários de múltiplas drogas.

5 CONCLUSÕES

O estudo indica uma taxa elevada de abandono do tratamento, apesar do grande número de reacolhimentos. Dessa forma, mostra-se necessário readequar as ações de saúde do CAPS-AD III no intuito de aumentar a adesão dos pacientes, como por exemplo a organização de um sistema de busca ativa junto à família e/ou Unidades Básicas de Saúde.

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.1343-1357 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 O registro inadequado de dados nos prontuários evidencia a necessidade de conscientizar a equipe do serviço quanto a importância de sua completude para o monitoramento e avaliação das ações. Isso possibilitaria fontes de dados mais fidedignas e detalhadas para pesquisas futuras, cujos resultados podem contribuir ao fortalecimento das políticas públicas

Deste modo, espera-se que os resultados apresentados orientem os serviços de saúde na elaboração de novas ações que ampliem a atenção aos usuários de substâncias psicoativas, bem como a sua permanência em tratamento, no sentido de promover a sua reinserção social.

6 CONTRIBUIÇÕES INDIVIDUAIS

RAMAILE TOMÉ SANTANA – médica psiquiatra graduada na Universidade Federal de Pelotas, supervisora do PET-GRADUASUS da Universidade Federal de Pelotas, participou da elaboração do projeto, da coleta e análise de dados e do planejamento, execução e confecção do manuscrito.

JÉSSICA FREITAS ALVES – graduanda de Medicina na Universidade Federal de Pelotas. Bolsista do PET-GRADUASUS da Universidade Federal de Pelotas. Participou da coleta de dados, análise de dados, planejamento, execução e confecção do manuscrito.

VANESSA ÁVILA DOS SANTOS – graduanda de Medicina na Universidade Federal de Pelotas. Bolsista do PET-GRADUASUS da Universidade Federal de Pelotas – UFPEL. Participou da coleta de dados, análise de dados, planejamento, execução e confecção do manuscrito.

UBIRAJARA VINHOLES – médico graduado na Universidade Federal de Pelotas, tendo sido bolsista do PET-GRADUASUS da Universidade Federal de Pelotas à época do estudo. Participou da elaboração do projeto, da coleta e análise de dados e do planejamento, execução e confecção do manuscrito.

NATHALI CARMEL WEILER MIRALLES – graduanda de Medicina na Universidade Federal de Pelotas. Bolsista do PET-GRADUASUS da Universidade Federal de Pelotas – UFPEL. Participou da coleta de dados, análise de dados, planejamento, execução e confecção do manuscrito.

DENISE SILVA DA SILVEIRA – médica graduada na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), mestrado e doutorado em Epidemiologia na UFPEL. Tutora do PET-GRADUASUS da Universidade Federal de Pelotas, participou elaboração do projeto de

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.1343-1357 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 pesquisa, da análise de dados e do planejamento, execução, confecção e revisão do manuscrito.

AGRADECIMENTOS

À Secretaria Municipal de Saúde e ao CAPS-ADIII pelo apoio à realização deste estudo.

Ao Ministério da Saúde, junto ao Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) por proporcionar incentivo à pesquisa através da realização de estágio nesses setores.

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ANEXOS

Tabela1. Descrição da amostra de usuários do CAPS-AD III de acordo com as variáveis independentes. Pelotas, RS, 2018. Variáveis (n) N % Sexo (1.411) Feminino 287 20,3 Masculino 1.124 79,7 Idade em anos (1.408) 11 a 19 132 9,4 20 a 29 270 19,2 30 a 39 385 27,3 40 a 49 273 19,4 50 a 59 248 17,6 60 anos ou mais 100 7,1 Escolaridade (924)

Ensino Fundamental Incompleto 512 55,4

Ensino Fundamental Completo 178 19,3

Ensino Médio Incompleto 64 6,9

Ensino Médio Completo 136 14,7

Ensino Superior Incompleto 24 2,6

Ensino Superior Completo 10 1,1

Procedência do encaminhamento (1.314)

Hospital psiquiátrico 397 30,2

Demanda espontânea 368 26,0

Outros serviços de saúde 231 17,4

Unidade Básica de Saúde 119 9,1

Hospital clínico 77 5,9

Conselho tutelar 78 5,9

Outro CAPS 44 3,4

Uso de psicofármaco ao ingressar no serviço (1.229)

Não 709 57,7

Sim 520 42,3

Doença que motivou o tratamento (CID 10*) (1.384)

Dependência a múltiplas drogas (F19.2) 628 45,5

Dependência ao álcool (F10.2) 485 35,0

Dependência ao crack e/ou cocaína (F14.2) 169 12,2

Dependência a maconha (F12.2) 75 5,4

Dependência ao uso de fumo (F17.2) 25 1,8

Dependência a outros estimulantes (F15.2) 2 0,1

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Tabela 2. Análise bruta entre os desfechos abandono do tratamento e reacolhimento e as variáveis independentes. Pelotas, RS.

Variáveis Abandono do tratamento Reacolhimento

% RP (IC 95%) p % RP (IC 95%) p

Sexo 0,74 0,20

Masculino 78,6 1 51,6 1,09 (0,95-1,25)

Feminino 77,7 1,01 (0,94-1,08) 47,2 1

Idade (em anos) <0,001 0,03

60 ou mais 71,9 1 48,0 1,35 (0,99-1,93) 50-59 65,0 0,90 (0,77-1,06) 53,0 1,49 (1,15-1,93) 40-49 77,2 0,77 (0,93-1,24) 53,1 1,49 (1,16-1,93) 30-39 79,3 1,10 (0,96-1,26) 54,8 1,54 (1,20-1,97) 20-29 86,5 1,20 (1,05-1,37) 48,0 1,35 (1,04-1,75) 11-19 84,1 1,16 (1,01-1,35) 35,6 1 Escolaridade 0,83 0,11

Ensino Médio Completo e + 76,5 1 52,4 0,95 (0,81-1,12)

Ensino Médio Incompleto 79,4 1,04 (0,89-1,21) 40,6 0,74 (0,55–1,01) Ensino Fundamental Completo 73,4 0,96 (0,85-1,08) 59,6 1,08 (0,94-1,25) Ensino Fundamental Incompleto 77,5 1,01 (0,92-1,11) 54,9 1

Procedência do encaminhamento 0,02 < 0,001

Hospital1 81,0 1 44,6 1

Demanda espontânea 72,5 0,89 (0,83-0,97) 60,4 1,36 (1,19-1,54)

Outros serviços de saúde2 76,1 0,88 (0,87-1,01) 49,0 1,10 (0,94-1,27) Unidade Básica de Saúde 81,6 1,01 (0,91-1,11) 50,4 1,13 (0,91-1,39)

Uso de psicofármaco ao

ingressar no serviço

< 0,001 0.02

Sim 71,8 1 56,7 1,13 (1,02-1,26)

Não 81,0 1,13 (1,05-1,20) 50,2 1

Doença que motivou o

tratamento

< 0,001 < 0,001

Dependência a múltiplas drogas 79,9 1 1

Dependência ao álcool 71,3 0,89 (0,83-0,96) 0,95 (0,85-1,06)

Dependência ao crack e/ou cocaína

82,7 1,04 (0,96-1,12) 1,01 (0,97-1,18)

Outras (F12.2+ F17.2+ F15.2)3 86,6 1,08 (0,99-1,18) 0,42 (0,29-0,60)

1 Hospital psiquiátrico e hospital geral.

2 Outros serviços de saúde, conselho tutelar e outro CAPS. 3 Diagnósticos segundo a CID 10ª Revisão11.

Referências

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