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Capítulo 24. Geovane Alves de Andrade

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Academic year: 2021

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Capítulo 24

Transgenia é ciência

Não é preocupação Para a nossa existência

Pode ser a solução OGM é salutar, Sem riscos à raça humana

Ajuda a pesquisa andar, Traz o progresso à savana.

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OGMs na Agricultura Brasileira e Mundial

Edilson Paiva Alexandre Lima Nepomuceno

Abstract

There is no more doubt that the world’s food production systems are overloaded and unstable. The cycle of cheap food and overabundance has nearly reached its limit as a result of economic growth of very populations countries such as China, India, Brazil, decrease in food production due to global warning and the employment of unsustainable agriculture practices in food production. The adoption of biotech crops associated with good traditional farming practices is being considered a top priority in any country that whishes to have food security (quantity and quality) associated with environmental protection. The future for biotech crops looks encouraging all over world. In 2007, there were 23 countries planting biotech crops in an area that reached 114.3 million hectares. The first dozen years of biotech crops commercialization have provided substantial economical and environmental benefits to rich and poor farmers in both industrial and developing countries. Brazil is the third largest adopter of biotech crops in the world, cultivating an area of 15 million hectares, of which 14.5 million hectares were planted with soybean resistant to the herbicide glyphosate and 0.5 million hectares with cotton tolerant to insects. However, the design and implementation of the biosafety regulatory system in the country is being very difficult and slowly done. The reason for this, are the aggressive actions of “environmental groups” which are against the technology. They have being very efficient in scaring and misinforming judges and politicians, delaying a more quickly and rational adoption of the biotech crops in Brazil. This delay had already resulted in large economical, technological and environmental loses to the country.

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Introdução

Em um planeta com 6,7 bilhões de pessoas e em crescimento, a demanda por energia e alimentos é cada vez maior. O ciclo de alimentos baratos e em abundância parece ter atingido seu limite, em virtude da demanda originada pelo crescimento econômico de países populosos, como a China, a Índia e o Brasil. Governos de países em desenvolvimento estão correndo para ampliar importações de produtos agrícolas e restringir suas exportações em um esforço para evitar aumento de preços e instabilidade político-social. A revolta atual em várias partes do mundo, resultante do crescente custo dos alimentos e combustíveis, tem gerado ondas de distúrbios violentos em várias partes do mundo. Esse furor crescente, provocado pela alta dos preços dos alimentos, é indicação clara de que os sistemas mundiais responsáveis pela produção de alimentos estão sobrecarregados e, em países pobres, à beira de um colapso.

Nesse cenário, o agronegócio brasileiro ganha enorme relevância. Após décadas de trabalhos de pesquisa e investimentos tecnológicos em agricultura tropical, o Brasil surge no cenário internacional como a grande fronteira para a produção de alimentos e energia renovável. Em 2008, os produtores rurais brasileiros irão colher uma safra de grãos histórica - 142 milhões de toneladas. Ademais, as empresas brasileiras do agronegócio, ao associarem conhecimentos tecnológicos específicos às condições de uma agricultura em áreas tropicais, com destaque para o Cerrado, a uma gestão competente e a mecanismos modernos do mercado de capitais, atingiram a liderança mundial na produção de carne bovina e de frangos. Também passaram a produzir o etanol mais econômico e ambientalmente sustentável do mundo e estão avançando em outras alternativas para a produção de biocombustíveis. Enfim, o Brasil é hoje um dos maiores provedores de alimentos e bioenergia do mundo.

Ao ganhar status de provedor mundial de alimentos e bioenergia, o País entra em um jogo pesado de interesses de âmbito global, envolvendo concorrentes, políticos e ambientalistas. Assim, para se manter competitivo no agronegócio mundial, o País terá de ser ágil para enfrentar os grandes desafios e obstáculos inerentes a essa posição de provedor mundial de alimentos e bioenergia.

Dentro do atual contexto mundial de escassez e alto custo dos alimentos, é condição sine-qua-non que os países provedores de alimentos utilizem tecnologias

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modernas que permitam diminuir custos e aumentar, de forma sustentável, a produção e a produtividade das commodities agrícolas. Nessa fronteira do conhecimento tecnológico, destacam-se as plantas geneticamente modificadas (PGMs), obtidas por meio da engenharia genética, ou seja, da tecnologia do DNA recombinante. A área global oficialmente cultivada com PGMs, em 2007, foi de 114 milhões de hectares. Esse cultivo foi conduzido por 12 milhões de agricultores, em 23 países, marcando o 11º aniversário de comercialização das lavouras biotecnológicas. Os Estados Unidos são o maior produtor de PGMs, com 57,7 milhões de hectares. Depois, vêm a Argentina, com 19,1 milhões de hectares, e o Brasil, que ocupa o terceiro lugar, com 15 milhões de hectares. Desses, 14,5 milhões de hectares são cultivados com soja resistente ao glifosato e 0,5 milhão de hectares, com algodão resistente a inseto. Um aspecto interessante é o fato de que, dos 12 milhões de agricultores que cultivam PGMs, 90 % são pequenos agricultores, com recursos escassos, especialmente na China e Índia. Estudos recentes, feitos por organismos internacionais, demonstraram que, em 12 anos de cultivo, as lavouras transgênicas mostraram-se tão seguras à saúde humana, animal e ao meio ambiente quanto as suas versões convencionais. Ademais, causaram uma diminuição global no uso de defensivos agrícolas e no índice de impacto ambiental, resultando, ainda, em benefícios agronômicos, sociais, nutricionais e econômicos.

As primeiras culturas transgênicas utilizando PGMs - de milho, soja e algodão -, tolerantes a herbicidas e resistentes a insetos, têm vantagens agronômicas e aplicações práticas imediatas nas plantações feitas no Cerrado brasileiro. A utilização dessa tecnologia nos sistemas de plantio direto na palha e em sistemas de cultivo visando à integração lavoura-pecuária irá diminuir custos e riscos, além de aumentar a produtividade, dando maior flexibilidade de gerenciamento ao agricultor.

No Brasil, o processo de criação e regulamentação do Sistema Nacional de Biossegurança para atividades que envolvam o uso das modernas técnicas de engenharia genética tem dado certo na área científica, mas tem sido extremamente conturbado na esfera política e judiciária. O Brasil, desde 1998, tem vivido uma grande contradição. Líder em pesquisa biotecnológica e terceiro maior produtor mundial de alimentos transgênicos, o País experimentou nos últimos dez anos uma moratória branca causada por entraves burocráticos, regulatórios e políticos/ideológicos, que atrasaram de forma significativa a adoção em larga escala de cultivos com PGMs.

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Histórico

Desde a descoberta da estrutura da molécula de DNA, em 1953, por Watson e Crick, a aplicação da biotecnologia na medicina, na indústria e no agronegócio tem permitido a criação de soluções para vários problemas da humanidade, assim como a agregação de valor e (ou) o desenvolvimento de novos produtos que atendam às necessidades da população mundial. Por exemplo, até a década de 1970, toda insulina utilizada por diabéticos era obtida a partir de pâncreas de bovinos e suínos. A partir da década de 1980, o uso da tecnologia do DNA recombinante alterou isso. Hoje, praticamente 80 % da insulina humana consumida no Brasil e no mundo é obtida com uso de organismos geneticamente modificados (OGMs), permitindo produção em escala, com pureza e maior eficiência biológica. Assim, qualidade e redução de custos beneficiaram o consumidor. Além da insulina, vários outros produtos utilizados na saúde humana e animal são hoje obtidos por engenharia genética, como hormônios de crescimento, o fator de coagulação sangüínea XI, anticorpos para tratamentos de câncer, além de várias vacinas. No Brasil, a vacina recombinante contra hepatite B produzida pelo Instituto Butantan (BUTANTAN, 2008), por exemplo, permitiu ao governo brasileiro elaborar um programa de vacinação em massa para recém-nascidos, jovens e profissionais de risco. Na indústria, a biotecnologia também está no nosso dia-a-dia. Boa parte do queijo produzido industrialmente hoje é coagulado com o uso da enzima quimosina, obtida por meio do uso de OGMs (VAN DEN BERG et al., 1990). Ademais, várias marcas de sabão em pó utilizam enzimas, como amilases, proteases, celulases, entre outras, responsáveis pela decomposição de resíduos de sujeira das roupas, sendo muitas obtidas e purificadas com o uso de OGMs (BAECK et al., 1997).

Na agricultura, o uso da biotecnologia é mais recente. Em 1994, a primeira planta geneticamente modificada (PGM), um tomate (Flavor-Savor®), com maior vida de prateleira, foi lançada no mercado americano. De 1994 para o presente, passaram-se mais de 12 anos de uso comercial de PGMs na agricultura. Nesse período, foram introduzidas comercialmente no mundo plantas com características que permitem resistência a herbicidas (glifosato, genes CP4 EPSPS, 2mEPSPS; glufosinato de amônia, genes bar e par, etc), insetos (genes Cry1Ab, Cry1Ac, Cry2, Cry3, genes Bt obtidos da bactéria Bacillus thuringiensis), vírus (gene CMV-CP, Cucumber Mosaic Virus Coat Protein; gene PRV-CP, Papaya Ringspot Virus Coat Protein, etc), com características que retardam a maturação de frutos e flores (genes ACC, Aminocyclopropane; gene SAM – S-Adenosylmethionine;

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gene PG –Polygalacturonase), que melhoram a qualidade de óleo (GmFad2-1, aumenta teores da ácido oléico) ou que introduzem novas cores em flores (genes envolvidos em produção de antocianinas). Vinte e três países plantaram, comercialmente, lavouras geneticamente modificadas (GMs) em 2007. Vinte e nove outros países, num total de 52, concederam, desde 1996, aprovações regulatórias para produtos GMs serem importados, utilizados em alimentos e forragem e liberados no meio ambiente. Um total de 539 aprovações foi concedido para 107 eventos em 21 culturas. Sendo assim, produtos GMs podem ser importados, utilizados em alimentos e forragem e liberados no meio ambiente em 29 países, inclusive nos maiores países importadores de alimentos, como o Japão, que não planta lavouras GMs. Dos 51 países que concederam aprovações para o plantio ou consumo de produtos de lavouras GMs, os EUA lideram a lista, seguidos por Canadá, Coréia do Sul, Austrália, Filipinas, México, Nova Zelândia, União Européia e China (JAMES, 2003). O milho é a espécie com o maior número de liberações comerciais, num total de 35. Essas liberações compõem várias marcas comerciais, como os milhos YieldGard®, YieldGardPlus®, Herculex®, HerculeXtra®, com resistência a insetos, e Liberty Link®, Roundup Ready® Roundup Ready II®, resistentes a herbicidas, assim como as combinações entre essas e outras características no mesmo material comercial. O algodão é a segunda espécie em número de liberações comerciais, totalizando 19. Entre as marcas comerciais de algodão, estão BollGard®, WideStrike®, VipCop®, com resistência a insetos, individualmente, ou em combinação com resistência a herbicidas (Liberty Link®, Roundup Ready®, Roundup Ready II®). Canola é a terceira espécie em número de liberações – 14 –, seguida da soja – 7. Plantas geneticamente modificadas de mamão, batata, melão, arroz, tomate, entre outras, também já estão disponíveis comercialmente. Espécies importantes, como o eucalipto e a cana-de-açúcar, já possuem eventos em fase pré-comercial sendo trabalhados.

Cada vez mais, novas características também têm sido introduzidas no mercado. Estados Unidos, Canadá, Austrália e Filipinas autorizaram em 2006 e 2007 o uso comercial do primeiro milho GM com altos teores de lisina (High Lisine Corn). O gene CordapA – obtido da bactéria Corynebacterium glutamicum - introduzido no milho permite o aumento em mais de dez vezes dos teores de lisina, que normalmente ficam em torno de 100 ppm. A nova tecnologia poderá reduzir os custos na produção de rações animais a base de milho, tendo em vista que normalmente necessitavam de adição de lisina artificialmente.

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Em 2007, já entrando na segunda década de comercialização das lavouras GMs, a área global das lavouras continuou a crescer pelo décimo ano consecutivo, a uma taxa de 13 % em relação ao ano anterior, alcançando um total mundial de 114 milhões de hectares (JAMES, 2003). A Fig. 1 mostra os países no mundo que utilizam PGM comercialmente na agricultura. O desenvolvimento de variedades comerciais GMs pelo setor público nesses países ainda é tímido, mas os ganhos sendo obtidos pelos produtores, pelo meio ambiente e pela sociedade em geral devem ser considerados. Após mais de 10 anos de plantio comercial da soja Roundup Ready® (RR, resistente ao herbicida glifosato) no mundo, nenhum dano grave à saúde humana, animal ou ao meio ambiente foi observado como sendo causado pelo plantio, pela produção ou pelo consumo de soja RR. Ao contrário, os países produtores que utilizam a tecnologia da soja resistente ao herbicida glifosato, em 2005, observaram uma redução de 10 mil toneladas no total de herbicidas aplicados em lavouras. Desde 1996, 4,1 % a menos de ingredientes ativos herbicidas deixaram de ser utilizados em lavouras de soja GM no mundo. Isso corresponde a uma redução, no período, de 51 mil toneladas (BROOKES; BARFOOT, 2006). No Brasil, os ganhos econômicos com a adoção da soja RR variam de produtor para produtor, mas estão estimados em torno de R$ 200,00/ha de redução no custo de produção. Caso os 20,6 milhões de hectares de soja plantados na safra passada (2006/2007) fossem todos utilizando essa tecnologia, o ganho do setor produtivo estaria em torno de R$ 4,1 bilhões.

Nas PGMs com resistência a insetos, a redução no consumo de inseticidas também tem sido considerável. O uso de algodão geneticamente modificado com genes Bt permitiu redução substancial do número de aplicações de inseticidas, o que pode significar benefícios ao ambiente e à saúde humana e animal (CARPENTER et al., 2002; EDGE et al., 2001; JAMES, 2002). Nos EUA, produtores obtiveram reduções de mais de 800 toneladas de ingrediente ativo inseticida somente em 2001 (GIANESSI et al., 2002). Na China, as aplicações de inseticidas foram reduzidas, em média, em 67 %, sendo que a redução em volumes de ingrediente ativo inseticida foi de 80 % (Huang et al., 2002). Na África do Sul, as reduções ficaram em torno de 66 % (ISMAEL et al., 2002). No Brasil, a cultura do algodão é uma das quais mais se aplicam produtos químicos, com pulverizações que giram em torno de 20 aplicações por lavoura, por safra. O uso de tecnologias, como o algodão e o milho Bt resistentes a insetos, pode impactar positivamente a preservação de populações de organismos não-alvo e insetos benéficos, facilitando o manejo integrado de pragas da lavoura (HEAD et al., 2001; SMITH, 1997; XIA

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et al., 1999; BENEDICT; ALTMAN, 2001). Adicionalmente, a adoção de tecnologias que reduzam pulverizações de produtos químicos nas lavouras pode favorecer a obtenção de benefícios secundários, como a redução de uso de matéria-prima na produção de agrotóxicos, na conservação de combustíveis utilizados para produzir, distribuir e aplicar tais agrotóxicos e pela eliminação da necessidade de uso e descarte de embalagens de agrotóxicos.

Fig. 1. Treze países que cultivam 50 mil hectares ou mais de plantas geneticamente

modificadas. Fonte: James, 2003.

Os ganhos econômicos obtidos pelo setor produtivo também são evidentes, mesmo levando em conta o custo do uso da tecnologia. Na Tabela 1, são apresentados os ganhos anuais de renda de produtores americanos utilizando milho Bt no período de 1996 a 2005, que representou um benefício acumulado no período de US$ 1,92 bilhão. Os ganhos

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de renda dos produtores, pelo uso da tecnologia Bt na cultura do milho, somente em 2005, representaram, em relação à produção total americana, ganho de 1,37 % em produtividade. Na Argentina, o ganho obtido pelo uso de milhos Bt, em 2005, quando em 62 % da área plantada foi utilizada a tecnologia, correspondeu a US$ 31 milhões. O ganho acumulado, desde que a Argentina adotou a tecnologia em 1997, foi de US$ 157 milhões, obtidos principalmente por ganhos em aumento de produtividade e redução de custos de produção (BROOKES; BARFOOT, 2006).

Tabela 1. Impacto na renda do produtor em função do uso de Milho Bt nos EUA no período de 1996

a 2005.

Redução de Aumento da renda do Aumento na renda nacional de Ano Custos produtor em âmbito produtores como percentagem do

(US$/ha) nacional (US$ milhões) valor da produção nacional

1996 15,50 8,76 0,03 1997 15,50 70,47 0,27 1998 15,50 167,58 0,77 1999 15,50 206,94 1,04 2000 15,50 146,76 0,71 2001 15,50 155,87 0,72 2002 15,50 240,61 0,96 2003 15,50 291,45 1,14 2004 15,88 328,13 1,27 2005 15,88 306,28 1,37

Fonte: Adaptado de Brookes; Barfoot (2006).

É inegável o potencial da biotecnologia na agricultura para auxiliar na solução de problemas e na agregação de valor aos produtos agrícolas. O Brasil, como segundo maior produtor de grãos do mundo e que, potencialmente, é o único com capacidade de dobrar sua produção e tornar-se o maior fornecedor de alimentos, de matérias-primas para indústria e combustíveis renováveis para o mundo, não pode ficar à margem dessa tecnologia. Cabe ressaltar, ainda, que as mudanças climáticas previstas para as próximas décadas poderão reduzir as áreas agricultáveis no planeta. A Fig. 2 compara as estimativas do aumento da população brasileira com as reduções das áreas potenciais

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para produção de grãos em função do incremento da temperatura de 1 oC a 5,8 oC, nas próximas décadas, para quatro culturas comerciais. Caso se confirmem as previsões sobre mudanças climáticas, tecnologias sendo desenvolvidas nesse momento, como a de PGMs tolerantes a seca e (ou) a temperaturas extremas, e (ou) capazes de produzir em solos degradados, serão imprescindíveis no futuro próximo (SCHIERMEIER, 2006; SHINOZAKI; YAMAGUCHI-SHINOZAKI, 2007).

Novos paradigmas também estão surgindo com a introdução de genes em plantas que permitem melhorar a qualidade nutricional dos alimentos ou mesmo transformar as plantas em biofábricas para produção de medicamentos. A liberação comercial em 2000, nos EUA e Canadá, da soja com altos teores de ácido oléico (AGBIOS, 2007), fazendo com que o óleo dessa soja GM fique similar, em termos de qualidade, ao óleo de oliva, ou a autorização pelo Departamento de Agricultura Americano (USDA), em junho de 2007, para plantio de plantas de arroz GM, produzindo compostos para a indústria farmacêutica (albumina, lactoferrina e lizoenzima; compostos bactericidas e antifúngicos presentes no leite materno) (ESTADOS UNIDOS, 2005, 2007), são alguns dos exemplos do potencial da tecnologia do DNA recombinante.

Anos Temperatura Área potencial (x1000 km ) 2 400000 350000 300000 250000 200000 150000 100000 50000 0 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060 2070 2080 2090 2100

População Milho Feijão Arroz Soja

Atual T + 1 °C T + 3 °C T + 5,8 °C 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 P opulação brasileira (x1000)

Fig. 2. Aumento da população brasileira e redução da área potencial para

produção de grãos em função do incremento da temperatura de 1 oC a 5,8 oC,

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A Legislação de Biossegurança no Brasil

Para as pessoas que entendem e têm acompanhado o incrível avanço da Biotecnologia, o sentimento é de total surpresa no que se refere às reações de aceitação e rejeição dessas novas ferramentas biológicas, que parecem oferecer ao mesmo tempo grandes benefícios e grandes riscos. Os criadores dessas biotecnologias as enxergam como ferramentas que irão possibilitar às pessoas ter uma vida mais longa e saudável, aumentar a quantidade e qualidade dos alimentos por meio de uma agricultura que associe produtividade com sustentabilidade e que possibilite ao mesmo tempo preservar e recuperar a diversidade biológica e o meio ambiente. Contudo, os opositores enxergam os primeiros produtos biotecnológicos já disponibilizados, em particular as plantas geneticamente modificadas (PGMs), como ameaças, como produtos que oferecem altos riscos ambientais, alimentares e que ainda irão permitir uma concentração de poder nas mãos de multinacionais em detrimento da independência tecnológica, individualidade e livre concorrência. Enfim, as discussões adquiriram no mundo e em particular no Brasil uma conotação política-ideológica, com muita retórica e desconhecimento científico.

A primeira Lei de Biossegurança brasileira, nº 8.974, foi elaborada em 1995 e regulamentada por decreto, criando a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), cujos primeiros membros foram nomeados em abril de 1996. De 1996 até 1998, a CTNBio regulamentou, analisou e autorizou todas as atividades envolvendo OGMs no Brasil, sem interferência de outros órgãos governamentais. No entanto, quando a CTNBio, em 1998, autorizou o plantio comercial da soja transgênica RR, resistente ao herbicida glifosato, suas decisões passaram a ser questionadas pelos órgãos ambientais. O conflito de competências sobre a quem cabia decidir sobre a segurança ambiental de um OGM durou cerca de seis anos, resultando num imbróglio regulamentar envolvendo a Lei de Agrotóxicos, leis ambientais e um sistema complexo de licenciamento com várias instâncias reguladoras: a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio); a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esse conflito de competências inviabilizou o pleno funcionamento da CTNBio e obstruiu o processo de desenvolvimento da biotecnologia no Brasil por seis anos.

Reconhecida, em setembro de 2004, a competência da CTNBio para decidir também sobre os aspectos de segurança ambiental dos OGMs, a comissão reiniciou as análises de projetos de pesquisa, licenciamentos para liberações comerciais e planejadas de OGMs no meio ambiente. Deliberou também sobre taxa de sementes adventícias de

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OGMs em lotes de sementes convencionais de algodão e importação de cereais transgênicos para alimentação animal, exercendo, de maneira plena, toda as suas atribuições até 28 de março de 2005, quando foi sancionada a nova Lei de Biossegurança, nº 11.105/2005. A partir dessa data, a nova CTNBio passou a ser a única instância decisória para analisar e aprovar projetos de pesquisa e utilização comercial de OGMs no Brasil. A Lei nº 11.105/2005 inovou ao criar um Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) e modificou a composição e a qualificação dos membros da CTNBio. Na Tabela 2, são apresentados os eventos transgênicos aprovados - até julho de 2008 - para cultivo e comercialização no Brasil pela CTNBio e referendados pelo CNBS. Na Tabela 3, são listadas as solicitações comerciais ainda em análise na CTNBio.

Ficou evidente, no caso das culturas transgênicas, a influência negativa dos grupos contrários às culturas transgênicas que, desconsiderando procedimentos e conhecimentos científicos, procurou confundir as agências de controle, provocando o caos no sistema, o que resultou no atraso de seis anos na adoção legal do cultivo de plantas transgênicas no Brasil. Os grupos contrários às culturas transgênicas foram e têm sido agressivos e destacam-se não por fazer, mas por não deixar fazer. Concentraram todos os seus esforços não em construir ou em acertar ou corrigir, mas em desinformar, desconsiderando evidências científicas e históricos de uso seguro, alarmando os poderes Legislativo e Judiciário, além de obstruirem os trabalhos da CTNBio (PAIVA, 2006).

Tabela 2. Transgênicos liberados no Brasil.

•Soja RR, da Monsanto, tolerante ao glifosato. Liberada pela CTNBio em 1998. Pelo governo, foi liberada, por meio de medida provisória, só em 2003, quando já haviam sido plantados 3 milhões de hectares de forma ilegal.

•Algodão Bollgard, da Monsanto, resistente a inseto. Foi liberado pela CTNBio em março de 2005, antes da nova Lei de Biossegurança.

•Milho Liberty Link, da Bayer, resistente ao glufosinato de amônio, e milho MON 810, da Monsanto, resistente a insetos. Liberados pela CTNBio em maio e agosto de 2007, respectivamente. Confirmados pelo CNBS em fevereiro de 2008.

Milho Bt 11, resistente a insetos, da Syngenta. Liberado pela CTNBio em setembro de 2007. Confirmado pelo CNBS em junho 2008.

•Além dos eventos vegetais acima listados, em 2008 foram aprovadas pela CTNBio duas vacinas transgênicas contra circovirose suína.

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Tabela 3. Solicitações para liberações comerciais ainda em análise na CTNBio.

Produto Solicitante Evento transgênico

Arroz Bayer Tolerância ao glufosinato

Algodão Bayer Tolerância ao glufosinato

Milho RR Monsanto Tolerância ao glifosato

Algodão Monsanto Tolerância ao glifosato

Milho GA21 Syngenta Tolerância ao glifosato Algodão Dow Agroscience Tolerância a inseto

Milho hercules Du Pont Tolerância a inseto e ao glufosinato

Algodão Monsanto Tolerância a inseto

Vacina Boehringer ingellheim Circovirose suína

Soja Bayer Tolerância ao glufosinato

Milho Syngenta Resistente a inseto

Vacina Intervet do Brasil Circovirose suína

Infelizmente, as leis sobre biossegurança, no Brasil, estão sendo elaboradas sem estratégias pré-definidas, em geral sob pressão de fatos já consumados, e, quando são criadas, custam a vingar. Por exemplo, nos últimos dois anos e meio, a nova CTNBio tem gastado a maior parte do tempo revisando instruções normativas e rediscutindo procedimentos de biossegurança que já foram exaustivamente discutidos no passado. Contribuindo para aumentar as dificuldades acima citadas, a CTNBio, por força de lei, passou a ser monitorada por uma representante do Ministério Público que declarou estar lá para “contribuir.” No entanto, a verdade é que ela tem sistematicamente contestado por meio de ações jurídicas, quase todas as decisões técnicas da comissão. Tem inclusive intimado, por meio de ordem judicial, a abrir as portas das reuniões técnicas da CTNBio ao público leigo.

O Papel do Setor Público

O Brasil possui centros de excelência em pesquisa biotecnológica, com massa crítica altamente qualificada, que reconhece o enorme potencial e a importância estratégica da engenharia genética para o desenvolvimento econômico e social do País.

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Além do mais, o Brasil é, hoje, um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, com a particularidade que faz isso utilizando cultivares e tecnologias agrícolas específicas para nossas condições tropicais, as quais foram desenvolvidas em instituições públicas brasileiras, ao longo de décadas de pesquisa.

Vários estudos têm comprovado que o investimento público em pesquisa agrícola é fator decisivo na produção de alimentos nos países em desenvolvimento. A pesquisa que gerou o conhecimento utilizado com tanto sucesso na Revolução Verde foi desenvolvida pelo setor público, e o conhecimento e os produtos gerados foram disponibilizados gratuitamente. Em contraste, os conhecimentos e os produtos da moderna biotecnologia agrícola estão sendo gerados nos países desenvolvidos por grandes companhias multinacionais que dominam a sua aplicação e os protegem por meio de patentes. Em outras palavras, essas empresas não vão desenvolver produtos para agricultores de países pobres que não possuam condições de lhes pagar pela tecnologia. Outro complicador é o fato de que, de uma maneira geral, a agricultura, na maioria dos países em desenvolvimento, é praticada em condições tropicais que exigem cultivares de plantas adaptadas a estresses bióticos e abióticos, severos e específicos. O Brasil, por meio de pesquisa realizada em empresas públicas e universidades, conseguiu, ao longo de anos de pesquisa, desenvolver cultivares e práticas agrícolas adequadas a essas condições. Por exemplo, o País produz em condições tropicais e exporta competitivamente soja, milho, algodão, arroz, plantando em solos tropicais cultivares cuja performance agronômica não deixa nada a dever às cultivares plantadas nos países desenvolvidos.

Com a aprovação, em 1998, das leis de propriedade intelectual e de direitos dos melhoristas, houve nos últimos anos uma grande mudança no mercado de sementes de commodities agrícolas no Brasil. Fusões e aquisições de companhias de sementes mudaram drasticamente o cenário. Por exemplo, em 1997, havia dezenas de companhias brasileiras no negócio de sementes de milho, uma delas - a Agroceres - chegou a ocupar mais de 50 % do mercado. Hoje, as companhias privadas brasileiras não ocupam mais do que 3 % do mercado de sementes de milho no Brasil. Assim, é urgente e necessário que as autoridades brasileiras rediscutam a missão das instituições públicas de pesquisa e dê a elas condições materiais e de massa crítica necessárias para que possam efetivamente se inserir nesse novo cenário, que, com certeza, será dominado pela biotecnologia. As instituições públicas terão que ser capazes de apropriar e gerar

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conhecimento na área dessas novas biotecnologias, servindo como fator de segurança e equilíbrio. Infelizmente, não é o que está ocorrendo. Basta uma rápida análise nas pautas da CTNBio para se constatar que a esmagadora maioria das solicitações para pesquisa e liberação comercial de organismos geneticamente transformados, no Brasil, está sendo feita por grandes companhias multinacionais.

Considerações Finais

Segundo o escritor Michael Crichton (CRICHTON, 2003), o maior desafio da humanidade atualmente é ter a capacidade de distinguir entre a realidade e a fantasia, entre a verdade e a propaganda. A percepção da verdade sempre foi um desafio, mas, hoje, na era da informação, a qual ele considera ser a “Era da Desinformação”, a necessidade de perceber, ter acesso e fazer prevalecer a verdade científica se tornou ainda mais urgente e necessária. Como exemplo típico desse desafio, pode-se citar a polêmica em torno das lavouras biotecnológicas (transgênicas) no Brasil e no mundo.

A guerra aos transgênicos teve e tem ainda como principal estratégia fomentar a incerteza e o medo, exigindo certeza absoluta e risco zero. Como isso, no mundo real, é praticamente impossível e irrealista, cabe aos órgãos governamentais usar a melhor evidência científica existente para determinar a segurança ambiental, nutricional e terapêutica dos novos produtos oriundos da engenharia genética. Para administrar isso com competência, agilidade e segurança, é necessário que os órgãos governamentais utilizem colaboradores e assessores que tenham formação e experiência técnico-científicas nas áreas de engenharia genética e de biossegurança. Embora a CTNBio tenha sido reconhecida como a única instância responsável com competência técnica para tratar da segurança de OGMs, a relação entre a CTNBio, o Ministério Público, os Poderes Judiciário e Legislativo e os órgãos ambientais e de saúde humana e animal do Poder Executivo precisa, necessariamente, passar a ter um caráter harmonioso e complementar. Essa é a única maneira de garantir à sociedade brasileira a certeza de que a sua segurança, com relação aos OGMs, está sendo devidamente avaliada e fiscalizada pelo poder público.

Pelo exposto, não há dúvida de que as culturas transgênicas terão um papel essencial em qualquer ação que vise, a médio e curto prazos, promover segurança alimentar e ambiental no Brasil e manter nossa posição de País competitivo no agronegócio mundial.

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Referências

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