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CONFECÇÃO DA CARTA DE VISIBILIDADE DA ESTAÇÃO (IFSC)

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Academic year: 2021

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CONFECÇÃO DA CARTA DE VISIBILIDADE DA ESTAÇÃO (IFSC)

Adair CARDOZO, Arthur da R. FERNANDES, Maria Fernanda C. T. dos SANTOS, Marina I. C. OLIVEIRA, Samantha I. SANT’ANA¹

Florianópolis – Santa Catarina – ¹sa.sis@hotmail.com

RESUMO: Este estudo apresenta a confecção de uma carta de visibilidade para a estação meteorológica convencional do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Foram escolhidos pontos em superfície em todos os quadrantes nos arredores da estação. A distância dos pontos em relação à estação e a construção da carta foram realizadas pelos programas Google Earth e

Grid Analysis and Display System (GrADS), respectivamente. Após a confecção, a carta foi

utilizada em um evento de nevoeiro, o que tornou possível a classificação precisa da intensidade do fenômeno, comprovando a eficácia do produto desenvolvido.

Palavras - chave : Carta de visibilidade. Estação meteorológica. Pontos de visibilidade.

ABSTRACT: This study presents the preparation of a letter of awareness to the conventional meteorological station of the Federal Institute of Santa Catarina (IFSC). Were chosen surface points in all quadrants in the vicinity of the station. The distance of the points from the station and the construction of the letter were made by the programs Google Earth and Grid Analysis and Display System (GrADS), respectively. After fabrication, the letter was used in a fog, which made possible the accurate classification of the intensity of the phenomenon, proving the efficacy of the product developed.

Key - words: Letter of visibility. Weather Station. Points of visibility.

1 INTRODUÇÃO

A estação meteorológica que será o referencial para o estudo aqui proposto está localizada no centro da cidade de Florianópolis – SC, nas dependências do IFSC, com coordenadas geográficas de latitude sul 27°35’36.11 e 48°32’29.47 de longitude oeste, possuindo instrumentos suficientes para a caracterização do clima (barômetro, barógrafo, anemógrafo, termômetros de máxima e mínima do ar, geotermômetros, termômetro de relva, pluviômetros e pluviógrafos, tanque classe A e um abrigo meteorológico com seus instrumentos característicos) sendo, portanto, classificada como Sinótica Climatológica, ainda que, por fins didáticos, apenas a observação das 12UTC seja realizada.

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Mesmo apresentando uma gama completa de instrumentos, esta não possui um instrumento que permita determinar a visibilidade no seu campo visual, deixando, portanto uma lacuna neste tipo de informação em sua série de dados.

A visibilidade meteorológica é afetada por vários fatores, sendo que alguns fenômenos meteorológicos específicos podem comprometer o grau de transparência da atmosfera em maior ou menor grau, sendo os principais: precipitação, nevoeiro, névoa e a fumaça.

A visibilidade meteorológica é definida como a maior distância na qual um objeto de dimensões convenientes pode ser visto e reconhecido contra o horizonte ou, no caso de observações noturnas, pode ser visto e reconhecido se a iluminação geral fosse aumentada até que alcançasse a intensidade normal da luz do dia. O grau de transparência da atmosfera é o que determina o fenômeno da visibilidade (INMET, 1999).

O alcance óptico meteorológico (AOM) pode ser medido ou determinado com precisão, mediante instrumentos adequados, na ausência destes, pode-se estimar visualmente.

As estimativas visuais devem ser efetuadas por um observador meteorológico, Cada estação deve preparar um plano de objetos de referência utilizados para as observações, que mostrem sua distância e sua respectiva orientação ao observador. O plano deve incluir objetos adequados para as observações diurnas e outros para as noturnas. (OMM, 1990, apud RODRIGUES; COUTO, 2006).

Normalmente as observações de objetos são efetuadas por observadores adequadamente treinados e dotados do que geralmente denomina visão “normal”. (OMM, 1990, apud RODRIGUES; COUTO, 2006).

A carta de visibilidade é o instrumento no qual estão indicados os pontos e suas respectivas distâncias, a fim de que o observador possa determinar em números, o alcance da visibilidade a partir de determinada estação. Para a confecção desta carta são escolhidos pontos nos arredores da estação de referência (prédios, construções diversas, acidentes geográficos, etc.) e então é obtida a distância destes em relação à estação, bem como suas respectivas alturas, sendo, finalmente, estes dados registrados na carta de visibilidade. As informações de visibilidade não visuais são realizadas por instrumentos específicos para tal função, tal como o visibilímetro,o qual se constitui de um conjunto de sensores eletrônicos instalados ao longo das pistas de aeroportos, a fim de fornecer a visibilidade de cada uma.

Com a confecção da carta de visibilidade horizontal, em alguns anos poderemos obter uma informação mais precisa quanto a ocorrência de nevoeiros nesta área da cidade onde se situa a estação, sendo possível também estabelecer relação com dados de outras estações e/ou regiões da cidade.

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O nevoeiro será enfatizado por se caracterizar um fenômeno que reduz a visibilidade a menos de 1000 metros, situando-se, portanto, dentro da área de alcance da carta de visibilidade construída.

Estes possuem uma classificação quanto a sua intensidade: forte, visibilidade menor que 100 metros; moderado, visibilidade entre 100 e 500 metros; fraco, visibilidade menor que 1000 metros (SONNEMAKER, 1999).

Segundo Reis Portes (2006), que fizeram uma análise das ocorrências de nevoeiro na região metropolitana de Florianópolis nos anos de 1975 a 2005, do total de casos de nevoeiros registrados, 210 casos caracterizam nevoeiro forte e 586 caracterizados como nevoeiro fraco. A tabela de Ocorrência de Nevoeiros a seguir, mostra os resultados obtidos. Tal resultado evidencia ainda mais a importância da carta de visibilidade para a estação do IFSC. A Tabela 1 mostra o numero dos eventos.

TABELA 1 – Ocorrência de nevoeiros na região metropolitana de Florianópolis.

Tipos de Nevoeiro N° de casos

Nevoeiro Forte 210

Nevoeiro Fraco 586

Nevoeiro Baixo 156

Névoa Úmida 3475

Névoa Seca 2946

Fonte: Portes; Reis, (2006).

2 DADOS E MÉTODOS DE ANÁLISE

Para a determinação dos pontos da carta de visibilidade horizontal, foram realizadas observações de campo com a finalidade de selecionar alguns objetos visíveis a olho nu, a partir da estação meteorológica do IFSC. A análise de viabilidade de uso dos objetos foi estudada levando em consideração as suas características e a dos arredores, bem como a possível permanência dos objetos a longo prazo. As coordenadas geográficas, a altitude e o cálculo das distâncias, foram obtidos com o uso do programa computacional Google Earth.

Foram localizados os pontos e a Estação Meteorológica do IFSC mediante imagem de satélite, e com a utilização da régua do programa foi traçada uma linha reta entre cada ponto e a estação, calculando, assim, as distâncias em metros. Por fim, além de servir como identificação do ponto escolhido, bem como facilitar as atividades do observador, foi realizado o registro dos pontos definidos com imagens fotográficas por meio de câmera digital. A classificação dos

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pontos foi apresentada por meio das direções Norte, Sul, Leste e Oeste em relação à Estação Meteorológica do IFSC.

Para a confecção gráfica da carta de visibilidade foi usado o programa Grid Analysis

and Display System (GrADS), que por sua vez usufruiu de um arquivo específico chamado Windrose.GS que foi adaptado para o programa citado.

As observações na tabela da carta citam apenas dois pontos com altitude significativa, pois estes se localizam na encosta do Morro da Cruz. Os pontos do heliponto e da base da torre de TV têm altitude representada pela altura por se situarem no topo do Morro da Cruz. Os demais pontos não apresentaram altitudes significativas.

3 RESULTADOS

A determinação dos pontos para a confecção da carta de visibilidade é apresentada na tabela 2.

Dos nove pontos escolhidos, 3 se situam no quadrante oeste (W), 3 no quadrante leste (E). O ponto de maior distância (Torre da TV) esta a 900 m, sendo que este será referência para definição entre nevoeiro fraco e névoa. O ponto mais próximo está situado a 12 m

TABELA – 2 Classificação dos pontos

Ponto Local Objeto de Referência

Altura do Ponto

Direção Altitude Latitude Longitude

Distância do Ponto 1 1 IFSC Estação IFSC _ _ 20 m 27°35’36.11”S 48°32’29.47”O _ 2 IFSC Escritório da Estação 3 m N 21 m 27°35’35.43”S 48°32’29.10”O 12 m 3 Rua Major Costa Prédio da Casan 4 m E 50 m 27°35’34.99”S 48°32’22.39”O 160 m 4 Rua Emílio Blum Prédio da Hantei 38 m W 22 m 27°35’33.73”S 48°32’43.46”O 298 m 5 Rua Major Costa Edifício José Augusto 34 m SW 18 m 27°35’45.67”S 48°32’34.43”O 304 m 6 Av. Mauro Ramos Edifício Platinum Tower 61 NW 29 m 27°35’19.24”S 48°32’33.91”O 521 m 7 Rua Waldemiro Monguilhot Casa Salmão 6 m S 66 m 27°35’55.94”S 48°32’32.81”O 604 m 8 Topo Morro da Cruz Heliponto 143 m SE 143 m 27°35’57.37”S 48°32’25.03”O 635 m 9 Topo Morro da Cruz Base Torre de TV 270 m NE 270 m 27°35’19.75”S 48°32’01.22”O 900 m

Fonte: elaborado pelos autores

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O resultado final é mostrado na sequência, cujos pontos estão distribuídos no plano horizontal, caracterizando a carta de visibilidade.

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No dia 21 de maio a região de Florianópolis registrou ocorrência de nevoeiro entre 6 e 7 horas da manhã (horário local). Apesar deste não ser o horário sinótico de observação realizado na estação, o fenômeno meteorológico pode ser constatado. Algumas fotos foram tiradas (FIGURAS 11 e 12) e com a carta pronta, foi possível analisar os pontos de visibilidade. Assim, constatou-se que o nevoeiro foi do tipo moderado com visibilidade de 200 a 300 metros.

FIGURA 11 - Ponto C encoberto. FIGURA 12 - Ponto D encoberto.

4 CONCLUSÃO

Foram obtidos nove pontos de referência de visibilidade, sendo a partir deste, possível construir a carta de visibilidade. Devido ao campo visual restrito, o ponto mais distante se situa a 900 m, não sendo possível realizar a observação de restrição de visibilidade bem situações de névoa. Um caso de nevoeiro foi observado, comprovando a eficácia do método.

Ressalta-se que este gráfico de visibilidade horizontal agregou à estação meteorológica do IFSC um novo instrumento as observações visuais, pois anteriormente sem este, a determinação de visibilidade horizontal não era considerada nas observações diárias.

Apesar do campo visual da estação apresentar vários obstáculos, os quais comprometem a visibilidade horizontal ao longo do horizonte, isso não invalida a experiência e conhecimentos adquiridos durante a atividade.

REFERÊNCIAS

SONNEMAKER, João Baptista. Meteorologia. 22. ed. São Paulo: Asa, 1999. 201p.

PORTES, Amanda Bonin; REIS, Michele Cristina. Estudo das ocorrências de nevoeiro na Região Metropolitana de Florianópolis. Artigo (Curso de Técnico de Meteorologia) – Instituto Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.

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INMET. Manual de Observações Meteorológicas. 3. ed. Brasília, 1999. 117p. RODRIGUES, J.E.; COUTO R.S. Determinação da carta de visibilidade horizontal utilizando o sistema de posicionamento global (GPS). Artigo (Instituto Nacional de Meteorologia – INMET). Brasília, 2006.

ANEXO A – Estação. ANEXO B – Ponto A.

Fonte: Adair Cardozo Fonte: Adair Cardozo

ANEXO C – Ponto B. ANEXO D - Ponto C.

Fonte: Adair Cardozo Fonte: Adair Cardozo

ANEXO E – Ponto D. ANEXO F – Ponto E.

Fonte: Adair Cardozo Fonte: Adair Cardozo

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ANEXO G – Ponto F. ANEXO H – Ponto G.

Fonte: Adair Cardozo Fonte: Adair Cardozo

ANEXO I – Ponto H.

Referências

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