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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA BACHARELADO ALINE JÚLIA BARBOSA XAVIER LIMA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA BACHARELADO

ALINE JÚLIA BARBOSA XAVIER LIMA

INFLUÊNCIA DE COMPONENTES SOCIOECONÔMICOS E AFETIVOS SOBRE O ABANDONO E OUTRAS FORMAS DE MAUS-TRATOS DIRECIONADOS A

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

NATAL

2020

(2)

ALINE JÚLIA BARBOSA XAVIER LIMA

INFLUÊNCIA DE COMPONENTES SOCIOECONÔMICOS E AFETIVOS SOBRE O ABANDONO E OUTRAS FORMAS DE MAUS-TRATOS DIRECIONADOS A ANIMAIS

DE ESTIMAÇÃO

Monografia apresentada ao curso de graduação em Ecologia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à ob-tenção do título de Bacharel em Ecologia.

Orientadora: Profa. Dra. Hélderes P. A. da Silva

Coorientador: Ms. Paulo I. S. de Medeiros.

NATAL

2020

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Lima, Aline Julia Barbosa Xavier.

Influência de componentes socioeconômicos e afetivos sobre o abandono e outras formas de maus-tratos direcionados a animais de estimação / Aline Julia Barbosa Xavier Lima. - Natal, 2020. 38 f.: il.

Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Graduação em Ecologia.

Orientadora: Profa. Dra. Hélderes Peregrino Alves da Silva. Coorientador: Prof. Me. Paulo Ivo Silva de Medeiros.

1. Animais de estimação Monografia. 2. Maustratos

Monografia. 3. Gato doméstico Monografia. 4. Cães domésticos Monografia. 5. Abandono Monografia. 6. Formulário eletrônico -Monografia. I. Silva, Hélderes Peregrino Alves da. II. Medeiros, Paulo Ivo Silva de. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/UF/BSCB CDU 636.045

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - -Centro de Biociências - CB

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ALINE JÚLIA BARBOSA XAVIER LIMA

INFLUÊNCIA DE COMPONENTES SOCIOECONÔMICOS E AFETIVOS SOBRE O ABANDONO E OUTRAS FORMAS DE MAUS-TRATOS DIRECIONADOS A ANIMAIS

DE ESTIMAÇÃO

Monografia apresentada ao curso de graduação em Ecologia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à ob-tenção do título de Bacharel em Ecologia.

Aprovada em ______/______/______

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Profa. Dra. Helderes Peregrino Alves da Silva

Orientadora

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

________________________________________ Prof. Dr. Felipe Nalon Castro

Membro Interno

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

________________________________________ Dr. José Flávio Vidal Coutinho

Membro Interno

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu esposo, Pedro, pelo companheirismo e pelo apoio que me foi dado para que eu pudesse concluir esta etapa tão importante da minha vida. Mesmo com todas as dificul-dades, segurou em minha mão e não me deixou desanimar;

À minha orientadora Hélderes e meu coorientador Paulo Ivo, pelos ensinamentos e pela grande ajuda que me deram;

À professora Liana Mendes, por contribuir imensamente com a elaboração deste trabalho; Aos meus filhos peludos, Arthur, Miguel e Frederico, por serem as crianças mais lindas da mãe e por me fazerem querer mudar a realidade de tantos outros gatos e cães que ainda não tiveram a chance de receber e dar amor a um humano, através da adoção;

À mainha e painho, por toda a dedicação ao longo da minha vida e por sempre buscarem priorizar a minha educação; À minha família, por ensinar valores que carrego desde a infância, assim como o ensino através do exemplo, com o cuidado e respeito aos animais;

Ao Sifu Erikson e à Simo Eliana, que me permitiram participar de um dos projetos mais incríveis da minha vida e ensinaram o verdadeiro significado do Kung Fu, da persistência e do trabalho árduo, aplicados na construção desse projeto. E também a todas as Sijes e Sihings que ajudaram respondendo ao questionário;

Às minhas amigas de Projeto e da vida, Valeska Sophia e Islayni Brenda, por fazerem parte de momentos inesquecíveis que vivi ao longo do curso e, mesmo à distância, contribuíram para que esse projeto fosse realizado; Ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da UFRN pela autorização da realização desta pesquisa (CAAE 98793118.0.0000.5537);

À banca avaliadora, por aceitar o convite e contribuir com a pesquisa e a todos que se disponibilizaram a responder o formulário, para que eu pudesse realizar a presente pesquisa.

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“A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados”. Mahatma Gandhi (1869 – 1948).

(7)

LISTA DE GRÁFICOS

1 Gráfico 1 - Escolaridade e Renda . . . 22

2 Gráfico 2 - Já foi ou é vítima de violência física ou psicológica? . . . 23

3 Gráfico 3 - Aspectos Comportamentais Negativos (5 itens) . . . 24

4 Gráfico 4 - Aspectos Comportamentais Negativos (2 itens) . . . 25

(8)

LISTA DE TABELAS

1 Tabela 1 - Caracterização socioeconômica dos participantes da pesquisa . . . . 20 2 Tabela 2 - Análise de Regressão Logística Binária . . . 27

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEP Comitê de Ética e Pesquisa;

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; SPSS Statistical Package for the Social Sciences; N Parâmetro para gráficos relacionado a NUNCA; R Parâmetro para gráficos relacionado a RARAMENTE; AV Parâmetro para gráficos relacionado a ÀS VEZES;

F Parâmetro para gráficos relacionado a FREQUENTEMENTE; S Parâmetro para gráficos relacionado a SEMPRE;

SI Parâmetro para gráficos relacionado a SEM IMPORTÂNCIA; PI Parâmetro para gráficos relacionado a POUCA IMPORTÂNCIA; I Parâmetro para gráficos relacionado a IMPORTANTE;

MI Parâmetro para gráficos relacionado a MUITA IMPORTÂNCIA; LGBTQI+ Lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, Queer, Intersexo. EFI Ensino Fundamental Incompleto;

EFC/EMI Ensino Fundamental Completo/Ensino Médio Incompleto;

EMC Ensino Médio Completo;

ESI Ensino Superior Incompleto; ESC Ensino Superior Completo;

PGR Pós Graduação;

SOL Solteiro;

CAS Casado;

UNN Vivo com companheiro (a) em união não oficializada ou noivado; DDS Desquitado ou divorciado ou separado;

VIU Viúvo(a);

NRF Namorando/relacionamento aberto/ficando;

UES União Estável;

NO Residentes da região Norte; NE Residentes da região Nordeste; CO Residentes da região Centro-Oeste; SE Residentes da região Sudeste; S Residentes da região Sul; EX Residentes no Exterior;

(10)

AT Ateísmo; FA Filosofias Africanas; FC Filosofias Católicas; FE Filosofias Espíritas/Espiritualistas; FO Filosofias Orientais; FP Filosofias Protestantes; OF Outras Filosofias; SR Sem Religião;

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RESUMO

A domesticação de animais ocorre desde longa data. Gatos e cães foram selecionados por hu-manos para o controle de pragas indesejadas e no auxílio à caça. Uma vez que essa relação foi estreitada, essas espécies tornaram-se animais de estimação. Contudo, essa relação nem sempre é favorável aos animais, que acabam sendo vítimas de abandono e outras formas de maus-tratos. As motivações para tais atos são diversas, podendo variar desde aspectos socioeconômicos a fa-tores psicológicos e culturais. No presente estudo, esses aspectos foram analisados através de respostas obtidas a partir de um formulário eletrônico, composto de 65 questões relativas à vivência de violência, opiniões e atitudes positivas e negativas direcionadas a animais de es-timação. Foram consideradas válidas 3699 respostas de indivíduos que afirmaram criar ou já ter criado animais, destes, 92% residentes na região NE do Brasil. Foram comparadas as res-postas entre os entrevistados que relataram ter abandonado (707) e não ter abandonado (2992) animais de estimação, através do Teste do Qui-quadrado e, para as questões nas quais foi regis-trada diferença significativa, foi aplicada a Análise de Regressão Logística Binária para avaliar a intensidade da contribuição de cada variável para a chance de expressão do comportamento de abandono. Os resultados obtidos apontam elevada frequência de ocorrência de abandono (19%), e sugerem que aspectos psicológicos e econômicos – ser vítima de constantes agressões físicas ou psicológicas, expressão de outras formas de maus-tratos direcionados a animais de estimação e baixa renda familiar - exercem as maiores influências, aumentando a chance de expressão do comportamento de abandono. Por outro lado, apoio e participação, em ações di-recionadas ao bem-estar animal, bem como expressão de cuidado com a saúde dos animais de estimação não exerceram forte influência em diminuir a chance de expressão do abandono, su-gerindo que contextos de violência e vulnerabilidade socioeconômica devem ser considerados no planejamento de ações que visam diminuir a ocorrência de abandono. Dada a baixa repre-sentatividade de participantes fora da região Nordeste e de níveis básicos de escolaridade em nossa amostra, mais estudos são necessários para o melhor entendimento das motivações que norteiam o ato do abandono na população brasileira.

Palavras-chave: Abandono, maus-tratos, gatos domésticos, cães domésticos, animais de estimação, impactos ambientais, formulário eletrônico.

(12)

ABSTRACT

Domestication of animals has been taking place for a long time. Cats and dogs were selected by humans to control unwanted pests and hunting aid. Once this relationship has been restricted, the species became pets. However, this relationship is not always friendly to pets, which end up being victims of abandonment and other forms of abuse. The motivations for such acts are numerous, which can range from socioeconomic aspects to psychological and cultural factors. In this study, the aspects were analyzed through responses obtained from an electronic form, composed of 65 questions related to the experience of violence, positive and negative opinions and attitudes towards pets. 3699 responses from individuals who claimed to have raised animals were considered valid, 92% of these living in the northeast region of Brazil. Responses were compared between respondents who reported having (707) and having not (2992) abandoned pets, through the Chi-square test and, for the questions in which a significant difference was recorded, the Binary Logistic Regression Analysis was applied to assess the intensity of the contribution of each variable to the expression of abandonment behavior. The results obtained indicate a high frequency of occurrence of abandonment (19%), and suggest that psychologi-cal and economic aspects - being a victim of constant physipsychologi-cal or psychologipsychologi-cal aggression, expression of other forms of abuse directed at pets and low family income - exert the grea-test influences, increasing the chance of expressing abandonment behavior. On the other hand, support and participation in actions aimed at animal welfare, as well as expression of care for the health of pets did not have a strong influence in reducing the chance of expression of abandonment, suggesting that contexts of violence and socioeconomic vulnerability should be considered when planning actions that aim to reduce the occurrence of abandonment. Given the low representation of participants outside the Northeast region and basic levels of education in our sample, further studies are needed to better understand the motivations that guide the act of abandonment in the Brazilian population.

Keywords: Abandonment, mistreatment, domestic cats, domestic dogs, pets, environmental impacts, electronic form.

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Sumário

1 INTRODUÇÃO 13 2 OBJETIVOS 16 2.1 OBJETIVOS GERAIS . . . 16 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS . . . 16 3 HIPÓTESES 16 4 MATERIAIS E MÉTODOS 17 4.1 SUBMISSÃO AO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA . . . 17

4.2 COLETA DE DADOS . . . 17

4.3 INSTRUMENTO - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARE-CIDO (TCLE) . . . 17

4.4 QUESTIONÁRIO . . . 18

4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO . . . 18

4.6 ANÁLISES ESTATÍSTICAS . . . 19

5 RESULTADOS 20 5.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO E ABANDONO . . . 21

5.2 CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS, EXPRESSÃO DE COMPORTAMEN-TOS NEGATIVOS E ABANDONO . . . 22

5.3 EXPRESSÃO DE COMPORTAMENTOS POSITIVOS E ABANDONO . . . . 26

5.4 ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGÍSTICA BINÁRIA . . . 27

6 DISCUSSÃO 29

7 CONCLUSÃO 32

8 REFERÊNCIAS 33

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11

1

INTRODUÇÃO

A domesticação de animais por humanos ocorre há milhares de anos. Nos primórdios das civilizações, cães (Canis lupus familiaris) e gatos (Felis silvestris catus) foram selecionados pelos humanos para o auxílio na caça e controle de pragas. Ao longo do tempo, as necessida-des humanas foram modificadas, estreitando a relação com essas espécies de modo a torná-las animais de companhia (Driscoll et al., 2009). Tal domesticação fez com que esses seres tão especiais conseguissem desenvolver a capacidade de interagir e conviver socialmente entre hu-manos, sendo denominadas animais de estimação.

Atualmente, a presença de animais de estimação nas residências é cada vez mais observada. Nos EUA, estima-se que existam cerca de 78 milhões de cães e 85,8 milhões de gatos. Destes, aproximadamente 44% dos cães e 35% dos gatos são domiciliados (ASPCA, 2020). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2019, no Brasil, cerca de 46,1% dos domicílios do país possuem pelo menos um cachorro e 19,3% possuem pelo menos um gato, o equivalente a 33,8 milhões e 14,1 milhões de unidades domiciliares, respectivamente (IBGE, 2019). Adicionalmente, com o isolamento social decorrente da recente pandemia de COVID-19, as adoções de animais aumentaram consideravelmente (CNN BRASIL, 2020).

A importância que os animais de estimação apresentam para a saúde e bem-estar de huma-nos é comprovada, sendo cada vez mais valorizada na sociedade moderna (Caya, 2015). Os benefícios são inúmeros tanto para crianças como para adultos, que vão desde melhoras nas interações sociais e emocionais, bem como melhora no quadro de doenças como depressão e sensação de solidão, e o oposto também acontece (Jegateensan, 2020). A adoção de pets é um ato de amor que garante conforto, companhia e bem-estar para esses animais (Hutton, 2016). Estudos recentes baseados nas interações humano-animal de estimação conseguiram comprovar que, não somente humanos possuem laço afetivo em relação aos animais, mas, tanto cães como gatos, apresentam comportamentos afetivos em relação a seus tutores (Vitale et al., 2019). Di-ante desses fatos e apesar de todos os benefícios do vínculo entre humanos e animais, a prática de abandono e outras formas de maus-tratos direcionados a animais de estimação são compor-tamentos presentes na sociedade a nível mundial (Wijk et al., 2018), evidenciando que essa interação nem sempre é favorável aos animais (Munro e Thrusfield, 2001).

Na literatura encontramos diversas definições de maus-tratos. Segundo Ascione (1993, apud Wijk et al., 2018), são considerados maus-tratos “comportamentos socialmente inaceitáveis que intencionalmente causam dor desnecessária, sofrimento, estresse e/ou morte do animal”. Na definição de McDonald (2014) são considerados maus-tratos “qualquer tipo deconduta que cause dor direta ou indiretamente ao animal, abuso, abandono, morte e até mesmo negligência em cuidados básicos como indisponibilidade água, comida, abrigo e cuidados médicos”.

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12

Entre os diferentes tipos de maus-tratos, o ato de abandono se destaca tanto em termos de prevalência quanto de potenciais consequências ecológicas, sanitárias e até mesmo econômicas (Silva, 2018).

Nos USA, estima-se que aproximadamente 6,5 milhões de animais de companhia sejam en-caminhados a abrigos a cada ano (3,3 milhões de cães e 3,2 milhões de gatos), sendo 2/3 destes advindos de populações de animais não-domiciliados (ASPCA, 2020). Segundo a Humane So-ciety of the United States, os custos associados à manutenção das ações de proteção e abrigos para animais abandonados alcançam valores de $800 milhões a $1 bilhão de dólares por ano. O abandono de animais domésticos em áreas públicas gera a formação de populações de animais não-domiciliados que, em ambientes urbanos, podem atuar como vetores de zoonoses e, em am-bientes naturais, atuar como espécies exóticas e causar significativos desequilíbrios ecológicos (Costa, 2018). O risco zoonótico gerado por essas populações, bem como os diversos impactos ecológicos impostos a diferentes biomas têm sido alvo de diversos estudos, em especial no que diz respeito a populações de gatos domésticos não-domiciliados (Silva, 2018).

Com relação às motivações que norteiam o ato de abandono, por outro lado, os dados dis-poníveis são limitados. A maioria dos estudos aborda fatores associados à expressão de maus-tratos físicos diretos voltados aos animais; sendo as causas apontadas bastante diversificadas, indo desde curiosidade a sadismo e prazer em machucar (Wijk et al., 2018), envolvendo tam-bém questões socioeconômicas (Lockwood e Arkow, 2016). Todavia, dentre os fatores apon-tados como causas de maus-tratos físicos a animais de estimação, são os aspectos psicológicos que aparecem como os de maior relevância, sendo frequentemente associados a experiências de abuso na infância, e como fatores subjacentes à tendência a expressar comportamentos agressi-vos direcionados também a outros alagressi-vos. Estas relações propostas deram origem às chamadas Hipótese da Violência Gradativa (Violence graduation hypothesis; Ascione, 2001) e Hipótese de Generalização de Desvio (Deviant generalisation hypothesis; Arluke et al., 1999).

Para o comportamento de abandono especificamente, pesquisadores conseguem mais fa-cilmente acessar dados relativos às motivações do abandono quando os animais são entregues a abrigos pelos tutores, sendo, neste caso, denominado como entrega (surrender) ou renún-cia (relinquishment) (Vucinic et al, 2009). Dados não sistemáticos divulgados por entidades de proteção animal apontam problemas relacionados ao comportamento dos animais como as principais causas de entrega, sendo escassos os dados de estudos científicos sobre essa questão e, na sua maioria, referentes a localidades específicas (Salman et al, 2000). Em um levanta-mento feito com os dados de abrigos na Austrália (Alberthsein et al., 2016), em 91% dos casos nos quais o tutor apresentou uma razão para a entrega, esta era relativa a problemas do tutor, sendo as razões mais frequentes proibição de animais na nova residência, já ter muitos animais, nascimento de um bebê e não conseguir cuidar. Entre os casos nos quais foi apontada uma causa relacionada ao animal, a eliminação de dejetos em local inapropriado e comportamento agressivo ou antissocial foram as mais frequentemente citadas.

(16)

13

No Brasil, os dados disponíveis são ainda mais escassos. Baquero et al. (2017) desenvolveu um estudo em Votorantim (SP) sobre a opinião do público sobre o abandono de cães e gatos e encontrou que a tolerância à expressão desse comportamento está associada ao entendimento do abandono como uma possível solução para problemas gerados por animais de estimação. Dessa forma, os autores sugerem que analisar a opinião da população sobre o abandono é um fator importante para direcionar as ações de intervenção para a diminuição da ocorrência de abandono de animais.

Todavia, dados de maior abrangência geográfica para a população brasileira não estão dis-poníveis, apesar da grande frequência de ocorrência do comportamento de abandono no Brasil, gerando importantes repercussões ecológicas e de saúde pública.

(17)

14

2

OBJETIVOS

2.1

OBJETIVOS GERAIS

Diante do exposto, e dada a escassez de dados mais amplos acerca da prevalência e da as-sociação do comportamento de abandono com o contexto de violência e as opiniões do público acerca de maus-tratos e das ações direcionadas à defesa e bem-estar animal, o presente estudo teve como objetivo avaliar a percepção e as atitudes que os indivíduos apresentam diante do abandono e outras formas de maus-tratos direcionados a animais de estimação, bem como in-vestigar se essas características variam em função de fatores socioeconômicos, psicológicos e comportamentais.

2.2

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• (1) avaliar a influência do gênero ao qual o indivíduo se identifica, da renda e da escola-ridade para a expressão do abandono de animais de estimação;

• (2) avaliar a influência da vivência de contextos de violência e expressão de outras formas de violência direcionada a animais por parte dos indivíduos entrevistados para a expressão do abandono de animais de estimação;

• (3) avaliar a influência da percepção e atitudes dos indivíduos entrevistados acerca de ações direcionadas ao bem-estar animal para a expressão do abandono de animais de estimação.

3

HIPÓTESES

No presente estudo, foram testadas as seguintes hipóteses, para o gênero feminino e mascu-lino:

• (H1) Quanto menor a renda e a escolaridade dos indivíduos, maior a prática de abandono de animais domésticos por parte dos sujeitos;

• (H2) O histórico de violência familiar e expressão de outros tipos de violência dirigida a animais aumenta a frequência de abandono de animais domésticos por parte dos sujeitos; • (H3) A participação ou apoio a entidades e atividades associadas à proteção animal está associada à menor frequência de ocorrência do comportamento de abandono de animais domésticos.

(18)

15

4

MATERIAIS E MÉTODOS

4.1

SUBMISSÃO AO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

Para garantir os padrões éticos, o projeto de pesquisa “Opiniões e Atitudes Acerca das In-terações entre Humanos e Animais de Estimação”, sob coordenação de Paulo Ivo de Medeiros e colaboração da Profa. Dra. Hélderes Peregrino da Silva, foi submetido e aprovado pelo Co-mitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob o código CAAE 98793118.0.0000.5537.

4.2

COLETA DE DADOS

Com o intuito de alcançar um grande número de voluntários e com maior rapidez, o método escolhido para a coleta dos dados foi o formulário online. O questionário foi aplicado de forma online e enviado através de e-mails, redes sociais, contatos jornalísticos e plataformas das pró-pria Universidade, abrangendo quase todos os estados do Brasil e alguns brasileiros viventes no exterior. Com a divulgação em larga escala nesses meios de comunicação virtual, foram esperadas um mínimo de 800 respostas devidamente preenchidas. A pesquisa foi amplamente divulgada em um período de novembro de 2018 a julho de 2020, em três principais momentos: novembro de 2018, janeiro de 2019 e julho de 2020.

4.3

INSTRUMENTO - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ES-CLARECIDO (TCLE)

Por decisão do Comitê de Ética, a elaboração do Termo de Consentimento Livre e Esclare-cido foi solicitada. Tal documento é exigido em pesquisas em que a coleta de dados é feita com entrevistas. O propósito é, com base no que foi proposto, que o CEP possa fazer uma análise da ética do projeto e garantir aos entrevistados o respeito aos seus direitos. Os voluntários tiveram acesso ao TCLE ao clicarem no formulário online para respondê-lo. Eles, primeiramente, foram informados sobre o intuito da pesquisa e logo em seguida puderam acessar o link que os direci-onavam a uma página com o Termo de Consentimento. Nele continham informações sobre os pesquisadores responsáveis pelo projeto, os departamentos apoiadores, objetivos, informações da aprovação pelo CEP, riscos e desconfortos e o envolvimento do voluntário na pesquisa. Após o preenchimento do formulário eletrônico, os participantes receberam uma cópia do Termo por e-mail.

Além do objetivo da pesquisa e do TCLE, os voluntários, antes de começarem a responder ao formulário eletrônico, também ficaram cientes de quantas partes ele era composto, tempo médio para resposta e, por fim, se consentiam ou não na participação no projeto. Uma vez concedida a autorização, o participante passava para as próximas etapas do formulário online.

(19)

16

4.4

QUESTIONÁRIO

Em meio a diversos arranjos estruturais de obtenção de respostas que essa ferramenta per-mite, as questões mistas foram as que melhor se encaixaram em nosso modelo de questionário, caracterizadas por respostas abertas, semiabertas e fechadas. O formulário eletrônico foi or-ganizado em 65 questões mistas e dividido com perguntas em três blocos: (1) características individuais físicas (idade) e psicológicas (gênero com o qual se identifica, experiências bio-gráficas de violência), socioeconômicas (escolaridade, renda familiar, número de ocupantes na residência, número de animais que cria), com 10 questões; (2) opiniões e atitudes relacionadas a interações do voluntário com animais domésticos, consideradas de valência positiva (vacinar e prover cuidados veterinários, apoiar e participar de projetos que visam o bem-estar animal, alimentar e resgatar animais de rua) e consideradas de valência negativa ( maus-tratos físicos aos próprios animais e a animais de rua), com 35 questões e (3) perguntas de conhecimentos específicos a respeito do risco ecológico e epidemiológico associados à presença de animais não domiciliados em ambientes urbanos e naturais, com 20 questões (este último bloco não entrou na presente análise).

Ao passar para a segunda seção de perguntas, os entrevistados respondiam se nunca criaram animais de estimação ou se já criaram e/ou criam animais de estimação. Quem respondesse positivamente, seguiria o fluxo para as próximas perguntas. Já quem respondesse que nunca criou, era direcionado para um outro grupo de perguntas que não entraram na análise de dados desta pesquisa.

4.5

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Para selecionar as respostas que seriam consideradas válidas, foram seguidos alguns cri-térios. Antes de começar a responder ao questionário, foi solicitado ao voluntário um e-mail obrigatório para que pudéssemos conferir as respostas obtidas, e assim, em caso de repetição, selecionaríamos a primeira resposta e as demais seriam excluídas. Além das respostas repeti-das, também foram excluídas as respostas dadas por pessoas menores de idade. Por fim, como citado acima, em função do foco principal deste projeto de pesquisa, foram utilizadas apenas respostas de quem cria e/ou já criou animais domésticos.

(20)

17

4.6

ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Para a análise do nível de concordância dos voluntários às afirmações apresentadas no for-mulário eletrônico, tanto com relação a opiniões quanto a atitudes, as questões objetivas foram agrupadas em Escalas de Likert, bem como questões dicotômicas (sim/não). Os dados coleta-dos através das respostas coleta-dos voluntários em Escalas de Likert foram consideracoleta-dos ordinais, e a comparação da frequência de escolha de cada nível em cada escala (questão), entre os indivíduos que relataram já ter abandonado animais e aqueles que relataram nunca ter abandonado animais foi feita a partir de testes de qui-quadrado de independência. Nos casos em que 20% ou mais dos valores esperados era menor do que 5, foi considerado o Teste de Fischer e, quando neces-sário, (tabelas de contingência com mais que 2x2 níveis) foram conduzidos testes de post-hoc seguindo a técnica de McDonald e Gardner (2000), na qual o quadrado dos valores Z ajusta-dos ajusta-dos resíduos da comparação específica são transformaajusta-dos no qui-quadrado da comparação específica (Zres x Zres) e, considerando 1 grau de liberdade, calculada a significância.

Os testes foram realizados com o objetivo de testar as hipóteses de associação entre o aban-dono e outras formas de maus-tratos, opiniões e atitudes relacionadas a ações de promoção de defesa e bem-estar animal, bem como características socioeconômicas e psicológicas dos indi-víduos voluntários. O nível de significância considerado foi p<0,05. Todavia, na maioria dos casos, houve a necessidade de incluir a correção de Bonferroni, para o ajuste no número de comparações.

As variáveis que apresentaram associação estatisticamente significativa com o abandono fo-ram incluídas na análise de Regressão Logística Binária (variável dependente: abandonar x não abandonar), que permite a avaliação da contribuição de cada variável para a chance de expressar o comportamento de abandono. As análises foram rodadas através do Software SPSS e os gráfi-cos de barras foram confeccionados através do software R Core Team 16(2019), com o uso dos pacotes "dplyr"(Wickham et al., 2020), "ggplot2"(Wickham, 2016) e "ggpubr"(Kassambara, 2020).

(21)

18

5

RESULTADOS

Ao todo, foram coletadas 3716 respostas válidas para pessoas que afirmaram criar ou já ter criado animais de estimação. Porém, tendo em vista o baixo N amostral de pessoas que de-clararam pertencer ao grupo LGBTQI+, a amostra considerada nas análises foi de um total de 3699 respostas válidas, sendo 33,8% (1252) pertencentes ao gênero masculino e 66,2% (2447) pertencentes ao gênero feminino, com idade média de 30,7 + 10,9 (DP) anos para ambos. Ape-nas 0,1% dos sujeitos declararam residir fora do Brasil e 93% dos sujeitos declararam residir na Região Nordeste (Tabela 1).

Tabela 1: Percentuais (%) por gênero (masculino e feminino) para as variáveis socioeconômicas escolaridade, renda, estado civil, região e religião.

Gênero Escolaridade

EFI EFC/EMI EMC ESI ESC PGR - - TOTAL

M 0,2 0,2 8,9 38,9 20,3 31,5 100 F 0 0,5 9,2 35,6 22,4 34,2 100 Renda R1 R2 R3 R4 R5 - - - TOTAL M 12,3 47 22,9 13,3 4,5 100 F 12,4 50,6 22,6 11,4 3 100 Estado Civil

SOL CAS UNN DDS VIU NRF UES - TOTAL

M 61,7 25,2 9,5 2,2 0,2 0,2 1 100 F 60,3 23,2 10,6 4,6 0,3 0,5 0,5 100 Região NE NO CO SE S EX - - TOTAL M 94,2 0,5 0,8 3,1 1,4 0,1 100 F 92,4 0,4 1,4 4,2 1,5 0,1 100 Religião AT FA FC FE FO FP OF SR TOTAL M 0,5 0,8 33,2 4,8 0,7 13,7 1 45,4 100 F 0,3 0,7 37,9 7,8 0,9 15,7 0,9 35,9 100

• Escolaridade – EFI (Ensino Fundamental Incompleto); EFC/EMI (Ensino Fundamental Completo/Ensino Médio Completo); EMC (Ensino Médio Completo); ESI (Ensino Superior Incompleto); ESC (Ensino Su-perior Completo); PGR (Pós-graduação)

• Renda – R1 (Até 1 salário mínimo); R2 (De 1 a 5 salários mínimos); R3 (De 5 a 10 salários mínimos); R4 (De 10 a 20 salários mínimos); R5 (Acima de 20 salários mínimos)

• Estado Civil – SOL (Solteiro (a)); CAS (Casado (a)); UNN (Vivo com companheiro (a) em união não oficializada ou noivado); DDS (Desquitado ou divorciado ou separado); VIU (Viúvo (a)); NRF (Namoran-do/relacionamento aberto/ficando); UES (União estável)

• Região – NE (Nordeste); NO (Norte); CO (Centro-oeste); SE (Sudeste); SU (Sul); Ex (Exterior)

• Religião – AT (Ateísmo); FA (Filosofias Africanas); FC (Filosofias Católicas); FE (Filosofias Espíritas/Es-piritualistas); FO (Filosofias Orientais); FP (Filosofias Protestantes); OF (Outras Filosofias); SR (Sem Religião)

(22)

19

Com relação ao número de animais de estimação criados por cada sujeito, encontramos a média de 1,97 + 3,2 (DP) animais por sujeito, com valor mínimo de 1 e máximo de 68 animais. Das pessoas que responderam ao questionário, a maioria se declarou solteira (61,7% dos ho-mens e 60,3% das mulheres), seguido por casadas (25,2% dos hoho-mens e 23,2% das mulheres) e em união não oficializada (9,5% dos homens e 10,6% das mulheres). Os demais declararam outras situações (divorciados, viúvos ou namorando/relacionamento aberto/ficante). Com rela-ção a religião, 45,4% dos homens e 35,9% das mulheres se declararam sem religião, 0,5% dos homens e 0,3% das mulheres se declararam ateus, 33,2% dos homens e 37,9% das mulheres declararam-se católicos, 13,7% dos homens e 15,7% das mulheres protestantes, e os demais afirmaram seguir diversas outras filosofias religiosas, sendo as maiores frequências para reli-giões de matriz africana (4,75%) e espírita (6,3%) (Tabela 1).

Para avaliar a associação entre cada uma das características, opiniões ou atitudes expressas pelos entrevistados em cada uma das questões com a ocorrência de abandono, foi analisada a diferença entre os indivíduos que afirmaram já ter abandonado animais (N= 707, 19,1% dos entrevistados) e aqueles que afirmaram nunca ter abandonado animais (N= 2992; 80,1% dos en-trevistados). Considerando a expressiva diferença no tamanho dos grupos de comparação (entre os que abandonaram e não abandonaram animais), as análises utilizaram os valores percentuais de ocorrência das respostas, dentro de cada grupo. Adicionalmente, uma vez que não foi re-gistrada diferença significativa na frequência de abandono entre o gênero feminino e o gênero masculino (Homens - 18,2%; mulheres - 19,6% de ocorrência de abandono; Teste χ2= 0,997, p > 0,05), os dados de ambos os gêneros, nas análises seguintes, foram analisados conjuntamente.

5.1

PERFIL SOCIOECONÔMICO E ABANDONO

Levando em consideração o fator escolaridade e frequência de abandono foi vista uma ten-dência estatística de maior frequência de sujeitos com Nivel Superior Incompleto que abandona-ram em relação aos sujeitos que não abandonaabandona-ram (Teste Exato de Fischer p = 0,013; post-hoc 0,0046; Bonferroni p = 0,00416) (Figura 1A).

Para o fator renda familiar, foram verificadas diferenças significativas entre os sujeitos que abandonaram e não abandonaram (Teste χ2 = 39,00, df = 4, p < 0,001). Percentual significati-vamente maior de pessoas que abandonaram pertencem às faixas de renda até 1 salário mínimo (post-hoc p = 0,0027) e de 1 até 5 salários mínimos (post-hoc p = 0,00046), e percentual sig-nificativamente menor pertencem às faixas de renda de 5 a 10 salários mínimos (pot hoc p = 0,0013) e todas as faixas de renda acima de 10 salários mínimos (post hoc p = 0,00046), quando comparados aos sujeitos que não abandonaram (Figura 1B).

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20

Gráfico 1: Escolaridade e Renda

Gráficos de barras mostrando o percentual (%) entre as variáveis socioeconômicas Escolaridade (A) e Renda Familiar (B) em relação a quem abandonou ou não abandonou animais de estimação. Em A, temos que EFI – Ensino Fundamental Incompleto, EFC/EMI – Ensino Fundamental Completo/Ensino Médio Incompleto, EMC –

Ensino Médio Completo, ESI – Ensino Superior Incompleto, ESC – Ensino Superior Completo e PGR – Pós-graduação. Em B, classes de rendas foram determinadas por R1 – até 1 salário mínimo, R2 – de 1 a 5 salários mínimos, R3 – de 5 a 10 salários mínimos, R4 – de 10 a 20 salários mínimos e R5 – acima de 20 salários

mínimos.

5.2

CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS, EXPRESSÃO DE

COM-PORTAMENTOS NEGATIVOS E ABANDONO

Nos fatores psicológicos relacionados a comportamentos negativos, o primeiro aspecto ana-lisado foi se os entrevistados que abandonaram e não abandonaram já foram ou são vítimas de constantes agressões físicas ou psicológicas. Do total de pessoas que responderam positiva-mente ao fato de sofrerem essas agressões, 40,2% responderam já ter abandonado animais de estimação e 26,4% responderam nunca ter abandonado animais, sendo esta diferença estatisti-camente significativa (Teste χ2= 52,88, df = 1, p < 0,0001) (Figura 2).

(24)

21

Gráfico 2: Já foi ou é vítima de violência física ou psicológica?

Gráficos de barras mostrando o percentual (%) de concordância dos voluntários sobre se estes já foram ou são vítimas de violência física ou psicológica, em relação a quem abandonou ou não abandonou animais de

estimação. Em azul claro, respostas negativas, e, em azul escuro, respostas positivas.

Seguindo no tópico das interações negativas, com relação a agressão física direcionada a animais, este tópico associou sete itens do questionário: (A) Já bateu, matou ou provocou fe-rimentos em animais domésticos ou de rua; (B) Quando não gosta de cães ou gatos próximos à residência, procura livrar-se deles, nem que seja utilizando veneno ou atropelamento; (C) Quando tem raiva de alguma pessoa, desconta nos animais; (D) Usa castigos físicos, como sur-ras, quando os animais domésticos não os obedecem; (E) Já ajudou o gato e/ou cachorro a caçar animais, como lagartos, roedores e pássaros; (F) Treina os animais para terem comportamento agressivo e (G) Já sentiu e/ou sente prazer ao ver um animal que não gosta sofrendo. Dos itens citados acima, apenas para os itens A, C e E foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os indivíduos que abandonaram e não abandonaram, sendo encontradas ten-dências estatísticas na comparação entre estes grupos para os itens B e D.

Em todos os casos onde foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, indiví-duos que abandonaram responderam a alternativa “Raramente” numa frequência significativa-mente maior e a alternativa “Nunca” numa frequência significativasignificativa-mente menor do que aqueles que não abandonaram: item (A) Teste Exato de Fischer = 33,3, p < 0,001; post hoc p < 0,0001; item (C) Teste Exato de Fischer = 24,47, p < 0,0001, post hoc p < 0,0001; item (E) Teste Exato de Fischer = 25,31, p < 0,0001, post hocs p < 0,005 e p < 0,0001, respectivamente (Figura 3). Por fim, para os itens F e G, não houve diferenças significativas em nenhum dos níveis (p > 0,05), podendo ser associada ao baixo número de respostas diferentes de “Nunca” nessas questões pelos voluntários (respectivamente, 4,4% e 1,5%) (Figura 4).

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22

Gráfico 3: Aspectos Comportamentais Negativos (5 itens)

Gráficos de barras mostrando os percentuais (%) de cinco variáveis de aspectos negativos de comportamento direcionados a maus-tratos a animais de estimação, em relação a quem abandonou ou não abandonou animais

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Gráfico 4: Aspectos Comportamentais Negativos (2 itens)

Gráficos de barras mostrando os percentuais (%) de aspectos negativos de duas variáveis de comportamento direcionados a maus-tratos a animais de estimação, em relação a quem abandonou ou não abandonou animais

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24

5.3

EXPRESSÃO DE COMPORTAMENTOS POSITIVOS E ABANDONO

Para as interações consideradas de valência positiva, foram associados 5 itens do questio-nário: (A) Opinião sobre projetos e ações associadas ao controle populacional (castração, cam-panhas de resgate e adoção) de cães e gatos; (B) Participação em projetos ou ações de resgate, cuidados e adoção de animais de rua; (C) Alimentar animais de rua; (D) Resgate, cuidado ou facilitação de adoções de animais de rua e (E) Levar os animais para campanhas de vacinação (Figura 5).

Com relação a esse grupo, foram encontradas diferenças significativas nos itens A, C, D e E, entre os grupos de indivíduos que abandonaram e não abandonaram. Para o item A, em relação aos que abandonaram, a frequência relatada foi significativamente maior em “muito importante” e significativamente menor em “importante” em relação aos que não abandonaram (Teste Exato de Fischer = 8.59, p > 0,01, post hocs p > 0,0001). No item C, foi visto que pessoas que abandonam alimentam significativamente mais, em relação a quem não abandona (Teste χ2 = 3,34, df = 4, p > 0,1). Para o item D, em relação a quem abandonou, a frequência relatada em “nunca” foi significativamente menor do que o esperado em relação a quem não abandona. Esperava-se que quem abandona respondesse um maior percentual de “nunca” (Teste χ2 = 17,06, df = 4, p > 0,001).

Por fim, para o item E, em relação aos que abandonaram, foi vista uma diferença estatisti-camente maior em “raramente” e “às vezes” e estatistiestatisti-camente menor em “sempre”, em relação a quem não abandona (Teste χ2= 40,20, df = 4, p > 0,0001).

(28)

25

5.4

ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGÍSTICA BINÁRIA

Para analisar a força preditora de cada variável, foi construído um modelo de regressão lo-gística binária, tendo como variável dependente dicotômica abandonar x não abandonar animais e como covariáveis as dez variáveis que apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre indivíduos que abandonaram e não abandonaram animais de estimação. Foi utilizado o método ENTER, para forçar a entrada de todos as variáveis no modelo. O Modelo foi conside-rado significativo (Teste χ2(10) = 154,12, p < 0,0001), bem como todas as variáveis preditoras, e classificando corretamente 80,8% dos casos (Tabela 2).

Tabela 2: Análise de Regressão Logística Binária para as variáveis que apresentaram resultado significativo entre indivíduos que abandonaram e não abandonaram animais de estimação.

Variável B E.P. Wald G.L. p-value Exp(B) 95% C.I. para Exp(B) Inferior Superior V1 0,499 0,090 30,745 1 0,000 1,647 1,381 1,965 V2 -0,224 0,048 21,830 1 0,000 0,799 0,728 0,878 V3 0,179 0,118 2,298 1 0,130 1,196 0,949 1,508 V4 0,323 0,118 7,550 1 0,006 1,381 1,097 1,739 V5 0,053 0,039 1,790 1 0,181 1,054 0,976 1,139 V6 0,394 0,133 8,814 1 0,003 1,482 1,143 1,922 V7 -0,153 0,032 23,189 1 0,000 0,858 0,806 0,913 V8 0,124 0,083 2,198 1 0,138 1,131 0,961 1,332 V9 0,153 0,055 7,765 1 0,005 1,166 1,046 1,298 V10 0,440 0,159 7,632 1 0,006 1,552 1,136 2,121 Constante -3,210 0,540 35,391 1 0,000 0,040

• V1 – Você já foi ou é vítima de constantes agressões, físicas ou psicológicas? • V2 – Renda Familiar.

• V3 – Você ou alguém de sua família alimenta ou já alimentou animais abandonados na rua?

• V4 – O que você acha sobre projetos e ações associadas ao controle populacional (castração, campanhas de resgate e adoção) de cães e gatos?

• V5 – Costuma resgatar, cuidar ou facilitar a adoção de animais que encontra nas ruas. • V6 – Já bati, matei ou provoquei ferimentos a animais domésticos ou de rua.

• V7 – Costumo levar meus animais para campanhas de vacinação.

• V8 – Uso castigos físicos (como surras) quando meus animais domésticos não me obedecem. • V9 – Já ajudei meu gato e/ou cachorro a caçar animais, como lagartos, roedores e pássaros. • V10 – Quando tenho alguma raiva de alguma pessoa desconto em meus animais.

(29)

26

Gráfico 5: Aspectos Comportamentais Positivos (5 itens)

Gráficos de barras mostrando os percentuais (%) de aspectos positivos de comportamento direcionados a maus-tratos a animais de estimação, em relação a quem abandonou ou não abandonou animais de estimação. SI – Sem Importância; PI – Pouca importância; I – Importante; MI – Muito importante; N – Nunca; R – Raramente;

(30)

27

6

DISCUSSÃO

Os resultados obtidos neste trabalho, em sua maioria, foram bastante inesperados. Compara-dos com nossa primeira hipótese de que a frequência de relatos de abandono será negativamente associada com a menor renda e os baixos níveis de escolaridade dos indivíduos, os dados ob-tidos sugeriram que os fatores socioeconômicos, mais especificamente voltados para a baixa renda familiar, parecem influenciar no abandono de animais domésticos. Segundo esses dados, pessoas que possuem renda de “até 1 salário mínimo” e de “ 1 a 5 salários mínimos”, aban-donam significativamente mais, em relação às pessoas pertencentes aos demais níveis renda familiar. Os dados obtidos referentes ao fator socioeconômico “escolaridade”, o qual também foi comparado com a frequência de abandono, não pareceu influenciar de maneira significativa no abandono de animais de estimação. Um fato que pode ter contribuído para esse resultado foi a pouca representatividade de pessoas pertencentes a níveis de escolaridade mais baixos que res-ponderam ao questionário, não sendo um N amostral suficiente para a detectar essa associação, e não necessariamente por esse grupo de pessoas não realizarem a prática do abandono.

Birãu (2017), em seu trabalho, sugere que os maus-tratos direcionados a animais de estima-ção está diretamente associado ao nível de desenvolvimento de um país, sendo verificada uma maior frequência em países não desenvolvidos e em desenvolvimento, cujo aumento de casos é caracterizado devido ao alto nível de pobreza das pessoas, bem como a ineficiência econô-mica e política desses países. Estudos realizados na Austrália (Alberthsen et al., 2016), Sérvia (Vucinic et al., 2009) e Dinamarca (Jensen et al., 2020) também sugerem que a relação entre frequência de abandono e níveis mais baixos de renda e escolaridade pode ocorrer, embora de maneira indireta, sendo associadas a problemas financeiros, condições inadequadas de mora-dia ou no local os animais não são permitidos, falta de tempo e doenças acometidas ao tutor. Vucinic et al. (2009) apontam dificuldades econômicas como a principal razão para a entrega de animais em abrigos na cidade de Belgrado, na Sérvia. Em um estudo analisando a causa de entrega de cães e gatos em quatro abrigos na Dinamarca no período de 1996 a 2017, problemas dos tutores, como doenças, mudança de residência e falta de tempo foram apontadas em 75% dos casos para cães e 74% para gatos (Jensen et al., 2020). Apesar desses fatos, essa associação ainda não está bem definida.

Paralelo a isso, de acordo com o resultado obtido no fator renda, exposto neste presente trabalho, foi verificado que, em geral, quem nunca abandonou possui uma renda maior. Dessa maneira, podemos associar esses resultados ao fato de a presença de animais domésticos nas residências ser cada vez mais frequente e o investimento nesse setor crescer cada vez mais. Segundo dados do Instituto Pet Brasil e da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, no Brasil, a população de cães e gatos domiciliados somada, chegou a um total de 78,1 milhões em 2018 e 79,8 milhões em 2019 (Instituto Pet Brasil e ABINPET, 2019).

(31)

28

Com isso, a comercialização na indústria pet brasileira teve um crescimento significativo. En-tre os anos de 2018 e 2019, os investimentos financeiros com veterinários cresceram cerca de 15%, cuidados em geral, cerca de 8,5% e no segmento alimentação, cerca de 8,4%, gerando um faturamento de aproximadamente R$ 22,3 bilhões de reais apenas no ano de 2019, ocupando a quarta colocação no ranking mundial de faturamento nesse mercado (ABINPET, 2019). Diante disso um questionamento é levantado, pois, se as pessoas atualmente investem cada vez mais no bem-estar de seus animais e essa indústria é crescente, por que, ainda assim, os casos de aban-donos continuam frequentes, tanto a nível nacional quanto a nível mundial? São necessários outros estudos com análises mais enfáticas nesses aspectos.

Seguindo para os fatores psicológicos e comportamentais relacionados a agressões físicas direcionadas a animais, os tópicos A, B, C, D e E indicaram que quem abandona realiza mais atos de maus-tratos em relação a quem não abandona. Porém, os dados obtidos no tópico (D) Usa castigos físicos, como surras, quando os animais domésticos não os obedecem, com rela-ção a quem não abandona, chamou a atenrela-ção. Foi visto que 18,1% das pessoas desse grupo também agridem seus animais de estimação, indicando que esse comportamento é comum en-tre as pessoas. Na literatura podemos identificar alguns trabalhos que também indicam essa tendência. Jegatheesan (2020 apud Gullone, 2011) menciona que o comportamento agressivo presenciado em atos de violência contra animais pode ser associado a experiências de abuso na infância, como agressões físicas. Levinthal (2010 apud Straus e Gelles, 1986) correlaciona os atos de violência doméstica com agressão física infantil, determinando que esses tipos de abuso estão interligados e podem influenciar de maneira que os atos violentos se estendam para a vida adulta, causando um círculo vicioso.

Dados referentes a uma pergunta específica do questionário a respeito de agressões físicas e psicológicas em humanos relacionadas à frequência de abandono de animais domésticos (Figura 2), nos mostrou que mais de 40% das pessoas que responderam sofrer agressões também rea-lizam atos de abandono, indicando que quem é vítima de violência tende a abandonar animais domésticos significativamente mais, em relação quem não sofre violência. Ainda são necessá-rios estudos para identificar a relação entre frequências de abandono e agressões sofridas por humanos, uma vez que os estudos são voltados para entender a relação das características do abuso contra os animais e características dos agressores. Ainda assim, a literatura já existente e os dados obtidos corroboram com a nossa hipótese de que a ocorrência de histórico de vio-lência familiar e convivência com viovio-lência dirigida a animais será significativamente maior no grupo de indivíduos que relatarem cometer maus tratos e abandono de animais domésticos em comparação ao grupo que não relatar essas práticas de abandono.

Um outro resultado marcante, agora para os fatores psicológicos considerados de valência positiva, foi o fato de as pessoas que alegaram abandonar animais de estimação afirmarem achar muito importante a realização de projetos e ações associadas ao controle populacional de cães e gatos; indicando que as pessoas desse grupo valorizam esse tipo de projeto tanto quanto quem não abandona.

(32)

29

Além disso, os dados obtidos também mostraram que pessoas que abandonam, alimentam ani-mais de rua significativamente ani-mais, em relação a quem não abandona. Embora nossa hipótese de que a frequência de ocorrência de abandono de animais domésticos seria significativamente menor em indivíduos que participam de ONG’s de proteção animal, ou que alimentam siste-maticamente populações de animais domésticos não-domiciliados, e os nossos dados indicam fortemente que exista essa diferença entre quem abandona e quem não abandona, foi visto que as pessoas que abandonam entendem a importância dessas ações e parecem apoiá-las. O presente trabalho nos permitiu encontrar diversos resultados interessantes e relevantes para a literatura. Entretanto, algumas limitações foram encontradas. Como já citado acima, o formulário eletrô-nico não alcançou o público de forma uniforme, apesar de o N amostral ter sido satisfatório. O baixo índice de respostas das pessoas que possuem baixa escolaridade pode ter influenciado na distribuição dos resultados obtidos. Uma outra limitação deste trabalho ocorreu em algumas perguntas do formulário eletrônico relacionadas ao abandono, gerando uma certa dificuldade na interpretação e análise das respostas. Por exemplo, na pergunta "Você ou alguém da sua família já abandonou animais de estimação?"não fica claro se o voluntário de fato abandonou ou se ele presenciou um ato de abandono realizado por alguém da família, concordando ou não com o ato. Ainda sendo possível uma terceira interpretação dessa resposta: se a pessoa realizou o abandono visando evitar fatores que vão de encontro à preservação da integridade física do animal, como zoofilia, mutilação, agressão, etc., mesmo que, posteriormente, o animal sofra com as consequências de ter sido abandonado.

Por fim, é importante inferir que o questionário online foi elaborado e encaminhado para ser respondido antes da criação da lei brasileira que aumenta a punição para maus-tratos contra animais domésticos, aprovada em 29 de setembro de 2020. A Lei nº 14.064/20 altera a Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605/98, aumentando a pena para quem pratica maus-tratos e abuso contra animais domésticos em até 5 anos de reclusão, multa e proibição da guarda. Sem dúvida essa mudança na Legislação é um ponto positivo na luta contra a violação dos direitos desses animais, mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido, até que existam políticas públicas eficazes, que garantam saúde, proteção e bem-estar, tanto de animais domiciliados quanto de animais em situação de abandono.

(33)

30

7

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos indicaram uma forte influência dos aspectos psicológicos e socioe-conômicos – ser vítima de constantes agressões físicas ou psicológicas, expressão de outras formas de maus-tratos direcionados a animais e baixa renda familiar - atuando na frequência de abandono e de outras formas de maus-tratos direcionados a animais de estimação. Ainda assim, mais estudos são necessários, tendo em vista o pioneirismo da pesquisa e a necessidade de abranger o espaço amostral para todas as regiões brasileiras de maneira uniforme, a fim de melhorar o entendimento sobre as motivações que norteiam o ato do abandono. Além disso, a alta frequência de ocorrência do ato do abandono registrado no presente estudo aponta a neces-sidade de uma maior participação do poder público, atuando de forma eficaz na elaboração de leis mais rígidas e planejamento de ações que visem diminuir a ocorrência do abandono e outras formas de maus-tratos direcionados a animais domiciliados e não-domiciliados, como constru-ções de hospitais públicos veterinários, campanhas de adoção e castração e projetos educativos sobre tipos de maus-tratos e os diversos malefícios causados a partir do ato do abandono.

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8

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Apêndice

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