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Valoração ambiental do Parque Estadual de Ibitipoca: um estudo de caso 1

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Academic year: 2021

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Valoração ambiental do Parque Estadual de Ibitipoca: um estudo de

caso

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Carlos Alberto Piacenti2 Fausto Benini3 Aziz Galvão da Silva Junior4 Carlos Alberto Piacenti

Economista, mestre em Economia Rural – UFV, Doutorando em Economia Aplicada – UFV, Professor Assistente da Unioeste/Campus de Toledo – Pr. E-mail: piacenti@unioeste.br, CPF 461.225.406-68

Fausto Benini

Economista, Pós-Graduado em Gestão Empresarial – FGV, aluno especial do DER. E-mail: Faustobenini@uol.com.br, CPF 599.174.316-91

Aziz Galvão da Silva Junior

Engº Agrº, mestre em Economia Rural – UFV, Ph.D. em Administração Rural – Universität Bonn , Professor Adjunto do DER - UFV. E-mail: aziz@ufv.br, CPF 571.759.856-49

Área Temática: 6 - Agricultura e Meio Ambiente Forma de Apresentação: Oral

Apresentação com presidente da sessão e sem a presença de debatedor.

1Artigo relativo à disciplina de ERU-785

2 Economista, mestre em Economia Rural – UFV, Doutorando em Economia Aplicada – UFV, Professor Assistente da

Unioeste/Campus de Toledo – Pr. E-mail: piacenti@unioeste.br, CPF 461.225.406-68

3 Economista, Pós-Graduado em Gestão Empresarial – FGV, aluno especial do DER. E-mail: Faustobenini@uol.com.br,

CPF 599.174.316-91

4 Engº Agrº, mestre em Economia Rural – UFV, Ph.D. em Administração Rural – Universität Bonn , Professor Adjunto

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Valoração ambiental do Parque Estadual de Ibitipoca: um estudo de caso Resumo

O presente estudo teve como objetivo encontrar o valor ambiental do Parque Estadual de Ibitipoca, em Minas Gerais, pela visão de seus visitantes como uma outra via de valoração desse ativo. Sendo que, o valor ambiental do parque foi determinado utilizando-se os conceitos do excedente do consumidor, através de um método indireto dos custos de viagem. Esta experiência tem sido adotada em vários parques da Europa, especialmente os de Valle de Rosandra na Itália, Parque Natural da Defesa do Moncayo, Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido, estes localizados na Espanha. Esse método do custo de viagem apresenta uma série de vieses e apesar dessas restrições, esse método é um instrumento valioso para definir e justificar as ações de investimentos em sítios naturais, principalmente para definir as taxas de admissão ao parque e outras formas de contribuição para a utilização de serviços recreacionais específicos.

Palavras-chave: valoração ambiental, custos de viagem, excedente do consumidor, Ibitipoca

Valoração ambiental do Parque Estadual de Ibitipoca: um estudo de caso

1 - Introdução

No mundo inteiro é crescente a demanda pelos roteiros de viagens que incluem áreas naturais protegidas e essas áreas constituem-se em verdadeiras amostras dos ecossistemas naturais. No Brasil, essas unidades de conservação têm tido um papel fundamental na promoção do chamado turismo ecológico, que consiste no turismo de visitação de áreas naturais não-contaminadas e isoladas, com o objetivo específico de estudo, além de apreciação da paisagem, das plantas e animais e também recreação, bem como qualquer manifestação cultural existente nessa área.

Desta forma, um dos grandes aliados para o crescimento do turismo ecológico são as criações constantes de novas áreas protegidas para que as mesmas promovam uma crescente onda de educação ambiental. Essas áreas de proteção ambiental são os Parques (Nacionais, Estaduais e Municipais), as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, as Florestas Nacionais e as Reservas Extrativistas.

De acordo com CLAWSON e KNETSCH (1974), citados por BONTEMPO (1994) os espaços verdes de recreação são classificados com base nas características físicas da área, utilização, história e administração e são divididos em três categorias:

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a) Áreas típicas de recreação – Têm como característica principal a proximidade dos usuários. A utilização destas áreas está diretamente ligada ao tempo livre de cada dia. São locais para esportes, piqueniques, passeio e áreas como zoológicos e jardins botânicos.

b) Áreas de preservação – Destacam-se nestas áreas os recursos físicos, como sítios históricos e naturais. Localizam-se normalmente a uma distância razoável dos centros urbanos, exigindo-se assim maiores gastos de tempo e recursos para viagem e visitação. Referem-se aos monumentos naturais, orlas marítimas e lacustres, parques nacionais, dentre outras unidades de conservação.

c) Áreas intermediárias – São áreas utilizadas tipicamente para a recreação de um dia ou para o final de semana. A visitação desses espaços requer menos tempo e menor gasto com deslocamento. Como exemplo, pode-se citar os parques estaduais e municipais.

A utilização dessas áreas está diretamente relacionada à quantidade e disponibilidade do tempo e de recursos que cada pessoa pode dispor nesses passeios, mantendo um estreita relação com o fator tempo, além de outros fatores importantes, como a localização e os atrativos ecológicos do local.

1.1 - Parque florestal de Ibitipoca

O Parque Estadual do Ibitipoca situa-se no sudeste do estado de Minas Gerais no município de Lima Duarte e apresenta em seus 1.488 hectares, diversas variedades de grutas, cachoeiras, lagos, picos e muito verde. Para que seja possível conhecer todos os pontos turísticos do parque são necessários de três a quatro dias de caminhada para se apreciar toda sua beleza exótica e seus campos rupestres que contrastam com as águas "cor de ferrugem", uma preciosidade incrustada num dos pontos mais altos da Serra da Mantiqueira.

Criado em 04/07/1973, o parque é administrado pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais. Sua única portaria fica a 3 Km do Arraial de Conceição do Ibitipoca e a 30 Km de Lima Duarte-MG. Possui um alto índice de biodiversidade e é o habitat natural de espécies em extinção: bugios e barbados. A onça parda e o lobo-guará passeiam entre as Candeias (árvore tradicional do parque), as bromélias e orquídeas. O parque foi criado com o objetivo de garantir a preservação do ecossistema, possibilitar a realização de estudos e pesquisas científicas e oferecer condições para o turismo e a conscientização ambiental.

De formação quartzítica é de conhecimento de todos os pesquisadores a fragilidade do solo do parque. Em sua pesquisa (ROCHA, 2000), classificou os solos do parque em relação à fragilidade e constatou que nas partes nordeste, central e sudoeste do parque estão os mais altos níveis de fragilidade e que as trilhas não vinham suportando o grande fluxo de turistas.

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Segundo ROCHA (2000), nos últimos dez anos, Conceição do Ibitipoca passou a receber um grande número de turistas, chegando a acolher até 7.826 visitantes em fevereiro de 1999. Nesse ano, o Parque Estadual do Ibitipoca já recebia por ano um número de visitantes superior à capacidade de sua área e as trilhas pisoteadas, além de lixo por toda parte eram as conseqüências mais evidentes dessa pressão sobre o parque.

Visando reduzir os impactos ambientais na área do parque e dar continuidade à implementação de medidas corretivas e preventivas e além dos estudos que visassem o pleno restabelecimento dos atributos naturais e da biodiversidade do parque, diversas ações foram colocadas em prática e umas das mais importantes foi a publicação da PORTARIA nº 92 de 06 de agosto de 2001, que estabeleceu a limitação de 300 visitantes ao dia, de segunda a sexta e de 800 visitantes aos sábados, domingos e feriados prolongados. Posteriormente, a PORTARIA nº 36 de 03/03/03 que aumentou os valores dos ingressos de R$ 5,00 para R$ 15,00 em feriados nacionais e de R$ 5,00 para R$ 10,00 em fins de semana. Também foram limitadas as quantidades de barracas dos campistas: 10 barracas nos dias de semana e 15 nos fins de semana e feriados prolongados. O número de vagas no estacionamento do parque também ficou limitado em 30 carros em qualquer dia.

2 - Abordagem do problema

Para objeto de valoração ambiental, procurou-se buscar uma entidade existente na região da zona da mata de Minas Gerais que oferecesse um conjunto de informações adequadas e, de que o levantamento de dados pudesse ser feito nos meses de janeiro e fevereiro de 2005. Foi eleito como pesquisa piloto, o Parque Estadual de Ibitipoca, que tem como atrativo diversas variedades de grutas, cachoeiras, lagos, picos e muito verde, os quais podem ser apreciados através de passeios com caminhadas ecológicas.

O principal objetivo dessa pesquisa é encontrar um valor ambiental do parque, usando os conceitos do excedente do consumidor, através de um método indireto dos custos de viagem. Esta experiência tem sido adotada em vários parques da Europa, especialmente os de Valle de Rosandra na Itália, Parque Natural da Defesa do Moncayo, Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido, estes localizados na Espanha.

3 – Aspectos metodológicos 3.1- Ecoturismo

O ecoturismo também chamado de turismo ecológico é o tipo de turismo praticado por pessoas que, em geral, aceitam as condições nada convencionais com maior facilidade do que o turista tradicional.

FENNELL e EAGLES (1990) descrevem o turismo ecológico em relação a uma viagem turística e uma aventura, tentando estabelecer algumas diretrizes para classificar as diferentes experiências de cada viagem. Ambos sugerem a seguinte classificação:

a) Viagem de Aventura – caracteriza-se pela incerteza e pela ausência de segurança. Um alto grau de preparação e de responsabilidade pessoal é fundamental para o controle dos temores dessa experiência.

b) Viagem Turística - caracteriza-se pelo baixo nível de preparação ou treinamento exigidos nesse tipo de viagem.

c) Ecoturismo – Tal experiência cobre todo o espectro das atividades anteriores, da aventura à viagem turística. Combinam-se objetivos educacionais e atividades físicas. Responsabilidade e preparação pessoal são importantes. As expectativas variam de acordo com as motivações pessoais. Com base nessas características, o

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ecoturismo é uma experiência altamente pessoal e os benefícios individuais acontecem em diferentes níveis.

A partir desse referencial considerou-se o visitante do Parque Estadual do Ibitipoca como ecoturista, ou seja, aquele indivíduo que visita áreas naturais protegidas, cuja escolha é motivada por várias razões, e sua interação com o meio se dá desde uma observação casual até uma abordagem cientifica dos elementos naturais.

3. 2 - Valoração ambiental

Nesta seção serão apresentados os principais métodos de valoração econômica do meio ambiente, seguidos de indicações que possibilitem o entendimento de como eles são aplicados.

O grau de precisão do valor econômico calculado é função da metodologia, das externalidades consideradas e das hipóteses sobre o comportamento do consumidor dentre outros fatores. Assim, é necessário que o usuário destas metodologias conheça e explicite com exatidão os limites dos valores estimados e o grau de validade de suas mensurações para o fim desejado.

3.3 – Natureza e Classificação dos Valores Ambientais

O valor econômico dos recursos ambientais via de regra não é observado no mercado por intermédio do sistema de preços. Mesmo assim, seu valor econômico deriva de seus atributos, e da forma como estes atributos podem estar ou não associados a um uso.

MOTTA (1998) desagrega o Valor Econômico do Recurso Ambiental (VERA) em Valor de Uso (VU) e Valor de Não-Uso (VNU), equação i:

VERA=(VUD+VUI +VO)+VE (i)

onde:

a) Valor de Uso (VU) – é definido como o valor que os indivíduos atribuem a um recurso ambiental pelo seu uso presente ou pelo seu potencial de uso futuro, podendo este ser subdividido em três categorias:

o Valor de Uso Direto (VUD) – valor que os indivíduos atribuem a um recurso ambiental em função do bem-estar que ele proporciona através do uso direto. Por exemplo, na forma de extração, de visitação ou outra atividade de produção ou consumo direto.

o Valor de Uso Indireto (VUI) – valor que os indivíduos atribuem a um recurso ambiental quando o benefício do seu uso deriva de funções ecossistêmicas. Por exemplo, a contenção de erosão, o estoque de carbono retido nas florestas tropicais.

o Valor de Opção (VO) – valor que os indivíduos estão dispostos a pagar para manterem a opção de um dia fazer uso, de forma direta ou indireta, do recurso ambiental. Por exemplo, o benefício advindo de fármacos desenvolvidos com base em propriedades medicinais, ainda não descobertas, de plantas de florestas tropicais.

b) Valor de não uso (VNU) ou valor de existência (VE) - valor que está dissociado do uso (embora represente o consumo ambiental) e deriva de uma posição moral, cultural ou ética ou altruística em relação aos direitos de existência de espécies

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não-humanas ou de preservação de outras riquezas naturais, mesmo que estas não representem uso atual ou futuro para o indivíduo.

O Quadro 1 apresenta uma síntese da classificação dada aos valores do meio ambiente.

Fonte: ELETROBRÁS, 2000.

3.4 - Método de quantificação da variação do bem-estar.

Com o objetivo de estimar “preços” para os recursos ambientais e, dessa forma, fornecer subsídios técnicos para sua exploração racional, os fundamentos da teoria neoclássica do bem-estar, são inseridos nos métodos de valoração econômica ambiental.

A quantificação na variação do bem-estar é medida através do excedente do consumidor, conceito microeconômico muito utilizado. Os consumidores adquirem mercadorias porque tais aquisições lhes proporcionam maior bem-estar. O excedente do consumidor mede quão maior será o bem-estar das pessoas em conjunto, por poderem adquirir um produto no mercado.

Pelo fato de diferentes consumidores atribuírem valores diferenciados ao consumo de cada mercadoria, o valor máximo que estariam dispostos a pagar por tais mercadorias também seria diferenciado. Logo, o excedente do consumidor é a diferença entre o preço que um consumidor estaria disposto a pagar por uma mercadoria e o preço que realmente paga ao adquirir tal mercadoria, ou seja, corresponde ao benefício total obtido pelo consumo de um determinado produto, subtraído do custo total de sua aquisição.

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Em termos analíticos conforme SEBOLD, (2004), pode-se determinar o excedente da seguinte forma:

a) Desejo Total (DT) de pagar do consumidor:

=

(ii) o q

dq

q

f

DT

0

)

(

b) Dispêndio Real (DR): DR=P0 * Q0 (iii) c) Excedente do Consumidor (EC):

=

− (iv) o q Q P dq q f EC 0 0 0. ) (

3.5 - Metodologias de valoração econômica do meio ambiente

O objetivo de valorar economicamente um recurso ambiental consiste em medir em quanto melhorou ou piorou o bem-estar das pessoas devido às mudanças na quantidade de bens e serviços ambientais, seja na apropriação por uso ou não.

Os métodos de valoração ambiental atenderão a este objetivo na medida em que forem capazes de captar estas distintas parcelas de valor econômico do recurso ambiental. Todavia, todos os métodos apresentam algumas limitações na cobertura desses valores, fato esse que requer prudência na sua utilização (MOTTA,1998).

Cabe ao pesquisador que valora explicitar com exatidão os limites dos valores estimados e o grau de validade de suas mensurações para o fim desejado, sendo que a adoção de cada método dependerá do objetivo da valoração, das hipóteses assumidas, da disponibilidade de dados e do conhecimento da dinâmica ecológica do objeto que está sendo valorado.

O Quadro 2 apresenta os métodos de valoração ambiental agrupados em duas grandes categorias: métodos diretos e indiretos.

Os métodos indiretos procuram identificar se um bem ou serviço privado é afetado indiretamente pela degradação, e os métodos diretos, ao contrário, utilizam mercados substitutos ou mercados hipotéticos para medir diretamente a demanda pela qualidade ambiental. Desta forma os métodos diretos de valoração procuram revelar as preferências através de situações reais (métodos de preços hedônicos e de custo de viagem) ou através de situações hipotéticas (método da valoração contingente).

Como o presente estudo tem como finalidade determinar a valoração do ponto de vista recreacional dos visitantes do Parque Estadual de Ibitipoca, este estudo irá se ater ao custo de viagem, os quais poderão determinar uma aproximação da disposição a pagar destes em relação aos benefícios recreacionais.

3.5.1– Método de custo de viagem

O método do custo de viagem estima a demanda por um sítio natural com base na demanda de atividades recreacionais ou serviços ambientais que este sítio pode proporcionar. A curva da demanda destas atividades se baseia nos custos incorridos pelos

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QUADRO 2 – Métodos de valoração ambiental

Fonte: Eletrobrás, 2000.

usuários para acessá-lo. Representa, portanto, o custo de visitação a um sítio natural específico, que pode ser considerado como a máxima disposição a pagar do usuário pelos serviços ambientais.

Este método surgiu de trabalhos realizados nos Estados Unidos para medir os benefícios proporcionados pelos locais de recreação ao ar livre (SMITH, 1989), onde o valor monetário agregado à recreação proporcionada por um recurso natural é estimado a partir de uma curva de demanda em função das atividades recreacionais do sítio natural. Para a construção da curva de demanda, considera-se que as oportunidades de lazer estarão condicionadas, principalmente, às opções de lazer sucedâneas dos consumidores, ao tempo e ao dinheiro disponível para tais atividades.

A identificação do uso efetivo de locais de recreação pode ser mensurado normalmente durante visitas de turistas que são entrevistados na área de lazer. Os questionários focalizam informações referentes ao local de estada do visitante, distância viajada, cidade onde tem residência fixa, freqüência e custo de viagem das visitas.

A partir destes dados, estima-se a taxa de visitação Vi (visitantes por mil habitantes por ano, por exemplo) de cada zona residencial da amostra para correlacioná-la em termos estatísticos com os dados de custo médio de viagem de cada zona residencial (CV) da amostra e as outras variáveis sócio-econômicas (usadas como proxis para indicar preferências) da zona em questão Si, conforme - equação (v).

) ... , , ( 1 2 n i f CV S S S V = (v) Onde,

Vi = corresponde a taxa de visitação de habitantes de cada área i;

CV = corresponde ao custo médio de viagem para um habitante da área i até ao parque; S = corresponde a variáveis sócio-econômicas dos entrevistados.

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Derivando-se f em relação à variação de CV para cada área, a curva da demanda gerada f' medirá a redução (ou aumento) do número de visitantes quando se aumenta (ou diminui) o custo de viagem.

A área abaixo da curva de demanda é a medida do excedente do consumidor. Ela deve mensurar a disponibilidade que o usuário tem a pagar pelos serviços ambientais de recreação.

3.5.2 - Aplicação da metodologia do custo de viagem 1ª etapa: Determinação do número de visitantes (Vi).

Para estimar os custos de viagem incorridos pelos turistas (visitantes) dos parques (sítios naturais), é necessário realizar uma análise da freqüência de visitação ao parque. Nesse sentido, o número total de visitantes (Vi) pode ser mensurado usando um questionário durante os dias da semana e finais de semana. A amostra de entrevistados pode ser dividida em grupos (ou zonas), segundo os diferentes locais ou distritos administrativos, onde o entrevistado é residente, a fim de determinar o ponto (lugar) de origem dos visitantes. Podemos escolher uma amostra representativa de cada localidade. 2ª etapa: Determinação da taxa de visitação ao parque (TVi).

Conhecendo o número de pessoas que reside nas diferentes regiões, pode-se obter a

taxa de visitação ao parque, ou seja, a razão entre o número de visitantes e a população residente na região. A taxa de visitação indica que percentagem de pessoas de cada região visita o parque a cada período (nesse caso, férias de final do ano).

Uma forma simples de se determinar a taxa de visitação é sugerida por DIXON & HUFSCHMIDT (1990). A taxa de visitação é calculada para cada 1000 pessoas de diferentes regiões - equação (vi):

[

(

)

]

P N n V ano TV i i 1000 . . / ) / 1000 / ( = (vi) Onde,

TVi/1000 = corresponde à taxa de visitação para cada 1000 pessoas da região em um ano;

Vi = corresponde ao número de visitantes da região i; n = corresponde ao tamanho da amostra de entrevistados; N = corresponde ao número de visitantes por ano; P = corresponde à população total da região i. 3ª etapa: Determinação do custo total de viagem (CV).

O custo total de viagem (CV) pode ser dividido em dois outros custos: o custo de viagem gasto com locomoção até o local de visitação (CL) e o custo de permanência (CP).

O custo de locomoção (CL) para um visitante que vai ao parque é dado pelo consumo de combustível de sua cidade até ao local de. O custo de permanência é composto pelos gastos com hospedagem, alimentação, entrada no parque e os gastos extras de viagem. Outro item de custo, o custo do tempo, que via de regra é avaliado, não foi considerado, nesse estudo, devido à metodologia de coleta de dados.

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4ª etapa: Determinação da curva de demanda por visitação para as atividades recreacionais do sítio natural.

A construção da função de demanda por visitação, segundo cada região, utilizará diferentes valores para a taxa de admissão5 ao parque. Na verdade, a função de demanda é

determinada de forma a medir como a taxa de visitação varia quando se altera a taxa de admissão do parque. A curva de demanda agregada do parque pode ser derivada através da soma horizontal de curvas estimadas para cada região. Produziremos assim, uma curva de demanda de visitação para um sítio natural a partir da taxa de visitação prevista e a disposição a pagar por uma taxa de admissão ao parque.

5ª etapa: Valor recreacional do parque.

Variando a taxa de admissão ao parque, são encontrados diversos pontos da curva de demanda. A área sob esta curva representa todo o excedente do consumidor, que reflete o valor de uso ou valor recreacional do parque baseado na análise de custo de viagem. Portanto, o valor à atividade recreacional pode ser estimado através do cálculo da relação entre a variação na taxa de visita e o aumento na taxa de admissão ao parque.

O exemplo da aplicação deste método foi o estudo sobre a contribuição do valor recreacional do parque público de Lumpinee em Bangkok na Tailândia (DIXON & HUFSCHMIDT, 1990) atribuído pelos indivíduos que utilizam a área na busca de espaços abertos e amenidades recreacionais. O método do custo de viagem utilizou, nesse caso, informações sobre os gastos monetários e o tempo incorrido pelos visitantes do parque para estimar a curva de demanda pelo seu uso. As estimativas encontradas com a aplicação deste método indicam que o valor de uso deste parque seria de, aproximadamente, 13,2 milhões de dólares em 1980.

3.5.3 – Principais vieses do método do custo de viagem6

Este método capta valores de uso direto e indireto os quais estão associados a um determinado sítio natural. Não considera os valores de opção e existência daquelas pessoas que, apesar de atribuírem estes valores ao sítio em questão, não o freqüentam.

O método do custo de viagem se apresenta como uma metodologia muito prática em locais onde há o controle do fluxo turístico, porém quando aplicada em países como o Brasil, onde não há o reconhecimento do potencial turístico de áreas naturais, localizadas fora de parques nacionais, estaduais ou municipais, pode-se tornar extremamente trabalhosa. Haveria, então, a necessidade de montar uma equipe especializada para a preparação e aplicação dos questionários, demandando investimento significativo de tempo e dinheiro.

No caso de ocorrerem variações da oferta dos serviços de recreação, deve-se calcular uma função f para o sítio natural que apresenta distintos serviços ambientais que possam ser utilizados pelos visitantes do sítio.

A curva de demanda por classes de renda pode sofrer alterações para permitir a agregação de diferentes excedentes do consumidor, o que requer esforços de pesquisa e de transformações econométricas.

5A taxa de admissão é somada ao custo total de viagem que, por sua vez, incorpora os gastos monetários incorridos na

viagem.

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A valoração do tempo também é tarefa bastante sofisticada. Um indicador que pode ser utilizado é a renda per capita – salário do visitante - para o custo de oportunidade do lazer. No entanto, surgem distorções no mercado de trabalho que indicam que os salários podem superavaliar o custo do lazer e afetar consideravelmente as estimativas deste método.

Outra questão a ser considerada diz respeito à possibilidade do visitante aproveitar a viagem para visitar outros locais. Esta atitude demonstra um comportamento que merece ajustes necessários.

Apesar das restrições mencionadas, o método do custo de viagem é um instrumento valioso para definir e justificar as ações de investimentos em sítios naturais, principalmente para definir as taxas de admissão ao parque e outras formas de contribuição para utilização de serviços recreacionais específicos.

4 – Coleta dos dados

A metodologia proposta e aplicada em vários parques europeus anteriormente citados, leva em conta uma pesquisa de dois anos para se ter uma medida da valoração ambiental. Como a presente proposição tinha interesse em aferir a consistência do método e para satisfazer um compromisso disciplinar do curso de Pós Graduação em Economia Aplicada do DER da UFV, a pesquisa limitou-se a um período de dois meses junto ao parque em estudo. Os dados foram obtidos através de levantamento junto ao livro de registro de visitantes do parque, o qual compreendeu o período de visitação de janeiro a fevereiro de 2005, totalizando 769 visitantes, dos 29 estrangeiros das mais diversas nacionalidades. A distribuição nesse período, por localidades, está no Quadro 3.

Quadro 3 – Número de visitantes do Parque de Ibitipoca, no período de jan/fev/05, por município.

Município Nº Município Nº Município Nº Diadema 2 Rezende 7 Visconde Rio Branco 1 Cabo Frio 2 Itajubá 2 Volta Redonda 1

São Paulo 77 Valença 10 Ubá 14

Pouso Alegre 1 Ouro Preto 2 Cataguases 4

Itabirito 2 Niterói 43 Tocantins 1

Santa Luzia 1 Rio de Janeiro 235 São Gonçalo 9 Barra Mansa 1 Viçosa 2 Piraúba 2 Barra do Piraí 1 Seropédica 2 Bicas 2 Belo Horizonte 81 São João Del Rey 3 Rio Pomba 9 Ouro Fino 2 Muriaé 1 Mar de Espanha 2 Ponte Nova 1 Sapucaia 2 Três Rios 4

Petrópolis 21 Vespasiano 1 Tabuleiro 5 Juiz de Fora 131 Campestre 2 Outros 47

Guarani 3 Santos Dumont 1 Estrangeiros 29

Fonte : dados da pesquisa 5 – Análise dos Dados

Dos municípios com maior proximidade do parque, Juiz de Fora foi o que teve uma relativa representatividade, uma vez que as demais localidades próximas, muito pouco ou mesmo nada, poderiam contribuir para uma análise estatística apropriada, em razão da exigüidade do número de visitas e os estrangeiros não foram considerados devido a falta de dados mais consistentes.

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Quadro 4 – Distribuição da distância e dos gastos por indivíduos e o número de visitas por ano

Fonte: dados da pesquisa

Cidades Distância ao Parque(a) Gasto /km(b) Consumo dia( c) Consumo total d=(b+c) Visita por ano (e) Juiz de Fora 160 18,40 108,20 126,60 4,00 Santos Dumont 232 26,68 109,64 136,32 2,76 Guarani 256 29,44 110,12 139,56 2,50 Tabuleiro 272 31,28 110,44 141,72 2,39 Três Rios 280 32,20 110,60 142,80 2,35 Mar de Espanha 290 33,35 110,80 144,15 2,29 Volta Redonda 268 30,82 110,36 141,18 2,21 Rio Pomba 304 34,96 111,08 146,04 2,11 Bicas 320 36,80 111,40 148,20 2,00 Piraúba 338 38,87 111,76 150,63 1,89 São Gonçalo 360 41,40 112,20 153,60 1,78 Tocantins 364 41,86 112,28 154,14 1,76 Cataguases 372 42,78 112,44 155,22 1,72 Ubá 376 43,24 112,52 155,76 1,70

Visconde Rio Branco 408 46,92 113,16 160,08 1,57

Petrópolis 412 47,38 113,24 160,62 1,55

Campestre 430 49,45 113,60 163,05 1,49

Vespasiano 434 49,91 113,68 163,59 1,47

Sapucaia 450 51,75 114,00 165,75 1,42

Muriaé 462 53,13 114,24 167,37 1,39

São João Del Rey 488 56,12 114,76 170,88 1,31

Seropédica 496 57,04 114,92 171,96 1,29 Viçosa 520 59,80 115,40 175,20 1,23 Rio de Janeiro 540 62,10 115,80 177,90 1,19 Niterói 590 67,85 116,80 184,65 1,08 Ouro Preto 628 72,22 117,56 189,78 1,02 Valença 632 72,68 117,64 190,32 1,01 Itajubá 640 73,60 117,80 191,40 1,00 Rezende 652 74,98 118,04 193,02 0,98 Ponte Nova 674 77,51 118,48 195,99 0,95 Ouro Fino 700 80,50 119,00 199,50 0,91 Belo Horizonte 720 82,80 119,40 202,20 0,89 Barra do Piraí 736 84,64 119,72 204,36 0,87 Barra Mansa 756 86,94 120,12 207,06 0,85 Santa Luzia 772 88,78 120,44 209,22 0,83 Itabirito 792 91,08 120,84 211,92 0,81 Pouso Alegre 836 96,14 121,72 217,86 0,77 São Paulo 840 96,60 121,80 218,40 0,76 Cabo Frio 860 98,90 122,20 221,10 0,74 Diadema 874 100,51 122,48 222,99 0,73 Outros (+ de 1000KM) 1000 115,00 125,00 240,00 0,64

Juiz de Fora teve uma média de dispêndio de permanência por visitante de R$ 105,00, sendo esse valor composto de hospedagem, alimentação e entrada no parque. Nesse estudo está sendo considerado uma média de 4 visitas por ano relativa aos moradores de Juiz de Fora. Esse número foi baseado nas informações dos donos de pousadas e também do próprio parque que, segundo dados internos o pico de visitação se dá nos feriados prolongados (Reveillon, Carnaval, Semana Santa e Corpus Christi). A partir dessas informações foi montado o Quadro 4, onde a coluna de distância foi elaborada com base nos dados de mapas rodoviários, guias e prefeituras municipais de forma

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aproximada. O gasto por Km foi calculado com base na média de 10 Km/litro, sendo que o custo do litro de gasolina considerado foi de R$ 2,30, e nesse item também foi considerado que cada veículo transporta pelo menos duas pessoas, uma vez que 75% das hospedagens são de casais e desta forma, o custo de locomoção foi dividido por 2. Os dados de permanência dia da coluna (c) é composto pelo dispêndio do visitante de Juiz de Fora mais um adicional baseados no consumo de cada individuo no decorrer da viagem. Nesse caso, o valor foi de R$ 5,00 para cada 250Km, assumindo, portanto que das localidades mais distantes o visitante irá consumir mais dada a proporção de distância percorrida.

Na coluna (d) tem-se o dispêndio total e na coluna f, se inferiu como padrão às visitas dos moradores de Juiz de Fora ao parque, considerada de 4. Neste caso tem-se uma função inversa das distâncias para as demais localidades. Isto é, quanto maior a distância, menor será o interesse das visitas ao parque, durante um ano. Manuseados de maneira estatisticamente adequada, esses dados levarão a uma função de demanda marshaliana, dada por:

) (N

f

C= (vii)

onde C representa o custo médio da família visitante e N o número médio de visitas por família. Por sua vez, para o ajustamento estatístico apropriado, a função típica de demanda será:

t N

C=α − (viii)

onde, α será o parâmetro da função, N a variável e t a taxa de incremento da função. Para cálculo da área sob uma função de caráter contínuo, deverá se integrar a função de demanda definida: dN N V v t

− α (ix)

onde, v limite inferior e V limite superior do número de visitas N por visitante/ano.

Aplicando-se as técnicas de ajustamento funcional aos dados do Quadro 4, colunas (d) e (e), obtém-se a função de demanda dos serviços recreativos do parque objeto deste estudo:

− = 4 64 , 0 3694 , 0 98 , 192 N C (x)

A representação gráfica da equação (x) nos levará à Figura 1. Observa-se que a área hachurada representa o excedente do consumidor e está delimitada pelo número de visitas ao parque por ano que pode variar de 0,64 a 4. Por sua vez, integrando-se a função de demanda representada pela equação (x) dentro dos limites representados pelo número de visitas ao parque, calcula-se a área que representa o excedente do consumidor, nesse caso, do visitante.

No Quadro 5 tem-se as populações dos municípios que foram obtidas do IBGE (2005), referente ao censo do ano 2000. Na coluna Família Média, considerou-se para todos os municípios o padrão de Juiz de Fora, que é de 3,75 pessoas. Desta forma, calculou-se o grupo familiar pela razão entre a população e a família média de cada município.

(14)

Figura 1 - Área do excedente do consumidor

0,64 4,00

Nº de Viagens por ano

área do excedente do consumidor 240 126,6 Dis pêndio total

Fonte: dados da pesquisa

A coluna do Excedente do Consumidor, refere-se à aplicação da equação (iv) para cada município, considerando o valor efetivamente pago. Desta forma, o excedente total da cada município é igual o potencial de grupos familiares do município vezes o excedente de consumo por família desse município. Por exemplo, para Juiz de Fora tem-se R$ 642,07 x

131467 = R$ 84.411.016,69. Desta forma, a soma de todos os municípios leva a um montante de R$ 597.790.879,88 por ano de excedente dos consumidores, efetivamente gastos tanto em

deslocamento como em permanência na área entorno do próprio parque. Entretanto, a medida do desejo total dos consumidores, seria o valor médio, que é dado pela equação (x), que calculado em toda sua área pela integração, nos daria um valor de:

1067,45 $ 98 , 192 4 64 , 0 3694 , 0 R N C=

− =

A cifra que se obteve através da equação (x) e representa o desejo total médio de pagar, por grupo familiar de todos os municípios considerados. Portanto, multiplicando esta cifra pelo número total de grupos familiares que desejam ir ao parque (soma dos elementos da coluna – Grupos Familiares) obtém-se: R$ 1.067,45 x 6.434.373 = R$ 6.868.341.271,66. Esta última cifra, é um indicador monetário do “desejo” total estimado, dos visitantes potenciais das origens consideradas em “pagar”, revelado pelos visitantes reais através de seus custos de deslocamento e consumo no Parque Estadual de Ibitipoca.

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Quadro 5 – População e número de grupos familiares e excedente total dos municípios considerados na amostra.

Municípios População Famíliar(b/c) Grupo Excedente do Grupo ( R$) Excedente Total (R$) Juiz de Fora 493000 131467 642,07 84410704,48 Santos Dumont 4000 1067 450,10 480111,04 Guarani 9000 2400 404,75 971388,24 Volta Redonda 253000 67467 384,72 25955676,60 Tabuleiro 5000 1333 377,94 503924,63 Três Rios 75000 20000 365,43 7308631,76 Mar de Espanha 11000 2933 350,55 1028269,59 Rio Pomba 17000 4533 331,00 1500516,48 Bicas 14000 3733 310,31 1158482,92 Pirauba 12000 3200 288,90 924477,31 São Gonçalo 948000 252800 265,07 67010695,62 Tocantins 16000 4267 260,99 1113563,75 Cataguases 67000 17867 253,04 4520975,74 Ubá 94000 25067 249,17 6245776,95

Visconde Rio Branco 35000 9333 26,88 250908,19 Petrópolis 302000 80533 26,33 2120801,59

Campestre 22000 5867 23,97 140615,19

Vespasiano 91000 24267 23,46 569415,13

Sapucaia 18000 4800 21,53 103334,43

Muriaé 98000 26133 20,15 526688,61

São João Del Rey 82000 21867 17,39 380362,08

Seropédica 73000 19467 16,60 323198,44 Viçosa 72000 19200 14,38 276059,50 Rio de Janeiro 6051000 1613600 12,69 20473692,24 Niterói 471000 125600 9,05 1137137,25 Ouro Preto 66000 17600 6,80 119599,49 Valença 69000 18400 6,58 121085,74 Itajubá 88000 23467 6,16 144646,23 Rezende 115000 30667 5,57 170788,39 Ponte Nova 57000 15200 4,57 69468,32 Ouro Fino 29000 7733 3,53 27327,69 Belo Horizonte 2350000 626667 2,84 1777204,55 Barra do Piraí 93000 24800 2,34 57946,98 Barra Mansa 174000 46400 1,78 82695,38 Santa Luzia 20900 5573 1,39 7758,82 Itabirito 41000 10933 0,97 10583,79 Pouso Alegre 119000 31733 0,27 8473,26 São Paulo 10840000 2890667 0,22 630802,49 Cabo Frio 154000 41067 0,01 391,54 Outros - - 0,00 0,00

Fonte: dados da pesquisa

6 – CONCLUSÃO

Na maior parte das aplicações reais do método de custo de viagem zonal, a função de demanda utilizada é algo mais complexo ao considerar diferentes variáveis exógenas de natureza sócio-econômica. Ainda que este fato conduza a um tratamento econométrico mais complexo, a estrutura analítica do processo não se afasta do essencial da metodologia exposta.

(16)

A análise se restringiu a uma amostra de 740 visitantes brasileiros que fizeram seu registro junto ao centro de visitação do parque e não foram considerados os registros de turistas estrangeiros. Dado o universo de visitantes das mais distantes localidades do Brasil, esse trabalho conclui pelo inestimável valor que esse parque tem não apenas para os moradores da região mas também para a grande maioria dos moradores da região Sudeste. A sua importância e suas belezas naturais atraem visitantes, inclusive, de lugares onde também existem atrativos naturais tais como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Niterói e municípios com mais de 1000 Km de distância. Conforme se observa no Quadro 3 é considerável o grande número de visitantes desses municípios.

Esses números demonstram que as medidas tomadas pela administração do parque, que elevou o valor do ingresso e restringiu algumas áreas de visitação, praticamente não afetou o número de visitantes, pois para esses o valor acrescido pouco ou quase nada interfere na sua decisão de visitar o parque, porque o que é realmente importante é a manutenção e a permanência do parque com todas as suas belezas naturais, permitindo desta forma que eles possam continuar usufruindo desse legado.

7 - Bibliografia

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