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Ana Paula Magno Pinto

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Academic year: 2021

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UM PATRIMÔNIO CULTURAL DA ZONA DA MATA:

HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO DE RIO POMBA, MG.

A cultural heritage of the Forest Zone:

São Vicente de Paulo Hospital of Rio Pomba, MG.

Ana Paula Magno Pinto

Mestre em Memória Social e Documento pela Universidade do Rio de Janeiro – UNIRIO Pós-Graduada em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e Da Saúde - FIOCRUZ Bacharel e Licenciada em História – UGF Professora dos Cursos de História e Arquitetura da Universidade Gama Filho – UGF

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Resumo

O artigo tem como objetivo evidenciar as condições do Hospital São Vicente de Paulo, em Rio Pomba, Minas Gerais, como um patrimônio cultural. Entendendo a memória e o patrimônio como aspectos de construtores da cidadania, apresenta o processo do surgimento do hospital, assim como os atores nele envolvidos, revelando relações sociais específicas da região. Analisa a importância da região da Zona da Mata mineira para a economia e para a política do país no período e a presença da ordem vicentina na sociedade, desenvolvendo a filantropia. Relaciona o hospital ao contexto histórico do final da década de 1930, momento em que se estabelece a legitimação da medicina científica e o higienismo, conscientizando a população local, mudando seus hábitos e estabelecendo aspectos de sua identidade. Através de sua arquitetura, numa linguagem simbólica, une a tradição ao moderno, tornando-se um monumento na cidade, merecendo ações de preservação que devem ir além do reconhecimento popular.

Palavras-chave: 1. Patrimônio Cultural; 2. Zona da Mata mineira; 3. Hospital São Vicente

de Paulo.

Abstract

The article aims to highlight the conditions of São Vicente de Paulo Hospital, in Rio Pomba, Minas Gerais, as a cultural heritage. Understanding how memory and heritage like aspects of builders of citizenship, presents the process in the appearance of the hospital, as well as the actors involved in it, revealing specific social relations in the region. Analyzes the importance of the “Zona da Mata” of Minas Gerais to the economy and the country's politics in the period and the presence of the Vincentian order in society, developing philanthropy. Lists the hospital to the historical context of the late 1930s, when it establishes the legitimacy of scientific medicine and hygienist, sensitizing the local population, changing their habits and ways of establishing your identity. Through its architecture, a symbolic language, unites the modern tradition, becoming a monument in the city, deserving of preservation actions that go beyond popular recognition.

Key- words: 1. Cultural heritage; 2. Zona da Mata of Minas Gerais; 3. São Vicente de Paulo Hospital.

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Introdução

O objetivo deste artigo é analisar o processo de criação do Hospital São Vicente de Paulo, relacionando-o às características particulares do contexto político da época, a diversidade de atores envolvidos na sua concepção, para evidenciar sua condição de patrimônio cultural, contribuindo com as pesquisas sobre a história da saúde no Brasil e para as recentes concepções acerca do hospital como patrimônio cultural, refletindo sobre as possibilidades de preservação de sua arquitetura. Esse trabalho não pretende esgotar as informações sobre o processo de criação do hospital, mas contribuir com algumas reflexões que relacionem ao fato de ele ser reconhecido pela população, estabelecendo a identidade e o sentimento de pertencimento dessa população e que garantem sua preservação. A metodologia utilizada neste estudo de caso usou o recurso da microanálise, procurando inverter o processo decorrente da aplicação de um modelo global na pesquisa de objetos específicos, para permitir a observação de realidades plurais, conforme Revel (1998).

O patrimônio histórico e cultural tem sido objeto de recentes reflexões sob diversas áreas do conhecimento e sobre o patrimônio edificado para a saúde, e percebemos uma crescente preocupação relacionada tanto a sua preservação quanto a necessidade de se compreender a organização das populações na sua construção, seja em relação ao trabalho realizado ou em relação aos valores estabelecidos em bens simbólicos.

Ao analisarmos o patrimônio, nos deparamos com questões de ordem conceitual, mas neste artigo, o conceito de patrimônio é utilizado conforme Pelegrini (2007):

quando nos referimos ao conceito de patrimônio, apreendido como expressão mais profunda da “alma dos povos” e como “legado vivo” que recebemos do passado, vivemos no presente e transmitimos às gerações futuras, admitimos que o patrimônio é historicamente construído e conjuga o sentido de pertencimento dos indivíduos a um ou mais grupos. Essa lógica da pertença lhes assegura uma identidade cultural, que constitui um suporte precioso para formação do cidadão. (...) Logo, o direito à memória e à preservação do patrimônio cultural de distintos grupos constitui um exercício de cidadania importante para fundamentar as bases das transformações sociais necessárias para a coletividade.

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Faremos uma abordagem sobre a necessidade da criação do HSVP/RP, sobre as concepções de saúde e as políticas para a saúde vigentes, sobre a presença e as ações assistenciais da Ordem Vicentina na região, identificando os atores sociais envolvidos e sobre a condição de patrimônio cultural alcançado pelo hospital na cidade, ressaltando a linguagem arquitetônica utilizada para a saúde, possibilitando a relação entre a arquitetura e as concepções de saúde, transformando o hospital num patrimônio cultural, local de práticas científicas e memórias sociais locais, que merece ser preservado.

Rio Pomba antes do Hospital São Vicente de Paulo

A cidade situa-se na Zona da Mata mineira, que é uma das atuais doze mesorregiões do estado de Minas Gerais e se situa na porção sudeste do estado. Seu nome referencia o rio que passa pela cidade, o Rio Pomba, que nasce na serra da Mantiqueira, nas mediações do atual município de Barbacena, na serra da Conceição, recebe água de diversos outros rios até desembocar no Rio Paraíba.

Segundo Chaves (1999), a vida econômica e social da região foi marcada, desde sua fundação, pela ação da Igreja Católica, e rearticulada após o declínio aurífero com a agricultura mercantil de subsistência, que ganhou maior destaque, num processo que incluía a reavaliação do trabalho escravo e de base familiar, com produção pecuária voltada para o mercado interno. Gomes (2005) afirma que esses agricultores dedicavam-se à produção de cereais e laticínios para o mercado interno, com produção limitada e relações sociais domésticas, que irão dar identidade ao povo mineiro, incluindo relações entre escravos e senhores:

A própria escravidão adquiria características mais domésticas em que se podiam encontrar casos de escravas emprestando dinheiro a juros a senhores. Ao lado dos fazendeiros, combinando muitas vezes as duas atividades, estavam os tropeiros, (...). Nem fazendeiros, nem tropeiros exibiam a opulência dos senhores de engenho, nem a sua arrogância e prepotência.

No fim do século XVIII a região havia sido aberta à colonização, recebendo, entre outros, os desempregados da já decadente região aurífera. Segundo o jornal da cidade, O Imparcial (O IMPARCIAL, 2011), por volta de 1883, chegaram, para a região cafeicultora,

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cerca de seis mil escravos para a lavoura. Com a Abolição, chegaram imigrantes de diversas origens, que ocuparam a área do Baixo e do centro da Vila, próximos à Igreja Matriz, enquanto os negros, índios e descendentes ocuparam o morro da Igreja do Rosário¹ e imediações.

Conforme o café se expandia pelo Sul de Minas e Zona da Mata, a sociedade mineira assumia um caráter rural. O café trouxe o progresso para Rio Pomba nos primeiros anos da República. Em 1886 o imperador D. Pedro II inaugurou um dos trechos da Estrada de Ferro Leopoldina, um ramal que ligava Rio Pomba a Guarani, com objetivo de escoar o café que era produzido na região. A hegemonia de grupos políticos oligárquicos ligados ao café e à pecuária estabeleceu o caráter da República a partir de 1889.

A crise da mineração trouxe a crise de Ouro Preto e de seu modelo urbanístico, das ruas estreitas e ladeiras íngremes. A mudança da capital de Ouro Preto para a nova cidade, Belo Horizonte, procurava atender a alteração da composição das elites dirigentes do estado: a importância política da elite da antiga Zona Central e mineradora era substituída pelas elites do Sul e da Zona da Mata. Gomes esclarece que o principal articulador da transferência da capital foi João Pinheiro, que pretendia criar uma capital nova, com novo traçado urbanístico, que fosse o elo entre o domínio rural e a renovação econômica moderna, trazida pelo café (GOMES, op. cit., p. 64).

Segundo Viscardi (2001), a produção de café no estado de Minas Gerais foi menor do que a de São Paulo, além de estar concentrada, até os anos 1930, em duas áreas: o Sul e a Zona da Mata. Com a primeira crise da cafeicultura, ainda na primeira década do século XX, a cidade de Rio Pomba entrou em crise e foi abandonada por muitos moradores. As divisões políticas no PRM (Partido Republicano Mineiro) foram aumentando, inclusive na cidade riopombense, na medida em que as regiões se enfraqueciam politicamente. Após a Crise de 1929, o preço do café caiu ainda mais e na cidade mineira de Rio Pomba muitas indústrias faliram, a população diminuiu e a economia declinou.

A Revolução de 1930 de Getúlio Vargas teve o apoio da cidade de Rio Pomba. A vitória da Revolução trouxe sucessivas crises políticas e econômicas na cidade já então agropecuária, que não se identificou com a política getulista em vigor por 15 anos consecutivos.

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Saúde, Ordem São Vicente de Paulo e o Estado

As instituições devocionais foram responsáveis pela organização da assistência aos pobres e doentes e o hospital representava a caridade cristã, seja para abrigar doentes ou peregrinos. As esmolas destinavam-se às Igrejas e Monastérios, responsáveis pela assistência, até o período da Contra-Reforma quando surgiram as instituições religiosas leigas, como as Irmandades e as Ordens Terceiras (como a Sociedade São Vicente de Paulo), que misturavam a fé e o auxílio mútuo. As doações passaram a ser destinadas a elas, que mantinham as obras de caridade, como os hospitais (SANGLARD, 2008, p. 38). No século XVIII, o Iluminismo trouxe mudanças na ideia de assistência: à noção de caridade, incluiu-se a de filantropia, como uma virtude social e de beneficência, como uma prática de ‘utilidade social’ (DUPRAT, 1993 apud SANGLARD, 2008, p. 32).

A Ordem São Vicente de Paulo chegou ao Brasil com os missionários portugueses em 1819 e posteriormente franceses (a partir de 1850), que se estabeleceram em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Neste período surgiu a concepção da medicina social, voltada aos problemas sociais e sanitários resultantes do processo de industrialização e urbanização na Europa e nos Estados Unidos e nas novas concepções políticas sobre o Estado laico. Essa ‘medicina social’ tinha um caráter ‘científico’, entendido como ‘superior’, assumindo um caráter hegemônico, excluindo outras práticas para a cura identificadas nas diferentes culturas e trazendo status social aos seus praticantes, os médicos, ‘consagrados’ socialmente.

Foucault analisou a medicina como um sistema normatizador das práticas e do saberes da saúde, subordinados a um sistema administrativo em que o médico passa a ser um funcionário do Estado, desde a formação das repúblicas modernas na Europa. Analisa também a medicina social desenvolvida no século XIX na França, estreitamente ligada ao processo de urbanização gerado pela industrialização nos grandes centros urbanos (FOUCAULT, 1979). Em ambos os casos, o status social do médico adquire uma amplitude capaz de obter o reconhecimento dos mais diversos setores da população.

O Estado Moderno, influenciado pelo desenvolvimento da ciência e pela chamada “revolução pasteuriana”, se responsabilizava pelo ambiente, protegendo os três elementos básicos: a água, o ar e o sol, que garantiriam a saúde da população, afastando

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os chamados “miasmas”, espécie de odores malignos oriundos de espaços insalubres. Promoveu políticas higienistas, identificadas com a ciência, em ações como o afastamento de determinadas atividades sociais e seus espaços dos centros urbanos, como matadouros, indústrias e cemitérios e o ambiente salubre passa a ser um dos fatores determinantes da saúde pública.

Os problemas de saúde brasileiros começaram a ser debatidos, segundo Benchimol, no Rio de Janeiro, ainda na primeira metade do século XIX, em instituições criadas no Império, como as faculdades de medicina do Rio de Janeiro e de Salvador (BENCHIMOL, 2002, p. 237). Os médicos deste período, imigrados, dividiam-se entre ‘contagionistas’ e ‘anticontagionistas’, já prenunciando os necessários cuidados com o ambiente.

No período da Primeira República, o federalismo e a prática liberal da não-intervenção do Estado parecem ter contribuído inicialmente para que as irmandades se responsabilizassem pela assistência médica hospitalar. As políticas públicas para a saúde possuíram um caráter “vertical”, tratando apenas de ações orientadas para o combate às epidemias. Tais ações seguiam princípios “científicos” e eram localizadas especificamente para a área de ocorrência da doença e por um período distinto, mas o alto número de mortes por epidemias transformou a saúde pública numa competência de um poder autônomo: o Ministério do Império formou uma Comissão Central de Saúde Pública, além de outros órgãos públicos, que associavam as doenças epidêmicas à predisposição orgânica de alguns e ao clima do país, mas adotaram políticas higienistas, em que reconheciam, após os trabalhos de Pasteur, um agente causal e um vetor transmissor das doenças.

Em Minas Gerais, o Decreto-lei nº 144 de 1895 criou um Conselho de Saúde Pública, uma Diretoria de Higiene, uma Delegacia de Higiene e Vacinação e de uma equipe composta por engenheiros, comissários de higiene e desinfectadores. Doenças como a febre amarela, difteria, cólera, peste, sarampo, escarlatina e febre tifóide tinham atenção especial (CHAVES, 2011, p. 32). Belo Horizonte ganhava destaque no decreto, pois a ideia de uma cidade salubre ganhava contornos simbólicos para a nova capital, moderna, legitimando-a.

No início da República, as questões sanitárias centraram as atenções do prefeito da capital do país, o Rio de Janeiro, que iniciou uma reforma urbana, atendendo às

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concepções modernas de higienismo, aos moldes da reforma urbana parisiense do prefeito Haussmann. Em Minas Gerais, a nova capital, Belo Horizonte, tornou-se símbolo da modernidade “pelas linhas geométricas de seu traçado urbano, em forma de tabuleiro de xadrez, no cartesianismo de sua concepção, à maneira do barão de Haussmann” (CARVALHO, 2005, p. 64). Segundo Gomes, os efeitos mais visíveis da modernização surgiram após vinte anos, com a geração de modernistas mineiros (GOMES, op cit., p. 43). Em Rio Pomba, segundo o jornal ‘O Imparcial’, desde a época do antigo matadouro municipal, no centro da cidade, havia um médico sanitarista para ‘vigiar’ o abate dos animais e as condições higiênicas do local. O matadouro então mudou para um local mais afastado do centro. A população era assistida por médicos em suas próprias residências e era visitada por eles quando não podiam se locomover. Várias epidemias foram registradas na cidade, desde sua fundação, incluindo a gripe espanhola no início do século XX e a varíola, ocasionando um alto número de mortes. A tuberculose também se constituiu como uma epidemia em Rio Pomba neste período, alcançando um grande número de pessoas. Assim, houve debates sobre como abrigar os doentes pobres, especialmente nos períodos epidêmicos, evitando o contágio.

A presença das Irmãs Vicentinas no Estado de Minas Gerais já poderia ser identificada em diversas cidades. As Irmãs de São Vicente de Paulo, ou simplesmente Vicentinas, fazem parte de uma congregação religiosa católica, de vida apostólica e comunitária, fundada em 1633 por São Vicente de Paulo (1581-1660) e Luísa de Marillac (1591-1660). Em Rio Pomba chegaram logo após a inauguração do hospital: administravam e desempenhavam o papel de enfermeiras.

O Hospital São Vicente de Paulo de Rio Pomba (HSVP/RP)

Vários relatos orais e registros no jornal “O Imparcial” informam que havia ‘um interesse na cidade’ de se construir um hospital, desde o final do século XIX, envolvendo iniciativas tanto de ‘coronéis’ quanto de afrodescendentes que, após a abolição da escravatura, teriam enriquecido economicamente, como foi o caso de Francisco Clemente de Araújo, negro, empregado na fazenda do ‘coronel’ José Mendonça dos Reis,

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considerado pela população como pioneiro no debate sobre um hospital na área do bairro do Rosário, questão a ser investigada na continuidade da pesquisa.

O memorialista Sinval Santiago registra a ideia da construção do hospital na criação da Conferência São Vicente de Paula, em Rio Pomba, em 25 de agosto de 1902, por ocasião do 70º aniversário do município. Mais tarde, a Conferência teria adquirido uma casa à Rua Coronel Francisco Vieira, antiga Rua do Rosário, com um chafariz público de bronze à sua esquerda, para suas reuniões e que se tornaria a primeira sede do hospital. Lá eram exercidas atividades filantrópicas para os necessitados pelos vicentinos ‘tenente’ Francisco Clemente de Araújo, Alcides Teixeira Lima, Valério Lúcio Petronilho e João da Luz. A informação sobre um chafariz no local (SANTIAGO, 1991, p. 42) nos sugere a intenção de dar importância à edificação e às funções desempenhadas ali.

Em 1934, o médico recém-formado no Rio de Janeiro, Dr. José Reis dos Santos, que retornava à cidade, criou uma comissão presidida por ele, aliada aos integrantes da Conferência São Vicente de Paula, os ‘coronéis’ da cidade e profissionais liberais e recolheram donativos de diferentes grupos sociais da cidade para a construção do prédio do hospital, inaugurado em 8 de junho de 1939 e seu primeiro provedor foi o ‘tenente’ Francisco Clemente de Araújo. Em 8 de agosto de 1940 chegaram à Rio Pomba as primeiras irmãs vicentinas (SANTIAGO, op cit., p. 42): Vicência Dias, Amélia Rabelo e Zoé Vasconcelos, acompanhadas da assistente Irmã Furquim. As irmãs vicentinas só se afastaram do HSVP/RP na década de 1970. A chegada das irmãs, assim como seu afastamento, merece destaque em contexto a ser desenvolvido na continuidade da pesquisa.

O HSVP/RP começou a funcionar antes do término das obras com um pavilhão e o ambulatório. A enfermaria possuía 72 metros quadrados com 22 leitos, doados pelo Colégio Regina Coelli. O HSVP/RP foi construído segundo os princípios higienistas: originalmente de tipologia em “U”, o prédio ocupava uma área “afastada” do centro da cidade e as enfermarias estavam localizadas em área ventilada e que recebia o sol da manhã, para o auxílio dos tratamentos. A linguagem arquitetônica adotada refletiu o período de transição entre os modelos de construção neocoloniais, sob influência do estilo conhecido como art déco, associado à modernidade e à industrialização, valores da política varguista da época.

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O provedor Luís da Cunha Ferreira, sucessor de Clemente de Araújo, foi responsável pelas primeiras obras modernizadoras no hospital. Em sua gestão foram adquiridos “aparelhos médicos modernos” e, em conjunto com o médico Dr. José Reis dos Santos, criou a Maternidade Dona Maria Borges Reis Santos, nos anos 1940, a única da região. A Maternidade passou a ocupar lugar de destaque na construção, com fachada para frente da rua. Atendendo a população como um todo, e não apenas os desvalidos, foi a maternidade que começou a agregar valores junto à população em geral para o hospital, visto não apenas como local para o assistencialismo dos “coronéis” aos pobres, mas como o local de práticas científicas na área da saúde, aonde uma nova geração chegava à cidade.

Percebe-se que a associação entre a saúde e a caridade estava acompanhada de uma consciência sobre a necessidade de uma ação pública brasileira em relação à saúde, ao ser sugerida uma política educacional, ideia difundida pelo Ministério da Educação e Saúde do governo Vargas. Segundo o jornal O Imparcial:

Os rio-pombenses e seus homens públicos precisam trabalhar mais ainda para o Hospital São Vicente de Paulo, porque ele é o que de mais valioso possui Rio Pomba. A classe médica precisa unir-se, e não espalhar-se. Divergências políticas são naturais e só valem no campo político, e mesmo assim, desde que não prejudiquem os interesses do povo. Rio Pomba é uma família pobre que tem que se manter coesa para viver bem e não se prejudicar. O grande progresso que não temos é culpa dos próprios rio-pombenses que perderam muito de seu tempo com preocupações terrenas. Uma nova mentalidade tem que dominar a nossa gente para o próprio bem de instituições como o Hospital São Vicente de Paulo (O IMPARCIAL, 1958, p. 68).

De acordo com o IPAC/MG – Inventário de proteção do acervo cultural de Rio Pomba, de 1991, em 1970 o HSVP/RP passou a ser considerado como utilidade pública federal e, em 1974 recebeu o certificado de fins filantrópicos. Entre 1979 e 1988 a instituição foi arrendada para terceiros, voltando a ser administrada pelos vicentinos a partir de 1989.

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A arquitetura hospitalar e o Hospital São Vicente de Paulo de Rio Pomba

Miquelin registra que os prédios hospitalares, desde a Idade Média, estavam ligados às Igrejas² e utilizavam duas formas arquitetônicas básicas: o elemento cruciforme e o pátio interno ou claustro, rodeado por galerias e corredores, utilizados como espaços organizadores de outros elementos funcionais (MIQUELIN, 1992, p. 40). A partir do século XVI foram desenvolvidas tipologias arquitetônicas para os hospitais em “T”, em “L” ou em “U”, modelo também adotado em Rio Pomba. No século XVII, período em que a ciência começa a se desenvolver nos centros urbanos, percebe-se mudanças na ideia de hospital e suas funções. Ele se transforma num prédio singular, com arquitetura própria que responde melhor ao papel por ele desempenhado. Nesse período, a preocupação com o isolamento dos doentes contagiosos se faz sentir e constroem-se hospitais fora dos limites das cidades (SANGLARD, 2008, p. 40). Laurinda Abreu analisou a ligação dos hospitais com a Igreja no período moderno, com ênfase na ação das Misericórdias na Península Ibérica (ABREU, 2004).

Foram construídos hospitais em prédios de grandes proporções, com altos níveis de insalubridade e de taxas de mortalidade. Segundo Miquelin, os estudos de Tugot, Necker e Tenon para a prefeitura de Paris, no final do século XVIII, formarão parte do arcabouço teórico e conceitual para o planejamento hospitalar no século XIX (MIQUELIN,

op cit., p. 41), quando o Estado burguês, após a Revolução Francesa, colocou em ação

uma política sanitária e demográfica, em que o hospital passou a fazer parte.

Embora propostos ainda no final do século XVIII, os dois tipos de construção hospitalar, a higienista e a de pavilhões caracterizaram os hospitais do século XIX. Segundo Costa e Sanglard (COSTA, 2004), nesses hospitais, o que mais preocupava era a ventilação, de acordo com as concepções higienistas, pois ainda concentravam grande número de doenças e doentes. A mudança na arquitetura traduz uma nova percepção sobre o papel dos hospitais, que deixam de ser vistos como um local de hospedagem de doentes para serem vistos como um espaço de cuidados aos doentes. O engenheiro Tollet propôs um modelo de arquitetura pavilhonar, de no máximo dois andares, onde cada doença seria tratada num espaço próprio, separado, modelo adotado em diversos hospitais modernos, inclusive no Brasil.

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A dificuldade de encontrar a planta original do HSVP/RP nos trouxe dificuldades em analisar sua arquitetura original. Sabemos que a construção não foi pavilhonar, mas sim em um só prédio, que atendia aos princípios para um hospital moderno. No HSVP/RP, grande parte dos sistemas construtivos autênticos foi descaracterizada devido à praticidade dos novos materiais e técnicas construtivas contemporâneas frente às questões higiênicas inerentes à atividade hospitalar. O edifício apresenta linguagem arquitetônica que mescla diversas tendências que marcam sua passagem através dos anos. De acordo com o memorialista Sinval Santiago (1991), no HSVP/RP sobressaem-se linhas ecléticas: art déco e neocoloniais, apesar de apresentar uma ornamentação singela, com certo despojamento plástico, registrando uma concepção nacionalista, presente na primeira fase do movimento modernista brasileiro.

Sobre o HSVP/RP, atualmente, de acordo com a ficha nº 79 de Inventário de Proteção ao Acervo Cultural da Prefeitura da cidade, o conjunto arquitetônico que abriga o hospital possui uma ampla fachada dividida em duas partes. A primeira é maior e com entrada marcada em estilo neocolonial e sobressai no conjunto projetando-se e destacando-se pela diferenciação da cobertura escondida por platibandas ornadas com relevo art déco. A entrada central da área de atendimento ao público possui uma escadaria frontal de acesso com guarda corpo em balaustrada, portada em madeira com folhas almofadadas e uma imponente marquise.

A segunda, menos imponente, corresponde à capela. Com acesso social independente, possui entrada marcada por eixo de simetria coroado por frontão neocolonial com nicho para a imagem de São Vicente de Paulo. O beiral possui galbo de contrafeito e janelas antigas, constituídas por verga em arco pleno, bandeira fixa e folhas almofadadas.

A edificação ocupa dois pavimentos, aproveitando o declive do terreno, apresentando sistemas construtivos mistos, devido às sucessivas reformas e inúmeras ampliações por necessidade de uso ao longo dos anos. Os espaços de serviço são separados e a lavanderia ficava nos fundos do terreno, onde está ainda hoje.

O partido arquitetônico foi originalmente projetado em “U” com uma clara tendência à simetria e preocupação higienista. Atualmente apresenta solução complexa em planta abrangendo as mais diversificadas funções, que incluem atendimento clínico especializado, bloco cirúrgico e apartamentos para internações, maternidade e berçário,

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serviços genéricos como restaurante, refeitório e lavanderia, serviços hospitalares como raio x e laboratório, necrotério, entre outros.

As paredes originais remanescentes são feitas em alvenaria de tijolos maciços, mas receberam reforço em estrutura de concreto armado, incluindo lajes, vigas e pilares. A estrutura do telhado é de madeira e o manto em telhas francesas no volume principal e em telhas tipo carpa e canal na capela. A cobertura desenvolve complexo jogo de águas que reflete a ampliação do partido sem um planejamento prévio, com volumes anexados conforme a conveniência. A elevação frontal desenvolve beirais em cimalha e grande parte de suas janelas é vedada por esquadrias metálicas.

No início do século XX, os avanços da medicina e das técnicas de enfermagem, implicaram no desenvolvimento de modelos arquitetônicos hospitalares em monoblocos. No Brasil, observamos um período de transição, em que os hospitais das capitais se adequavam ao monobloco, enquanto os hospitais do interior mantinham construções locais e a linguagem neocolonial, o caso do HSVP/RP. O ‘primeiro hospital’, que ocupava a casa neocolonial adquirida pelos vicentinos ainda no início do século XX, foi transferido para um novo prédio, maior, que ocupava outro terreno ao lado, doado pela prefeitura em 1958³, onde foi construído o novo prédio, ao lado da casa já existente, ainda mantida hoje como ‘farmácia popular’, e transformado no ‘novo hospital’. Neste foram construídas novas salas e enfermarias que não caberiam no prédio inicial, mas as características neocoloniais das construções da cidade foram mantidas, acrescidas de traços art déco. É importante ressaltar que a fachada externa foi mantida uniforme, ficando registrados e datados assim os acréscimos posteriores, com o uso de novos materiais. de modo que, por fora, não se percebe o ‘hospital inicial’ e os seus acréscimos, sugerindo uma só construção.

No plano geral, a edificação do HSVP/RP encontra-se em bom estado de conservação. O engradamento da cobertura contém peças secundárias deterioradas. Algumas paredes apresentam umidade ascendente, causando eflorescências no revestimento e pintura descascada em alguns pontos, sobretudo nas elevações superiores, denunciando a falta de manutenção constante e adequada. Os fatores de degradação estão ligados às intempéries, não pondo em risco a integridade da construção. Não há deteriorização causada intencionalmente pela população (vandalismos). A manutenção constante e adequada, acompanhada de um trabalho de

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educação patrimonial junto à população da cidade e aos usuários em geral do hospital, seria possível se o HSVP/RP fosse reconhecido e tombado pela prefeitura como um patrimônio cultural da cidade.

O Hospital São Vicente de Paulo é um Patrimônio Cultural

O patrimônio possui valor histórico, artístico e cultural, datado e ressignificado pelas gerações. Ele se constitui um bem da sociedade, pois se estabelece na construção coletiva, compartilhado por diversas redes sociais responsáveis pela história, compartilhado por indivíduos e instituições, mediando relações diversas, construindo identidades. A ideia de patrimônio desenvolvida na Europa desde a Revolução Francesa, foi estabelecida no Brasil com o Estado Novo (FERNANDES, 2012). Embora a criação de instituições como o Arquivo Nacional e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ambos de 1838, já demonstram a preocupação do Estado monárquico em estabelecer a história nacional, é com o SPHAN4 que se dá a legislação para a preservação do passado nacional, sob iniciativa do governo Vargas, na figura do mineiro Gustavo Capanema, e a arquitetura barroca tem lugar privilegiado.

A evidência no patrimônio arquitetônico para a saúde é uma preocupação contemporânea. Até a última década, as edificações para a saúde, embora façam parte de nosso cotidiano, agregando história e memória na população, não haviam sido reconhecidas com os valores de patrimônio cultural. Nesse aspecto, o documento apresentado no 7º Congresso Regional de Informação em Ciências da Saúde (CRICS), em 2005, na cidade de Salvador, pode ser considerado como um marco no debate do patrimônio da saúde no Brasil. Definiu o Patrimônio Cultural da Saúde como “um conjunto de bens materiais e simbólicos socialmente construídos, que expressam o processo da saúde individual e coletiva nas suas dimensões científica, histórica e cultural” (SANGLARD; COSTA, 2008, p. 24). Entende-se assim a saúde como uma construção histórico-social, e os estudos sobre os hospitais como casos problematizados na análise histórica local, da saúde e da sociedade.

No Brasil, após a década de 1980, surgiram trabalhos na área do patrimônio da saúde como uma fonte para ao campo da história das ciências e da saúde. Da mesma

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forma, surgiram os trabalhos para sua preservação e manutenção, como fontes de história e memória social. O HSVP/RP estaria classificado na categoria de monumento não intencional (RIEGL, 2006), ou seja, aquele que se tornou monumento devido ao valor atribuído por nós, sujeitos modernos, a partir de sua significação. O HSVP/RP nasceu com um valor de uso, que adquiriu sentido e significação depois da consciência do conjunto arquitetônico e de seu significado para a sociedade riopombense e de seu entorno, usuária da instituição. O hospital conquistou um significado histórico, além do estético, que já estava imbuído desde sua construção, até ter seu significado reconhecido como cultural, traduzindo as ações de diversos agentes históricos em determinado contexto desde sua criação até os dias de hoje. É interessante o fato de que os pisos, paredes, tetos, além das artes aplicadas terem sido mantidas no hospital, apesar dos inúmeros acréscimos feitos ao longo das décadas.

Analisando as condições de preservação do HSVP/RP, observa-se a valoração da edificação como um monumento em que se preservou a imagem original, mantendo-a independente da ação da natureza, não permitindo que ela se transformasse em ruínas, além de manter as condições originais, independentes dos novos materiais e técnicas construtivas usados nos inúmeros acréscimos necessários pelo uso. Observa-se também a preocupação de tratá-lo como único, respeitando desde o ambiente em que ele está inserido, sua função até os materiais que o compõem, além dos materiais que lhe foram acrescidos. Sendo assim, a preservação e conservação preventivas deveriam estar incluídas no processo de manutenção do HSVP/RP. Concebe-se que o Patrimônio Cultural deve ser conhecido e de responsabilidade da sociedade como um todo, assim, sob a responsabilidade da prefeitura.

Ao analisar o HSVP/RP conclui-se que trata-se de um patrimônio cultural da cidade. O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural do Município de Rio Pomba, criado e regulamentado pelo Decreto n° 899/2001 é o órgão destinado a orientar a formulação da política municipal de proteção ao patrimônio cultural e as ações de proteção. Ao buscar os instrumentos de proteção públicos deste patrimônio, encontramos a lei municipal nº 1.318/2009, que estabelece as normas de proteção do patrimônio histórico e cultural do Município de Rio Pomba, e encontramos o HSVP/RP inventariado.

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Considerações finais

A criação do HSVP/RP reflete o uso da arquitetura para fins simbólicos. O hospital se inseriu no ambiente histórico e cultural do povo riopombense e seu edifício se destaca na cidade como uma instituição para a prática científica e construtora de memória e identidade social na região, tornando-se um suporte para a memória coletiva da cidade e de seu entorno, que reconhecem sua importância. Sua história está documentada em sua arquitetura. O prédio mantém hoje sua condição original, incluindo seu uso, com os inúmeros acréscimos. Chamou a atenção o bom estado de preservação do patrimônio edificado, único hospital da cidade e da região do entorno, resultado do reconhecimento da população, dos vicentinos e do poder público da sua importância. Destaca-se que várias ruas da cidade possuem os nomes dos médicos que trabalharam no hospital. A maternidade, em especial, ainda agrega valores na cidade, já que grande parte dos moradores nasceram ali, mantendo um sentimento de gratidão relacionado a ela.

Conscientes das dificuldades econômicas para sua manutenção, para garantir seu funcionamento como o único hospital da região, nossa preocupação com a manutenção de sua arquitetura fica ainda maior. O bem edificado garante a manutenção simbólica de seus valores, devendo ser mantido também. O cuidado com sua adaptação às novas tecnologias hospitalares, que envolvem obras e transformações, deveria estar ao lado do cuidado com sua preservação.

Sugerimos assim que a prefeitura deveria rever seu instrumento legal de preservação, o inventário, por sua limitação, e pensar na adoção de políticas de educação histórica e patrimonial, promovendo estudos que evidenciassem o hospital como monumento, promovendo a participação social no que diz respeito à conservação e preservação preventivas, garantindo assim seu valor histórico e intencional, além de um instrumento que permita uma maior participação da população nas decisões relacionadas ao seu funcionamento e sua preservação, garantindo os interesses populares, mantendo a história do hospital, que até hoje vem contribuindo com a identidade social dos usuários e moradores da cidade.

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Neste sentido consideramos que a prefeitura deveria tombá-lo, a fim de garantir sua manutenção preventiva e, com sua tutela e incentivos fiscais, a permanência de sua arquitetura na cidade, como um patrimônio cultural.

Notas

¹ Segundo Ferreira, o periódico da cidade de Rio Pomba “O IMPARCIAL” relembrava o episódio da fundação da Igreja em 1823 e publicava: em sua edição de 2 de setembro de 1896 “No alto do Morro do Rosário, pouco mais ou menos perto dos coqueiros que ali

existem, à vista de numerosa multidão de povo foi enforcado Pai Inácio, escravo de Manuel Esteves da Silveira (Português), por ter o mesmo assassinado o feitor.".

² Esse fato torna-se efetivo a partir do Concílio de Aix-la-Chapelle, em 816, tornou obrigatório a construção de um hospital junto à Catedral.

³ Certidão 12.620 de 7 de julho de 1959 do Serviço de Registro de Imóveis da Comarca de Rio Pomba, MG.

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O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) foi criado em 13 de janeiro de 1937 e regulamentado pelo Decreto-Lei nº 25 no dia 30 de novembro do mesmo ano, poucos dias após o golpe que instituiu o Estado Novo. O seu primeiro presidente foi Rodrigo Melo Franco de Andrade, que esteve à frente da instituição até 1967.

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Referências

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