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PALAVRAS-CHAVE:Método Pilates; Flexibilidade; Alongamento.

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Academic year: 2021

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COUTO, Fabiana Mayara1 DALLAGNOL, Bruna Wathier1 JERONIMO, Leslie Cazetta2

RESUMO

O Pilates é um método de alongamento e exercício físico, eficaz na promoção de saúde, vem sendo buscado por diversos grupos com objetivos e necessidades específicas, que comumente envolvem a manutenção da flexibilidade. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre os benefícios do método Pilates no ganho de flexibilidade, publicados entre os anos de 1998 e 2017. O levantamento bibliográfico foi realizado utilizando as bases de dados: Scielo, Google Acadêmico e Lilacs, que enfocavam o método Pilates e a flexibilidade, no qual foram selecionados nove artigos. O Pilates demonstrou ser um método interessante quando se trata da melhoria da flexibilidade nos diferentes grupos e faixa etária, surge como uma opção de exercício físico que pode ser realizado com fins de prevenção, melhora na qualidade de vida e reabilitação, já que além de benefícios para pessoas saudáveis, também foram verificados resultados positivos para pessoas com alterações posturais.

PALAVRAS-CHAVE:Método Pilates; Flexibilidade; Alongamento.

1 Pós-graduando do curso de Especialização Lato Sensu em Personal Trainning, do Programa de Pós-Graduação

do Centro Univeristário Assis Gurgacz (FAG).

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1 INTRODUÇÃO

O surgimento do Pilates aconteceu na Alemanha por Joseph H. Pilates, o qual a sua infância foi marcada pelo seu estado de saúde muito frágil, quando sofria de raquitismo, asma e febre reumática. Joseph passou a pesquisar os movimentos do yoga e outras áreas, bem como anatomia e física, e assim desenvolveu a contrologia como sendo a base do Pilates (ESPÍNDULA, 2017).

O método Pilates é uma técnica criada para desenvolver além do condicionamento físico a mente, através da dinâmica da aula visando trabalhar alongamento, equilíbrio, flexibilidade, força, tendo como objetivo principal a contração do abdome (MARTINS, 2013). Os princípios do Pilates são baseados na cultura oriental, configurando-se através do controle dos músculos envolvidos nos exercícios da forma mais consciente e compreendido por seis princípios: concentração, controle, precisão, centro, respiração e movimento fluído (PIRES; SÁ, 2005).

Os benefícios do Pilates são inúmeros, como a melhora de dor na coluna vertebral, melhora da postura, estabilidade articular, propicia a consciência corporal, alonga e fortalece os músculos, melhoria do equilíbrio, melhora no condicionamento cardiorrespiratório, entre outros (MARTINS, 2013).

O método Pilates, além de ser voltado para o fortalecimento muscular, também são trabalhados de modo constante exercícios de flexibilidade. É referenciada como uma técnica de reeducação do movimento, sendo capaz de aumentar a flexibilidade e contribuir com menores incidências de lesões (CAMPOS DE OLIVEIRA, 2014).

Achour Júnior (1998) define flexibilidade como amplitude máxima de movimento voluntário em uma ou mais articulações sem lesioná-las. A flexibilidade voltada para a saúde e bem-estar pode ser trabalhada através de exercícios de alongamento para aliviar as tensões, evitando assim encurtamentos musculares e lesões.

Dentre os inúmeros benefícios que o Pilates proporciona, a flexibilidade acaba sendo considerada um importante componente da aptidão física, sendo de extrema importância para execução de movimentos, desempenho esportivo e para a qualidade de vida e saúde.

Assim, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre os benefícios do método Pilates no ganho de flexibilidade.

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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Método Pilates

Joseph Humbertus Pilates nasceu em 1883, Monchengladbach uma pequena cidade perto de Dusseldorf, na Alemanha. Ele era uma criança frágil que sofria de asma, raquitismo, bronquite e febre reumática. Tudo isso fez com que ele se tornasse um jovem determinado a melhorar sua condição física. Pilates tornou-se um esportista em várias áreas, como ginástica, esqui, mergulho, boxe e circo. Em 1912 ele foi para a Inglaterra onde se tornou boxeador e artista de circo. Depois de dois anos, quando eclodiu a I Guerra Mundial, foi considerado estrangeiro junto com outros cidadãos alemães no campo de concentração de Lancaster. Assim, aplicou seus conhecimentos nos membros do acampamento através de um programa de exercícios denominado de “Contrologia”, visando melhorar a condição física dos mesmos (MARTINS, 2013).

Joseph descreveu Contrologia como sendo:

Contrologia é a completa coordenação de corpo, mente e espírito. Através dela você

primeiro adquire um controle total de seu próprio corpo e depois, através de repetições apropriadas desses exercícios, você gradual e progressivamente adquire um ritmo natural e a coordenação associados com todas as atividades de seu subconsciente [tradução do autor] (Panelli & De Marco apud Pilates e Miller, 1998, p.20).

Joseph foi transferido para a Ilha de Man (Reino Unido) onde aplicou suas técnicas nos indivíduos debilitados, através de exercícios com molas presas nas camas dos próprios pacientes, assim tonificando os músculos, ganhando resistência, força e flexibilidade (MARQUES, 2013).

Com o término da guerra, Joseph retornou a Alemanha, onde melhorou seu método e equipamentos. Durante esse período trabalhou com Rudolf Laban, um dos pioneiros das técnicas de movimento e criador da labannotation. Pilates não ficou muito tempo na Alemanha e em 1926 mudou-se para Nova York, onde junto com a sua esposa Clara fundou seu primeiro Studio, atraindo a atenção de todo o público, particularmente entre os dançarinos. Joseph morreu em 1967 aos 87 anos, após um incêndio em seu Studio inalando muitos gases tóxicos (RAMOS HACKBART, 2017).

Clara Pilates deu continuidade ao trabalho do marido assumindo a direção do Studio. Posteriormente, vários ex-alunos de Joseph abriram seus próprios estúdios e difundiram o método, além de contribuírem com inovações e avanços ao método Pilates. Essas

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modificações surgiram com o intuito de facilitar o entendimento e a segurança na execução dos movimentos (MARQUES, 2012).

No Brasil, o Pilates apareceu somente na década de 1990, seguindo a mesma formação de seus pioneiros. O método chegou por Alice Becker Denovaro, que foi a primeira brasileira a se certificar para a instrução da técnica. As pioneiras do Brasil tiveram uma maior aproximação do método por ter relação com a dança e com a ginástica, visando a performance corporal e paralelamente ao uso para a reabilitação (MACEDO; HAAS; GOELLNER, 2015).

2.2 Aparelhos do Método Pilates

A técnica do Pilates pode ser utilizada em dois tipos de aula, tanto no solo como nos aparelhos (Cadeira, Reformer, Cadillac e Ladder Barrel). Os exercícios consistem em estabilização da pelve, controle do abdome, mobilização das articulações, alongamento e fortalecimento dos membros. Os exercícios são direcionados as necessidades específicas de seus praticantes, não havendo contraindicações (MARÉS, 2017).

De acordo com Campo e Almeida (2013), os equipamentos utilizados no método Pilates são:

1- O Cadillac: inspirado nas camas dos hospitais nos campos de concentração e nas molas, onde Joseph aplicava a sua técnica na reabilitação dos soldados. O equipamento possui uma altura que permite realizar as corretas correções e possibilitar uma postura adequada aos praticantes.

Figura 1: Cadillac Fonte: ISP Saúde

2- O Reformer: composto por vários acessórios, como molas, alças e tiras de couro. As molas criam a resistência para a execução do exercício, podendo aumentar ou

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diminuir a potência de acordo com a capacidade do praticante. Os exercícios podem ser feitos em diferentes posturas, como em pé, sentado, ajoelhado e deitado, tendo como objetivo recrutar o maior número de grupos musculares.

Figura 2: Reformer Fonte: ISP Saúde

3- A Cadeira: foi inspirada em uma cadeira de rodas convencional. Joseph sempre estudava meios para que as pessoas com algum tipo de limitação pudessem se exercitar. Também o número de molas pode ser alterado conforme a intensidade desejada e os exercícios podem ser realizados com o praticante sentado, deitado, ajoelhado, de frente, atrás ou em pé na cadeira.

Figura 3: Cadeira Fonte: ISP Saúde

4- O Ladder Barrel: os exercícios atuam no alongamento axial; na musculatura anterior do tronco; na articulação e no alongamento dos músculos flexores do quadril; no alongamento dos músculos extensores da lombar; estimula a força e a flexibilidade dos membros inferiores; fortalecimento do centro do corpo. Assim, os exercícios promovem um melhor alinhamento e equilíbrio entre os músculos permitindo corrigir a postura.

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Figura 4: Ladder Barrel Fonte: ISP Saúde

O método Pilates Solo é uma forma de exercício físico realizado no solo utilizando somente o peso corporal e alguns acessórios, como exemplo a bola suíça, arcos e faixas elásticas. Assim, favorecendo o condicionamento físico, melhora da coordenação motora e o alinhamento postural. Os exercícios são realizados de forma progressiva com base no alongamento e fortalecimento muscular, tendo como objetivo trabalhar o corpo de forma global, buscando o equilíbrio entre mente e corpo (NAVEGA, 2016).

2.3 Princípios do Método Pilates

A centralização é considerada o foco principal do método, que ocorre através da ativação dos músculos centrais do corpo, a concentração é fundamental para que corpo e mente fiquem em sintonia. Quando o exercício se inicia do centro de força com concentração, é o controle do corpo que o praticante deve possuir e realizar os movimentos com cuidado. Outro princípio é a precisão, onde os movimentos devem ser sincronizados e harmônicos. Todos os exercícios devem ser realizados com ritmo, e por isso é importante a adequada respiração para que aconteça a melhor circulação de sangue oxigenado. E o último princípio é a fluidez, onde os exercícios fluem de um para o outro de forma suave e lenta (SILVA, 2015).

Os exercícios realizados possuem contrações isotônicas (concêntricas e excêntricas), mas principalmente isométricas, tendo como principal objetivo a contração do centro do corpo, chamado de power house (casa de força). Esta casa de força é constituída pelos músculos abdominais, músculos do assoalho pélvico, glúteos e paravertebrais. Através da expiração juntamente com a contração dessas musculaturas e do diafragma é possível ter uma maior estabilização dinâmica e estática do corpo. A função do power house é a estabilização da pelve e a da coluna durante o exercício, o adequado alinhamento da coluna, propiciar uma base para os movimentos, criar movimentos eficientes, gerar força para os movimentos e a

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prevenção de lesões. Os benefícios do treinamento do power house são: equilíbrio corporal, melhora a estabilidade, a força postural aumenta e assegura o funcionamento adequado da cadeia cinética por completo (MARÉS, 2017).

Figura 5: Power House Fonte: Clube do Pilates

2.4 Benefícios do Método Pilates

Os benefícios do Pilates são inúmeros, desde que a execução dos exercícios seja realizada de forma fiel aos seus princípios. Algumas vantagens são: a estimulação da circulação; melhora do condicionamento físico; melhora da flexibilidade e mobilidade articular; melhora da postura; ganho de consciência corporal; melhora da coordenação motora e equilíbrio; melhora a capacidade respiratória; aumento da resistência e força muscular; ganho de consciência corporal. Tais benefícios ajudam a prevenir lesões e proporciona a redução da fadiga, desconforto e dor (COMUNELLO, 2011).

Dentre os inúmeros benefícios que o Pilates proporciona, a flexibilidade acaba sendo considerada um importante componente da aptidão física, sendo de extrema importância para execução de movimentos, desempenho esportivo e para a qualidade de vida e saúde.

O método é realizado através de aulas dinâmicas que envolvem contrações isotônicas e isométricas. Além da melhora da flexibilidade, outros benefícios podem ser notados, como a melhora da força muscular, coordenação motora, consciência corporal, respiração, equilíbrio e da postura. O foco principal do Pilates é o trabalho com ênfase no centro do corpo, composto pelos músculos abdominais (FARIA e FARIA, 2013).

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2.5 Flexibilidade

A flexibilidade para Achour Júnior (1998) “é a capacidade de realizar movimentos com amplitudes em um ou mais sistemas músculo-fasciais e articulares sem lesioná-los”. Os níveis de flexibilidade estão relacionados aos problemas posturais, tensão e dor muscular. A região que mais sofre com a falta de flexibilidade é a coluna/quadril.

A mobilidade é gerada com a interação entre a função muscular e os sistemas de alavancas articulares sob o controle do sistema nervoso. Os músculos são compostos por tecidos contrateis e não contrateis, gerando resistência a forças deformantes. A extensibilidade é a capacidade de ceder e relaxar a uma força de alongamento que as unidades músculo tendíneas que cruzam uma articulação possuem. Após o alongamento, o tecido mole tem a habilidade de retornar ao seu comprimento normal caracterizando a elasticidade (LEITÃO et al., 2013).

A palavra flexibilidade vem do latim flectere ou flexibilis, que significa “curvar-se” (BERTOLLA et al., 2007). A flexibilidade pode ser influenciada por diversos tipos de tecidos: cápsula e articulação (47%); musculatura (41%); tendões (10%); pele (2%) (PAIVA, 2017). Vários fatores limitam a flexibilidade: estrutura óssea da articulação; sexo; tipo corporal; aquecimento; umidade; execução do exercício; tecido cartilaginoso; elasticidade muscular; stress psicológico; comprimento dos ligamentos; temperatura ambiente; idade; contato dos músculos, gordura e outros tecidos, comprimentos entre os segmentos articulares (JUNGES, 2016).

Para Fidelis et al. (2013), a flexibilidade é muito importante para a preservação da qualidade de vida, manutenção da saúde, desempenho esportivo e para a execução de movimentos simples e complexos, sendo um componente da aptidão e do desempenho físico.

Indivíduos com pouca flexibilidade possuem dificuldade em manter a postura na forma dinâmica e estática, assim ficando mais propensos a lesões nos discos vertebrais. Com o encurtamento, acontece o aumento da tensão muscular e posteriormente a redução do fornecimento nutricional aos tecidos. Por isso é vantajoso os exercícios de alongamento para que ocorra a diminuição da tensão e uma maior facilitação da nutrição dos tecidos (ACHOUR JÚNIOR, 1998).

Pessoas que apresentam patologias podem ter a amplitude articular limitada por processos inflamatórios, lesões cartilaginosas, presença de corpos estranhos na articulação e a diminuição do líquido sinovial. Essa limitação pode prejudicar as atividades da vida diária e também no desempenho esportivo, ocorrendo movimentos compensatórios realizados por

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outras articulações. A falta da flexibilidade ou a flexibilidade excessiva pode prejudicar também o desempenho esportivo, enquanto a falta aumenta as chances de lesões e o excesso provoca a instabilidade articular (COMUNELLO, 2011).

Os exercícios de alongamento são usados para desenvolver a flexibilidade, sendo basicamente três métodos diferentes: o alongamento ativo, o passivo e o de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). O método mais eficaz e seguro é o FNP, porém o mais utilizado é o estático, onde o membro é mantido em uma posição durante um período de 15 a 60 segundos (DE ALMEIDA, 2017). O Pilates desenvolve a flexibilidade dinâmica, que é a amplitude máxima alcançada condicionada à resistência ou oposição de uma articulação ao movimento (DOS SANTOS, 2016).

Para Comunello (2011), além da flexibilidade dinâmica, o método Pilates também trabalha concomitantemente a flexibilidade de forma ativa, passiva e estático. Assim, seus efeitos são somados aumentando a flexibilidade dos músculos encurtados e melhorando ao mesmo tempo a função dos músculos antagonistas.

Entre os inúmeros métodos de treinamento, o Pilates é uma prática de exercícios físicos que combina o treino de força e flexibilidade. Para obter-se um bom programa para flexibilidade, primeiramente são planejados exercícios através de uma avaliação, que deveram ser realizados de forma regular. Os exercícios podem ser aumentados de forma progressiva a amplitude de movimento conveniente à capacidade do indivíduo (JUNGES, 2016).

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este é um estudo de revisão sistemática descritiva, desenvolvida com produção científica indexada nas bases eletrônicas de dados: Scielo, Google Acadêmico e Lilacs, que enfocam o método Pilates e a flexibilidade.

A revisão sistemática responde a uma pergunta específica e utiliza métodos explícitos e sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente os estudos, para coletar e analisar os dados desses estudos a serem incluídos na revisão. O recorte temporal abrangeu o período compreendido entre 1998 e 2017.

Após o levantamento, procedeu-se a análise dos dados, que foram caracterizados por área de conhecimento e frequência de aparecimento dos mesmos.

Outros critérios utilizados para análise foram a seleção dos artigos a partir dos resumos, sendo incluídos os que continham a flexibilidade e o método Pilates, e a inclusão

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dos artigos em roteiro preestabelecido pelas autoras, contendo questões referentes à fonte, palavra-chave, área de conhecimento, data de publicação e modalidade do artigo.

Para o tratamento dos dados, utilizamos a classificação por área temática, possibilitando uma visão panorâmica sobre pesquisas desenvolvidas nas ciências da saúde com ênfase nas suas várias aplicações e definições nas ciências.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir do desenvolvimento apresentado nesta revisão de literatura, inicialmente foram encontrados estudos por meio das pesquisas nas bases eletrônicas de dados, após a leitura foram selecionados nove artigos para a leitura na íntegra. Os artigos cumpriram os critérios de inclusão e mostraram-se relevantes para a realização desta pesquisa (Tabela 1).

Quanto as características dos participantes, quatro trabalhos analisados (OLIVEIRA et al., 2015; MACEDO et al., 2017; MENDES et al., 2015; SINZATO et al., 2013) utilizaram uma amostra de indivíduos saudáveis, enquanto os demais trabalhos apresentaram uma amostra de indivíduos com alguma patologia ou dor.

O estudo de Oliveira e Horodéski (2013), apresentou no trabalho um indivíduo com escoliose e osteocondrose. No estudo de Storch et al. (2015) apresentou indivíduos com lombalgia. Tozim et al. (2015) apresentou indivíduos com dor musculoesquelética crônica. E no estudo de Oliveira et al. (2013) apresentou um indivíduo com espondilolestese traumática em L4-L5.

O tamanho da amostra variou de 1 (OLIVEIRA e HORODÉSKI, 2013; OLIVEIRA et al., 2013) a 33 sujeitos (SINZATO et al., 2013) e a idade dos participantes foi de 18 (SINZATO et al., 2013) a 65 anos (Tozim et al., 2015). Quanto a intervenção do método Pilates, o número de sessões realizadas variou de 8 (OLIVEIRA et al., 2015) até 48 sessões (OLIVEIRA et al., 2013). A duração das sessões variou de 40 a 60 minutos com frequência semanal de 2 a 4 vezes.

Com relação aos efeitos do método Pilates na flexibilidade, 4 estudos utilizaram o teste sentar e alcançar com o Banco de Wells, todos verificaram a melhora da flexibilidade dos praticantes (TOZIM et al., 2015; MACEDO et al., 2017; OLIVEIRA et al., 2013; SINZATO et al., 2013). Um estudo utilizou o flexímetro (OLIVEIRA et al., 2015) e outro utilizou fotos e questionários de qualidade de vida (STORCH et al., 2015). A goniometria e a distância dedo-chão foram utilizadas em 3 estudos (OLIVEIRA e HORODÉSKI, 2013;

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SOUZA et al., 2017; MENDES et al., 2015). Apenas Mendes et al (2015) não encontraram diferenças significativa após a intervenção do método Pilates.

Tabela 1 - Descrição dos estudos incluídos.

AUTOR/ANO TEMPO RESULTADOS

De Oliveira e Horodéski. 2013.

20 sessões, 2 vezes por semana.

O método Pilates foi eficaz na melhora da flexibilidade.

Macedo, et al. 2017. 2 sessões por semana, durante 12 semanas.

O método Pilates melhorou a flexibilidade das praticantes. Mendes, et al. 2015. 12 sessões de Pilates solo,

no período de 4 semanas, sendo divididos numa frequência de 3 vezes por semana.

Os exercícios de Pilates mantiveram a flexibilidade das mulheres.

Oliveira, et al. 2015. 8 sessões de Pilates ao longo de 4 semanas.

Quatro semanas de Pilates foi capaz de melhorar a flexibilidade. Oliveira, et al. 2013. 48 sessões, 4 vezes na

semana durante 12 semanas.

O método Pilates se mostrou eficiente no aumento da flexibilidade.

Sinzato, et al. 2013. 20 sessões do método Pilates, durante 10 semanas, sendo 2 vezes por semana.

O grupo submetido ao método Pilates apresentou um ganho significativo na flexibilidade.

Souza, et al. 2017. 12 sessões do método Pilates.

O programa de treinamento melhorou a flexibilidade dos participantes.

Storch, et al. 2015. 10 sessões de Pilates. Houve melhora da flexibilidade geral dos sujeitos.

Tozim, et al. 2015. 16 sessões que foram dispostas em 8 semanas.

A flexibilidade apresentou melhora no grupo controle após a realização no teste sentar e alcançar, ângulo poplíteo direito e esquerdo.

Com relação às variáveis avaliadas, os testes atribuídos à flexibilidade podem ser considerados de fácil aplicação, feito por goniometria, flexímetro, fotos, mão-chão ou o teste de sentar e alcançar no Banco de Wells. A metodologia mais utilizada pelos estudos para a avaliação da flexibilidade foi o teste com o Banco de Wells. Apesar dos diferentes métodos apresentados, o Pilates mostrou-se eficaz no ganho da flexibilidade, visto que na maioria dos estudos foram encontradas diferenças significativas após a intervenção com o método. Apenas no estudo de Mendes et al. (2015) não apresentou melhora da flexibilidade, mas se manteve igual a avaliação inicial, sugerindo que o método Pilates é eficiente em manter a flexibilidade.

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No estudo de Oliveira e Horodéski. (2013), através da goniometria apresentou aumento da amplitude de todos os movimentos da coluna e dos membros inferiores, ganho da flexibilidade e redução do grau de escoliose. Comprovando a eficácia da aplicação do método Pilates para a paciente com escoliose e osteocondrose. Outro estudo mostrou melhora significativa da flexibilidade após 24 sessões do método Pilates, verificando a importância dos exercícios específicos como forma de tratamento da escoliose, confirmando que o método é adequado para o tratamento conservador da doença (STADNIK et al., 2016).

Com a relação à lombalgia crônica, citada no estudo de Storch et al. (2015), o efeito do método Pilates foi eficaz na melhora da dor, da flexibilidade de forma geral e da qualidade de vida dos sujeitos. Para Oliveira e Braz (2016), a dor lombar tornou-se um dos problemas mais comuns na sociedade, causando frequentemente limitação física nos indivíduos. A musculatura abdominal e torácica tem o importante papel de proteger as estruturas da coluna vertebral, diminuindo as tensões na coluna lombar. Devido ao desuso e o descondicionamento, a região acaba tendo a força reduzida e consequentemente provocando a dor. A prática de exercícios voltados para o fortalecimento e o alongamento para ganho de flexibilidade na musculatura estabilizadora da coluna é apontada como um dos tratamentos mais eficientes para as disfunções da coluna.

Tozim et al. (2015), analisou a influência do método Pilates em idosos com dor musculoesquelética crônica durante oito semanas de treino. Os resultados apontaram melhora da flexibilidade e diminuição do nível de dor. Com o ganho da flexibilidade, houve ganho na amplitude e fluência, assim diminuindo o gasto energético diminuindo as dores. O estudo de Da Rosa et al. (2013), também realizado com idosos, promoveu diversos benefícios, entre eles o fortalecimento e o aumento da flexibilidade, além do bem-estar geral, interferindo positivamente na qualidade de vida do idoso.

No estudo de Oliveira et al. (2013), o método Pilates mostrou-se eficiente na melhora da flexibilidade da cadeia posterior e diminuição da dor na coluna lombar em paciente com espondilolistese traumática de L4-L5, sendo uma ótima alternativa para o tratamento em casos com quadro estável. A dor lombar pode gerar alterações principalmente na flexibilidade corporal, fadiga muscular e redução na amplitude de movimento, por isso torna-se importante a realização de exercícios físicos para a diminuição da dor através da melhora da tensão, estresse e fraqueza muscular (FARIA e FARIA, 2013).

Os demais estudos demonstraram que o método Pilates aplicado em pessoas saudáveis, gerou ganhos significativos de flexibilidade (SINZATO et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2015; SOUZA et al., 2017; MACEDO et al., 2017). Por esse motivo, o Pilates é indicado para

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qualquer faixa etária, contendo adaptações e modificações adequadas para os diferentes indivíduos e patologias, respeitando sempre as limitações e caraterísticas de cada um.

Apenas no estudo de Mendes et al. (2015), não houve alterações significativas na flexibilidade, porém promoveu melhora no desempenho funcional das mulheres. Assim é sugerido uma intervenção por um período maior e mais indivíduos voluntários na amostra para proporcionar resultados expressivos.

Destaca-se o fato de todos os estudos se preocuparem em fazer aulas inicialmente ensinando somente a contração do Power House, essa estabilidade é fundamental para o equilíbrio de carga dentro da coluna vertebral. É através da ativação do Core que os exercícios são realizados de forma correta, por isso sua importância é fundamental para que as pessoas não acabem se movimentando incorretamente e provocando danos.

Outro ponto a ser evidenciado sobre os estudos é a preocupação com a progressão dos exercícios inicialmente com o peso do próprio corpo e após com acessórios. A progressão dos exercícios acontece através do aumento da gravidade no movimento ou a alteração da tensão da mola utilizada, no caso do Pilates em aparelhos. Os movimentos possuem diferentes graus de dificuldades, que de acordo com a evolução do praticante vão se adequando as características individuais.

5 CONCLUSÃO

Ao analisar os estudos que compõem esta revisão, foi possível verificar que o método Pilates contribui positivamente para o ganho da flexibilidade. Apesar das diferenças metodológicas, o Pilates demonstra ser um método interessante quando se trata da melhora da flexibilidade nos diferentes grupos e faixa etária estudados, além disso, surge como uma opção de exercício físico que pode ser realizado com fins de prevenção, melhora na qualidade de vida e reabilitação, já que além de benefícios para pessoas saudáveis, também foram verificados resultados positivos para pessoas com escoliose e lombalgia.

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Referências

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