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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM PÓS-2013 & PROTECÇÃO DA ÁGUA POSIÇÃO DO INSTITUTO DA ÁGUA, I.P

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POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM PÓS-2013 & PROTECÇÃO DA ÁGUA

– POSIÇÃO DO INSTITUTO DA ÁGUA, I.P –

ENQUADRAMENTO

Revisão da Política Agrícola Comum em 2013

A revisão da Política Agrícola Comum (PAC) está programada para 2013.

Em 12 de Abril de 2010, o Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Dacian Cioloş, lançou a consulta pública sobre a PAC pós-2013, convidando as partes interessadas e a sociedade em geral a pronunciarem-se sobre o futuro da PAC, os seus objectivos, princípios e contributos para a Estratégia Europa 2020.

Após a consulta pública e a realização de uma conferência para debater a PAC pós-2013 (em Julho), a Comissão Europeia apresentará, em 17 de Novembro, uma Comunicação sobre o futuro da política agrícola comum. Esta Comunicação irá focar os principais objectivos da PAC, nos próximos anos, e os instrumentos de política a adoptar, bem como a sua estruturação, para atingir esses objectivos.

Recentemente, foi conhecida uma versão preliminar da Comunicação (documento não oficial, que se encontra disponível na Internet).

Foram identificados três objectivos e desafios principais: • Produção viável de alimentos e segurança alimentar; • Gestão sustentável dos recursos naturais;

• Desenvolvimento equilibrado das zonas rurais.

Tendo em consideração a Estratégia Europa 2020, a PAC pós-2013 deverá incorporar os três princípios estabelecidos nesta estratégia:

• Crescimento inteligente - desenvolver uma economia baseada no conhecimento e na inovação;

• Crescimento sustentável - promover uma economia mais eficiente em termos de utilização dos recursos, mais ecológica e mais competitiva;

• Crescimento inclusivo - fomentar uma economia com níveis elevados de emprego que assegure a coesão social e territorial.

Na versão preliminar da Comunicação, está expresso que a PAC continuará a estar estruturada em dois pilares, decisão que se encontra suportada pela opinião generalizada expressa na consulta pública e que também é claramente favorecida pelo Conselho, pelo Parlamento Europeu e pelo Comité das Regiões. O primeiro pilar deverá conter os apoios aos agricultores, numa base anual, enquanto que o segundo pilar deverá suportar os apoio aos objectivos comunitários, contemplando suficiente

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No referido documento, encontram-se expressas três opções políticas (todas baseadas numa estrutura de dois pilares), que representam caminhos potenciais, cujo impacto será analisado antes da tomada de decisão final: Opção 1 – Desenvolvimento do “status quo”; Opção 2 - Apoio mais equilibrado, direccionado e sustentável; Opção 3 – Abolição do apoio às medidas de mercado e ao rendimento.

Não obstante a Comunicação não contemplar valores orçamentais, este será um dos pontos centrais das discussões futuras acerca da revisão da PAC.

Neste domínio, importa ter presente que, no que respeita à PAC e à sua revisão, a Comunicação da Comissão relativa à revisão do orçamento da União Europeia, de Outubro de 2010, apresenta referências a preocupações ambientais, nomeadamente através das seguintes menções:

• Ajudas directas “mais ecológicas” para apoiar práticas ambientalmente mais exigentes;

• Desenvolvimento rural que preserve o ambiente e os recursos naturais; que

contribua para a gestão da água e a eficiência dos recursos e para o combate

às alterações climáticas e que contemple um apoio específico para os mais desfavorecidos na economia rural, incluindo neste domínio o combate à desertificação.

Importa, também, referir que a Comunicação sobre o futuro da PAC será apreciada pelos Conselho, Parlamento Europeu, Comité das Regiões e Comité Económico e Social, e também será acompanhada por uma consulta pública. Com base nessas discussões, a Comissão apresentará propostas legislativas concretas para a PAC pós-2013 em meados de 2011. Acresce referir que, na sequência da entrada em vigor do Tratado de Lisboa, a revisão da PAC terá de ser acordada, no âmbito da co-decisão, com o Parlamento Europeu.

Grupo de Trabalho Directiva Quadro da Água & Agricultura

No âmbito da implementação da Directiva Quadro da Água (DQA) – Directiva 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro de 2000, que estabelece um quadro de acção comunitária no domínio da política da água – foi criado um grupo de trabalho DQA & Agricultura, no qual o INAG, I.P. está representado. Este grupo de trabalho tem como objectivo promover a implementação articulada da DQA pelos Estados-Membros no que se refere ao sector agrícola, e tendo em consideração as particularidades deste sector.

No contexto dos trabalhos deste grupo, o documento “Keynote on post 2013 CAP and water protection in Europe by the Expert Group on the Water Framework Directive & Agriculture / June 2010” foi debatido na reunião do grupo de trabalho realizada na Bélgica, em 27 e 28 de Setembro.

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Subsequentemente, foi elaborado um novo documento sobre a revisão da PAC, com base nas discussões que ocorreram na referida reunião (conjuntamente pelo grupo de trabalho e nos subgrupos que foram formados). O documento em questão, designado por “Second keynote on post 2013 CAP and water protection in Europe” (em anexo), foi remetido, em 11 de Outubro, para apreciação dos membros do grupo de trabalho DQA & Agricultura, nomeadamente para o INAG, I.P.

Neste contexto, o INAG, I.P. apreciou os documentos sobre a PAC pós-2013 e a protecção da água na Europa e tomou posição relativamente à revisão da PAC.

No âmbito da política europeia da água, a preocupação central de Portugal sobre a revisão da PAC, consubstanciada na posição do INAG sobre esta matéria, é a de que não deve ser desperdiçada a oportunidade desta revisão para consagrar, como um dos seus pontos centrais, a protecção da água na política agrícola comum.

POSIÇÃO DO INAG, I.P. SOBRE A REVISÃO DA PAC E A PROTECÇÃO DA ÁGUA Orientações consideradas importantes na CAP pós-2013

Tendo por base os objectivos da Directiva Quadro da Água (DQA), a agricultura é um dos sectores mais relevantes, devido à pressão que exerce, a nível qualitativo e quantitativo, e aos impactos sobre a água, e também devido aos seus aspectos positivos, na produção de bens públicos.

Considera-se que, na revisão da PAC, deveria ser dada especial atenção aos aspectos de protecção da água, devido ao valor da água, não só a nível socioeconómico, mas também a nível ambiental.

No sentido de maximizar as sinergias e reduzir as incompatibilidades entre as medidas estabelecidas nos Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH) ao abrigo da DQA e as medidas definidas nos Planos no âmbito do Desenvolvimento Rural, é essencial que o apoio ao desenvolvimento rural (considerando, nomeadamente, os investimentos) esteja em conformidade com o estabelecido nos PGRH.

A manutenção do mecanismo da condicionalidade é considerada importante em matéria de protecção da água. Neste âmbito, e no que se refere às boas condições agrícolas ambientais, devem continuar a ser contempladas as medidas para proteger a água e também para proteger o solo (com efeitos positivos para a água).

Consideram-se, também, de elevada relevância as medidas agro-ambientais que contribuem para a redução da pressão qualitativa ou quantitativa sobre a água, nomeadamente o apoio aos modos de produção sustentáveis.

Neste contexto, considera-se necessário contemplar a promoção das seguintes vertentes:

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• Integração dos meios de luta no combate aos inimigos das culturas e utilização sustentável dos pesticidas;

• Protecção do solo, que tem também grande importância ao nível da protecção da água;

• Uso eficiente da água que, conjuntamente com um adequado armazenamento de água, é importante devido aos seus impactos positivos ao nível ambiental, na mitigação da escassez de água e dos impactos da seca e na adaptação às possíveis alterações climáticas.

Um dos aspectos relevantes da reforma da PAC deveria ser o aumento do aconselhamento e apoio aos agricultores, com a finalidade de promover a adopção de práticas adequadas. Neste contexto, a criação de novos sistemas de apoio à decisão e a manutenção dos já existentes (nomeadamente nas vertentes de rega e protecção de plantas) deveria ser promovido. O aconselhamento agrícola, a par da formação de técnicos e de agricultores, são considerados aspectos essenciais a ter em consideração. Naturalmente, é necessário um financiamento suficiente pela PAC para apoio às

medidas de protecção da água. Por outro lado, o sucesso da implementação das

medidas depende do seu controlo adequado. No entanto, tendo em conta a sustentabilidade económica dos Estados-Membros, devem ser evitados os encargos administrativos desnecessários para os agricultores e para as administrações.

Comentários ao documento “Second keynote on post 2013 CAP and water protection

in Europe”

Da apreciação efectuada ao documento “Second keynote on post 2013 CAP and water protection in Europe”, discordou-se de alguns pontos, tal como a seguir se discrimina:

Ponto “Type of payments”

Texto em análise: “Finally considerations should be given to an "ear marked fund" where farmers can obtain an "interest free" loan for environmental investments beyond the minimum requirements (e.g. increase manure storage beyond legal requirements). Such an earmarked fund has to clearly follow the EU State aid rules.”

Apreciação: Não se concorda com o parágrafo em questão, uma vez que a criação de um fundo específico (“earmarked fund”) poderia colocar em desvantagem os agricultores nacionais face aos agricultores de outros Estados-Membros, dadas as perspectivas financeiras do país.

Ponto “Develop strict safeguard mechanism”

Texto em análise: “Measures under Rural Development should not conflict with the RBMPs (e.g. no funding of new irrigation in areas with water stress or areas

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climate change, economic and population growth, etc. - or in cases where more efficient irrigation is funded, a certain share of the water should be retained for the environment to maintain / re-establish environmental flows).”

Apreciação: Concorda-se com a afirmação de que as medidas a apoiar no âmbito do Desenvolvimento Rural não devem ser contraditórias com os PGRH. Aliás, considera-se que este é um aspecto muito importante. Todavia, discorda-se com o exemplo que é referido (expressando que não deverá haver financiamento de novos regadios em áreas com escassez de água ou em áreas com provável escassez de água no futuro), uma vez que poderão existir soluções económica e ambientalmente sustentáveis para o aumento da área regada.

Texto em análise: “Payments related to farm investment should only be eligible if they are not harmful to the environment. The reference level for these investments could be objectively defined through a (communitarian) list of Best Available Technology. A similar list is used already in the European Integrated Pollution Prevention and Control Policy, but the list could be further elaborated and adapted to small-scale agriculture as well.”

Apreciação: Discorda-se da afirmação, porque se considera que os requisitos se devem centrar na garantia de que as medidas e investimentos a apoiar estejam em consonância com os PGRH, os quais devem privilegiar as melhores tecnologias disponíveis, caso sejam economicamente viáveis. Assim, estar-se-ia perante uma duplicação ou uma restrição.

Foram, igualmente, remetidos comentários relativamente a outros pontos do documento:

Ponto “Administrative burden for farmers & administrations”

Texto em análise: “In line with the drive to strengthen Internet in rural areas, considerations should be given to increasing the number of farmers filling in applications online and doing record keeping.”

Comentário: Em relação à promoção da Internet nas zonas rurais, deveria ser considerado o apoio não apenas aos agricultores, mas também às associações de agricultores.

Ponto “Increase farm advice and training”

Comentário: No que respeita ao aumento do aconselhamento, e para além dos aspectos referidos no documento, deveria ser contemplada a criação de novos sistemas de apoio à decisão e a manutenção dos já existentes.

Referências

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