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MEMÓRIAS DA FAPSI. Histórias e Relatos de professores, funcionários, ex-professores e exfuncionários da Faculdade de Psicologia da PUC Minas

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Academic year: 2021

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MEMÓRIAS DA FAPSI

Histórias e Relatos de professores, funcionários, professores e ex-funcionários da Faculdade de Psicologia da PUC Minas

faculdade de Psicologia começou sua história em 1959, quando a

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS criou o Instituto de

Psicologia, antecipando-se à regulamentação da profissão – que

aconteceu em 29 de agosto de 1962. Desde seu início muitas

histórias e vivências marcaram – e marcam – o exitoso percurso acadêmico

e de formação profissional – e porque não, pessoal – celebrando a

maturidade da entrada nos sessenta anos, a Faculdade vem partilhar essas

histórias nesse documento, dividindo com toda a comunidade a “história

viva” presente nos discursos, vivências e experiências dos professores,

ex-professores, funcionários e ex-funcionários. Tais discursos revelam, através

da sensibilidade de cada relato, os atravessamentos afetivos, políticos, éticos,

teórico-práticos e sobretudo humanos, contidos no fazer formativo do

Psicólogo e Psicóloga da Faculdade de Psicologia da PUC Minas.

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MEMÓRIAS DA FAPSI

Histórias e Relatos de professores, funcionários, professores e ex-funcionários da Faculdade de Psicologia da PUC Minas

A professora e psicóloga Érica Fróis conta, em um breve texto, um pouco

da sua trajetória como aluna e depois docente da Puc Minas desde 2005

Minha história na PUC Minas se inicia em 1997 quando fui aprovada para iniciar o curso de Psicologia no turno da noite nessa Instituição. À época tinha acabado de terminar o curso de Magistério, nível técnico profissionalizante. Ingressava no curso de Psicologia cheia de expectativas e com um grande desejo de entender melhor sobre o desenvolvimento infantil, construção do pensamento da criança e sobre os problemas que acometem o processo de ensino aprendizagem. Nesse momento já trabalhava como professora do ensino fundamental na rede escolar do Estado e minha realidade era a de alfabetizar crianças em regiões de grande vulnerabilidade social da cidade de Belo Horizonte. Frente a esse desafio busquei o curso de Psicologia na expectativa de contribuir com minha formação como professora, profissão essa que escolhi com carinho e orgulho. Desde os meus primeiros anos em sala de aula e já dominando alguma técnica para alfabetizar crianças, percebia que, no processo de ensino aprendizagem, havia algo para além do método, algo que perpassava pela relação, pelo vínculo e pela subjetividade. Na expectativa de encontrar encaminhamentos para minhas questões como educadora ingressei no curso de Psicologia na PUC Minas em Agosto de 1997.

Iniciei o primeiro período com grande entusiasmo. Embora trabalhasse durante o dia e á tarde, estava sempre disposta para as aulas à noite. Nos primeiros dias de aula havia um clima de entusiasmo na turma, mas também de “frio na barriga”, pois sabíamos que haveria um trote dos alunos veteranos, uma espécie de “brincadeira” com os calouros. Imaginávamos várias brincadeiras e a turma acabou se unindo bastante logo de início para tentar desvendar qual “trote” receberíamos!

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Passados os primeiros dias de aula e nada havia acontecido. As aulas aconteciam normalmente e entusiasmada anotava tudo e buscava a biblioteca várias vezes na semana. Até que em uma sexta feira ao entrar um novo professor na sala fomos tomados pelo anúncio de uma prova surpresa que deveria ocorrer na manhã de sábado, dia em que tínhamos aulas também. Preocupados anotamos muitas bibliografias, nomes de textos, pontos de prova... Fizemos perguntas ao professor e diante a dificuldade em nos responder descobrimos que se tratava de uma brincadeira de um aluno, que já ao final do curso, aparentava ser um professor! Recebemos aí as boas vindas dos alunos veteranos. Vários colegas entraram na sala, fizeram uma roda de música e todos foram convidados a dançar. Essa semana de aula mudou meu olhar, aprendi a descobrir coisas na relação com o outro e, minha expectativa de encontrar um “algo pronto” capaz de responder as minhas dúvidas começava a ser descontruída ali naquele momento. Os anos se passaram e fui construindo a minha formação com estágios, projetos de pesquisa, trabalhos, aulas, avaliações. Para aproveitar melhor os estágios passei a trabalhar em um turno e estagiar em outro. Em 2002 conclui o curso de Psicologia- bacharelado- mas permaneci por mais um ano na Universidade como aluna para cursar também a licenciatura.

Ao longo do curso fui descobrindo os muitos atravessamentos presentes na relação de ensino aprendizagem, mudei meu olhar como professora, aprendi a desenvolver uma escuta que fez a diferença na relação com as crianças com quem trabalhava. Após o 8º período o curso se dividia em 3 ênfases: educacional; organizacional e clínica. Devido ao meu percurso na escola, o meu desejo em trabalhar com crianças e o gosto pela pesquisa, optei pela ênfase educacional. Nessa época apenas os alunos da ênfase educacional produziam um trabalho monográfico de conclusão de curso. No 9º período cursei a disciplina que foi um marco na minha formação. A disciplina Psicomotricidade, ministrada pela professora Eline Rennó, evidenciava o corpo como unidade biopsicossocial. O primeiro núcleo psíquico da pessoa, afirmava Wallon, seria o ato motor. Valorizar a dinâmica psicomotora da criança na escola e

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compreender a terapia psicomotora como formas de intervenção foram os pilares que a partir dessa data nortearam minha formação. Ainda na universidade cursei o estágio em clínica psicomotora e ingressei no Capítulo Minas de Psicomotricidade, à época gerido pela professora Eline. Ao final da graduação escrevi meu trabalho de conclusão de curso (TCC) sendo orientada pela professora Silvia Eulálio, sobre o afeto na relação professor-aluno no processo de aprendizagem escolar.

Logo ao finalizar a graduação iniciei a pós-graduação em Psicomotricidade e na sequência me especializei em Educação Inclusiva, Alfabetização e Educação Infantil. Fui presidente do Capitulo Minas de Psicomotricidade e tive a oportunidade de promover eventos e encontros na área, trazendo profissionais referência no assunto.

Em 2005 a professora Eline me convidou para substitui-la na disciplina Psicomotricidade, no curso de Fisioterapia na PUC Minas. Iniciei minha carreira docente na Instituição nessa data. Atuei como professora substituta até 2007 e em 2008 fiz um provimento externo para docente para o campus da PUC na cidade de Arcos. Iniciei em Arcos em Agosto de 2008 lecionando a disciplina Psicomotricidade e também Psicologia do desenvolvimento adolescente, para as turmas do turno noite e para as turmas do turno manhã. Trabalhava em Arcos de 4ª à 6ª feira e para isso comecei a alugar uma casa na cidade. Iniciava aí mais um episódio que novamente marcou a minha vida. Com o decorrer dos anos fiz da minha casa uma república de professores e queridos colegas estiveram comigo corrigindo trabalhos e festejando carnavais! Amizades sinceras, encontros prazerosos e muita alegria iluminou meu caminho nos anos em que lá estive. Grupo de professores engajados, alegres, parceiros! Alunos entusiasmados, envolvidos, animados! De uma relação de trabalho fiz grandes amizades. Arcos não era mais “meu local de trabalho” apenas, era a “minha casa”. Passava mais tempo em Arcos do que em Belo Horizonte, onde residia com minha família.

Entre os anos de 2008 e 2015 estive na PUC em Arcos e nesse tempo lecionei disciplinas na área do desenvolvimento infantil, vida adulta e velhice, psicologia aplicada à pessoa com deficiência, ministrei estágios

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e projetos de extensão. Coordenei a pesquisa e a extensão no curso de Psicologia. Apesar de uma rotina exaustiva que envolvia o deslocamento de 400 km semanais(ida/volta BH) esse foi um dos períodos mais alegres na minha história na PUC Minas. Conheci e convivi com pessoas maravilhosas que admiro e estimo, especialmente: Fernanda Simplício, Juliana Garbaccio, William Régis, Maria Eugênia, Jane, Ada, Cláudio, Zanja, Andréa, Naiara, Fábio, Priscila, Cadu, Thelma, Túlio, Izabella, Juliana Diniz e mais muitas pessoas entre professores, funcionários e alunos. Carinhosas lembranças me unem a esse grupo e a essa “casa”!

Devido às mudanças na instituição o ingresso para o curso de Psicologia em Arcos foi interrompido e em 2017 acontecerá a formatura da última turma de alunos, na qual terei a alegria de estar como patronesse. Desde 2012, juntamente com as aulas no campus Arcos, ministro disciplinas no campus Coração Eucarístico e São Gabriel. Em 2016, tendo findado minhas aulas em Arcos, realizei provimento interno para o campus Betim e Coração Eucarístico, no curso de Educação Física.

Em 2010 conclui meu mestrado também na PUC Minas com um texto sobre o brincar na contemporaneidade e em 2014 ingressei no doutorado. Logo, meu vinculo atual (2016) na instituição tem sido o de aluna e o de professora. Acredito que desde o meu desejo inicial em conhecer a Psicologia para melhor entender sobre a relação ensino aprendizagem, aprendi muito sobre afeto, respeito, carinho, profissionalismo, ética, prazer de ser e de fazer. A escola de Psicologia na qual aprendi sobre a relação ensino aprendizagem não foi apenas técnica-profissional, foi humana e afetiva.

Logo, minha trajetória na PUC Minas fala mais de alegrias que se acumulam no plano pessoal e profissional. Muitos desafios certamente marcaram essa caminhada e ao olhar para trás vejo a superação e o crescimento como resultados alcançados. Ao findar esse breve relato deixo o meu “muito obrigada” a toda comunidade PUC Minas que com carinho marcam o enredo da minha vida e história institucional.

Profª Érica Frois Novembro de 2015

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