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A INFLUÊNCIA DA LUA NA AGRICULTURA: UTILIZAÇÃO E CRIAÇÃO DO CALENDÁRIO LUNAR NO ENSINO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA.

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Academic year: 2021

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A INFLUÊNCIA DA LUA NA AGRICULTURA: UTILIZAÇÃO E CRIAÇÃO DO CALENDÁRIO LUNAR NO ENSINO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA.

Autores: ¹Maria Cristina de ARRUDA; ²Danieli Cristina de SOUZA.

Identificação autores: ¹Acadêmica do Curso Licenciatura em Ciências Agrícolas e Bolsista do PIBID. ²Supervisora do PIBID/IFC/LICA, Docente do Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas – IFC Araquari.

Introdução

A Lua é objeto de admiração da humanidade desde os tempos dos primórdios, os antigos povos atribuíam a ela poderes sobrenaturais, outros povos como chineses, babilônios, gregos, egípcios entre outros utilizavam os astros para medir a passagem do tempo e para prever o melhor plantio e colheita. (OSEIAS; 2012)

Os documentos astronômicos mais antigos datam de 3000 a.C. e se devem aos Chineses. Acharam registros dos sobre meteoros, meteoritos e a utilização de um calendário de 365 dias, já os babilônios, assírios e egípcios também sabiam a duração do ano e em outras partes do mundo existem monumentos que foram deixados e são evidencias astronômicos da época como Newgrange (Irlanda 3200 a.C), Stonehenge (3000 a 1500 a.C), Cromeleque dos Almendres (Portugal 5000 a.C). No Peru foi encontrado um observatório mais antigo Chankillo que foi construído a 200 e 300 a.C.(FILHO; SARAIVA;2016)

Os Gregos foram um marco na astronomia, entre as datas de 600 a.c e 400 a.C surgiram diversos astrônomos de grande importância como Tales de Mileto que trouxe os conhecimentos de Astronomia e Geometria dos egípcios, Pitágoras que acreditava que a Terra a Lua e outros corpos celestes tinham o formato de esfera. (FILHO; SARAIVA; 2016)

Atualmente o homem também se relaciona com a lua no viver rural, esse conhecimento popular é passado por gerações como forma de obter melhor resultado no plantio e colheita de determinada cultura.

Com o mesmo pensamento Rudolf Steiner criou a agricultura biodinâmica em 1924 que valoriza o conhecimento popular e relacionando com as atividades agrícolas em geral. “Não há compreensão alguma da vida vegetal, a menos que se considere em que forma que tudo que esta sobre a terra é em realidade somente um reflexo do que

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ocorre no cosmos” (STEINER, 1988, p.282).

Com esses princípios Maria Thun agricultora alemã e seguidora da agricultura biodinâmica a mais de 50 anos, vem pesquisando a influência dos astros na produção vegetal e animal, um exemplo, é o reflexo desta ação lunar para o desenvolvimento o pasto apícola e consumo de alimentos para as abelhas, a partir dessa análise, descobriu que os astros influenciavam diretamente no segmento. Realizou diversos estudos com repetições de seus plantios de forma seqüenciais constatando a interferência do ciclo sideral da lua, tendo como produto gerado da sua pesquisa o calendário de Thurn.

A necessidade de aproximação dos acadêmicos aos distintos saberes, sendo eles empíricos da comunidade rural e o científico explorado na vivência formativa, têm se o objetivo de explorar os conhecimentos sobre a agricultura biodinâmica, em parâmetros de funcionalidades e relevância para a grande área das ciências agrárias.

Material e Métodos

A pesquisa realizada contou com a revisão bibliográfica da temática e análise de documentos de fontes escrita. A proposta de metodologia escolhida para ser aplicada foi à oficina pedagógica onde possibilita a aprendizagem em conjunto relacionando teoria e prática. “A oficina é um âmbito de reflexão e ação no qual se pretende superar a separação que existe entre a teoria e a prática, entre conhecimento e trabalho e entre a educação e a vida” (Ander-Egg, Apud Omiste; López; Ramírez, 2000, p.178).

A oficina será ministrada no SEPE (Semana de Ensino Pesquisa e Extensão) para os alunos do curso Técnico em Agropecuária integrado ao ensino médio visando relacionar as vivências dos alunos e relacionar com a temática proposta. Inicialmente foi escolhido o tema “Influência da Lua na Agricultura” e logo em seguida começou o preparo do plano da oficina onde foi definida a quantidade de alunos a participar, o tempo de duração, conteúdo programado, recursos instrucionais a ser utilizado, o objetivo a ser alcançado e método de avaliação/material didático a ser elaborado.

O conteúdo a ser utilizado terá como base a agricultura biodinâmica e os conceitos empíricos onde será relacionado às disciplinas de Agroecologia e Agrometeorologia.

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Seqüencialmente foi preparado o material didático e o material de apoio em formato de folheto disponibilizado para a comunidade escolar para utilização em outras disciplinas, potencializando o ensino, pesquisa e extensão através de metodologias exploratória do conteúdo teórico e da prática sobre o tema. De modo a relacionar a teoria e a prática os grupos participantes da oficina vão desenvolvem um Calendário Astronômico Lunar trimestral que deverá conter as fases da lua, melhor época de plantio, colheita e poda das culturas do ciclo do trimestre que estarão trabalhando.

Resultados e discussão

O homem sempre observou a natureza e adquiriram os mais variados conhecimentos sobre ela, esse conhecimento adquirido é passado de geração em geração e muitas vezes não se existe uma base científica para aquela pratica. Existem poucas pesquisas que comprovem a influência da lua na agricultura, mas o conhecimento empírico passado de geração em geração é tão forte que alguns estudos revelam a sua utilização na agricultura.

Conforme o artigo de que relata os saberes empíricos dos estudantes do Projovem de Laranjal no Paraná, “o agricultor e produtor de leite Nereu acredita que cortar a madeira de eucalipto na lua minguante a lenha não irá carunchar e agüentará mais tempo no chão, ele ainda acredita que para plantar mandioca e arroz, a lua ideal para esse plantio é a Lua nova de setembro para que as raízes fiquem grosas e os ramos fiquem finos, no arroz carrega mais os cachos, ou seja, a produção será maior em uma área menor. (SANTOS; FERREIRA; 2011 p.06).

Se observarmos o calendário e os estudos de Maria Thun na lua minguante a seiva das plantas estão descendo para as raízes possibilitando a poda de bambus e madeira para construções. Já na Lua nova a seiva esta concentrada nas raízes e o plantio ideal são de raízes, rizomas, tubérculos e bulbos. Maria Thun acredita também no desenvolvimento das plantas através das 12 constelações do zodíaco quando ocorre o alinhamento entre terra, lua e constelações. E em setembro o mês relatado pelo agricultor Nereu é o melhor para plantio de mandioca e arroz, e para Thun o mês de Setembro ou Virgem é a 4ª constelação onde a fase da Lua é Ascensão sendo o mês ideal para o cultivo de raízes, bulbos, tubérculos e rizomas.

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Sanches (1997), estudando o conhecimento das populações caiçaras na Estação ecológica Juréia Itatins em São Paulo-SP, observou que o corte de madeiras e cipós dependia das fases da Lua, sendo a época ideal três dias antes da lua minguante até três dias depois desta.

Em 2001, um artigo publicado na prestigiada revista National Geographic Magazine, aborda o tema que uma das possíveis explicações para o efeito da lua no crescimento das plantas, é que, durante o ciclo lunar e em particular durante as mudanças de fase, a quantidade de luz refletida para a terra, varia. Para, além disso, a força gravitacional que a lua exerce sobre a terra, também varia durante o ciclo.

Conclusão

Como futuros técnicos agrícolas são de extrema importância conhecer as práticas biodinâmicas, pois muitos agricultores ainda utilizam as fases da lua para fazer determinadas atividades. A agricultura biodinâmica além de resgatar esse conhecimento empírico promove o equilíbrio entre o plantio e a criação animal, utilizando métodos que não agrida a natureza.

Os resultados que se pretende obter com a aplicação da oficina é a troca de conhecimentos entre os participantes, reconhecer a melhor época de plantio e colheita conforme as fases da lua e aplicabilidade da agricultura biodinâmica em seu dia-a-dia para sua utilização futura em pesquisas, provas e trabalhos escolares.

Referências

OMISTE, A. S; LÓPEZ, M.D. C.; RAMIREZ, J. Formação de grupos populares: uma proposta educativa. In CANDAU, Vera Maria; SACAVINO, Susana (Org.) Educar em direitos humanos: construir democracia. Rio de Janeiro : DP&A, 2000.

SANCHEZ, R.A. Caiçaras e a Estação Ecológica Juréia-Itatins(Litoral Sul de São Paulo): Uma abordagem etnográfica e ecológica da relação homem e meio ambiente. (Tese de mestrado) , IB- USP,1997.

SANTOS, O. Tecnologia do Saber: A Complexidade do Conhecimento Lunar no Viver Rural. Anais do IV ENCONTRO EM EDUCAÇÃO AGRÍCOLA maio de 2012 SANTOS, S.M.R; FERREIRA, L. Saberes empíricos no meio rural de Laranjal; 2011.

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Steiner, R. 1993. Fundamentos da Agricultura Biodinâmica. Editora Antroposófica, São Paulo, SP, BRASIL.241p.

Thun, M. 2005. Calendário Astronômico-Agrícola 2005. Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica, Botucatu, SP, BRASIL. 48p.

OLIVEIRA, K. S. Astronomia na Antiguidade.Atualizado 2016. Disponivel em: (http://astro.if.ufrgs.br/antiga/antiga.htm) Acesso em: 30 ago. 2016.

Referências

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