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Radiação Solar em Superfieies Horizontal e Vertical com Exposição Norte*

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Academic year: 2021

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Radiação Solar em Superfieies

Horizontal e Vertical com

Exposição Norte*

J . M. S a n t o s S. S i m ã o A. P e t t a ,

E . S. A. « L u i z de Q u e i r o z »

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1. I N T R O D U Ç Ã O

Freqüentemente, em estudos agrometeorológicos, arquitetô-nicos, climatológicos, e t c , existe a necessidade de se ter uma esti-mativa da radiação solar recebida em uma superfície qualquer so-bre o solo. T a i s estudos são freqüentemente empregados para pesquisas relacionadas com a fisiologia vegetal, transpiração, eva-poração e iluminação.

No presente trabalho os autores procuraram dar início a estes estudos de radiação solar na "Luiz de Queiroz", pelo aproveita-mento de dados coletados no Posto Meteorológico, organizado pela l.a Cadeira — Física e Meteorologia.

Com a expansão que se está pretendendo realizar nos estudos que relacionam clima, planta, solo e água é sempre necessário a obtenção de dados e a realização de cálculos como aqueles agora computados.

Trabalhos estão programados e em andamento na "Luiz de Queiroz", onde se pretende, juntamente com os dados empíricos e aproximados, realizar observações diretas, no campo, a fim de se fazer a aplicação destes estudos para todas as regiões agrícolas do Estado de São Paulo.

2 . MATERIAL E M É T O D O

Os dados uitlizados foram aqueles, relativos às horas de inso-lação efetiva, obtidos com um heliógrafo no Posto Meteoro-agrário da E . S . A. "Luiz de Queiroz".

As estimativas do total de radiação recebida em uma super-fície horizontal, ao nível do solo, foram realizadas tendo por base os estudos originais de A N G S T R O M ( 1 9 2 4 ) que propôs a exis-tência de uma relação entre radiação solar e horas de insolação. pelo emprego da seguinte expressão :

Q = Qo | a' + ( 1,00 — a' )

^ j

onde Q = radiação recebida em uma superfície horizontal ao nível do solo, dado em c a l / c m V d i a .

Qo = Radiação recebida em uma superfície horizontal em um dia completamente limpo.

n = é o total de horas de insolação obtido pelos registros do heliógrafo ou outro instrumento.

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N = duração máxima possível de insolação (em h o r a s ) . a' = sendo a proporção média de radiação recebida em um dia completamente coberto.

0 valor de á diariamente é variável e seria uma função da densidade e tipo de nuvens.

O valor de a1 proposto por A N G S T R O M foi de 0,25 e o

mes-mo valor proposto por KIMBALL e HAND ( 1 9 3 6 ) foi de 0,22. F R I T Z e MacDONALD ( 1 9 4 9 ) usaram a seguinte expressão :

Q / Q o = 0,35 + 0,61 — N

P R E S C O T T ( 1 9 4 0 ) e PENMAN ( 1 9 4 8 ) usando valores de A N G S T R Õ M - B R U N T ( 1 9 3 9 ) propuseram a seguinte relação :

Q / Q a = a + - ^ — N

onde Qa seria a radiação total recebida na superfície do solo, se a atmosfera fosse perfeitamente transparente.

BLACK e outros ( 1 9 5 4 ) fazendo estudos bastante precisos e considerando diversas regiões do globo propõem valores de a = 0,23 e b = 0,48 e consideram Qa a radiação máxima possível que atinge o solo, na ausência da atmosfera.

Trabalhos mais recentes realizados por G L O V E R e McCUL-LOCH ( 1 9 5 8 ) nos fornecem indicações mais interessantes sobre os valores de a e de b. Mostraram que o valor de ( a + b ) é aproximadamente constante para uma dada localidade, sendo em média ^ 0,82. Em estudos que realizaram com valores médios de 10 dias, chegamos à seguinte expressão :

— = 0,23 + 0,62 —

Qa N onde percebemos que a soma de (a - f b ) = 0 , 8 5 .

Finalmente, em estudos posteriores G L O V E R e McCUL-LOCH ( 1 9 5 8 ) procuraram determinar a dependência dos valores de a e b em função da latitude. Para b ficou determinado que seu valor permanece significativamente constante. Quanto ao valor de a aqueles autores determinaram sua variação em relação à la-titude. O valor achado foi :

a = 0,01 + 0,27 cos <f>

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Chega-se a conclusão, pelos estudos de G L O V E R e McCUL-LOCH que, dentro dos limites de 0o a 60° de latitude, a equação

empírica de A N G S T R O M poderia ser usada do seguinte modo : Q / Q a = 0,29 cos </> + 0,52 — —

N

3 . R E S U L T A D O S O B T I D O S

Os valores de insolação, de razão de insolação e de Q, são mostrados na Tabela I, assim como os totais de radiação que atin-gem uma parede vertical com exposição norte.

Na tabela II são dados os valores da radiação solar em cal/cm'-'/hora, recebida em uma superfície horizontal e outra ver-tical com exposição norte.

Com base nas relações obtidas pelos Gráficos 1, 2, 3, 4 e 5 foram calculados os valores de radiação solar que atingem uma parede vertical com aquela exposição.

Os gráficos citados foram obtidos tendo por base os valores da constante solar, altitude e azimute do sol, latitude de Piraci-caba e ângulo horário. Estas curvas são empíricas e serviram apenas para determinar a proporção existente entre os valores de radiação recebida em uma superfície horizontal e uma parede ver-tical com exposição norte.

Para a determinação destas proporções procedeu-se ao cálculo da área sob cada uma das curvas, sendo que para a con-fecção das mesmas foram utilizados dados horários.

Queremos salientar que as curvas tracejadas da Fig. 4 (no-vembro) e Fig. 4 (dezembro e janeiro) se referem à radiação rece-bida em uma parede vertical com exposição sul, com excessão do período de 10 às 14 horas da curva de novembro, que se refere à radiação recebida na paredece vertical com exposição norte.

Segundo B R O O K S ( 1 9 5 1 ) o valor correspondente à radiação difusa do céu que atinge uma superfície horizontal é 1/6 do valor calculado para a radiação direta, e a radiação difusa que atinge uma parede vertical com qualquer exposição é igual a 2 / 3 da ra-diação difusa numa superfície horizontal.

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4 . D I S C U S S Ã O D O S R E S U L T A D O S

4 . 1 . Pelo estudo dos dados da Tabela I, dos Gráficos 1 a 5 e da Tabela III notamos como variam as proporções entre os totais de radiação solar sobre superfícies horizontal e vertical.

4 . 2 . Os totais correspondentes a janeiro e dezembro, e rela-tivos à radiação recebida em uma superfície vertical se referem à exposição sul.

4 . 3 . Tendo por base o que ficou estabelecido no item 4 . 2 . podemos considerar que a superfície vertical com exposição norto, nos meses de janeiro e dezembro, irá receber apenas radiação difusa que podemos considerar como sendo igual àqueles valores propostos por B R O O K S .

4 . 4 . Em relação à curva do mês de novembro, queremos salientar que desde o nascer do sol até 10 horas da manhã; e das 14 horas até o pôr do sol, a radiação solar irá incidir sobre a su-perfície vertical com exposição sul. Aquela susu-perfície com expo-sição norte só receberá radiação direta das 10 às 14 horas.

Na Tabela IV damos, para o caso das décadas de novembro, uma idéia de como o total encontrado na Tabela I se distribue durante aquelas horas para as condições de exposição norte ou sul.

4 . 5 . As curvas correspondentes aos meses de dezembro e janeiro foram consideradas como sendo idênticas para fins de apli-cação prática.

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5 . SUMMARY

In the field of agrometeorological studies we are in need of the estimation of the solar radiation frequently.

At the present study the authors have worked out some dat:t regarding the hours of sunshine during the months of August, September, October, November, December and January of 1957, 1958 and 1 9 5 9 .

Based on such hours of sunshine in the Agrometeorological Station, located at the Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" — U . S . P . , in Piracicaba, the authors calculated the solar radiation received on a plane and horizontal surface, from the method proposed by Glover and Mc Culloch. With those results the authors estimated the percentual part of radiation that would be received on vertical wall facing north.

6 . LITERATURA CITADA

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