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Biblioteca Digital do IPG: Animação/TAGUS: Como peixe na água - Abrantes

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Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Relatório de Estágio

“Animação/TAGUS: Como peixe na água”

TAGUS, Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior

Orientador: Professor Victor Amaral

João Vitor Palhota Marques Bica Outubro 2010

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ii

Índice de Figuras ... Erro! Marcador não definido. Introdução ... Erro! Marcador não definido. I. Caracterização da TAGUS ... Erro! Marcador não definido.

1.1.Historial ... Erro! Marcador não definido. 1.2.Objectivos ... Erro! Marcador não definido. 1.3. Localização ... Erro! Marcador não definido. 1.4. Apresentação do Espaço ... Erro! Marcador não definido. 1.5. Plano anual de Actividades ... Erro! Marcador não definido. 1.6. Recursos Humanos ... Erro! Marcador não definido. 1.7. TAGUS e a Relação com a Animação Sociocultural ... Erro! Marcador não definido. 1.8. A importância da Análise SWOT e sua realização ... Erro! Marcador não definido. 1.9. Análise SWOT aplicada à TAGUS ... Erro! Marcador não definido.

II. Enquadramento Teórico da Animação Sociocultural... Erro! Marcador não definido.

2.1. Importância da Animação e Desenvolvimento Comunitário . Erro! Marcador não definido. 2.2. Animador Sociocultural: papel e suas características ... Erro! Marcador não definido. 2.3. Animador Sociocultural e TAGUS: promotores de práticas culturaisErro! Marcador não definido.

III. O Estágio ... Erro! Marcador não definido.

3.1. Considerações Iniciais ... Erro! Marcador não definido. 3.2. Público-Alvo, objectivos e estratégias ... Erro! Marcador não definido. 3.3. Actividades, acções de divulgação e organização de eventos Erro! Marcador não definido. 3.3.1. Plano de Estágio ... Erro! Marcador não definido. 3.3.2. Actividades Desenvolvidas ... Erro! Marcador não definido. 3.3.3. Projectos/Actividades futuras ... Erro! Marcador não definido. 3.5. Avaliação da intervenção ... Erro! Marcador não definido.

IV. Reflexão Crítica e Avaliação ... Erro! Marcador não definido. Bibliografia ... Erro! Marcador não definido. Apêndices (CD) ... Erro! Marcador não definido.

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Índice geral Índice de Figuras ... 2 Introdução ... 3 I. Caracterização da TAGUS ... 5 1.1.Historial ... 5 1.2.Objectivos ... 5 1.3. Localização... 8 1.4. Apresentação do Espaço ... 9

1.5. Plano anual de Actividades ... 9

1.6. Recursos Humanos ... 10

1.7. TAGUS e a Relação com a Animação Sociocultural ... 10

1.8. A importância da Análise SWOT e sua realização ... 11

1.9. Análise SWOT aplicada à TAGUS ... 12

II. Enquadramento Teórico da Animação Sociocultural ... 15

2.1. Importância da Animação e Desenvolvimento Comunitário ... 15

2.2. Animador Sociocultural: papel e suas características... 18

2.3. Animador Sociocultural e TAGUS: promotores de práticas culturais ... 20

III. O Estágio ... 21

3.1. Considerações Iniciais ... 21

3.2. Público-Alvo, objectivos e estratégias... 21

3.3. Actividades, acções de divulgação e organização de eventos... 22

3.3.1. Plano de Estágio... 22

3.3.2. Actividades Desenvolvidas ... 22

3.3.3. Projectos/Actividades futuras ... 27

3.5. Avaliação da intervenção ... 31

IV. Reflexão Crítica e Avaliação ... 31

Bibliografia ... 33

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Índice de Figuras

Figura 1 - Mapa do Ribatejo Interior ... 8

Figura 2 – Distribuição dos cartazes para o Projecto PROVE ... 24

Figura 3- Montagem da Logística da Sessão de entrega dos contratos ... 25

Figura 4 - Montagem do Stand na Feira do Sardoal ... 26

Figura 5 - Stand na Feira do Sardoal... 26

Figura 6 - Imagem do Concurso "Canteiros Floridos do Concelho" ... 28

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Introdução

O presente relatório é elaborado segundo as condições descritas no Regulamento de Projecto/Estágio (3º ano) em vigor na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda.

O relatório, intitulado “Animação/TAGUS: Como peixe na água” é consequência do Estágio Curricular realizado na TAGUS - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, no âmbito da unidade curricular do 3º ano do Curso de Animação Sociocultural, tendo tido início no dia 5 de Julho e o termo no dia 4 de Outubro.

A escolha do título “Animação/TAGUS: Como peixe na água”, justifica-se pelo facto de, por um lado, TAGUS, do latim significar Tejo, recurso natural que serviu, serve e servirá as comunidades que o circundam, correspondendo assim, à área de intervenção. Por outro lado, a relação inerente numa Associação de Desenvolvimento Local com a Animação Sociocultural. Uma comparação - Como peixe na água – que, em paralelo, é uma metáfora do que considero que é a existência das duas. Um trabalho em conjunto baseado nos mesmos conceitos e objectivos, onde está presente uma complementaridade de esforços e requisitos por uma causa: a construção de um desenvolvimento cada vez mais sustentável em determinado contexto.

A opção por este contexto organizacional justifica-se pelo facto de querer direccionar a minha conduta profissional para a vertente de organização e gestão de eventos e desenvolvimento de projectos comunitários direccionados ao mundo rural. Por isso, escolhi a TAGUS, agente de desenvolvimento local que reúne as condições ideais para atingir os objectivos a que me propus perante esta instituição no âmbito do meu estágio curricular. O facto de esta associação promover e dinamizar os recursos endógenos da minha área de residência, foi determinante para a escolha, pois no futuro, pretendo trabalhar nesta região. Esta foi uma oportunidade de me envolver com as pessoas e os recursos da terra, podendo obter um conhecimento mais profundo e real das potencialidades e ameaças que me permitirão pensar, estruturar e desenvolver projectos sustentados.

Durante os três meses de trabalho nesta instituição, penso ter conseguido demonstrar que a animação sociocultural, nas suas diversas vertentes, vai ao encontro das prioridades da TAGUS no que se refere às intervenções territoriais, nomeadamente, como ferramenta ao serviço da promoção, dinamização, coesão e integração das comunidades no contexto socioeconómico e

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cultural num mundo cada vez mais globalizado, enunciando as especificidades e identidade territorial.

Numa primeira parte deste relatório faço uma abordagem ao que é a TAGUS, referindo o seu historial, objectivos, localização, os seus recursos humanos e o seu plano de actividades, apresentando os resultados de uma análise SWOT ao respectivo contexto.

Num segundo capítulo apresento um enquadramento teórico da Animação Sociocultural, e a sua importância desta disciplina ao serviço do desenvolvimento comunitário e de que forma o profissional da animação aborda o processo de dinamização e desenvolvimento das comunidades, com base na opinião de vários autores. Dada a minha intervenção na TAGUS, tornou-se determinante fazer alusão ao animador como promotor de eventos e enfatizar a importância das práticas culturais nas sociedades.

O último capítulo refere a minha prestação no estágio curricular, o plano de intervenção do estagiário que inclui desde as propostas apresentadas ao trabalho desenvolvido.

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I. Caracterização da TAGUS 1.1.Historial1

Dado um processo de globalização cada vez mais generalizado, surgem os problemas das regiões com baixa densidade territorial e posteriormente agentes de desenvolvimento com vontade de lutar pelos interesses e desenvolvimento desses mesmos territórios. Com a finalidade de alterar o destino para o qual pendem os territórios, economias e culturas rurais, criou-se a TAGUS2, Associação para o Desenvolvimento integrado do Ribatejo Interior, sediada na Cidade de Abrantes, para promover e criar sinergias entre os vários sectores de actividade nos concelhos de Abrantes, Sardoal e Constância esta associação de promoção local iniciou a sua política de desenvolvimento rural.

Esta Associação de Desenvolvimento Local é um dos principais agentes estratégicos de desenvolvimento local, consolidando-se na região com um programa atractivo no âmbito da animação comunitária. A iniciativa comunitária, TAGUS, através da concretização de projectos e organização de eventos, tem como objectivo a redução das disparidades regionais.

A TAGUS, Associação para o Desenvolvimento integrado do Ribatejo Interior, é uma Associação de Desenvolvimento Local (ADL), criada em 26 de Novembro de 1993, integrando a NUTT II do Centro, no topo interior norte da região de Lisboa e vale do Tejo. De direito privado e sem fins lucrativos, tem como objecto a promoção, apoio e realização de um aproveitamento mais racional das potencialidades endógenas dos concelhos que integram a sua área de actuação (Sardoal; Abrantes; Constância), tendo em vista o desenvolvimento rural integrado em todas as suas componentes e a melhoria das condições de vida das populações.

1.2.Objectivos

Esta ADL realiza o plano anual de actividades de modo a abranger os interesses turísticos da região, numa lógica territorial, regional e nacional, promover os produtos os locais de qualidade,

1 Informações fundamentadas nos livros “Eixos Estratégicos de Desenvolvimento – plano de equipamentos em meio

rural” e “Rural Point – Plano de Intervenção em meio Rural” ambos editados pela TAGUS.

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os serviços de proximidade, o património e o ambiente, a integração regional e a nacional, de forma a ter acesso a novos mercados e atingir potenciais consumidores e qualificar os agentes e os produtos.

A qualificação, reflexão e visibilidade dos produtos e promotores de desenvolvimento, capacita e qualifica os actores do território, promove a articulação entre os mesmos, e cria projectos em rede de forma alicerçada de modo a definir e desenvolver estratégias conjuntas para ultrapassar os problemas de cada área de intervenção, orientando as práticas de desenvolvimento local e as políticas de desenvolvimento regional nesse sentido.

A TAGUS tem como objectivos gerais:

 Combater o êxodo rural e o abandono da actividade agro-florestal;  Desenvolver o sector turístico local;

 Promover a Qualidade de Vida;  Preservar a identidade Territorial;

 Promover e dinamizar os recursos hídricos da região enquanto potencializadores da região;

 Dinamizar e proteger o olival;

 Estimular a Governança Local e a articulação em rede;

A lógica de intervenção da TAGUS tem-se pautado por um papel pró-activo, cabendo-lhe liderar, estimular e apoiar inúmeros processos com vista ao apoio de projectos inovadores de revitalização do mundo rural nos concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal, onde para além da gestão local do fundo, a participação e cooperação se têm revelado essenciais no trabalho local de promoção e desenvolvimento.

Em termos territoriais realiza parcerias na organização de diversos eventos enquadrados nos objectivos de dinamização económica, promoção cultural e valorização dos recursos endógenos locais. Pelo que a co-organização da Feira Nacional de Doçaria Tradicional em Abrantes, ou a Feira de Fumeiros, queijo e pão no Sardoal, o AQUAPAPER e um conjunto de outros eventos e Feiras empresariais da região, faz da TAGUS um agente operacional em prol do desenvolvimento da região e impulsionador da atractividade local.

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No âmbito do turismo tem a responsabilidade de coordenar a informação INSITU – sistema de informação turístico desenvolvido para os concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal, composto por um portal na internet3. Este contempla uma rede de vinte guias multimédia isolados nos centros históricos e uma edição “newsletter” quinzenal da agenda turística local emitida para cerca de 850 subscritores. Neste sistema de informação, procura articular a base turística com os temas do desenvolvimento rural e projectos apoiados pelo LEADER+4, tentando desta forma impulsionar o turismo regional. Apoiada na diversificação da economia e na criação de emprego de micro estruturas ligadas ao turismo e outras actividades de lazer como forma de potencializar a valorização de recursos endógenos dos territórios rurais, nomeadamente ao nível da valorização dos produtos locais e do património cultural e natural, contribui para o crescimento económico e criação de emprego, reforçando o conceito de património rural enquanto interesse colectivo e factor de identidade e atractividade do território.

Em termos da acção social, a TAGUS exerce um contributo operacional no território, integrando o Conselho Coordenador do ATL da Escola António Torrado, criado para fazer a gestão integrada de um centro de actividades de tempos livres, na principal escola do 1º ciclo do território com cerca de 300 alunos. Pelo seu posicionamento neste órgão, exerce funções administrativas de um Centro de ATL de Actividades Eco-rurais. Representa o Conselho consultivo do grupo Agenda Local 21 de Abrantes, do Plano Estratégico da Cidade de Abrantes e do Plano Estratégico para o Turismo de Abrantes.

No âmbito do azeite, sector importante no território, a TAGUS procura colaborar com os produtores locais na sua divulgação e promoção, tendo enquadrado a organização do 2º encontro nacional do Azeite e um conjunto de iniciativas a ele associadas. Esta ADL, encontra-se a tentar revitalizar o sector, contribuindo para o âmbito de trabalhos de estudo, dinamização e apoio aos trabalhadores junto dos produtores por parte da Associação de Agricultores.

3

Projecto inSITU, disponível no site www.portalinsitu.pt

4 O Programa LEADER+ é um instrumento que permite experimentar outras abordagens de intervenção no espaço

rural, respeitando a dimensão ambiental, económica, social e cultural dos territórios rurais. O LEADER+ sublinha a importância das populações locais tomarem consciência do valor dos seus territórios, da riqueza das suas identidades e da qualidade das suas paisagens e nesta perspectiva apontam para a necessidade de se criarem condições para a aquisição de competências e intervenção activa dos actores locais nos seus territórios. Este programa promove abordagens integradas, concebidas e postas em prática por parcerias activas que operem à escala local. (fonte:www.leader.pt)

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Atendendo às competências técnicas e experiência existente no seio desta ADL, tem sido convidada por diversas entidades públicas e privadas para colaborar com a organização e montagem de várias exposições e acções de divulgação e promoção dos agentes e recursos da região.

Com base nos objectivos propostos a TAGUS fundamenta a sua acção através de políticas e 12 eixos territoriais de desenvolvimento:

 Rio Zêzere (Abrantes a Constância);

 Ambiente e Biodiversidade (Tramagal à Pereira);  Moinhos e Moleiros;

 TEJO Sul (Constância, Montalvo e Rio de Moinhos);

 Azeite e Metalurgia (Rossio ao Sul do Tejo) a S. Miguel do Rio Torto a Tramagal);  Quintas Românticas do Tejo (Alferrarede, Casais de Revelhos, Sentieiras e Sardoal);  Ribeira do Codes (Albufeira de Castelo de Bode);

 TEJO Norte (Alvega, Pego e Rossio ao Sul do Tejo);

 A Charneca e as ervas Aromáticas e Medicinais (Pego, Vale de Zebrinho, São Facundo);  Ruralidade e Etnografia (São Facundo, Bemposta e Água Travessa);

 Artes e Ofícios da Tradição (Alcaravela e Mouriscas);

1.3. Localização

Esta instituição está sediada no norte do distrito de Ribatejo, designado por Ribatejo Interior, no concelho de Abrantes, no Técnopolo na aldeia de Alferrarede.

Bem situada, apesar da sua interioridade, está a 145 km de distância da cidade de Lisboa e a

254 km do Porto. A 4 km da sede passa a Figura 1 - Mapa do Ribatejo Interior Fonte: própria

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A23, uma das principais vias rápidas que ligam a região de Lisboa e Vale do Tejo ao Ribatejo e Beira Interior.

1.4. Apresentação do Espaço

O Inov’POINT é o edifício destinado à encubação de empresas no qual a TAGUS está sediada. Um edifício com traços arquitectónicos modernos, que oferece todas as condições para concretizar um bom trabalho.

 Gabinete dos serviços administrativos: nesta sala são tratados todos os assuntos relacionados com o expediente, arquivo.

 Gabinete da Comunicação e Organização de Eventos: aqui é elaborada toda a parte da divulgação e comunicação da associação e é também onde se estruturam todas as fases de qualquer actividade realizada.

 Gabinete da Contabilidade: neste espaço trata-se de todos os assuntos relacionados com a contabilidade da empresa.

 Gabinete do Coordenador Geral: espaço onde são tomadas as decisões mais importantes da TAGUS.

 Sala de Reuniões: aqui realizam-se todas as reuniões da instituição.

 Sala dos Assuntos do Património/ambiente: nesta sala são elaborados os diagnósticos e as bases teóricas dos projectos desenvolvidos e a desenvolver.

1.5. Plano anual de Actividades

Coincidência, ou não, no meu primeiro dia de estágio começou a discutir-se o plano anual de actividade 2010/2011. Este plano resulta de uma reunião com as responsáveis técnicas do turismo, comunicação ambiente e biologia, contando com a supervisão do coordenador geral e define a calendarização de todas as actividades que serão promovidas ao longo do ano. É de extrema importância para o funcionamento da associação porque dele dependerão as verbas a gastar, horários, calendarização de férias entre outros. Com a conclusão do plano podem-se perceber os objectivos de cada projecto e evento a realizar durante o ano seguinte.

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Foi na preparação deste plano que iniciei a minha actividade no estágio. Fui convidado a estar presente na reunião, porque a minha formação académica, na opinião dos responsáveis, poderia ser uma mais-valia para a conclusão do plano. Disseram-me que poderia ter uma postura activa e intervir, dando a minha opinião sempre que achasse conveniente. Assim foi, estávamos todos sentados à mesa a estruturar o plano e cada um fazia o seu registo. Apercebendo-me que ninguém tinha ainda uma noção geral da planificação final, sugeri outra metodologia: colocar na parede papel de cenário, onde se poderia registar em grande e ter uma noção mais ampla das ideias gerais ali debatidas. A ideia foi aceite e posta em prática, com sucesso.

O plano de actividades é projectado de Outubro de 2010 a Outubro de 2011, dele constam todos os eventos, data de lançamento de projectos, cooperações com escolas e participações em feiras e festas dos concelhos no ano que se avizinha. (ver apêndice 1)

1.6. Recursos Humanos

Todos os planos anuais de actividades ficam à mercê das pessoas que todos os dias trabalham em prol do mundo rural, neste caso, no território do Ribatejo Interior e que têm contribuído para a boa imagem pública que a TAGUS detém. Assim sendo, os recursos humanos são compostos pelo:

 Coordenador Geral da TAGUS: Pedro Saraiva  Técnica de Gestão: Conceição Pereira

 Técnica do Turismo: Joana Maia  Técnica da Comunicação: Vera Vicente  Técnico da Contabilidade: Tiago Pombo  Técnica Administrativa: Célia Pereira

1.7. TAGUS e a Relação com a Animação Sociocultural

Esta Associação é responsável, como já foi referido, pela dinamização e desenvolvimento local na região do Ribatejo Interior. Ocupa-se, desta forma, do desenvolvimento, incremento, promoção e organização de eventos. Nesta perspectiva, é pertinente a presença de um profissional que tenha a capacidade de, primeiramente, com um olhar crítico e atento, diagnosticar as

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metodologias a seguir, segundo as carências de um determinado local ou população, avaliando com precisão, sensibilidade e interesse. Assim, um animador sociocultural surge numa Associação como esta com suma importância, trabalhando tendo em conta os recursos existentes, o património natural, o construído, assim como o património imaterial.

Da análise que é possível fazer entre a relação da animação sociocultural com a TAGUS, dir-se-á que é uma mais-valia, uma relação de aprendizagem mútua e útil que assenta em conceitos básicos como o da interacção, coesão, dinamização, integração e animação.

Neste sentido, a animação sociocultural e a sua diversidade de funcionalidades, nomeadamente, a animação comunitária e animação turística encontram-se presentes em toda a acção e planos de trabalho deste agente de desenvolvimento local. Assim sendo, destaco o princípio elementar da Animação, que traduz a ideia essencial de que, sem participação comprometida com o desenvolvimento rumo à plena autonomia, não existe animação comunitária, participação esta que a TAGUS, tenta incutir nos seus projectos. Desde o projecto PROVE aos Mercados do Tejo (referenciados no ponto 3.3.2. deste documento), que existe a preocupação de criar meios de promoção e auto sustentabilidade, às pessoas e suas actividades económicas (PROVE), e também refuncionalizar e atribuir novas funções a elementos patrimoniais existentes no território (portos fluviais) por exemplo. É na boa relação entre os agentes de desenvolvimento e a comunidade que a TAGUS mantém vigentes os primórdios da animação. Assumindo este desiderato, importa ver a Animação comunitária como uma acção social que se manifesta numa tríplice perspectiva, enunciada por Marchioni do seguinte modo: “- uma acção social para a comunidade, - uma acção social na comunidade, - uma acção social com a comunidade.”

TAGUS, Animação e a minha pessoa, na função de animador sociocultural, originam uma relação de mútua interacção propiciando bons resultados, pois todos os elementos deste triângulo baseiam a sua conduta no bem-estar das comunidades, reforçando a identidade, promovendo os elementos patrimoniais materiais e imateriais.

1.8. A importância da Análise SWOT e sua realização

O uso da metodologia SWOT permite proceder a uma análise das forças (Strengths), fraquezas (Weaknesses), das oportunidades (oportunities) e ameaças (threats) na fase de diagnóstico, a fim de estabelecer uma descrição da situação interna e externa da organização. Este estudo

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encontra-se dividido em duas partes: a nível interno, onde encontra-se inencontra-serem os pontos fortes e fracos que estão directamente ligados e que dependem da acção directa da instituição; e o nível externo que aborda as oportunidades e ameaças, no que concerne aos factores que devem ser aproveitados ou evitar de forma mais eficiente na relação com o macro ambiente de uma instituição.

Esta análise é de extrema importância uma vez que permite apurar a circunstância em que se encontram reunidas condições à execução de um bom plano de trabalho, o que comporta vários e determinantes aspectos que poderão ser ainda trabalhados. Este conjunto de pontos fracos, fortes, ameaças e oportunidades funcionam como uma arma para os profissionais inseridos nesta realidade, uma vez que ficam com o enorme desafio de estudar a análise para aproveitar da melhor maneira os pontos a favor, tornar as oportunidades possíveis, atenuando os pontos fracos, dispondo-se a minimizar as ameaças.

A aplicação da análise SWOT, muito usada noutros domínios da investigação social, permite perceber o contexto e funciona, para o estagiário, como uma ferramenta de apoio para o ajudar a compreender os problemas pertinentes para o campo da animação sociocultural no contexto da TAGUS, facilitando os moldes em que irá estruturar o seu plano de intervenção (presente no plano de estágio abaixo mencionado). Esta análise do meio permite valorizar e relacionar necessidades, problemas, interesses e recursos detectados com os objectivos gerais pretendidos pela intervenção sociocultural.

1.9. Análise SWOT aplicada à TAGUS

Consideramos, nesta análise, cinco domínios de relação; qualidade de vida, vida económica, identidade territorial, actividades agrícolas de tradição local/regional e governança local e articulação em rede.

Da observação que pude desenvolver, saliento os seguintes pontos fortes:

 Capacidade organizativa instalada junto ou em articulação com as comunidades e inter-agentes locais;

 Património (Industrial, Azeite, Metalomecânica, Arquitectónico e Arqueológico);  Existência de uma parceria público-privada com mais de 15 anos de trabalho;

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 Projectos dedicados à valorização e dinamização do território;  Instalações com óptimas condições.

Evidenciam-se como pontos fracos desta análise os seguintes itens:

 Imagem de qualidade pouco percebida e reconhecida pelos públicos-alvo;  Fraca experiência de trabalho conjunto e integrado com outros agentes e lugares;  Fraca divulgação da missão da TAGUS;

 Inexistência de um lugar no quadro para um animador Sociocultural. No campo das oportunidades destacam-se:

 Ino’LINEA – Centro de investigação e desenvolvimento tecnológico para produtos alimentares;

 VALTEJO e os investimentos concretizados;

 TAGUS IBERICO – Projectos de Valorização Regional;  Boas acessibilidades;

 Castelos do Tejo – Projecto de Valorização Regional;  Concentração de Centros Escolares;

 Reforço e complementaridade resultante da confluência das tradições e cultura do Alentejo, beira e Ribatejo;

 Oportunidade de criar projectos em rede (regionais, nacionais, ibéricos e transnacionais);  Projectos em cooperação que colocam nas ADL’s um papel de agentes locais integradores

de projectos em escalas superiores à intermunicipal de base local;  Proximidade ao eixo Almourol-Tomar;

 Tradição de produtos locais de alta qualidade (azeites, doçaria, vinho, enchidos e queijo). O projecto TAGUS confronta-se, todavia, com algumas ameaças:

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 Território de baixa densidade;

 Políticas de desinvestimento no Interior do País;  Divulgação pouco eficaz da região;

 Fraca divulgação dos recursos locais;

 Desconfiança cívica quanto à delegação de competências;  Fraccionamento elevado das explorações agrícolas.

Em termos de instrumentos e métodos usados para esta análise, utilizei a observação participante, interna e externa, no contexto dos actores com quem a TAGUS se relaciona, e análise documental. Daí resultaram alguns indicadores que podem, a médio prazo, ajudar a uma redefinição de objectivos e metas e apontar eventuais mudanças de actuação e intervenção. Eles, todavia, foram importantes para uma visão mais apurada da minha parte sobre o contexto e, de forma indirecta, estão reflectidos nas opções práticas e ideias que desenvolvi ao longo do estágio. Particularmente, fiz tudo o que pude para que a animação sociocultural seja devidamente considerada, como merece, de forma orgânica e sinérgica com a missão e acções definidas pela TAGUS.

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II. Enquadramento Teórico da Animação Sociocultural

2.1. Importância da Animação e Desenvolvimento Comunitário

Como, na generalidade, todo o enfoque teórico da área o pode comprovar, a ASC apresenta-se, nos seus diversos âmbitos, como uma tecnologia social de valorização de inputs, estimulando as pessoas à participação através de metodologias, estratégias e tarefas geradoras de processos de intervenção a partir das realidades sociais, i.e., do contexto concreto onde estão os problemas, as necessidades mas também os recursos.

A Animação Sociocultural, em todas as suas modalidades, ganhou grande importância nas sociedades ocidentais. Este facto deve-se ao papel que a animação desempenha no desenvolvimento da democracia. Com a massificação da vida urbana, nasceu a necessidade de trabalhar em prol de uma mudança social, com o intuito de moldar a sociedade promovendo a coesão e tornando-a activa, “ que tudo é possível se a gente se reúne para criar projectos comuns e participativos na procura de maior qualidade de vida e de um renovado bem-estar social” (Quintas e Sánchez, citado por JAUME, 2004: p.25).

Com a revolução industrial, apareceu o fenómeno do êxodo rural, onde as pessoas procuraram uma rápida integração nas sociedades modernas. Estas deixaram a ruralidade foram viver para os grandes pólos de desenvolvimento. Com a estandardização dos gostos e interesses, apareceram as culturas de massa como consequência do consumo massivo dos produtos das indústrias culturais. Com o consumismo, a ânsia pela obtenção do prazer imediato só disponível nas cidades, fez com que as populações perdessem o interesse nas vilas, aldeias que os viram nascer. Assim nasceu o desinteresse, de certo modo, pelas comunidades rurais e, em consequência, uma certa perda de ligação e valorização por um vasto contexto de recursos e saberes que constituem o nosso património imaterial, hoje considerado pela UNESCO como um marco das identidades culturais dos povos a preservar.

A animação sociocultural nasceu como resposta à crise cultural, à descida de qualidade de vida e à atonia social provocada pelo crescimento acelerado e a concentração de grandes massas de população sem equipamentos culturais nem estruturas associativas.

A animação sociocultural é uma resposta institucional, intencional e sistemática a uma determinada realidade social para promover a participação activa e voluntária dos cidadãos no desenvolvimento comunitário e na melhoria da qualidade de vida; em suma, é um vitalizador

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social que, através de diversas metodologias, tenta executar uma mudança social recuperando o tecido social. É assim que entendo ser o papel do animador, um desafiante e estimulante papel que, pela sua natureza intrínseca, não se coaduna com a conformidade das mudanças sociais, mas com elas e por elas trabalha, sempre com a missão última de estimular mudanças positivas nos indivíduos, nas colectividades e nas comunidades. A animação sociocultural detém um leque distinto de características, o que a torna num conceito extremamente amplo. Designadamente:

o Como acção, intervenção, actuação, indica o que o agente cultural faz;

o Como actividade ou prática social, anuncia, assim, não tanto o que o agente faz exclusivamente, mas o que promove (uma actividade ou uma prática social desenvolvida, conjuntamente, pelo agente e pelos destinatários);

o Como um método, uma maneira de proceder ou uma técnica, um meio ou instrumento. Também como uma metodologia ou técnica. Ou seja, esta interpretação traria algumas variações à primeira, salientando o aspecto elaborado, metódico, da intervenção; o Como processo. Esta caracterização está na linha da segunda significação,

destacando-se nela a dimensão dinâmica ou processual da animação sociocultural. Esta não indica, exactamente, o que o agente faz, nem determinadas actividades, mas uma espécie de sucessão evolutiva ou progressiva de acontecimentos;

o Como programa, projecto, evidencia-se o trabalho de concepção de actividades, dos processos, das acções;

o Como função social, a animação é neste caso, uma tarefa que deve estar presente em qualquer comunidade ou sociedade. Nesta caracterização, salienta-se que não se trata tanto de alguns papéis desempenhados por agentes determinados, mas algo mais profundo, implícito ou endógeno à própria comunidade;

o Como factor. Nesta caracterização, sobressai o carácter operativo da animação sociocultural (qualquer coisa que gera, produz, dá lugar, causa, motiva resultados ou processos).

A animação tenciona enfatizar a dimensão cultural, tendo como principal objectivo o desenvolvimento cultural das comunidades com as quais trabalha, desenvolve a criatividade e tenta incrementar a inovação cultural, ajuda as sociedades a encontrar a sua identidade cultural, promovendo sempre um desenvolvimento com base na sustentabilidade dos territórios,

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promovendo a identidade e unicidade dos mesmos com um objectivo primordial, fixação da população endógena, para que esta cria condições e incentivos para cativar a comunidade exógena. Enfatiza também a dimensão social, promovendo a igualdade social, reconstruindo a ideia colectiva. Reforça a participação e o associativismo, incrementando a comunicação dos cidadãos nas comunidades de que estes fazem parte.

O associativismo promove a vida associativa, fomenta o contacto entre o criador e o público, as relações sociais e a coesão entre quem inicialmente está desligado mas depois estabelece objectivos e metas comuns. Também estimula comunicação a criatividade social e estimula o espírito crítico.

“A Animação Sociocultural é o conjunto de práticas sociais que têm como fim estimular a iniciativa e a participação das comunidades no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sociopolítica na qual estão integradas” (Unesco). O associativismo é a “Acção que pretende criar um dinamismo social ali onde não existe, ou bem favorecer a acção cultural e comunitária, orientando as suas actividades para a mudança social” (DEL Valle: 1971). A animação tem como finalidade a transformação da sociedade, a formação integral da pessoa e em termos mais radicais a “autogestão social”.

A minha prestação neste estágio enfocou dois âmbitos da animação no desenvolvimento comunitário. Toda a minha participação centrou-se na ligação prática e teórica entre a animação turística, comunitária e o meu estágio profissional. “Encaramos a Animação Comunitária como uma forma de acção sociopedagógica que visa a transformação social, o desenvolvimento através da participação. (…) surge-nos como uma tecnologia social que tem a sua fundamentação nas diferentes Ciências Sociais…” (Basto e Neves,1993: 6) Esta é um âmbito da Animação Sociocultural que assenta a sua estratégia na promoção e apoio a organizações de base empenhadas no desenvolvimento comunitário. Visa também desenvolver o sentido de pertença e de afirmação da identidade com total respeito pelas manifestações de pluralismo político, cultural, religioso, próprio da vida comunitária. Para que a estratégia de promoção mencionada e consequente desenvolvimento Marchioni (1997), considera quatro elementos fundamentais de ordem estrutural que identificam uma comunidade e que operam como indicadores de uma acção comunitária: “o território; a população; as necessidades, isto é os problemas que esta população expressa; os recursos de que se dispor” (Marchioni, 1997: 70).

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A TAGUS e o seu processo do desenvolvimento e promoção do Ribatejo Interior conduz-se nos alicerces das definições teóricas e estruturais da animação turística. Desta forma,

“o desenvolvimento do turismo não é já um exclusivo das regiões com praias ou das cidades com monumentos de nomeada, exactamente porque se tendem a valorizar outras motivações – desde os festivais e feiras mais variadas, às competições desportivas, às iniciativas culturais, à gastronomia, ao artesanato… - e outros ambientes, históricos e paisagísticos, que podem não ter castelos, catedrais ou mar. (…) E não se trata apenas de servir os já residentes na região, mas também ajudar a fixar quadros mais qualificados, agentes de serviços privados ou pessoal para o próprio município e outras entidades públicas.” (Portas, 1988: 2).

A animação turística tem vindo a ocupar uma importância crescente no contexto da actividade do turismo, que também assume presença nos planos de intervenção deste grupo de acção local. A TAGUS utiliza um conjunto de técnicas orientadas para potenciar e promover um turismo que estimula as pessoas a participarem, crítica e informadamente, na descoberta dos locais, sítios e monumentos que visitam, tendo como objectivos centrais levar as pessoas a relacionarem-se com o meio que visitam (pessoas, património natural, paisagem, crenças, e tradições, património arquitectónico, associações existentes, artesanato, gastronomia, etc.), substituir o ver pelo envolver procurando uma integração social e cultural, transformar o tempo livre em ócios criativos e rejeitar o tempo morto e a ociosidade depressiva e estabelecer uma comunicação entre a população nativa de um espaço visitado com a população visitante.

2.2. Animador Sociocultural: papel e suas características

O perfil do profissional desta área tem, necessariamente, de servir uma pluralidade de situações, características e interesses, exigindo conhecimentos teóricos e científicos, competência técnica, experiência, formação contínua e ter bem presente a ética e deontologia profissional, como refere Larrazábal (1998), questão muitas vezes esquecida ou pouco assimilada.

Este tem, deste modo, um papel fulcral como garante da criação das condições necessárias à participação colectiva e potencialização dos recursos, assim como o acesso à informação, documentação e serviços. “Animar-se, antes de pretender animar qualquer ambiente ou situação, é um grande desafio para o Animador Sociocultural. Entusiasmar-se com a Vida para tornar-se auto confiante do seu papel na sociedade. A tarefa de despertar o Entusiasmo, de criar um ambiente harmonioso, pleno de Vida, começa por si mesmo.” Cavalcanti (2007:11). Nesta

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afirmação é revelada a pertinência da personalidade do animador, porque para se animar alguém é necessário estar animado, pois reflecte-se imediatamente em todo o trabalho e nos sujeitos. Este profissional, enquanto trabalhador social em diálogo interactivo com a realidade, tem de apresentar um conjunto de características/competências que o levem aos seus objectivos, pois sem estas, dificilmente se realiza um trabalho de animação eficaz em consonância com os problemas, necessidades e desejos do seu grupo ou comunidade. Como definição, Martins (1995:107) defende que “O animador sociocultural é o agente que põe em funcionamento, que facilita e dá continuidade à aplicação dos processos de animação. Este dinamizador da mobilidade social está ao serviço de uma instituição pública ou privada de carácter administrativo ou associativo e de modo voluntário ou profissional, promove a intervenção sócio – cultural na comunidade em que actua. O seu trabalho técnico apoia-se na relação pessoal com os destinatários, a sua integração no grupo e o de facilitar nele os processos de coesão, vivências ou experiências e tomar posições activas sobre o meio em que se realiza a animação.”

Para isso o animador tem que, em primeiro lugar, gostar e acreditar no que faz, ou como apresenta Silva, Silva & Simões (1992:14) “o animador sociocultural é uma pessoa dinâmica que pretende pôr em prática o sistema de valores em que acredita.” Mas acima de tudo deve respeitar o grupo, o seu contexto e características e as suas opções, sendo sempre discreto.

Deve ser um líder democrático com uma visão de conjunto, com capacidade de tomar decisões, mediar conflitos, promover o diálogo, com o intuito de “proporcionar assessoria técnica para que o grupo (…) encontre resposta às suas necessidades e problemas, e se capacite para organizar e conduzir as suas próprias actividades” (Ander-Egg, 1999: 12), sempre com vista à liberdade, autonomia e num contexto de reciprocidade.

Uma das melhores “armas” do animador é a capacidade de improvisação. O facto de não desistir, lutar e procurar soluções para as adversidades quotidianas, cooptada ao conhecimento técnico é uma das formas mais eficazes de ultrapassar os problemas e ajudar os sujeitos.

As características atribuídas ao animador são na sua maioria, por isso mesmo, as mesmas do investigador. Segundo Romero (2001: 105) o investigador deve ser visto da mesma forma que o animador, como um facilitador. Ou seja,“ (…) facilita processos participativos de investigación y/o intervención en los cuales se ayuda a los participantes a poner sobre la mesa en forma clara y consistente sus pontos de vista, deseos y temas de discusión relevantes que deben ser

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confrontados por el facilitador com el fin de solucionar o mejorar sus problemas.” Partindo desta ideia “os próprios investigadores assumiram um papel activista, ou seja, de agente de mudança” (Bogdan, & Biklen, 1994: 294), em diálogo permanente com os sujeitos de forma verdadeira.

2.3. Animador Sociocultural e TAGUS: promotores de práticas culturais

Como futuro animador sociocultural, a TAGUS oferece-me a possibilidade de trabalhar na minha vertente preferida da Animação Sociocultural, a de organização e gestão de eventos. Evento é um acontecimento planeado que ocorre num dado tempo e lugar que visa promover a relação organização anfitriã e público de interesse, com vista ao alcance de determinados objectivos que normalmente são de cariz social, cultural, desportivo, entre outros. Na generalidade, os eventos são esporádicos, realizando-se sem periodicidade predefinida, são eventos pontuais e regularmente produzidos para fins económicos e comerciais.

A TAGUS diferencia-se pela sua capacidade de organização e planeamento dos eventos, sendo uma associação que trabalha para os interesses socioeconómicos e culturais das instituições e pessoas que estão instalados no Ribatejo Interior, não procurando a obtenção de lucro e a promoção económica de determinadas marcas e produtos específicos. Todos os eventos promovidos pela TAGUS procuram a divulgação e promoção dos produtos e recursos tradicionais da região, numa óptica de desenvolvimento do território e não de crescimento económico de marcas isoladas.

Como organizador de eventos na TAGUS, tive de compreender que o processo de planeamento consiste em estabelecer uma relação entre as comunidades os seus problemas e necessidades, através de estratégias e ferramentas, para que se determinem os meios e objectivos mais indicados para se atingirem os fins previamente estabelecidos, fins esses que vão incessantemente ao encontro das carências e problemas detectados.

Com as debilitações sociais, económicas e culturais do mundo rural, surge a indispensabilidade de ter agentes de desenvolvimento local que juntamente com as entidades governamentais e profissionais de animação apoiem o desenvolvimento e a concretização de eventos que contribuam para o mesmo. Assim sendo, os eventos no mundo rural, em particular no Ribatejo Interior, tomaram proporções consideráveis, pois tornaram-se ferramentas indispensáveis no que concerne ao desenvolvimento local.

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III. O Estágio

3.1. Considerações Iniciais

Com a obrigatoriedade de concretizar um estágio curricular para poder terminar a minha licenciatura, surgiu a necessidade de procurar um enquadramento institucional. Neste sentido, com a vontade que sempre demonstrei em cumprir um percurso profissional na minha área de residência, descobri na TAGUS uma óptima oportunidade de completar esta etapa final do meu curso superior. A esta vontade aliou-se o conhecimento que obtive sobre esta entidade, resultado de um trabalho que tive de fazer para a unidade curricular de Animação Comunitária sobre uma associação de desenvolvimento local. Este trabalho permitiu-me conhecer e concluir que a TAGUS preencheria, de facto, todos os requisitos, desde a área de intervenção, à sua missão e sobretudo, oferecia-me a oportunidade de trabalhar activamente na promoção e organização de eventos e projectos na área do desenvolvimento local. Considerando que a Animação Sociocultural dispõe de várias vertentes, esta é sem dúvida aquela com que mais me identifico. Considero certeiro este enquadramento uma vez que, em termos gerais, correspondeu aos desafios da diversidade de funções que se colocam ao animador, nomeadamente a de adaptar e integrar os indivíduos na sociedade; a de criticar na medida em que exerce no indivíduo um espírito participativo incutindo-lhe valores, permitindo que este critique e consiga ter bases para continuar a participar no processo de valorização dos recursos endógenos; e a de corrector pois tem a capacidade de reparar carências e desequilíbrios que perturbam a sociedade, neste caso a rural, e sobretudo criar/estruturar projectos que devolvam às pessoas o sentido que os seus territórios têm potencial para serem promovidos e posteriormente valorizados pelos próprios habitantes e pelos turistas que procuram a diferença inovação e criatividade.

3.2. Público-Alvo, objectivos e estratégias

A TAGUS e toda a sua acção é dirigida às comunidades rurais do seu território de intervenção. Com o objectivo concreto de promover o desenvolvimento rural da região todas as pessoas que pretendam candidatar-se aos programas de apoio, estão aptas a apresentar projectos que fomentem a inovação e desenvolvimento económico e social da região. Todas as empresas/colectividades que impulsionem dinâmicas socioeconómicas podem também aliar-se a

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esta ADL de forma a idealizarem-se e concretizarem-se parcerias com o intuito de se concretizarem novos projectos.

3.3. Actividades, acções de divulgação e organização de eventos 3.3.1. Plano de Estágio

Pelas características já mencionadas no ponto 3.1 deste relatório escolhi a TAGUS como local de estágio. Numa primeira abordagem à associação reuni-me com o coordenador e propus-lhe estágio curricular, a proposta em causa foi logo aceite e perguntaram-me o que pretendia com o estágio na instituição. Pedi dois dias para apresentar uma proposta de plano de estágio (ver apêndice 2). Foi-me dito que tinha algumas ideias pertinentes e interessantes, no entanto, que a TAGUS nesta altura tem vários projectos em curso e não teria espaço para iniciar novas iniciativas, remetendo algumas das minhas propostas para datas futuras. Foi-me proposto integrar a equipa de trabalho no gabinete de organização e gestão de eventos, dando suporte a esta equipa e a todo o seu trabalho. Foi-me destinado o papel de trabalhar nas acções de divulgação e promoção de eventos.

3.3.2. Actividades Desenvolvidas

O trabalho desenvolvido nesta ADL passou, em grande parte, pela minha integração no plano de actividades em vigor. Desta forma, colocaram-me ao corrente dos projectos Mercados do Tejo5, PROVE6 e TEJO VIVO7, que neste momento coordenam e movimentam todo o trabalho ser exercidos na TAGUS. Os programas em causa vão ao encontro dos objectivos da associação, tendo como fim a valorização e preservação ambiental, requalificação e valorização dos centros

5 Projecto Mercados do Tejo é uma estratégia de eficiência colectiva, que congrega vários investimentos entre

entidades públicas e privadas, situadas no vale do Tejo. A TAGUS, propôs-se implementar dois projectos para desenvolver esta estratégia, os percursos ribeirinhos e os portos fluviais.

6 www.prove.com.pt

7 Projecto TEJO VIVO consiste num projecto de cooperação transnacional estipulado entre ADL’s Portuguesas e

Espanholas que pretendem criar uma rede de parceiros com o objectivo de criar uma rota turística que agregue os recursos dos vários territórios junto ao rio Tejo.

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históricos, preservar e dinamizar o património histórico e cultural da região e a própria gastronomia da região.

Com as funções que me foram atribuídas integrei-me em todos os projectos que foram efectuados:

 “PROVE, Promover e Vender”

O mundo rural e as relações directas entre produtores e consumidores têm vindo a desaparecer a um ritmo acelerado. Nas periferias urbanas, os territórios rurais são engolidos pelas cidades em rápida expansão, para dar lugar a espaços desordenados, pouco bonitos e agradáveis para se viver. Os territórios mais isolados e menos férteis, são vítimas de marginalização e desertificação, correndo o risco de se transformar num cenário idílico de citadinos nostálgicos em busca do rural bucólico. Neste sentido é necessária a criação de projectos e ferramentas potencialidades do meio rural e da sua cultura inerente. Surge o PROVE8, que pretende enraizar as pessoas no rural, motivando os produtores, neste caso, agrícolas a produzir para vender e incentivando o consumidor a usufruir dos produtos da terra. Este projecto promover uma nova forma de comercialização, entre pequenos produtores e consumidores de modo a resolver os problemas de escoamento dos produtos locais e melhorar as relações de proximidade entre quem produz e quem consome, resultando na compra e venda de um cabaz de produtos hortofrutícolas.

A TAGUS, como agente de desenvolvimento, têm acesso a um conjunto de instrumentos, indicações, referências e exemplos que permitem auxiliar na mobilização, organização, dinamização e implementação do sistema de comercialização. Desta forma foi criada uma lógica inovadora, colectiva, sustentável e solidária de fomentar e reforçar a capacidade empresarial local dos pequenos produtores, estimular o processo de sustentabilidade local através da comercialização de proximidade e desenvolver dinâmicas de proximidade entre produtores e consumidores.

Neste projecto criei várias imagens promocionais do mesmo com os conhecimentos adquiridos na unidade curricular de Edição e Tratamento de imagem em Corel Draw X4 e Adobe Photoshop CS4,permitiram-me criar cartazes A3, panfletos A5, outdoors digitais, convites para a sessão de

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lançamento (ver apêndice 3), bem como a distribuição de todos esses elementos publicitários, como se pode observar na figura 2.

Tratei também da encomenda, entrega e decoração das caixas para os cabazes e criei a base de dados com os dados dos consumidores interessados (ver apêndice 4). Por fim tratei da logística e montagem da mesma para a sessão de lançamento. (ver apêndice 5)

 AQUALOGICUS

Neste projecto contribui para a elaboração do diagnóstico. AQUALOGICUS é o Plano Estratégico para a Sustentabilidade do Ribatejo Interior que promove o desenvolvimento endógeno relacionado com os recursos envolventes aos territórios envolvidos pelo rio Tejo, este projecto recai sobre quatro vertentes: Ambiental, património, Turismo e educação/investigação. Para concluir a primeira fase do projecto, foi-me solicitado pelo técnico da vertente patrimonial que pesquisasse todo o património cultural religioso existente nos concelhos de Abrantes, Constância, Vila Nova de Barquinha e Sardoal. Após pesquisa intensiva em sites, telefonemas para associações culturais, postos de turismo e leitura de livros, apresentei o documento com os resultados da minha procura (ver apêndice 6). Na elaboração deste documento tive facilidade em inteirar-me com o tema, muito devido ao facto da minha licenciatura me ter fornecido conhecimentos na área, conseguidos nas unidades curriculares de História de Arte e Património Natural e Construído. Para este diagnóstico realizei também um inquérito (apêndice 7) dirigido aos promotores turísticos da região para obter alguns dados para o diagnóstico em causa.

Figura 2 – Distribuição dos cartazes para o Projecto PROVE Fonte: própria

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 Projectos PRODER9

A TAGUS e a sua actividade são fortemente financiadas por fundos comunitários, como tal é necessário elaborar projectos, para que sejam alvo de apreciação e posteriormente aceites e validados. Neste sentido criei uma tabela com os produtos de cariz regional (apêndice 8) para o efeito de complementar uma candidatura ao PRODER, relativa a um seminário acerca do património e sustentabilidade e produzi uma tabela com escolas que tenham os cursos de engenharia alimentar (ver apêndice 9) para complementar outro projecto. Criei o regulamento do manual de normas gráficas (apêndice 10) pelos quais os interessados em criar a imagem do projecto TEJO VIVO, terão que se guiar para poder participar no mesmo.

 Sessão de Entrega dos Contrato 1º Aviso PRODER Para este evento preparei os panfletos com a

informação relativa ao 2º Aviso PRODER10 (apêndice 11) para entregar durante a sessão e preparei a logística do evento no Convento da Misericórdia no Sardoal.

 Festas do Concelho do Sardoal

A participação da TAGUS nesta festa concretizou-se com a organização de um seminário sobre o património religioso, no Convento Sta. Maria da Caridade, integrado nas Jornadas Europeias do Património (apêndice 12) onde fiquei responsável pela preparação dos brindes para oferecer aos oradores e pesquisei nas Direcções Regionais de Agricultura e Pescas, informações que possam contribuir para as Jornadas do Património (apêndice 13). Durante toda a festa a TAGUS foi responsável por um stand comercial com a finalidade de promover os produtos regionais (vinho, azeite, mel, doçaria e enchidos). No stand todos os dias efectuaram provas de degustação dos

9 Para mais informações sobre estes projectos, consultar em www.proder.pt

10 Para obter informações sobre o segundo aviso das candidaturas PRODER, pesquisar www.tagus-ri.pt

Figura 3- Montagem da Logística da Sessão de entrega dos contratos

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produtos referidos. Fui incumbido da montagem e desmontagem do stand e arranjar os produtos que compunham o stand, como mostram as figuras 4 e 5.

 9ª Feira Nacional de Doçaria Tradicional

Para a 9ª edição deste certame, criei a base de dados com os produtores de doçaria (apêndice 14), para num passo seguinte lhes enviar os ofícios convidando-os à sua participação e inscrição, que será registada nas fichas de inscrição (ver apêndice 15) que elaborei. Criei também e enviei os ofícios a apelar à participação das diversas colectividades e a marcar reunião com os agrupamentos escolares (apêndice 16) para definir os parâmetros de participação de cada um no concurso do Palhinhas desta edição da feira. Para estes concursos distribui pelas escolas primárias e jardins-de-infância do concelho de Abrantes as placas e livros do Palhinhas para que estes possam participar no curso.

 Outros trabalhos

Na condição de trabalhador com “contrato a prazo” tentei sempre demonstrar a minha total disponibilidade para executar trabalhos para os quais não estava indiciado, de forma a mostrar a minha credibilidade profissional em prol da eficiência da TAGUS. Responsabilizei-me pela Figura 5 - Montagem do Stand na Feira do Sardoal

Fonte: própria

Figura 4 - Stand na Feira do Sardoal Fonte: própria

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manutenção e limpeza das viaturas, bem como ir com os carros à inspecção. Disponibilizei-me para ajudar os serviços administrativos, fiz telefonemas, entreguei ofícios e recolhi assinaturas junto dos responsáveis máximos desta associação. Auxiliei também o gabinete de contabilidade a fechar os planos de administração financeira de alguns meses e responsabilizei-me por preparar a sala de reuniões sempre que necessário. Todas as tarefas por mim realizadas são apresentadas no apêndice 17, tal como algumas fotografias que demonstram a diversidade do meu trabalho.

3.3.3. Projectos/Actividades futuras

Um animador sociocultural deve ter sempre presente o conceito de inovação, sublinham o carácter original, demonstrativo e exemplar da iniciativa comunitária. Este conceito aparece ligado, frequentemente, à identificação das necessidades particulares de um dado território rural, à criação de novos produtos ou serviços, à adopção de novos processos, métodos ou formas de organização ou mesmo, à procura de novas soluções, orientadas para o desenvolvimento sustentável destes territórios. A inovação é, pois, um conceito chave, que tem ajudado a explorar múltiplos caminhos para o desenvolvimento e renovação das zonas rurais, desafiando a criatividade, a competitividade e ajudando a repensar novas respostas para velhos problemas. Pensar no futuro dos territórios rurais exige que se reconheça a importância de aliar à tradição a inovação. Nesse sentido tentei na TAGUS, para além das actividades desenvolvidas, projectar iniciativas futuras, renunciando uma das que deve ser a principal característica do animador sociocultural, a pro-actividade.

Este estágio permitiu-me fazer a ponte entre a teoria e a prática, trabalho académico e profissional, porque o meu trabalho foi orientado pelos conhecimentos adquiridos nas unidades curriculares de Organização e Gestão de Eventos e Programas e Projectos de Animação Sociocultural, entre outras, e a minha experiência na área de organização de eventos. As unidades curriculares referidas consolidaram o suporte teórico, permitindo executar um trabalho mais consistente e coerente. No que diz respeito ao planeamento das actividades que projectei, tive em conta os objectivos da TAGUS e as suas directrizes territoriais de desenvolvimento. Os eventos que propus foram “Canteiros Floridos do Concelho”, “Tejo sobre Rodas”, “Feira Social Rural” e “Divulgar Rural” e o “Concurso do Palhinhas” para integrar a organização da 9ª Feira Nacional

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de Doçaria Tradicional todos eles com o objectivo de promover, divulgar e apoiar a sustentabilidade, o património e os recursos da área de intervenção desta ADL.

 Canteiros Floridos do Concelho

Abrantes é conhecida como cidade florida, devido ao facto de num passado próximo, os abrantinos decorarem as suas casas com vasos de flores naturais. É de todo o interesse renovar esta característica tão peculiar do centro histórico e do concelho de Abrantes, pois pode consistir num elemento atractivo à realização do turismo e transformaria de novo esta cidade, traçando mais um elemento característico, identitário único, que promoveria Abrantes “de novo” à condição de Cidade Florida”. Neste projecto uma

parceria com Câmara Municipal e a TAGUS, permitiriam incentivar as pessoas a “reflorir” as suas propriedades e ser parte integrante das acções desenvolvida de âmbito cultural e de promoção turística que existem no concelho de Abrantes na medida em que se iria abrir um concurso em que as pessoas pudessem participar.

Para melhor compreensão do evento em causa apresento toda a documentação (apêndice 18).

 Feira Social Rural

A Feira Social Rural será uma iniciativa conjunta entre a Câmara Municipal de Abrantes, TAGUS, Associação de Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, Junta de Freguesia da Aldeia do Mato e os Segredos da Aldeia, empresa que detém a exploração da praia fluvial da Aldeia do

Mato.

Como todo e qualquer tipo de acções, as organizações em rede permitem uma melhor optimização de resultados. Nesse sentido serão convidadas a participar no evento todas as Juntas de Freguesia do Concelho de Abrantes, com o objectivo de unir os agentes de intervenção local.

Figura 6 - Imagem do Concurso "Canteiros Floridos do Concelho" Fonte: própria

Figura 7 - Imagem da "Feira Social Rural" Fonte: própria

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A cada junta de freguesia será cedido um stand onde poderão promover e divulgar as suas tradições, produtos, património, costumes numa tentativa de atrair visitantes e criar mecanismos para colmatar algumas necessidades sociais nos seus territórios, terrenos estes considerados de baixa densidade.

Aos que visitarem esta feira, na parte da manhã poderão ver o “Canoa Race” no período final da manhã, iniciar-se-á uma exposição de fotografia onde cada freguesia divulgará duas imagens, que funcionarão como tentativa de promoção local. À hora do almoço os visitantes poderão observar nas imediações da praia, motas e carros antigos que lá terminarão no local as suas concentrações, permanecendo para almoçarem e desfrutarem das características naturais que o espaço oferece. Na parte da tarde poderão ver um concurso de bolos e ainda uma exposição dos quadros vencedores dos concursos internos dos agrupamentos escolares, concurso este, que recairá sobre a temática do mundo rural, mostrando de que modo os mais novos o definem e como o distinguem do mundo urbano. No evento constará outra competição inter-freguesias, desta vez, um concurso de bolos, que mostrará as várias maneiras de confeccionar e decorar um bolo, que as diferem de umas freguesias para outras. Na calendarização deste dia, durante a parte da tarde, terá lugar um festival de ranchos folclóricos da região e, à noite, o concerto de um grupo musical local, que fará o encerramento da primeira Feira Social Rural. Os detalhes da estruturação desta feira encontram-se no apêndice 19.

 Tejo sobre Rodas

Este projecto surge numa tentativa de promover o património, e o rio Tejo. O grande objectivo é divulgar a história das antigas povoações piscatórias e, por sua vez, será também uma das primeiras iniciativas, desenvolvidas pelas TAGUS (integrando o projecto MERCADOS DO TEJO já mencionado no ponto 3.3.2. deste documento), para refuncionalizar os portos ribeirinhos. Deste projecto consistirá uma prova gastronómica, remetendo os participantes às origens de alguns produtos de doçaria e gastronomia local. Terá como objecto juntar o maior número de pessoas, podendo através do maior número de participantes promover a região através dos órgãos de imprensa nacionais. Esta iniciativa terá início no Parque Ribeirinho de Abrantes e os participantes deslocar-se-ão de carro, mota e bicicleta pelos diversos portos fluviais do rio Tejo até Vila Nova da Barquinha. Este itinerário conta com paragem nos portos de: Abrantes, Rio

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de Moinhos, Constância, Arripiado, Praia do Ribatejo, Almourol será paragem (não sendo porto fluvial), Tancos e Vila Nova da Barquinha. (ver em apêndice 20 a descrição abreviada do evento).

 Divulgar Rural

Tem como principal objectivo, divulgar a TAGUS como actor de desenvolvimento local e conhecer o património, tradições e a identidade de cada território das Juntas de freguesia do Concelho de Abrantes. Neste sentido será organizado um encontro entre as juntas de freguesia, onde numa primeira fase a TAGUS irá apresenta-se, anunciando os seus objectivos, expondo os seus eixos de desenvolvimento e a que meios podem recorrer os interessados aos programas de apoio comunitário na área de intervenção previamente definida. Numa segunda parte, cada Junta de freguesia exporá um vídeo/apresentação de todos os seus recursos e elementos identitários que possam ser alvo de interesse e desenvolvimento, com o intuito de promover e espevitar outras comunidades a conhecer, visitar e usufruir. Estas mostras permitirão à TAGUS conhecer e projectar projectos em alguns recursos autóctones de cada região passíveis de interesse.

O facto de a iniciativa ter como propósito pôr as populações a falarem dos seus pertences, deve-se ao simples facto de que a valorização e conhecimento in situ deve deve-ser feita pelas comunidades locais, permitindo também a integração destes no seu próprio processo de desenvolvimento.

 “Concurso do Palhinhas”

No âmbito da 9ª Feira Nacional de Doçaria Tradicional foi-me proposto a criação de um concurso que relacionasse a mascote da feira, o “Palhinhas” com uma actividade de cariz social.

Ao encontro de outras edições da Feira de Doçaria, a TAGUS, pretende promover este certame com uma figura animada relacionada com a tradição de Abrantes. A imagem do Palhinhas tem servido de mote para a realização das mais diversas actividades lúdicas e pedagógicas, com o intuito de introduzir o espírito participativo a todos os públicos fazendo com que os mesmos interajam e se divirtam durante a realização do evento.Com a edição deste ano já à porta o Palhinhas pretende ter um papel para além lúdico e didáctico mais solidário junto da comunidade, assim sendo, a iniciativa deste ano terá como objectivo a angariação de todo o tipo de objectos

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que uma pessoa possa vestir/usar no seu dia-a-dia para serem oferecidos a instituições de solidariedade social. As pessoas poderão doar roupas, calçado, chapéus, óculos de sol e todo o tipo de adereços. Na feira estarão exemplares do Palhinhas com o tamanho de Adultos e crianças para que as pessoas possam vestir os modelos com os adereços anteriormente doados, neste “concurso de moda” serão premiados cabazes com produtos expostos na feira, licores, mel, bolos, doces conceptuais às pessoas que mais originalidade tiverem a vestir a mascote. Em simultâneo estarão expostos os melhores desenhos de cada escola, desafio este que será lançado com antecedência aos agrupamentos escolares propondo às crianças que desenhem o Palhinhas com os mais diversos trajes.

Esta iniciativa irá dar azos à criatividade e espírito participativo, conseguindo como que a comunidade participe, ajudando de forma lúdica algumas instituições de solidariedade social do concelho de Abrantes.

3.5. Avaliação da intervenção

Após ter concluído a intervenção nesta instituição, não é possível a concretização de uma avaliação objectiva baseada em documentos que comprovem o sucesso das acções.

Contudo, esta questão da avaliação não foi, em momento algum, retirada deste processo, antes pelo contrário, esteve presente e foi pensada e trabalhada todos os dias do estágio.

No entanto tendo em conta a disponibilidade por mim demonstrada, a não menos dedicação e seriedade com que encarei todas as tarefas em que intervim e as reacções evidenciadas pelos colegas permitem concluir que a prestação, neste estágio, terá tido um balanço positivo.

IV. Reflexão Crítica e Avaliação

Nesta fase final do curso resta-me referir que a licenciatura em animação sociocultural dá-me as bases necessários para poder aspirar e procurar o sucesso na área da organização e gestão de eventos.

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Com respeito ao estágio curricular, as unidades curriculares leccionadas durante os últimos três anos consentiram-me facilidade em depreender os temas retratados na TAGUS, porque tive unidades curriculares, como PPAS, Animação Comunitária, Gestão de Eventos, Edição e Tratamento de Imagem, História de Arte, Património Natural Construído, entre outras, que me introduziram determinados conceitos que me puseram completamente à vontade para discutir alguns temas fluentemente abordados no dia-a-dia do trabalho realizado nesta ADL.

Como animador sociocultural e valorizando o trabalho que realizei, tentei, de certa forma, de maneira não formal repor e regular todo o tecido social, tentando nos projectos que estruturei favorecer a identidade do património e a autenticidade das pessoas, de modo a integrar as suas características endógenas num mundo cada vez mais global. Assim sendo um animador tem de “Pensar Global, Agir Local”.

Sendo um técnico multifacetado capaz de compreender o papel das ADL e de por em prática os objectivos da animação sociocultural, pergunta-se: Como pode uma entidade como a TAGUS não ter um animador sociocultural?

Com o final do meu estágio concluo que o desenvolvimento do mundo rural ainda tem um longo caminho a percorrer até conseguir emergir num mundo cada vez mais globalizado. Porém, o trabalho desenvolvido pelas associações de desenvolvimento local, neste caso a TAGUS, tem de ser realçado, visto ser uma mais-valia para a resolução das problemáticas constantes levantada pelas carências do desenvolvimento rural.

O desenvolvimento comunitário, sinónimo de endógeno, impulsiona o carácter participativo das populações. Este é promovido por instituições de cariz privado e público e apoiado por programas comunitários europeus como o LEADER I, LEADER II, LEADER+, PRODER, que disponibilizam e orientam verbas de apoio a projectos comunitários. As ADL são entidades legalizadas que concretizam projectos, que têm um âmbito de intervenção consoante as necessidades das suas zonas de operação.

O animador é um responsável polivalente capaz de fazer a difusão entre os diversos tipos de cultura e públicos. Em suma, o mundo rural e a sua afirmação em muito dependem das associações de desenvolvimento local e do trabalho integrado do animador sociocultural.

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Bibliografia

 ALLEN, Johnny / O’TOOLE, William / MCDONNEL, Ian / HARRIS, Robert. Organização e Gestão de Eventos. Editora Campus.

Referências

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