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Recira de alevinos da Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus (L. 1966), linhagem tailandesa, em viveiros escavado e modelagem do balanç de massa do oxigênio dissolvido

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Academic year: 2021

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FORTALEZA- CEARA- BRASIL JANEIRO/2004

kkARIA

BIBLIOTECA SETORIIL''

- UfC -11 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRARIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA

RECRIA DE ALEVINOS DA TILAPIA DO NILO, Oreochromis niloticus (L1966), LINHAGEM TAILANDESA, EM VIVEIRO ESCAVADO, E MODELAGEM DO

BALANÇO DE MASSA DO OXIGÊNIO DISSOLVIDO.

THIAGO PESSOA DE MOURA

Monografia apresentada ao Departamento de Engenharia de Pesca do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como parte das

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M889r Moura, Thiago Pessoa de.

Recira de alevinos da Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus (L. 1966), linhagem tailandesa, em viveiros escavado e modelagem do balanç de massa do oxigênio dissolvido / Thiago Pessoa de Moura. – 2004.

33 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 2004.

Orientação: Prof. Dr. Moisés Almeida de Oliveira.

1. Tilápia (Peixe). I. Título.

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Prof. Moisés Almeida de Oliveira Orientador/Presidente

Prof. José Jarbas Studart Gurgel Membro

Prof. Masayoshi Ogawa Membro

VISTO:

Prof. Moisés Almeida de Oliveira

Chefe do Departamento de Engenharia de Pesca

Prof. Artamizia Maria. N. Montezuma Coordenadora do Curso de Engenharia de Pesca

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A Deus, que sempre me iluminou durante minha vida, pois sem seu apoio não conseguiria chegar até aqui.

A minha namorada, Narjara Juliane Jales Martins, que desde o segundo semestre me ajudou a enfrentar as situações mais difíceis, e me proporcionou os mais belos momentos durante o período da faculdade, e sem seus conselhos não conseguiria chegar ate aqui.

A minha mãe, Maria das Graças Diógenes Pessoa, que sempre me ajudou, me defendeu, me protegeu e me deu a oportunidade de descobrir como é a vida, pois sem ela não estaria aqui.

Ao meu irmão, Philipe Pessoa de Moura, por sempre me ajudar nas horas que mais precisei.

As minhas irmãs, Lana Mara Pessoa de Moura e Janaina Pessoa de Moura, por sempre está presente na minha vida me dando os melhores conselhos.

A toda minha família, que me acolheu de braços abertos quando vim estudar aqui e me deu força para permanecer, pois sem essa força não conseguiria.

Ao meu orientador, Moisés Almeida de Oliveira, que me ajudou e me orientou durante a realização deste trabalho.

A todos os professores da Engenharia de Pesca, que juntos fazem desse curso o melhor do pais.

A todos os amigos que entraram na turma de 1999.1, que sempre estiveram ao meu lado competindo pelas melhores notas e dividindo os conhecimentos adquiridos com trabalhos e estágios.

A todos os integrantes da CORAQ, que foi e espero que continue sendo a maior fonte de conhecimentos práticos dentro da UFC, e que sem ela, eu não teria a oportunidade de aprender o que eu sei hoje.

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AGRADECIMENTOS AGRADECIMENTO ESPECIAL SUMARIO RESUMO LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS 1. INTRODUÇÃO 2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Considerações sobre a área de trabalho 5

2.1.1 Localização 5

2.1.2 Instalações físicas 5

2.2 Metodologia Empregada 6

2.2.1 Compra e transporte dos alevinos 6 2.2.2 Aclimatação e estocagem dos alevinos 7

2.2.3 Manejo de produção 7

2.2.3.1 Preparação dos viveiros 7

2.2.3.2 Tempo de recria 8

2.2.3.3 Programa alimentar 9

2.2.3.4 Despesca e transporte 10

2.2.3.5 Monitoramento dos parâmetros físico-químicos da água 12

3. RESUTADOS E DISCUSSÃO 13

3.1 Compra e transporte dos alevinos 13

3.2 Aclimatação e estocagem 13

3.3 Preparação dos viveiros 13

3.4 Tempo de recria 14

3.5 Programa alimentar 14

3.6 Despesca e transporte 15

3.7 Capacidade de suporte do oxigênio dissolvido 16

4. CONCLUSÕES 25

5. BLIBLIOGRAFIA CITADA 27

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0 cultivo de tilápias em viveiros vem se tornando uma das maiores atividades aquicolas dos últimos anos, devido a implantação e modernização de vários projetos bem sucedidos.Vários projetos estão utilizando tecnologia, como, recria dos alevinos, aproveitando uma maior área e economizando tempo de cultivo, taxas de arraçoamento adequadas que reduzem o desperdício de ração, rações comerciais com maior nível de proteína bruta, controle de predadores e monitoramento da água de cultivo. Durante a realização do presente trabalho, procurou-se detalhar os mais variados parâmetros relacionados com a recria de tilápia em viveiro.

0 trabalho foi realizado na Estação de Piscicultura privada Mil Peixes Ltda., localizada no município de Pacajus - CE, distando 56 km da capital, Fortaleza- CE, na área reservada para recria, constituída de seis viveiros de 400 rn2 cada. Os alevinos recriados foram trazidos de varias pisciculturas próximas da região, sendo estocados 12.000 alevinos por viveiro, numa densidade final de aproximadamente 24 individuos/m2, o tempo de recria foi de 2 meses, quando os juvenis eram despescados, comercializados e transferidos para o setor de engorda da piscicultura. A recria foi realizada com alevinos de tilápia do Nilo,Oreochromis niloticus(L.1766), linhagem tailandesa, submetidos a reversão sexual (masculinização), e que foram alimentados com rações comerciais completas, contendo 50, 40, 35% de proteína bruta. Ao final do período de recria foi observada uma sobrevivência de aproximadamente 80% do lote estocado e os alevinos despescados com peso médio de 35 g. A conversão alimentar observada durante o período variou de 1,2 a 1,7:1,0, e os parâmetros analisados para modelagem, nos permitiu observar que as concentrações de oxigênio dissolvido, na água de cultivo nem sempre se apresentaram em níveis ideais.

Conclui-se que o manejo empregado durante a recria, associado a boa qualidade genética dos alevinos, programa alimentar e as condições climáticas do Estado do Ceará, influenciaram de forma positiva em alguns resultados, onde o principal entrave para o melhor desempenho dos juvenis foram as baixas taxas de renovação de água.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Tubulação da captação de agua no açude; FIGURA 2: Caixa-filtro de brita;

FIGURA 3: Viveiros de recria com tela anti-predadores;

FIGURA 4: Comedouros usados nos viveiros de recria durante o ciclo; FIGURA 5: Arrasto parcial durante a despesca;

FIGURA 6: Tubulação de drenagem em forma de U;

FIGURA 7: Juvenis capturados submetidos ao selecionador de 19 mm; FIGURA 8: Pesagem dos juvenis despescados;

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 — Plano de alimentação para recria de 1000 alevinos.

TABELA 2— Resultados do cálculo do oxigênio dissolvido, diariamente incorporado A água do viveiro pelo processo de reaeração atmosférica, utilizando-se valores das medianas dos dados observados.

TABELA 3— Valores dos Parâmetros Químicos Aludidos a Partir da Produtividade Bruta do Fitoplâncton do Viveiro em decorrência da fotossintese.

TABELA 4 - Estimativa da demanda de oxigênio pela respiração dos peixes cultivados, por quinzena em 60 dias de cultivo.

TABELA 5 - Resultados do balanço de massa do oxigênio dissolvido ao longo de 2 meses de cultivo tilápia do Nilo em recria.

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1. INTRODUÇÃO

A produção de tilápia pela aquicultura mundial foi de 1.265.000 ton em 2001. No Brasil, a produção de tilápias, que no inicio da década de 90, era praticamente insignificante, hoje é estimada entre 40 e 50 mil ton/ano. A pesca de tilápias em grandes reservatórios também é uma prática tradicional da região Nordeste. Devido ser muito difícil precisar em números a produção de tilápias provenientes da pesca, algumas estimativas sugerem que a captura desse peixe em reservatórios brasileiros se iguala a produção em cultivo. Estes números somados colocam o pais como um dos principais produtores de tilápia da América Latina (KUBTZA, 2003).

O Brasil é privilegiado por possuir características regionais, como clima favorável, dimensões continentais, e grande potencial hidrográfico, estimado em 5,3 milhões de hectares de água doce represadas em grandes reservatórios naturais e artificiais. O Brasil conta ainda com pequenos e médios reservatórios de água presentes em propriedades rurais e que não são utilizados racionalmente para produção de pescado. Por exemplo, se utilizássemos menos de 0,25% desse potencial hídrico através da criação de peixes em tanques-rede ou gaiola, teríamos uma produção de pescado estimada em alguns milhões de toneladas por ano que, somada a produção já existente, colocaria o Brasil como um dos maiores produtores de pescado do mundo (CYRINO etal., 1998).

A produção nacional de peixes cultivados é estimada em torno de 100 mil toneladas anuais, dos quais acredita-se que o cultivo de tilápia represente cerca de 40 a 45% dessa produção. Assim, o Brasil deve estar produzindo entre 40 e 50 mil toneladas de tilápia por ano. Paraná e Santa Catarina divulgam estatísticas oficiais de que juntos, chegam a produzir 18 mil toneladas de tilápia/ano, somando-se a produção de Sao Paulo, 5.800 toneladas/ano, Ceará com pelo menos 3.000 ton anuais, 2.000 ton do reservatório de Xingó, e mais cerca de 2.800 ton do projeto da AAT Internacional, temos cerca de 31,6 mil ton, o restante para completar os 40 ou 50 mil vem das tilapiculturas espalhadas por todo pais (KUBTZA, 2003).

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0 Nordeste brasileiro é uma excelente região para o desenvolvimento da tilapicultura nacional, dado o clima favorável, existência de grandes reservatórios artificiais e naturais e implantação de grandes fábricas de rações comerciais. Apesar de contar com todas essas características há ainda algumas barreiras para o crescimento efetivo da tilapicultura, tais como: liberação de linhas de crédito, alto custo de matéria-prima para formulação de rações, falta de integração institucional, dificuldades na realização de pesquisas e extensão, resistência dos produtores a profissionalizar a piscicultura, e falta de adequação dos próprios produtores com as técnicas modernas de cultivo. Mesmo com a existência destas barreiras, a região Nordeste apresenta uma expansão significativa na aquicultura, principalmente no que se refere a produção de camarões e tilápias. Basicamente predominam dois tipos de sistemas de cultivo para a tilapicultura nessa região: o cultivo em tanques-rede ou gaiolas, considerado um sistema de cultivo super intensivo com altas taxas de renovação de água, onde se pode estocar altas densidades de peixes por metro quadrado e o cultivo intensivo em viveiros.

• O sucesso dos cultivos depende da tecnologia empregada, do rígido controle financeiro e das boas estratégias de comercialização, mas também de um manejo que priorize a conservação ambiental, onde cada corpo d'água utilizado deverá ter sua capacidade de suporte respeitada. Essa capacidade indica, em aquicultura, a biomassa máxima (em kg) de organismos aquáticos cujo corpo d'água é capaz de se manter, proporcionando uma produtividade máxima e ambientalmente correta Para tanto a legislação ambiental que regulamenta a atividade é bastante complexa chegando a ser um dos maiores entraves do setor, pois os processos de licenciamento ambiental e outorga dos reservatórios são caros, morosos e, muitas vezes, inadequados.

O Estado do Ceará vem incrementando a aquicultura, explorando as vantagens de possuir clima tropical, com temperaturas medias acima de 25°C o ano todo, elevada taxa de insolação e seu vasto potencial hídrico. No momento, são implantados e executados projetos de aquicultura com diferentes organismos, destacando-se peixes e camarões. A década de 90 caracterizou-se pela modernização da piscicultura cearense, graças aos avanços tecnológicos aqui observados.

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A tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, é uma espécie de excelente desempenho em diferentes regimes de cultivo. Em sistemas extensivos, alcança produtividades de até 3.500 kg/ha/ano, com densidades de 8.000 a 10.000 peixes/ha. Em sistemas semi-intensivos, apresenta produtividade de 15.000 kg/ha/ano, com densidades de 20.000 a 30.000 peixes/ha. De acordo com CARBERRY & HANLEY (1997), em sistemas com alta renovação de água e aeração, é possível a produção de 49.500 a 402.000 kg de tilápia/ha/safra, em função da espécie cultivada, taxa de estocagem, manejo, qualidade da ração empregada etc.

A tilápia do Nilo foi introduzida no Brasil pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) no ano de 1971, com a importação de 60 alevinos que foram aclimatizados e posteriormente utilizados como reprodutores, e em pouco tempo difundidos em todos os reservatórios brasileiros.

Muitas espécies de peixes vêm sendo cultivadas comercialmente em tanques-rede e viveiros, mas algumas respondem melhor à esse sistema de criação, corno por exemplo, a tilápia do Nib, Oreochromis niloticus, que depois de introduzida pelo DNOCS no Nordeste brasileiro, difundiu-se para todo o pais. Originária dos rios e lagos africanos é a segunda espécie de peixe mais cultivada no mundo depois das carpas chinesas, isso porque apresenta características importantes para o cultivo, tais corno: precocidade, facilidade de reprodução e obtenção de alevinos, possibilidade de manipulação hormonal do sexo para obtenção de populações masculinizadas, boa aceitação de diversos tipos de alimentos, conversão alimentar entre 1 a 1,8, excelente desempenho em cultivo intensivo, rusticidade, suportando o manuseio intensivo e baixos indices de oxigênio dissolvido, resistência a doenças, carne branca de textura firme, com poucas espinhas, de sabor pouco acentuado e de boa aceitação.

Ao longo do tempo várias técnicas e estratégias de cultivo foram aprimoradas por técnicos e produtores, objetivando um maior crescimento em menor tempo de cultivo. Um dos maiores avanços da tilapicultura brasileira se deveu a importação de uma nova linhagem de tilápia do Nilo melhorada geneticamente, que é mundialmente conhecida como tilápia tailandesa, foram importados 20.800 reprodutores avos oriundos de 1.000 diferentes desovas de 20 famílias, provenientes do "Asian Institute of Techenology" (AIT). Esta

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linhagem se destaca por possuir um desempenho muito superior ao registrado pelas linhagens cultivadas anteriormente, principalmente no que se refere a velocidade de crescimento e rendimento de carcaça.

Visando a formação de um banco genético da mais alta qualidade, o DNOCS importou do AIT, 12.000 alevinos, que desembarcaram em Fortaleza em novembro de 2002, hoje, esse banco genético é de importância mundial. 0 crescimento da tilapicultura no Estado do Ceara se deveu a importação desse lote, que já esta sendo utilizado como reprodutores. 0 cultivo da tilápia do Nilo, linhagem tailandesa, esta garantindo uma maior lucratividade no processo de produção para os diversos produtores da região.

Este trabalho teve como objetivos acompanhar a viabilidade técnica da recria em viveiros, abordando aspectos como, compra e transporte dos alevinos, preparação dos viveiros, aclimatação e estocagem, manejo de produção durante a recria, despesca e transporte dos juvenis. Paralelamente foram monitorados parâmetros físico-químicos da agua, a fim de se elaborar um modelo referente ao balanço de massa do oxigênio dissolvido no sistema de cultivo.

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Figura 1:Tubulação da capitação de água

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Considerações sobre a Area de Trabalho 2.1.1 Localização

O local onde se desenvolveram os experimentos e as atividades relacionadas aos objetivos deste trabalho, foi a Estação de Piscicultura privada "Mil Peixes Ltda.", encravada ás margens do açude Ereré, Município de Pacajus, Estado do Ceará.

2.1.2 Instalações físicas

Situada em terras de montante, a atividade de piscicultura na Estação anteriormente mencionada, necessita de um sistema de captação de água que é feito por tubulação, através de duas bombas de 3,0 cavalos de potência (3,0 CV), cada, instaladas no próprio corpo d'água do açude. A tubulação de abastecimento tem uma extensão de aproximadamente 350 metros, e é feita em duplicata por meio de tubulações de 3,0 polegadas de diâmetro.

Toda a água utilizada para abastecimento dos viveiros é captada no açude e passa por uma caixa-filtro de brita. Após passar pelo filtro, a água vai por gravidade através de tubulação, abastecer os viveiros de reprodução, reversão, recria e engorda.

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Figura 2: Caixa — filtro de brita

A Piscicultura possui um viveiro de reprodução com 700 m2, um viveiro para reversão com 700 m2 , seis viveiros para recria com 400 m2 cada, e dois viveiros para engorda com 1.200 m2 cada, perfazendo um total de 0,62 ha de área alagada para produção. No açude Ereré é feita a engorda dos juvenis em 40 tanques-rede.

2.2 Metodologia empregada

2.2.1 Compra e transporte dos alevinos

Na recria o escalonamento da produção aconteceu de forma semanal, onde se adquiriam cerca de 12.000 alevinos/semana para o povoamento de um viveiro de recria. Foram testados alevinos de varias pisciculturas próximas região. A Estação de Piscicultura Pedro de Azevedo (DNOCS) localizada no município de lcá-Ceará, foi onde mais se adquiriu os alevinos, devido aos baixos preços, alta qualidade genética e maior rendimento de alevinos revertidos.

O transporte foi feito por automóvel, com um reboque para acomodar as embalagens. As embalagens utilizadas no transporte eram sacos plásticos com capacidade para 60,0 I de água, o volume de água contido em cada embalagem foi 20,0 I, foram adicionadas aproximadamente 200 g de sal/embalagem, e em cada saco de transporte foram colocados 1000 alevinos, o volume das embalagens foram insuflados com oxigênio puro. Depois de lacradas, as embalagens foram levadas para o reboque previamente forrado

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com folhas de bananeira e uma lona para recobrir as mesmas. O horário do transporte ocorreu de 05:00 as 09:00 horas da manhã.

2.2.2 Aclimatação e estocagem dos alevinos

Quando chegavam na empresa, por volta das 09:00 horas, as embalagens eram colocadas dentro do viveiro a ser povoado, e passavam 10 minutos flutuando na água. Depois as embalagens eram abertas, e aos poucos eram adicionadas pequenas quantidades da água do viveiro dentro dessas embalagens (aproximadamente 2,0 I de água a cada 2,0 min). Esse processo de aclimatação geralmente durava em torno de 10 min. Depois da aclimatação os sacos tinham suas bocas voltadas para a superfície da água para saída espontânea dos alevinos.

2.2.3 Manejo de produção 2.2.3.1 Preparação dos viveiros

Antes do povoamento os viveiros foram submetidos a calagem corn calcário agrícola na proporção de 125 g/m2, perfazendo um total de 50,0 kg de calcário agrícola/viveiro. Para calagem dos viveiros foram utilizados baldes para colocar o calcário, e vasilhames de 2,00 1 para espalhar o mesmo no fundo dos viveiros. O principal alvo da calagem foi As pequenas poças de água formadas após a despesca. A calagem foi feita sempre dois dias após a despesca, e o viveiro passava mais um dia no sol depois de feita esta calagem. Depois da calagem, a caixa de coleta do viveiro foi lavada, o excesso de barro era retirado com uma pá e as paredes lavadas com água sanitária. Um dia após a calagem o viveiro foi abastecido ao seu nível médio e fertilizado. A fertilização foi feita com uréia e superfosfato triplo numa proporção de 5,0 g de uréia e 2,5 g de superfosfato triplo/m2. A uréia foi diluída em um balde de 20,0 1 com 2,0 I de água, e espalhada uniformemente por todo viveiro, a diluição do superfosfato triplo foi feita em baldes de 5,0 I com 1,0 I de água, e foi

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espalhado por todo viveiro, um dia depois de fertilizados os viveiros foram abastecidos até seu volume máximo. Todos os viveiros foram equipados com seis comedouros, feitos dos próprios sacos da ração utilizada pela piscicultura e pregados em estruturas de 90 cm de comprimento por 50 cm de largura feitas de ripas de madeira. Estes comedouros ficavam suspensos aproximadamente a 90 cm do chão do viveiro, para evitar o desperdício de ração e o consumo de ração por moluscos indesejáveis.

2.2.3.2 Tempo da recria

A recria foi feita em seis viveiros de 400m2 cada, cujos alevinos foram estocados com aproximadamente 1,0 g, e num período mínimo de sessenta dias atingiram um peso médio de 35 gramas. Todos os viveiros foram recobertos com telas de náilon para proteção contra predadores, como morcegos e aves, pois é nesta fase da vida que os peixes são mais vulneráveis aos predadores e inimigos naturais.

Durante a recria foram realizadas biometrias semanais para aferir o plano alimentar de acordo com o ganho de peso semanal dos alevinos, as biometrias foram feitas com rede de arrasto, com malha de 3,00 mm, onde os peixes foram pesados com o auxilio de um dinamômetro, balança existente na piscicultura. 0 viveiro tinha uma renovação de água diária constante, a drenagem era feita por cano cotovelo em forma de "U" para retirada da água do fundo, rica em gases tóxico e pobre em oxigênio, gás essencial para os peixes.

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2.2.3.3 Programa alimentar

A recria foi feita em fase única durante um tempo de sessenta dias, as biometrias semanais tinham como objetivo, estimar a biomassa total dos viveiros para aferir o plano de arraçoamento semanal, e definir a quantidade de ração a ser ofertada por dia.

O arraçoamento diário foi dividido em quatro tratos iguais, e a ração a ser ofertada foi distribuída igualmente nas seis bandejas em horários fixos (08:30, 10:30, 13:30 e 15:30 h), devido nestes horários os alevinos se encontrarem com seu metabolismo mais acelerado.

A taxa de arraçoamento semanal para o cultivo foi aferida usando-se a Tabela 01.

FIGURA 4: Comedouros usados nos viveiros de recria durante o ciclo;

TABELA 01 — Plano de alimentação para recria (1000 alevinos)

Sem an a media Peso . Biomassa total (g) Freqüência 4 Taxa de arraçoamento % 15% Tipo de ração PB 50-56%PB Ração kghila 0,15 Ração acumulada kg/semana 1,05 1 1,00 1000 2 3,00 3000 4 12% 50-56%PB 0,36 2,52 3 7,00 7000 4 10% 50-56%PB 0,70 4,90 4 15,00 15000 4 8% 40-42%PB 1,20 8,40 5 20,00 20000 4 7% 40-42%PB 1,40 9.80 6 26,00 26000 4 6% 35%PB 1,56 10,92 7 30,00 30000 4 5% 35%PB 1,50 10,50 35,00 35000 5% 35%PB 1,75 12,25

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Nas três primeiras semanas de cultivo os alevinos foram alimentados com ração em pó contendo teor protéico de 50% (PB), e um percentual de biomassa que variou de 15% a 10% do peso por semana. Quando os alevinos atingiram um peso médio de 7,0 g, ofertou-se uma ração contendo um teor de proteína bruta em 40% (PB). Esta ração foi utilizada durante duas semanas de cultivo e o percentual de arraçoamento variou de 8% a 7%, sendo esta ração sempre distribuídas nos comedouros. Nas três ultimas semanas de cultivo ofertava-se uma ração extrusada com 35% de proteína bruta, cujo o percentual de arraçoamento variou de 6% a 5% da biomassa, sendo ofertada em toda a área do viveiro no sentido favorável aos ventos.

No final dos sessenta dias de recria foi realizada a despesca total dos viveiros e os dados de biomassa total e peso médio dos juvenis despescados foram conferidos ao final do cultivo.

2.2.3.4 Despesca e transporte

Na semana que ocorreu a despesca dos viveiros, os juvenis passaram por um período de jejum de 48 h, cujo período de depuração foi feito para evitar um maior stress dos juvenis durante o manuseio e para que o transporte ocorresse com sucesso, evitando-se assim uma alta mortalidade.

A drenagem do viveiro começava as 03:00 h da manhã e terminava as 05:30 h e todo o material utilizado na despesca era lavado um dia antes. Na despesca foram utilizados os seguintes materiais: rede de arrasto, puçás, baldes, selecionador de 19 mm, duas bombonas com capacidade para mil litros cada, soprador, balança manual (dinamômetro) e sal. Enquanto os peixes eram capturados na caixa de coleta, fazia-se um arrasto para cercar os outros indivíduos, que eram pesados sempre em pesagens de 2,5 a 3,0 kg, para não maltrata-los. A amostragem para o calcular o peso médio foi feita com 100 juvenis e para esse cálculo foram feitas nove pesagens.

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Depois de pesados os juvenis foram colocados dentro das bombonas de 1000 I, aeradas, contendo 6,00 kg de sal. Cada bombona tinha capacidade de levar por viagem 120 kg de peixes. A despesca terminava sempre por volta das 09:30 h, sendo que parte dos peixes despescados foram vendidos e a outra parte ficou para povoamento das gaiolas na piscicultura de engorda_

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2.2.3.5 Monitoramento dos parâmetros físico-químicos da Agua

Paralelamente ao cultivo foram avaliados parâmetros físico-químicos da água, a fim de se elaborar um modelo coerente a ser usado pelos criadores de tilápia em busca de se otimizar o tempo de recria, como:

• Temperatura — medida através de termômetro digital handylab, da marca SCHOTT-GERATE modelo Gmbh.

• Oxigênio dissolvido — medido através de oximetro digital handylab OX1/set da marca SCHOTT-GERATE modelo Gmbh.

• DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) — foi analisada no laboratório de Hidráulica da UFC, Labosan, segundo metodologia de APHA, 1995. • DOO (Demanda Química de Oxigênio) — analisada no laboratório de

Hidráulica da UFC, Labosan, segundo metodologia de APHA, 1995. • Demanda Bioquímica do oxigênio presente na matéria orgânica do solo

— analisada através da matéria orgânica presente na camada superficial do viveiro, por raspagem dos 50 cm iniciais, pelo laboratório de Ciências dos Solos da UFC, segundo metodologia de APHA, 1995.

• Analise de Clorofila "a" — analisada no laboratório de Hidráulica da UFC, Labosan, segundo metodologia de APHA, 1995.

• Produtividade primária — analisada pelo método das garrafas claras e escuras, usando-se metodologia descrita em AMINOT (1983).

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3. RESUTADOS E D1SCUSÃO

3.1 Compra e transporte dos alevinos

No transporte realizado para os viveiros de recria, notou-se que todos os alevinos chegaram ao local em excelente estado, não sendo verificado nenhum sinal de debilidade, stress, descarnação ou peixe com fungo, mesmo após quatro horas de viagem. Isso, para os objetivos do trabalho foi muito bom, conforme resultados a serem observados nos itens subseqüentes.

3.2 Aclimatação e estocagem

Durante o processo de aclimatação dos 12 milheiros de alevinos, não foi observada mortalidade, estando todos os alevinos saudáveis, sinal este percebido por sua (agilidade.) Após a abertura das embalagens os alevinos sairam rapidamente para o ambiente de cultivo.

3.3 Preparação dos viveiros

A calagem dos viveiros foi bastante eficiente e não constatou-se a presença de peixes resultantes de cultivos anteriores, nem formação de grandes poças el' água, que prejudicam a prática deste manejo. Na calagem foram utilizados 50,0 kg de calcário agrícola por viveiro, ou seja, uma proporção de 125 g/m2.

A fertilização foi feita com 2,0 kg de uréia e 1,0 kg de superfosfato triplo por viveiro, em proporções respectivas de 5,0 e 2,5 g/m2. Tal prática, ocasionou um"bloom" de microalgas no inicio da terceira semana de cultivo, o que prejudicou bastante a qualidade da água e o desempenho dos alevinos, já que estes foram estocados em altas densidades. Com base neste resultado, a quantidade de superfosfato triplo foi corrigida para 0,6 kg/viveiro. Tal procedimento, corrigiu os problemas anteriormente mencionados.

Apesar do alimento natural desempenhar importante fonte complementar de alimentos, instalou-se nos viveiros comedouros em formato retangular, distribuídos próximos da caixa de coleta. Esta metodologia se mostrou bastante

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eficiente, pois reduziu o desperdício de ração, dando oportunidade para que os alevinos se alimentassem em quantidades iguais, e como os comedouros estavam suspensos a 90 cm do fundo do viveiro, ficou impossibilitada entrada de moluscos consumidores.

3.4 Tempo de recria

O tempo do ciclo de cultivo foi de 60 dias e os alevinos estocados com 1,0 g foram despescados com aproximadamente 35 g. A densidade de estocagem final foi de 24 peixes/m2, as telas de proteção contra morcegos e aves foram bastante eficientes e ao final do cultivo foi registrado uma sobrevivência de 80% do lote inicial.

A drenagem em "U" mostrou-se bastante eficiente, pois a agua do fundo, rica em gases tóxicos, foi diariamente renovada.

FIGURA 6: Tubulação de drenagem em forma de U;

3.5 Programa alimentar

O resultado do programa alimentar se mostrou bastante coerente com a tabela de referencia utilizada no cultivo (Tabela, 1). Na biomassa calculada para alimentação foi considerada uma mortalidade de 20% do lote dos alevinos estocados, ou seja, dos 12.000 alevinos povoados foi calculada uma quantidade de ração semanal para 9.600 alevinos ao final do cultivo, a conversão alimentar observada foi de aproximadamente 1,70: 1, e os peixes apresentaram-se com peso médio de 35 gramas, após os 60 dias de cultivo.

(23)

Esses resultados não foram muito satisfatórios devido o tempo que os alevinos levaram para atingir 35 g. A alta conversão alimentar percebida, ocorreu em função da grande densidade de estocagem utilizada no viveiro, que inicialmente foi de 30 alevinos/m2, e também devido a problemas com a taxa de renovação de água durante o ciclo.

Foi utilizado um total de 579,0 kg de ração, e despescado aproximadamente, uma biomassa de 340,0 kg de juvenis ao final do ciclo de recria. 0 desempenho dos alevinos durante ao recria não foi muito satisfatório, levando-se em consideração as altas quantidades de ração utilizadas, a alta conversão alimentar e o elevado tempo para que o alevino atingisse uma media de 35 g.

Um dos principais fatores que contribuíram para esse mau desempenho foi a qualidade da água, alta densidade de estocagem nos viveiros e problemas com a renovação de água diária, por falha nos motores.

3.6 Despesca e transporte

O horário da despesca,( 05:30 h,) possibilitou um trabalho com bastante calma, devido a tecnologia utilizada e o tempo em que foi realizada. Durante a despesca não foi percebido nenhum tipo de problema que ocasionasse dificuldades, com os juvenis mostrando-se bastante homogêneos, pois poucos passavam pela malha do selecionador de 19,00 mm.

FIGURA 7: Juvenis capturados submetidos ao selecionador de 19 mm;

O transporte também foi realizado com sucesso, a taxa de mortalidade notada no transporte foi aproximadamente 2% do total de peixes contidos no viveiro, o uso de sal comum na bombona de transporte, a aeração, e os

(24)

FIGURA 8: Pesagem dos juvenis despescados;

FIGURA 9: Juvenis estocados na caixa de transporte;

cuidados tomados durante a despesca, foram de fundamental importância para uma mortalidade baixa.

3.7 Capacidade de suporte do oxigênio dissolvido

Em cultivos de peixes ou de crustáceos as taxas de estocagem e de renovação da água estão condicionadas As limitações de crescimento dos organismos cultivados, que em 1° momento ficam condicionados à biomassa e produtividade do alimento natural decorrente da adubação, e, com a intensificação do cultivo, a capacidade de campo ficará condicionada a outros aspectos limnológicos, como: limitações decorrentes das baixas concentrações de oxigênio dissolvido (2° limite da capacidade de campo) e do estresse provocado peias altas concentrações de amônia tóxica (3a barreira para a capacidade de campo). Assim, para se gerenciar ou administrar uma fazenda de cultivo de peixes ou de camarões é necessário que o engenheiro de pesca tenha conhecimentos sobre a contabilidade dos parâmetros físicos, químicos e

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biológicos, bem como das interações envolvidas entre o manejo de criação e a qualidade da água do viveiro (Oliveira, 2001).

3.7.1 — Balanço de massa do 02 dissolvido

3.7.1.1 — Cálculo da massa de 02 dissolvido proveniente da reaeração atmosférica.

02 (reaeração) = Kr (Cs - Co). Vy (1)

em que: Kr coeficiente de reaeração que poderá ser calculado, em função da velocidade média dos ventos do município (Uv) onde se localiza a fazenda de produção e pela profundidade média do viveiro (Pmv), usando-se a equação de Van Pagee, citado por Oliveira (2001)-.

K r = 0 03112 • 1 016 v Piny

T-20)

(2)

Cs — concentração (ma/I) de saturação do 02 (depende da temperatura), que segundo APHA

Cs = 14,652— 0,41022T 1-7,991x10-3 T2 — 7,774x10-5 T3 (3) T - temperature da água do viveiro.

Co - concentração (mg/I) observada em 02 (sem uso de aerad Vv — volume do viveiro (m3).

Os resultados dos cálculos da difusão molecular do oxigênio dissolvido na água por reaeração atmosférica podem ser observados na Tabela 2.

(26)

Tabela 2 - Resultados do cálculo do oxigênio dissolvido, diariamente incorporado 6 água do viveiro pelo processo de reaeração atmosférica, utilizando-se valores das medianas dos dados observados.

Difusão Molecular do Oxigénio Dissolvido por eaeração atmosférica Quinzena Temp. da água OD observado (mg/1) OD sat Kr Vel. ventos (m/s) OD Reaeração (kgiquin.) 1 28,0 4,0 7,72 0,650 3,7 14,55 2 28,6 4,6 7,63 0,670 3,7 12,15 3 28,9 1,6 7,59 0,690 3,7 24,30 4 29,0 2,1 7,58 0,693 3,7 22,80

O oxigênio incorporado na água de cultivo em função da reaeração atmosférica mostrou que, quanto mais este gas estiver diluído na água, sem estar sendo consumido pelos organismos com a respiração, menos 02 do ar sera incorporado na água em função da velocidade dos ventos na atmosfera. Quando a biomassa de organismos cultivados é aumentada, demandando assim por uma maior quantidade de oxigênio, a entrada desse gás na água por reareção torna-se maior, devido a difusão molecular desse gas, aumentar com os baixos níveis de 02 presentes no ambiente.

3.7.1.2 - Calculo da massa de 02 dissolvido proveniente da fotossintese.

Existem alguns métodos em planctologia para se conhecer as taxas de produção de 02 dissolvido, entretanto para se administrar fazendas c6-produção de peixes em cativeiro é mais econômico e mais racional, lançar mão de modelos existentes na literatura os quais já foram devidamente testados em ambientes tropicais Oliveira (2001) sugere um modelo simples, baseado nas celebres equações de Michaelis Menten e Monod, representado pela equação abaixo:

(27)

1-1 = 11 max P N ir

_1(p +Pi_K N Ni (4)

Em que: t 6 a massa de algas por m2 dia produzida no viveiro em função da concentração de nitrogênio N =[nitrito + nitrato +amônia] e pela concentração de fósforo total P [solúvel + particulado] resultante da adubação e do arraçoamento, ou seja, i. tem unidades de [g/m2 dia]; !.1 max é o crescimento máximo do fitoplâncton em condições otimizadas de luz (p, max = 2 g/m2 dia); os parâmetros Kp = 10 e KN = 50, são valores universais de limitação de crescimento do fitoplâncton pelo fósforo e pelo nitrogênio respectivamente, observados em condições naturais de águas de viveiros de regiões semi-áridas.

Como os viveiros são projetados para possuir uma profundidade proporcional a 3 vezes a transparência de Secchi de uma água bem fertilizada, ou seja, toda lâmina de água deverá se encontrar em condição de fotossintese, neste caso são produzidas diariamente 1,3 g de 02 por cada grama de algas. Tratando-se de açudes e lagos, ocorre um outro fator de limitação de crescimento de algas, ou seja, a limitação pela luz, já que esses ambientes possuem profundidades superiores â da zone com luminosidade subaquática (coeficiente de extinção de 1%), neste caso a equação 2 deve ser modificada para atendimento deste fator, em conformidade com conhecimentos a serem abordados posteriormente (ver equações 18 a 23). Assim, com os valores de p. calculados pela equação 4, obtêm-se a produção de oxigênio por dia por:

02 fotoss. = (galga/m2 d)1,3(g de 02/gaga)

Como não se obteve dados referentes â concentração de nitrogênio inorgânico total (nitritos + nitratos + amônia), não se utilizou as formulas 4 e 5 na estimativa do oxigênio produzido diariamente pela fotossintese. Entretanto,

(28)

), que estimado para um viveiro de 400 m2, corresponde a uma produção total conforme dados apresentados na Tabela 3.

Tabela 3 — Valores dos Parâmetros Químicos Aludidos a Partir da Produtividade Bruta do Fitoplâncton do Viveiro em decorrência da fotossintese,

Quinzena DBO (mg/I) DQO (mg/I) Clorofila a (mg/m3) Produtividade brute (g.02.m2 .dial ) Fósforo total (mg/m3) 5,93 5,0 50,0 6,68 46,78 2 111,45 78,0 210,0 28,36 198,50 3 16,22 38,0 100,0 14,69 102,85 12,79 5,5 85,0 11,84 82,92

0 uso de fertilizantes inorgânicos nos viveiros possibilitou o desenvolvimento mais acelerado de microalgas, notando-se um aumento da produtividade bruta do 02 logo na segunda quinzena do cultivo, e um decréscimo dessa produtividade nas semanas subseqüentes. Isso se deveu ao rápido crescimento do plâncton que promoveu o aumento de oxigênio dissolvido pela fotossintese e o aumento da biomassa total do viveiro, demandando assim maiores níveis de oxigênio do ambiente nas semanas seguintes.

3.7.1.3 — Cálculo do consumo de 02

a) Consumo resultante da demanda bioquímica de oxigênio DBO.

02 DB05 = KDBO.L.Vv (6)

Onde: L 6 o valor da DB05 observada na água do viveiro e KDBO 6 urn coeficiente em primeira ordem para previsão do decaimento carbonáceo dE)

(29)

b) Consumo resultante da respiração dos organismos cultivados.

Estudos comparativos sobre consumo de oxigênio par biomassa de organismos aquáticos cultivados tem revelado que peixes e camarões apresentam consumo semelhante, já que os peixes e camarões demandam um consumo de oxigênio da ordem de 200 a 400 mg/hora por quilograma de biomassa. Assim, usando-se a equação de SCHOEREDER, citado por BOYD (1979), este consumo por hora poderá ser obtido por:

Cons. 02 (mg/h) = a. X°'82 (7)

Em que: X é o peso da biomassa em gramas e "a" = 0,001/hora é coeficiente metabólico de consumo para tilapia.

Tabela 4 - Estimativa da demanda de oxigênio pela respiração dos peixes cultivados, por quinzena, em 60 dias de cultivo.

Quinzena

Peso médio

(g)

Consumo individual

de

OD

(g/dia)

Consumo total

de

OD

(g/dia)

1 2 0,0432 414,72 ,) 11 0,170 1.635,84 3 23 0,312 2.995,20

4

32,5 0,416 3.993.60

Corn base nos resultados da Tabela 4, fica claro que o consumo de 02 proveniente da respiração dos peixes aumenta com o incremento de peso adquirido durante o cultivo. Comparativamente, pode-se dizer que organismos mais jovens demandam de maiores quantidades de oxigênio para respiração,

(30)

que organismos mais velhos, tendo-se que atentar para as densidades adequadas durante o ciclo, para que não ocorra deficiência desse gas no sistema.

c) Consumo resultante da demanda bioquímica de oxigênio presente no sediment°.

Conforme BOYD (1992), no gerenciamento qualidade da agua de viveiros em regiões tropicais, esse consumo, observado por alguns pesquisadores, poderá ser considerado como constante, já que as variações medianas desses valores são bastante próximas, a não ser que o fundo não contenha material argiloso. Neste caso, essa demanda é considerada, em boa aproximação, como:

02 bentônico = 61 mg1m2.hora = 1.464 mg/m2 .dia

Considerando-se esta perda para uma coluna d'água corn profundidade média de um metro, isto representa uma deplegão diária de 1,46 mg/I em toda a coluna d'água.

Uma outra forma de se avaliar a demanda bioquímica de oxigênio no sedimento, consiste em se considerar a proporcionalidade do oxigênio resultante da estequiométrica da equação da decomposição da matéria orgânica, ou seja:

12 +32

C orgânico + 02 = 002 + H20

Corno se observa, cada molécula de carbono reagira corn uma molécula de oxigênio para produzir urna molécula de dioxido de carbono + aqua, numa proporção de 2,666 kg de oxigênio para cada kg de carbono orgânico. Na pratica, em ambientes tropicais, cerca de 70% do carbono organic() não se decompõe, e essa proporção passa a ser aproximadamente de 1,87.

(31)

cm de espessura sobre toda extensão do fundo do viveiro e que análise dessa camada superficial revelou que a mesma possui 1,304% de matéria orgânica, qual a demanda bioquímica de oxigênio pelo sedimento, considerando-se que o ciclo de cultivo foi de 60 dias?

Resposta: Uma camada de 0,5 cm de sedimento distribuída em um hectare nos da 50 n13 de sedimento, que corresponde a 62.500 kg de sedimento. Como

1,304% -6 composto por matéria orgânica, teremos 407,5 kg/hectare de matéria orgânica/ciclo ou 163 kg/hectare de carbono orgânico/ciclo, já que a proporção de carbono orgânico na matéria orgânica produzida em viveiros contendo organismos aquáticos cultivados com ração 6: Carbono orgânico 0,4 x a concentração de matéria orgânica. Assim, a demanda de oxigênio seria:

163 kg de Carbono orgânico/hákiclo x 1,87 kg de Oxigênio dissolvido = 304,81 kg de 02 /ha/ciclo de 60 dias ou uma demanda calculada em 10,16 kg de 02/ha/dia. Se considerarmos profundidade média do viveiro como sendo 1,0 metro e area útil de 400 m2, isso equivaleria a um consumo diário de 0,4064 kg/dia de demanda bioquímica no viveiro da fazenda onde se desenvolveu o experimento.

Tabela 5 - Resultados do balanço de massa do oxigênio dissolvido ao longo de 2 meses de cultivo tilápia do Nilo, em recria.

Produção de OD fotossintese (g/dia) Produção de de OD reaeração 1 (g/dia) ' Consumo de OD por 0130 (g/dia) Consumo de OD por Demanda Bioquimicaca no Sedimento (g/dia) Consumo OD por Respiração (g/dia) Balanço de massa resultante (g/dia) Concentração de OD (m9,1) 2.672 0,97 0,47 406,4 414,72 1.851,38 4,63 1.134 0,81 0,92 406,4 1635,84 -908,35 -2,27 5.876 1,62 1,30 406,4 2.995,20 2.474,72 6,19 4.736 1,52 1,02 406,4 3.993,60 333,46 0,83

(32)

Dos resultados da Tabela 5, para o ciclo de dois meses de cultivo podemos perceber que durante a segunda quinzena, o balanço de massa resultante foi negativo. Isto não quer dizer que o 02 dissolvido na água estivesse zerado e sim que o consumo nesse período excedeu a produção pela reaeração e fotossíntese, devido a produção de 02 durante o dia ter sido positiva, e a noite o consumo total decorrente da respiração dos peixes e do plâncton terem levado a concentração do mesmo a níveis críticos. Este valor se deveu principalmente a problemas corn as taxas de renovação de água que não foi realizada corretamente durante essa quinzena de cultivo, e ao "bloom" de microalgas provenientes da fertilização dos viveiros juntamente com as altas taxas de arraçoamento diário que contribuíram para o desenvolvimento das mesmas. Foi nesta fase que houve a maior produtividade bruta de 02 de acordo corn a Tabela 3, onde durante o dia a produção de oxigênio foi excessiva e a noite o consumo total desse gás na água, levou a concentração do mesmo a níveis críticos.

(33)

Após a execução deste experimento, que ocorreu, na Estação de Piscicultura privada "Mil Peixes Ltda", no município de Pacajus — CE, pode-se chegar as seguintes conclusões:

O transporte de alevinos em sacos plásticos com oxigênio puro é bastante prático e seguro, em vista que não se observou mortalidade durante o transporte;

A recria é uma atividade nova, que tem todo um potencial de expansão, seu tempo pode variar de acordo com as densidades de estocagem no viveiro, em função do melhor aproveitamento dos espaços pelos alevinos, uso ou não de fertilizantes, e que tem um mercado bastante promissor devido sua alta rentabilida•de;

Após 60 dias de cultivo, os alevinos apresentaram um peso médio de 0,035 kg, valor que representa um ganho de peso de 0,034 kg, usando-se uma densidade de 24 peixes/m2;

A espécie estudada permite ser cultivada em viveiros escavados, com densidades que variam de 0,5 a 6,0 peixes/m2 e devido sua rusticidade, a tilápia do Nib não apresenta grandes exigências, aceitando rações comerciais com composição e forma compatível ao tamanho dos indivíduos;

O monitoramento dos parâmetros físico-químicos da água de cultivo, pode evitar que em certas fases o oxigénio dissolvido chegue a níveis críticos, prejudicando assim o desempenho dos alevinos e o tempo de recria;

A fertilização excessiva provocou um "bloom" de microalgas, que prejudicou, durante a segunda quinzena de cultivo o born desempenho dos alevinos, levando as concentrações de oxigênio dissolvido a níveis críticos, devido a demanda por esse gás pelas próprias microalgas, e

Podemos concluir que a qualidade genética da tilápia do Nib, linhagem tailandesa, o programa alimentar utilizado, e o acompanhamento técnico da recria, influenciaram razoavelmente no desempenho dos alevinos e mesmo corn densidades de estocagem elevadas, a recria teve resultados positivos, com razoável conversão alimentar e uniformidade no crescimento dos

(34)

5. BLIBIOGRÁFIA CITADA

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