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Plano sabio, proferido no Parlamento de Inglaterra pelo Ministro de Estado Mr. Pitt, sobre a continuação da guerra com a França, e trasladação do throno de Portugal para o novo imperio do Brasil

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P L A N O S A B I O,

P R O F F E R I D O N O P A R L x \ M E N T O D E I N G L A T E R R A P E L O MINISTRO DE ESTADO Mr. P IT T , S O B R E

A CONTINUAÇÃO DA GUERRA COM A FRANÇA,

E T R A S L A D A Ç A O D O T H R O N O D E

^ P O R T U G A L

P A R A O N O V O I M P É R I O

D O B R A S I L . L I S B O A NA TYPOGRAFIA LACERDINA. ANNO

Çpni da Miza do Dosmhargo do Pa^o,

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IM , Senhores , eu teimo que se continue a guer­ r a , e^ mostrarei no presente discurso qual he a minha opinião , porque yejo os Interpretes ,• a indepehden- cia e gloria da Na^ãoUtjssim o requerem , instão e commandãiQ.

Q P ovoF ran cez destihado para espalhar no U n i­ verso males contagiosos , incuráveis , è mortíferos , como nestes por hum eíFeito dos seus naturáes , petu­ lante orgulho , e o maior dos delictos transtornou to­ da a ordem estabelecida- na sociedade , revoltou* os Vassallos contra os Soberanos , disse que não havia D eos que temer : por este caminho pÈrtende a Naçcão Franceza dár Leis á terra , e ao Ceo ; ser Senhora do M.uado , aniquilar todos os Direitos , de maneira que até o. Natural quer sugeitar ao seu capricho , opi­ nião , e enthusiasmo: opposerão-se-lhe as Nações to* das-',-ipppos-se-lhe a Inglaterra colligada com ellas ; assim o pedia a Justiça e a causa , assim o exjgiao os interesses ida Grão Bretanha , que devia tirar par­ tido _dé; huma guerra justa que eJla não promovêra maliciòsamente.

N ão tinha a Inglaterra nada que temer da Fran­ ça»; isto he não tinha que recear de hurra gente fre­ nética- que se constituira corpo acéfalo, versátil e cor- rupto ; sem Deos , sem Lei , sem R e i , e sem R e li­ gião., sem caracter ; e mesmo quando aquella popu­ lação furibunda tivesse continuado , corrompido , e d esp o cegad o todas as N â ç o e s, a Inglaterra só unida, e virtu osa, esperta, e incorruptivel, aproveitando a

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occasiao augmentarw mais a opulência ^ poder , e gloria ; mas longe de se fingir Neutra nesta conjun- c.ura , e trair a França e as mais Nações , a In­ glaterra só se pôz da parte dos Alonarclias , e fez o que devia a s i , e aos seus Alliados , á R azão , e á V irtu d e; e.supposto que por aquelle modo teria gran- geado mais , todavia nada tem perdido em tantos an- nos de guerra , antes ganhado novas Possessões-, e de mais ainda se teria apoderadi , se algumas circum- stancias não fizessem necessário por ora dissimular.

N ão tinha também a França que temer da N a­ ções; ellas cio sas, orgulhosas > ambiciosas , inconse­ quentes , e desgovernadas , irão pouco a pouco suc- cumbindo , recebendo a Lei do mais forte , ou do mais déstro ; só a Inglaterra era o atiiho que susti- nha , e conservava em união as Potências, e por isso era contra a Inglaterra que a França se percebia, fortkava e armava com toda a casta de armadas, e armadilhas. Contra este Baluarte , ou Antemural *que se oppunha ao desordenado impeto da le v a , ou cheia que transbordando pertende as^oíâr, e inundar a Eu­ ropa , he que a França tem feito e faz os maiores*,'e mais nefandos esforços , cabalas, intrigas, sedições , estrata­ gemas , perfidias , mentiras , traições , .fraudes e-todò-que pode occforrer-lhe de conducente para á desfeita ■ da Inglaterra; tudo pratica, e nada poupa.

Pertendeo levantar a Irlanda para dividir as nos­ sas fo rç a s, sem se lembrar que o mesmo intento ti­ vera fazendo revoltar os Americanos , que a pezar d’ elles cahiiem na tentação, a Grão Bretanha não fi­ ca menos poderosa. Entretanto• a‘ França começou a. desfolhar a E u ro p a , como se faz a huma alcaxofra , e a tirar huma a huma as *varas do feixo , para as quebrar separadamente. T entou Austria com a posse

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de Veneza , Roma , e outras Províncias : a Rússia cora a posse de Dardanélos, e da Ilha de M alta: a Prús­ sia com ser Senhora da Hollanda e outros P a ize s. . • . . . a Plespanha com a reunião de Portugal: em fim foi tentando, e enganando aquellas Províncias a quem mais convinha opprim ir, e desfazer j hum Povo que tende só a dominar o Universo.

Lisongeando os P o v o s, ou para melhor dizer es­ carnecendo , e illudindo as testas coiòadas , quasi to­ das actualmente pouco subtiz , e nada conhecedoras nos seus verdadeiros interesses reaes , e accidentaes ; comprando Conselheiros, e G abinetes, tem arrastado a seu partido, e posto debaixo das suas Bandeiras aquel- las mesmas N ações que se haviao ligado com a G ião Bretanha ; dizendo-lhes que os Inglezes fazem Coni- mercio exclusivo por toda a parte : que os Inglezes são Senhores de tudo por lorça da sua Marinha : que nenhuma Potência será nem livre , nem opulenta em quanto a Inglaterra tiver onde vender os seus eíFei- tos , e manufacturas : extorquindo os ihesouros dos Povos & c. N ão sabem as Nações que huma vez que concorrerem para o abatimento da Grão Bretanha ^ então será a França senhora universal , e despótica , como sempre aspirou ; e não haverá na Europa outro Deos , outro R ei outro Direito , mais que a vonta­ de do homem que tiver ascendência ou preponde­ rância , e que por consequência será hum tyranno.

Bem sabe a França que domada a Inglaterra não existiria na Europa Nação alguma que não seja vas­ sala, escrava , e tributaria da França, sem já mais ter meios de levantar cabeça , e de sacudirem o jugo de ferro que a França lhes prepara actualmente: á H ol­ landa , e a Hespanha são provas disto ; e por isso procura unir e revoltar as Nações todas contra a

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glaterra , pensando que esta näo tendo onde vender os seus gen erös, e mercadorias , nem onde abrigar e refrescar os seus Navios necessariamente ha de ver­ se em consternação , e por consequência experimen­ tar revoltas intestinas, e cahir em Hm: pata evitar es­ ta catástrofe Iie que muita gente clama que se faça a Paz , e pela mesma razão he que eu in sto , e teimo que se faça guerra contra a França a iodo custo.

Sim a Grão Bretanha vendo-se trahida, e abando» nada pelas Nações , quando só por amor delias , con- serváçao das Monarquias , e mantença do equilíbrio da Europa he que ella guerreava , bem podia annuir aos convites da França , fazer huma Paz separada com artigos secretos , e proveitosos, dividindo estas duas Potências a despojar do resto, como por muitas ve­ zes tem sido proposto ; mas a Inglaterra não costu­ ma usar de perfídias ; os que as tem usado nesta É p o ­ ca , saberão algum dia quanto este systema he insub­ sistente e ruinoso. N ós temos recursos mais dignos de ser praticados pelos Inglezeß , mais u te is, e mais infalivelmente conducentes a fazer a N ação Ingleza Senhora do M u n d o , e dar as Leis na p a z , e na guer­ ra a toda Europa , sem se lhe dar que os Francezes queirão botar grilhões no N ilo e Helysponto , a cor­ tar o Isthmo de Sués, pôr cancella nas columnas de H ercu les, ou que ligue a Inglaterra com a Picardia no passo de Calais , ou que sulcando as Arabias deser­ tas vá sacudir os Inglezes da índia : ( Projectos estes que só lembrados fazem honra a seus authores, e que nem ainda eíFectuados nos meterão medo. ) O nosso projecto não hc tão grande , mas he mais p ro m p to , mais facil e mais lucrativo : este recurso que digo resta á Inglaterra na conjunctura presente , está sellado

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meticamente nó Gabinete de São Jaimes , mas huma vez que o Parlamento ache bem que eu dê a razão porque prefiro á Paz a G uerra, eu vou a dizer o meu v o to , e expor o p rojecto, declarar os fundam entos, protestando pelo segredo preciso , e inter*essante,

A França , Senhores , não póde nem quer fazer paz alguma sincera ; ella ha de mostrar huma submis­ são apparente aos Tratados , entre tanto que arranja as cousas melhor para tornar á guerra ; e se quando ella toda lacerada , e revolta por causas dos Partidos, e das desordens , que se levantarão com a sed icçao , ou com as efemericas constituições que fízerão os Fran- cezes costumados, e propícios a isto , sustentou guer­ ras intestinas e estrangeiras , com tanta fortuna que sem decahir , tem feito acuar , c d^cahir Potências formidáveis , que será depois d*ordenar as coisas se­ gundo o seu systema , e de espalhar maliciosamente a sua doutrina por meio de Cathequistas amigavel­ mente estabelecidos nas Cidades , Villas , e Aldeas de toda Europa ? Actualmente nem a F ra n ça , a Hes- panha, a Holianda nem todas as outras Potências tem marinha que mecta m edp, nem a poderáô fazer em quanto tiverem guerra com a Grão Bretanha ; mas feita a Paz Geral com todas as Potências , seguirãó necessariamente as ordens da França, e nestas circum- stancias , ou neste estado que poderá fazer a Ingla* terra , se não submetrer-se a fazer hum Commercio precário , e vergonhoso ?

Perdido o Commercio , e a Marinha da Grão Bretanha , está para sempre perdida a Inglaterra ; e este será o frucro e o proveito da Paz Geral ; pelo contrario continuando a Guerra, ou as Naç6es se unem sinceramente á Inglaterra , ou se desunem : no primei­ ro caso • cahírá para sempre a Grande Babelonia das

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abominações da terra , isio he a França succumbirá , e o equilibrio da Europa tornará a resurgir j o que basta para a Inglaterra ficar sempre bem : no segun­ do caso , a Inglaterra he trahida pelas Nações , são ellas as que. faltao á fé dos T ra ta d o s, e a Inglaterra tem todo o D ireito, razão , e m otivo para lhe fazer justamente todas as custas da Guerra.

Em as Nações se unindo á F ran ça, a Inglaterra toma logo o grande partido seguríssimo , porque ain­ da está poderosa em Exércitos , Armadas , Finanças , Comm ercio e População , e triunfa para sempre de seus inimigos occultos e clarados ; e eleva-se sobre as Nações ; constitue-se por huma vez Senhora dos M a­ res Arbitra, do Commercio de ambos os M undos; Dominadora e-M oderadora de todos os Estados ou sejao Republicas ou Reinos ; estabelece finalmente o Quinto Império que será absoluto e respeitado na A m e­ rica , A s ia , A fr ic a , e na Europa.

Parece, se não im p ossível, temeraria ou difficui« tosa a empresa , roas a N ação Britanica não acha dif- lículdades quando vê que he preciso fazer grandes coisas; e por isso mesmo que he acção façanhosa, lie d^gna dos InglezesL , e huma vez que a intentarem , hão de consegui-la.

M uito d’ ante-mão , e com muito vagar tem a Grão Bretanha feito considerar com precisão e miu­ deza , assim Mathematica como politicamente todo aquelle Paiz ou R egião do N ovo M undo , chamado Am erica M eridional , aonde o nosso Antigo Alliado e amigo Portugal tem o assento do seu Império , e aonde convém á Grão Bretanha fazer assentar o T h ro - no do Império Portuguez. O nobre e magnanimo pro­ jecto he aonde a Dinastia da Caza de Bragança será

respeitada das quatro partes do Mundo.

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Portugal hum Reino pequeno , .e depèhdente de seus vîsinhos, foi o berço dos Heroes que forao lon­ ge lançar os fundamentos do seu Império ; he lá que Portugal tem as barreiras da defeza i he de lá qu'e o Principe do Brasil pode reconquistar o seu Reino j he de lá que pode dictar as Leis á Europa , e com Sceptro de ferro pode castigar a França dos seus cri­ mes , e a Hespanha da sua perfídia.

• Collocado o Throno de Portugal na America , e feito o Tratado exclusivo de Commercio , e por con­ sequência dividida a Europa da America , então a Grão Bretanha junta ao seü antigo A lliado augmentará o Im perioi e sendo conhecido desde o Isthnio de Pa­ namá até o Estreito de M agalhães , tendo sondado, medido e averiguado por huma e outra parte do pe­ rímetro desta grande Peninsula ,* todas as suas Costas , Ensiadas , Ancoradouros , Bancos, Pareceis , Baixos , Portos , Praias , e R ios & c. de sorte que não ha hum C a c h o p o , Pesqueiro ou Desembarcadouro por peque­ no e despresivel que seja , ou que pareça , que não se ache calculado e descripto no M apa com maior ‘ clareza , e precisão Geométrica.

O interior do Paiz não está menos conhecido , tanto pelo què toca a G eografia, como pelo que per­ tence ao M inéral Vegetal e Animal , que ali produz espontaneamente a Natureza ; e o que pode fazer pro­ duzir a Arte praticada, com energia está Philosofica- mente demonstrado.

Isto supposto logo que todas as Potências co­ ligadas com a França brigão com a Inglaterra , a Inglaterra restao^Ihe mais recursos certíssimos a collo- car o Principe d o. Brasil no seu Throno d’America j e quando elle ignorante dos seus verdadeiros interes­ ses , ou corrompido pelas preposições pacificas da

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ça naQ annua ás preposições da Grão Bretanha, esta faz dois desembarques ou invasões súbitas naquella Pi- ninsula , huma no B rasil, outra no Pará , huma da par­ te do Nascente , outra da parte do Poente naqueile lu­ gar mais opportuno para a mantença do Throno. M as não he crivei que o Principe do Brasil nao queira an- nuir ao importantíssimo Piano evidentemente demon­ strado pela Grão Bretanha , e aos seus interesses Reaes: he assim que os Principes defendem seus Povos j he lá que elle vai depositar o nome , e a gloria Portu- gueza j he assim que se he verdadeiramente R ei. ; . , .

Desde este importantíssimo momento , o Impe* rio da America M eridional , e a Grão Bretanha fica­ rão ligados eteinam ente, fazendo estas duas Potências hum Commercio s ó , e exclusivoj ajudando-se mutua­ mente , e fazendo todos os interesses reciprocos. Este novo Império crescerá usando de todos os meios con­ ducentes , e para isto procurará estabelecer Colonias secundarias naquelles sítios para isso notados nos M a­ pas , povoandò-as de todas as gentes que quizçrem lá estabelecer-se á excepção dos Francezes.

N o Paiz das Amasonas nos confins do Paraguay, ou nas visinhanças do lago de Xarife , que he como a origem do R io da Prata; em huma palavra no cen­ tro da referida Peninsula , se edificará e fundará huma Cidade denominada N ova Lisboa para C orte e assen­ to do Imperador ; da N ova Lisbpa se abriráõ Estra­ das Reaes , que a maneira de rayos que correm do centro para a perferia , conduzirão da Nova Lisboa para o Porto B e llo , C aen a, P ará, R io de J a n e iro , O lin d a, Calháo de L im a , Sant-Iago , e S. Jeronymo & c. õcc. Fazendo-se ao mesmo tenjpo navegáveis os mais Rios que poderem ser; mas forçosa e infallivel- meate o R io da Prata desde o referido lago Xarife

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até á sua F o z ; e o das Amasonas pela Ribeira Pará- tinga , ou por outre ruais commoda ; na epothese que a Cidade he cituada nas circumvisinhanças do dito la­ g o , das fontes ou origens destes R ios , a fim de fa­ zerem mais faceis os transportes da Nova Lisboa ao M a r , ou viceversa.

Com o a G uerra, que nos fazem as NaçÔes para nos opprimirem , segundo as intenções malvadas dos Francezes , a quem injusta e indecorosamenie se uni» rao , he injusta da parte das Nações ; he justíssima da nossa parte ; e por isso o Imperador da America deve Jogo apoderar^-se de todas as Posseçdes da Hes- panha.

O Justo titulo da aquisição , e o bom uso que faremos de huma Alliança tão intima com o Império Jortuguez ; a nossa força armada , e a nossa habili­

dade tudo concorrerá para o augmento da População, e para que os habitantes do Grande Império , e a Grão Bretanha sejão árbitros do Commercio U n i­ versal.

Transportaremos logo para lá tudo o que for pre­ ciso ás F abricas, e tudo o que pertence aos très R e i­ nos da Natureza , enterrado , e escondido naquella R e g iã o , ha de sahir á luz. As Armadas tanto Portu- g u ezas, como ínglezas com a abundancia de madeiras serão formidáveis a todo Mundo. O novo Império abrirá novos caminhos ou derrotas para todas as par­ tes do Mundo , e por cada hum que a França nos fe­ char se abrirão cem.

Todas as Nações , todos os Povos , todas as Bandeiras , todas as Lingoas , e todas as Religiões terão franca e livre entrada nos Porros do M ar , e nas _,PovoaçÕes do sertão menos os Francezes ; os na­ vios desta Nação não serão admit tidos nem ainda

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para se livrarem de naiifragios e perigQ evidente. Esrabelecer-se-ha huma especiá^de Inquisição ter­ rível , para dentro do Grande Império nao haver pes­ soa alguma Francéza por nascimento , ou por costu­ mes; nem livro algum escripto nesta Lingoa , salvo estando já traduzido n’outra ; nem indivíduo algum de qualquer Nação que seja poderá falar F ra n cez, e muito menos ensiná-lo : não se despacharão nas A l­ fândegas directamente fazendas algumas para os Por­ tos de França.

N ão se mudarão os nomes aos mezes ; mas os nomes das Cidades , Rios do Reino de Portugal ,serão postos aos R ios , Cidades , e Províncias do Grande Império , e o R io que ficar mais contíguo á N ova Lisboa será chamado o N ovo T e jo : a Inglaterra en­ tão crescerá com o Com m ercio'reciproco ; o trig^. da Grão Bretanha sçrá levado a Peninsula , entretanto que lá se nao cultivar em abundancia.

Os Inglezes Aliiados com os Portuguezes , se­ nhores das Minas mais preciosas que o Sol cria , c dos Materiaes melhores para se fabricarem , e manu­ facturarem , podem já ver o resultado do complexo de tantas origens d’opulencia ; e quando daqui a sin- coenta annos as Nações amigas , ou escravas da Fran­ ça olharem para si ^ e para nós , conhecerão ( mas tar­ de ) a política de Jorge terceiro, e conhecerão a dif- ferença em que ficarão huma Potência que vai su b ir, e outras que vão a descer rapidamente.

De Plymuth poderemos ir ao Brasil sem depen- dencia de Lisboa ; do Pará poderemos navegar para a Costa de Coromandel sem dobrar os Cabos de H orne, e da Boa Esperança.

As Ilhas de todos os Mares que forem mais ne- ccssatias ç ureis para a Escala , ç refucilação dos N a­

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VÍOS Pprtuguezes e Nossos , he natural que fíquem de­

baixo do poder.dos Portuguezes , <5u nosso : tambem he de crer que faremos boa sociedade, e visinhança coin as Provincias Anglo-Americanas : emfim este projecto bem pon’derado no Gabinete de Portugal , bem promette vantagens infinitas', e incalculáveis ; e de todas ficaremos p rivad os, e mesino d a s 'que já te­ mos se o Principe de Portugal não annuir a tão Sa­ bia Plano , e se deixar illudir pelas pacificas prepo­ sições da pérfida França , e ent^o está perdido para sempre : annuindo porém , eu teimarei que se continue a Guerra , e que nunca se faça a Paz com a França como quer , e precisa ; só se restituídas as coisas aò

sta tu q^uo antes da Revolução ; se restabelecer o equi­

líbrio da Europa , e acabar-se por huma vez a mal­ dita seita dos Revolucionários Jacobinos , de cuja pes­ te ficando fermento em algum canto, torrfará com os tempos , como agora , a deplorar o M undo.

N ão sou porém deshuraano, nem me regozijo coin a infusão de sangue , desejo sim deveras o bem da humanidade., e desejo a extirpação dos v íc io s , e da tyrannia ; quando digo se prefira a Guerra , he porque delia depende os interesses 'da Grão Bretanha , e dos seus Aliiados ; porque vejo que muitas vezes o Deos da Paz mandou guerrear para bem da justiça , e para aprenderem a' separar por força os bons dos máos ; os crimes das virtudes os erros da verdade. Jesus Chrisfb nos disse : l^on veni pacem mittere , sed

^laàíum.

Por tanto vá nlbs levando em huma mão o fe rro , em outra o lume paia dissiparmos inieiramenre as ca­ beças da Hidra , e resrabelecer-mos a verdade 5 os bons costumes , e instaurar-mos na Europa o equilí­ brio , a virtude \ a fé , a honra, o p o d er, a verdade , a

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a P a z , a R eligião , coisa que os Francezes frenéticos e libertinos , destruirão , e querem fazer desaparecer para sempre da sociedade , com intenções damnadas , intenções que elles bem sabem que só os Inglezes pe-, iietrâo , e por isso desejáo e procurão acabar esta N ação. Nós porém nao queremos nem pertendemos des­ truir , e aniquilar a França ; são mais nobres os sen­ timentos de todos os In glezes, mas sim que se con- tenhão nos justos limites ; sem abusar das luzes j e talentos, como p ra tica , com escandalo Universal.

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