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Estudo de caso de patologias em alvenaria observadas em edificações escolares na cidade de Ijuí/RS

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(1)

JÉSSICA KRAUSER MELO

ESTUDO DE CASO DE PATOLOGIAS EM ALVENARIA

OBSERVADAS EM EDIFICAÇÕES ESCOLARES NA CIDADE DE

IJUÍ/RS

Ijuí 2019

(2)

ESTUDO

DE

CASO

DE

PATOLOGIAS

EM

ALVENARIA

OBSERVADAS EM EDIFICAÇÕES ESCOLARES NA CIDADE DE

IJUÍ/RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador (a): Prof ª. Cristina Eliza Pozzobon

Ijuí /RS 2019

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ESTUDO DE CASO DE PATOLOGIAS EM ALVENARIA

OBSERVADAS EM EDIFICAÇÕES ESCOLARES NA CIDADE DE

IJUÍ/RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 16 de Julho de 2019

Prof ª. Cristina Eliza Pozzobon Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - Orientador Prof ª. Lia Geovana Sala Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA Prof. Paulo César Rodrigues (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ) Prof ª. Cristina Eliza Pozzobon Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - Orientador

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A minha família, em especial ao meu namorado que deu o maior apoio para essa etapa ser concluída.

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Primeiramente, quero agradecer a Deus pela vida, pela família, por sempre me acompanhar e me dar força para seguir em frente e atingir meus objetivos.

Agradeço a minha mãe, Vera, que foi pai e mãe e que me incentivou a ir atrás dos meus objetivos. Aos meus irmãos, que direta ou indiretamente fizeram parte do meu sonho, pela luta, pelas conversas, ensinamentos, enfim, por tudo, obrigado por me incentivarem aos estudos, a correr atrás dos meus sonhos e objetivos. Eu amo vocês incondicionalmente.

Ao meu namorado Mateus, que sempre esteve ao meu lado, me apoiando. Você incentivou-me a estudar, me aperfeiçoar sempre, e por vários momentos, inclusive quando tinha pensamentos negativos e tristes na minha cabeça, você me acalmava e aconselhava a seguir em frente, dizendo que eram apenas obstáculos. Você tem mérito imensurável nessa minha conquista. Muito obrigada por tudo meu companheiro de todas as horas, boas e ruins, não tenho palavras para descrever minha imensa gratidão.

Agradeço aos meus sogros, que estão sempre perto, apoiando, incentivando, e dando suporte em todos os aspectos. Vocês foram essenciais para essa conquista acontecer.

Agradeço a minha orientadora, Cristina, que sempre arrumou um tempo em sua agenda movimentada para me orientar e ensinar. Obrigada por compartilhar comigo seu conhecimento, te admiro muito em todos os sentidos e só tenho a agradecer por ter compartilhado desse momento comigo.

Obrigada a todos meus amigos da universidade, em especial a Carina, Lidiane e Darlize, que sempre estiveram ao meu lado, fazendo trabalhos em grupo, estudando para as provas, conversando, etc.

E por fim, não poderia esquecer de agradecer todos os professores que fizeram parte dessa minha jornada acadêmica. Muito obrigada pelos seus ensinamentos.

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“Fazer o que você quer fazer, deixar uma marca – de uma forma que você considera importante e persistente – isso é aproveitar a vida.” – Laurene Powell Jobs

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MELO, K. J. Estudo de caso de patologias em alvenaria observadas em edificações escolares na cidade de Ijuí/RS. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2019.

As construções têm um ciclo de vida útil, no entanto existem alguns fatores que podem prolongar este tempo. Um adequado desenvolvimento do projeto, o sucesso do planejamento e condições de trabalho durante a construção, envolvendo a qualidade dos materiais, adequada mão de obra, as condições do meio em que a obra está inserida e a realização da manutenção periódica, contribui de maneira expressiva para sua qualidade e longevidade. Ao voltar no tempo e analisar historicamente a evolução das construções percebe-se grandes diferenças, tanto em termos de materiais como de técnicas utilizadas. Com a evolução dos sistemas construtivos e dos sistemas computacionais, as estruturas foram ficando mais esbeltas e, consequentemente, mais deformáveis. Porém, as vedações foram ficando mais frágeis e mais sujeitas ao aparecimento de sintomas patológicos, quando solicitadas além de sua capacidade resistente. O presente estudo revelou as manifestações patológicas de três escolas estaduais localizadas no município de Ijuí/RS, apontando os aspectos dessas patologias encontradas, possíveis causas, e ainda, reparos que podem ser utilizadas para o prolongamento da vida útil desses prédios. O trabalho inicia com a elaboração de estudos preliminares juntamente com uma ampla pesquisa bibliográfica. A etapa seguinte baseia-se no levantamento de dados a partir da visita a essas escolas, fazendo entrevistas com os responsáveis por essas edificações, identificando e fotografando os problemas encontrados. Após esta etapa, os dados são organizados a partir dos registros fotográficos descrevendo os fenômenos encontrados. Logo após, realizou-se a identificação de possíveis causas das patologias e possíveis reparos a serem efetuados nessas edificações escolares, e finalmente um estudo comparativo entre as três edificações evidenciado as principais patologias encontradas nessas escolas.

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ABSTRACT

MELO, K. J. Case study of masonry pathologies observed in school buildings in the city of Ijuí / RS. 2019. Course Completion Work. Civil Engineering Course, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2019.

The constructions have a life cycle, however there are some factors that can prolong this time. Adequate project development, planning success and working conditions during construction, involving the quality of materials, adequate manpower, the conditions of the environment in which the work is inserted and the performance of periodic maintenance, contribute in an expressive way for its quality and longevity. By going back in time and analyzing the evolution of buildings historically, great differences are seen, both in terms of materials and techniques used. With the evolution of the constructive systems and the computational systems, the structures became slimmer and, consequently, more deformable. However, the fences became more fragile and more subject to the appearance of pathological symptoms, when requested beyond their resistant capacity. The present study revealed the pathological manifestations of three state schools located in the city of Ijuí / RS, pointing out the aspects of these pathologies found, possible causes, and repairs that can be used to extend the life of these buildings. The work begins with the elaboration of preliminary studies together with an extensive bibliographical research. The next stage is based on the data collection from the visit to these schools, making interviews with those responsible for these buildings, identifying and photographing the problems encountered. After this step, the data are organized from the photographic records describing the phenomena found. Soon afterwards, we identified possible causes of the pathologies and possible repairs to be made in these school buildings, and finally a comparative study between the three buildings evidenced the main pathologies found in these schools.

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Figura 1: Solicitações impostas às alvenarias externas ... 19

Figura 2: Fissura predominantemente na argamassa. ... 29

Figura 3: Fissura através de argamassa e bloco. ... 29

Figura 4: Fissuras em trecho continuo de alvenaria pela atuação de carga vertical uniformemente distribuída. ... 30

Figura 5: Fissuras em trecho de alvenaria com aberturas pela atuação de carga vertical uniformemente distribuída.. ... 31

Figura 6: Fissura com abertura regular no topo da parede, resultante do abaulamento e dilatação plana da laje de cobertura... ... 32

Figura 7: Fissuras em alvenaria estrutural com aberturas por recalques diferenciados de fundações.. ... 33

Figura 8: Trincas horizontais na alvenaria proveniente da expansão dos tijolos. ... 33

Figura 9: Vista interna do encontro entre paredes: penetração da umidade em função do destacamento ocorrido.. ... 34

Figura 10: Empolamento de revestimento argamassado. ... 35

Figura 11: Parede monolítica construída por argamassa de cimento, areia e saibro: Destacamento e a fissuração do revestimento.. ... 35

Figura 12: O fluxo da água interceptado no peitoril da janela escorre lateralmente ao mesmo, provocando a fissuração da argamassa de revestimento. ... 36

Figura 13: Localização da Escola Estadual de Ensino Fundamental Osvaldo Aranha. .... 40

Figura 14: Vista Frontal da escola Osvaldo Aranha.. ... 41

Figura 15: Localização da Escola Estadual de Ensino Fundamental Rui Barbosa. ... 42

Figura 16: Vista dos fundos da escola Ruizinho ... 43

Figura 17: Localização da Escola Estadual de Ensino Médio São Geraldo. ... 44

Figura 18: Vista Frontal da escola São Geraldo ... 44

Figura 19: Presença de umidade na parede da circulação ... 46

Figura 20: Presença de umidade na parede da circulação da escada ... 47

Figura 21: Presença de umidade na parede da circulação próxima aos sanitários ... 48

(10)

Figura 26: Trinca localizada na parte interna da edificação ... 53

Figura 27: Trincas, manchas e bolor na sala de dentro da biblioteca ... 55

Figura 28: Manchas e bolor de cor escura localizada na sala da diretora ... 56

Figura 29: Manchas e bolor de cor escura localizada na sala da diretora ... 57

Figura 30: Manchas e bolor de cor escura localizada no banheiro ... 58

Figura 31: Fissuras por destacamento na sala rádio escola ... 60

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas E.E.E.F Escola Estadual de Educação Fundamental E.E.E.M Escola Estadual de Ensino Médio

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1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 CONTEXTO ... 16 1.2 PROBLEMA ... 17 1.2.1 Questões de pesquisa ... 18 1.2.2 Objetivos de pesquisa ... 18 1.2.3 Delimitação ... 18 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 19 2.1 ALVENARIA ... 19

2.1.1 Paredes de alvenaria não estrutural ou de vedação ... 20

2.1.2 Paredes de alvenaria estrutural ou portante ... 20

2.1.3 Elementos constituintes das alvenarias ... 21

2.1.3.1 Componentes da alvenaria ... 21

2.2 PATOLOGIA EM EDIFICAÇÕES ... 23

2.2.1 Origem das patologias ... 24

2.2.2 Causas das patologias ... 25

2.2.2.1 Identificação e causas de patologias em alvenaria não estrutural ... 27

2.2.2.2 Identificação e causas de patologias em alvenaria estrutural ... 27

2.2.2.3 Identificação e causas de patologias em revestimentos argamassados ... 27

2.2.3 Patologias em alvenaria não estrutural ... 28

2.2.4 Patologias em alvenaria estrutural ... 33

2.2.5 Patologias em revestimentos argamassados. ... 35

2.2.6 Diagnóstico das patologias ... 37

3 MÉTODO DE PESQUISA ... 39

(14)

4.1 IDENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NA ESCOLA

ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL OSVALDO ARANHA ... 47

4.1.1 Umidade ... 47

4.1.2 Fissuras ... 51

4.2 IDENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL RUI BARBOSA ... 53

4.2.1 Trincas e Fendas ... 53

4.2.2 Umidade: Proliferação de Fungos ... 57

4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO SÃO GERALDO ... 62

4.3.1 Fissuras ... 62

4.4 SISTEMATIZAÇÃO DOS RESULTADOS ... 65

5 CONCLUSÃO ... 67

(15)

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa desenvolveu-se na área da Construção Civil, destinada a patologia das edificações.

Quando se pensa em edificação escolar, é necessário levar em consideração vários aspectos que permitam aos usuários conforto e bem-estar para estimular e aprimorar o aprendizado, que não precisam estar distantes das questões educacionais (DELIBERADOR, 2010).

De acordo com esses aspectos, segundo Helene e Terzian (1949), o desempenho das edificações construídas no Brasil tem deixado a desejar, pois se observa com grande frequência a deterioração precoce das habitações, e isso não e diferente para edifícios escolares.

Diante disso o conhecimento do comportamento dos materiais de construção, de suas incompatibilidades e de suas deficiências, é de suma importância para que as fissuras e as patologias em geral sejam reduzidas a níveis aceitáveis (THOMAZ, 1989).

Portanto alguns estudos são realizados para que haja um entendimento do motivo pelo qual as práticas de manutenções em edificações serem bastante questionadas, visando desenvolver formas de corrigir os danos e diagnosticá-los, aumentando a durabilidade da edificação seja ela de origem pública ou privada (CASTRO, 1994).

A metodologia de análise das anomalias em edifícios escolares se torna difícil com o tempo, sendo condizentes pela escassa manutenção e uso intensivo das escolas, ocasionando um elevado nível de degradação dos seus elementos, com o surgimento de anomalias de desempenho cada vez mais complexas (AZZALIN, 2005).

As manifestações patológicas não possuem uma só causa, e sim uma participação de causas diversas, é importante frisar que uma estrutura que apresenta pequenos erros de construção que não acarretem grandes danos logo após sua ocupação, poderá provavelmente apresentar problemas durante sua vida útil em consequência de modificações que a edificação

(16)

1.1 CONTEXTO

A patologia faz parte da engenharia que aborda os mecanismos, os sintomas, as causas e as origens das deformações das edificações. Em alguns casos, é possível se fazer um diagnóstico das patologias apenas através da visualização. Entretanto, em outros casos o problema é dificultoso, sendo necessário verificar o projeto; investigar as cargas a que foi submetida à estrutura; analisar detalhadamente a forma como foi executada a edificação e, inclusive, como esta patologia reage diante de determinados estímulos. Desse modo, é possível identificar a causa destes problemas, corrigindo-os para não se manifestem novamente. (FERNANDEZ, 1988).

Conforme Souza e Ripper (1998) desde os primórdios da civilização que o homem tem se preocupado com a construção de estruturas que satisfaçam as suas necessidades, logo, a humanidade acumulou um grande acervo científico ao longo dos séculos, o que permitiu o desenvolvimento da tecnologia da construção, envolvendo a concepção, a análise, o cálculo e o detalhamento das estruturas, a tecnologia de materiais e as respectivas técnicas construtivas.

Molin (1988) afirma que, é notável prevenir que corrigir, assim como os fabricantes, os projetistas, construtores e também os usuários, têm em mãos a possibilidade de diminuir a frequência com que surgem os defeitos nas edificações.

Com a certeza de que estas situações ocorrem com frequência na vida profissional, destaca-se a importância e a necessidade de conhecimento sobre patologias, suas causas, formas de prevenção e reparo.

Justifica-se a escolha do tema pela sua importância em relação aos gastos para os cofres públicos, já que, a falta de manutenção nas edificações públicas faz com que pequenos problemas, que a princípio teriam baixo custo de recuperação, evoluam para situações de desempenho insatisfatório com ambientes insalubres, de deficiente aspecto estético, de possível insegurança estrutural e de alto custo de recuperação (ANTONIAZZI, 2009).

Sendo assim, a relevância da realização deste trabalho se deve à necessidade de se fazer um levantamento das patologias detectadas nessas escolas estaduais, a qual a partir desta, se

(17)

poderá realizar um estudo para determinar as causas desses problemas e propor alternativas para melhorias nesses ambientes.

1.2 PROBLEMA

De acordo com Peres (2001) construtores, técnicos e o poder público, compartilham da mesma idéia de que a qualidade é conveniente a curtos e longos prazos, logo, atualmente vive-se uma constante preocupação com a qualidade da construção da edificação. A qualidade da edificação tornou-se um tema de interesse internacional, que com o aumento do desempenho das construções consequentemente há uma maior economia de recursos e melhoria no prestigio nacional e internacional da construção.

De acordo com Figueiredo (1989), os projetistas podem arriscar-se um pouco mais e projetar soluções com estruturas mais delgadas, superando em muitos casos o conhecimento do que já foi comprovado e o que já foi executado, ou ao contrário, não fazer o uso das inovações e atrasar o desenvolvimento tecnológico.

Paralelamente Peres (2001) refere que, na tentativa de buscar o máximo de economia, racionalizando as construções, e com maior conhecimento dos materiais procura-se o limite que estes podem alcançar, aumentando as chances de ocorrência de manifestações patológicas.

De acordo com o autor citado anteriormente, Figueiredo (1989) conclui como resultado, observado nos últimos anos, no geral, as edificações estão apresentando um desempenho insatisfatório, elas não estão atendendo na integra as expectativas do usuário.

Justifica-se então a escolha do tema pela importância que este abrange em relação aos gastos para os cofres públicos, já que, a falta de manutenção nas obras públicas faz com que pequenos problemas, que a princípio teriam baixo custo de recuperação, progridam para situações de desempenho insatisfatório com ambientes insalubres, de deficiente aspecto estético, de possível insegurança estrutural e de alto custo de recuperação (ANTONIAZZI, 2009).

Sendo assim, a importância da realização deste trabalho se deve à necessidade de fazer um levantamento das patologias detectadas, a qual a partir desta, poderá ser feito um estudo para determinar as causas desses problemas e propor algumas alternativas de melhorias.

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1.2.1 Questões de Pesquisa

A questão que balizou este estudo é:

Quais os fatores responsáveis pelas manifestações patológicas encontradas nas edificações escolares?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa 1. Objetivo Geral:

- Analisar e identificar as principais manifestações patológicas existentes em três prédios escolares estaduais na cidade de Ijuí, avaliando o estado atual destes em relação às patologias encontradas na alvenaria.

2. Objetivos específicos:

- Realizar um levantamento através de inspeção visual e fotográfica das três escolas que são objeto de estudo;

- Identificar as manifestações patológicas presentes na alvenaria dessas edificações; - Identificar as prováveis causas das manifestações patológicas;

- Apresentar sugestões para reparos dessas patologias;

1.2.3 Delimitação

Trata-se de estudo de caso das principais patologias encontradas em alvenaria na Escola Estadual de Educação Fundamental Osvaldo Aranha, Escola Estadual de Ensino Fundamental Rui Barbosa e por fim a Escola Estadual de Ensino Médio São Geraldo localizadas na cidade de Ijuí/RS.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ALVENARIA

Alvenaria é toda obra que contém pedras naturais, tijolos ou blocos de concreto, ligados ou não por argamassas, que deve oferecer condições de resistência, durabilidade e impermeabilidade. O uso de tijolos satisfaz plenamente os quesitos referentes à resistência e durabilidade, já a impermeabilização é obtida por meios artificiais usando produtos específicos. (AZEREDO, 1997).

Nesse mesmo sentido, conforme Bauer (1987), a alvenaria serve para vedar espaços, resistir a cargas oriundas da gravidade, promover segurança, resistir a impactos, a ações de fogo, isolar e proteger os ambientes acusticamente, oferecer conforto térmico, além de vedar a entrada de vento e chuva dentro dos ambientes como mostra a figura 1.

Figura 1: Solicitações impostas às alvenarias externas

(20)

A Associação Brasileira de Normas Técnicas elaborou a Norma Técnica para Alvenaria Estrutural- Blocos Cerâmicos: Execução e Controle de Obras NBR 15812-2 (ABNT, 2010), que elenca importantes definições para complementar a definição de alvenaria:

a) Parede estrutural: toda parede admitida como participante da estrutura;

b) Parede não estrutural: toda parede não admitida como participante da estrutura; c) Elemento de alvenaria armada: alvenaria que possui armaduras solidárias aos

componentes de alvenaria para resistir a esforços calculados;

d) Elemento de alvenaria não armada: alvenaria que só possui armaduras com finalidade construtiva ou de amarração, sem absorver esforços calculados.

As alvenarias podem ser classificadas como alvenaria de vedação ou não estrutural e alvenaria estrutural ou portante.

2.1.1 Paredes de alvenaria não estrutural ou de vedação

A alvenaria de vedação não é dimensionada para resistir a cargas verticais além de seu peso próprio. As paredes utilizadas como elemento de vedação devem possuir características técnicas como a resistência mecânica, isolamento térmico e acústico, resistência ao fogo, estanqueidade e durabilidade (MILITO, 2006).

Conforme entendimento de Caporrino (2018) a alvenaria não estrutural tem a finalidade de compartimentar ambientes, resistir às cargas de ventos e as solicitações de intrusão sem que a segurança dos moradores da edificação seja prejudicada, resistir à ação do fogo e, por conseguinte resistir a certo nível de impacto sem entrar em ruína.

2.1.2 Paredes de alvenaria estrutural ou portante

De acordo com Ramalho e Corrêa (2003), é o sistema de construção em que as paredes da edificação fazem a função estrutural, não sendo necessária a utilização de vigas e pilares para a sustentação do edifício.

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Logo, segundo Caporrino (2018) além da alvenaria estrutural ter as mesmas finalidades da de vedação, essa, serve como suporte estrutural de acordo com os cálculos de cargas impostos a edificação.

Nesse mesmo sentido, segundo o IBAPE (2005), a alvenaria estrutural é utilizada em construções nas quais não serão usadas estruturas de concreto armado, como pilares e vigas, uma vez que neste tipo de alvenaria são utilizados blocos cerâmicos ou de concreto, estes com resistência elevada, podendo se autoportar e também suportar o peso das lajes.

Portanto, as paredes de alvenaria estruturais devem ser constituídas com componentes adequados, que atendam os requisitos mínimos para esta função, pois o uso de componentes destinados as alvenarias de vedação em paredes estruturais pode resultar um desempenho inadequado.

2.1.3 Elementos constituintes das alvenarias

Inicialmente, é importante destacar dois conceitos básicos que são necessários: componente e elemento. Entende- se por componente da alvenaria uma entidade básica, ou seja, algo que compõe os elementos que comporão a estrutura. Os componentes primordiais da alvenaria estrutural são: blocos; argamassa; graute e armadura. Já os elementos são uma parte elaborada da estrutura, sendo formados por pelo menos dois dos componentes anteriormente citados. Como exemplos podem ser elencados: paredes, cintas, vergas, pilares entre outros (RAMALHO; CORRÊA, 2003).

Seguindo este raciocínio, Bertolini (2010) refere que as paredes são elementos estruturais complexos, caracterizados por vários materiais (tijolos, pedras, argamassas etc). Assim, são em geral constituídas de elementos de dimensão regular unidos por uma argamassa.

2.1.3.1 Componentes da alvenaria

Nesse tópico, são elencadas algumas características dos principais componentes de alvenaria, tendo por base os ensinamentos de Caporrino (2018), quais sejam:

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a) Unidade: São materiais pétreos que podem ser naturais ou artificiais, podem ser ou não estruturais dependendo do tipo de alvenaria que irão compor. Algumas unidades mais utilizadas são os blocos de concreto que são prismáticos compostos de concreto simples, os blocos cerâmicos que podem ser maciços ou vazados e os blocos sílico-calcários que são amplamente utilizados em alvenaria estrutural por possuírem maiores vantagens como conforto térmico e acústico.

b) Argamassa: Tem a finalidade de unir as unidades, garantindo assim a vedação e propiciando aderência com as armaduras nas juntas. É composta por cimento, cal, agregado miúdo, água e aditivos. As principais propriedades que devem ser observadas são a retenção de água, adequada resistência a compressão e trabalhabilidade.

c) Graute: O graute é um concreto com agregados de pequena dimensão e relativamente fluido, podendo ser necessário para o preenchimento dos vazios dos blocos. Tem como finalidade aumentar a resistência da parede e garantir aderência com as armaduras. As propriedades eu devem ser equilibradas são a trabalhabilidade, fluidez e adequada resistência à compressão.

d) Armaduras: As barras de aço usadas nas construções em alvenaria são as mesmas utilizadas nas estruturas de concreto armado e estão sempre presentes na forma de armadura construtiva. Elas devem absorver esforços de tração e cobrir as necessidades construtivas.

e) Juntas de assentamento: As juntas de argamassa horizontais devem ser de 10 mm, podendo variar entre 8mm e 14mm em sua espessura para ajustes de modulação se necessário.

f) Juntas de dilatação: Podem ocorrer movimentos na estrutura devido à variação da temperatura, as juntas de dilatação têm a finalidade de absorver esses movimentos. É recomendado que sejam previstas juntas nas estruturas a cada 20m em planta.

g) Juntas de controle: Para que se permitam deslocamentos verticais provenientes de retração e expansão dos elementos ou as variações higroscópicas é necessário prever essas juntas de controle. Geralmente são utilizadas quando se tem uma variação brusca de carga ou espessura das alvenarias.

h) Vergas: É uma cinta armada utilizada sobre abertura nas alvenarias, são usadas para resistirem às cargas dos elementos acima da abertura.

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i) Contravergas: É uma cinta armada utilizada sobre a abertura nas alvenarias para que resistam à concentração de tensões nessa região, evitando fissurações.

2.2 PATOLOGIA EM EDIFICAÇÕES

Azevedo (2011) conceitua patologia de forma precisa, evidenciando que o termo tem maior empregabilidade na medicina e pode ser interpretada como a ciência que estuda e faz diagnósticos das doenças, investigando suas origens, seus sintomas, seus agentes causadores e seu mecanismo de ocorrência.

Do mesmo modo, Caporrino (2018) entende que a patologia das edificações estuda as manifestações patológicas que podem vir a ocorrer em uma edificação, envolvendo tanto a ciência pratica como a básica.

Para Verçoza (1991), as edificações podem apresentar defeitos como: rachaduras, manchas, deslocamentos, deformações, rupturas, etc. Por isso, convencionou-se chamar de Patologias das Edificações ao estudo sistemático desses defeitos.

Souza e Ripper (1998) enfatizam o termo “Patologia das Construções” como sendo: Designa-se por Patologia das Estruturas esse novo campo da Engenharia das Construções que se ocupa do estudo das origens, formas de manifestações, consequências e mecanismos de ocorrências das falhas e dos sistemas de degradação das estruturas.

Já para Vieira (2016), deve se levar em conta que, assim como na medicina, a identificação das origens das doenças é o primeiro e principal passo para se obter um tratamento adequado ao problema, pois permitem ao construtor aplicar um método corretivo adequado às manifestações patológicas, propondo um resultado satisfatório na funcionalidade da estrutura, além de auxiliar peritos na determinação de laudos para fins judiciais, permitindo apontar corretamente a causa e o culpado pela falha.

Assim, a necessidade de reabilitar e manter as edificações existentes, ditadas por razões diversas quanto às de fundo econômico, social, patrimonial ou histórico, está criando uma nova escola na qual respeita a concepção e o projeto estrutural, em que a avaliação do que já existe, em

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termos de desempenho e capacidade futura, tornou-se um dado fundamental (SOUZA; RIPPER, 1998).

Segundo Figueiredo (1989), o entendimento de patologia das edificações de forma mais precisa fez com que se possibilitasse, entre outras coisas, uma associação entre a perda do desempenho com o aparecimento e desenvolvimento de problemas nas construções.

De acordo com Helene e Pereira (2007), é necessário salientar que uma análise correta dos problemas nas construções é aquela que nos permite definir a origem, causas, consequências, e a intervenção mais adequada e o método de intervir.

Para Vieira (2016), toda edificação está sujeita a esses problemas, podendo ocorrer em qualquer tipo de estrutura, tanto na fase de construção como no período de pós entrega do empreendimento, esses danos são problemas sérios os quais merecem uma atenção minuciosa. 2.2.1 Origem das Patologias

Azevedo (2011) explica que a construção de um empreendimento, de qualquer tipo, envolve diferentes fases. Dividindo uma construção em fases, o autor referencia a primeira fase como sendo a fase do projeto, que tem por objetivo definir os critérios gerais que serão seguidos no desenvolvimento do empreendimento. A segunda fase como sendo a execução, onde podem ser consideradas as atividades de execução das fundações e a escolha e utilização dos materiais, os quais podem influenciar no desempenho da estrutura. E, por fim, o autor apresenta a fase de utilização e manutenção, onde a obra é concluída e entregue ao proprietário, o qual fará o uso do empreendimento, do qual caberá a ele cuidar para que as características da estrutura sejam mantidas.

Assim, e com base no entendimento de Vieira (2016), conclui-se que os processos patológicos podem ter origens em razão de uma ou mais etapas do processo construtivo de uma edificação, as quais são divididas em três fases básicas de projeto, execução e utilização.

Por fim, assim como a saúde humana necessita de cuidados e acompanhamentos, o mesmo acontece com as edificações, que necessitam de vistorias periódicas para um bom funcionamento.

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2.2.2 Causas das patologias

Machado (2002) descreve algumas das principais causas que levam a ocorrência das manifestações patológicas, dentre elas, estão à deficiência na execução dos projetos no que se refere às cargas atuantes, dimensionamento incorreto das estruturas, e ainda materiais e processos com descrições inadequadas; ações térmicas internas e externas atuando nas estruturas de concreto armado; intemperismo, tais como variação de umidade, agentes atmosféricos diversos, agressões ambientais; utilização inadequada da construção.

Já para Lichtenstein (1985), os problemas citados podem manifestar-se de forma simplificada, sendo de fácil identificação e reparo.

Ainda seguindo os entendimentos do autor, o mesmo refere que as patologias que ocorrem com maior freqüência são infiltrações, manchas, bolor ou mofo, eflorescência, fissuras e trincas, entre outros. A infiltração da água através das alvenarias externas tem relação com dois fatores, à primeira pela falta de avaliação do grau de exposição da parede ou “agressividade do meio externo” e a segunda em relação aos erros de concepção da parede (alvenaria) quanto a solicitações a ela impostas. (BAUER, 1987).

Bauer (1987) ainda relata que fatores diversos podem ajudar nas condições, de modo a favorecer a infiltração da água pela alvenaria.

Citando caso análogo um excesso de carregamento pode provocar fissuras na alvenaria e a água irá penetrar através dessas fissuras.

Um tipo de infiltração em parede, de acordo com Verçoza (1991), é o que acontece em muros e platibandas na parte superior, as manchas aparecem bem junto à parede, outra forma, é o tipo de umidade generalizada quase permanente que acontece logo após chuvas vindas de determinadas direções.

Já o termo bolor ou mofo segundo Shirakawa (1995), é entendido como a colonização por diversas populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando-se dentre esses as argamassas inorgânicas. No mesmo sentido, o termo emboloramento constitui-se numa “alteração observável macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, sendo uma

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conseqüência do desenvolvimento de microorganismos pertencentes ao grupo dos fungos”. O desenvolvimento de fungos em revestimentos internos ou de fachadas causa alteração estética em paredes, formando manchas escuras indesejáveis em tonalidades preta, marrom e verde, ou ocasionalmente, manchas claras esbranquiçadas ou amareladas.

Fissuras e trincas: No entendimento de Souza e Ripper (1998), as fissuras podem ser consideradas como a manifestação patológica derivada das estruturas de concreto, sendo o dano de ocorrência mais comum, o qual, a par das deformações muito acentuadas, mais chama a atenção dos leigos, proprietários e usuários, para o fato de que algo de anormal está para acontecer.

A partir dessas ocorrências mais vistas destaca-se que as fissuras são ocorrências muito comuns em qualquer edificação e são, portanto, as manifestações que chamam mais a atenção dos usuários.

Seguindo essa mesma idéia o autor Ferreira (2010) relata que a fissuração pode ser minimizada, sendo apenas necessário realizar uma escolha criteriosa dos seus constituintes e de suas respectivas dosagens, podendo ser minimizada também através de alguns cuidados de aplicação e de disposições construtivas adequadas.

Para Sampaio (2010), essas anomalias (fissuras) ocorrem devido a deficiências de projeto, de execução, de especificações de material e da utilização do edifício. O autor ainda afirma que a identificação das fissuras, é dada através da configuração, espaçamento, abertura e época de ocorrência, que ajuda a entender a sua origem, sendo este um fator muito importante para a definição da alternativa adequada para a recuperação da alvenaria.

Já as trincas são bem mais perigosas do que as fissuras, pois apresentam ruptura dos elementos, podendo afetar a segurança dos componentes da estrutura das edificações.

De acordo com a NBR 9575(2003), as trincas são aberturas ocasionadas por ruptura de um material com abertura superior a 0,5 mm e inferior a 1,0 mm.

A seguir serão abordados os principais tipos de anomalias, seus aspectos e suas prováveis causas.

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2.2.2.1 Identificação e causas de patologias em alvenaria não estrutural De acordo com Caporrino (2018):

Fissuras verticais: Aspectos- A fissura se desenvolve partindo da argamassa. A fissura corre na vertical, assim atravessa a argamassa e o bloco. Causas- Geralmente acontecem quando os componentes das alvenarias não têm a resistência necessária para suportar cargas verticais impostas às estruturas, portanto, as fissuras acontecem.

Destacamento no trecho de alvenaria por movimentações higrotérmicas: Aspectos- Essas se desenvolvem predominantemente nas bordas das alvenarias, próximas as peças estruturais. Causas- As principais causas possíveis são a impermeabilização inadequada, execução precoce do encunhamento ou a presença de água nos componentes.

2.2.2.2 Identificação e causas de patologias em alvenaria estrutural Ainda segundo o entendimento de Caporrino (2018):

Fissuras na base da alvenaria estrutural por movimentações higroscópicas: Aspectos- Estas se desenvolvem predominantemente na horizontal e na junta entre a primeira e a segunda fiada acima do solo. Causas- A principal causa possível é a presença de água por capilaridade e respingos.

Fissuras em alvenaria estrutural pela retração de secagem das lajes de concreto armado: Aspectos- Desenvolvem-se predominantemente na horizontal e na região das aberturas. Causas- Falta de proteção térmica durante a cura, falta de proteção térmica da cobertura, excesso de aditivo no concreto e ligação inadequada entre laje e alvenaria.

2.2.2.3 Identificação e causas de patologias em revestimentos argamassados

Proliferação de fungos: Aspectos- Manchas de umidade, pó branco acumulado sobre a superfície, manchas esverdeadas ou escuras, revestimento em desagregação. Causas- As

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principais causas possíveis são a umidade constante, sais solúveis presentes na alvenaria, cal não carbonada e área não exposta ao sol.

Fissuras mapeadas: Aspectos- As fissuras mapeadas têm formas variadas e geralmente se distribuem em toda superfície. Causas- Á que mais se destaca é a retração da argamassa de base.

A seguir serão abordadas as anomalias mais presentes nas alvenarias. 2.2.3 Patologias em alvenaria não estrutural

Segundo entendimento de Caporrino (2018) e como já dito anteriormente a alvenaria não estrutural ou de vedação não é projetada para resistir a cargas verticais além das provenientes de seu próprio peso. Em vista disso ao ocorrerem deformações dos elementos estruturais horizontais associadas à aplicação de encunhamento inadequado, essas, sofrem sobrecarga que pode proporcionar o aparecimento de fissuras. As tensões impostas de cisalhamento e tração são responsáveis pela maioria das ocorrências de fissuras em alvenarias.

Para Deutsch (2011) “Fissuras são aberturas que surgem nos materiais, oriundos, em geral, da solicitação de tração. Sempre que se observa a existência de fissuras é porque algo não previsto originariamente ocorreu, excedendo a capacidade de resistência do material”.

Do ponto de vista patológico são de suma importância o controle e a especificação dos materiais que serão utilizados no amassamento do concreto. Os agregados devem ser perfeitamente definidos, evitando-se assim as substâncias que possam ser reagentes com o cimento (DEUTSCH, 2011).

Segundo Caporrino (2018) a diferença de comportamento entre os materiais que compõe a alvenaria influi na fissuração delas. Blocos e argamassas têm propriedades distintas como seu modulo de elasticidade por exemplo. A configuração dessas fissuras demonstra diferentes comportamentos dos componentes das alvenarias e os agentes de avarias. Uma forma de fissuração comum na alvenaria é quando a resistência a tração da unidade componente da alvenaria é maior que a resistência a tração da argamassa, como demonstra a figura 2 abaixo.

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Figura 2: Fissura predominantemente na argamassa

Fonte: Caporrino (2018)

Já quando essa resistência é igual ou inferior a resistência da argamassa de assentamento o desenvolvimento das fissuras é conforme a figura 3.

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Fonte: Caporrino (2018)

Quando a solicitação da alvenaria ocorre por carga uniformemente distribuída podem ocorrer dois tipos de fissura. Essa configuração das fissuras apresenta-se em paredes sem aberturas e com aberturas conforme as figuras 4 e 5.

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Fonte: Caporrino (2018)

Figura 5: Fissuras em trecho de alvenaria com aberturas pela atuação de carga vertical uniformemente distribuída

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Fonte: Caporrino (2018)

De acordo com Thomaz (1989) a dilatação térmica também pode ocasionar fissuras das edificações, pois todos os materiais empregados nas construções estão sujeitos a dilatação com o aumento de temperatura, e a contração com a diminuição. Considerando um exemplo mais comum em edificações a principal fonte de calor que atua sobre os componentes é o sol, abaixo a figura 6 demonstra um exemplo típico de fissura em laje de cobertura resultante da dilatação.

Figura 6: Fissura com abertura regular no topo da parede, resultante do abaulamento e dilatação plana da laje de cobertura

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Fonte: Thomaz (1989) 2.2.4 Patologias em Alvenaria Estrutural

Como citado anteriormente à alvenaria estrutural é projetada para resistir à atuação de cargas verticais provenientes de seu próprio peso e a cargas dos demais elementos estruturais nela apoiados, o surgimento de fissuras e trincas nessa alvenaria pode ser em razão de solicitação vertical uniformemente distribuída, em razão de cargas verticais que atuam axialmente ao plano da alvenaria, por recalques diferenciados de fundação e por movimentação higroscópica (CAPORRINO, 2018).

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Fonte: Caporrino (2018)

Figura 8: Trincas horizontais na alvenaria proveniente da expansão dos tijolos

Fonte: Thomaz (1989)

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Fonte: Thomaz (1989) 2.2.5 Patologias em Revestimentos Argamassados.

As anomalias em revestimentos argamassados são algumas consequências de vários fatores entre eles a principal é sua composição. A reação de hidratação da cal virgem, quando segue ocorrendo após a aplicação do revestimento pode causar o surgimento de vesículas ou a presença de impurezas nesses agregados, empolamento, argamassas com maio teor de cimento, proliferação de fungos e descolamento, são algumas dessas anomalias que se destacam nos revestimentos argamassados (CAPORRINO, 2018).

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Figura 10: Empolamento de revestimento argamassado

Fonte: Caporrino (2018)

Figura 11: Parede monolítica construída por argamassa de cimento, areia e saibro: Destacamento e a fissuração do revestimento

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Figura 12: O fluxo da água interceptado no peitoril da janela escorre lateralmente ao mesmo, provocando a fissuração da argamassa de revestimento

Fonte: Thomaz (1989) 2.2.6 Diagnóstico das patologias

É de suma importância que as patologias sejam diagnosticadas o mais rápido possível, assim, quanto antes elas forem tratadas, menor será a perda do desempenho da edificação e mais barato será a intervenção. Além do que, as patologias comprometem a durabilidade e a consequente previsão de vida útil da edificação.

De acordo com os autores Souza e Ripper (1998), ao se verificar que uma estrutura apresenta problemas patológicos, torna-se necessário efetuar uma vistoria detalhada e planejada para que se possam determinar as reais condições da estrutura, para avaliar as anomalias existentes, suas causas, providencias a serem tomadas e os métodos a serem adotados para a recuperação ou o reforço.

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Ainda seguindo o entendimento de Souza e Ripper (1998), a metodologia genérica para a inspeção de estruturas convencionais, é dividida em três etapas básicas de levantamento dos dados, análise e diagnóstico.

A etapa de levantamento dos dados é extremamente delicada e deve ser feita por engenheiro experiente, especialista em Patologia das Estruturas, que seja capaz de caracterizar com o máximo rigor a necessidade ou não de adoção de medidas especiais.

A segunda etapa, análise dos dados, deverá conduzir o analista a um perfeito entendimento do comportamento da estrutura e de como surgiram e se desenvolveram os sintomas patológicos.

A última etapa, o diagnóstico, que só poderá ser efetuada após a conclusão das etapas de levantamento e de análise.

Essa etapa de diagnostico é relacionada com uma série de fatores (econômicos, técnicos, de segurança e de conforto), que poderá levar o analista a conclusões diversas, inclusive, em casos extremos, a recomendar a utilização condicionada ou mesmo a demolição da estrutura, já que, o custo-benefício pode indicar a inviabilidade de se efetuar a recuperação ou o reforço, em virtude da extensão dos danos e do alto custo envolvido (SOUZA E RIPPER, 1998).

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3 MÉTODO DE PESQUISA

Este estudo consistiu-se em pesquisar e descrever as manifestações patológicas existentes em três edificações escolares estaduais do município de Ijuí/RS, bem como posteriormente elaborar diagnósticos destas manifestações. Caracterizando-se assim, como um estudo de caso. 3.1 ESTRATÉGIA E METODOLOGIA DE PESQUISA

Primeiramente elaborou-se uma pesquisa bibliográfica. Logo após, para o levantamento das manifestações patológicas, foi realizado registro fotográfico utilizando-se de um equipamento digital.

A pesquisa realizada é classificada como qualitativa, uma vez que os dados coletados “in loco” são descritos tecnicamente conforme a ocorrência de cada manifestação patológica encontrada, caracterizando-se também como um estudo de caso, que é uma pesquisa detalhada que estuda um fenômeno dentro do seu contexto real.

3.2 DELINEAMENTO

A pesquisa foi conduzida de acordo com o seguinte delineamento:

a) Primeiro elaborou-se uma revisão bibliográfica sobre o tema procurando identificar as principais patologias, suas formas de apresentação, e possíveis causas.

b) Após levantou-se os dados das edificações escolares de acordo com inspeção visual e entrevista com as diretoras.

c) Então se realizou a identificação das patologias, através de registros fotográficos e explicações baseadas na revisão bibliográfica. Juntamente com definição, localização e identificação de possíveis causas do surgimento das patologias.

d) Finalmente elaborou-se a análise, algumas considerações finais e conclusão sobre as patologias encontradas nas edificações.

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3.3 APRESENTAÇÃO DO LOCAL

As edificações que fazem parte desse estudo são três escolas estaduais localizadas no estado do Rio Grande do Sul no Município de Ijuí, a primeira é a Escola Estadual de Ensino Fundamental Osvaldo Aranha, a segunda é a Escola Estadual de Ensino Fundamental Rui Barbosa e finalmente a Escola Estadual de Ensino Médio São Geraldo.

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Osvaldo Aranha está localizada na Rua Dezenove de Outubro nº 053- Centro da Cidade de Ijuí/RS e tem aproximadamente 64 anos. A visita ocorreu no dia 21/03/2019 as 14h00min.

O prédio da escola possui em sua estrutura a sala de diretoria, sala de professores, laboratório de informática, sala de recursos multifuncionais para atendimento educacional especializado, cozinha, biblioteca, parque infantil, refeitório e pátio descoberto. Oferece alimentação escolar para os alunos, atendimento educacional especializado e atividade complementar, atende o ensino regular, pré-escola, ensino fundamental e EJA – fundamental.

A edificação em estudo foi construída na década de 1955, com uso de blocos cerâmicos maciços exercendo função estrutural, possuindo hall de entrada e na parte dos fundos acesso a escada para o segundo pavimento onde estão localizadas as salas de aula, a escola possui um sistema de lajes em concreto armado e as aberturas são em madeira.

Há aproximadamente seis anos a escola contou com uma ampliação na parte dos fundos, onde foram construídos dois banheiros que estão em excelente estado de conservação. Conforme relato de funcionários do local há quatro anos a escola iria passar por uma reforma na sala de informática, porém a empresa que ganhou a licitação não terminou a obra e a sala esta inutilizável nos dias atuais.

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Figura 13: Localização da Escola Estadual de Ensino Fundamental Osvaldo Aranha

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Figura 14: Vista Frontal da escola Osvaldo Aranha

Fonte: Google maps (2019)

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Rui Barbosa está localizada na Rua Benjamin Constant nº 650- Centro da Cidade de Ijuí/RS tem aproximadamente 86 anos. A visita ocorreu no dia 10/04/2019 as 17h00min. A edificação em estudo foi construída aproximadamente na década de 1930, com uso de blocos cerâmicos maciços tendo função estrutural, possui dois pavimentos com lajes em concreto armado, tem o pé-direito com aproximadamente 5 metros e a inclinação do telhado bem acentuada com telhas cerâmicas.

O prédio da escola possui em sua estrutura a sala de diretoria, sala de professores, laboratório de informática, sala de recursos multifuncionais para atendimento educacional especializado, laboratório de ciências, cozinha, biblioteca, sala de leitura, refeitório, quadra de esportes e pátio descoberto. Oferece alimentação escolar para os alunos, atendimento educacional especializado e atividade complementar, atende o ensino regular, pré-escola, ensino fundamental e educação especial.

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A escola já passou por várias reformas, porém nenhuma global, o prédio recentemente foi pintado com a ajuda dos pais dos estudantes. Apresenta condições precárias internas e externas em toda sua estrutura.

Figura 15: Localização da Escola Estadual de Ensino Fundamental Rui Barbosa

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Figura 16: Vista dos fundos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Rui Barbosa

Fonte: Google maps (2019)

E finalmente a Escola Estadual de Ensino Médio São Geraldo está localizada na Rua Germano Gressler nº 310, no bairro São Geraldo da Cidade de Ijuí/RS tem aproximadamente 58 anos. A visita ocorreu no dia 16/04/2019 as 16h00min. A edificação em estudo foi construída aproximadamente na década de 1961, com uso de blocos cerâmicos, possui um pavimento com lajes em concreto armado. O prédio da escola possui em sua estrutura a sala de diretoria, sala de professores, sala de recursos multifuncionais para atendimento educacional especializado, laboratório de ciências, cozinha, biblioteca, refeitório, quadra de esportes e pátio descoberto. Oferece alimentação escolar para os alunos, atendimento educacional especializado e atividade complementar, atende o ensino regular, ensino fundamental e educação especial.

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Figura 17: Localização da Escola Estadual de Ensino Médio São Geraldo

Fonte: Google maps (2019) Figura 18: Vista Frontal da escola São Geraldo

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4 RESULTADOS

Neste capítulo estão elencados os resultados da pesquisa, que foram elaborados através de fotos obtidas nas edificações escolares em forma de estudo de caso. Abaixo se encontra a identificação de anomalias, suas causas e reparos possíveis.

4.1 IDENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL OSVALDO ARANHA

Abaixo estão elencadas as principais patologias encontradas na edificação, bem como, a identificação de seus principais aspectos, suas prováveis causas e possíveis reparos.

4.1.1 Umidade - Aspectos

Como se pode observar nas figuras 19, 20 e 21 existe presença de umidade na área da circulação da escola, próximo as escadas e em direção aos sanitários. Devido à presença de umidade nestas regiões da edificação ocorreu o descolamento do revestimento. Diante disso pode ocorrer o surgimento de vesículas que apresentam empolamento da pintura e algumas bolhas contendo umidade interior.

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Figura 19: Presença de umidade na parede da circulação

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Figura 20: Presença de umidade na parede da circulação da escada

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Figura 21: Presença de umidade na parede da circulação próxima aos sanitários

Fonte: Autoria própria (2019) - Prováveis Causas

De acordo com Caporrino (2018) as principais causas possíveis são sais solúveis presentes no elemento da alvenaria, sais solúveis presentes na água de amassamento, área exposta ao sol, aplicação prematura de tinta impermeável e infiltração vinda da ação da chuva, pois fachadas com fluxo de água inadequado estão constantemente expostas à ação da umidade e manchas provindas dela são comuns nessa situação, logo, estas podem ser as possíveis causas.

- Reparos

Segundo entendimento de Bertolini (2010) o primeiro passo para solucionar o problema da umidade é a remoção da causa da presença de água próxima da alvenaria. Assim para reduzir a umidade nas paredes, é possível agir sobre sua superfície fazendo revestimento de impermeabilização nas zonas onde a alvenaria está em contato com a água, e favorecendo a evaporação da água com rebocos macroporosos.

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Nesse mesmo contexto Caporrino (2018) descreve alguns passos para possíveis reparos, onde primeiramente seria feita a eliminação da infiltração da umidade, a secagem do revestimento, o escovamento da superfície exposta, renovação da camada de reboco, renovação da pintura.

Portanto é de suma importância que seja feita a remoção de todo revestimento afetado para refazê-lo.

4.1.2 Fissuras - Aspectos

As fissuras encontradas na edificação manifestam-se horizontalmente e verticalmente, como mostram abaixo às figuras 22 e 23. Estas estão localizadas na sala de almoxarifado e na sala de equipamentos de educação física.

Figura 22: Fissura localizada na sala de almoxarifado

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Figura 23: Fissura localizada na sala de equipamentos de educação física

Fonte: Autoria própria (2019)

- Prováveis Causas

As fissuras de destacamento de paredes de alvenaria por retração são fissuras horizontais e verticais que ocorrem na interface entre a parede e a estrutura de concreto armado, principalmente em paredes não estruturais. Neste caso já não é a retração da estrutura que causa a fissuração, mas a movimentação da própria parede de alvenaria por retração de seus componentes e da junta de argamassa (DUARTE, 1998).

De acordo com o entendimento de Thomaz (1989) a retração por secagem das argamassas de assentamento pode provocar o abatimento de paredes de alvenaria recém executadas, provocando assim o seu destacamento. Do mesmo modo o encunhamento executado

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prematuramente poderá sofrer com este abatimento, provocando seu destacamento da viga superior ou laje.

- Reparos

Para Caporrino (2018) devem-se tratar essas fissuras com reforço de tela.

4.2 IDENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL RUI BARBOSA

4.2.1 Trincas e Fendas - Aspectos

As trincas e fendas encontram-se na parte externa e interna da edificação escolar, as mais preocupantes localizam-se na parte lateral externa. Estas se manifestam horizontalmente e verticalmente em ângulos de 45 graus fendendo a parede de um lado ao outro como mostram as figuras 24, 25 e 26.

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Fonte: Autoria própria (2019)

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Fonte: Autoria própria (2019) - Prováveis Causas

Como mostra às figuras 24, 25 e 26 uma possível causa é o deslocamento vertical desta parte da edificação, pois se trata de uma ampliação da edificação executada há alguns anos, logo se tem a incompatibilidade de materiais e as técnicas utilizadas pode ter influenciado e causado recalque diferencial desta ampliação. Estas manifestações podem ser consideradas as de maior gravidade na edificação, devido ao grande número de fissuras, trincas e fendas e suas espessuras significativas, encontradas nestas paredes e nas paredes próximas. Percebe-se que nesta parte da edificação a grande maioria das patologias encontradas estão relacionadas à presença de umidade

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(vazamentos), gerando o carreamento do solo e, principalmente neste caso, danificando a fundação (KRUG, 2006).

Segundo entendimento de Caporrino (2018), recalques diferenciados de fundação também podem causar fissurações em alvenarias estruturais que podem ser provenientes de falhas de projeto, rebaixamento de aquífero, camadas de solo com resistências diferentes ao longo da edificação, diferença de aterros, entre outros motivos.

- Reparos

Na ocorrência de recalques da fundação a recuperação só devera ser efetuada quando o movimento provocado se estabilizar ou quando se tiver certeza sobre a estabilidade da obra. Caso contrario, deve se combater inicialmente a causa dos recalques, empregando-se algumas técnicas de consolidação do terreno (compactação) ou reforço da fundação (estacas laterais). Algumas medidas complementares também devem ser tomadas como, por exemplo, a impermeabilização superficial do terreno ao redor da obra, drenagem superficial das águas e corte de árvores que absorvem muita água do solo (THOMAZ, 1989).

4.2.2 Umidade: Proliferação de Fungos - Aspectos

As manchas de umidade, manchas esverdeadas escuras e revestimento em desagregação são os aspectos aparentes nas figuras 27, 28,29 e 30.

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Figura 27: Trincas, manchas e bolor na sala de dentro da biblioteca

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Figura 28: Manchas e bolor de cor escura localizada na sala da diretora

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Figura 29: Manchas e bolor de cor escura localizada na sala da diretora

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Figura 30: Manchas e bolor de cor escura localizada no banheiro

Fonte: Autoria própria (2019)

- Prováveis Causas

As fissuras certamente se originaram pela movimentação da edificação, já em relação à proliferação de fungos as principais causas possíveis são a umidade constante no local, sais solúveis presentes na alvenaria, presença de cal não carbonatada e área não exposta ao sol na qual são regiões sujeitas frequentemente a respingos e locais confinados com ventilação precária, já a desagregação do revestimento ocorre pela presença de cal, podendo ser causada também pela presença de umidade (CAPORRINO, 2018).

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De acordo com Caporrino (2018), deve ser feita a eliminação da umidade, a secagem do revestimento, escovamento da superfície, reparo do revestimento quando pulverulento e uma lavagem com solução de hipoclorito.

Deve ser sanada toda e qualquer infiltração existente no local, e no caso de existir microorganismos, deve-se proceder à lavagem. Todo material solto deve ser retirado com o devido cuidado, por meio de escovação e lavagem, e o revestimento deve ser totalmente seco.

4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO SÃO GERALDO

4.3.1 Fissuras - Aspectos

As fissuras em trecho de alvenaria com destacamento por movimentações higrotérmicas diferenciadas desenvolvem-se predominantemente nas bordas da alvenaria, próximas as peças estruturais como mostra a figura 31.

Já a figura 32 apresenta fissuras pela atuação de carga vertical uniformemente distribuída se desenvolvendo na diagonal, a partir das aberturas.

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Figura 31: Fissuras por destacamento na sala rádio escola

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Figura 32: Fissuras pela atuação de carga vertical

Fonte: Autoria própria (2019) - Prováveis Causas

Para a figura 32, de acordo com Caporrino (2018) as principais causas possíveis são vergas e contravergas insuficientes, carga aplicada em alvenaria maior do que está pode suportar, pois com o esforço a compressão as fissuras tendem a se desenvolver a partir do ponto de maior concentração de tensões, os vértices das aberturas.

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Já para a fissura apresentada na figura 31 as principais causas prováveis são a impermeabilização inadequada, execução precoce de encunhamento e presença de água nos componentes.

- Reparos

Para a figura 31, deve-se sanar a presença de água e tratar as fissuras com reforço de tela, já para a 32 deve-se retirar a carga adicional solicitante, tratar a fissura com reforço de tela e no caso de vergas e contravergas insuficientes, retirar caixilhos e refazer vergas e contravergas (CAPORRINO, 2018).

4.4 SISTEMATIZAÇÃO DOS RESULTADOS

Abaixo será apresentado um quadro comparativo com as principais patologias encontradas nas três escolas, que foram objeto de estudo.

Tabela 1: Quadro comparativo

ESCOLAS

PRINCIPAIS PATOLOGIAS ENCONTRADAS

UMIDADE FISSURAS TRINCAS/FENDAS

E.E.E.F.Osvaldo Aranha X X

E.E.E.F. Rui Barbosa X X X

E.E.E.M. São Geraldo X

Fonte: Autoria própria (2019)

Dentro das condições de estudo e diante das observações feitas no decorrer deste trabalho, tem-se como resultado que:

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A fissura é a manifestação patológica mais frequente, dentre as manifestações observadas, representando a maior das incidências encontradas nas três escolas estaduais. Já a umidade é a segunda manifestação mais frequente encontrada na escola Osvaldo Aranha e na escola Rui Barbosa. Já as trincas e fendas tiveram incidência somente na escola Rui Barbosa.

Fazendo uma sistematização do quadro comparativo, este, demonstra que a escola que apresentou mais manifestações patológicas, dentre as principais observadas na alvenaria, foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental Rui Barbosa que apresenta casos mais complexos e mais urgentes a serem resolvidos o mais breve possível.

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5 CONCLUSÃO

No Brasil o histórico de construção das escolas mostra uma constante preocupação em atender a crescente demanda por vagas, ou seja, nem sempre a prioridade é a qualidade desses edifícios e sim a quantidade de pessoas que irá ocupar essas edificações. Embora os conceitos de qualidade e quantidade não sejam excludentes, a história demonstra que nem sempre essa articulação ocorre. Essa questão é muito preocupante e agravam-se quando se trata de obras públicas, nas quais as resoluções desses dois aspectos dependem de fatores políticos, limitações referentes a prazos, recursos disponíveis e destinações impróprias (KOWALTOWSKI, 2011).

Portanto, sabe-se que as condições dos ambientes escolares são um desafio e que cada vez mais devem ser feitos estudos dessas edificações, no qual era o objetivo desse trabalho, analisar as principais patologias nesses ambientes.

Conforme visita nesses locais e um levantamento das principais patologias existentes nas três edificações escolares e também levando-se em conta que as edificações em estudo já possuem mais de cinquenta anos, foram identificadas algumas patologias, que consistem basicamente em: umidade, fissuras, trincas e fendas.

A etapa de identificação das manifestações patológicas evidenciou, em alguns casos, a negligência do poder público estadual quanto à realização de procedimentos de manutenção preventiva e conservação dessas escolas.

É importante lembrar que a realização de estudos que buscam avaliar, caracterizar e diagnosticar a ocorrência de danos em edificações são fundamentais para o processo de produção e uso das edificações. Estes nos permitem conhecer ações eficientes para atenuar a ocorrência de falhas e problemas, o que tende a melhorar a qualidade geral das edificações e aperfeiçoar a aplicações dos recursos, principalmente em obras públicas.

Por fim, cabe ressaltar, que mesmo ocorrendo melhorias das técnicas construtivas e o emprego de materiais de construção com maior controle de qualidade, ainda se observa um grande número de edificações apresentando patologias das mais variadas espécies. Porém, um

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programa eficiente de inspeção e manutenção constante assegura a durabilidade das edificações, permitindo determinar prioridades para as ações necessárias ao cumprimento da vida útil prevista. A importância da realização dessas manutenções periódicas nas escolas após a realização dos reparos propostos também se mostra uma das principais ferramentas para colaboração com o ambiente escolar das pessoas que usam esses edifícios.

Como sugestão para um trabalho futuro, pode ser realizado um orçamento para os reparos propostos, realizando-se a análise dos custos dessas alternativas e até que ponto a sua realização vale a pena tendo em vista se tratar de escolas da administração pública estadual.

Também pode ser feito um levantamento das patologias nas fundações, na rede hidrossanitária e, até mesmo, fazer uma avaliação dessas escolas com equipamentos precisos como, por exemplo, fazer uma checagem com a utilização de ‘selos’ rígidos (gesso ou plaquetas de vidro coladas), que se rompem caso a fissura apresente variação de abertura, ou por meio da medição direta (fissurômetro) dessa variação.

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