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Sermam na profissam de quatro religiosas irmans em 2. de junho de 1748. Dia do Espirito Santo com o Santissimo Sacramento exposto, no Mosteiro das Ursulinas em Nossa Senhora das Merces da cidade da Bahia, Prégado por seu autor Antonio de Oliveira [...] de

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(1)

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(2)
(3)
(4)

'{) >1 ^ C c^ acJ^ I k c U ^ v ^ C e v ^ U ^ ' » r 7---r'V':^;;-;Av',';^-j.;^:/v OE

(5)

M A M

NA P R OF I S S A M

D E a U A T R O R E L I G I O S A S I R M A N S em 2. de Junho de 1748.

ESPIRITO SANTO

C O M O s a n t í s s i m o

S A C R A M E N T O

E X P O S T O ,

No Mofteiro das Urfulinas em nofla Senhora das Merces da Cidade da Bahia.

P R E G A D O P O R S E U A U T O R

ANTONIO DE OLIVEIRA»

natíiral da Cidade'' de L isboa, Sacerdote do habito de S. Pedro, M

ef-tre em A rtes, e Theologo dos EJludos geraes da Companhia de JE S U S

da mefma B ah ia, e nelles Examinador por muitas 'vex^s de Filofo-J i a , e MiFilofo-JFilofo-Jionario Apojiolico por Sua Santidade.

D E D I C A D O

A N O S S A S E N H O R A

D A S M E R C E S

P E L O r . l C E N C I A D O •

A N T O N I O S O A R E S

D E F I G U E I R E D O

Pay das quatro ProfelTantes.

L I S B O A .

Na Officina de M I G U E L R O D R I G U E S ,

ImpreíTor do Eminentiílimo Senhor Cardeal Patriarca. _ _ _ _ _ _ _ —

\

M. DCC. XLIX.

(6)

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(7)

v K

D E D I C A T Ó R I A .

M A Y

s a n t í s s i m a

D E

D E O S,

E S O B E R A N A S E N H O R A

D A S MERGES.

U\ U E J v i p o d erá c o n fe g iiir m e r c e s d a m ao d e D e c s , J e m cpie feiao co n c e d id a s p or v o jfa s-fo b era n a s m a o s í

(8)

f-A ' eficada da vofja interceffad devo eu

as merces , qiie Decs me tern feito

,

de

que todas minhas filhas

,

efcravas voj-

fa s

,

(^fendo tantas

)

efcdlheffem todas

for vontade propria o efiado religiofo

,

em que ho)e vejo quatro profejfias, além

de huma, que fendo chamada de Deos,

[ que a levou paraJi do feu Noviciado]

me deixou a confolaçad de tr jd pro-

fefa-, e de outra, que Jd na Keligiao fe

ejld educando para o mefmo efiado

:

e

para confifao pública de tad altas mer­

ces

VOS

dedico, e confagro o Panegy-

rico das fuas profijfoens, e vos rogo

Ihes continueis as merces do vojfo am­

paro , a cuja fombra profejfad

,

para

mayor gloria de D eos

,

e louvor voffo*

D e vojfos efcravos

0

mais indigno,

mas 0 mais obrigado

Antonio Soares de Figueiredoi

(9)

r e v e r e n d í s s i m o ,

AC s a p i e n t í s s i m o

P A T R I

ANTONIO DE OLIVEIRA

hujuí Operis concionatorii laudatijjimo Authari.

ELOGIUM.

(i) ja^ URGET plerumqne grandîa profeflus;

Hoc in iis maxime reperies ^ Qpi de magnis maiora dicere conatur.

Ail ego

Nunc de maximis vix parva balbutire aufim, Ne hoc in vitium contingar cadere,

Dum cudere plaufus animus invitât, &fuadet. Eadem quoque materies,

Quæ me in laudes potuerit rapere, (2) Repere humi cogit,

Ut tutus progrediar , Ne fub tanto onere,

Gui impar fum, Penitus deficiam.

Antonium laudo fecunda die Junii concionantem Et quia ipfe tune primas tulit,

Oninia felici omine Jecmàa invenio

Secmàus hic fane dies,

(j) Qui eil fauilus, & fallus notatur: Profedlo non effet nefailus,

Ne-Faftus deeflet,

Inquo Antonii nomen perpetuo inferibatur. Item

(4j Poftridie Kalendas Fabarias

Con-T

Ita Horat. Arte Poet. Profelfus grandîa turget.

L(») ,

Juxta illudHo» rat. Art. Poet. Serpit humo tutus nimiuin, ficc.

« .

Pol.in Oiar.fol. Polo ibi fol. 22 Dicuntur Kalendæ Faba-- riæ, quia carni D e * fiebat facra- pultc fabacia.

(10)

h Vide Bened. Per. 2. part, da Adag. Pol. fol. 2 5 J. . (^) Ovid. Fall. 6. Poj'lera luzHya dai Taurinae cornua froiites . £ v o c a t, 5cc. . (7) Pol. ibid. Adonai hebraí- ce Deus ell. (S) Ita Amb.Calep. verb. Adonis. Condonatur Antonius Omnium votis laudandus; ^ Hæc igitur in me cudetur faba,

Nil! eum fiitear virum frugi, Vel quern ex facra Scripturse meffe

Negranum quidem latet. Præterea

f5) Hac luce oriuntur Hyades,

(6) Qlix Taurinæ frontis cornua dicuntur,

Ut felici laudum cornucopiâ Ditefcat Antonius,

Nec jam pluviales,

Sed plus*viales Hunt Antonio , Ut ejus pedibus conculcentur;

Äßris enim dominar 't oportet y Q u i fapiens efi.

Ad hæc

(7)Ærgyptii eâdem dieAdoniaem colebant fufcitatum, Quem laudabant,

Eteins imaginem in aerem tollebant; Nos etiain Antonium iaudamus,

Qui

Non emenntus Adonis, Sed à donis ndtuiæ, * Et veri Adonai munere

Dignus efficitur,

Qui in aitra laudibus tollatur. Eodem præterea nomine,

Quo Adonis inllgnitur, (s) Flos quidam appdíatur,

Qui ill Veneris míini Rubro colore dcpingitur;

Antonius fuo etiam nomine lios eH:, Nec va cat litigare

Niveus na fit, anrubeus; Sed dignus fane eil, Cui Rubrica npponatur,

Ut fpeciali, & diíliniíHvo figno notetur. Qiiamvis hyberno temoore 'iffnijsio natus e í i ,

(11)

Dies tamen Solis erat, Et qui quafi vernus eifuliit,

Nam

Siver-fatur eiUumine, Antonius in lumine veriatur:

Ita enim dare alloquitur, Ut ejus verba

Meridiano jubare dariora iint, Utpoce quas

Nec Delio indigeant natatore, Nec notatore maledico carpantur;

Et licet Antonius carperetiir, Id quoque iloris eft; Aft profedo dignus eft, ’

Quem laudare ipfe Cleanthes ad Jucernam, Non in lacerna humili dientes.

Colitur tandem hac die Divinum Flamen;

Antonius flamendialis , & diallamma , Hanc diem fortitus eft,

Ut eadern, qua Apoftoli ' ' Linguis locuti funt novis, . Nova ipfe lingua loquatur,

Et nos reddat elingues;

Et fane nobis auris non verminat, Ubi germinat Oliva,

Abitque in flores eloquentise, Quorum odore, ut Caritoblepharo,

Ar.imitus trahimur.

Ne tamen diem in die confumam, Ad menfem oculos fled o :

(9) Junium dicunt nonnulli ab unione; Quin modo omnem lapidem moveamus,

Pretioiiilimam inveniemus unionem , Antoni urn.

(10) A Junioribus didum putant bene multi, Et licet Olivar repuerafcere videatur,

Qp« fub hac inicriptione revirefcit, <ji} Epcpers interitus^

Anto-Pol. fol. 22jf. (Quarto dicitur ab unione, ab uiiitis fœdere -Roniulo, & Ta-

tio. (10) Ovid. 6. Fail.

Junius eft Ju- venuin, qui fe­ cit ante i^nu.

(li)

Antci%.. Riclar, verb. Oliva,

(12)

r.-'A'' l! l’

Ad illud Perr. Sat. 4. Barba- tunj hoc crede Alagiilrum Di- cere , &c. I I * r‘ •' ( M ) : Vide Herat.lib. 1. Sat. fol. 29. M Í . j i ! * ’ i : 1 lil \v V‘ ' Í !■ ' ( í4) Girald.Ferrar. in Hiil. Deor. Syntag. 2. fol. i 8. n. I. H1 1 ^ \ \ ;i i !! ’ » u *! Æ nig. num. _(tî ) traílat. 2. J. J* fol. 56. (16 ) Ænig.num.tra- 2. §. j.fol. S6*

Antonium femper matufum dices, Quern non juniorem infcientiis,

(12) Sed barbatura Magiilcum Dicere fas eil:

Nam

Siquis neget Antonii mentem A labe omni fanam , (rj) Labeone infanior efl.

Menfis hie

Tutelari Mercurii numine, Duplicique figno,

{14) Gemini fcilicet, & Cancro Féliciter gaudet ;

Hunc igitur menfem fortitus Antonius Se virum Mercurialem,

Sen verum Mercurium Ouplici figno oftendit, Laudes in duplum acquirens,

Etplauius fibi ingeminans Ultrò , citroque :

Quanti faceret Antonius utrumque fignum, Si Virginem pluris non faceret,

Cujus in Æ-de facra concionatur? (rj) Apud Athenienfes

'Junius Ekatombayon, vel Hecatombaon àicitur\

Si mores Antonii redle noveris, Ejusque literas hoc menfe notaveris, Non cadet in Varronis Hecatombeni

Nam quidquid vix planum reliquit Acutiflimus Serra,

Lima politiflimum reddit Antonius. Junius

(r6) Apud Hebræos dicitur Hamux Id eil incendium,

Hoc in pedlora fpargit Antonius, Nam luce palam oilendit Quo erga Deum incêndio

Virginum peäora debeant' calefieri. Has quatuor, '

(13)

inn

Qiiæ modo profítentur,

L)eo folum vitales,

Ut Veftales oJim fervantes ignem, Non Veftæ, fed vaitæ fapientiæ fedi,

Mariæ, inquam, infervientes, Antonio Duce, & Magiilro,

Deo viventes, & voventes tria vota, Inextinguibilem amoris flammam fervabunt. (i7> Tria etiam Veftalium regulis propofita

Dîfcere , Facere, Dvcere

ReiHüs hæ modo ab Antonio , Difcent, Facient, Docebunt.

Difcent ab oliva virginitatis puritatem fervarej Cliva enim

(i8) Priiitur impuiribiii purîtate; Viriiinitxitemque videtur amare,

Nam virgineis (ata manibus Uberior provenir,

Hacqiicr notJtur inicriptione;

(19) D o t V i r g o v i g v i t m . K edi us faiirnt,

Quia in obedientia, & Immilitate Juiiis obtemperabunt:

Oliva enim humilitarem dccet, (20) Quia fupplex eft.

Docebunt optime paupertatem colere,

(21) Sic enim melius mundum linquent, Si paupertatem amarerint;

Id etiam docet oliva,

Qiiæ pauperes videtur dilîgere, (22) Cum efurientibus ref. dionem det.

Ut omnia fub oliva ,

(2j) Qiiæ pacem notât, Amico fœJere cohæreant, Menfis'hebraice incendium eil,

Dies etiam Solis,

Mercúrio facratur menfis,

(«4) Quaternarius Monialium numerus Mercuriü etiam facratur;

b Vir iyy) Ita G uillet. O ndac. cap. de Nuitieits. (18) Ita Gem. lib. y, cap. J7 ligiium olivac eft com-

padlae folidita- t i s . & impu- tribilis purita- tis. (19) . Ita Serra in L í­ bano Mar.pag. 1 49. n. 144. (20) Stat.i 2^Vittata, & la urus, & fupplicis arbor o!i\». (21) J\1 undus etiam uforpatur pro ornatu mulie- bri. (22) Ita Serra pag. 2S. nuni. 3 5. (2?) Ovid. lib. I . dc Ponto Eleg. i. Adiuvat in hel­ lo pacatsr ra­ mus olivic. (24) Ita Guill One. cap.4. deNum.

(14)

. í

(20 E x Poet. Juro ego per facru m pura tibi mente quaternum.

Ápud Æn îg. tra<^.2.deNuni>

Virgines, ut in Deum ducantur; Dicantur Deo,

,Votis folemniter fe adftringentes In quaternario numero,

a^i

(2i) Oiim in Sacramentis folemnis, Et facer erat:

Et nos

'Antonium ter, quaterque beatum dicemus. Adhuc tarnen de Antonio non fatis,

Gujus ipium nomen laude plenum Per iingulas literas laudes buccinat.

V ^ : K- , * ' ! hf y ^ (2«) Vide Ænig. Nunier.pag. I -num. 2. fol. 3 5Î-(27) Ovid. 7- M e­ tam. Arenti ra- mo jam pridem mitis olW«*

Prima nominis litera Hebraicè Aleph ^

(2(5) Dodlrina , & manfuetudo interpretatur^ Incipit ergo nomen eâdem fignificatione,

(27) Sub qua ipfum cognomen exprimitur, Ut totum nomen cohæreat,

Ejusque vel literæ, Petita ab oliva pace,

Amico quafi feedere copulentur; Nam in plaufus Antonii , Vel omnes vocales fieri debent,

Vel fi non ita,

Quia tarnen cohærenter idem fonant,’ Fiunt in laudes optime confortant es ^

Doélrina,

Quam prima litera exprimit, A prima ætate in Antonio refulgebat,

Gui

, Omne vivendi ftadium Studium vovendi fe literis fuit. Hujus præterea nominis literæ i Sefe mutuo juvant;

Nam fi literæ

A adjidatur çonfonans N

,

Signifia K

(15)

(2 8) Sfgnificat re&um iter ad fuperiora,

Felix igitur ab his augurium iumendum eil, Nam

Vel Antonius fuis literis fummuin glorise, Et honoris apicem attigille vifus eft, Vel ccdefti quadam concionis dodtrinc,

Redlum ad ccrlos iter nos docet.

Secunda nominis litera Mirabile fervat arcanum,

( 29) Ea enim fignificat ^

Itint intrinfecus.

Quis, quæfo , neicit Antonium fcientiarum Intimam fcrutari medullam,

a u i

Circa extimum fapientiæ corticem Non hæret?

Hinc etiam auditores Ita intrinfecus movet, - Ut non ore tenus Sibi devindlos reddat ; Hunc & nos virum dodlum

(jo) Intus, '& in cute novimus,

Tantumque reliquis præftat, Quantum apud Graecos r (31) Valet eadem litera N.

Litera

T

QuiS tertium locum fortitur ;

In Alphaheto prima lingua Sknißcat fenfum talem.

Ita Anton. Kio. Comm. Sym ­ bol. liter. A. num. j.

4'

f î2^ Qnod praceptor oret Deum^

exalt et 'difcipulum. {29) Rlciar. lit. N. num. i. { 50) . Sic fe explicat Perf. Satyt. J. verl. 30-(n) Litera N. apud Graecos valet quinquagima Anton. Rtciard.

(16)

n

'' ft

j fn)

Joan. I j. I P ofui VOS. ut eatis, & fru- â u m afFíratis.

R ieurd lit. 0» num. Ç.O apud quenidam figni- ficat oleum in arte Ghim.

(H) Horat. Art.

Poet. Non fu- niû ex fulgure, fed ex fumo da­ re lucem . . . cogitat. , . JRi'ciard. I’t. N. num. 4. ait hanc literani N. apud quemdam fignificare ae- rem corapoiiti Lunse. (17) catm. Ode 1 2. V elut inter ignes Luna mi­ nores.

Id

Ad concionatorum rounus Maxime fpedlat,

Quos pofuit Deus, ut eant, Oj) Et frudum faciant,

Diicipulos non folum docendo, Sed pro iis Deum orando»

o

(u) Oleum iigniffcat:

Et lane Antonii nomen, Ut oleum efFufum ;

Hoc tamen nufquam perdidit; Nam ad lucernam vigilando

(jj)

Ex fumo dare lucernam cogitat.

Iterum

N

fj6)

Significat aerem compopti Luna-:

Piofedo inter reliquos micat Antonius,

(j7)

\Jt Luna inter minora fydera.

(j8) Calorem iîgniiîcat:

Qpanto quiique erga Antonium exíBÍtueí, Nufquam poterit efle in confeflo,

Qiiamvis eadem litera (?9) Hebraice fit confeifio.

In prima omnium lingua

(17)

(41) Velocitatem fígnifícat, Hac omnes

Solet Antonius ante volare, Dequo iiquis male cornicatur

Hujus cor-necatur invidia. Unum tandem à te ilagito,

Humaniilime le^or, Ne tanto operi Plurima defit tutela,

Tu-tela feras in mordaces zoilos; Nam hic eil ille Antonius,

^ Quem

De Monialium profeilione concionantem Concionatorem ex profeilo

Dixi.

ln oheratijpma amicitia fyngraphum^

0 . F . C

M diliijßm us ftbi clientulus Emmanuel Ferreira Neves In facultate Artium Magißer.

(18)

’■ ’ wiv» "■ ' ' ■ -■ H: ,1 J '>••■ ,'i 'r.f - " V * lu ! ':■ •?' ■. ■/. ' ■■ ■ ■• s ' .'•ÿîivA.ô-' - ' ' /■ .,'■ '/. .(■ V 1Î r\ !U <, ■ •-■,■••■ Mî-'! , Í • •' * • ' ’r. i ( • } \ *. *» e ';•'■ *• ' ' L ' < ... . - - ôli^r X^:A'nii '.î!;:o J .. -•-■ îj. /-i ♦ • :• 1/ .:,i. 1 . .. > ni’irnii Ij J À, ^ ' } ■* '. ■ - ^ "Í « P ç Í i r .. i l P :\}^ üiif t.; /I » i ,r 'Î-‘.Vv;V‘*lh 'îiv'vW>-*'V4iT3-.»i lu ',3' /,:"■ » ■' * •i *i ■0 ^

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il!

(19)

r e v e r e n d í s s i m o

D O M I N O

ANTONIO DE OLIVEIRA

Artíum Magi fir o, ApoßoUco Mißonario , in

Monialium profeßione de Mercedibus gra- phice pradicanti.

EL OGI UM.

UID Romani Magnates,^ ^^Eloquentise roagnetei

, Attemperato calamo, Phalerato calamiftro, Tuum Marcum Antonium

Non laudibus parcis Sufcitare contenditis?

Quid Latium tentas Lato fermone, Panegeri tarita,

Olivam tuam Laudibus fummis

Ad ailra tollere,

Non Allreas examinata lance? Si per me, aut per vos licet,

Non ita liquet Felicrocolon dare, Et arcem ex cloaca facere;

, Namque

Lufiadum próceres, Academias commilitones, Et vailae fapientias Dodlores,'

Vobis alte,

, . .Et undequaque tonantem»

(20)

Oii-11 H''! I Ml! f' , i, f jerem, c. u, verf. ZÓ, Ex com. Theo* log. axiom. Horat. in Ai'to P ost.

(

1

)

Matth. c. v e r f .ja . n-(4) Ita Chryfoft.in Paneg. ad Ba- Ü1. Mag.

(r) Oltvarague uberem , pulchram , Frugiceram, (peciofam,

Antonium , inquam, de Oliveira In medium adducunCj

Qiii

Dum in templo Beatas Virginis de Mercedibus, Vero Hymeneo cantatis hymnis,

Et elevatis Inetitiarum jubilis,

Sponfalia fponte fufcepta confirmant forores, Pro loitris rotunde concionatur,

Inconcuile comprobat,

Non tantum mentis iubtilitate, . bed & ingenii foliditate concludit:

Dumque vota Deo peragere Illarum animos prsepârat, Et allringi difponit corda ,

Dumque omn»a iua

Ad Deum reterii ex loto corde, Medullitus imimat,

* Viiionem , ut iVlercedetn proponens,

Omnium vons

(2) Omne tulit pur.(flum

Hie Euangeheoe iegetis indefjlTus Mercenarius, Hie facrati eloquii p»*«co fuaviflimus,

Hie vineae Domini operaiius oeulalíílimus, Qui

De Euangelii serario, iEre proprio,

Non alieno, . Sed ore pleno,

(3) Protulit nova, & vetera Ita taliter,

Ut omnes partes Rhetorics^ difperfas, Quibus Graeci prseilabant oratores,

Hoe in fermone'

Rite eolledas , &adamuílim ‘ redadas Invenies

(4) Ifocratis, nempe, terfum laevorem, Tucididis verendam maieilatem,

(21)

Plato-Platonis excellentem dignitatem, Demoilhenis aniplam lubJimitatem, EtLucii Elori variariini notitiarum floJcuIum

Vel aptius rdentiarum viridarium, Necnon Caii Lati Isetum dicendi nitcrem

Studiofe miraberis. Hisc Oliva ilorida,

Seu potius viola Dulci violtntia odoris,

Auditoriim animos

Alle(ilat, & fuaviter demulcet. Cum die fecunda Junii prsedicat,

Divini Numinis virtute adjutus, Spiritus Sandti lumine iuccenfus,

(y) Omnes Jericho muros funditus evertit, Tanta felicitate, & dexteritate

De vitiis «evadere, Et de glorias divitiis agere

Docens, &inculcans, Ut

Ultra Capitolium triumphans, Suaque fama ubique reprodudtus, Et in diveriis locis plures ubicationes

Affedlive , & moraliter confervans , Quamvis in uno tantum loco

Realiter ubicetur, Coronas

Non folum ex lauro, fed auro Ex juftitia comparaverit;

(6) Nec immeritò;

Qiiia ii olim Demetrio tximio viro Athenienfes tantas eVexere ilatuas,

Quantas dies annus continet, Ut ejus famam

Semper in memoriam revocarint, Quantas

(7) Huic noilro Antonio heroico viro, Et de fcientiis benemerito,

. Jure merito,

1 r

jOlue cap.o.v. J

Vide Ànib. Ca- lep. pag-. 479- Verb. Deniet.Sc Plutarc. & C i­ céron.in Bruto.

(7) Nota hic cum Polo toni. 2. Diarii pag. 2 j j. n. 778 & pag. I 2. n. 49. &: F Oman. tom. 2. c. 1 8. banc diem fccnr.dam Junii efi'e dica- tam fctr>ideis, ac vpronibui Et hcroicis,

(22)

1 ‘i Ml 'il . ( 8 ) N ota ex eod. Pol. loc, flip, c it Tamay , & al Us Hya des orifi hac die fecunda JuniL (9) Lauret in Syl, pagin. 525. (lo) Aug. Calmet» in Dii5Uonar. tom.a,pag.iÎ9. ' (ïi) Vieg. ad cap. Î r.Apocal.fe«^ num. 2. pa® gin. 487. (î2) Kâiæ €. jS.v.ffo Et ex condîgno, De die in üiem

Ut illius memoria confervetur, Indie^^onl'ecra bimus ?

fs) nimhofag nafcuntur Vergilias, (9) Per quas eximii Præiicatores deligiiantur,

Saæ puræ dodtrinæ rore , Et eloquentiæ limpidiiiimo imbre,

Cenfareas virgas evadet Hfijus Olivæ gloriam,

Fruâ:iis, & flores, Quibus hoc menfe Junii

Gemmaicit, & pullulât, jNec Ariftarchi

Immoderatæ nebul« obfcurabunt, Nec zoili carias corrodent ^

Qiiippe quia

Huius foliditatem non labefadabunt, (ix) Sed ut æternitatis fymbolum >

Ëjus fama, nomen, & gloria In æternum permanebunt,

Ërgo age Clama , necefles;

{ï2) Qnafi tuba exalta vocem tuam : Namque

Antoni, tua> vox cum fonat, ante tonat.

r»-, In amofis te ß e r a m

,

In amicitiæ fig n u m

,

In affeliiis mnemof^ynon

O. V . D .

Servus âevînilîffîmus

F â te r Georgius Fernandes de Carvalhe A rtiu m M agißer,

(23)

I

Spiritus Sanótus

...

ille vos docehit om­

nia.

Joann, cap.

14

.

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H

VJ

E S C E R hoje o E fp irito Santo ( Se­ nhor. ) Deicer hoje o Eipirito Santo do C e o á terra , c converterie a ter­ ra no mefmo C eo , iilo he prodígio , que já fe vio , como diz S. Joaò

C h ryíoltom o: Hodte nobis terra fo ó ía eft cce-scrm. j.a^

lnm\ mas confagraremfe a Deos quatro R eli-

giofas com os feus tres votos da R eligiã o , quan­ do vem do C eo á terra o Eipirito Santo, e for- inaremfe de novo cá na terra tres C e o s , iilb he maravilha, que eu tenho hoje dc inoílrar. V a ­ mos bufear as aguas em o feu principio na pri­ meira deícida , que o Eipirito Santo íez do C eo á terra , para procedermos com clareza , e dcíco- brirmos idéa da acçao preíente.

Quando as aguas no principio do mundo fe achavaô ainda, como em feu noviciado , claufu- radas, diz o T e x to fagrado, que deícera o Ef- pirito Santo fobre eíTas cryítallinas creaturas:

Spiritus Domini ferebatur fuper aquas ^ equeocnef. i.

(24)

ií| ,Éi

í

íI:í :f '4 :: ê Lli * >11 1 Cenef. 2. 10. Genef,2.6.

2

Sermão naProfiJfao

então fahíraó dnqueile noviciado quatro rios ma- ravilhofos, profeiíando a cultura das fertilidades do Paraifo: E t fluvius egrediebatur de Icco vo~ luptatU ad irrigandum Paradifimi ^ qui inde dividitur in quatuor capita. Eraó irmans aquel- las aguas; porque oriundas do mefmo principio : e por final, que antes defta profiííao íahio do mefmo noviciado da terra para o C eo huma di- tofa fonte irmã das mefmas torrentes: Sedfons afcendehat e terra. Vedes o que íuccedeo quan­ do o Efpirito Santo defceo fobre as aguas ? Pois he figura exprelfa do que íuccede hoje dia do Efpirito Santo nefte M ofieiro.

Ha mais ded ousan n os, que (conform e o fa- grado ínílituto defta R eligião d eU rfu lin as) en- traraô em o feu noviciado Sor Jofefa Clara da Incarnaçao , (q u e Deos tenha em gloria) Sor T erefa Maria de JE SU S , Sor R ita M aria da Incarnaçao, Sor Bernarda Thom afia do N aíci- m ento, e Sor Maria Luiza do Sacram ento, que fendo irmans no fangue, o quizeraò também fer na profiifao. Mas como aos foberanos Monarcas faõ devidos os quintos do íeu Im pério, deftas cinco pérolas preciofas quiz o divino E fp o ío , como R ey dos R eys , e Senhor,dos Senhores, receber defte mineral de virtudes o feu quinto no fim do primeiro anno de noviciado, e foy fer­ vido levar para fi huma das cinco , Sor Joíefa Clara da Incarnaçaõ, que como fonte de agua digna de fe elevar logo fobre o firmamento, fubio da terra para o C e o , como piamente po­ demos entender: Sedfons afcendehat e terra.

Quatro faÔ as que fícaraõ eíperando o tem ­ po

(25)

é) -5 jiflto ■ fff' )iefi if

te!"' I '

de quatro iiivans Reïigkfûs.

3

po da Tua profiíiaõ, em que para ic ornarem de religiofas virtudes iayao a gozar asdelicias dcile Paraifo , augmentando o numéro de fuas mara- vilhoias plantas: e que dia pcdian cfcrlher mais proprio para eiie adto , que o do F ipirito San­ to ? Porque fendo as aguas fymbolo das almas religioías : Âqua ßgnificare poteß créât nr am fpi

ritu a lem , in quam Spirittis Dommi ferebatur^ i. u t eam virtutibus exornaret ; fe os quatro rios

do Parailo para íahirem a fertiliza 11Ó>

egrediebatur a d irrigandum Paradifum , qui in- de dividitur in quatuor capita^ eíperaraõ pela

vinda do Efpirito do Senhor íobre as aguas : Spi­

ritu s Domini ferebatur jtiper aquas\ bem era

que eíperaííem também pelo dia do Eípirito San­ to as quatro R eligiofas profeífantes para o fo- Jemne a d o da fua p rofílao , por correfponder o figurado com a figura , quando efte religiofo M ofteiro , que a lua vocaçaó eícolhco , he hi:m novo Paraiío na terra : Paradifus D ei eß locus

fé lic itâ t is , tibi manant de li ci æ a Deo^ tümqtium^^^^'^' a fo n te totius fe lic ita tis,

S. Pedro Damiao efcrevendo i illuftriiiîma R eligio la Bianca lhe d i z , que íem vocaçao do Efpirito Santo nao podia ella efcolher o efla- do religiofo : Sanâii Spiritus ebrietatem ^

tu , 0 venerabilis D om ina, fana mente concepe- c. i. ras y cum [æculum relinquere decrevißi. L o go

fe as quatro profeífantes vieraô também á R e li­ gião por vocaçao do Divino E íp irito , no dia do Eípirito Santo jufto he que façaõ a fua profíf- fao. N o L e v itic o mandava D e o s, que contando- pe cincoenta dias depois da Pafchoa , no dia do

(26)

Efpi-■1} iif!' "4 i ii. hi * »' V, :• (■: \ i \ ií/ ^ l e ' it. 2 ]. X J.IÓ.1 7.

4

Sermad na Frofifao

Efpirito SifUo <e Iht'confagraliem em novo fa- criiicio os paeiKS das primicias; Numerahis ergo ah

altero die jabbciti , , , quinquaginta dies y ß c

offer et is ja c r iß c n m novum Domino .. panes p ri­ mi ti arum.

E como vejo acertada a eleição deile plau- fivel d i a , em que os ditofos pays de taõ reli- gíofas filhas as offerecem a Deos em novo facri- íic io , que nao fó íaô as prim icias, mas íim to ­ dos os fííüátos de íeus felices defpoforios! N o dia de hoje fe dedicavao a Deos os paens das pri­ micias ; e fe nos très paens, de que falia S. Lucas: Luc. II. J. Commoda mihi très p a n es, diz Bcda fe repre- Ecd.lue. fentavaô os très votos da R eligião: Très panes

tria flint vota R.eligionis ; oh que bem aceitas

ferao hoje do C eo as primicias das quatro pro­ férantes , confagrandofe em tao fauilo dia a Deos coin os très votos de obediência , pobreza , e caf- ubifupr. tidade, como paens de religiofas primicias! Sic

offeretis panes primitiarum. Très panes Junt vo­ ta Religionis. Sayao pois hoje do feu noviciado

elles quatro religiofos efpiritos para tirarem pelo carro triunfante das glorias do Efpirito Santo; aiîîm como os quatro rios do Paraiío for- mara5 ao Divino E fpirito maravilhofo trono: Polio tom- Qgiaß in trium pbali cuvru ferehatur fp ir itu s fu^

per aquas diíle Fr. Pedro Folio.

E qual ferá agora o aífumpto do Sermão na folcmnidade dos très v o to s , que quatro R eli- gioías profeíTaô hoje a Deos em dia do E fp i­ rito Santo ? O rnefino D ivino Efpirito , fern nos apart irmos das aguas , no lo ha de enfinar: llle

docebit omnia. D iz A L ap id e, que quando o E fpi­

rito 4

(27)

<1 ‘i" fri. % líii* ífi* :tO. Pfl> Cis: ifie- iww ;ifjs te

1

^' i “jii ÍVÍ-ii£Hi 'into i otto-ifi .:I«S »•

quatro irmans Retigiofas.

5

rito Santo defceo fobre as aguas, toy para d d - Jas rdultnr a ultima perfeição aos mcimos Ceos:

Spirit us Domini moxebat am uis. td eft.

lum cryfiallinum y ^ omnes alios cmlos. Os Fi-nei*. x.

lo fo fo s, feguindo a S. P a u lo , dizem : que os Ceos fao ires: o primeiro he o Ceo E th ereo , o fegundo o C eo Eitrellado, e o terceiro o C eo Empyreo : e fe para a perfeição defies tres Ceos concorrerão aquellas aguas pdas ailiilencias do Efpirito banto, ferá hoje o meu aíTumpto moT- tr a r , que quando com as mefmas aíliftencias do Efpirito Santo profeflaõ quatro R eligioías os feus tres v o to s, he para formarem de novo cá na terra tres Ceos a D e o s ; com o primeiro voto da obediência íe forma o primteiro C eo Ethereo, com o fegundo voto da pobreza o íegundo C eo Eílrellado , e com o terceiro voto da caílidade, o terceiro C e o Empyreo , feguindo em tudo a dou­ trina do E fpirito Santo, que como divino M ef- tre deíce hoje do C e o á terra a enfinallas : Spi^

ritu s Sanâius ilíe vos docebit omnia.

Nas proíiííbens das R eligioías b e m fe i, que nao fó íe faz mençaô defies tres votos eílen- ciaes, mas fim também do quarto voto de clau- fura perpetua: mas he tami^pni cla ra , e propria a figura das aguas para idéa das quatro preíen- tes profifToens , que bafla dizer íe reprelentaõ nellas as quatro Profellantes , para que alem des tres votos eíTenciaes de R eligião , íe entenda tam­ bém o quarto voto da claufura : Sak mab r cs feus Provérbios vendo o Eípirito Santo íobre as aguas preparar a perfeição dos C eos , d iíle , que logo fujeitara ao voto da clauíura eílas

(28)

6

SermaÔ naProJîJfao

rrov. 8,57. tairas cryilailinas : f i a n d o pr^sparabat cœlos . . .

legem ponehat a qui s ne tranjîrent fines Juos,

Aiéin de que fe os très votos elîenciaes for mao très Ceos ; na meima forma dos Ceos por es- ferica temos o voto da claufura por eilarem nas fuas mefmas esFéras clauiurados.

E o que mais he , o mefmo D ivino Efpirito, que eniina as quatro Profeiîantes a formar très novos Ceos dos feus très vo to s, lhes eílá di- (ídiando também o quarto Voto da claufura ; por­ que a terceira divina peííoa he huma como clâu- fura perpetua da divina eiTencia ; pois communi- cnndo o Pay ao Filho no myílerio da Santiífima Trindade a eílencia divina , e communicando a mefma eílencia o Pay , e o Filho ao Efpirito San­ to , de tal forte pára na terceira peífoa eíla di­ vina cooimunicaçao , que recebendo a natureza fem fecundidade, nem fahe, nem pode fahir a communicar a mefma eífencia. E fe ninguém en­ tra no C eo fem a graça do Efpirito Santo, o D ivino Efpirito nos affiíla coin a fua graça para entrarmos a difcorrer neíles très Ceos por in- terceííaó da chea de graça.

J F E M A R I A ,

Spiritus San^ius . . . ille vos docebit om­

nia.

Joann, loco fupra.

|li i

^ Reou Deos os C e o s, e achou eíTas admi- ravcis creatutas tao dignas da fua aííiílen- cia , que logo nellas collocou o feu trono: Cce~

liim

(29)

fern ito, ies ái. L'u-m Í03 ‘jß’. 4-n tk'Hl* ff

quatro inrans Reíigiofas.

7

y(?^^x ^/?. Para cifereceitni digno tro- a<^-7^9-

no ao mefmo Deos profeilao hoje quatro R e- ligiofas OS tres votos da R eligiaö , em que fa-

bricao' tres novos Ccos ; e íendo o Efpii ito San­

to o Divino A rtifice , que as enfina: O tjitafu mi- Ambr.

rabilis a rtifex efl ipfe Spiritus \ em feus cora- EuTng/'’ '“

çoens pelos votos lhe confagrao , como em

Ceos , digna aííiftencia : Spiritus SanÓíus ^cbryf.

L u cifer in peâioris cwlo. Por iíTo bem fe

dem muito prezar de taó dignas filhas Teus di- tofos pays , publicando, que neílas quatro don- zellas dao a Deos dadivas dignas da fua divina aceitaçaô. Quando os antigos oíFereciao ao C eo facrificios dignos da fuperior aceitaçaô , grava- vao por timbre do holocauílo quatro D. D . D. D . que queriao dizer : Di^na Deo Dona D edi : Dei a Deos dadivas dignas.

Oh como vem hoje mais próprias aquellas quatro fymbolicas letras, para o religioío fa cri-. fício das nolías quatro ProfeíFantes! Podendo di­ zer com toda a propriedade aílim os pays, co ­ mo as filhas na confagraçaõ dos novos Ceos dos tres votos: D ei a Deos dadivas dignas: D igna

Deo dona dedi\ porque fe os Ceos íao dignos

tronos para Deos : Cadum tnihi fedes e ß ; nos uh rupr.

Ceos dos votos das quatro Profeílantes forma hoje o Efpirito Santo dignos tronos da divina aíTiftencia. Vamos ao primeiro v o to , no qual ve­ rem os, que quando quatro Religiofns o fazem de obediência com as aíTifiencias do Efpirito S an to, he para que fe veja de novo hum C eo Ethereo na terra , formado pelos diiStames do mefmo D ivino Efpirito: Spiritus Sanâlus. . . i//e

(30)

l!ii .2Í> 1 f ê a6 Joann. 15, 26. Joann. 6, 5».

8

SèfmaÕ m Proßßaä

H e o E fp irito Santo aquelle foberano M ef* t r e , que divinamente enfína o v oto de obedien* c ia , por fer eile foberano Efpirito aquella Divina PeíToa , em quem a obediência com toda" a p ro ­ priedade íe fymboliza. He a obediência hu-ma v irtu d e, pela qual fujeitamos a nolfa von­ tade á vontade alheya: e he o E fpirito Santo aquella Divina peíToa, que nao fó procede pe­ la vontade do P a y , e do F ilh o , mas também pe­ lo P a y , e Filho he mandada. H e mandada pelo

Joann. 14. P a y : Quem mittet Pater \ e he mandada pelo

Filh o : Paraclitus y quem ego mittam vobis, O Filho he mandado pelo P a y : M iß t me vívens

P a t e r mas o E fp irito Santo he mandado pelo P a y , e p e l o Filh o.

Aífiín hoje aífiíle o D ivino E fp irito ás qua­ tro ProFeííantes, eníinando-as, que no v o to da obediên cia, renunciando a própria v o n tad e, hao de eftar fujeitas á vontade alheya. E lle he o E f-p irito vehem ente , que tem f-por etym ologia ele­ var o entendimento fora do amor proprio á refígnaçao com os preceitos, que a vontade alheya d eterm in a: Spiritus vehemens eß Spiritus fe^ cum vehens mentem ab amore proprio. P o r iíTo hoje com tanto acerto fazem as quatro Profef-fantes o feu v o to de obediência enfinadas pelo E fp irito S a n to ; mas h e , para que com eíTá di­ vina aíliílencia formem com eíle v o to hum novo C e o E th ereo cá na terra \ que quando quatro ef-piritos v o tad obediência com alHftencia do San­ to E fp irito , renovafe o mundo com hum C eo E th ereo, Os principaes o rn am en to s, e diílindli-vos do C eo E th ereo fao os dous grandes lu­ zeiros Jíernard. F eil. Pen Uç, c. y. II« l (í íí

(31)

» ■ íji'

iüli

àe quatro ir mans Religiofas.

p

zeíros o b o i, e a Lua : e para eltes formarem hum novo C eo E th ereo , íabem votar obediên­ cia , formando com dous eipiritos celeíHaes o numero de quatro obedientes.

Para confeguir importante vitoria de cinco R eys contrários manda Jofué com voz impe- rioía , e prelaticia ao S o l , e á L u a , que obedi^ entes parem no meyo do C e o : Sol contra

baon ne move ar is j Lun a contra V aliem

alon. Steteruntque Sol , Luna .. in medio

coeli. E diz o T e x to fagrado neíte paíTo , que de tal forte fe renovou o C e o na continuação da- quelle di a, que nem antes, nem depois fe vira^ outro ig u a l; mas adverte , que iílb fuccedera obedecendo o Senhor áquella v o z : N on fuit an^R>\í. tea^ nec poftea tam longa dies j obediente Do>* mino voei hominis. Pois á vifta daquella prom- pta obediência : Obediente Domino, logo fe re­ novou o C e o na continuaçaõ de taô grande dia?

Non'f u it antea^ ftec poftea tam longa diesl

Sim por certo. Mas quem íoy eíTe obediente, que mereceo o tratamento de Senhoria: Obedi­ ente Domino ? Dizem commummente os pApofí- tores, que fora o A n jo , que em nome do Se­ nhor fallava com Jofué ; porém eu diflera ao noífo intento , fera fahir do literal do 7 ’e x t o , que os obedientes forao nefta occajfiaé quatro fu- Jeitos. Notem. H e opiniaõ de muitos Filofofcs

fundados no T e x to de Job : Sub quo curvanUír j^b

qui portü7ít orbem ^ que dos aílros, que efmal-

taô eíTes orbes celeftes , tem cada hum íeu A n jo , que o r e g e : logo fe obedecerão a Jofué os dous aftros o S o l, e a Lua ; obedecendo neceflaria-

- d ii mente

o. r 2*

14*

(32)

í-Ubl fupr. A Lap. in £ccleC 46. 5-. I>aur. Jof. A Lap.in Jof. 10, 12. idem.

10

'.

Serrnao na Vrofifao

mente tambem os dous Anjos feus motores, temos o numero certo de quatro obedientes; e quando quatro obedientes confagraó o voto de taó prom- pta obediência: Obediente, logo fe renova o C eo Ethereo (qu e he o hemisfério do S o l, e da L u a ) na continuação de hum taó grande dia; N o n fu it antea ^ nec poftea tani longa dies,

Quando os dous aftros S o l , e Lua com os feus dous Anjos obedecerão, diz A Lapide , que também paráraó as íuas esféras, que formaô com as dos mais Planetas o C eo Ethereo: Verius ejl cum Sole Jletiffe lAinam

,

omnesque orbes c c e le fie se dá a efte prodígio o titulo de mila­ gre novo: Novum miraculumi logo o mundo vio entaô renovado o C eo Ethereo, ou hum C e o de n o v o , quando quatro fujeitos votaraô obediên­ cia a Jofué figura de J E S U S Efpofo das almas religiofas Jojue ^ id eji Dominus Salvator, E que aííiítencia fuperior feria a que infpirou , e prefidio a taô novo prodigio : Novum miracu- lum} O mefmo Expofítor d iz , que foy o Efpiri- to S an to : J o fu e id f e c i t, impellente eum Spi-

ritu Sanâlo', e diz m ais, que a columna de nu-vem , em que Deos fallava com J o fu é , repre-fentava o mefmo D ivino E fp irito , como A utor de tanta m aravilha: Potefi columna nubis Spi- ritum Sanâlum fignificare..

L o g o fe com as aífiílencias do Efpirito Santo:

Impellente eum Spiritu Sanâlo, votando quatro fujeitos obediência: Steteruntque S o f Ltmav Obediente Domino fe renova a terra com hum C e o Ethereo na continuação de hum tao faufto d ia : Non f u it antea y nec pofiea tam longa dies^

(33)

^!ll( ' ^OS ■([ue m tí4

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mil* b iliJ u,e Wl‘ wi-ï|/‘ î-îii' |te-0 . ÿ' I "

de quatro îrmans Keligiofas. 11

OU apparece de novo hum C eo Eiheieo na ter­ ra : N o v im niiraculum , continue a loleninida- de defte fauAiifimo dia , em que vem os, que pro- feiTando quatro R eligiofas o feu veto de obedi­ ência corn as aiTiftencias do Eipirito S an to , he para que appareça na terra hum novo C eo Ethe- reo : Non f u i t antea , nec poflea tant longa dies :

Obediente Domino'.Steterunique S o l Lunaslm* pellente eum Spiritu Sanâîo : Novum miraculum,^

Nem havia deixar de fer aíEm profelTando eAes quatro religiofos efpiritos obediencia corn as aififtencias do Efpirito Santo , para que era novo C e o Ethereo tiveiFe o divino Efpofo as fuas g lo ­ rias.

N o monte Thabor fez Chrifto Senhor noiTo da fua gloria huma das mais publicas oftenta- çoen s, e diz S. M attheus, que nas eminencias defte monte fe transfigurara o Senhor entre os

refplandores da gloria: Transfigurât us eft ante ^unh.17.

eos, Das luzes do mayor luzeiro do C eo Ethereoi^-

ornou feu divino rofto : Refpletiduit fa d e s ejus ibi.

ficu t Sol J e dam ais pura , e Candida n eve, que

cahe défia etherea regiaô , cortou a gala de fuas veftiduras : Veflimenta autem ejus f a d a funt

alba ficut nix. Para osconforcios de tantas lu­

es levou comfigo o divino Meftre très mimofos difcipulos , que foraô meu grande Padre , e Principe dos Apoftolos S. Pedro, S. D io g o , e S.

Joaô : Ajfumpfit J E S U S Petrum , Jacobum , Idem ibi.

Joannenty é r ducit illos in montetUy e naô

fei porque myAerio appareceraô tambem na- quelle monte de glorias o grande M o y fé s, e o Proto Patriafca, e Profeta Santo

Elias,

efte vin­

(34)

is:

!!v.

:i|,

Ibt.

12

SermaÕ m Profifao

d o d o P a r a ifo , e aquelle do outro mundo: E t ec-

ce apparuerunt M oy jes, ^ Elias,

Os Expoíitores d izem , que para mayor re­ alce daquelle monte de g lo ria s, a que fubio o divino Êrpofo das noíTas almas, fe tornára o T h a-

A Lap. in bor hum novo C e o na terra: Thabor Jpeciem ha^

Matth. hic. ^ Cos li ^ e eu acrefcentára, que

fe convertera em q C eo Ethereo; porque defte cahe a neve , de que fe veftio o divino S o l , c nef- te anda o S o l , de que fe adornou a divina fa c e :

Rejplenduit fa cies ejtis ficut Sol'^ veftimenta au- tem ejiis faÓ la fu n t alba ficut ntx. Mas agora

pergunto eu*. E que circunílancias h o u ve, para que o Thabor (além de tantas luzes) fe tornaíTe hum novo C eo Ethereo na terra? D irei: Sobre o apparato de tantos refplandores defceo huma brilhante nuvem : Ecce nubes lúcida,, de quem dizem fer o Efpirito Santo : Spiritus Sanâíus

apparuit in nube. Então fe ouvio a voz do Eter-'

no Pay em applaufos do divino M eftre, dizendo a todos como a difcipulas, que aquelle era o fcu amado Filho^ em quem muito fe g lo ria v a , que o ouviíTem: H ic efi F iliu s meus dtlecU is, in quo

mihi bene com placui; ipftim atidite, ,

E diz A L ap id e, que o mefmo foy dizer o Eterno P a y , que auvlíTem o Filho , que dizer ALap.hic. aos ouvintes lhe profeCaíTem obediência: Ipjum

ü u d ite, ipfique, ejus mandatis per omnia cre^

dite obedite. Eu o diíTera, O T habor conver­

tido em C eo Ethereo? L o g o havia nelle voto de obediência : Ipfi obedite, feito com as aíliften- cias do Efpirito Santo : Spiritus Sanâíus appa­

r u it ifinubel Aífiin fo y: e quantos eraô os'

fu-je ito s , Matth. Ibi.

Apud A

Lap.

(35)

iîü

de quatro irmans Relîgîofas.

1 3

je ito s, que alli podiao votar obedieiicia ? R ef- pondo: Eraô q u atro: S. Pedro, S. D io g o , S. J o ao , e Santo E lias; porque M oyfés (ainda que tambem aili fe achava ) era já fa lle cid o , e nao podia fazer voto. Bem : logo tenhamos enten­ dido , que quando quatro efpiritos religiofos fa­ zem a Deos voto de obediência com as afliften- cias do Efpirito Santo , apparece cá na terra hum novo C eo Ethereo. Aílim fuccedeo em o T h ab o r, e aílim fuccede tambem hoje neíle religiofilfimo M ofteiro.

E vem taô ajuftado o parallelo, que eu o naò defcubro mais proprio. Em o Thabor tudo eraô glorias para C hrifto Senhor n o ííò , que as participou aos cinco afliílentes, a Moyfés morto, e aos quatro vivos : nefte M ofteiro tudo faô hoje glorias para o divino Efpoío , que tambem as cornmunica ás quatro Profeflantes , e creyo pia- mente as cornmunica tambem a Sor Jofefa C la­ ra da Incarnaçaô, comparada com M oyfés por falecida. Naquelle monte fizeraô quatro obedi­ entes o feu voto com as aíliftencias do Efpirito Santo : Spiritus Sanâíus apparuit in nube ; e com as aíliftencias do Efpirito Santo fazem tam­ bem hoje o feu voto de obediência quatro R e- ligiofas profelfantes.

A quelle monte finalmente por todas eftas circunftancias fe tornou em hum novo C e o Ethe­ reo: Ihabor fpeciem habet Paradifi^ ^ C a li ; e nefte M ofteiro finalmente vemos tambem hum novo C e o Ethereo para glorias do divino Ef- pofo por todas as circunftancias das quatro pre^ fentes profiftoens. O h gloriofo T habor I E como<

(36)

lilt

Ué' ■ life'

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14

Sermão naProfifao

te venero por idéa deíle M ofteiro ! Oh gíoriofo M ofteiro ! E como te admiro por traslado daquel* le monte ! Foy aquelle monte dedicado a Maria SantiíTima Senhora noíla , que também fe re- s. Epiph.in prefentava naquella nuvem : M aria eft nubes lu- Laud! vfrg, ; c lie também o Tem plo defte M ofteiro coníagrado a Maria Santiííima Senhora noíTa das Merces , e também efta foberana Senhora (n a inayor m erce, que do C eo podia confeguir de fer M ay de D e o s ) fe vio já conftituida na ter­ ra hum novo C eo Ethereo , quando confagrou ao Senlior a fua obediência, tendo a divina af- fiftencia do Efpirito Santo.

Annunciava o Anjo S. Gabriel a Maria San- tiíTima Senhora nolIa , dizendolhe, que ella havia fer na terra hum animado C eo do mefmo D eos: Luc.r.51. Eccê concipies \ edeícenJo logo o Efpirito San­ to do C eo á terra: Spiritus Sanâíus fuperveniet

in te , fez a May de D eos, com alfiftencia tao fu-

perior o mais reíignado a£lo da fua obediência:

Ecce ancilla Dominiy jia t mihi fecundum ver* hum /////w. Confidera nefte ãõio hum venerá­

vel devoto da mefma Senhora , e diz , que ella era o mefmo C eo Ethereo , de que naíceo o divino S o l, como melhor ornamento daquelle C e o : Beata Firgo eft Cwlum , ex quo Sol ju fii-

tia ortus eft. Nem podia deixar de fer hum novo

C e o Ethereo fobre a terra para Deos Senhora, que lhe confagrava a fua obediência com as aí- íidencias d o E fp itito Santo: e aílim concluamos, que quando quatro R eligiofas no T em plo da Senhora das Merces fazem o feu voto de obedi­ ência com às aííiílencias do Efpirito Santo, fe 3^-

rí-í'. J 8.

S. Saba.

(37)

l5t( 1 . 1 i

de (juatfo îrmans Kéîîgîofas. i

y

vâ de novo cá na terra hum C eo E th ereo, fen­ do ede O primeiro fru6to da doutrina do divino Efpirito : Spiritus Sanõíus . . . ille vos doccbit

omnia,

O fegundo v o t o , que hoje fazem a Deos as quatro Religiofas profeílantes , he o da pobreza, e delle e com as affiftencias do Efpirito Santo fo? ?|a5 cá na terra para Deos hum novo C eo Ef- trellado. E que melhor emblema da pobreza , que as eftrellas ! A s eftrellas da riqueza do mundo fao as fuas moedas ; mas as moedas da pobreza reli- giofa fao as eftrellas do firmamento. Saô as eftrel­ las hum claro efp elh o , em que fe deve rever a pobreza das R eligio fas; porque aflim como as eftrellas nao tem luz propria , e fó refplandecem com os rayos, que como dote , que as alen ta, lhes emprefta o Sol pay das luzes; aífim as R e ­ ligiofas , profeíTando pobreza, nada devem ter p ro p rio , e nefte M ofteiro com efpecialidade fó devem alimentarfe dos redditos dos dotes, que feus pays fomente para a vida lhes eftabelecem. Por ifio as quatro Eftrellas,que profefiao pobreza, formão de novo hum C eo Eftrellado na terra pe­ las affiftencias do Eípirito Santo, que as enfina;

Spiritus SanÕíus . . . ille vos docebit omnia,

H e o Eípirito Santo aquelle foberano Meftre, que dívinamente enfina o voto da pobreza , por fer efte foberano Eípirito aquella Divina Peíloa, em quem o voto da pobreza com muita proprie­ dade fe fym boliza: porque affim como a pobreza religiofa prohibe ás que fazem efte voto a parti­ cipação dos bens temporaes ; affim a terceira Pef-

foa da Trindade nao pode participar a outra

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;

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"Serinao naPfoßßäo

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foa ( e p o r iilb a nao póde haver) a natureza^ d iv in a , que recebe da primeira , e da fegunda PeíToa fem fecundiJade. A meíma Igreja o in* voca 5 como a Pay dos que profeíFaó pobreza :

Pater patíperum. l 3as aíílftencias do Efpi-

spir, s. rito Santo aos Santos Martyres diz Santo A go f- tinh o, que lhes refulta hum total defapego, pa­ ra o efquecimento de todos os bens, e coulas tem- fg“^je™ poraes: Hoc fp ir ita li ?nero calebant M artyres y temp. quando abj iden t es omnia, fa c u li b landim ent a ibant adpaffiones y oblivifcentes fa cu lta tes, E af-

iim com razao, aprendem hoje do Elpirito Santo as quatro. Profefl'antes a votar pobreza.

E co m o fahiráo bem aproveitadas difcipulas para o voto da pobreza as que tem para elle a dou­ trina de tao fuperior, e divino M eílre! E porque Gom as aííiftencias d o E fp irito Santo fazem eftes quatro efpiritos religiofos o feu voto da pobreza, por iflb para glorias de Deos formão cá na terra de novo hum C eo Eílrellado. V io o Profeta E ze­ chiel o carro triunfante das glorias do Senhor: Ezcch.s, r . fm U itu â in is gloriæ D om ini^ e d iz ,

que abertos os Ceos , vira prodígios na terra :

 p erti fim t cœliy vidi vißones D ei,

Appa-Idem I. y. receraoihe quatro m yíleriofos efpiritos: h i me­

dio ejus ßmilitudo quatuor animaltum y que ten­

do maos humanas as traziaÖ cobertas : E t manu s

fubpennis eorum'y o feu ornato era tao pobre,

que fe veilia fo de duas pennas cada hum : E t

duæ pennæ> te gebaut corpora e or tim. Junto a ef­

tes quatro efpiritos eílavao quatro rodas fobre a terra : Apparuit rota utia fu per t erram ju x t a

animaliay habens quatuor facies..

Ibi 8. t’. 11 Idem. í fi k f < J t • J . î • * *■ •<•••- " .'► ‘.-.•.y.»'.- « v » •

(39)

:'U, aiSiî

lit''

So*

àe quatro ir mans Keligiofasí i j

N otáveis enigmas por certo! Mas vamos por diante, que ainda temos mais que ver naquelle paílb. Sobre as rodas daquelle carro aíTiítia áquel- les quatro efpiritos o efpirito da vida com fupe- riores infpiraçoens : Spiritiis vitæ erat in rôtis \ f.ac. e unidos os mefmos quatro efpiritos , fe formava

fobre elles hum novo íirmíimQnto: E t Jimi/iti/do^-^“'

fu p er capita animalium firmamenti : e com ad­

vertência , que todo o corpo deíla myfteriofa fa­ brica eílava cheyo de olhos: E t totum corpus

octilis plenum. Vedes tantos myíterios? pois tu­

do faò figuras do que hoje vemos na acçad pre- fente. Eraô aquelles quatro efpiritos quatro

A n ios: H a c quatuor animalia Ihnificant a tap. ín

tuor primários Angelos ; e le erao Anjos primei- ^

r o s , também dos primeiros Anjos , que tem en­ trado nefta fagrada R eligião , pelos exercidos efpirituaes delia faó as quatro Religiofas pro- feílantes, as quaes para ferem fymbolizadas na- ^quelles quatro A n jo s, adverte A Lapide , que notem os, que o texto Hebraico falia daquelies

efpiritos no genero fem inino: Nota^ a Lap. hic.

E zechiel in Hebræo loquitur de hi fee animalibus ingenere fæminino. E que faziao aquelles qua­

tro eipiritos religiofos fujeitandofe áquellas ro­ das? O que ? Hiaó flizendo hum manifefto voto

de pobreza ; porque a velocidade das rodas íigni- fica o deíintereífe religiofo , com que quem pro- feíFa pobreza, toca muito de pallagem ascoufas terrenas, e fó procura a poíTeífao das celeíles :

Eotæ pint qui terrena pertranfeunt.

O rnefmo voto de pobreza fe fymbolizava já nas maos efeondidas , como fem ufo para os

(40)

•V5: Hug. in £zsch. X. A Lap. in £zeckcap. 3.

18

Sermão na FrofifaÕ

bens da terra: E t manus fu b pennis eorum, e já na modefta pobreza dos hábitos , que v e íiia o , que eraô pretos, por ferem de pennas d e a g iiia , cor propria, de que fe vertem as R eligiofas def- te M orteiro: E t diia p€7ifía tegebant corpora eo-‘

rum ; e erte he o v o to , que também hoje fazem

as noíTas quatro ProfeíTantes. E quem vos parece feria o efpirito da vida , que fobre as rodas dava fuperiores ditrtames áquelles efpiritos para fe fujeitarem a taô religiofa pobreza? Sabeis quem era ? Era o Efpirito S an to , diz o Cardeal H u g o :

S p iritus v ita eft Spiritus Sanôíus, E nao he ef-

te o divino E fp irito , que eníina hoje a eftas qua­ tro R eligiofas a fazer o feu voto de pobreza? O dia aífim om anifefta , e o E uangelho: S p iri“

tu s Sanóíus . . . ille vos docebit omnia,

Agora fim , agora entendo eu já a razao;

porque juntos áquelles quatro efp iritos, appare- ceo logo fobre eiles o firmamento , porque fen­ do o firmamento o C e o Ertreliado, havia de ap- parecer na terra hum C e o Ertreliado de n o vo , tanto que quatro efpiritos religiofos com as af» íirtencias do Efpirito Santo votafieni pobreza:

E t fim ilitudo fu p er capita animalium firmamen- ti. Por iíio aquella maravilhofa fabrica era cheya

de o lh o s, de quem diz A L ap id e, que eraõ ef- trellas: Totufn corpus oculis plenum. O culi funt

Jiella . O h efpiritos enigmáticos! O h R eligiofas

profeíTantes , e corao vos admiro iguaes em for­ mares na terra para Deos hum novo C e o Ertrel- lad o, quando fazeis o voto de pobreza com as aífirtencias do Efpirito S a n to ! D iga pois Eze- íchiel, que aquelle era o carro triunfante das g lo ­

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.fiji í'3, liilíJ.

[áfí-kl

)3f£Ce 'èíj H íeaí íài' 'dl i^te-IfX :0 Ck'ii ; jj k\ h

de quatro irmans Ketigiofas.

i

p

rias do Senhor; que eu digo neltc uia de tan­ tas glorias, que vós , ó K eligiofas profeíían- tes, em competências claquclles myíleriofos ef- piritos formais por todas as circunftancias defte dia hum novo C eo Eílrellado cá na terra:

mfio fim ilítudinis g loria Domini,

Mas efperai , que para confolaçao da fau- d a d e , que as nofias ProfeíTantes hoje renovao na aufencia daquella irraa , que eu coníidero fuperior a todas , ( por ter já fu b id o , como pia- inante creyo, da terra ao C e o ) reparo fem fa- hir daquella v ifa ó , que fendo quatro os efpiri- to s, que vio E ze ch ie l, lá diz humas palavras, que por ellas podemos entender cinco efpi- ritos; porque d iz , que a aguia fe elevava fo-

bre os quatro: Fades aquila defuper ipforumEiich.a^.

quatuor. E a quem reprefentava aquella aguia,

que podia fazer o numero de quinto e fp irito , fenaõ a Sor Jofefa Clara da IncarnaçaÔ, que fubindo defta vida a melhor esféra, fe elevou fobre as quatro Profeílantes de hoje; porque a coníidero já de poíle dos celeftiaes deípoforios, d eq u e as quatro ProfeíTantes fao ainda perten- dentes por viadoras: Fades aquilá defuper ipfo-

rum quatuor ?

Por tanto confolai a voíTa íaudade; que to­ das unidas em gozos eternos, efpero tireis pelo carro triunfante das glorias do Senhor. Accenda pois hoje o mundo luminárias em applaufo de vermos as brilhantes luzes , com que reí plandece o novo C eo Eftrellado , que formão quatro Pro- feflantes por votarem pobreza , quando febre d ias defee o Efpirito Santo do C eo á terra , e

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á'

Si

2 0 '

Sermão na Profifao

íe repitao fempre as luzes nelte faufto dia põr memória. Quando Chrifto bem nofFo fe bauti- zou em o Jordão , e fe virão tantos prodígios de refplandores cá na terra, dizem os SS. PP. que os Gregos inítitiiirao para memoria daquelle dia a feda das luminárias: Feßum luminum apud Anu<I k

ín íta celebratur ^ qiiafi nunc noftrum ba~

ptifma fu e r it tnjlitulum . Eu bem f e i , que tu­

do era devido culto a Deos em applaufo da nof- í'a regeneração; mas tambern v e jo , que no bau- tifmo de C h riílo fuccederad prodigioías circunf- tancias no Jord ão, com as quaes tem fua femer lhança a acçaô prefente deíle Tem plo.

N eíle Tem plo frizem hoje o feu voto de po­ breza quatro R eligiofas profeílantes, e no Jor­ dão fe viraó no bautifmo de C lirillo quatro fu- je it o s , como manifcftando a mefma virtude da pobreza. Era o primeiro C h n ílo Senhor noílo: Matth. j. J E S U S in Jordamni^ ut baptizaretur à

Joanne^ de quem diz S. Paulo, que profelFara

pobreza por amor de nós: S citis gratiam D o­

mini Jtoflri J E S U C b r ifti, quoniam propter vos egenus fa c íu s efl\ o fcgundo era o grande Bau-*

tid a , que também foy profeíTor da pobreza re- lig io fa , como imitador de C h r id o , e neda oc- caíiao com mais propriedade como M inidro do bautifmo do S en h or: íta de bent difcere imi-

tatores Chri(ií> ego antcm mendicus f n m , pau­

per. Hí€C enim duo in e is , qiii fe C b rifti minif-

tros effc profltentur \ o terceiro era a fonte Jor.^

e o quarto era a fonte Dan , que naícendo das raizes do Libano feparadas, depois fe unem, e Po’otom. formão o Tordao : JunS tis duorum fontium

m- mini-2. ad C o ­ rinth. 8. 9 Has;, in Fi'aliu. 59 f Í I

(43)

lí-> i ieà =. é : {

uri

;iíàra 'jii ■

ãe quàtro 'irmans: ReUgiofas. 21

minibus y fit re^ ^ mmine Jordants.

Neoi fe repare em que de duas fontes faça eu o miinero de quatro com as peíroas de C h riíto , e do Dautiíla; porque naquelle facratiííiino adio diz S. Jeronym o, que as aguas deílas duas fon­ tes fubirao a tanta dignidade , que forao no

JordaÒ fantificadas: Ut Jordanis aquas 7^777(57/-s. nier. i».

ficaret. E naõ menos fe vio ncíTas duas fontes

entaó o. fymbolo da pobreza , naó confentindo depois de fantificadas recolher mais em fi coufa algum a, que lhe perturbaíTe a ifençao de fuas

agu as: Jord a nis aqua à Chrifti baptipmate do- a Lap. in

num incorruptionis accepit. N eíle Tem plo ^

faz o adio deílas quatro proíiíToens com as aíliílen- cias do Efpirito Santo por íer hoje o dia , em que defceo do C eo a te r r a ; e no Jordão defceo tambera para aíliílir áquelle adio o mefmo D i­

vino E fpirito: E t vid it Spiritmn D e i defcen-^^*^^^^ h

dentem ficut columbam,

Q ue reíla agora para conclufaõ da femelhan- ça? H e que neíle Tem plo pelas circiinílancias prefentes vemos de novo hum C eo Eílrellado cá na terra ; aífim como n o jo rd aõ por aquellas çircunílancias íe v io também o C eo Eílrellado:

Ecce aperti fu n t coeli. A ’ viíla de tantos prodi-ucmibi j.-

gios exclama o E uangeliíla, e d i z , que fe abri-'^' raó o s C e o s , e d iz o A L a p id e , que fe abrira o C eo Ethereo , e apparecera o C eo Eílrellado , porque o C e o Eílrellado he o que apparece,

aberto o Ethereo: Per fulg ura ^ ^ coríífcatio-AL^.^.iúz.^

nes vifum fu it £therem dividi , é r apejdri,

Q ue os refplaiidores do C eo Eílrellado íe vilTem então na terra o dá aífim a entender D avid , fa liando

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