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Análise das relações das variáveis logísticas com a organização e estratégia das empresas no setor da construção

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

SOFIA GAUGINSKI MAIA

ANÁLISE DAS RELAÇÕES DAS VARIÁVEIS LOGÍSTICAS COM A

ORGANIZAÇÃO E ESTRATÉGIA DAS EMPRESAS NO SETOR DA

CONSTRUÇÃO

DISSERTAÇÃO

CURITIBA 2017

(2)

SOFIA GAUGINSKI MAIA

ANÁLISE DAS RELAÇÕES DAS VARIÁVEIS LOGÍSTICAS COM A

ORGANIZAÇÃO E ESTRATÉGIA DAS EMPRESAS NO SETOR DA

CONSTRUÇÃO

Trabalho de Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, do Departamento Acadêmico de Construção Civil, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Alfredo Iarozinski Neto

CURITIBA 2017

(3)
(4)

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

TERMO DE APROVAÇÃO DE DISSERTAÇÃO Nº____

A Dissertação de Mestrado intitulada ANÁLISE DAS RELAÇÕES DAS VARIÁVEIS LOGÍSTICAS COM A ORGANIZAÇÃO E ESTRATÉGIA DAS EMPRESAS NO SETOR DA CONSTRUÇÃO, defendida em sessão pública pelo(a) candidato(a) Sofia Gauginski Maia, no dia 13 de dezembro de 2017, foi julgada para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, área de concentração Construção Civil, e aprovada em sua forma final, pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil.

BANCA EXAMINADORA:

Prof(a). Dr(a). Alfredo Iarozinski Neto- Presidente - UTFPR Prof(a). Dr(a). Cezar Augusto Romano – UTFPR

Prof(a). Dr(a). Sergio Eduardo Gouvea da Costa- PUC-PR

A via original deste documento encontra-se arquivada na Secretaria do Programa, contendo a assinatura da Coordenação após a entrega da versão corrigida do trabalho.

Curitiba, 13 de dezembro de 2017.

(5)

Dedico este trabalho aos meus pais José Ciro (in memoriam) e Neuza, que sempre acreditaram neste meu sonho.

(6)

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me presentear com a vida.

A minha família, esposo, pais, irmãos, sobrinhos, pelo apoio e incentivo dedicados em todos os momentos da minha vida.

Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Alfredo Iarozinski Neto, por inspirar diariamente e fazer a diferença nesta trajetória.

Aos professores Dr. Cezar Augusto Romano e Dr. Rodrigo Eduardo Catai pelo apoio dado durante o curso ao compartilharem seus conhecimentos.

Aos professores da banca de defesa e qualificação por terem atendido ao convite para desempenhar este papel, dispondo de seu tempo e conhecimento para analisar este trabalho.

Aos meus colegas de sala, pelo apoio e companheirismo.

Enfim, a todos as pessoas que diretamente ou indiretamente ajudaram no decorrer desta pesquisa.

(7)

O planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes. (DRUCKER, Peter, 1962)

(8)

RESUMO

GAUGINSKI MAIA, SOFIA. Análise das relações das variáveis logísticas com a

organização e estratégia das empresas no setor da construção. 2017. 121f.

Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2017.

A necessidade de construir, de forma eficiente, prazos curtos, menos custos e desperdícios são algumas das características para as construtoras sobreviverem, num mercado competitivo. Devido à importância da logística na organização, a presente pesquisa tem como objetivo entender como os mecanismos pelos quais variáveis relacionadas à logística afetam o funcionamento de uma organização e impactam a estratégia das empresas no setor da construção. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa aplicada, descritiva, de natureza quantitativa e tempo transversal. Como procedimento principal deste estudo, foi escolhido o método

Survey. Os dados relacionados às variáveis foram analisados através da análise

descritiva de frequência, de correlação com coeficiente Spearman e do método Micmac. Os resultados mostraram que as organizações têm uma predisposição a contratos de parcerias, uma busca de informações junto aos fornecedores, visando otimizar a gestão dos estoques e frequentes ações conjuntas para redução dos prazos de execução. Também procuram ter uma relação mais próxima dos clientes, com frequentes discussões de problemas de qualidade, comunicação de alterações de projetos, mudanças devidas às suas solicitações, a busca de soluções com a sua cooperação. Os resultados da pesquisa indicam ainda que a logística tem pouca influência na dinâmica do sistema e que as variáveis estratégicas se destacam como um papel importante no processo de desenvolvimento da empresa.

Palavras-chave: Logística na construção civil. Suprimentos. Gestão de empresas.

(9)

ABSTRACT

GAUGINSKI MAIA, Sofia. Analysis of the relations of the logistic variables with

the organization and strategy of the companies in the construction sector.

2017. 121p. Dissertation (Master in Civil Engineering) - Federal Technological

University of Paraná. Curitiba, 2017.

The need to build efficiently short deadlines, less costs and waste are some of the characteristics for the builders to survive in a competitive market. Due to the importance of logistics in the organization, the present research aims to understand how the mechanisms by which variables related to logistics affect the functioning of an organization and impact the strategy of companies in the construction sector. For that, an applied, descriptive research of quantitative nature and transverse time was developed. As the main procedure of this study, the Survey method was chosen. Data related to variables were analyzed through descriptive frequency analysis, correlation with Spearman coefficient and Micmac method. The results showed that the organizations have a predisposition to partnerships contracts, a search of information with the suppliers, aiming to optimize inventory management and frequent joint actions to reduce execution times. They also seek to have a closer relationship with customers, with frequent discussions of quality problems, communication of project changes, changes due to their requests, search for solutions with their cooperation. The results of the research also indicate that logistics has little influence on the dynamics of the system and that the strategic variables stand out as an important role in the process of development of the company.

Keywords: Logistics in construction. Supplies. Business management. Organizational characteristics. Performance.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Rede de Citações ... 30

Figura 2 – Estratégia da pesquisa ... 42

Figura 3 – Mapa de Influências/Dependências de Variáveis ... 57

Figura 4 – Gráfico de Influências Diretas (10%) ... 91

Figura 5 – Mapa de Influências/Dependências Diretas ... 93

Figura 6 – Gráfico de Influências Indiretas (1%)... 95

Figura 7 – Mapa de Influências / Dependências Indiretas ... 97

(11)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Artigos Publicados ... 25

Gráfico 2 – Classificação das Publicações por Anos ... 26

Gráfico 3 – Classificação das Publicações por Autor ... 26

Gráfico 4 – Classificação das Publicações pelas Instituições de Origem dos Autores ... 27

Gráfico 5 – Distribuição das Publicações por País de Origem dos Autores ... 27

Gráfico 6 – Distribuição das publicações por periódicos ... 28

Gráfico 7 – Distribuição das Citações por Autor ... 29

Gráfico 8 – Porte das Empresas por Quantidade de funcionários ... 60

Gráfico 9 – Ramo de Atuação da Empresa ... 60

Gráfico 10 – Incorporação ... 61

Gráfico 11 – Construção de Edifícios ... 61

Gráfico 12 – Obras de Infraestrutura ... 62

Gráfico 13 – Ano de Fundação das Empresas ... 63

Gráfico 14 – Tipo de Constituição ... 63

Gráfico 15 – Tipo de Administração ... 64

Gráfico 16 – Número de Certificações ... 64

Gráfico 17 – Cargo do Entrevistado ... 65

Gráfico 18 – Área de atuação do entrevistado ... 65

Gráfico 19 – Tempo em que o entrevistado trabalha na empresa ... 66

Gráfico 20 – Curso de formação do entrevistado ... 66

Gráfico 21 – Tipo de contrato ... 67

Gráfico 22 – Ações conjuntas para redução dos prazos na execução da obra ... 68

Gráfico 23 – Mudanças na produção devido as solicitações dos cientes ... 69

Gráfico 24 – Comunicação de alterações dos projetos aos clientes ... 69

Gráfico 25 – Comunicação de alterações dos projetos aos clientes ... 70

Gráfico 26 – Busca de soluções com cooperação do cliente... 71

Gráfico 27 – Preços cobrados pelos serviços / empreendimentos ... 71

Gráfico 28 – Respeito dos prazos de pagamentos ... 72

Gráfico 29 – Busca de informações junto aos fornecedores visando otimizar a gestão do estoque ... 73

Gráfico 30 – Preços contratados são rediscutidos ... 73

Gráfico 31 – Percepção dos clientes com relação aos valores ofertados ... 74

(12)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Palavras chaves ... 24

Quadro 2 - String de Busca ... 25

Quadro 3 – Principais Obras Referenciadas ... 31

Quadro 4 – Artigos mais relevantes ... 37

Quadro 5 – Características do ambiente concorrencial ... 46

Quadro 6 – Características da organização ... 47

Quadro 7 – Estratégia e funcionamento ... 48

Quadro 8 – Desempenho ... 50

Quadro 9 – Relação com o cliente/fornecedor ... 51

(13)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Correlação logística x características da organização ... 77

Tabela 2 – Correlação logística x estratégia ... 80

Tabela 3 – Correlação logística x desempenho... 82

Tabela 4 – Correlação logística x ambiente concorrencial ... 85

Tabela 5 – Variáveis Utilizadas no MICMAC ... 87

(14)

LISTA DE SIGLAS

AHP Analytic Hierarchy Process

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MICMAC Multiplicação Matricial Aplicada a uma Classificação PME Pequenas e Médias Empresas

QM Gestão da Qualidade

SCM Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos SPSS Statistical Package for the Social Sciences

(15)

SUMÁRIO 1INTRODUÇÃO ... 17 1.1 CONTEXTO DO PROBLEMA ... 18 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ... 19 1.3 OBJETIVOS ... 20 1.3.1 Objetivo Geral ... 20 1.3.2 Objetivos Específicos ... 20 1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ... 20 1.5 QUESTÕES ORIENTADORAS ... 20 1.6 JUSTIFICATIVAS ... 21 1.7 ESTRATÉGIAS DE PESQUISA ... 22 1.8 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ... 22 2ESTADO DA ARTE ... 24 2.1 ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA ... 24

2.1.1 Análise das Características das Publicações ... 25

2.1.2 Análise de Co-citações ... 28 2.2 REFERENCIAL TEÓRICO... 33 2.2.1 Ambiente Concorrencial... 33 2.2.2 Organização ... 34 2.2.3 Estratégia ... 34 2.2.4 Desempenho ... 35

2.2.5 Logística (Relação com o Cliente / Fornecedor) ... 36

2.3 REVISÃO DE LITERATURA ... 36 3ESTRATÉGICA METODOLÓGICA... 41 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 41 3.2 PROBLEMA DA PESQUISA ... 43 3.3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 43 3.4 MÉTODO SURVEY ... 43 3.4.1 Planejamento Survey ... 44 3.4.2 Evolução do questionário... 52 3.4.3 Coleta de dados ... 52

3.4.4 Análise Descritiva e Multivariada dos Dados ... 53

3.4.4.1 Análise Descritiva de Frequência ... 54

3.4.4.2 Análise de correlação (Spearman) ... 54

3.4.4.3 MICMAC (Multiplicação Matricial Aplicada a uma Classificação) ... 54

3.4.4.3.1Listagem das variáveis ... 55

3.4.4.3.2Descrição das relações entre as variáveis – definição da matriz estrutural 56 3.4.4.3.3A classificação das inter-relações ... 56

(16)

3.5 REPRESENTAÇÃO DAS RELAÇÕES DAS VARIAVEIS ... 58

4APLICAÇÃO ... 59

4.1 COLETA E TRATAMENTO DE DADOS ... 59

4.2 PERFIL DA AMOSTRA ... 59

4.3 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS RELACIONADAS A LOGÍSTICA (RELAÇÃO COM O CLIENTE/FORNECEDOR) ... 67

4.3.1 Tipo de Contrato com o Cliente ... 67

4.3.2 Ações Conjuntas para Redução dos Prazos de Execução da Obra ... 68

4.3.3 Mudanças na Produção Devido às Solicitações/especificações dos Clientes 68 4.3.4 Comunicação de alterações de projetos/especificações aos clientes ... 69

4.3.5 Discussão sobre problemas de qualidade com os clientes ... 70

4.3.6 Busca de soluções com a cooperação do cliente ... 70

4.3.7 Preços cobrados pelos serviços/empreendimentos ... 71

4.3.8 Respeito dos prazos contratados para pagamento ... 72

4.3.9 Busca de informações junto aos fornecedores visando otimizar a gestão de estoque da empresa ... 72

4.3.10 Preços Contratados são rediscutidos ... 73

4.3.11 Percepção dos clientes em relação aos valores ofertados ... 74

4.3.12 Satisfação do Cliente com Relação ao Serviço Executado ... 74

4.4 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO DOS DADOS ... 75

4.4.1 Análise Variáveis Logísticas x Variáveis Características da Organização ... 76

4.4.2 Análise Variáveis Logísticas x Variáveis Estratégia ... 78

4.4.3 Análise Variáveis Logísticas x Variáveis Desempenho ... 81

4.4.4 Análise Variáveis Logísticas x Variáveis Ambiente Concorrencial ... 84

4.5 MICMAC ... 86

4.5.1 Análise da Influência Diretas entre as Variáveis ... 89

4.5.2 Análise do Mapa de Influência e Dependência Direta ... 92

4.5.3 Análise de Influência Indiretas entre as Variáveis ... 94

4.5.4 Análise do Mapa de Influência e Dependência Indireta ... 96

4.6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 99

5CONCLUSÃO ... 103

5.1 CONCLUSÕES ... 103

5.2 LIMITAÇÕES ENCONTRADAS ... 104

5.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 105

REFERÊNCIAS ... 106

APÊNDICE A -Questionário de Pesquisa ... 111

(17)

1 INTRODUÇÃO

O cenário da construção civil mudou e tem mudado constantemente no Brasil e no resto do mundo. A necessidade de construir cada vez mais em prazos curtos, com menos custos e desperdícios são algumas das características para as construtoras sobreviverem num mercado cada vez mais competitivo.

Porter (1985) ressalta que o desempenho eficiente de uma organização está diretamente ligado à gestão eficaz de sua cadeia de suprimentos. Portanto, a otimização do setor de suprimentos é uma ferramenta essencial na execução das obras e projetos, para a aquisição de materiais e serviços com valores reduzidos e aumento de produtividade com eficiência (CHRISTOPHER, 2012).

Segundo Simchi-Levi et al. (2010), a cadeia de suprimentos é a associação do conjunto de atividades logísticas praticadas com eficácia, através dos fornecedores, em que o produto acabado correto é distribuído nas quantidades, locais e prazos de acordo com o estabelecido com o cliente, minimizando assim a utilização de recursos financeiros e materiais, mantendo, porém, a qualidade na prestação do serviço e atendendo a demanda.

Ballou (2011) define logística como um conjunto de atividades funcionais repetidas diversas vezes ao longo da gestão de suprimentos, através do qual as matérias primas são transformadas em produtos acabados, agregando valor ao produto final.

De acordo com Vieira (2006), para obter melhor desempenho das atividades e para alcançar o objetivo de alta produtividade, com rapidez nas atividades e diminuição de desperdícios, a construção civil tem uma necessidade de materiais no processo construtivo e nas condições gerenciais de seus canteiros de obras. O mesmo autor ressalta que a logística na construção civil ainda é um processo precário comparado à indústria seriada.

Nesse sentido, a adoção de abordagens eficientes no gerenciamento do processo logístico colabora com a organização da empresa, aumentando sua lucratividade e melhorando seu desempenho.

Este trabalho apresenta um estudo da logística nas construtoras e a sua relação com as características da organização, a estratégia e funcionamento, com o desempenho e as características do ambiente concorrencial das empresas do setor da construção do Estado do Paraná, com o objetivo de entender os mecanismos

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com que estas variáveis afetam o desenvolvimento de uma organização e seus impactos na estratégia dessas empresas.

1.1 CONTEXTO DO PROBLEMA

As grandes transformações no mundo globalizado têm gerado um aumento de competitividade na construção civil, um dos setores industriais de relevância fundamental na economia brasileira. A necessidade de encontrar alternativas eficazes para melhorar o desempenho das empresas e assim ter um diferencial estratégico e competitivo é mais do que necessário para a sua sobrevivência e para a busca do sucesso.

Vieira (2006) ressalta que junto com a importância econômica e social, a construção civil também tem uma relação importante com o meio ambiente, pois utiliza os recursos naturais, constantemente e em grande escala, portanto a eficiência e a produtividade da logística nas obras é um dos caminhos primordiais para a viabilização do custo benefício, possibilitando a diminuição de custos, tempo, prazos e gerando, consequentemente, resultados satisfatórios para os clientes.

Nos últimos anos, a construção civil privilegiou a área técnica-estrutural, enquanto que a área de suprimentos foi pouco explorada, porém, com a necessidade de fazer obras com prazos curtos e menos desperdícios, a preocupação com o gerenciamento do fluxo de suprimentos passou a ser um ponto primordial nas construtoras (BARBOSA, MUNIZ, SANTOS, 2007).

Segundo Christopher (2012), a cadeia de suprimentos tem um papel decisivo em todo o processo logístico, por participar de todo o procedimento, desde a matéria prima até o cliente final.

Para Ballou (2011) é necessário utilizar um bom planejamento para as empresas obterem sucesso, frente a um cenário de crescente competividade. A logística empresarial facilita o fluxo de produtos por meio de controles das atividades, organização e planejamento, melhorando, consequentemente, o nível de rentabilidade. O autor também destaca a logística como uma nova visão empresarial, ou ainda, uma nova ordem das coisas, portanto deixa de ter meramente

(19)

objetivo de redução de custos, para tornar-se uma fonte primordial de vantagem competitiva.

Para Bowersox e Closs (2009), com o intuito de atender à demanda de pedidos e serviços na hora certa, no local certo, no menor custo possível, com o melhor modal e com qualidade, a logística abrange muita complexidade e grande conhecimento das necessidades dos clientes e dos fornecedores envolvidos.

Dubois e Gadde (2002), no artigo “The Construction Industry as a Loosely

Coupled System – Implication for productivity and innovativity”, analisam o

comportamento das empresas e as operações para entender a complexidade na indústria da construção e definem como característica um sistema de baixa integração, que favorece a produtividade a curto prazo, porém, dificulta a inovação e a aprendizagem.

Neste contexto, almejando sempre melhorar os ganhos da organização para uma maior competividade dos concorrentes, o ponto crucial do processo logístico está na visualização do potencial de um sistema de forma integrada e, para alcançar este objetivo, deve-se ter o conhecimento das atividades logísticas existentes e procurar relacioná-las à empresa estudada. (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).

Dessa forma, devido à importância da logística no processo administrativo e a sua complexidade e, considerando o impacto que este cenário tem nas construtoras, torna-se válido entender as relações da logística com as outras atividades administrativas da empresa para o bom funcionamento do todo.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Pretende-se responder à seguinte pergunta de pesquisa: Qual a relação das variáveis logísticas com a organização e a estratégia das empresas no setor da construção?

(20)

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Esta dissertação tem como objetivo geral entender as relações entre os aspectos logísticos, as características da organização e a estratégia das empresas de construção civil, de grupo de empresas no estado do Paraná.

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos propostos para esta dissertação são:

 Caracterizar as variáveis logísticas das empresas de construção através da análise descritiva dos dados;

 Levantar dados referentes à logística, às características da organização e à estratégia das construtoras do Estado do Paraná;

 Estabelecer as relações das variáveis logísticas com as características da organização e a estratégia da empresa.

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

Esta dissertação restringe-se ao entendimento da relação das variáveis logísticas das empresas de construção, localizadas no estado do Paraná, no período compreendido entre junho de 2016 e setembro de 2017. As construtoras pesquisadas são de diversos portes, desde micro até grandes empresas, e de ramos de atuação de incorporação e construção de edifícios residenciais, comerciais e industrias e obras de infraestrutura, como: urbanização, estruturas metálicas e redes de abastecimento de água, esgoto e energia.

1.5 QUESTÕES ORIENTADORAS

(21)

 Qual é a relação do cliente e fornecedor nas construtoras?

 Como as variáveis logísticas se relacionam com as características da organização?

 Como as variáveis logísticas se relacionam com as estratégias da organização?

 Como as variáveis logísticas se relacionam com o desempenho da organização?

 Como as variáveis logísticas se relacionam com o ambiente concorrencial?

 Como são afetadas as variáveis logísticas pela organização, estratégia, desempenho e ambiente concorrencial?

 Quais são as variáveis influentes e dependentes no cenário da construção civil?

1.6 JUSTIFICATIVAS

No artigo “A survey of supply chain collaboration and management in the UK

construction industry” os autores Akintoye, McIntosh e Fitzgerald, do ano de 2000,

relatam que a pesquisa em gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM) na construção é relativamente escassa, embora Egan (1998) tenha defendido o uso da parceria como uma estratégia para aumentar a eficiência e a produtividade das empresas.

A falta de estudos acadêmicos na melhoria da cadeia de suprimentos ainda é relatada no artigo de Papadopoulos et al. (2016) que também demonstram o interesse de grandes empresas de construção na melhoraria da cadeia de produtividade com o intuito de atender as demandas por de projetos de alta qualidade a preços competitivos.

Saad, Jones e James (2002) relatam que há uma consciência significativa da importância do gerenciamento da cadeia de suprimentos e seus principais benefícios na construção.

Lin et al. (2005) citam, em seu artigo, que o foco da cadeia de suprimentos, tradicionalmente, era especifica em funcionalidades, como compras, fabricação e

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operações logísticas de entrega, porém com o ambiente atual competitivo, surgem mais necessidades de uma gestão eficaz. Portanto, evidencia-se a necessidade de implementar meios de atender com eficiência, menores custos, alto níveis de serviços, rápida resposta e alta qualidade.

Verma e Seth, 2011, estudam os conceitos da competividade da cadeia de suprimentos e destacam a importância deste tema, nos últimos anos, devido aos desafios enfrentados pelas organizações no ambiente global, gerando a necessidade de parcerias de cooperação e colaboração, onde a flexibilidade, a agilidade e a eficiência têm prioridade competitiva.

Assim sendo, o tema de logística na construção civil passa a ser justificado quando relatada por diversos autores a importância do assunto, aliada à experiência do grupo de pesquisa na elaboração do estudo na área das organizações e somado a minha motivação pessoal para a escolha deste assunto, devido a minha experiência profissional de anos na área suprimentos em construtoras onde foi observada a necessidade de abordagens logísticas mais estruturadas, no processo multidisciplinar das empresas construtoras.

1.7 ESTRATÉGIAS DE PESQUISA

Esta pesquisa pode ser classificada como de finalidade aplicada, de objetivo descritivo, natureza quantitativa, tempo transversal. O método de procedimento foi o

Survey com as seguintes técnicas principais: coleta de questionário e tratamento de

análise multivariada.

1.8 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Esta pesquisa está estruturada em cinco capítulos, como segue:

O primeiro capítulo introduz o assunto, contextualiza a relevância do tema e ressalta a necessidade do desenvolvimento de estudos relacionados a está área de conhecimento. Contempla o problema, os objetivos, a delimitação do tema, as questões orientadoras, as justificativas, a estratégia e a estrutura da dissertação.

(23)

O segundo capítulo apresenta a análise bibliométrica, o referencial teórico e a revisão de literatura.

O terceiro capítulo descreve a metodologia utilizada.

O capítulo quatro apresenta a análise descritiva das variáveis logísticas e a interpretação dos dados, através das técnicas da análise de correlação e da metodologia MICMAC (Matriz de Impacto Cruzado - Multiplicação Aplicada a uma Classificação).

E o quinto capítulo apresenta as conclusões deste estudo, as limitações e algumas recomendações para futuros estudos.

(24)

2 ESTADO DA ARTE

Este capítulo tem como objetivo principal apresentar a base referencial e os principais trabalhos relacionados a esta pesquisa. O capítulo está dividido em três partes: análise bibliométrica, referencial teórico e revisão de literatura referente aos trabalhos já realizados sobre o tema.

2.1 ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA

Iniciou-se o trabalho da análise da bibliografia através da pesquisa de estudos acadêmicos e publicações existentes encontrados no Google Acadêmico referente a logística na construção civil e através da leitura destes textos foi elaborada a lista de palavras chaves (termos de busca) relevantes mostradas no quadro 1.

Temas de referência Termos em inglês Sinônimos ou similares

Gestão Management "Administration", "Control", "Governance", "Operation” Industria da construção Construction Industry "Building construction",

"Construction Building industry” Logística Logistic “logistics”, "logistical system"

Empresas Companies “Establishment”, “Company”,

“Business”, “Organization”, “Firm”

Quadro 1 – Palavras-chave Fonte: Autora (2017)

Este conjunto de palavras chaves relacionadas ao tema desta pesquisa foram agrupadas e deram origem à “string” de busca (Quadro 2).

A amostra então foi extraída, utilizando a “string” de busca, na Scopus, considerada a maior base de dados de pesquisa de resumos e citações da literatura cientifica mundial (Scopus, 2016).

Após o uso de devidas limitações, em relação às áreas de pesquisa, a busca inicial resultou em 774 artigos publicados entre o ano de 1989 e o mês de julho de 2017. Portanto artigos com as palavras chaves de interesse refletidas pela string apenas foram encontrados a partir de 1989.

(25)

Através da análise descritiva de frequência, é possível verificar o perfil do resultado da análise bibliométrica das publicações por características, ano, autor, instituição, país de origem e periódicos.

String de busca

( ( "Management" OR "Administration" OR "Control" OR "Governance" OR "Operation" ) AND ( "Construction Industry" OR "Building construction" OR "Construction Building industry" ) AND ( logistic OR logistics OR "logistical system" ) AND ( companies OR establishment OR

company OR business OR organization OR firm ) ) . AND ( LIMIT-TO ( DOCTYPE , "ar " ) OR TO ( DOCTYPE , " cp " ) OR TO ( DOCTYPE , " re " ) ) AND (

LIMIT-TO ( SUBJAREA , "ENGI " ) OR LIMIT-LIMIT-TO ( SUBJAREA , " BUSI " ) OR LIMIT-LIMIT-TO ( SUBJAREA , "ENGI " ) OR EXCLUDE ( SUBJAREA , "COMP " ) OR EXCLUDE ( SUBJAREA , " SOCI " ) OR EXCLUDE ( SUBJAREA , " MEDI " ) ) AND ( LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , "Construction Industry " ) OR TO ( EXACTKEYWORD , " Supply Chain Management " ) OR LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , " Supply Chains " ) OR LIMIT-LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , " Construction " ) OR LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , " Decision Making " ) OR LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , " Logistics " ) OR TO ( EXACTKEYWORD , " Information Systems " ) OR

LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , " Mathematical Models " ) OR LIMIT-LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , " Construction Management " ) OR LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , " Regression Analysis " ) OR LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , " Supply Chain " ) OR LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , "

Construction Supply Chain " ) OR LIMIT-TO ( EXACTKEYWORD , " Construction Companies " ) ) AND ( LIMIT-TO ( SUBJAREA , "ENGI" ) )

Quadro 2 - String de Busca Fonte: Autora 2017

2.1.1 Análise das Características das Publicações

O grafíco 1 apresenta os tipos de artigos das 774 publicações avaliadas: 63% correspondem a artigos de periodicos, 33% a artigos publicados em congressos e 4% a artigos de revisão.

Gráfico 1 – Artigos Publicados Fonte: Autora (2017)

Analisando os anos das publicações no gráfico 2, observa-se um crescimento a partir do ano 2000, tendo um primeiro pico em 2005, com 48 publicações, depois

(26)

em 2010, com 59 e em 2016, com 92 publicações. Neste ano de 2017 foram publicados 54 artigos até o mês de julho. O que demostra um interesse crescente pelo tema.

Gráfico 2 – Classificação das Publicações por Anos Fonte: Scopus (2017)

Em relação ao número de autores do universo de artigos selecionados resultou em 155 nomes, com no mínimo 2 publicações. O gráfico 3 apresenta os 15 autores que mais se destacaram nesta amostra.

Gráfico 3 – Classificação das Publicações por Autor Fonte: Scopus (2017)

Estes autores pertencem a 160 instituições de diferentes origens. As 13 instituições que se destacaram são apresentadas no gráfico 4, em destaque, a Universidade Loughborough do Reino Unido e Universidade Politécnica de Hong

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Kong empatadas, com 30 publicações cada uma. Em relação ao Brasil, temos a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com 10 publicações.

Gráfico 4 – Classificação das Publicações pelas Instituições de Origem dos Autores Fonte: Scopus (2017)

O gráfico 5 ilustra os 12 países de origem dos autores com maior número de publicações. O Reino Unido apresenta 162 ocorrências, seguido pelos Estados Unidos da América com 127 e China com 85. O Brasil está em 8º lugar neste ranking com 28 publicações.

Gráfico 5 – Distribuição das Publicações por País de Origem dos Autores Fonte: Scopus (2017)

(28)

O gráfico 6 apresenta a distribuição das publicações entre os 10 principais periódicos, sendo que o de maior destaque “Journal Of Construction Engineering

And Management” dos Estados Unidos da América e “Construction Management

And Economics” do Reino Unido.

Gráfico 6 – Distribuição das publicações por periódicos Fonte: Scopus (2017)

2.1.2 Análise de Co-citações

A partir da amostra de artigos obtida na base de dados Scopus é possível fazer uma análise de co-citação com o auxílio do software BibExcel. Ele permite a identificação de uma rede de citações com o objetivo de selecionar os principais autores que fundamentam os artigos de interesse da presente pesquisa, obtidos da Base Scopus. A rede de citações dos autores que possuem ao menos uma obra citada mais de quinze vezes é representada pela figura 1.

A distribuição dos 14 autores mais citados é mostrada no gráfico 7 e, no quadro 3, são listadas algumas das principais obras referenciadas.

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Gráfico 7 – Distribuição das Citações por Autor Fonte: BibExcel (2017)

O destaque, com o maior número de citações, é o autor John Egan, 69 vezes. Sua principal obra de 1998, “Rethinking Construction”, identifica cinco fatores propulsores de mudanças com intuito de aumentar a qualidade e eficiência da construção civil do Reino Unido: comprometimento da liderança, foco no cliente, integração de processos e equipes, criação de uma agenda orientada para a qualidade (produtos e processos) e compromisso com as pessoas.

Os autores Ruben Vrijhoef e Lauri Koskela, citados 68 vezes, têm publicado, no ano 2000, o artigo “The four roles of supply chain management in construction” em que reconhecem quatro papéis do gerenciamento da cadeia de suprimentos na construção, para melhorar a eficiência e eficácia da cadeia como um todo, que são: foco na interface entre a cadeia de suprimentos e o local de construção; foco na cadeia de suprimentos; foco na transferência de atividades do canteiro de obras para a cadeia de abastecimento e foco na gestão integrada da cadeia de suprimentos e no local de construção.

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Figura 1 – Rede de Citações Fonte: BibExcel (2017)

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Autor Principais obras

Egan J

- Rethinking Construction: The Report of the Construction Task Force to the Deputy Prime Minister, Department of the Environment, Transport and the Regions, London (1998)

- Accelerating Change: A Report by the Strategic Forum for Construction, Rethinking Construction, London (2002)

Vrijhoef R; Koskela L

- The four roles of supply chain management in construction, European Journal of Purchasing & Supply Management (2000)

Koskela L

- Application of the new production philosophy to construction. Technical Report

No. 72, CIFE, Stanford University, Stanford, CA (1992) -“Management of production construction: a theoretical view”, Proceedings of the

7th Annual Conference of the International Group for Lean Construction, Berkeley, USA (1999)

Latham M

- Constructing the Team: Final Report of the Government/Industry Review of Procurement and Contractual Arrangements in the UK Construction Industry, HMSO, London (1994)

Christopher M - Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: criando redes que agregam valor. Harlow: FT Prentice Hall. (2005)

Yin RK - Case Study Research: Design and Methods. 4th ed. London (2009) Saaty TL - The analytic hierarchy process. New York: McGraw-Hill (1980)

Ofori G - Greening the construction supply chain in Singapore, European Journal of Purchasing and Supply Management (2000)

Bresnen M; Marshall N

- Building partnerships: Case studies of client-contractor collaboration in the UK construction industry. Construction Management (2000)

- The engineering or evolution of co-operation? A tale of two partnering projects. International Journal of Project Management (2002)

Ballard G - “Lookahead Planning: The Missing Link in Production Control”, Proc. 5th Annl. Conf. Intl. Group for Lean Constr. (1995)

Porter ME

- Competitive strategy: techniques for analysing industries and competitors. Free Press (1980)

- Competitive advantage: creating and sustaining superior performance. The Free Press (1985)

Ballard G; Howell G

- Toward construction JIT, in L. Alarcón (Ed.). Lean construction. Rotterdam: A. A. Balkema (1997)

- What kind of production is construction, in 6th Annual Conference of the International Group for Lean Construction, Guarujá, Brazil (1998)

Akintoye A; McIntosh G; Fitzgerald E

- “A survey of supply chain collaboration and management in the UK construction industry”, European Journal of Purchasing & Supply Chain Management, Vol. 6

(2000) Dainty ARJ;

Briscoe GH; Millett SJ

- “New perspectives on construction supply chain integration.” Supply Chain Manage. Int. J. (2001)

Quadro 3 – Principais Obras Referenciadas Fonte: BibExcel (2017)

O autor Lauri Koskela individualmente também é citado 65 vezes. Em uma de suas obras, de 1992, descreve um estudo da aplicação de uma nova filosofia de produção à construção, o Lean Construction e, em 1999, o artigo publicado demostra que a prática atual, em construção, é baseada na visão de transformação (gerenciamento de tarefas), um erro de idealização, segundo o autor, devido à variação inerente à produção na construção. Argumenta-se que a visão de

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transformação e a visão de fluxo (gestão de fluxo contínuo de material, composto de transformação, inspeção, movimentação) devem ser sintetizadas em uma nova visão e é referido que o método “Last Planner” combina os elementos centrais de gerenciamento de tarefas e gestão de fluxo para o controle de produção na construção.

O autor Michael Latham, citado aqui 55 vezes, tem como foco do seu trabalho mudar as práticas da indústria no Reino Unido, visando aumentar a eficiência e reduzir o desperdício.

Citado 44 vezes, o autor Martin Christopher tem, entre suas principais obras, o livro “Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, criando redes que agregam valor” em que descreve os principais processos logísticos e o gerenciamento eficaz da cadeia de suprimentos, como iniciativas para assegurar lucratividade nos negócios e manter a vantagem competitiva no mercado globalizado.

Thomas Lorie Saaty foi o inventor dos métodos “Analytic Hierarchy Process

-AHP” e “Analytic Network Process”. O método AHP é utilizado pelo mundo todo em

diversos campos como no governo, negócios e indústria, pois sua aplicação auxilia os profissionais nas tomadas de decisões complexas e também justifica essa escolha.

George Ofori escreve, sobre os processos de construção em Cingapura, como o uso do gerenciamento de cadeia de suprimentos (SCM) aplicado pode ajudar a garantir a cadeia de abastecimento da construção civil e impulsionar o seu sucesso.

Mike Bresnen e Nicholas Marshall têm seus estudos voltados para os sistemas de parcerias e alianças na construção civil, enquanto Glenn Ballard analisa os sistemas de produção e junto com Greg Howel analisa o tipo de produção que é a construção.

Michael Eugene Porter, no seu clássico livro sobre estratégia competitiva, apresenta técnicas para as empresas criarem e sustentarem a vantagem competitiva, tanto em termos de custo quanto de diferenciação.

Akintola Akintoye, George McIntosh e Eamon Fitzgerald fazem uma pesquisa, utilizando o Método Survey sobre a colaboração e gestão da cadeia de

suprimentos, no setor de construção do Reino Unido e tem, como resultado, os benefícios da formação de parcerias entre empreiteiros, fornecedores e clientes.

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Também relatam alguns obstáculos, como a falta de compromisso com a diretoria, estruturas de apoio inadequadas e falta de conhecimento da filosofia do gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM) e sugerem treinamentos em todos os níveis para superar essas barreiras.

Andrew R. J. Dainty, Geoffrey H. Briscoe e Sarah J. Millett, no artigo “New

perspectives on construction supply chain integration”, apresentam a existência de

barreiras significativas nas pequenas e médias empresas (PME) para a integração dos fornecedores no setor da construção e sugerem maiores esforços para alcançar os benefícios mútuos da integração, objetivando o alcance de melhores desempenhos.

Robert K. Yin escreve o livro “Case Study Research: Design and Methods”, em que explica o método de pesquisa, estudo de caso, descrevendo os passos a seguir para um melhor aproveitamento dessa metodologia.

2.2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para Rodrigues (2007), o referencial teórico busca os conceitos disponíveis do assunto a ser pesquisado, através da construção organizada e sistematizada do conhecimento de teorias e abordagens de múltiplas perspectivas.

No presente estudo, o referencial teórico aborda assuntos relativos ao ambiente concorrencial, organização, estratégia, desempenho e logística na construção.

2.2.1 Ambiente Concorrencial

O ambiente concorrencial pode ser estudado a partir do modelo de cinco forças desenvolvido por Michael Porter (SERRA, TORRES E TORRES, 2004). Para Porter (1980), as cinco forças que afetam a competitividade são: rivalidade entre os concorrentes, poder de barganha dos clientes, poder de barganha dos fornecedores, ameaça de novos entrantes e ameaça de produtos substitutos.

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2.2.2 Organização

Meireles (2003) define que a organização é um produto que pode ser abordado como um conjunto articulado de pessoas, métodos e recursos materiais, projetado para um dado fim e balizado por um conjunto de imperativos determinantes como crenças, valores, culturas, entre outros.

As características da organização nesse estudo podem ser divididas em 4 fatores: estrutura, forma de gestão, formação de pessoal e relações humanas (clima organizacional).

A estrutura organizacional é definida por Cummings e Worley (2008) como um instrumento gerencial, usado para alcançar os objetivos organizacionais. É o resultado da utilização de meios de coordenação e processos de divisão do trabalho, como as departamentalizações e formalizações das atividades e processos envolvidos na execução das atividades.

Jones e George (2008) afirmam que a forma de gestão tem no propósito de atingir os objetivos da empresa, o uso do conjunto de valores, normas, rotinas e crenças de trabalho, atuando na interação dos indivíduos, grupos ou equipes.

De acordo com Jones (2010), o bem mais importante de uma organização são os recursos humanos. O diferencial de uma organização são as competências dos funcionários, portanto, essas devem ser monitoradas continuamente e regularmente ser motivado o desenvolvimento de novas habilidades e capacidades.

Segundo Chiavenato (2008) toda organização possui clima organizacional (relações humanas) e está sujeito ao estado em que cada membro se sente em relação à empresa, podendo ser: saudável ou doentio, positivo ou negativo, satisfatório ou insatisfatório. Portanto, essa influência de motivar as pessoas, seus desempenhos e satisfação no trabalho reflete a importância das relações humanas na organização.

2.2.3 Estratégia

O conceito de estratégia é bastante variável. Um deles interpreta os meios desenvolvidos pela alta administração para conseguir atingir os resultados determinados na missão e os objetivos gerais da organização (WRIGHT, KROLL E PARNELL, 2000).

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Porter (1985) define a estratégia empresarial como a maneira de lidar com a competição e propõe estruturas para orientar as empresas a criarem e manterem a vantagem competitiva em seus setores, divididas em dois fatores: custos e diferenciação.

Vieira et al. (2013) investiga o alinhamento estratégico em construtoras, focando na estratégia competitiva e na estratégia de produção e destaca os critérios competitivos priorizados nas empresas. Os autores demonstram a importância da estratégia no contexto competitivo, apresentam as diferentes percepções de seus integrantes dentro da organização e destacam a quantidade limitada de estudos sobre os temas.

2.2.4 Desempenho

De uma forma ampla, o desempenho da organização pode ser definido como um conjunto de tarefas que visam um objetivo em comum entre diversas áreas de uma empresa. Zayed et al. (2012) analisam o desempenho das organizações da construção através de um conjunto de dezoito fatores, além dos aspectos financeiros, com o objetivo de identificar os fatores de sucesso e desenvolver padrões de previsão de desempenho das empresas, identificando os pontos fracos e encontrando soluções para o crescimento organizacional e, consequentemente, o aumento do lucro.

Slack (1993) define cinco critérios de desempenho nas relações existentes entre os aspectos internos e externos do ambiente de negócios para serem competitivas:

 Qualidade (produzir os produtos e serviços de acordo com as expectativas do cliente);

 Velocidade (entregar produtos ou serviços dentro dos prazos estipulados);  Confiabilidade (cumprir as datas e prazos estabelecidos com os clientes e garantir a confiança nos produtos e serviços oferecidos pela empresa)

 Flexibilidade (oferecer diferentes produtos e serviços aos clientes); e  Custos (oferecer produtos e serviços com menores preços).

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2.2.5 Logística (Relação com o Cliente / Fornecedor)

Segundo Barbosa, Muniz e Santos (2007), a logística não é um novo processo ou uma metodologia administrativa, ela existe desde que o ser humano precisou transportar a produção excedente para trocar com seus vizinhos.

O conceito de logística, segundo Dias (2005), é definido como o processo de planejar, executar e controlar o fluxo de suprimentos, a armazenagem e o fluxo de informações de forma econômica e eficaz, durante todo o processo, com o objetivo de atender as necessidades dos clientes.

Segundo Ballou (2011), a logística é um plano administrativo e facilitador do fluxo de produtos, que gera aumento da rentabilidade dos serviços, através do controle das atividades, organização e planejamento. O autor ainda descreve a importância da logística e a necessidade do planejamento como meio de diminuir os riscos e aumentar o sucesso das organizações, no mercado competitivo.

Christopher (2012) define logística como um processo estratégico de aquisição, transferência e armazenagem de materiais e produtos acabados com o objetivo de ampliar o lucro, através da redução de custos.

Nas literaturas que tratam da logística, tem-se entendido que o setor da construção civil pouco se beneficia dessa tecnologia e que, com os procedimentos logísticos delineados corretamente, é possível à construtora fomentar seus processos de trabalho, servidos de eficiência, eficácia e efetividade (REZENDE et

al., 2013).

Segundo Martinho et al. (2015), a logística favorece um bom gerenciamento e um alto índice de produtividade nas obras, portanto, a implantação desse sistema resultará em melhores lucros, redução de custos e efetivo controle de qualidade.

Algumas variáveis logísticas aparecem no modelo de cinco forças competitivas desenvolvidas por Porter.

2.3 REVISÃO DE LITERATURA

Após a avaliação dos títulos das 774 publicações, selecionaram-se 67 publicações consideradas pertinentes ao tema desta pesquisa. Deste total, obteve-se acesso a 58 publicações, das quais 14 foram integralmente analisados e

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selecionados 6 artigos, com pertinência ao tema da pesquisa. A partir destas análises e utilizando as ferramentas de artigos por similaridade e artigos por citações no Google Acadêmico, foi possível encontrar mais 6 textos pertinentes ao tema. Os 12 artigos mais relevantes em relação ao tema desta dissertação estão relacionados no quadro 4 e comentados a seguir.

AUTOR OBRA

Cooper e Ellram Characteristics of supply chain management and the implications for purchasing and logistics strategy

Akintoye, McIntosh e Fitzgerald

A survey of supply chain collaboration and management in the UK construction industry

Saad, Jones e James A review of the progress towards the adoption of supply chain management (SCM) relationships in construction.

Kuei et al. Developing supply chain strategies based on the survey of supply chain quality and technology management

Love, Irani e Li A model for supporting inter‐organizational relations in the supply chain

Kannan e Tan Just in time, total quality management, and supply chain management: understanding their linkages and impact on business performance

Lint et al. A structural equation model of supply chain quality management and organizational performance

Chow et al. Supply chain management in the US and Taiwan: An empirical study

Verma e Seth A conceptual framework for supply chain competitiveness Papadopoulos et al. Supply Chain Improvement in Construction Industry Vidalakis, Tookey e

Sommerville

The logistics of construction supply chains: the builders' merchant perspective

Seppänen e Peltokorpi

A New Model for Construction Material Logistics: From Local Optimization of Logistics Towards Global Optimization of On-Site Production System.

Quadro 4 – Artigos mais relevantes Fonte: Autora (2017)

Cooper e Ellram (1993) já destacavam a importância do gerenciamento da cadeia de suprimentos, na organização, ao relatar uma estrutura de diferenciação entre o sistema tradicional e o sistema de gerenciamento da cadeia de suprimentos e as implicações da gestão da cadeia de suprimentos para compras e logística.

Akintoye, McIntosh e Fitzgerald (2000) relatam, na pesquisa sobre a colaboração e gestão da cadeia de suprimentos da indústria de construção do Reino Unido, feito a partir de um questionário (Survey), que o gerenciamento da cadeia de suprimentos da construção ainda estava na fase inicial de desenvolvimento, apesar da consciência da importância refletida e caracterizada na crescente formação de um número significativo de parcerias entre os empreiteiros, fornecedores e clientes

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após a publicação dos relatórios de Latham (1994) e Egan (1998) (os dois relatórios são citados na análise bibliométrica, pois destacam a utilidade da gestão da cadeia de suprimentos para a indústria da construção civil, ao procurar práticas na indústria do Reino Unido, com o intuito de aumentar sua eficiência). Os resultados identificaram, como fundamento, o planejamento da produção e a função de compras para a aplicação do gerenciamento da cadeia de suprimentos na construção e citam, como osbstáculos ao sucesso, os seguintes pontos: a cultura no local de trabalho, a falta de compromisso com a alta administração, estruturas de apoio inadequadas e a falta de conhecimento do gerenciamento da cadeia de suprimentos. Também indicam o treinamento e a educação em todos os níveis da empresa para a superação dessas barreiras.

Saad, Jones e James (2002) avaliam os avanços da adoção dos relacionamentos de gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM) na construção e sugerem que os seus profissionais precisam melhorar a compreensão conceitual e as abordagens novas e mais sistemáticas, para a implementação bem-sucedida desse tipo de inovação.

Para ser mais eficaz, correta e rentável, a cadeia de suprimentos teve que mudar o seu foco tradicionalista de operações e entrega para alcançar a competividade sustentável, segundo o estudo de Kuei et al. (2002). Os autores desenvolveram um processo de duas fases, com as percepções de práticas dos gestores de empresa de negócios de Hong Kong, envolvendo a avaliação empírica de variáveis estratégicas de qualidade da cadeia de suprimentos e tecnologia. Para garantir e sustentar o sucesso empresarial, foi necessário priorizar as variáveis estratégicas e identificar as operações de tecnologia de informação.

Os autores Love, Irani e Li (2002) apresentam as alianças de aprendizagem cooperativa como forma de se obter uma visão compartilhada do aprendizado mútuo e, dessa forma, melhorar a eficácia das operações comerciais da construção, o que pode resultar na satisfação do cliente interno e externo. Ainda sugerem que as organizações procurem fazer as alianças de longo prazo para ganhar vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes, através da implementação das relações estratégicas com foco no cliente-fornecedor.

O estudo de Kannan e Tan (2005) apresenta a relação entre as práticas Just in time, gestão da qualidade total e gestão da cadeia de suprimentos que possuem

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forma, se implantadas em conjunto para agregar valor, à medida em que se correlacionam entre si e com o desempenho, responderam melhor às pressões competitivas. Os resultados também demonstram que um compromisso com a qualidade e uma compreensão do relacionamento da cadeia de suprimentos tem maior efeito no desempenho; são, portanto, fatores significativos para o sucesso de uma empresa.

O artigo de Lint et al. (2005) também apresenta as relações entre as variáveis deste trabalho, pois identifica alguns fatores competitivos que influenciam a gestão da qualidade da cadeia de suprimentos, em Taiwan e Hong Kong, demonstrando que as práticas de gestão de qualidade (QM) estão correlacionadas com a estratégia de participação e de seleção dos fornecedores, o que, por sua vez, influencia os resultados comerciais e os níveis de satisfação do cliente.

Através da modelagem de equações estruturais, o artigo de Chow et al. (2008) explica como o gerenciamento da cadeia de suprimentos (competências e práticas) ajuda a melhorar o desempenho organizacional de uma empresa. Com o objetivo de satisfazer os requisitos do cliente, as competências da cadeia de suprimentos têm efeitos positivos sobre o desempenho organizacional, assim como sobre as práticas de integração e serviços ao cliente.

O estudo de Verma e Seth (2011) apresenta um quadro conceitual da competitividade da cadeia de suprimentos dividido em atividades, ambientes e resultados e também descreve a importância dessa iniciativa, em que as atividades dos fornecedores, fabricantes e distribuidores estão inter-relacionadas em um ambiente competitivo global, além de outras implicações como os fatores econômico, político, técnico, sociocultural e demográfico.

O relatório de pesquisa de Papadopoulos et al. (2016) fornece um conjunto de proposições para melhorar e alcançar vantagens competitivas através do gerenciamento da cadeia de suprimentos da construção, com uma abordagem promissora de integração entre os fornecedores, empreiteiros e clientes, com base na colaboração, compartilhamento de informações e confiança.

Vidalakis, Tookey e Sommerville (2011), ao estudar os processos logísticos dentro da indústria da construção, demonstram consideráveis benefícios financeiros (redução de custos, maiores lucros e melhor valor para os clientes) sobre o desempenho da cadeia de suprimentos, apesar da natureza fragmentada e o caráter temporário das suas organizações.

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Seppänen e Peltokorpi (2016) concluem, em seus estudos sobre a literatura da logística na construção, que, apesar da importância do tema, a maioria dos estudos focam parte do problema e oferecem soluções parciais. Também sugerem futuros estudos sobre o impacto da logística no desempenho do sistema de produção, com uma abordagem mais sistemática, para ajudar na compreensão e obter ferramentas de decisões logísticas, considerando todas as variáveis impactadas.

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3 ESTRATÉGICA METODOLÓGICA

Metodologia é um conjunto de técnicas e processos aplicados na elaboração de um trabalho cientifico. Segundo Prodanov e Freitas (2013), a metodologia examina, descreve e avalia métodos e técnicas de pesquisa, propiciando a coleta e o processamento de informações, de forma a solucionar o problema investigado.

Para Marconi e Lakatos (2010), esta é a parte da pesquisa que abrange o maior número de itens, respondendo a simultaneamente a questões: como, com quê, onde e quanto.

A Figura 2 apresenta as principais etapas da metodologia utilizada nesta pesquisa. A revisão bibliográfica foi apresentada no capítulo anterior. A base procedimental desta pesquisa é o método Survey aliado à análise descritiva, análise de correlação e utilização do método MICMAC (Multiplicação matricial aplicada a uma classificação) para o estudo dos dados que são descritos a seguir.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A classificação da pesquisa possibilita melhor organização dos fatos e de seu entendimento, confere maior racionalidade às etapas requeridas para a execução, possibilita economia de tempo com a maximização da utilização dos recursos e, certamente, a obtenção de resultados mais satisfatórios (GIL, 2010).

Essa pesquisa pode ser classificada como finalidade aplicada. Segundo Gil (2010), as pesquisas aplicadas contribuem para a ampliação do conhecimento cientifico e sugerem novas questões para investigação.

Quanto ao objetivo, a pesquisa é classificada como descritiva. Gil (2010), relata que o objetivo das pesquisas descritivas é evidenciar as características de um determinado grupo e identificar possíveis relações entre variáveis.

Segundo a natureza dos dados, essa pesquisa é quantitativa, em função do tipo de dados utilizados no questionário como método empregado para a coleta dos dados. Uma das técnicas da pesquisa quantitativa é o Survey, segundo Pinsonneault & Kraemer (1993). A pesquisa Survey pode ser descrita como “a obtenção de dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de

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determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população alvo, por meio de um instrumento de pesquisa, normalmente um questionário”.

Quanto ao desenvolvimento no tempo, esta pesquisa é classificada como transversal, pois a coleta de dados ocorreu nos anos de 2016 e 2017 na forma presencial.

Figura 2 – Estratégia da pesquisa Fonte: Autora (2017)

A seguir serão apresentadas as etapas da figura 2 utilizadas nesta pesquisa. Método Survey Revisão Bibliográfica

Coleta de dados

 Aplicação do questionário;  Compilação dos dados;

 Avaliação da qualidade da mensuração

Referencial teórico

 Definição das variáveis e do constructo Revisão da literatura acerca do tema  Comparação dos resultados Problema

Qual a relação das variáveis logísticas com a organização e a estratégia das empresas no setor da construção?

Planejamento do Survey

 Definição das necessidades de informação;  Identificação das variáveis;

 Definição da população alvo e amostra;  Seleção do método para coleta dos dados;  Desenvolvimento do instrumento de coleta e

mensuração de dados. Evolução do Questionário Análise Descritiva  Histograma Análise Multivariada  Correlação (Spearman)  MICMAC

Representação das correlações das variáveis logísticas com a organização e a estratégia das empresas no setor

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3.2 PROBLEMA DA PESQUISA

O problema desta pesquisa é entender as relações entre os aspectos logísticos, as características da organização e a estratégia das empresas no setor da construção. Conforme foi apresentado de uma maneira mais detalhada no capítulo 1.

3.3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão bibliográfica, apresentada no capítulo 2, serviu de base para a estruturação da pesquisa e foi apresentada em três partes: análise bibliométrica, referencial teórico e revisão de literatura. O referencial teórico serviu de base para elaboração do questionário e orientação geral dessa pesquisa. E a revisão de literatura será utilizada na discussão dos resultados.

A revisão bibliográfica é pertinente à identificação da matéria publicada sobre o tema e promover o entendimento dos conceitos logísticos, praticados nas empresas, assim como das características e estratégias abordadas, e desta forma colaborar com a análise das relações para elucidar as melhoras práticas no desenvolvimento das empresas de construção civil.

3.4 MÉTODO SURVEY

O método Survey deve ser planejado e a sua aplicação ligada aos objetivos de pesquisa. A aplicação desse método é sugerida quando o investigador pretende saber o que, por que, com ou quanto se dá determinada situação (FREITAS, 2000).

O Survey visa à obtenção de dados primários sobre características, ações ou opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população alvo, por meio de um instrumento de pesquisa, pré-definido, normalmente um questionário. (HAIR JR. et al., 2005).

O método Survey inicia-se após uma revisão bibliográfica e definição do referencial teórico. Essas ações colaboram na definição do planejamento

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(necessidades de informação, identificação das variáveis, definição da população alvo e amostra, seleção do método para coleta de dados, desenvolvimento do instrumento de coleta e mensuração de dados) e após a realização do teste piloto, é aplicada a coleta dos dados (aplicação do questionário, compilação dos dados, avaliação da qualidade de mensuração) e feita a análise deles.

3.4.1 Planejamento Survey

O planejamento deste método foi dividido em cinco etapas: a definição das necessidades de informação; a identificação das variáveis; a definição da população alvo e amostra; a seleção do método para coleta dos dados e o desenvolvimento do instrumento de coleta e mensuração de dados.

Para iniciar o planejamento Survey é necessário definir os dados que serão coletados de modo a gerar informações acerca do tema pesquisado e definir a população alvo que, no caso desta pesquisa, foi constituída por construtoras localizadas no Estado do Paraná.

O instrumento de coleta de dados adotado é o questionário, estruturado em seis partes: identificação do perfil da organização, relação com o cliente fornecedor, características da organização, estratégia e funcionamento, desempenho e características do ambiente concorrencial.

A primeira parte do questionário compreende a identificação do perfil da organização e do perfil do entrevistado. A parte relacionada à identificação do perfil da organização é composta por questões discursivas e de múltipla escolha, que compreendem o detalhamento do perfil da organização e do entrevistado, identificando o ano de fundação da empresa, a região de atuação, o número de funcionários, tipo de constituição e administração, área aproximada construída anualmente, sistema de gestão da qualidade ou certificação, ramo da empresa (incorporação, construção de edifícios e obras de infraestrutura), quantidade de empreendimentos executadas e em execução atualmente. Com relação ao perfil do entrevistado as questões são: cargo/função, área em que trabalha, tempo de empresa e curso de formação.

As outras cinco partes foram divididas por questões fechadas constituídas por 12 questões da relação com o cliente/fornecedor, 15 questões referente às

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características da organização, 18 de estratégia e funcionamento, 12 sobre desempenho e 28 questões referente às características do ambiente concorrencial.

A mensuração quantitativa dessas características se dará através da adoção de uma escala de diferencial semântico de sete pontos, com seus extremos inferior (valor -3) e superior (valor +3), em que o respondente deve escolher o valor que maior representa sua opinião.

O quadro 5 apresenta a segunda parte do questionário referente às características do ambiente concorrencial, com 28 questões e tem como objetivo compreender os fatores relacionados as cinco forças de Porter: rivalidade entre os concorrentes, poder de barganha dos clientes, poder de barganha dos fornecedores, ameaça de novos entrantes e ameaça de produtos substitutos.

A rivalidade entre os concorrentes pode ser analisada nas questões sobre: taxa de crescimento do mercado em que a empresa atua, quantidade de empresas concorrentes diretas, distribuição das vendas da empresa, o acesso ao mercado, a segmentação do mercado no qual a empresa atua, a participação no mercado, a previsibilidade do mercado, a disponibilidade de informações referentes ao mercado em que atua e a quantidade de empresas concorrentes diretas.

O poder de barganha dos clientes consta nas perguntas de: quantidade, regionalidade, taxa de retorno para novas negociações, custo para deixar de comprar com a sua empresa e passar a comprar com seu concorrente e a importância da sua “marca”.

Em relação ao poder de barganha dos fornecedores, são analisadas as questões de custo/dificuldade de mudança, quantidade de outras opções de compra de matéria-prima nos concorrentes, nacionalidade, variação dos preços e qualidade das matérias primas entre os fornecedores.

A ameaça de novos entrantes é questionada na forma da venda feita, no nível de diferenciação dos empreendimentos no setor, no nível de investimento em relação ao custo dos empreendimentos e no domínio da tecnologia de execução dos empreendimentos.

E as questões relacionadas a ameaças de produtos substitutos: a existência de produtos substitutos para as matérias primas principais, o impacto da matéria prima nos custos e nas características do empreendimento, a utilização de tecnologias construtivas diferenciadas, o nível de competição entre as empresas do setor e o porte dos concorrentes da empresa.

Referências

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