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Caracteristicas de uma pastagem nativa de cerrado em Demerval Lobao, PI.

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(1)

Caracteristicas de

uma

pastagem nativa de

cerrado

em Demerval Lobao, PI

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria - EM BRAPA Vinculada ao Ministerio da Agricultura

Unidade de ExecUl;:ao de Pesquisa de Ambito Estadual de Teresina - UEPAE de Teresina

(2)

ISSN 0102-6038 Setembro, 1989

Caracteristicas de uma

pastagem nativa de cerrado em

Demerval Lobao, PI

Hoston Tomas Santos do Nascimento

Maria do P.S.C.B. do Nascimento

Gonvalo Moreira Ramos

Jose Herculano de Carvalho

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria - EMBRAP A

Vinculada

ao Ministerio da Agricultura

Unidade de Execuvao de Pesquisa de Ambito

Estadual

de Teresina - UEP AE de Teresina

Teresina

,

PI

(3)

EMBRAP A

/

UEP AE de Teresina

Av

.

Duque de Caxias

,

5650

Fone: (086) 225.1141

Telex: 862337

Caixa Postal 01

64035 Teresina

,

PI

Co mite de Publica~oes:

Pres. Antonio Boris Frota

Sec. Rosa Coqueiro Linhares

Memb. Milton Jose Cardoso

Joaquim Nazario de Azevedo

Paulo Henrique Soares da Silva

Eneide Santiago

Girao

Nascimento,

Hoston Tomas Santos do

.

Caracteristicas

de uma pastagem nativa de cerrado

em Demerval Lobao

,

PI

,

por Hoston Tomas San tos do

Nascimento,

Maria do Perpetuo Socorro C

.

B

.

do

Nas-cimento, Gonvalo Moreira Ramos e Jose Herculano de

Carvalho

,

Teresina

,

EMBRAPA

/

UEPAE

de Teresina,

1989

.

20p. (EMBRAP A

/

UEP AE de Teresina.

Boletim

de Pesquisa,

11)

.

1

.

Pastagens

nativas

- Cerra do - Caracteristicas.

I

.

Nascimento,

Maria

do Perpetuo

Socorro C

.

B

.

do

,

colab. II

.

Ramos

,

Gonvalo Moreira, colab. III

.

Carvalho,

Jose Herculano

de. colab

.

IV

.

Empresa

Brasileira

de

Pesquisa

Agropecuaria

.

Unidade de Execuvao de

Pes-quisa

de Ambito

Estadual

de Teresina

.

V. Titulo.

VI

.

Serie

.

CDD.6

3

3-2

(4)

Resum

o

5

Ab

s

tract

6

Introdu~ao

6

Material e metodos

8

Resultados e discussa

o

13

Conclusoes

17

Literatura

citada

18

(5)

CARACTERlSTICAS

DE UMA PASTAGEM

NATIVA

DE CERRADO

EM DEMER

VAl. LOBAo, PI

- . 1

Hoston

Tomas

Santos

do Nasc~men£o

Maria

do P.S.C.B.

do Nascimento

Gon~a10

Moreira

Ramos2

Jose Hercu1ano

de Carva1h02

RES~

- Em regiao

de cerrado

10ca1mente

conhecida

como

"agres te", si tuada no mun~c~p~o

de Demerva1

Lobao,

PI,

ob

servou-se

0 comportamento

da pastagem

nativa

no periodo

de

05.12.78

a 28.08.79.

Apes

a uniformiza~ao,

atraves

de quei

IDa no

final

da epoca

seca,

foram

co1etadas

amostras,

ae

acaso,

a cada

14 dias,

uti1izando-se

urn retangu10

com

as

dimensoes

de 1,00m

x 0,50m.

As

co1etas

constavamde20

amos

tragens,

ava1iando-se

a cobertura

do solo,

produ~ao

de

IDa

teria parcia1mente

seca

(em estufa

a 709C),

composi~ao

be

tanica

e 0 conteudo

de umidade

do solo

a duas

profuridida

des

(0-15 e 15-30

em). A cobertura

do solo

foi maxima

(em

tome

de 30 a 40%)

dos 91 aos 245 dias de idade

das plan tas.

A produ~ao

de materia

seca

descreveu

urna curva

sigmeide,

atingindo

produ~oes

maximas

(em tome

de 1.800 kZ

MS/ha)

dos

175 aos 245

dias.

0 conteudo

de umidade

do solo,

nas

duas profundidades,

esteve

acima

da capacidade

de

campo

(3,37%),

de dezembro

a junho,

a exce~ao

de janeiro

(02.01.

97). A partir

de junho,

0 conteudo

de

umidade

diminuiu,

nao

atingindo,

porem,

0 ponto

de murcha

(1,15%).

A composi

~ao botanica,

com base

na materia

parcia1mente

seca,

apre

sentou

uma dominancia

de gramineas,

com percentua1

muite

baixo

de 1eguminosas

(maximo

de 1,37%),

e com

teor

maximo

de 12% de outras

especies,

a maioria

nao

uti1izave1

pe10s

animais.

1Eng.-Agr.,Ph.D.,

EMBRAPA/Unidade

de Execu~ao

de Pesquisa

de Ambito

Estadua1

de Teresina

(UEPAE

de Teresina,

Caixa

Postal

01,

CEP 64.035.

Teresina,

PI.

(6)

ABSTRACT -

In a cerrado-type vegetation area, localy known as "agreste", in Demerval Lobao, PI, a range monitoring was done from 12.05.78 to 08.28.79. Following a burning at the end of the dry season, samples were taken at 14 days interval, in a 1,00m x 0,50m frame. At the sampling dates 20 samples were taken for each of the following: so il cover, dry matter production (at 70QC), botanical co; position, and soil moisture content at two depths (0-15 and 15-30 cm). The highest percentages of soil cover ob served (about 30 to 40%) were from 91 to 245 days of growth~ The dry matter production followed a S - shaped (sigmoid) curve, with a plateau about 1.800 kg MS/ha, from 175 to 245 days of growth. The soil moisture content at both depths was higher than the field capacity (3,37%) from D~ cember to june, except at the beginning of January. After June the soil moisture decreased, but not reaching the wilting point (1,15%). The botanical composition, based on dry matter, presented a much higher proportion of gras ses, with only a few legumes (maximum of 1,37) and with

a

maximum content of other species, mostly not eattenby the animals, of 12%.

o

cerrado piauiense, localmente conhecido como a greste, ocupa, segundo Ferri (1977), 46% da area do Esta do. Par sua extensao, pelo sistema de cria~ao extensiv~ predominante e pela reduzida area de pastagens cultivadas que, de acordo com a CEPA (1973), ocupa apenas 3% do to tal de pastagens do Piaui, essa vegeta~ao ede importancia fundamental na alimenta~ao dos rebanhos.

Embora de grande interesse para a pecuaria piauien se, pouco tem sido feito no sentido de se conhecer melhor a pastagem nativa da zona de agreste. Entretanto,

informacoes sabre fenologia, crescimento e valornutritivo das plantas sao fundamentais para se manejar adequadame~ te uma pastagem.

E

fato bastante conhecido que as pastagens nativas apresentam produtividade limitada (Magada et al. 1974;

(7)

Freitas et a1. 1976; Siewerdt et a1. 1973

&

Fernandes et

a1. 1973). Isto deve-se, principa1mente, a grande rustici

dade que as plantas nativas tern que desenvo1ver para se

adaptar as dificeis condi~oes que desfavorecem seu cresci

mento e reprodu~ao (Freitas et a1. 1976). Alguns estudos

tern demonstrado que a produ~ao das pastagens nativase cu1

tivadas e descontlnua (Pedreira 1973a e 1973b, Freitas et

a1. 1976 e Gomide et a1. 1979) e e estreitamente re1acio

nada aos fatores ambientais (Brougham 1955 e 1959).

Perfazendo mais de 80% das ce1u1as e tecidos dos

vegetais em ativo metabo1ismo, a agua e de fundamental im

portancia para a germina~ao, 0 crescimento e a reprodu~a~

das plantas. Isto pode ser demonstrado quando se observa

que quando ha diminui~ao do conteudo de agua de 20 a 25%

do valor maximo de hidrata~ao, freqUentemente e cessado a

maioria dos processos de crescimento (Slatyer 1967). Sen

do 0 solo 0 primeiro substrato, e dele que sao retiradas

grandes quantidades de agua para aque1es processos.

Diante disto, seria desejave1 que 0 conteudo de

umidade do solo permanecesseemniveis em que os vegetais

pudessem suprir suas exigencias, comp1etancJ seu cic10 de

desenvo1vimento. Na regiao de agreste, durante 0 periodo

chuvoso, a umidade de solo permaneceemniveis desejaveis.

Entretanto, no periodo seco, 1imita 0 crescimentodas p1a~

tas.

Em diversas regioes do mundo, 0 fogo e usado como

agente contro1ador de ervas invasoras, ou mesmo para e1i

minar restos de pastagens que nao foram consumidos pe10s

animais (Vi11ares 1966; Arias 1963; Louren~o eta1. 1976).

Para outros autores,o fogo e tido como principal responsa

vel pe1a dispersao e propaga~ao das gramineas (Stoddart

et a1. 1975), tendo em vista que os frutos indeiscentes,

desta familia, cariopses, com sementes soldadas ao peri

carpo, resistem bem ao fogo (Mattos, 1971).

-Embora a queima seja uma pratica muito uti1izada

no manejo das pastagens nas diversas regioes do mundo, as

conc1usoes sobre as vantagens e desvantagens do uso desta

sao.muito controvertidas (Heady 1975; Correa

&

Aronovich

1979; Stoddart et a1. 1975; Fa1zoni 1936; Semple 1970).

(8)

tancias

ainda

e necessar~o,

devido

as dificuldades

em

se

utilizar

outros

processos

de controle

de ervas

invasoras

e de elimina~ao

de restos

de forragem.

Entretanto,

reco

menda-se

que

0

uso seja

controlado,

queimando-se

em

epo

cas, dias

e horas

apropriados,

sempre

apos

terem

sido inY

c

iadas

as primeiras

chuvas,

de modo

a causar menos

danos

ao solo.

A

composi~ao

botanica

pode

indicar

0

grau de utili

za~ao

de uma pastagem

a medida

que

0

maior

ou menor

nume

ro de plantas

desejaveis

ou indesejaveis

esteja

presente~

o

superpastejo

resulta

de mau uso do pasta,

com

0

apareci

mento

de urn grande

nlimero de ervas

invasoras,

eo subpa?te

jo provoca

sobra

de pasto,

que

devera

ser eliminada.

por

ser de baixa

qualidade.

Em

diversos

trabalhos

com

ani-mais,

tern sido

observadas

mudan~as

bruscas

na

composi~ao

botanica

das pastagens

devido

ao superpastejo

(Vilela

et

al.

1976); Macedo

&

Scuder

1980;

Cook et al.

1978).

Ha

uma

tendencia

para

as especies

mais

desejaveis

serem

subs

tituidas

pelas

de menor

qualidade,

devido

ao processo

de

seletividade

dos animais.

o

conhecimento

da composi~ao

botanica

e a identifi

ca~ao

das especies

que

compoem

uma pastagem

contribuem

p~

ra melhorar

0

seu manejo,

procurando-se

preservar

as

es

pecies

que of ere cernmaior

potencialidade.

o

presente

trabalho

busca

encontrar

informa~oes

ba

sicas

sobre

aspectos

fenologicos,

composi~ao

botanica,dis

ponibilidade

de materia

seca,

cobertura

e umidade

do solo

em area

de pastagem

nativa

da zona de agreste.

o

experimento

foi conduzido

em uma propriedade

par

ticular,

a fazenda

Betania,

localizada

no municipio

de De

merval

Lobao,

PI, e di

s

tante

cerca

de 10 km

da sede

mun~

cip

.

al.

A sede

do municipio

esta

situada

a uma altitude

de

102 m, a 59 21'

de latitude

sul e a 42940'

de

longitude

oes te.

(9)

o

clima

do municipio

e

0

AWt

de acordo

com a clas

sifica~ao

de K~ppen

(CEPA

1973)

.

A precipita~ao

e

0

nu

mere

de dias

de chuva

durante

0

periodo

experimental

es

tao apresentados

na

Tabela

1.

Na

area

experimentalt

ha predominancia

de

solo

Podzolico

Vermelho

Amarelo

e de Areias

Quartzosas.

Sao

solos

com boas

propriedades

fisicas t profundos

e

bem

dre

nados.

Entretantot

possuem

baixa

fertilidade

naturaltbai

xo pH e alto

teor

de aluminio

trocavel.

Os resultados

da

analise

quimica

do solo

da area

experimental

sac apresen

tados na Tabela

2. A capacidade

de reten~ao

de agua

dos

solos

dessa

area

e muito

baixa

(Fig.

1).

Uma vegeta<;ao arborea

rala

predomina

na regiao

re

presentada

principalmente

pela

faveira

(Parkia

platyce=

phala)t

cajui

(Anacardium

sp.)t

piquizeiro

(Caryocar

co-riaceum) tpau pombo

(Taperira

sp

.

) t

j atoba

(Hymenaea s~

murici

(Byrsonimia

sp) et sob estat

em estrato

herbaceo

constituido

principalmente

de gramineast

tais

como:

ca

pim

agreste

(Diectomis

fastigiata)t

Paspalum

gardri

e

ria=

numt

Trachypogon

plumosust

Andropogon

leucostachyust

Axo

nopus

plucher

e leguminosas

dos generos

Centrosemat

Zor-niat

Cassiat

Aeschynomene

e Galactia

(Nascimento

et ~

1978).

Coletas

de amostras

Em

areas

representativa

da reg:ao

de agreste t uni

:.

formizada

por

uma queima

no

final

da epoca

secat

coleta

ramrse

amostras

de pastagem

nativa.

As

coletas

foram

feitas

a cada

duas

semanast

ao

a~asot

utilizando-se

urn retangulo

/

de

ferro

com as

dimen

soes

de 1 m x 0t50 m. Em

cada

coleta

a pastagem

foi amos

trada

20 vezest

definindo

-

se

que

a cada

20 passos,

em

uma

determinada

dire<;aot assentava-se

0

retangulo.

A cada retangulo

amostradot

tres

individuos

fazi

am uma estimativa

visual

da percentagem

de cobertura

do

solot

anotando-se

urn valor

medio.

Posteriormentet

fazia-se

0

corte

de todas

as plantas

contidas

no

retangulo,

a

uma altura

de 0-10

cm do solo

,

dependendo

da altura

das

plantas.

A area

coletada

era

identificada

com urn piquete

para

que nao

se procedesse

outra

coleta

no mesmo

local

.

(10)

TABELA

1.

Precipita~ao

pluviometrica

e numero

de

dias

de chuva

de novembro

de

1978

a de

zembro

de

1979.

Precipita

~ao

(mm)

NQ

dias

chuva

Precipita

~ao

(mm)-NQ dias

chuva

Janeiro

Fevereiro

Mar~o

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

87,2

45,0

289,2

294,6

211,4

109,2

84,6

1,2

0,0

22,2

2,2

58,2

12,0

221,6

11

11

11

6

6

1

o

3

1

2

1

5

*Pluviometro

instalado

na area

experimental

em n~

(11)

TABELA

2. Resultados

da analise

quimica

do solo

da regiao

de agreste

sob

pastagem

nativa*.

Caracteristicas

quimicas

Resultados

Interpreta<;ao**

5,2

Fortemente

acido

0,6

Alto

0,8

Baixo

3,0

Baixo

t-' t-'

1,6

Baixo

pH em agua

(1:2,5)

Al+++

trocavel

(mE%)

Ca++

+ Mg++

(mE%)

P

(ppm)

K

(ppm)

*Analise

feita

no laboratorio

de fertilidade

de solos

do Departamento

Nacio

nal

de Obras

Contra

as Secas

(DNOCS)

- l§ Diretoria

Regional,

Teresina.

**Segundo

Bloise

et al.

(1977).

(12)

12 Q) 4J en Q) H 00

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TU

lf

1

(13)

em estufa de circula~ao for~ada de ar, a 709C, por 72 h0 ras, Em seguida, eram pesadas para se determinar a percen tagem de materia parcialmehte seca. Com base nesta, foY feito 0 calculo da produ~ao de materia parcialmente seca por hectare. A composi~ao botanica, em termos de grami neas, leguminosas e outras familias, foi determinada com base na produ~ao de materia parcialmente seca, por hecta

re, destas familias.

-Foram coletadas amostras de solo a duas profundida des (0-15 e 15-30 cm) para se determinar a umidade, cada vez que se fazia coleta das forrageiras.

A cada profundidade eram colhidas, ao acaso, tres amostras de aproximadamente 100 g de solo, que eram cola cadas em latas de aluminio aferidas. As latas contendo 0

solo eram pesadas e secadas em estufa a 1059C durante 48 horas. Apes a secagem pesava-se novamente, determinando-se 0 conteudo de agua pel a diferen~a de peso antes e apes a secagem.

Dados da percentagem de cobertura de solo, produ~ao de materia parcialmente seca, composi~ao botanica com ba se na materia parcialmente seca e umidade do solo a duas profundidades (0-15 e 15-30 cm) da area experimental es tao apresentados nas Tabelas 3 e 4 e Figura

1,

respectiv~ mente.

As maiores percentagens de cobertura do solo, em torno de 30 a 40% (Tabela 3), foram observadas dos 91 aos 245 dias de crescimento da pastagem, no caso, de meados de fevereiro a meados de julho. As oscila~oes em torno do maximo SaD resultantes da sucessao das especies na forma ~ao da composi~ao botanica. a aumento inicial da cobertu ra do solo e devido tanto ao aparecimento de novas plan tas, como tambem ao crescimento cumulativo das plantas.

A

partir de julho, com 0 inicio do periodo sec~ verifica-se matura~ao e senescencia das plantas, resultando em decres cimo da cobertura do solo. Em pastagens nativas de

GuaT

ba,RS e Ponta Grossa,PR, Schreiner (1972) observou ape nas 22% e 32% respectivamente, de solo descoberto. as re sultados obtidos neste trabalho denotam uma percentagem

(14)

14

TABELA 3. Variacao da percentagem de cobertura do solo

e

da producao de materia seca por hectare, da pa~

tagem nativa da regiao de agreste

em

Demerva1

Lobao, PI

.

Idade

Data da

Percentagem de co

Producao de

materia seca

(dias)

coleta

bertura do solo

(kg/ha)

21

05.12.78

10

107,42

35

19.12.78

15

265,52

49

02.01

.

79

21

453,35

63

16.01

.

79

19

508,91

77

30.01

.

79

20

648,25

91

13.02.79

40

977 ,09

105

27.02.79

27

1

.

022,47

119

13.03.79

33

1

.

422,80

133

27.03.79

32

988,80

147

10.04.79

38

1

.

087,87

161

24.04.79

33

1

.

568,45

175

08.05.79

34

1

.

820,10

189

22.05.79

39

1

.

789,02

203

05.06.79

34

1

.

928,78

217

.

19.06.79

45

1

.

970,20

231

03.07.79

37

1

.

708,80

245

17.07.79

39

1

.

785,30

259

31

.

07.79

28

1

.

180,70

273

14.08.79

30

1

.

196,20

287

28.08.79

28

1

.

237,40

(15)

TABELA 4. Varia~ao da composi~ao botanica da pastagem n~

tiva da regiao de agreste. Demerva1 Lobao, PI.

Idade (dias)

Data da

coleta

Composi~ao botanica

(%

na materia parcia1mente seca)

Outras fami1ias

21

35

49

63

77

91

105

119

133

147

161

175

189

203

217

231

245

259

273

287

05.12.78

19.12.78

02.01.79

16.01

.

79

30.01

.

79

13.02.79

27.02.79

13.02.79

27.03.79

10.04.79

24.04.79

08.05.79

22.05.79

05.06.79

19.06.79

03.07.79

17.07.79

31

.

07.79

14.08.79

28.08.79

100,00

100,00

98,90

99,34

96,96

94,89

95,36

96,75

94,09

99,22

94,49

87,77

88,89

92,41

92,36

91,86

95,84

95,38

98,54

100,00

tra~os tra~os tra~os

0,00

1,10

0,66

3,37

4,66

4,64

3,25

4,92

0,78

5,51

12,17

10,89

7,44

6,27

8,13

4,16

4,61

1,45

0,00

0,00

0,00

0,44

0,00

tra~os tra~os

0,72

0,22

0,15

1,37

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

(16)

a1ta de solo descoberto, principa1rnente ao inicio das chu vas (dezembro-janeiro), mas tambem, mesmo em seu estado mais 1uxuriante no periodo chuvoso. As pastagens nativas da zona de agreste sac constituidas basicamente de grami neas cespitosas, cujo habito de crescimento nao favorece elevadas percentagens de cobertura do solo. A1em disso, existe na area um nlimero re1ativamente e1evado de arvores (nao consideradas neste traba1ho), que contribuem para

uma

rnenor cobertura do solo pe10 estrato herbaceo.

o

crescimento acumu1ado da pastagem nativa (Tabe1a 3), expresso em termos de materia parcia1mente seca (kg/ ha), descreveu a curva tipica, ou seja, uma curva sigmei de, atingindo produ~oes maximas em tome de 1.800 kg de materia parcia1mente seca por hectare, dos 175 aos 245 dias. Apes esse periodo, houve um decrescimo 1ento de pro du~ao provocado pe1a diminui~ao do crescimento de algumas especies que atingiram 0 final de cic10. Diversos traba 1hos com pastagens nativas e cu1tivadas re1atam que 0 crescirnento acumu1ado, no inicio apresenta-se linear, atin ge 0 maximo e depois decresce (Andrade & Gomide 1971; FreT tas et a1. 1976; Pedreira 1973a e 1973b e Ruiz 1976). Is so ocorre devido as plantas forrageiras apresentarem muT tip1ica~ao intensa das ce1u1as no ponto de crescirnento, ~ 10ngando 0 cau1e rapidamente ate atingirem a fase de re produ~ao e entrarem em senescencia.

A1em do cic10 da p1anta, 0 c1ima concorre para a estaciona1idade de produ~ao forrageira (Pedreira 1973a e 1973b; Freitas et al. 1976). As baixas temperaturas e a ausencia de 1uminosidade 1imitam a produ~ao de forragem nas zonas temperadas (Cooper

&

Taiton 1968). Na zona de a

greste, a temperatura e a 1uminosidade parecem nao 1imT tar 0 crescimento das plantas, todavia, 0 conteudo de UIDl

dade do solo concorre para a diminui~ao da plodu~ao de forragem no periodo de fa1ta de chuva.

o

conteudo de umidade do solo sob pastagem nativa de agreste, em duas profundidades (Figura 1), esteve aci ma da capacidade de campo (3,37%) de dezembro a junho, co~ exce~ao do veranico de janeiro (02.01.79), indicando um excesso de agua no periodo. A partir de junho, 0 conteudo de umidade diminuiu, todavia, nao atingindo 0 ponto de

(17)

murcha

(1,15%),

exp1icando,

ta1vez,

porque

as especies

her

baceas

da pastagem

nativa

de a

g

reste

permanecem

parcial

mente

verdes

durante

0 periodo

seco

do ano.

-A composi~ao

botanica

do estrato

herbaceo

da

pasta

gem nativa

de agreste,

com base na materia

parcia1mente

se

ca (Tabe1a

4), apresentou

uma dominancia

de gramineas

du

rante

todo 0 periodo

experimental

.

Nos

primeiros

dias

apos

a uniformiza~ao

por

uma queima,

observaram-se

100

%

de p1~

tas desta

familia,

indicando

sua maior

resistencia

ao fogo,

sendo

as primeiras

a se recuperarem.

De a

c

ordo

co

m

Stoddart

et a1.

(1975) e Mattos

(1971) 0 fogo e urn grande

a

ux

i1iar

na propa

g

a~ao

das

gramineas

em diversas

regioes

d

o

mundo

.

Sabe-se

que

a pastagem

nativa

de agreste

tern sido

c

ons tan

temente

submetida

a queimadas,

sejam

a

c

identai

s

ou int

e

;

c

ionais,

tal como ocorreu

ao inicio

deste

traba1ho.

Tal

fa

to, ta1vez

exp1ique

a dominancia

de gramineas

no

estrato

herbaceo

desta

pastagem.

Na mesma

tabe1a,

observa-se

urn

percentua1

muito

baixo

de 1eguminosas,

com urn teor

maximo

de 1,37%,

indicando

a pouca

disponibi1idade

de 1eguminosas

herbaceas

na

regiao

de agreste.

Quanto

a outras

e

species,

provave1mente

nao

c

onsumidas

pe10s

animais,

tambem

tern pe

quena

contribui~ao

na

composi~ao

botanica

do estrato

herba

ceo, entrando

com urn maximo

de 10 a 12% ao final

do perio=

do chuvoso

(mes de maio).

A percenta

g

em

de cobertura

do solo

foi ma

x

ima

(em

tomo

de 30 a 40

%

)

dos 91 aos 245

dias

de idade

das

plan

tas. A produ

~

ao

de materia

parcia1mente

s

ec

a d

e

scr

e

v

e

u uma

curva

si

gm

oide,

com produ

~

o

e

s

maximas

(em tome

de

1.800

kg/ha)

dos 175 dias aos

2

45 dias.

0 cont

e

udo

de umidade do

solo

a duas profundidades

esteve

acima

da capacidade

de

campo

(3,37

%

),

de dezembro

a junho,

a exce~ao

de

janeiro

(02.01.79).

A partir

de junho,

0 conteudo

de umidade

dimi

nuiu,

todavia

nao

atingindo

0 ponto

de murcha

(1,15

%

).

A

composi~ao

botanica

com base

na materia

parcia1mente

seca,

apresentou

dominancia

de

g

ramineas,

urn percentua1

ma

x

imo

(18)

mo de 12

%

de outras especies, provave1mente nao

das pe10s animais.

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