I
-(
RBlorma
Univarsitária:
E
agora?
RESPOSTAS
N:h.
:3
BalBiro
laia
do
trabalho
e
dos
novos
discos
ENT�EVl�TA,,!'JA·15
PulitzBr
inova
B
boima
jornalõBs
CONTRA(;;;t..
?
& "" •Curso d8,Mmâ1iIl18'
da OFS£
-Florianópolis
-Maio
ldUQIIQ
de 2005
-Ano'XX
-Número 3
,.
Dmalva e
António,
dois
insurgentes.
Reunião
do Estado Maior em<�*ambioá
(1972).
Militaresfazem
busca na selva.",pc
nUas
vítimas
naLapa
(RJ): Angelo
Array
e Pedro Pomar:)
r
..'!1f ."'10..
,0.
Livro
baseado
em
documentos
do
Exército
reconta
a
saga
do
--o
-_
Reserva
Raposa
Serra
do Sol divide
governo
emilitares
eprovoca
atentado
contra
professor-
�versitário
IMPRENSA
-Jornais
podam
tar
crédito facilitado
Parceria
internacional
pretende
dar
ajuda
financeira
para
imprensa
de
países
emergentes
A
Associação
MundialdosJornais
e oFundo deEmprésti
mopara Desenvolvimentoda Mídia(FEDM)
estãoseunindoparainvestir mais dinheiroem
projetos
dejornais
depaises
emdesenvolvimento.A
parceria
pretende
darempréstimo
ajuros
baixoseajudar
empresas demídiaindependente,
cui dadosamenteselecionadas,
depaises
emdesenvolvimento paratorná-lasum
negócio
economicamenteviável."Estaé umainiciativaúnica que
poderá,
com o tempo,transformaraassistência à
mídia",
dizTimothy Balding,
diretor
geral
da basedaAMJ
emParis."Nóscriaremosoportuni
dadesseguras paraostodosos
tipos
de investidores-agên
cias de
apoio
àempreendimentos,
corporações,
fundações,
vendedorese ospróprios
jornais
-para fazer
contribuições
significativas
aimpressos
independentes
comapromessadeque eles terãoodinheiro de
volta",
acentua.Para Sasa
Vucinic,
diretor administrativo doFundo,
"estaparceria
iráaproximar
osinteressesdos investidores àsnecessidades da
imprensa.
Issopermitirá
umfuturoseguroaosjornais
independentes, permitindo-lhes
continuarseupapel
vitalem
yaíses
que estãoemtransição
paraademocracia".O FEDMja
temumrecordeemassistênciafinanceira,
tendoarrecadado e
emprestado
mais deUS$
40 milhões naúltimadécada para
45
companhias
em17paises.
Balding
diz que aparceria
do fundo parao desenvolvimentodos
Jornais
Independentes
vaireforçar
osdoismaiores
pilares
dotrabalhodaAM]:
desenvolvimentodapublica
ção
dosjornais
nomundointeiroepromoverumaimprensa
livre. "Isso irádirecionar,
numabasesustentável,
umcrescimento
importante,
masquealgumas
vezestorna-seumapri
oridade
negligenciada:
aabsoluta necessidade dopapel
damídia para quedemocracias
emergentes
alcancem viabilida decomercial".Onovofundo
proverá:
Capital,
atravésdeempréstimos
queserão
ressarcidos,
paranegócios
daimprensa
cuidadosamenteidentificados;
ferramentasparaajudar
novosnegócios
egarantiroreembolso dos
empréstimos
atravésde conselhos deespecialistas;
conhecimentoem comoalavancartecnologias
para acelerar a
auto-sustentabilidade;
suporte
emnegocia
ções
eacompanhamento
paraajudar
osjornais
aresistiraameaças àliberdade de
imprensa.
Aparceria
permitirá
queaoFEDMumcrescimento
significativo
nonúmero deproje
tosque buscaramseusfundos de
empréstimo.
AAMJ
vaiaju
darnabusca denovos investidorese
identificar,
atravésdesuarede
global
dejornais,
beneficiadoscomcredibilidade,
que
sejam
merecedoresdosrecursos.AAMJ
e oFEDMpedirão
aosinvestidores queemprestem,
nãodoemo
dinheiro,
masqueestejam
dispostos
aemprestar
dinheiroa
juros
baixos-aproximadamente
0%.Osinvestidores estarão
aptos,
inclusive,
paradar concessões aos seuscredores,
se elesquiserem,
paradarumimpulso
adicional osprojetos
merecedores. O Fundo deEmpréstimo
paraoDesenvolvimentoda
Mídia, pioneiro
em um novomodelo desuporteà
imprensa,
éfocadonodesenvolvimentoauto-sustentávelde mídia
independente.
Atuando como umamissãodirigida
para fundos derisco,oFEDMentraem umarelação
próxima,
envolvidaedelongo
prazo com cada cliente. Eleparticipa
de cadaempréstimo
einvestimentocommonitoramento
financeiro,
aconselhamentopermanente,
consultoriaespecializada,
treinamentoempresarial
eassistência tecnológica.
A
Associação
Mundial deJornais
defende epromoveumarede mundial de
imprensa
livre. Elarepresenta
18miljor
nais;
seus membros incluem 72associações
nacionais deimprensa, jornais
individuaisem103países,
11agências
de notícias enovegruposregionais
deimprensa.
De
pelego
a
combatente,
SJSC
faz
50
anos e
conta
trajetória
em
livro
OSindicato dos
Jornalistas
Profissionais de Santa Cataria(SJSC) completou
nestedia 13demaio
cinqüenta
anos. Paracomemorar seu meio século de
vida,
oSindicato está realizando diversas atividadesentre
palestras,
debatese umaexposição
queacontecem entreos mesesdemaioejulho.
Emsessão solenenaAssembléia Le
gislativa,
nodia12demaio,
em Vicenzi(centro):
vitória históricaem1987comemoração
alusivaao cinqüentenário,
muitashomenagens
foramfeitas para
alguns
dospresiden
tese
jornalistas
doSJSC
efoilançado
o livroJornalismo
emPerspectiua,
queconta
algumas
dasprincipais
histórias do sindicato desdeasuacria
ção.
Durante estes
cinqüenta
anos, oSindicato dos
Jornalistas
viveuperío
dosmuitodiferentes.
Começou
forteenumeroso,
já
quenaépoca,
o registro
dejornalista
garantia isenção
de
Imposto
deRenda,
desconto de 50%empassagens aéreaseterrestres,aposentadoria especial,
facilidadeparafinanciamentosdecasa
própria
ede automóveleatétratamento especial
naJustiça.
Por isso agrande
adesãoaoSindicato por comercian
tes, por
profissionais
liberais epes soas que nãopraticavam
ojornalis
mo,mas
queriam
usufruir dessesbe nefícios.Comaregulamentação
profissional,
o Ministério do Trabalhoiniciouumavarreduraquemanteria
noSindicato apenasos
jornalistas
formados.Esta seriaa
primeira
transformação
narepresentação
efetivadosjornalistas
catarinenses.Nessa
fase,
osindicato obteveumcerto
prestígio
eprojeção nacional,
principalmente quando
seengajou
emlutascontraa censura e
pelo
estabelecimentoda ordem
jurídica
noBrasil. O
ex-presidente
doSJSC
CelsoVicenzi,
ressaltaaimportância
do Sindicato paraasociedadenos diasde
hoje,
"Temosopapel
degarantir
con-�
adireção
doSJSC,
o MOS também.� tratavadefortaleceraentidadepro
� movendo a
importância
dasindica-lização, já
queamaioriadosjorna
listas do Estado
ignorava
o Sindicato.
Não
poderia
serdiferenteainsatisfação
dosprofissionais
como seusindicato,
já
queomesmo,noperío
do maisobscuro do
Regime Militar,
por
exemplo,
prestava
ajuda
aoServiço
NacionaldeInformações
enviando
informações
sobrejornalistas
doEstado. "Não hámuitos
documentos,
mas
alguns papéis
deixados para trásmostram que
ajudar
os militares aperseguir
jornalistas
foiumadasprá
ticasdo Sindicato duranteos anosdechumbo da história do Brasil" afirma
Gastão
Cassel,
jornalista
eprofessor
de
comunicação
notextoqueescre veuparaolivroJornalismo
emPerspectiva.
Olivro
lançado
emsessãosolenenaAssembléia foitotalmente
produ
zidopor
jornalistas,
dostextosàsilustrações,
da capaaoprojeto
gráfico
ereúnetextosinéditos de 25
profissio
naisquecontamahistória do
jorna
lismocatarinensenosúltimos50anos
fazendo um
resgate
aopassado,
refletindosobreo
presente
eprojetan
doofuturo dessejornalismo.
No
capítulo
"Muita históriaparacontar
(ou
Umahistória porcontar)",
escrito
pelo jornalista
GastãoCassel,
é contado fatos resultantes doenco
rajamento
dosjornalistas
pela
lutadeseus direitos como
manifestações
ousadasem
protestos,
greveseatospúblicos
emquesebuscava fazer aparecer natelevisão mensagens sobre
as
condições
detrabalhodosjorna
listas. Foio casoda
Operação Papa
gaio.
Em diversas transmissões aovivo,ossindicalistastentavamapare
ceratrásdo
repórter
como"papagaio
de
pirata"
comcartazesreivindicandoosdireitosdos
jornalistas.
díções
de trabalho maisadequadas
para queos
jornalistas
possamexer cer comdignidade
essaprofissão
eassimbeneficiarasociedadequevai
dispor
deumjornalismo
dequalida
de. Pois assim teráas
informações
necessárias paratomarsuasatitudes
corretamentepara não poremrisco
ofuturodessa
nação",
diz.Peleguismo
noSindicato-Re
presentante
dejornalistas
emtodooterritório
catarinense,
voltando seusesforços
paraaprofissionalização
dacategoria
e amelhoria dascondições
de trabalho deseus
profissionais,
deveriaser o
objetivo
desteSindicato,
assimcomo ode
qualquer
outromovimentosindical.No entantoas
prin
cipais
preocupações
doSJSC
nemsempreforamessas.
Antesde recebera
expedição
daCarta
Sindical,
osindicatoera aAssociação
dosJornalistas
Profissionais. "E assim funcionou durante
muito
tempo.
Comoumaassociação
ligada
àelite daépoca
que faziajan
tarespara
economistas,
governado
res,
prefeitos,
quehomenageava
generaisna
época
da ditadurae nuncase
opôs
àsituação
política
vigente
nopaís",
afirmaCelsoVicenzi,
primei
ro
presidente
doSJSC
eleitoem1987após
acriação
do Movimento deOposição
Sindical(MOS),
uma mobilização
dos sindicalistas queestavam insatisfeitos com o comporta
mento da entidade.Aomesmotem
po emque denunciavaeenfrentava Textos: Sarah Castro
ZERO
ANOXX- Nº3- MAIO/2005- CURSODE
JORNALISMO- UFSC- CCE
-JOR
Jornal-laboratório
do Curso deJornalismo
da Universidade Federal de Santa CatarinaApoio: LabFoto, LabInfografia,
LabRádio Arte: Alexandre Brandão
Colaboração: Associação
Mundial deJornais,DeanneFitzmaurice,GilbertoAlves, JanetSchwartz,
LuizBittar,MichaelAgliolo,
PulitzerPrize,Sindicato dosJornalistas
deSantaCatarina
Copy-writer:
MariannaAragão,
Ricardo BarretoDireção
de ArteedeRedação:
Professor Ricardo BarretoEdição:
EmíliaChagas,
FrancisFrança,GiovanaSanchez,LeandroUchôas,MariannaAragão,Maurício
Frighetto,
RobsonMartins,SarahCastro,Thiago
MacedoEditoração
eletrônica: AlexandreBrandão,WendelMartinsEditores-executivos:AlexandreBrandão,IsadoraPamplona,
WendelMartins
Fotografia:
LeoMirandaLaboratóriofotográfico:
BrunaMarcon,Marcelo Rafael Secretaria deredação
ecirculação:
IsadoraPamplona
Serviçoseditoriais:Agência
Estado,Agência
Pulsar,
AssociatedPress,
CartaCapital,
ConselhoIndígena
deRoraima,Google,
Folha de SãoPaulo,Knight
Center,Observatório daImprensa,OEstadode SãoPaulo,PrensaTrês,Reuters,SJSC,StockPhotos,UltimoSegundo, Veja,
wwwnytírnes.com,Textos:AlexandreMontenegro,BrunoMoreschi,EmíliaChagas,
FrancisFrança,GiovanaSanchez,
jaquelíne
Li,LeandroUchôas,MarcoJunqueira,MariannaAragão,
MaurícioFrighetto,
SarahCastro,Thiago
Macedo Tratamento deimagens:
Alexandre BrandãoImpressão:
Diário CatarinenseRedação:
CursodeJornalismo
(UFSC-CCE-JOR),
Trindade,
CEP88040-900, Florianópolis,
SCTelefones: 55(48)
331-6599,331-9490,331-9215
Fax:(48)
331-9490Sítio: www.zero.ufsc.br E-mail:zero@cce.ufsc.brCirculação:
Nacional, gratuitaedirigida Tiragem:
5.000exemplares
Deadline:24demaio2005
��....��....
MelhorPeçaGráfica
I,II, III,IV,veXI SetUniversitário-PUC-RS
88, 89,90, 91, 92e98
�
MelhorJornal-laboratório
1Prêmio Foca
Sind. dosJornalistasdeSC -2000
e"ZERO
....
3'Melhor
Jornal-laboratóriodoBrasil
Expocom94
2
UNIVERSIDADE
Nova
amaaça
ao
ansino
do
jornalismo
Reforma
Universitária
reincorpora
o
ciclo
básico
e
traz
o
fim
das
ciências
sociais
aplicadas
Faz
parte
da
lógica
capitalista,
quando
sebusca
regras
novaspara
setores
ímportan
tes,
oprofundo
embate
entre
interesses
econômicos, políticos
eéticos de entidades
distintas.
E
por
isso
que
qualquer
reforma
proposta
pelo
governo federal
que
pretenda
reestruturar
umsetor
significativo
do
país
será
sempre
polêmica,
gerando
inevitavel
mente
revolta"
oucrítica de
umlado
eelogi
os
de
outro.
E
oque
vemacontecendo
como
Anteprojeto
de
Lei
do
Ensino
Superior,
apresentado
emdezembro de 2004
pelo
Ministério da
Educação
(MEC)
aoSenado,
que
estabelece
asbases do
que
pretende
ser aReforma Universitária.
Asentidadesque
representam
osjornalistas
estãoatentasao
projeto
desdeoinício daelaboração
do documento.AFederação
Nacional dosJornalistas (Fenai),
oFórumNacional deProfessoresde
Jornalismo (FNPJ),
e aSociedadeBrasileirade
Pesquisadores
emJornalismo (SBPJor)
já
haviamseunido para debateraspropostas
daprofissão
paraauniversidadee,aindaemoutubro,
apresentaram
umdocumentoaoMECcom suas
reivindicações.
O ministro Tarso
Genro,
aindaantesdeenviaroantepro
jeto
aoSenado,
haviarecebidoosrepresentantes
dastrêsentidadesparadiscutirsuas
ponderações.
Masotextoapresentado
emdezembrodecepcionou
astrêsentidadespor
incorporar
poucas desuasreivindicações.
"Ogovernoclaramentenãoacatounossas
propostas"
lamentaEliasMachado,
presidente
daSBPJor.
Embora insatisfeitascom otexto,as
representações
dosjornalistas
nãoevitamodebate,
comofazemaquelas
conhecidas entidadesmaisfiéisàpostura da
esquerda
tradicional brasileira de demonizar
qualquer
coisaquevenha do governofederal.Elasreconhecemque émomento
de
aproveitar
asdiscussõespara repensarauniversidade,
eque
qualquer
reformaquesepretenda
fazerdeveseorientar
pela produção
de conhecimento edesenvolvimentocientífico,
enãopelo
mercado. Sóassimseriapossível
interromper
oprocessodeprivatização
doensinoiniciadonogovernode Fernando
Henrique Cardoso,
quelevouopaís
aterhoje
70% dasvagasuniversitárias alocadasnauniversidade
privada,
umaaberração
secomparado
como índice deoutrospaíses.
Existeumasériedeavançosno
anteprojeto
do governoque, por
apresentarem
melhoriasparaauniversidade,
indiretamente favoreceriama
pesquisa
e oensinodeJornalismo.
Oaumentodeorçamento
dasuniversidades,
por
exemplo,
éumdos incontestáveisbenefícios,
se ogovernorealmenteencontrarmeiosdesistematizá-lo.A
autonomiauniversitáriaénutraproposta quemereceria
elogio,
desdequesedefinaoquede fato éessaautonomia,
reparando
ascontradições
emoutrospontosdotexto.Umasérie deoutrosavanços
poderiam
tambémsercitadosnotextodo
anteprojeto,
como o PlanodeCarreirae oPisoSalarialparaos
funcionáriosda
universidade,
alimitação
daparticipação
dainstituição
mantenedora,
entidadesproprietárias
dasuniversidades
privadas,
noConse lhoSuperior
dainstituição
privada,
e aexigência
deuma"função
social"paraas
universidades,
tópico
queaindacarecedeesclarecimento.
Comoogovernotinha estabelecido omês demarço
comoprazo paranovas
sugestões
aoanteprojeto,
astrêsentidades
ampliaram
seusdebatesnostrêsprimeiros
mesesdesse ano,e
apresentaram
aoMECotextoContribuições
do
campo
dojornalismo
aodebate sobreoAnteprojeto
deLeida
Educação
Superior.
Odocumentolevantadeforma
conjunta
econsensualpontos
positivos, negativos,
turvose
absurdos,
eseposiciona
contraotextodoantepro-jeto
comoeleestá,
por"evidenciareprivilegiar
somenteumaspectoda
formação:
omercado",
destaca.Do
ponto
devistadoJornalismo,
talvezamaioraberração
doanteprojeto
seriaoretornodociclobásico,
prática
implantada
noBrasilduranteoregime
militarquesignifica
a reservade doisanos nauniversidadeparaoestudode
disciplinas
deformação geral,
nãoespecífica
daprofissão.
Oriundo da proposta de
educação padrão
doBancoMundial,
osistemafoi adotadopelos
EstadosUnidos,
Europa,
epor quase todosospaíses
daAméricaLatina. "Nessespaíses,
houveumadestruição
dauniversidadecomocentrode
produção
desaber." afirmaMachado,
reiterandoque "nosEstados Unidose na
Europa,
ociclo básicosó não foidesastrosoporque lá existemasescolas deelite",
pondera.
Ociclobásico favoreceasuniversidadesque não
pretendem
gastarrecursoscomaimplantação
delaboratórios. Bastariaum
quadro,
umgiz,
evárias carteiras paraquediversos estudantesocupem muitas vagasnaaulade
umsó
professor.
"É
evidenteque é mais econômicoparaauniversidadeoretornodo
ciclo",
destacaSérgio
Murillo,
presidente
daFenaj.
Outra
preocupação
recorrente entreos
jornalistas
éapossível
extinção
docampo desaberondeo
Jornalismo
seinstala,
odeCiênciasSociaisAplicadas.
Comofim do campo,oJornalismo
passaria
provavelmente
aintegrar
asCiênciasHumanaseSociais.
Conseqüên
ciadostradicionaiserrosconceituaisde quem não conhece
Jornalismo,
emqueaprofissão
évistacomoteoriaenãocomo umaprática
profissional
sobreaqual
seproduz
teoria, essedeslocamento de campotambém acabariaporfavoreceras
universidadesque queremensinar
Jornalismo
apenascomquadro
egiz.
A
criação
doConselhoNacional deEducação (CNE),
órgão
quefuncionarianocontrole,
fiscalização
enormatização
dauniversidade,
seriaencaradacomopositiva
paraoJornalismo
caso suaformação
fosserepresentativa
dasociedade.
Entretanto,
otextodoanteprojeto
prevê
quetodososcargos sãonomeados
pelo presidente
daRepúbli-r
texto
evi
ncía
mercado,
destrói
conquistas
e
volta
no
tempo
�
ca, ondeamaioriadosrepresentantes
�
viriadosetorprivado.
"Nósnãoaceita-�
mos aformação
doConselho.Quem
elest
representam?"
indaga
ValciZuculotto,
� diretoraregional
sul daFNPJ
ediretorade�
relações
institucionaisdaFenaj.
Doispontosaindaturvosdo
anteproje
to,queodocumentodastrês entidades
levanta,
sãoofinanciamentodas universidadeseoaumentodo número devagas. O
texto
apresentado pelo
MECprevê
ofimdas
fundações,
masnãoapresenta
alternativasviáveis de
substituição
dofinanciamento
hoje promovido
porelas."Nãofica clarocomovaiserfeitoo
financiamento dasescolas.A
Fenaj
nãocondena,
masissoprecisa
seresclarecido",
dizMurillo. "Se não existemalternativas reaisparasubstituiras
fundações,
épreciso
queogovernoasaceiteeproponhaumaforma decontrole."
complemen
taMachado.Oaumentodo número devagasnas
universidadeséclaramente
positivo,
principalmente
tendoemvista que apenas10%dos
jovens
brasileiros(18
a24anos)
estãonoensinosuperior,
mas ainclusãodeveserfeitacoma
preservação
da
qualidade.
É
nesseponto
queseinstalamas
preocupações.
O crescimentodasvagas
poderia
serpromovido
com odesprezo
porumaestruturauniversitáriamelhor,
ecomaalocação
demuitosalunosem uma mesmasalade
aula,
talcomo ocorre nos
países
vizinhosda América do Sul. Dessaforma,
épreciso
quehaja
umcompromisso
do MEC deaumentaronúmerode
professores paralelamente
aocrescimento de vagas. Atentativadeaumentaronúmerode alunos matriculadosna
universidadeévistapor
alguns
críticos tambémcomo umaformadecontrole social.Ouniversitário seriaumdesem
pregado
amenos. "Setodasaspessoas dauniversidadeestivessemno
mercado,
procurando trabalho,
haveriaum caossocial",
lembra Machado.Esses
aspectos,
somadosaoutroscomo apossível
redução
daduração
dealguns
cursosdequatro
paratrêsanos,e ainsuficiência de tempo
legalmente garantido
dededicação
dosprofessores
àuniversidade,
têmtrazidomuitas
preocupações
paraosjornalistas,
quetememqueseucaráterabsurdo inviabilizeosavanços queareforma
poderia
trazer.Segundo
odocumentoapresentado
pelas entidades,
auniversidadecorre orisco desofrerum
"grave
retrocessopedagógico
naformação
superior
específica
dosjornalistas,
terminando por destruirescolasde
jornalismo
deexcelente
qualidade,
que vêmservindodereferênciaparamelhorareaperfeiçoar
oensinouniversitáriobrasileiro",
adverte.Machadovaialém: "Nósnãotemoscomoaceitarum
projeto
que éumavoltanotempo. Seogovernonosouvirde
fato,
esseprojeto
nãotemcomo serimplantado.
AReformaseriaboapra
ampliar
nossasconquistas,
enão paradestruí-las",
lamenta.Os
representantes
dosjornalistas
estãosepreparando
paraestar
presentes
emcadaetapa
do processo dediscussãoda
reforma,
desdeaelaboração
dopróximo
texto,atésua
votação
emplenário.
Diversossemináriosestãosendoprogramados
nopaís
inteiro,
comaparticipação
das trêsentidades,
quejá
procuramsomar aEnecos(Executiva
Nacional dosEstudantesdeComunicação Social)
nasdiscussões. "Essesdebatesvãodar
repercussão
paranossaspreocupações.
OMECnãovaipoder
ficar insensívelanossas
reivindicações.
Issovai aumentarnossascondições
de
interlocução",
defendeMurillo.Ogrupo executivodoMEC
encarregado
de sistematizarasemendasapresentadas
ao
anteprojeto
estáemprocesso deconsolidação
dotexto quevaiserenviadoà Casa Civil aindaessemês,
para maisalgumas
discussões. Pelaagenda
dogoverno, atéjulho
otextofinal
já
vaiestarnoLegislativo
paravotação.
Leandro
Uchôas
2005 -MAID I www.zero.ufsc.br ZERO -3(
Tráfico
parsagua
jornalistas
no
Mixico
Cinco
mortes,
atentados
e
seqüestros
causam
indignação
da
sociedade
e
de
125
jornais
Umtelefonemananoitedo dia 8 de abril foi oúltimocontato queo
jorna
listamexicanoAlfredoJiménez
Motatevecomo
jornal
emquetrabalha,
oElImparcial,
antesdedesaparecer.
Portele fone celularorepórter
comentoucomuma
colega
de trabalho queteria umencontrode
alguns
minutos comumafonte
"que
andavamuitonervosa".Des de entãoapolícia
nãotempistas
sobre seuparadeiro.
Especializado
emassuntosde segurança
pública
enarcotráfico,o
jornalista
haviapublicado,
semanasantes,umasérie dereportagensin
vestigativas
que revelaram nomes eações
de trêsintegrantes
do cartel deSinaloa,
quetransportadrogas
nonortedo
país.
O
desaparecimento
deMotaseinse-renocontexto dedificuldades que
en-Álvaro
Delgado
do ElProceso:ameaçado
demorteparticipoude váriosatospúblicos
frentaO
jornalismo
mexicano.Apenas
noúltimosemestre,cinco
profissionais
foram
assassinados,
o que levou opaís
a ocuparprimeiro
lugar
noranking
de violênciacontraprofissionais
daFederação
Latino-AmericanadeJornalistas, posição
antesocupa dapela
Colômbia.Osconstantesassassinatoseameaças têm comoprincipal
pano defundoopoder
do narcotráficonosEstadosmexicanosdonorte.
O
perigo
ato de informar-Afronteiracom osEstadosUnidos é área de conflitocrescenteentreosdois
países,
além deserbasedeoperação
dos trêsmaiores cartéis dadroga:
dosirmãos
Carrillo,
de ArellanoFélixe do "ElChapo"
Guzmán. O queocorrenessas zonasurbanas éuma
grande
inje
ção
decapital proveniente
do narcotráfico e o fracasso daadministração pública
emcombaterocrimeorganizado.
Nessas
áreas,
portanto, ojornalismo
dedenúncia,
investigativo,
vivesobconstanteameaça.
Dos últimosseiscasosde violênciacontra
jornalistas
ocorridosno
país,
cinco estãoligados
aonarcotráfico.Naprimei
ra semanade
abril,
acomentaristaGuadalupe
GardaEscamillamorreuvítima deumatentadocomarmade
fogo
quando
saíadeseutrabalhoemumaestação
de rádioemNuevoLaredo, Tamaulipas,
fronteiracom oArizona. Assimcomo[ímé
nez
Mota,
Escamillaseespecializara
emreportagenspoliciais
e comandavaoprogramaPunta
raja
(Ponto vermelho)
narádioXHNOEEstéreo
9,
emque tratavaespecificamente
detemasrelacionados à segurança
pública.
Desdeodia14de abrilaProcuradoria Geral da
República
(PGR)
cuidadoscasosmaisrecentesdeagressão
contrajor
nalistasem
Tamaulipas
eVeracruz.De acordocom odiretoroficial de
polícia
doEstado,
Héctor FernandoGarda,
paraajudar
nasinvestigações
da morte dajornalista Guadalupe
Escamilla foientregueà ProcuradoriaumCDcom
gravações
dosprogramas
produzidos
por elanarádio Estéreo9.Segun
doele,
"foram detectadasnasgravações,
críticascontraaviolência decasosrelacionadosaonarcotráficoemNuevoLa
redo",
oquepode
indicaralinhadepartida
das autoridades paraasolução
docrime.Outrocasoque ilustrao
perigo
dereportarassuntosliga-Declarações
daCampanha
"Ni UnoMás" sãoentreguesparasenadoresnacapital
dosaonarcotráficonafronteira éoassassinatode Raúl Gibb
Guerrero, diretordo diárioLa
Opinion.
ocorrido dia6 de abril. Ojornalista
foiatingido
por 13tirosquando
voltavaparacasa em seu
automóvel,
nacidadedePozaRica. Guerreroeradonodo
periódico
LaOpinion,
noqual
noticiavaações
do narcotráficoedenunciavaamáfiados ladrões de
gasolina
daregião.
A
repórter
CeciliaVargas
tambémsofreuporescreversobreocrime
organizado
nodiárioemquetrabalha,
LaVerdaddelSureste. Nodia 17 de abril suafilha foi
seqüestrada
epermaneceudurantesetehorascomoscriminosos,queexi
giam
que suamãe parasse dedivulgar informações
sobre onarcotráfico.
Peguem
emarmas-Asreações
aosatoscriminososenvolvendo
jornalistas
têmsido severas apenas por parte da sociedade civil.Umamarchasilenciosa realizadaemHermosillonofinaldo mês de abrilreuniu500pessoasqueprotes
taram contraafalta de resultadosnas
investigações
arespeito
do
desaparecimento
deJimenez
Mota.Já após
ofuneraldarepórter Guadalupe Escamilla, repórteres
efotógrafos
montaram
guarda
emfrenteaopalácio
do governoeentregaramao
governador
Eugenio
Hernández Flores cartas nasquais
exigiam
"ações
concretas"para deteraondade violênciana fronteira.Organizações
de defesacomo aRepórteres
Sem Frontei ras(RSF)
também condenaramos crimese alertam paraa necessidade de medidas urgentes. "As autoridades federaistêmde
reagir
lutandocontraocrimeorganizado
egarantin
doa
proteção
dosmeiosdecomunicação",
ressaltouaONG emcomunicado oficial. Aindasegundo
aRSF,
"muitasinvestigações
efetuadasemnívellocal levaramabecossemsaída"eissoalimenta "um clima de
impunidade
que nãopode
continuar". Acríticaéamesmaporparteda
Associação
Mexicanade Editores de
Jornais,
que agrupa 125 diários dopaís.
A entidade reclama "da falta detatoe ofíciopolítico
dopresi
dente"paralidarcomasituação.
De fato airadas
organizações
de defesae da sociedade civilsejustifica:
até agoraasúnicasações
públicas
para resolvero conflito foram de cunhoverbal.Osecretário deSegurança
Pú blicado estado deTamaulipas disse,
demaneira
desastrosa,
que se osjornalistas
sesentemcadavezmais
ameaçados,
entãoqueconsigam
nadelegacia
maispróxima
umporte de armae assim
poderão
defender melhorsuaintegridade
física.O
presidente
VicenteFoxusacomode fesa paraasacusações
deomissãoemrelação
aospresentesatos contrajornalistas
ofatode queem seumandato ele
conseguiu
abranger
aomáximoaliberdade de expres são naimprensa
emgeral
- fatoque não
pode
sernegado.
Noentanto,essaliberdade só
poderá
serusufruída com ofimdomedo e das constantes ameaças sofridas
pelos jornalistas.
Giovana Sanchez
TCE
demora
e
CPI de
vereadores
investiga
as
contas
de
Amin
Mesmo queabancada doPPnaCâmaradeVerea
dores de
Florianópolis
se recuse anomearurnmembro
paraaComissão Parlamentar deInquérito
(CPI)
do
Fundo
dePrevidência,
asinyestigações
serão reali- tzadas.Eoquedizavereadora
Angela
Albino(PCdoB),
que articulouaCPl."Alei
permite
que realizemosasmvesti__gações
mesmosemummembrodo
PPporquebavera
quorum".
Enquanto
oTribunal deContasdoEstado(TCE)
searrastapar� daroparecer sobreascontasde 2004e
ex-prefeita
Angela
Ami,n(PP)
e oprefeito
eleitoDárioBerger (PSDB)
fazemumcircode
acusações
mutuasna
mídia,
aCPIda Câmarapretende
trabalhar
paradescobrir quem está falandoaverdade. "Não
precisamos
esperar
pelo
TeE,
pelo
contrário,
asduasentidades
fun�onam
.collloconcolj(¢rites,
e�
•. 9brigaçãQ
�os
ver�dores
averiguar
denúnciasdeirregularidades"
,dizAngela
Albino.ACPIdaPrevidê vai
investigar
atr�erência
tlecerc
1.
.... para
Q
Banco
S�tos dias
antesdas õesde
2004.
Comamtervenção
do Ban-coCentral,
emnovembro,
o yalordaação
do bancocaiude
9
paraR$ 0,006
rando
vmprejuízo:
:d�
..R$l
QUOàf
0$1.$
18 revi fo veriza·
qos
e,em31
dejaneiro
desteano:,restavam
apenasR$
�40
mil. Alémdisso,.a
..CPIvaiinvestigar
aretirada
de1$5,�
pe:'.
tgam�n,tQ
dede$·
pesas
$1 . ão q foir�assado
aoInstitutodePrevidência. Seas
acusações
foremcom-PrOVadas,
aÇPI
.
adaaoMinistério
Públi-coFeder e rpr
Dário
erconUia1ou resaJleauditoria
para
analisar
ascontasda
prefeitura
eencaminhou orelatórioaoICEno
dia.
25
deahríl,
Deacordocomos:�
ow tinhae.·no!illaldoan()
passado
1,21
euma imediata deR$
82,31'
s.Segundo
aaudítoria deBerger,
estevalorultrapassa
acasadosR$
122 milhõesquando
computa
dosos
..
romíssos
�e
longo
elflédio
.pra+9S.
Ângela
..inchamou DárioB(írger
de"mentirosOP
eafirma quedeíxouemcaixacercade
R$
52 milhõesparaurna
diVida
deR$
72
milhões,
eacrescentouqueacapacidade <te
endividamentoda:yrefeitura �ermitiria
urndébítodemais
R$
314,5
mllhoes.Paracontestarosdados do atual
prefeito,
elapropôs
urna novaaudítoria. Emmeioaobate-boca do
executivo,
oTCErecolheuosdadosetematé dezembropara
apresentar
umaconclusão.
Caso
antigo-
Comadiscussãosobreascontasdaprefeitura,
osacontecimentospolêmicos
daposse
deDário
Berger
voltaram àpauta
echovemdenunciasdeambososlados.
Berger
acusaa.oposição
deprejudi
carsua
diplomação
paraesconderascondições
reaisda
prefeitura.
Os membrosdoPPrebatem dizendoqueo
prefeito
criouapolêmica
emtomo das dívidas daprefeitura
para
desviaraatenção
doscompromíssos
assumidosem
campanha
porque não conseguecumprir
aspromessas.A guerraentreoPPe oPSDBna
prefeímra
de Florianópolis
vem.
desdeaseleições
..togo
apõsn
resultadenasurnas,os
advogados
de ChicoAssis{PP),
candidatoderrotadono
segundo
turno,entraramcom urnprocesso no
Tril>qnal.Region�.E1eitoral
(TRE)
pedíndo
acast5lição
del)ârio Bergetcom
basena
acusaçãode
queotucanoteriausadoestruturá e
pessoal
da Polícia Militarpara
realização
deurncomícioduranteacampanha,
1
Uma
li�ar
doIQI?\lllal
Supep.or Eleitotiil,
conce-,Çijda pelo
!tMistro
Ltt,iZ
Carlos
�1!cleira,
im1;>ediU
a.<U�
plomação
deBerger,
llrevista
paraodia16de
dezembro.A
diplomação
sóIoi confinnadaem25dedezem-I?ro
pelo
Ttj�unal
.
nal
Eleitoral
deSanta
Catarina.(_)$
juízesd()TRE
porUlais de
qll�tro horasrecursodo PPedeci afavorde
Berger
porcincovotosa um.
Francis
França
,4 - ZERO www.zero.ufsc.br MAIO
- ZOOS .
;;:. ) < -' - �
� • �. • • < - • • • ,
-�
\ /' < • 'if.:" � ,
.. MUNDO
I"
Vaticano ascolha
o
papa
da
Inquisição
Depois
de
João
de
Deus,
o
homem do Vaticano
é
o mesmo
do Tribunal
do
Santo
Ofício
Olhosecâmeras de TV de todoomundoestavamfixosno
balcãoda Basílica de São
Pedro,
noVaticano,
quando,
nofimdatardede19de
abril,
o cardealJorge
ArturMedinaanunciouadecisãodo conclave dos 115 cardeais:HabemusPa
pam
(Temos
opapa).
Medina revelou queoescolhidoera ocardeal alemão
Joseph
Ratzinger,
queatribuiuasimesmo onomedeBento XVI. A
eleição
dodecano de 78anoseraesperada portodosos
especialistas.
Desde queadebilitação
físicade
João
PauloIIseintensificou,
foiRatzinger
quemassumiusuas
principais
funções litúrgicas.
Em suasprimeiras
pala
vras aRomaeao
mundo,
BentoXVIseapresentou
comoumsimples
ehumilde trabalhadornasvinhasdoSenhor.Apesar
dofavoritismo,
adivulgação
donomedeRatzinger
levou
decepção
a umagrande
massadecatólicos,
eatémesmonão-católicos. O cardeal ocupavadesde 1981a
função
deprefeito
daCongregação
paraaDoutrinadaFé, antigo
Tribu nal daInquisição,
naIdade Média. Soma-seestaposição
nãomuito
simpática
aosprincípios
dogmáticos
defendidosaferro e
fogo
porRatzinger
eoquesetem,segundo
osvatícanístas,éavitória da alamaisconservadora da
Igreja
Católica.Continuação,
mas comdiferenças-
Devido àestreitarelação
deamizade eafinidadedogmática
entreJoseph
Ratzinger
e KarolWojtyla,
muitosvêem opontificado
deBento XVI como umaprorrogação
doanterior,Quem
conhece osbastidores doVaticano discorda.
Juan Arias,
jornalista
e escritor
espanhol,
conviveuduranteanos comacúriaromana egarante:
"nãopoderia
haverninguém
maisdiferente do papaanterior do que
Ratzinger".
ParaArias,
umadasdiferenças
básicasentreosdois éotratocom amídia.Ao contrário do
antecessor,BentoXVIétímidoe sempreevitoua
imprensa.
No
Brasil,
todaamídia procurou de imediato o ex-fradefranciscano Leonardo Boff.Nosanos
70,
Bofffoiumdosprin
cipais
integrantes
daTeologia
daLibertação,
umaespécie
deesquerda
naIgreja.
Em1981,
ofrade brasileirolançou
oli vroIgreja:
CarismaePoder,
delineandoastesesdaTeologia
da
Libertação,
que pregavamasubversão dahierarquia
católica. Coubea
Ratzinger
conduzirsuainquisição,
nos anosseguintes,
eimpor-lhe
o "silêncioobsequioso",
que Boff dei xoude ladoaofazerprevisões pessimistas
paraaIgreja.
"Talvez o
pontificado
de Bento XVIseja
mais radical que o deJoão
PauloII,
porqueRatzinger
temopensamentoclaro,
mas semcordialidade,
eamãopesada
nasdecisões",
aposta.
DomOdilio
Scherer,
secretário-geral
da ConferênciaNacionaldos
Bispos
do Brasil(CNBB)
espera queamídiatrateBento XVI sem
opiniões
pré-formadas.
"Vamosaprender
aconhecerocardeal
Ratzinger
agoranavestede BentoXVI."Ojornal
francêsLeMondefoi fundo na defesa deRatzinger:
"nada é mais caricatural do quesua
reputação
deteólogo
inquisidor.
BentoXVIsurpreende pela doçura
deseusolhosazuise
pela
friezadesuainteligência".
A
trajetória
de BentoXVI-Joseph
Ratzinger
nasceuem1927,
emMarktlamInn,
naBaviera,
região
alemã fortementecatólica.Na
adolescência,
foi convocadopela
Juventude
Nazistaeatuounadefesaanti-aéreade
Munique.
Nadécada de50,
ordenou-sepadre
ecomeçouaganhar destaque
aosolhosda
cúpula
daIgreja,
em1962,
duranteoConcílioVaticano II. Naépoca,
eraconsideradoliberal,
"um'jovem
selvagem'
quecombatiaostatusquonaIgreja",
comopublicou
ojor
nal italianoLa
Repubblica.
Noentanto,poucosanosdepois,
assustadocom oreformismo radical dosteólogos
inovadores,
Ratzinger
passou acriticar o que chamou de"espírito
negativo
do concílio".Elevadoàcondição
decardealem1977,
foi escolhido por
João
PauloIIprefeito
daCongregação
paraaDoutrinada
Fé,
em1981,
edesdeentão,
tornou-seoprinci
pal ideólogo
dopontificado
de KarolWojtyla.
Ultraconservadores felizes-A
Opus
Dei,
grupo espanhol conhecido
pelo
ultraconservadorismo epela
atuação
política,
recebeucomalegria
aescolha. "Onovopapa sabeque
pode
confiarnadedicação
denossospadres
eleigos",
declarou o
bispo
Javier Echevarría,
autoridade máxima dogrupoquecontavacom
pelo
menosdois cardeaisnoconclave.
Apesar
daeuforia,
nãohá nenhuma notícia de queJoseph
Ratzinger
faça
parte
daOpus
Dei. "AOpus
Deié ummovimento
politico
eRatzinger
não épolitico.
Ele éuminquisi
dor",
ressaltaIuanArias. ParaDanielThompson, teólogo
da UniversidadeFordham,
deNovaYork,
odiálogo
entreRatzingere a
Opus
Deifluitranqüilamente.
"Elestêma mesmaopi
niãosobreomundo
contemporâneo:
umavisãobastantenegativa
dasociedade ocidentaledesuasinfluências."Ortodoxia
é
a marca
de
Bento
XVI
Joseph
Ratzinger,
opapa BentoXVI,
é conhecido
-e criticado
-porsuasfortes
opiniões
arespeito
dosdogmas
daIgreja
Católicae de questões
polêmicas
mundiais.Opiniões
quejá
eramevidentes durantetodoo
período
delecomocardealeficaramaindamaisclarasnahomiliadamissa
pro
eligendo
papa
(para eleger
opapa)
,que antecedeuo conclave.
Nela,
ocardeal condenou duramenteorelativismo
religioso
e omaterialismo,
edeixou bemclaro quesedeveassumirumafé
clara,
mesmoqueesta
prática
seja
consideradafundamentalismopormuitos."Vaiseconstituindoumaditadura do relati
vismo,
que não reconhece nadacomo definitivo etomacomomedida última dascoisas oeue as von
tades do eu".Numa entrevistaaosemanárioitaliano
Panorama,
em2004,
Joseph
Ratzinger já
davaumadicadoquese
pode
esperar daIgreja:
"quanto
mais . , ..
"---___J
.
d d .
t érflua" Bento:Consenadorismoe a
principal
semelhança
comJoaoPauloseaproxima o mun o, marsse ornasuper ua .
BentoXVInão deveassumira mesmaposturade
João
PauloIIquanto
aoecumenismo.O papapolonês
nãomediuesforços
duranteo seupontificado
parareunirtodososcristãos.
Já
ocardealRatzinger,
em2000,
qualificou
outrasigre
jas
cristãscomodeficientes."Sãotodasigrejas
filhas daSantaIgreja Católica,
nãoirmãs." DentrodaIgreja,
Bento XVIdevebater de frentecom asiniciativasdeaumentara
participa
ção
feminina dentro daIgreja
e aschamadas"showmissas",
celebrações
maisalegres
emusicais,
quevisam atrairosfiéismais
jovens.
Parao novopapaaigreja
deveatrairosfiéis
pela rigidez
moral dadoutrina.Nas
questões
do mundoedohomem,
BentoXVIdeve levaraoextremoasopiniões
deJoão
Paulo II.Principal
mente, com
relação
aouso do corpo. Homossexualismopara ele é "uma
inclinação
que deveservistacomo umaenfermidade".Ousode
preservativo
nasrelações
sexuaisleva à devassidão: "apropostado 'sexo
seguro' ignora
a causareal doproblema,
apermissividade
que,naárea do�---��
� &!
sexo e de outros
abusos,
corrói a moral daspessoas".
Abortoe
pesquisa
comcélulas-tronco embrionáriastambém estãoforade
questão
paraonovopapa.OutracríticafeitaaBento XVIéquantosuavisão
pessi
mista da
globalização
-para
ele,
uminimigo. Quando
aTurquia
muçulmana
passouafazerparte da UniãoEuropéia,
o cardealJoseph
Ratzinger
afirmou que aEuropa
estavacometendoum erro enorme.Diferentementedeseu
antecessor,Bento XVInãodeve
viajar
muito.Suaintenção
é intensificarapresença daIgreja
naEuropa.
Paraele,
é melhorumaigreja
menor,com menosfiéis,
mascomfiéis de verdade. Existe tambémapreocupação
de que BentoXVI
seja
diferentede Ioão PauloII,
naquilo
emqueopapapolonês
foimaiselogiado
- apreocupação
com osocial."Ratzinger
nuncateveamínimapreocupação
comaques tãosocial.Suaúnicapreocupação
éafé",
alerta IuanArias, escritore
jornalista
espanhol.
���--
-�--Muito
empenho
para
proteger
pedófilos
Em
52
anos,
4.450
padres
foram acusados:
10.667
vítimas
estimaque
4.450
clérigos
queatuaramentre1950e2002sofreram
acusações
deabu so.O
principal
escândalorecenteenvolvendo
pedofilia
de sacerdotes católicos ocorreu nos Estados Unidos. Em dezembro de
2002,
ocardeal BernardLaw,
arcebispo
deBoston,
renunciou sob durasacusações
deacobertaroscrimes dos
padres
de sua arquidiocese.
Noanoseguinte,
oprocurador
geral
de Massachusettsdivulgou
quepadres
efuncionários da
arquidiocese
de Boston molestarammaisde mil
crianças
aolongo
deseisdécadas.ASnap,
sigla ingle
saque
significa
"Rede de sobreviventesdaqueles
abusadospor
padres",
estimaqueaIgreja
pode
terdesembolsadoatéUS$
5 bilhõesemacordoscomvítimas,
nosescândalos dosanos.90.
ParaBarbara
Blaine,
fundadoraepresidente daSnap,
BentoXVI
pode
se sairbemnoassunto se usardamesmadurezacomquetratoudeoutrostemas, enquanto
guardião
da doutrinada fé.Poroutro
lado,
éprovável
que ele não meça esforços paramanterosprocessos
longe
do conhecimentopúbli
co. O quesesabe é que poucoantesdo
conclave, Ratzinger
buscou apurar detalhes deumaacusação
deabusosexualnoMéxico,
arquivada
por elemesmo em1999.Asprováveis
explicações
paraointeressedo cardealemreabriro caso:Ratzinger
sabe queasprovaspodem
setornarpúblicas
equerse
antecipar
aistoou usou o casopara facilitarsuaeleição.
Textos:
Thiago
Macedo2005 -MAIO . www.zero.ufsc.br . ZERO - 5 .
Maispreocupantequea
rigorosa
defe sadeposições
conservadoras porpartedo papa Bento
XVI,
são asacusações
deque ele tenha se
esforçado
ao máximoparamanternasinternasda
Igreja
denúnciasde abuso sexual infantil por sacerdo tescatólicos.A
revelação
veio à tona,noinício do
mês,
através dadescoberta dojornal inglês
The Observerdeumacartasigilosa
enviadapelo
cardealJoseph
Ratzinger
atodososbispos
católicosemmaiode 2001.
Nela,
oprefeito
daCongregação
paraaDoutrinadaFédizia quea
Igreja
tinhaodireito de conduzirasinvestiga
ções
emsilêncioemanterasprovas confidenciaispor até dezanos
depois
da maioridade das vítimas.Acarta,considerada por
advogados
como umaclara obstrução
dajustiça,
incentivavaqueoscrimesdepedofilia
cometidos por
clérigos
fossemjulgados
apenaspela
Igreja
Ca tólica.Asinvestigações
sobreos casosdeveriamserencaminhadasaoescritório de
Joseph
Ratzinger,
noVaticano,
e caberiaaocardealadecisão de
passá-las
atribunaisprivados,
onde
padres
exerceriamasfunções
dejuiz,
promotor,
notárioerepresentante
legal.
Quebrar
osigilo
nestescasospode
rialevara
punições,
inclusive à excomunhão.Umestudo do
john Jay
College
of CriminalJustice,
encomendado
pela
Conferência Americana deBispos Católicos,
revelou que foram10.667
vítimas de abuso porpartede padresnosúltimos 50anos nosEstados Unidos. Só em
2004,
foram 1.092