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Academic year: 2021

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TÍTULO: PRIVAÇÃO DO BEM-ESTAR PRODUZIDA PELO DANO MORAL: A QUESTÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL FRENTE À FAMÍLIA E DO ABANDONO AFETIVO DE FILHO. TÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA:

SUBÁREA: DIREITO SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS DE SANTA FÉ DO SUL INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): MARCELO JÚNIOR DA SILVA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): REGINA MARIA DE SOUZA ORIENTADOR(ES):

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1 Resumo

Este projeto de iniciação científica apresenta como proposta central analisar a possibilidade de ressarcimento de lesão imaterial (dano moral) quando da ocorrência de abandono afetivo dos filhos, por parte dos genitores. Cabe considerar que a criança possui direito à convivência familiar, ao afeto e a todos os direitos sociais decorrentes da presença dos genitores, tais como educação, saúde, habitação, cultura e lazer. Quando privada de seus direitos fundamentais, naturais e primários, bem como de sentimentos íntimos que são resultado da convivência com os genitores, caberá a estes últimos a devida punição, através de reparação civil por meio de valor estimativo do dano causado a outrem. Caberá destaque, ao longo do projeto, aos diferentes desdobramentos no âmbito do Direito de Família, tanto da ocorrência do dano moral quanto das correntes doutrinárias favoráveis e contrárias à concessão do dano moral indenizável no âmbito do Direito de Família, a proteção de preceitos constitucionais da proteção à pessoa em sua integralidade, com destaque para o direito à inviolabilidade da vida privada, da honra e da imagem, bem como da questão da reparação quando da conformação do dano moral ressarcível.

2 Introdução

A sociedade contemporânea apresenta uma série de mudanças que se refletem no interior das famílias, demandando-se o exercício do diálogo, do afeto e da atenção. O Judiciário, por meio do exercício de família, estimula o exercício de tolerância e amor aos filhos, em detrimento de pleitos baseados na defesa dos interesses de um dos genitores.

Há que se ressaltar que cabe aos genitores além da responsabilidade legal sobre os filhos, que compartilhem obrigações e decisões importantes relativas à criança. A nova compreensão sobre as relações familiares, sobretudo em função das alterações no Direito Civil, propicia alteração da concepção tradicional de família, sustentada em uma relação biologizada, marcada pela presença do pai, da mãe e dos filhos, para uma família fundada no afeto, mais igualitária e pautada em novos arranjos familiares. Entretanto, a família pode se converter em um espaço no qual a maternidade ou a paternidade afetam de modo negativo o cotidiano dos filhos. Para Santos (2015) o abandono afetivo na prolongada ausência do pai ou mãe, sem razão que o justifique desencadeia o dever de indenizar, já que o estado de família é um dos atributos da personalidade do indivíduo.

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A questão da configuração do dano moral por abandono afetivo e do ressarcimento por sua ocorrência não se constitui em ponto pacífico nos Tribunais, existindo posicionamentos favoráveis com base nas razões expostas acima e posições contrárias, que entendem que a ausência de amor não pode ser transformada em pecúnia e o abandono afetivo não configura ato ilícito, para os fins do art. 186 do Código Civil. A questão central da discussão acerca do dano moral indenizável ou não, nessa perspectiva, consubstancia-se na dificuldade em provar e extensão e a repercussão do dano psicológico originado do abandono afetivo.

3 Objetivos

3.1 Objetivo Geral

- Analisar o fundamento constitucional da proteção à pessoa em sua integralidade, com destaque para o direito à inviolabilidade da vida privada, da honra e da imagem, bem como da questão da reparação quando da conformação do dano moral ressarcível.

3.2 Objetivos específicos

- Caracterizar o instituto do dano moral, com destaque para a sua finalidade frente ao direito de família.

- Analisar a historicidade do dano moral no âmbito do Direito de Família, com destaque para decisões judiciais favoráveis e contrárias, bem como sua repercussão no interior da sociedade contemporânea.

- Investigar os requisitos praticados na fixação do valor da reparação do dano moral.

- Discutir a perspectiva e análise realizada por juízes da Vara Família acerca do dano moral indenizável diante da questão do abandono afetivo de filhos.

4 Metodologia

No que se refere ao método a ser utilizado no desenvolvimento do projeto, elegeu-se o Método Estruturalista, já que este considera a importância de pesquisar um fenômeno concreto, elevá-lo ao plano abstrato, por meio do objeto de estudo, retornando ao concreto por meio de uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social, com destaque para o estudo das relações sociais e a posição que estas determinam para os indivíduos e grupos. Considera ainda, a possibilidade de constituição de um modelo que possa retratar a estrutura social em

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que ocorrem tais relações, sem desconsiderar as normas e leis vigentes na sociedade que é alvo da pesquisa. (MARCONI, LAKATOS, 2004).

Quanto aos procedimentos metodológicos, cabe destacar inicialmente que este projeto será executado inicialmente por meio de pesquisa bibliográfica em produção intelectual relativa ao tema proposto. Após definido o referencial teórico, ocorrerá o fichamento, citação e identificação das fontes consultadas. Na sequência os temas selecionados serão discutidos, sendo produzido texto inicial, com base em leitura analítica, apreensão do conteúdo e interpretação. O confronto de ideias tornará possível confirmar ou refutar hipóteses iniciais. Cervo e Bervian (2002) afirmam que a ciência é entendida como uma busca constante de explicações e de soluções, com o intuito de promover a aproximação com a verdade por meio de métodos que proporcionem controle, sistematização e segurança acerca das informações apresentadas.

Em uma segunda fase será realizado contato oficial, por meio da Coordenação de Curso, com os Juízes das Varas de Família localizadas nas Comarcas da Mesorregião de São José do Rio Preto-SP. Na sequência aplicada uma entrevista semiestruturada para os juízes que optarem por contribuir com a pesquisa em questão.

Em uma fase final será elaborado o relatório final e o artigo a ser apresentado em eventos científicos locais, regionais e nacionais.

Este projeto de pesquisa será desenvolvido com base em revisão de literatura e pesquisa de campo, envolvendo em uma de suas etapas, sujeitos humanos para sua execução, ressaltando-se a necessidade de submissão do mesmo ao Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas de Santa Fé do Sul, bem como confecção de Carta de Informação ao Sujeito da Pesquisa, Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e entrevista semiestruturada. Cabe ressaltar que as fontes já selecionadas serão apresentadas nas referências deste projeto.

5 Desenvolvimento

O dano moral constitui-se em um fenômeno que vem sendo estudado no âmbito da Psicologia e Direito e que passou por significativo avanço, alcançado com a Constituição de 1988. Representa um tema polêmico que impacta diretamente no trabalho de juízes e advogados e no desenrolar das questões de família que chegam às varas de família.

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Segundo Zanetti (2009) a discussão acerca do dano moral traz oportunidade de estudo da responsabilidade civil com vistas às novas realidades da pós-modernidade, abrindo uma possibilidade de construção de um Direito que, como produto cultural, alcance sua finalidade proibitiva quanto aos ataques à dignidade humana. Verifica-se a aplicação da teoria da responsabilidade no que tange as relações de família quando do descumprimento do dever de afetividade, que atribuiu à ciência jurídica um significado do termo consubstanciado nos sentimentos e na capacidade para exercer a consciência e a genuinidade nas relações familiares, tanto de cônjuge para cônjuge quanto de cônjuges para prole, sendo este último mais afetado, pois é com base na estrutura familiar que o filho constrói sua personalidade.

Diante de dificuldades como a falta de respeito inerente a ausência de afeto dos pais, ocorrem consequências até mais graves do que agressões físicas. O conceito de família remete à afeto, amor, cuidado e atenção, de modo que várias decisões judiciais tem considerado a sua ausência como passível de determinação de dano moral indenizável. Ao observar a realidade do Direito de Família nos tribunais, verifica-se a existência de muitos casos e jurisprudências no tocante ao abandono afetivo filial.

6 Resultados Preliminares

A Constituição de 1988 representa um marco para os cidadãos que demandam ressarcimento em função de dano moral. A questão, que sempre implicou em grandes controvérsias, dividia os juristas que indeferiam o pleito com fundamento na inexistência de norma que previsse a indenização ou porque consideravam que a dor resultante do dano moral não podia ser reparada pecuniariamente. Entretanto, a Constituição de 1988, atenuou as divergências em função do que dispõe os incisos V e X do art. 5º, o primeiro garantindo, indenização por dano material, moral ou à imagem e o segundo, do mesmo texto legal, declarando que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

No contexto atual, o Direito de Família se encontra diante de uma realidade que explicita a igualdade entre os cônjuges, o poder familiar, fim da desigualdade entre os filhos, ou seja, a ampliação do conceito de família, que pode ser constituída

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por casais heterossexuais ou homossexuais, bem como de pessoas que não abrem mão do formalismo do matrimônio e dos que optam pela união estável. Há uma maior liberdade pessoal e uma grande atenção à importância das relações interpessoais no matrimônio. Nesse contexto emerge a discussão do Dano Moral indenizável em face do abandono afetivo. Este caracteriza-se pela ausência de comunicação e de contato entre pai e filho, fatos que podem dar origem a danos morais. Considera-se nas decisões a vulneração ao direito que todos têm à completa identidade e conhecimento por parte dos genitores.

7 Referências

ANGELO, S. E. Direito de Família. 2 ed. Anhanguera: Leme, 2012.

BAHENA, M. Investigação de Paternidade. Leme: Imperium Editora 2006. BITTAR, C. A. Reparação Civil por danos morais. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2015.

BRASIL. Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12318.htm. Acesso em: 23 fev. 2014.

BRASIL. Lei nº 13.058, de dezembro de 2014, de 22 de dezembro de 2014. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm. Acesso em: 28 fev. 2015.

CARVALHO, D. B. S. Direito de Família e Direitos Humanos. São Paulo: Leme, 2012.

CASTRO, L. R. F. Disputa de Guarda e visita: no interesse dos Pais ou dos Filhos? Porto Alegre: Artmed, 2013.

CASSETTARI, C. Multiparentalidade e parentalidade sociafetiva: efeitos jurídicos. São Paulo: Atlas, 2014.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Pearson, 2002.

CORREIA, J. R. Dano Moral Indenizável - Doutrina - Prática – Jurisprudência. 2 ed. Campo Grande: Contemplar, 2013.

FREITAS, D. P. Alienação parental: comentários à Lei 12.318/2010. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

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GOMES, J. L. P. Síndrome da alienação parental: o Bullying familiar. Leme: Imperium Editora, 2013.

GRISARD FILHO, W. Guarda Compartilhada: um novo modelo de responsabilidade parental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.

OLIVIERA, M. Dano moral. 2 ed. São Paulo: Ltr, 2011.

RODRIGUES, D. R. Direito civil: família e sucessões. 6 ed. São Paulo: Rideel, 2011.

SANTOS, A. J. Dano moral indenizável. 5 ed. Salvador: Juspodivm, 2015. SILVA, A. L. M. Dano moral e sua reparação civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012

SILVA, D. M. P. Guarda compartilhada e Síndrome de Alienação Parental: o que é isso? Campinas: Armazém do Ipê, 2009.

SOUSA, A. M. Síndrome de Alienação Parental: um novo tema nos juízos de família. São Paulo: Cortez, 2010.

ZANETTI, F. A problemática da fixação do valor da reparação por dano

Referências

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