• Nenhum resultado encontrado

2016_O Mercado de Energia Solar um levantamento junto aos CONSUMIDORES DE PARANAIBA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "2016_O Mercado de Energia Solar um levantamento junto aos CONSUMIDORES DE PARANAIBA"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

O Mercado de Energia Solar: um levantamento junto aos

consumidores de Paranaíba - MS

Mário Ribeiro da Silva (UFMS) mariodijavejire@hotmail.com

Ani Caroline Machado (UFMS) ani.machado@ufms.br

André Silvestre Cabral (UFMS) andrecabral@outlook.com

Wesley Ricardo de Souza Freitas (UFMS) wesley.freitas@ufms.br

Resumo:

Utilizado como fonte alternativa de geração de energia, o sistema fotovoltaico ou sistema solar, está em expansão no Brasil. O presente artigo tem como objetivo analisar a viabilidade de implantação de uma empresa que comercialize, instale e faça a manutenção de sistemas de captação de energia solar, no município de Paranaíba – MS. A pesquisa se caracteriza como descritiva e com uma abordagem quantitativa. Foram aplicados a 202 trabalhadores, da região central da cidade, questionários estruturados contendo 21 perguntas. Após a análise dos questionários é possível inferir que a maioria das pessoas pesquisadas concordam que a energia solar é a melhor alternativa para suprir a necessidade de escassez enérgica e consequentemente na contenção de energia, porém a falta de conhecimento sobre os benefícios do sistema e as vantagens que o governo oferece para implantação do sistema acabam retardando a expansão desse sistema no país.

Palavras-chave: Sistema fotovoltaico, Energia solar, Viabilidade.

The Solar Energy Market: a survey along to consumers in Paranaíba -

MS

Abstract:

Used as an alternative source of power generation, the photovoltaic system or solar system, is expanding in Brazil. This article aims to analyze the implementation feasibility of an company marketing, install and perform maintenance of solar energy capture systems in the municipality of Paranaíba - MS. The research is characterized as descriptive and quantitative approach. Structured questionnaires were applied to 202 workers, in the central town, containing 21 questions. After analyzing the questionnaires we can infer that most people surveyed agree that solar energy is the best alternative to meet the need of energetic scarcity and consequently the energy containment, but the lack of knowledge about the benefits of the system and the benefits the government offers to system deployment end up slowing the expansion of this system in the country.

Keywords: Photovoltaic system, Solar energy, Feasibility.

1. Introdução

A crise energética da década de 1970 desencadeou a preocupação em desenvolver novas fontes de produção de energia. Desde aquela época o governo tem se preocupado com a construção de fontes geradoras de energia, para suprir a demanda energética que o Brasil

(2)

necessita para o seu crescimento econômico, demográfico e desenvolvimento tecnológico (BRITO, 2006). Um exemplo de fonte de produção de energia são as células solares ou células fotovoltaicas, as quais eram restringidas aos programas espaciais, como forma de converter a energia da luz em energia elétrica, e após a crise se tornou uma forma alternativa para suprir as necessidades de energia elétrica do país.

De acordo com Caldas (2015), em 2014 houve um período de estiagem no Brasil, sendo as regiões de maior densidade demográfica, como São Paulo e Rio de Janeiro, as mais afetadas por esse fenômeno climático. Devido a isso, houve a necessidade de racionamento de água em algumas regiões do país e chegou-se a cogitar um racionamento de energia elétrica, mas as chuvas voltaram a tempo para sanar todas estas deficiências, e, assim, não foi aplicado nenhuma restrição ao consumo. Todo esse transtorno levou o governo e a sociedade a refletirem novamente sobre a necessidade da utilização de uma fonte de energia alternativa. Considerada uma fonte de energia limpa, renovável, disponível em abundância (nos dias ensolarados), sem impactos ao meio ambiente, com custo apenas para a aquisição dos equipamentos, como placas solares, baterias para armazenamento, conversores, conectores, fios e fixadores dos quadros de placas solares, que são os captadores desta energia, a energia solar surgiu como a principal fonte alternativa de geração de energia (SILVA; CARVALHO, 2002). Porém, houve uma dificuldade em adotar a energia solar no Brasil, devido ao fato de as placas coletoras dos raios solares serem caras e de baixa durabilidade, o que inviabilizava a produção e o uso dessa fonte de energia.

Mas, com o desenvolvimento de pesquisas em busca por materiais condutores de energia, descobriu-se que o silício, ao ser exposto a claridade ou aos raios solares, produz energia elétrica. Assim, a partir desse produto, foram criadas as placas fotovoltaicas, as quais expostas ao sol produzem energia, e, ao passar por um conversor, esta energia, se transforma na mesma energia elétrica produzida e disponibilizada pelas concessionárias para o uso cotidiano (MENEZES, 2012). Então, após os incentivos do governo, a tendência é que o preço da energia solar caia pela metade nos próximos quatro ou cinco anos, pois com sua instalação rápida e segura, a energia solar passou a ser a principal alternativa emergente para o Brasil (RIZZOTTO, 2014).

As pesquisas apontam, segundo Polito (2015), que desde 2013 o retorno do investimento aumentou significativamente, pois esta recuperação de capital, que era estimada em dez anos, agora, pelas tarifas cobradas pelas concessionárias, o sistema fotovoltaico seria quitado em aproximadamente seis anos. Como o sistema tem durabilidade estimada de 25 (vinte e cinco) anos, ainda sobrariam quase 20 (vinte) anos para se desfrutar desta energia a custo zero. Porém, poucos consumidores conhecem essa energia, ou sabem que existem medidas para estimular o setor, como isenções de tributos.

Neste contexto, a questão de pesquisa deste trabalho é: há viabilidade de disseminação do negócio de energia solar no município de Paranaíba - MS? Posto isso, o objetivo deste trabalho consiste em avaliar se é viável a implementação de negócios relacionados à energia solar, a partir de uma pesquisa junto a uma amostra retirada do município de Paranaíba. A escolha do tema justifica-se por apresentar uma nova modalidade de produzir energia descentralizada, na qual o governo brasileiro viabiliza linhas de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para empresários, empreendedores e para todos os proprietários de imóveis. O governo ainda disponibiliza recursos financeiros ao programa de moradia “minha casa minha vida” com a finalidade de multiplicar a geração descentralizada por todo o território nacional (AMME, 2015; BESSA; PRADO, 2015).

(3)

2. Referencial teórico

No Brasil, há várias fontes renováveis e não renováveis para gerar energia, dentre elas destaca-se a energia advinda das hidrelétricas. Mas, devido à falta de conscientização e o uso excessivo e incorreto do recurso hídrico, o mesmo se encontra cada vez mais escasso (BOFF, 2015). A partir disso, surge a necessidade de uma forma alternativa para gerar energia. Visto que, a luz solar é abundante em todo país, a energia solar se torna uma das principais formas de geração de energia alternativa (SILVA; CARVALHO, 2002).

2.1 Fontes energéticas

Para Pena (1998), as principais fontes de energia no país são chamadas de renováveis e não renováveis. Como o próprio nome diz, as energias renováveis têm poder de se refazer e são consideradas fontes de energia limpa, ou seja, livres da emissão de poluentes e de impactos ambientais em larga escala. São exemplos de energias renováveis: a eólica, a qual é gerada com o vento; a solar, que é a captação do raio solar através de coletores da claridade e resultam em duas formas de energia, a energia elétrica e a energia térmica; a biomassa, que consiste na queima de substâncias orgânicas na produção de energia; os biocombustíveis, também considerado um tipo de biomassa, melhor exemplo é o etanol, o qual é extraído da cana de açúcar, mamona, milho e outros vegetais; e a energia das marés, conhecida como maré motriz, funciona semelhante a uma barragem comum, na qual as turbinas são movimentadas com a alta e a baixa das marés.

Ainda segundo o autor, as fontes não renováveis de energia, são representadas pelos recursos energéticos esgotáveis, como por exemplo, os combustíveis fósseis, os quais são utilizados como matéria prima na produção de energia elétrica em usinas termoelétricas. Os três principais tipos de combustíveis fósseis são o petróleo, o carvão mineral e o gás natural. No Brasil, 56,8% do consumo de energia advém dessas três fontes. Outra fonte de energia é a nuclear, sendo sua geração através do aquecimento da água, na qual o vapor ativa os geradores ativando uma fissão nuclear a partir do urânio-235, um material altamente radioativo. Cada tipo de energia tem suas vantagens e desvantagens.

2.2 Escassez de água

De acordo com Boff (2015), o Brasil é o berço das águas, detém 12% de toda água doce do planeta, porém mal distribuída, sendo 72% na região Amazônica; 16% no Centro Oeste; 8% no Sul e Sudeste e 4% no Nordeste. Como o recurso existe em abundância, a população não faz uso adequado, uma vez que o desperdiço é entorno de 37% de toda água tratada, volume que daria para abastecer toda a França, a Bélgica, a Suíça e o norte da Itália. Estudos estatísticos projetam que até 2050 a população mundial aumentará em três bilhões, com um consumo de 80% a mais de água só para o consumo humano. Portanto, necessita-se o uso racional desse bem precioso e essencial ao ser humano.

Para Cardoso (2014), desde 2001 os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro Oeste vêm apresentando níveis baixos, e esses são responsáveis por produzir 70% da energia elétrica do país. Da matriz energética brasileira 80% são provenientes de hidrelétricas e quando os reservatórios atingem níveis baixos, se torna necessário acionar as usinas termelétricas, cujo custo de produção por KW/h é o dobro da primeira.

2.3 Energia solar

Conforme Gusmão (2009), 15% de toda energia consumida no Brasil está relacionada ao aquecimento de água. Em uma residência cerca de 30% a 40% do consumo de energia é destinado ao chuveiro. Este percentual poderia ser reduzido se houvesse a utilização da

(4)

energia solar para o aquecimento de água. A eletricidade solar fotovoltaica é considerada uma tecnologia energética viável e não poluente, pois o processo de geração é executado por dispositivos semicondutores, os quais não emitem poluentes e consequentemente não alteram o equilíbrio da biosfera, evitando assim o efeito estufa (SILVA; CARVALHO, 2002; MARTINS et al., 2012).

De acordo com Gusmão (2009), para cada metro quadrado de placas fotovoltaicas coletoras de energia solar, 55 m² de terra fértil deixam de ser inundadas pelas hidrelétricas, diminuindo acentuadamente os impactos ambientais e sociais gerados.

Conforme a Assessoria do Ministério de Minas e Energia - AMME (2015), o Governo Federal, através desse Ministério, coordena várias ações para incentivar o uso de energia solar. Uma delas é a Resolução Normativa nº 482, de 17/04/2012, publicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que regulamenta a Micro e Mini Produção de Energia para as indústrias, residências e comércios. Essa resolução estabeleceu que os cidadãos podem produzir sua própria energia e receber créditos na próxima fatura pela energia devolvida para a rede para que seja usada em outro lugar. A partir dessa Resolução o MME, através do BNDES, concedeu financiamento e empréstimos para facilitar a viabilização de projetos para Micro e Mine Geração Distribuída. Mas Menezes (2012) expõe que mesmo com esses incentivos é preciso estimular a população a perceber as vantagens econômicas e ambientais da implantação do sistema de energia fotovoltaica.

Observa-se que à medida que a tecnologia da energia solar se desenvolve, seu valor de implantação vai diminuindo. Para Reis e Silveira (2000), o grande ponto positivo da tecnologia fotovoltaica está diretamente ligado a taxa nula de emissão de poluentes, ou seja, um modo limpo de gerar eletricidade. Além disso, os sistemas de geração de energia solar estão se desenvolvendo e conseguem captar energia, mesmo em dias nublados, só com a claridade, mas ainda não se sustentam na ausência total de luz solar, precisando assim de baterias para tornar o sistema solar eficiente (MANO, 2010).

3. Procedimentos Metodológicos

Para atender ao objetivo desta pesquisa, adotou-se a abordagem de pesquisa quantitativa, devido às informações e opiniões serão quantificadas e traduzidas em números e analisadas através de recursos e técnicas estatísticas, como percentagens e média (SILVA; MENEZES, 2005), com caráter descritivo, pois permite uma análise mais abrangente e aprofundada, com relação aos aspectos: políticos, sociais e econômicos; explicando os diferentes fatores e transformações que influenciam os elementos que determinam o fenômeno (OLIVEIRA, 2011). Para a coleta de dados, realizou-se uma survey (pesquisa de levantamento) aplicando um questionário a 202 trabalhadores da cidade de Paranaíba - MS. Para analisar os dados foi utilizada a comparação entre e média e o referencial teórico utilizado.

A coleta de dados foi realizada a partir da elaboração de um questionário com 21 questões construído a partir do referencial teórico. A amostra foi composta por indivíduos que desenvolvem suas atividades laborais em estabelecimentos comerciais e empresariais de atendimento ao público, que são os proprietários das empresas, os gestores administrativos e funcionários. A pesquisa foi realizada na região central de Paranaíba - MS, e aconteceu entre os meses de outubro de 2015 a março de 2016. Foram distribuídos 400 formulários, desse total, 202 foram devolvidos respondidos. Algumas pessoas se recusaram a responder e/ou pegaram o formulário, mas não responderam.

4. Resultados e Discussão

(5)

o gênero, a idade, escolaridade, condição legal da moradia, número de moradores na residência, se possui sistema de energia, valor médio da conta de energia, os impactos da falta de água para geração de energia elétrica, se conhecem o sistema de energia solar, entre outras perguntas.

Em relação ao nível socioeconômico, 73,8% dos 202 pesquisados responderam que são assalariados, conforme mostra Figura 1. Este condicionamento financeiro pode ser um obstáculo para muitos. Pois, devido à falta de informação e o sistema custar em média cinco mil reais, muitas pessoas não compram considerando-o uma dívida e não um investimento. Sendo assim, para expandir a utilização desse sistema é importante informar a população sobre os benefícios e a economia que o sistema proporcionará e também tornar o sistema mais acessível às pessoas assalariadas.

Figura 1 - Renda da amostra pesquisada

Em relação à caracterização, 44,1% dos respondentes são do gênero feminino e 55,9% do masculino, sendo que 83,1% possuem idade abaixo de 45 anos e 85% terminaram o ensino médio. Ainda sobre a caracterização da amostra, constatou-se que 72,8% dos respondentes moram em residência própria e apenas 21,3% moram de aluguel. A amostra apresenta que 82,7% das moradias contam com mais de dois moradores, enquanto apenas 17,3% moram sozinhas,apreesentando assim, o grande número de pessoas que poderiam ser beneficiadas com a energia solar.

A Figura 2 demonstra que, 27,2% dos 202 entrevistados consomem mais de 141,00 reais com energia elétrica e 44,6% consomem acima de 200,00 reais por mês, totalizando 71,8% dos entrevistados com grande potencial para instalar o sistema solar. Tendo em vista, que o sistema solar se paga em, aproxidamente, seis meses, e que o Ministério de Minas e Energia viabiliza projetos para Micro e Mine Geração de Energia, através de financiamentos ou empréstimos do sistema, seria uma opção para adquirir o sistemas. Em relação à média, constatou-seque 72,8% dos respondentes se enquadram no perfil de consumidor de energia solar por serem proprietários de suas moradias.

(6)

Figura 2 - Consumo de energia

De acordo com a Figura 3, as preocupações com a falta de água atingem 98,5% dos 202 respondentes, sendo que 93,1% desses tem o conhecimento dos impactos que a falta da água causará à energia elétrica. A partir disso, 97% dos respondentes buscam formas dereduzir o consumo de energia. 35,6% dos respondentes se preocupam com o aumento do preço po kw/h e somente 25,2% desses se preocupam com a falta dos benefícios proporcionados pela energia elétrica.Observada a “lei” da oferta x procura, os consumidores temem o aumento exagerado do kw/h pelas concessionárias o que gera a inibiçãodo consumo. Conclui-se que é necessário ser feito um trabalho de informação sobre o sistema de produção de energia solar, para que a população tome conhecimento da capacidade de autoprodução e armazenamento de energia elétrica, através do sistema solar misto-conectado a rede, a segurança gerada, os beneficios e ganhos financeiros sem aumentar os gastos mensais com energia elétrica.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) publicou a Resolução Normativa nº 482, que regulamenta a micro e mine produção distribuída e descentralizada de energia elétrica, para residências, indústrias e comércios, dando ao consumidor, poder para produzir a energia para seu próprio consumo e o excedente da produção é destinado para a rede concessionária podendo ser consumido em outra unidade consumidora, do mesmo proprietário ou gerando créditos para serem consumidos nas próximas faturas, podendo ser consumidos nos próximos cinco anos. Outra forma de incentivo a aquisição do sistema de energia solar está relacionado a promoção: pague um e leve cinco, isto é, leve um sistema que é pago em cinco anos e tenha garantia de funcionamento para 25 anos.

Figura 3 - Os impactos que preocupa o consumidor de energia

Na amostra, representada pela Figura 4, demonstra que 36,1% dos pesquisados não têm conhecimento dos impactos ambientais que uma usina hidrelétrica pode trazer ao meio-ambiente, porém outra parcela da amostra, 35,6% dos respondentes reconhecem esses impactos e sabem dos benefícios da diversificação de fontes produtivas de energia,

(7)

concordando parcialmente e totalmente que se for necessário adotarão alternativas de geração de energia a fim de economizar e evitar um possível racionamento obrigatório, pela escassez da água, nas hidrelétricas.

Nos últimos tempos, a escassez das chuvas trouxe preocupações a muitos consumidores de energia elétrica, visto que, a maior produção de energia elétrica depende das usinas hidrelétricas, isso proporcionou uma busca por conhecer melhor as fontes energéticas e o seu papel no meio ambiente e no sistema ecológico brasileiro, levando 82,2% dos respondentes a apontarem a energia solar como a melhor opção para se enfrentar ocasiões emergenciais e suprir as necessidades de energia elétrica evitando possíveis apagões e racionamentos, onde 88,1% dos respondentes apontaram afirmativamente como, a melhor alternativa para suprir a demanda de energia, numa possível escassez de chuvas, no Brasil.

A energia solar só não foi adotada no Brasil, há alguns anos, porque o país teria que importar 100% dos materiais e tecnologias, tornando assim, inviável o uso desta energia. Mas, com o desenvolvimento da tecnologia na captação dos raios solares, através da utilização do silício e conversores, tornaram esta energia bem mais em conta e favorável ao mercado consumidor. Contudo, as tecnologias aplicadas ao sistema vão além e tornam esta fonte produtora de energia, uma das melhores opções disponíveis para um caso emergencial, podendo na atualidade custar bem mais barato que a energia elétrica que é produzida e disponibilizada pelas concessionárias, para o uso cotidiano (MENEZES, 2012).

Figura 4 - Produção e consumo de energia

A atração dos consumidores para essa tecnologia é em grande parte em razão da redução de até 75% do custo de sua energia, está representada pela Figura 5, onde 89% dos 202 respondentes concordam totalmente e em parte que estão dispostos a utilizar outra fonte de geração de energia para baixar o custo e aumentar a produção de energia. Além disso, 55% conseguem ver que a energia solar é uma fonte limpa e renovável e que não agride o meio ambiente, os outros 25,7%, concordam parcialmente, e buscam por mais informações para que aprovem esta inovação, para que possam, efetivamente, apoiar a ideia por completo. Quando os benefícios ofertados pela energia solar se refere a “zerar os custos”, mas que demanda, por parte do consumidor, um investimento de vinte cinco mil reais para ter um sistema solar, operando e produzindo energia para quatro pessoas por cerca de 25 anos, só recebe o apoio total e parcial de 50% dos respondentes. Ao mensurar que o investimento será de apenas cinco mil reais para zerar os seus próprios gastos com energia elétrica, para os próximos 25 anos, estes benefícios atraem 51,2% dos respondentes. Mas, pode-se evidenciar que os consumidores não estão informados que o Ministério de Minas e Energias está estimulando o crescimento deste segmento em residências domiciliares, por meio de financiamentos (AMME, 2015).

(8)

Figura 5 - Baixar o custo com a produção e consumo de energia

Quando demonstrado o valor estimado para que o consumidor conquiste sua independência e liberdade no uso da energia elétrica, para os próximos 25 anos, 35,3% dos pesquisados apoiam a implantação do sistema, enquanto 15,9% apoiam parcialmente e 26,4% se monsteam indecisos, conforme demonstra a Figura 6. Quando este valor é maior para satisfazer uma família maior, os respondentes acham que este valor é muito alto e de difícil acesso a todas as famílias, e os que concordam totalmente caem para 25,2%, enquanto os que concordam parcialmente sobem para 24,8% e os indecisos caem para 24,3%. Os indecisos sinalizam que ainda não entenderam quais são as vantagens deste investimento e precisam de mais informações.

Cerca de 74,3% do total de respondentes estão conscientes das inovações tecnológicas e das necessidades energéticas emergentes e se posicionam de prontidão para as mudanças, onde um planejamento de marketing virá a sanar todas as dúvidas, formando assim, um público consumidor consciente de todos os benefícios e segurança que o sistema poderá proporcionar. A energia solar, por ser de fonte limpa e renovável, está disponível abundantemente, em dias ensolarados e o custo do sistema está basicamente no valor das placas solares, baterias para armazenamento, conversores, conectores, fios e fixadores dos quadros de placas solares para captarem esta energia. Com a atenção do governo, voltada para autoprodução, a tendência é que o preço da energia solar caia pela metade nos próximos quatro ou cinco anos, tornando-se a principal alternativa emergente para o Brasil (RIZZOTTO, 2014).

Figura 6 - Material usado e o valor para produzir energia

Os respondentes que concordam parcialmente e totalmente em se tornarem futuros consumidores de energia solar somam 67,8% e mantém a margem de indecisos de 25,2%, esta porcentagem sobe muito, chegando a 94,6%, quando a intenção é reduzir o valor da conta de energia elétrica, por meio da energia solar. Observa-se, de acordo com a Figura 7, que praticamente a totalidade dos respondentes tem interesse em pagar menos pelo consumo de energia elétrica, aderindo a esta inovação, que é autoprodução e geração descentralizada e

(9)

distribuída de energia elétrica, através do sol.

Os brasileiros são forçados a adotarem fontes emergentes, por conta dos aumentos abusivos e desproporcionais à atual conjuntura econômica que rege o país, para Silvestrin (2015), a alta tarifação, da ordem de 40% arbitrada pelas concessionárias, torna viável a autogeração distribuída e descentralizada de energia solar, por todo o Brasil, levando os brasileiros a adotarem e consumirem energias de fonte emergente. O governo estima chegar a 30% do consumo geral de energia solar até 2050.

Figura 7 - Produção e consumo de energia 5. Considerações Finais

O presente trabalho foi desenvolvido com a finalidade de mensurar, se no comércio de Paranaíba, há capacidade para implantação de uma empresa comercial, na área de energia solar, a pesquisa realizada também buscou contribuir para o enriquecimento do conhecimento dos interessados pela geração de energia através de um sistema de energia solar.

As fontes de energia elétrica que são disponibilizadas para o consumo, na sua maioria, não são renováveis, geram desequilíbrio ambiental e são extraídos de fontes esgotáveis, todas estas informações enriquecem a pesquisa apontando a energia solar, como a energia elétrica mais preferida e adotada em todo o mundo, e no Brasil a energia solar passou a ser a principal alternativa energética emergente, conforme Rizzotto (2014).

Conforme Silva e Carvalho (2002) a energia solar é limpa, autossustentável, renovável, não produz calor no ambiente de coleta, não causa poluição e não agride o meio ambiente. Além das pesquisas apontarem que a energia solar é um sistema seguro e duradouro, que contempla sua quitação dentro de no máximo seis anos. Com 100% do sistema financiado pelo BNDES, através do subsídio ofertado pelo governo federal, torna-se fácil para que os menos favorecidos aderir ao sistema de autoprodução descentralizada de energia solar.

Após as respostas dadas pelos entrevistados chega-se a conclusão que qualquer forma para redução de valores será bem-vinda. Ademais, cerca de 89% dos respondentes, concordam em preservar o meio ambiente, cerca de 88,1% dos respondentes concordam que a energia solar é a melhor alternativa para suprir a necessidade da escassez energética do país, e finalmente 94,6% dos respondentes tem interesse em diminuir o valor de suas contas de energia, através da energia solar. Portanto, após essas percentagens demonstradas é possível inferir positivamente sobre a implantação de uma empresa, que comercialize, instale e faça a manutenção de sistemas de captação de energia solar em Paranaíba – MS. Mas, antes da implantação, é necessário conscientizar a população, iniciar uma mudança cultural, sobre os benefícios do sistema de energia fotovoltaicas e as vantagens que o governo oferece para implantação desse sistema.

(10)

Referências

Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Resolução Normativa nº 482, de 17 de abril de 2012. Estabelece as condições gerais para o acesso de micro geração e mini geração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras providências. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf> Acesso em: 10 out. 2016.

AMME, Assessoria de Comunicação Social do Ministério de Minas e Energia. Governo prepara salto da energia solar em residências e empresas. Disponível em: <http://www.mme.gov.br/web/guest/pagina- inicial/manchete/-/asset_publisher/neRB8QmDsbU0/content/governo-prepara-salto-da-energia-solar-em-residencias-e-empresas> Acesso em: 17 mai. 2015.

BESSA, V.M.T; PRADO, R.T.A. Reduction of carbon dioxide emissions by solar water heating systems and passive technologies in social housing. Energy Policy. v. 83, p. 138–150, 2015.

BOFF, L. A água no mundo e sua escassez no Brasil; Portal do meio ambiente. Disponível em: <http://portal.rebia.org.br/leonardo-boff/10151-a-agua-no-mundo-e-sua-escassez-no-brasil>. Acesso em: 04 jun. 2015.

BRITO, S. S. Centro de Referências para Energia Solar e Eólica Sergio de Salvo Brito: Energia Solar Princípios e Aplicações. Cresesb. Disponível em: <http://www.cresesb.cepel.br/download/tutorial/tutorial_solar_2006.pdf> Acesso em: 02 abr. 2015.

CALDAS, C. O Brasil conta gotas entenda as causas e desafios da falta de água que se espalha pelo país. ZH Notícias. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/01/o-brasil-conta-gotas-entenda-as-causas-e-desafios-da-falta-de-agua-que-se-espalha-pelo-pais-4691649.html> Acesso em: 28 abr. 2015.

CARDOSO, T. Nível baixo dos reservatórios – Risco de falta da água e eletricidade. Ciências e Tecnologia. Disponível em: <https://cienciasetecnologia.com/nivel-baixo-reservatorios-perigo-falta-agua-eletricidade> Acesso em: 03 jun. 2015.

GUSMÃO, R. Energia solar e inclusão social, Techoje. Disponível em: <http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/163> Acesso em: 20 mar. 2015.

MANO, E. B. Meio ambiente, poluição e reciclagem / Eloisa Biasotto Mano, Élen Beatriz AcordiVasquess Pacheco, Claudia Maria Chagas Bonelli, - 2º ed. – São Paulo: Blucher, 2010.

MARTINS, F. R.; ABREU, S. L.; PEREIRA, E. B. Scenarios for solar thermalenergyapplications in Brazil. Energy Policy, v. 48, p. 640–649, 2012.

MENEZES, S. População brasileira poderá produzir a própria energia elétrica e fornecer o excedente às concessionárias. EcoDebate, 2012. Disponível em: <http://www.ecodebate.com.br/2012/12/14/populacao-brasileira-podera-produzir-a-propria-energia-eletrica-e-fornecer-o-excedente-as-concessionarias> Acesso em: 23 mai. 2015.

OLIVEIRA, M. M. de. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. 5.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

PENA, R. A. Fontes de Energia. Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/fontes-energia.htm>Acesso em: 23 mai. 2015.

POLITO, R. R. Tarifaço torna energia solar viável na maior parte do país, Valor Econômico. Disponível em: <http://www.valor.com.br/brasil/4002992/tarifaco-torna-energia-solar-viavel-na-maior-parte-do-pais> Acesso em: 21 abr. 2015.

REIS, L.B. dos; SILVEIRA, S. Energia Elétrica para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: dusp, 2000. RIZZOTTO, P. M. O Brasil sobe em ranking de energia renovável. Brasil Econômico. Disponível em:

<http://brasileconomico.ig.com.br/brasil/economia/2014-10-14/brasil-sobe-em-ranking-de-energia-renovavel.html> Acesso em: 21 abr. 2015.

SILVA, E. L; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed. rev. atual. – Florianópolis: UFSC, 2005.

SILVA, L. F.; CARVALHO, L. M. de. A Temática Ambiental e o Ensino de Física na Escola Média: Algumas Possibilidades de Desenvolver o Tema Produção de Energia Elétrica em Larga Escala em uma Situação de Ensino. Rev. Bras. Ensino Fís., São Paulo, v. 24, n. 3, 2002, p. 342-352.

(11)

SILVESTRIN, C. A. O setor elétrico aposta na geração distribuída, Valor Econômico. Disponível em: <http://www.valor.com.br/opiniao/4009324/o-setor-eletrico-aposta-na-geracao-distribuida> Acesso em: 16 abr. 2015.

Referências

Documentos relacionados

Como resultado, observaram que as interfaces das camadas (no caso três camadas) permaneciam uniformes e claramente definidas na saída do

Os resultados apontaram vários fatores que quando associados ao uso nocivo ou dependência do álcool, poderiam favorecer a expressão do comportamento suicida,

Nesse caso, os capitais privados afastam-se, sendo que uma das alternativas é direcionar a responsabilidade por esse tipo de pesquisa para instituições semi-públicas, tais

Para detectar o nível de excitabilidade cortical, a avaliação da atividade cerebral foi realizada através da estimulação magnética transcraniana por pulso único

No Ótimo, para resolver seu problema om o GENCAN, o usuário deve enviar

Como mencionado corretamente na alternativa a, as Farc constituem uma organização terrorista de orientação marxista, tendo a guerrilha e o narcotráfico como os mecanismos que

siduais – é uma unidade industrial essencial para a qualidade de vida das populações de Macedo de Cavaleiros e para o desenvolvimento susten- tável do concelho pois garante que

O critério de exigência nula, onde se supõe que toda a energia na entrada é consumida apenas na obtenção do biocombustível, apresentou valores maiores para o etanol de