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Problemas ambientais historico da crise e sustentabilidade

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Academic year: 2021

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Prof. Dr. José A. Amaral

Projeto CEDIPETRO

CONSCIENTIZAÇÃO

AMBIENTAL

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1 CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

INTRODUÇÃO

É comum observarmos no nosso dia a dia, nos jornais, na televisão, na internet, as pessoas falando sobre vários assuntos ligados à proteção do meio ambiente bem como à necessidade de preservação das florestas, dos mares, dos rios, dos animais, etc. Esse tipo de abordagem, preservacionista é a mais comum, quando se faz referência à necessidade do aumento da conscientização ambiental da sociedade.

Num segundo plano, é comum também o questionamento quanto ao destino do lixo, da necessidade da reciclagem de materiais, e a apologia ao desenvolvimento e uso de energias limpas.

O terceiro plano, de maior nível de aprofundamento é aquele que procura entender os porquês da problemática ambiental: Por que é importante preservar? Por que as energias limpas ainda não dominam o mercado? Por que não há um rigor maior quanto à destinação dos resíduos sólidos (lixo reciclado)? Por que não há uma política mundial de combate ao aumento do efeito estufa? Qual a relação entre os maus tratos ao meio ambiente e o modelo econômico vigente no mundo? Qual o custo efetivo dos serviços ambientais fornecidos pelos ecossistemas naturais? Quem deve arcar com os custos do desenvolvimento sustentável?

Nossos minicursos procurarão arrolar os diferentes problemas ambientais, sob a perspectiva do entendimento dos princípios básicos desses fenômenos, assim como das principais causas e consequências, além dos aspectos éticos, políticos, econômicos e sociais envolvidos.

1.1 PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS

1.1.1 Poluição das águas

Ao conversarmos com pessoas mais velhas, nossos pais, avós ou bisavós, ouviremos relatos de que estas pessoas nadaram nas águas de rios, seja o Rio Mossoró ou qualquer outro rio que cortava o local onde estas pessoas viveram. Embora naquela

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época já houvesse a poluição das águas por lançamento de dejetos humanos e de animais, foi o crescimento das cidades que fez com que os cursos d’águas passassem a receber uma grande gama de dejetos (esgoto doméstico, resíduos de atividades industriais) ricos em matéria orgânica, que aumenta a disponibilidade de nutrientes no ambiente aquático e oferecem condições para a ocorrência do processo de Eutrofização.

A Eutrofização leva ao crescimento (multiplicação) exponencial de bactérias aeróbias que consomem totalmente o O2 dissolvido na água e provocaram a morte da maioria dos seres vivos do corpo d’água afetado, seja ele um rio, um lago, etc. Além disso, favorece o aparecimento de doenças causadas por vermes, bactérias anaeróbias e vírus.

Em áreas rurais no entorno das cidades, fertilizantes e agrotóxicos (inseticidas, fungicidas, herbicidas) poluem rios e solo e a biodiversidade desses ambientes, além de contaminar os próprios agricultores. Além disso, muitas vezes, a atividade agrícola se apropria de áreas de proteção de mananciais de água ou áreas de matas ciliares, importantes ecossistemas que evitam o assoreamento dos rios.

Em regiões de garimpo, comuns na região norte do País, os rios podem ser poluídos por Mercúrio, metal pesado altamente tóxico que provoca a morte de peixes e outros seres vivos. O consumo de peixes contaminados pode ocasionar problemas neurológicos graves na comunidade ribeirinha nessas regiões.

Figura 5.1 - Poluição do rio Mossoró

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1.1.2 Poluição dos solos por resíduos sólidos

Hoje se sabe que cada pessoa produz, em média, 2,5Kg de lixo/dia. A maioria das cidades brasileiras não possui aterro sanitário adequado para a coleta do lixo e nem coleta seletiva. Grandes cidades do nosso País ainda se valem de lixão a céu aberto ou aterros controlados, que levam à contaminação das águas subterrâneas. Vale ressaltar que, na atualidade, a forma de se dispor o lixo de forma correta é o aterro sanitário. Essa última forma protege o solo e utiliza sistemas de canalização do metano produzido pela atividade microbiana no lixo, ao contrário do clássico lixão.

Do volume de lixo produzido por dia sabe-se que a maior parte é de material reciclável. Portanto, vem aumentando na sociedade cada vez mais a adoção da coleta seletiva e a reciclagem de materiais, como forma de diminuir o desperdício de recursos e de aumentar a proteção ao meio ambiente. Como exemplo, existe a reciclagem de Alumínio, que reduz, enormemente, o gasto com energia para o processamento da bauxita e proporciona uma razoável alternativa econômica para uma parcela da população que comercializa o alumínio recolhido em forma de latinhas (Figura 5.2).

Figura 5.2- Atividade de reciclagem de resíduos sólidos feita pela cooperativa ACREVI em Mossoró.

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Vale ressaltar que, quando se fala de lixo, é importante também o incentivo à diminuição do consumo, ou o consumo consciente. Medidas educacionais devem discutir o consumismo dos nossos dias e conscientizar as pessoas a diminuir a produção de resíduos sólidos.

Poluição do ar

A emissão de CO2 por veículos e indústrias representa um grande problema ambiental nos nossos dias. O CO2 é proveniente da queima de combustíveis fósseis na forma de óleo diesel, gasolina, gás natural, etc. A queima de combustíveis ainda libera outras substâncias tóxicas, como enxofre e chumbo, que podem causar a chuva ácida. Além da poluição, o excesso de veículos leva à produção de engarrafamentos, comprometendo a qualidade de vida nas médias e grandes cidades.

As queimadas também representam um grande problema ambiental, pois aumentam a emissão de CO2 e impedem que as plantas, eliminadas na queima, retirem esse gás da atmosfera pelo processo de fotossíntese. No Brasil, país ainda com grandes

Figura 5.3 – Frota de veículos crescente em Mossoró.

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áreas de florestas naturais, a emissão de CO2 por queimadas é maior do que aquela por queima de combustíveis fósseis.

A pecuária bovina é hoje também uma grande poluidora do ar. A atividade digestiva do gado libera CH4 (metano), um gás muito mais nocivo que o gás carbônico. A pecuária se expande também para áreas de florestas, como já vem ocorrendo na região amazônica. Com isso, aumentam-se o desmatamento, as queimadas e, consequentemente, a emissão de CO2, além da destruição da mata nativa.

Além de sua contribuição na produção de gás metano, a atividade pecuarista interfere enormemente no equilíbrio hídrico do planeta. Estima-se que para se produzir 1Kg de carne, são necessários, aproximadamente, 15.500 litros de água!

1.1.3 Efeito estufa, aquecimento global e mudanças climáticas

O efeito estufa é um efeito natural de aprisionamento dos raios infravermelhos provenientes do sol por alguns gases, permitindo a manutenção da temperatura da Terra

Figura 5.4 – Atividade pecuária bovina. O Brasil é um dos principais criadores de bois e exportadores de carne.

Fonte:

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em níveis adequados ao desenvolvimento da vida. Os principais gases-estufa são o gás carbônico (CO2), metano (CH4), vapor d’agua, dentre outros.

O aquecimento global é causado por um aumento do efeito estufa, levando ao aumento da temperatura global e a alterações climáticas com diversas consequências ambientais. Esses problemas são causados por um aumento do lançamento de gases estufa por várias atividades humanas, tais como: queima de combustíveis fósseis, queimadas, produção de lixo e esgotos, atividade pecuária, hidrelétricas, etc.

1.1.4 As principais consequências do aquecimento global

Constantemente presente nas mídias, têm-se duas consequências mais facilmente percebidas, decorrentes do aquecimento global: a) o degelo das calotas polares com aumento dos níveis do oceano e alagamento de cidades costeiras; b) e as grandes alterações climáticas com aumento da incidência de catástrofes, com a maior incidência de furacões, secas, extinção de animais e desertificação. As ilustrações 5.5 e 5.6 mostram essas duas consequências mais divulgadas do aquecimento global.

Figura 5.5 – Aumento da incidência de catástrofes climáticas, como furacões.

Figura 5.6 – Derretimento das calotas polares

Fontes:

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Anim1864_-_Flickr_-_NOAA_Photo_Library.jpg http://commons.wikimedia.org/wiki/File:ParmaMelor_AMO_TMO_2009279_lrg.jpg

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Outras consequências importantes do aquecimento global, ainda relacionadas aos processos de alterações climáticas, são:

 Intensificação da desertificação em regiões semi-áridas e savanização de áreas de florestas tropicais;

 Migração de populações humanas de algumas regiões globais mais afetadas, motivada pela perda dos meios de subsistência (agricultura, pesca, extrativismo, etc).

 Aquecimento das águas do oceano promovendo grandes interferências nos sensíveis ambientes coralinos, importantes berçários de espécies marinhas.

REFERÊNCIAS

Mendonça, R. Como cuidar do seu meio ambiente – Editora Bei, 2002. Lovelock, J. Gaia: Alerta final – Editora Intrinseca, 2010.

Branco, S.M. Meio ambiente e biologia – Editora SENAC, 2001.

Amabis, J.M. & Martho, G.R. Fundamentos da biologia moderna, Editora Moderna, 2006.

Porto-Gonçalves, C.W. O desafio ambiental – Editora Record, 2011.

Giansanti, R. A cidade e o urbano no mundo atual. Coleção viver, aprender. Global editora e distribuidora Ltda, 2006.

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Prof. Dr. José A. Amaral

Projeto CEDIPETRO

Sustentabilidade e Estudo de

Impactos ambientais

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1.1.1 Raízes históricas e econômicas da problemática ambiental

O planeta Terra apresenta uma infinidade de espécies animais, vegetais, de microrganismos, todos unidos por uma rede intrincada de relações ecológicas complexas e dinâmicas que mantém o equilíbrio de nossa casa. James Lovelock, em 1960, já entendia nosso planeta como um sistema fisiológico fechado e defendia a importância de se compreender a Terra da mesma forma que a medicina estuda a interdependência das funções orgânicas do corpo humano. Lovelock queria dizer que o Planeta funciona como um único organismo, devido à total integração de suas partes (diferentes ecossistemas).

O equilíbrio do nosso Planeta vem sendo quebrado por nossa própria espécie, capaz de promover transformações extremas na paisagem natural, na tentativa de explorar comercialmente os mais diferentes tipos de materiais para manufatura ou para exploração energética.

A grande explosão demográfica da humanidade se deu a partir do século XX, trazendo consigo uma grande demanda por recursos naturais diversos, dentre eles, os recursos naturais geradores de energia. A população mundial de hoje é estimada em sete bilhões de habitantes (figura 6.1).

Figura 6.1– Crescimento da população mundial ao longo do tempo

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A partir da segunda metade do século XX o consumo foi enormemente estimulado e, consequentemente, foi preciso mais energia e recursos naturais para alimentar a produção industrial. A ideologia do nosso sistema passou a vender a ideia de felicidade vinculada a capacidade de se comprar.

Para termos uma ideia da crescente demanda energética mundial podemos olhar o que aconteceu nos últimos quarenta anos (tabela 1). O consumo energético mundial mais que dobrou de 1970 a 2010. A projeção é que seja três vezes maior em 2020 do que em 1970.

Ano Demanda energética (Quad= quadrilhões de BTU´s)

1970 207 1980 285 1990 346 1999 382 2010 493 2020 (projeção) 612

Mas, de onde vem toda essa energia? Principalmente dos combustíveis fósseis: petróleo, carvão mineral e gás natural. Grande parte da economia global baseia-se na energia proveniente dessas fontes, seja para mover a enorme frota de veículos de passeio, os veículos de carga, seja para o funcionamento dos maquinários de indústrias e fornos industriais. Além disso, parte do petróleo é também usado como matéria-prima para a fabricação de uma série de produtos, dentre eles, o plástico e o isopor.

Como se vê, a disponibilidade de energias fósseis é um dos motores da economia global, que entre uma crise e outra, segue adiante na dilapidação do planeta. Até a década de 70, não havia grandes questionamentos acerca dos impactos ambientais do constante crescimento econômico mundial, pois se pensava sempre nos recursos

Tabela 1: Demanda energética mundial de 1970 a 2020 (projeção).

Fonte: Instituto de Estudos avançados do Centro tecnológico da aeronáutica – disponível em:

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naturais como infindáveis e no Planeta como capaz de sempre se regenerar das agressões ambientais sofridas.

Aos poucos, a partir da década de 70, foram surgindo vozes que alertavam para a problemática ambiental, vozes essas que ecoaram forte com o advento da primeira grande crise do Petróleo, em 1979. Nesse momento, ouviram-se já alguns clamores pela necessidade do desenvolvimento de energias limpas e renováveis. A crise ambiental só se instaura com mais força a partir dos acidentes ecológicos graves ocorridos na década de 80 (a explosão da usina nuclear de Chernobyl, por exemplo) e com a comprovação cientifica do aquecimento global, na da década de 90. Neste período, se intensificam os debates ecológicos e se consolida o ciclo social da ONU, reuniões periódicas com os líderes das principais nações, que visa discutir os problemas ambientais do mundo e apontar possíveis soluções.

É neste contexto que ocorre a tomada de consciência de que, embora o desenvolvimento tecnológico (métodos, ferramentas de controle, etc.) possa mitigar parte dos impactos ambientais, a tecnologia por si só não basta para solucionarmos tal problemática. Deve haver uma mudança de paradigma econômico e social que incorpore a reflexão dos limites da exploração da natureza, propondo uma nova relação com o meio ambiente. Este novo paradigma é o que vem sendo designado como

desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade.

 Desenvolvimento sustentável ou Sustentabilidade

O desenvolvimento sustentável foi proposto, em 1987, pela Comissão Mundial de desenvolvimento e Meio ambiente, que reuniu por três anos representantes de vários países e foi coordenada pela 1ª ministra norueguesa G.H. Brundland. Nos encontros, foi estudada a relação entre os problemas ambientais e a necessidade dos países em desenvolvimento de fazerem crescer suas economias. Após longos debates, conclui-se que uma proposta de desenvolvimento sustentável era viável. Poderíamos ter um modelo de desenvolvimento que buscasse “atender às necessidades da geração presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”. Isto significaria prover as necessidades mínimas da população mundial até o próximo século, sem grandes impactos ao Planeta.

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como uma importante carta de intenções, mas sem enfatizar as implicações e complicações políticas e os caminhos a serem percorridos para sua efetiva existência. É notório que o conceito de desenvolvimento sustentável tem certo grau de subjetividade, haja vista as grandes diferenças de expectativas de desenvolvimento entre os diferentes países, ou seja, o sentido da sustentabilidade para um país Europeu é bem diferente daquele de um País pobre da África ou da América.

Além disso, as diferenças entre países pobres e ricos acentuam os problemas ambientais mundiais. Países ricos são os grandes consumidores mundiais e já esgotaram a maior parte de sua matéria-prima em seu próprio consumo e a de outros países para se abastecer. Assim, tais países ricos vêm causando grandes problemas ao meio ambiente e a sua população a preço de melhorar sua economia. Em contrapartida, países pobres procuram sua ascensão no mercado mundial, extraindo a pleno vapor as riquezas de suas terras, com o intuito também de suprir suas necessidades e as dos países do hemisfério norte, seguindo a mesma lógica insustentável de exploração dos recursos naturais.

 Como mudar a realidade ambiental: Caminhos para o desenvolvimento

sustentável

A sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável vem sendo veiculada como um conceito que depende de ações individuais ou corporativas para que a alcancemos. É cada vez mais notório o discurso da sustentabilidade, incentivando o cidadão comum a ter práticas ambientalmente corretas, tais como praticar a coleta seletiva do lixo, aproveitar melhor os alimentos, economizar energia, ter um padrão de consumo consciente, etc. Por outro lado, as empresas vêm incorporando ações sustentáveis em suas atividades, que incluem o reaproveitamento de materiais, a economia de energia, o desenvolvimento de técnicas ou produtos menos poluidores ou que aumente a eficiência energética (máquinas, etc). Muitas empresas, inclusive usam a divulgação destas ações como uma espécie de “marketing ecológico”, tentando capitalizar a simpatia do consumidor preocupado com estes problemas, ou até mesmo contrabalançar as ações predatórias que elas mesmas praticam.

A pergunta que devemos fazer é: apenas estas ações corporativas e individuais são suficientes para alcançarmos a sustentabilidade?

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A lógica destas ações não questiona o modelo econômico vigente. Tal modelo de desenvolvimento é muito perverso, pois estimula cada vez mais o consumo, não distribui renda e não incorpora os parâmetros sociais como indicativos de real desenvolvimento.

A sustentabilidade só será alcançada quando o homem se colocar inserido no ambiente natural, respeitando os demais elementos essenciais, a complexidade e a importância dos ecossistemas, e também respeitando a si próprio, com o compromisso de eliminar as vergonhosas desigualdades sociais do mundo. O paradigma econômico deve ser mudado, incorporando a valoração dos serviços ambientais dos ecossistemas naturais, e que os detentores dos meios de produção arquem com os custos da degradação e da falta de sustentabilidade dos seus processos de produção e/ou serviços.

 Controle dos fatores de degradação ambiental

Para o controle da degradação ambiental podemos agir com medidas preventivas ou corretivas. As medidas preventivas procuram antecipar, impedir ou minorar a ocorrência dos fatores de degradação. Apresentam a grande vantagem do menor custo e da grande eficácia, e as desvantagens da dependência da maturidade da sociedade, uma vez que dependem de ações de planejamento e gerenciamento das atividades humanas. As medidas corretivas são sempre mais onerosas e requerem técnicas e tecnologias sofisticadas e nem sempre acessíveis a todos.

Outra visão do controle da degradação ambiental é aquela que se baseia na instituição de medidas estruturais ou não estruturais. As medidas estruturais são as obras de engenharia, a aplicação de técnicas que procuram minimizar ou resolver determinados problemas ambientais. Dois exemplos que podemos citar são as estações de tratamento de esgotos e o desenvolvimento e utilização de filtros industriais (figuras 1 e 2, respectivamente), que minimizam a poluição proveniente das fábricas. As medidas não-estruturais, por sua vez, são aquelas embasadas em leis e regulamentos, e que dependem, portanto, da fiscalização, organização da sociedade e de aspectos políticos, uma vez que deve contemplar a negociação entre grupos sociais diferentes, que por ventura lutam por interesses distintos.

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Muitas vezes é necessária a interação de medidas estruturais com outras não estruturais para que tenha êxito no controle da degradação ambiental. Podemos exemplificar esta situação com a abordagem conjunta no combate à poluição dos rios, que combina a montagem de uma estação de tratamento de esgoto (estrutural) com o controle dos efluentes industriais (não estrutural) lançados no curso d’água.

A grande parte dos problemas ambientais está associada às aglomerações humanas nas cidades, havendo poucos recursos naturais para tantas pessoas, e, a consequente importação de matéria prima e energia. Assim, surge o problema da poluição proveniente do uso desses recursos, que liberam resíduos de impacto negativo no ambiente.

É interessante perceber que o poder poluidor de um cidadão de primeiro mundo é cerca de cinquenta vezes maior que de um cidadão de um país em desenvolvimento, devido aos distintos padrões de consumo. Desta forma, os impactos ambientais no planeta tendem a aumentar, na medida em que aumente o crescimento econômico dos países ricos. Desta forma, a economia globalizada deveria buscar equilíbrio nos padrões de consumo, ou seja, que houvesse uma diminuição do consumo nos países ricos e um aumento deste consumo por parte dos países menos favorecidos.

Um aspecto bastante controverso quando se fala no controle da degradação ambiental é a ideia do controle da natalidade como um elemento de busca da

Fontes:

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ete_s%C3%A3o_miguel.jpg http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Filtros_AN.JPG

Figura 1: Estação de tratamento de esgotos.

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sustentabilidade do planeta. É evidente que uma diminuição na taxa de crescimento da população ajudaria na diminuição da problemática ambiental, mas podemos nos perguntar até que ponto o Estado pode interferir tanto na vida do cidadão, ao ponto de limitar o numero de filhos ou bonificar aqueles que usam métodos contraceptivos ou cumprem metas de planejamento familiar. É uma questão a se pensar...

Outro aspecto polêmico no debate ambiental é a discussão sobre quem deve arcar com os custos do controle da poluição. Dentro do modelo econômico vigente é comum alguns defenderem que se repassem tais custos aos preços dos produtos. Mas, será que os empresários não poderiam diminuir suas margens de lucros, e arcar com os custos ambientais provenientes da manufatura e venda de seus produtos? Por que o cidadão comum, o consumidor final é quem sempre arca com os custos?

Finalmente, devemos considerar os aspectos políticos e éticos para o controle dos fatores de degradação ambiental. Muitas atividades econômicas impactantes possuem verdadeiros “lobbies” políticos para que se diminuam as exigências e as cobranças governamentais sobre elas. Cabe à população em geral estar atenta a esses aspectos, exigindo o cumprimento da lei e o compromisso ético dos políticos, para que o interesse público (no caso, a proteção ambiental) esteja à frente dos interesses corporativos.

 Gestão ambiental

A gestão ambiental consiste em uma forma sistemática de se administrar os conflitos advindos do uso/exploração dos recursos naturais pelo Homem. Tais conflitos colocam em flancos opostos valores universais e valores individuais ou de grupos específicos.

As políticas ambientais (estaduais, municipais, federais), representam a normatização, em cada esfera, do que se pode fazer em relação aos ambientais naturais/sociais, acordado pelos vários setores da sociedade. Fica a cargo do sistema de gestão (instituições) planejar e executar ações destinadas ao uso racional dos recursos naturais.

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 Avaliação de impactos Ambientais

A avaliação de impacto ambiental é um procedimento que objetiva estabelecer a viabilidade ambiental de empreendimentos, obras ou atividades que podem potencialmente causar modificações no meio ambiente.

A avaliação de impactos ambientais tomou impulso a partir da década de 60, quando se cunhou o conceito de impacto ambiental para embasar os procedimentos de licenciamento. O licenciamento ambiental passou a ter o requisito da objetividade, com características técnicas mínimas reguladas pelo poder público, traduzida em um documento de fé publica.

Uma política de avaliação de impactos iniciou-se no Brasil em 1981, com a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/81), cujos instrumentos legais sufragados foram a “Avaliação de impactos ambientais” e o “Licenciamento ambiental”, criados para assegurar a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental.

Em 1986 o CONAMA (Conselho nacional do Meio Ambiente), pela resolução 001/86 cria o Estudo de impactos ambientais (EIA) e o Relatório de impactos ambientais (RIMA). O EIA objetiva principalmente identificar e avaliar os impactos ambientais dos empreendimentos e propor medidas mitigadoras, além de definir os limites da área geográfica afetada pelo impacto. Já o RIMA representa um resumo dos estudos presente no EIA, e deve apresentar uma linguagem simples e acessível ao publico não técnico. Este relatório deve apresentar os objetivos, descrição do empreendimento, síntese dos resultados, descrição dos impactos e ações mitigadoras, e um programa de acompanhamento e monitoramento ao longo do tempo.

Vejamos abaixo exemplos de algumas atividades que exigem a expedição de EIA/RIMA:

 Estradas  Oleodutos

 Linhas de transmissão de energia  Barragens

 Extração mineral e de petróleo  Aterros sanitários

 Complexos industriais  Projetos agropecuários

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Referencias Bibliográficas

Braga, B, et al. – Introdução à Engenharia Ambiental – O desafio do desenvolvimento

sustentável – Editora Pearson – 2ª Edição, 2005.

Mendonça, R. – Como cuidar do seu meio ambiente – Editora Bei, 2002.

Dias, G.F. – Pegada ecológica e a sustentabilidade humana – Editora Gaia, 2002. Scotto, G. et al. – Desenvolvimento sustentável – Editora Vozes, 2007.

Reis, L.B.; Fadigas, E.A.A.; Carvalho, C.E. Energia, recursos naturais e a prática do

Referências

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