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A evidenciação das informações ambientais nas empresas do segmento de calçados registradas na BOVESPA (2006-2009).

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CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

KALINA LÍGIA ALVES DINIZ

A EVIDENCIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES AMBIENTAIS NAS

EMPRESAS DO SEGMENTO DE CALÇADOS REGISTRADAS NA

BOVESPA (2006-2009)

SOUSA - PB

2011

(2)

A EVIDENCIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES AMBIENTAIS NAS

EMPRESAS DO SEGMENTO DE CALÇADOS REGISTRADAS NA

BOVESPA (2006-2009)

Monografia apresentada ao Curso de

Ciências Contábeis do CCJS da

Universidade Federal de Campina

Grande, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharela em

Ciências Contábeis.

Orientadora: Professora Ma. Janaina Ferreira Marques de Melo.

SOUSA - PB

2011

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A EVIDENCIAQAO DAS I N F O R M A Q 6 E S AMBIENTAIS NAS EMPRESAS DO SEGMENTO DE C A L Q A D O S REGISTRADAS NA BOVESPA (2006-2009)

Esta m o n o g r a f i a f o i j u l g a d a a d e q u a d a para o b t e n c a o d o g r a u d e B a c h a r e l e m C i e n c i a s C o n t a b e i s , e a p r o v a d a n a f o r m a final pela B a n c a E x a m i n a d o r a d e s i g n a d a pela C o o r d e n a c a o d o C u r s o d e C i e n c i a s C o n t a b e i s d o C e n t r a d e C i e n c i a s J u r i d i c a s e Sociais d a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d e C a m p i n a G r a n d e - P B , C a m p u s S o u s a . M o n o g r a f i a a p r o v a d a e m / / BANCA EXAMINADORA

Prof." MSc. Janaina Ferreira Marques de Meio - Orientadora. Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

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o r i e n t a r a m q u e e s t u d a r e o m e l h o r c a m i n h o . E s s a vitoria e N O S S A !

(5)

P r i m e i r a m e n t e , a D E U S , a q u e r n c o n f i o e a c r e d i t o . O b r i g a d a s e n h o r , pela inteligencia, forca e f e q u e m e a j u d o u na realizacao d e s s e t r a b a l h o .

A t o d a m i n h a f a m i l i a , q u e s e m p r e acreditou e m m i m e e n t e n d e r a m o s m o m e n t o s q u e estive a u s e n t e , n a o s 6 p o r c a u s a d e s s e t r a b a l h o , m a s pelos m e u s e s t u d o s .

A m i n h a m a e (Antonia), m e u p a i (Valdeci) e m e u s i r m i o s (Kleiton, Karla e Katiuscia) q u e a l e m d a f o r c a q u e m e d a o , a c r e d i t a m n o m e u potencial e t o r c e m p e l o m e u s u c e s s o . A M O V O C E S ! A o s m e u s a m i g o s , F a b i a n a , Mirele, K a t i a n e , Q u e z i a , K l e a n d r a , e a o m e u n a m o r a d o K a g e a n , q u e a l e m d e s e r e m m e u s a m i g o s , e n t e n d e m m i n h a a u s e n c i a , m e u s t r e s s , d u r a n t e a realizacao d e s s e t r a b a l h o . M u i t o o b r i g a d a p o r t u d o q u e v o c e s r e p r e s e n t a m n a m i n h a vida e s a i b a m q u e e u a m o c a d a u m d o f u n d o d o m e u c o r a c i o . A m i n h a o r i e n t a d o r a , P r o f e s s o r a J a n a i n a M e i o , u m a profissional d e u m a inteligencia a c a d e m i c a invejavel, c u j a s a b e d o r i a e habilidade intelectual m e c o n d u z i u na o r i e n t a c a o d e s t e t r a b a l h o .

A o s m e u s p r o f e s s o r e s , T h i a g o , T h a i s e a n y , H i p d n i o , Lucia, Cristiane, F a b i a n o , A l l a n , e n f i m , a t o d o s a q u e l e s q u e c o n t r i b u i r a m d e u m a f o r m a o u d e outra p a r a m i n h a v i d a profissional, a v o c e s d e v o t o d a s a b e d o r i a adquirida d u r a n t e a realizacao d e s s e c u r s o .

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As atividades que a maioria das empresas produzem que derivam de recursos extraidos da natureza, alem das pessoas, animais, plantas, etc, absorvem recursos naturais, ou seja, uma quantidade enorme de elementos que necessitam de alguma forma serem repostos, pois s i o extratos advindos da natureza. Assim sendo, os recursos naturais tornam a cada dia mais escasso, mais preocupacio da sociedade na busca de encontrar a melhor maneira de equilibrio para que esses bens na sejam extintos. A Contabilidade se apresenta para evidenciar e mensurar as questoes ambientais desenvolvidas nas organizacdes, procurando noticiar os investimentos e gastos das ocorrSncias de carater ambiental, atraves de ferramentas que possam registrar os ativos e passivos encontrados nos documentos comprobatPrios. Na oportunidade, como as empresas do ramo de calcadista e considerado um potencial poluidor, esta pesquisa pretendeu estudar a evidenciacio ambiental nos seus relatorios. Portanto, este trabalho se deu atraves da pesquisa em sites oficiais das empresas estudadas, que s i o cadastradas na Bolsa de Valores do Estado de Sao Paulo (BOVESPA) e da C o m i s s i o de Valores Mobiliarios (CVM), sendo analisados os relatPrios socioambientais, os relatdrios da administracao, as notas explicativas, os relatdrios de problemas ambientais das empresas. Utilizando como parametro as informacSes ambientais nos documentos oficiais por meio das variaveis da NBC-T15 dos anos de 2006 a 2009 sendo realizado um estudo nas empresas Cambuci S.A, Grendene, Sao Paulo Alpargatas e Vulcabras/Azaleia, verificando a evidenciacio da informacio ambiental. Nesse entendimento, observa-se que a empresa que apresenta de forma mais clara suas priticas ambientais num ranking estabelecido conforme as variaveis ambientais foi a empresa S i o Paulo Alpargatas, seguida da empresa Grendene, depois a organizacio Vulcabras/Azaleia, e por ultimo a empresa Cambuci.

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The activities that most companies that produce derived from resources extracted from nature, in addition to people, animals, plants, e t c , absorb natural resources, ie, a huge amount of elements that need to be replaced somehow, they are statements arising of nature. Thus, natural resources become more scarce every day, more concern of society in the quest to find the best way to balance so that these goods are in extinct. Accounting is presented to show and measure the environmental issues developed in organizations, seeking to report the occurrence of the investments and expenses related to the environment through tools that can record the assets and liabilities found in supporting documentation. On that occasion, as the companies of the shoe is considered a potential polluter, this research intended to study the environmental disclosure in their reports. Therefore, this work was carried out through research on official websites of the companies studied, which are registered in the Stock Exchange of Sao Paulo (Bovespa) and the Securities and Exchange Commission (CVM) and analyzed the social and environmental reports, reports of administration, notes, reports of environmental problems in companies. Using as parameter the environmental information in official documents through the variables of the NBC-T15 years 2008 to 2009 being a study in business Cambuci SA, Grendene, Sao Paulo Alpargatas and Vulcabras / Azalea, checking the disclosure of environmental information. In this understanding, it is observed that the company has more clearly their environmental practices as set out in a ranking of environmental variables was the company Sao Paulo Alpargatas, then the company Grendene after the organization Vulcabras / Azalea, and finally the company Cambuci

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ABCD Brasii: Associagao de Dirigentes Cristaos de Empresas do Brasil A.C.: Antes de Cristo

APAS: Areas de Protegao Ambiental ART. Artigo

BOVESPA: Bolsa de Valores do Estado de Sao Paulo CE: Ceara

CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente CFC: Conselho Federal de Contabilidade

CVM: Comissao de Valores Mobiliarios EIA: Estudo de Impacto Ambiental ETE: Estagao de Tratamento de Esgotos EVA: Etileno Vinil Acetato

IAN: Informagoes Anuais

IBAMA: Instituto Brasileiro e dos Recursos Naturais Renovaveis IBRACON: Instituto dos Auditores Independentes do Brasil ISO: International Organization for Standardization N°: Numero

NBCT: Normas Brasileiras de Contabilidade NE: Notas Explicativas

ONGs: Organizagdes nao Governamentais PNMA: Politica Nacional do Meio Ambiente

PPRA: Programa de Prevengao de Riscos Ambientais RA: Relatorio da Administragao

RIMA: Relatorio de Impacto Ambiental RL: Receita liquida

RO: Receita Operacional RSA: Relatbrio Socioambiental

RSE: Responsabilidade Social Empresarial

SAAE: Sistema de Abastecimento de Agua e Esgoto SGA: Sistema de Gestao Ambiental

SPHAN: Servigo de Patrimonio Histdrico e Artistico Nacional US$: DOLARES

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ambiente conforme a NBC-T15 nos documentos oficiais 26 Quadra 2: Instruments de analise de dados para veriflcar a evidenciacio ambiental 26

Quadra 3: Empresas listadas na BOVESPA do Segmento de Calcados 27 Quadra 4 Evidenciacio ambiental dos investimentos operacionais no ano de 2006

da Grendene...., 58 Quadra 5 Identificacio dos ativos e passivos ambientais 86

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Grafico 1 Evidenciacio ambiental dos investimentos e gastos operacionais da

Grendene em 2006 e 2007 , 57 Grafico 2 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos operacionais da

Grendene em 2008 , 59 G r i f i c o 3 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos operacionais da

Grendene em 2009 60 Grafico 4 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos operacionais da S i o

Paulo Alpargatas em 2006 61 G r i f i c o 5 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos operacionais da S i o

Paulo Alpargatas em 2007, 2008 e 2009. 62 G r i f i c o 6 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos operacionais da

Vulcabras/Azaleia e m 2006 e 2007 63 Grafico 7 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos operacionais da

Vulcabras/Azaleia em 2008 64 Grafico 8 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos operacionais da

Vulcabras/Azaleia e m 2009 64 G r i f i c o 9 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos operacionais da

Cambuci em 2006, 2007 e 2008 65 Grafico 10 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos operacionais da

Cambuci em 2009 66 Grafico 11 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos com a preservacio

e ou recuperacio do ambiente degradado da Grendene em 2006 e

2007.. 67 G r i f i c o 12 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos com a preservacio

e ou recuperacio do ambiente degradado da Cambuci, S i o Paulo

Alpargatas e Vulcabras/Azaleia em 2006 e 2007.. , 68 G r i f i c o 13 Evidenciacio Ambiental dos investimentos e gastos com a preservacio

e ou recuperacio do ambiente degradado da Grendene, Cambuci, S i o

Paulo Alpargatas e Vulcabras/Azal6ia em 2008 e 2009 69 G r i f i c o 14 Evidenciacio de investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para

empregados, terceirizados, autdnomos e administradores da Grendene,

S i o Paulo Alpargatas e Vulcabras/Azaleia e Cambuci, em 2006 70 Grafico 15 Evidenciacio de investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para

empregados, terceirizados, autdnomos e administradores da

Vulcabras/Azaleia em 2007 71 G r i f i c o 16 Evidenciacio de investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para

empregados, terceirizados, autdnomos e administradores da Grendene,

S i o Paulo Alpargatas e Cambuci em 2007 71 G r i f i c o 17 Evidenciacio de investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para

empregados, terceirizados, autdnomos e administradores da Grendene

em 2008 72 G r i f i c o 18 Evidenciacio de investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para

empregados, terceirizados, autdnomos e administradores da S i o Paulo

Alpargatas e Vulcabras/Azaleia em 2008 72 G r i f i c o 19 Evidenciacio de investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para

empregados, terceirizados, autdnomos e administradores da Cambuci

em 2008 73 G r i f i c o 20 Evidenciacio de investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para

empregados, terceirizados, autdnomos e administradores da Grendene e

(12)

Grifico 22 Evidenciacio de investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para a comunidade da Grendene (de 2006 a 2008), S i o Paulo Alpargatas,

Vulcabras/Azaleia e Cambuci de 2006 a 2009 75 Grafico 23 Evidenciacio de investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para

a comunidade da Grendene no ano de 2009 76 G r i f i c o 24 Evidenciacio de investimentos e gastos com outros projetos ambientais

da Grendene e S i o Paulo Alpargatas no periodo de 2006 a 2009 77 Grifico 25 Evidenciacio de investimentos e gastos com outros projetos ambientais

da Vulcabras/Azaleia e Cambuci no periodo de 2006 a 2009 78 Grifico 26 Evidenciacio da quantidade de processos ambientais, administrativos e

judiciais da Grendene, S i o Paulo Alpargatas, Vulcabras/Azaleia e

Cambuci no periodo de 2006 a 2009. 79 G r i f i c o 27 Evidenciacio do valor da multa e das indenizacdes relativas i materia

ambiental, determinadas administrativa e ou judicialmente da Grendene, S i o Paulo Alpargatas, Vulcabras/Azaleia e Cambuci no periodo de 2006

a 2009 80 Grifico 28 Evidenciacio dos passivos e contingencias ambientais da Grendene,

S i o Paulo Alpargatas, Vulcabras/Azaleia e Cambuci no periodo de 2006

a 2009 81 Grifico 29 Ranking das empresas estudadas com r e l a c i o a evidenciacio dos

investimentos e gastos com manutencio nos processos operacionais

para a melhoria do meio ambiente 82 Grifico 30 Ranking das empresas estudadas com r e l a c i o i evidenciacio dos

investimentos e gastos com a preservacio e ou recuperacio de

ambientes degradado 82 Grifico 31 Ranking das empresas estudadas com r e l a c i o i evidenciacio dos

investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para empregados,

terceirizados, autdnomos e administradores da entidade 83 Grafico 32 Ranking das empresas estudadas com r e l a c i o a evidenciacio dos

investimentos e gastos com a e d u c a c i o ambiental para a comunidade 84 G r i f i c o 33 Ranking das empresas estudadas com relacio i evidenciacio dos

investimentos e gastos com outros projetos ambientais 84 G r i f i c o 34 Ranking das empresas estudadas com relacio a evidenciacio da

quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos

contra a entidade... 85 Grifico 35 Ranking das empresas estudadas com relacio i evidenciacio do valor

das multas e das indenizacdes relativas a materia ambiental,

determinadas administrativa e ou judicialmente 85 G r i f i c o 36 Ranking das empresas estudadas com r e l a c i o i evidenciacio dos

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1 ASPECTO INTRODUTORIO 1 5 1.1 Deiimitagao do tema e a problemitica 18

1.2 Objetivos 20 1.2.1 Objetivo geral 20 1 2 . 2 Objetivos especificos 20 1.3 Justificativa , 21 1.4 Procedimento metodologico 24 1.4.1 Classificagao da pesquisa 24 1 4 . 2 Procedimentos e instrumento de coleta de dados 25

1 4 . 3 Universo da pesquisa 27 2 FUNDAMENTACAO T E 6 R I C A 28

2.1 Meio ambiente 28 2.2 O meio ambiente e a contabilidade 29

2.2.1 Desenvotvimento sustentive! 30 2.2.2 Responsabilidade social das empresas 32

2.2.3 A evolugSo das questdes ambientais no Brasil 35 2.3 Normas e leis criadas com proposito de preservar o meio ambiente 37

2.3.1 Estudo de impactos ambientais 41 2.3.2 Relatdrio de impacto do meio ambiente 42

2.4 Informacio contibil como instrumento de responsabilidade social 43

2.4.1 Formas de evidenciagSo da informagSo contabil 45

2.5 Itens ambientais 47 2.5.1 Bens e direitos ambientais 48

2.5.2 Obrigagoes ambientais 49 2.5.3 Ganhos ambientais 50 2.5.4 Custos ambientais 51 2.6 O papel da contabilidade ambiental • 52

3 APRESENTACAO E ANALISE DOS RESULTADOS 55 3.1 Perfil das empresas do ramo calcadista avaliadas neste estudo 55

3.2 Identificacio da evidenciacio das informacoes ambientais nos documentos

oficiais por meio das variaveis da NBC-T15 57 3.2.1 Variavel 1: Evidenciagao dos investimentos e gastos com manutengao

nos processos operacionais para a melhoria do meio ambiente no

periodo de 2006 a 2009 57 3.2.2 Variavel 2: Evidenciagao dos investimentos e gastos com a

preservagSo e/ou recuperagSo de ambiente degradado no periodo de

2006 a 2009. 67 3.2.3 Variavel 3: Evidenciagao dos investimentos e gastos com a educagao

ambiental para empregados, terceirizados, autdnomos e

administradores da entidade no periodo de 2006 a 2009. 70 3.2.4 Variavel 4: Evidenciagao dos investimentos e gastos com educagao

ambiental para comunidade no periodo de 2006 a 2009 75 3.2.5 Variavel 5: Evidenciagao dos investimentos e gastos com outros

projetos ambientais no periodo de 2006 a 2009.... 77 3.2.6 Variavel 6: EvidenciagSo da quantidade de processos ambientais,

administrativos e judiciais movidos contra a entidade 79 3.2.7 Variavel 7: EvidenciagSo do valor das multas e das indenizacdes

relativas £ materia ambiental, determinadas administrativa e/ou

judicialmente 79 3.2.8 Variavel 8: EvidenciagSo dos passivos e contingencias ambientais. 80

(14)

3.4 Identificacio do Patrimonio Ambiental das empresas no periodo

analisado •• 8 6

4 CONSIDERACOES FINAIS 88 R E F E R E N C E S - 92

(15)

1 A S P E C T O S I N T R O D U T O R I O S

No principio da humanidade, as fortes de consumo dos povos direcionavam a utilizacao dos recursos naturais para a sua sobrevivencia, mas com o passar dos anos, a preocupacao com a utilizacao indiscriminada dos recursos aflorou apds a Revolucao Industrial, isso porque se compreendia que os recursos naturais indicavam fontes inesgotaveis.

Desde os primdrdios da humanidade o homem procurava novas alternativas de vida, sempre com o objetivo de melhorar sua qualidade, indo da caca e pesca predatoria, colheita de frutos e plantas silvestres, a sua fixacSo na terra, demonstrando uma evolucao na forma de sociedade, utilizando os recursos naturais de acordo com as suas necessidades. (FREITAS & STRASSBURG, 2007, p. 1).

De acordo com Silva (2008, p. 1)

A grande RevolucSo Industrial comecou a acontecer a partir de 1760, na Inglaterra, no setor da industria textil, a principio, por uma razao relativamente facil de entender: momenta em que a sociedade comecou a aperfeicoar seu meio de producao, em virtude do aparecimento de maquinas e equipamentos, o rapido crescimento da populacao e a constante migracao do homem do campo para as grandes cidades acabaram por provocar um excesso de mao-de-obra nas mesmas.

Durante o periodo e m que ocorreu essa revolucao, os administradores das organizacdes ainda nao manifestavam preocupacao com a q u e s t i o ambiental e a consequente retirada dos recursos naturais. Nesse sentido, Costa (2006, p. 1) afirma que:

As empresas estavam interessadas principalmente em acumular capital e gerar lucro independentemente de que para alcancar tais resultados teriam que agredir o meio ambiente, alterar as condicdes de equilfbrio da natureza provocando o esgotamento desses recursos naturais.

Com isso, percebe-se que a preocupacio das empresas reside na busca desenfreada por lucros e o consequente acumulo de capital, sem se preocupar com os danos causados ao meio ambiente.

As informacdes pertinentes aos impactos das atividades reatizadas pela empresa e que agem no meio ambiente e na sociedade tomaram-se obrigatdrias, como trata Ferreira (2003, p. 7) "a abordagem social da contabilidade obriga-a a participar ativamente da pesquisa sobre como informar os eventos realizados pelas organizacdes que podem afetar o meio ambiente e, concomitantemente, cuidar da mensuracao desses eventos'. Assim sendo, observa-se a necessidade das empresas poluidoras atenderem as demandas da sociedade, quanto a divulgacao de informacdes socioambientais (relatorio de sustentabilidade, relatorio

(16)

de problemas ambientais, balance- social, balanco ambiental, notas explicativas, relatorio da administracao), relacionadas a promocao do controle da degradacao e da emissao de poluentes, na intencao de apresentar os resultados mensuraveis das ocorrencias ambientais.

Segundo Pereira (2004, p. 3):

A demanda global dos recursos naturais deriva de uma formacao economica cuja base 6 a producSo e o consumo em larga escala. A logica, associada a essa formacao, que rege o processo de exploracao da natureza hoje, e responsavel por boa parte da destruicSo dos recursos naturais e e criadora de necessidades que exigem, para a sua propria manutencao, um crescimento sem fim das demandas quantitativas e qualitativas desses recursos.

Como se observa, por uma necessidade dos povos em absorver quantidades enormes de recursos naturais tern proporcionado as empresas uma producao ampla de quantidades e com isso tem-se verificado uma das causas responsaveis pela destruic3o e poluicao do meio ambiente.

No entanto, se faz necessario encontrar situacces para a exploracao dos recursos naturais de uma maneira melhor e perfeita e em grande quantidade sem que os mesmos sejam extintos. Como corrobora Oliveira (2005, p. 45):

Tomou-se necessario, para a saude do modo de producao capitalista, selecionar os recursos naturais essenciais para a reproducao do capital e entio multiplica-Ios, ou conserva-los - ou ainda proteg6-los; fazer uma escolha criteriosa do que e fundamental para a sustentabilidade do desenvolvimento capitalista, e fomentar todo um aparato para que proficuamente se mantenha inesgotavel. O que nao for posslvel proteger e esgotar-se, que seja substituldo por algo mais abundante, com as devidas correcdes tecnoldgicas.

Portanto, um dos pressupostos para a nao extincao dos recursos naturais e a aplicacao de politicas corretas nas empresas, ou seja, selecionar os recursos naturais com a finalidade de protecao, controle para que nao venha a faltar futuramente, e se, assim mesmo nao conseguir que sejam substituidos por materials que ainda nao sofreram s i t u a c i o de extincao, utilizando-os corretamente de tecnologias limpas.

Com a crise ecologica determinada, na maioria das organizacdes empresariais, por meio da retirada de materials da natureza e com a reposicao de detritos e substantias nocivas, tern modificado o ecossistema, com isso surgiram movimentos contestatorios a essa situacdo e a discussao sobre o desenvolvimento sustentavel.

(17)

Segundo Gomes (1998, p. 34):

O desenvolvimento harmdnieo de uma sociedade depende, basicamente, de uma biosfera sadia como sistema integrado e auto-regulado suficiente

para dar continuidade a sua reproducao nova, se, o homem no processo de

sua producao material respeitar as suas leis de funcionamento e evolucSo.

Para tanto, ha que se pautar por uma conduta superior orientada no sentido de tomar consciente e planificada a relacio interdependente Homem-Natureza, a fim de que possa criar um meio proplcio - nos parametros naturais e sociais - a vivencia dos seres vivos. Esta organizacao harmoniosa, denominada pelos ecologistas de "ecodesenvolvimento", consiste na transformacao racional do meio ambiente em beneficio do ser humano e do proprio meio, tendo em vista que a simples conservacao e

insuficiente para manter o equillbrio natural dos processos da biosfera. A n o c i o de sustentabilidade implica uma necessiria inter-relacio errtre justica social, qualidade de vida, equillbrio ambiental e a necessidade de desenvolvimento com capacidade de suporte (JACOBI, 1997).

Portanto, o comportamento etico com consciencia da r e l a c i o entre homem e natureza a fim de encontrar maneiras equilibradas para a vivencia dos seres habitantes do pianeta Terra pode considerar como uma transformacio para o bem estar de todos, sempre na busca do controle, minimizacio ou e x t i n c i o da poluicio e degradacio ao meio ambiente, pois, s6 a conservacio n i o toma suficiente a manutencio do equillbrio natural do ecossistema.

Ribeiro e Martins (1993) ressaltam que a Contabilidade d e v e r i aparelhar-se para satisfazer os usuirios interessados na a t u a c i o das empresas com o meio ambiente, tendo em vista o dever de subsidiar o processo de tomada de d e c i s i o , Portanto, visando apresentar os fatos ambientais ocorridos nas organizacdes, para os usuirios tomarem as decisdes necessirias, a contabilidade precisari de se equipar no sentido de apresentar resultados que satisfacam os preocupados com o desempenho das organizacdes com a natureza.

Dias Filho (2007) levanta a ideia de que, com o agravamento dos problemas relacionados ao aquecimento global, estima-se que as organizacdes tendam a investir mais ainda em divulgacio de informacdes de cariter social e ambiental, mesmo que n i o estejam formalmente obrigadas a faze-lo. Nesse sentido, as evidenciacdes por parte das empresas na divulgacio das questdes ambientais demonstram sua responsabilidade com o meio ambiente, mesmo sabendo que n i o e s t i o sujeitas a interpretacio da lei se n i o publicarem tais eventos.

Se comportando como uma atividade de grande impacto na economia mundial o setor de calcados e um dos grandes contribuintes para a poluicio e a degradacio do meio ambiente, j i que para sua producio utiliza-se de recursos naturais. Na industria de calcados, a d i f u s i o de nova tecnologia e a utilizacio de novos materials na p r o d u c i o leva essa atividade a

(18)

tornar-se um grande ramo industrial, e a elevada utilizacao de recursos naturais resulta em certa quantidade de residuos que s i o gerados nas v i r i a s fases de producio. (FRANCA et.

al. 2007, p. 2).

Segundo os autores acima, a utilizacio de tecnologias avancadas aliada a aplicacio de outros materials propde que esse ramo se torne um potencial na industria, em contrapartida com o consumo de quantidades enormes de recursos naturais gera detritos que s i o produzidos ao longo das etapas da producio.

Considerada o ramo calcadista como uma grande cadeia de p r o d u c i o de poluentes do meio ambiente, o que vem a transformar este trabalho numa fonte de informacdes a respeito da divulgacio das evidenciacdes de carater ambiental das empresas do ramo de calcados que e s t i o registradas na Bolsa de Valores do Estado de S i o Paulo (BOVESPA).

Diante destas afirmacdes, utilizaram-se como norte para o desenvolvimento deste trabalho, as divulgacdes ambientais das empresas calcadistas que tern acoes negociadas na Bolsa de Valores de S i o Paulo no periodo de 2006 a 2009.

1.1 D e l i m i t a c a o d o t e m a e a p r o b l e m i t i c a

Um dos motivos para uma empresa adotar os procedimentos relacionados i Contabilidade Ambiental, segundo Pires (2009), consiste na p r e s s i o exercida pelos usuirios das informacdes contabeis e dentre os principals interessados observa-se: trabalhadores, investidores, comunidade local, clientes, fornecedores, administracio publica, entidades financeiras e investidores, publico em geral e organizacdes ecoldgicas

Como destacam Santos et. al. (2006, p. 2):

Devido i relevincia das questdes ambientais, cujo objetivo principal e apresentar as contribuicdes que a contabilidade ambiental juntamente com o processo de gestio ambiental proporcionari para a empresa, dando fenfase na demonstracio de seus custos ambientais, analisando o processo de gestio da empresa e, por fim, mostrar os beneficios da contabilidade ambiental a ela e a sociedade.

Nesse sentido, percebe-se que alem da importincia da divulgacio financeira dos fatos ambientais apresentados pela contabilidade ambiental, ainda proporciona o aparecimento de benfeitorias, que a contabilidade seja capaz de revelar aos que fazem parte e que tern interessa na empresa, demonstrando seus gastos com o meio ambiente, averiguando o processo de g e s t i o da organizacao.

(19)

Segundo Paiva (2006, p. 17):

Sob essa perspectiva, a Contabilidade Ambiental surgiu nesse cenirio como forte aliada das organizacdes no que diz respeito a promover a geracio e adequada divulgacio das informacdes contibeis adaptadas ao meio ambiente, tendo como principal finalidade colaborar com essa

sistematica, alem de servir de fonte argumentadora de subsldio para a

tomada de decisdes estrategicas das organizacdes.

Portanto, a Contabilidade Ambiental apareceu atrelada as empresas com intuito de registrar e evidenciar de maneira apropriada as informacdes contibeis ajustadas ao meio ambiente, cujo objetivo e a cooperacio com o processo, ainda mais, contribuindo como um manancial de auxilio na tomada de d e c i s i o estrategica das empresas. Como afirmam Costa e Marion (2007), ela precisa registrar e prestar informacdes de todos os fatos referentes ao meio ambiente, tendo em vista que esse patrimdnio pertence a sociedade.

Os problemas ambientais atribuidos as empresas vem se apresentado de longas datas e com dimensdes espantosas culminando para que a sociedade e os governos tomem providencias urgentes. De acordo como trata Vinha (2000, p. 1):

Nas duas ultimas decadas, este processo assumiu proporcdes alarmantes, impondo seu enfrentamento a governos e sociedades. Dessas circunstincias e preocupacdes comuns a organizacdes e nacdes de todo o mundo emergiu uma nova convencao de mercado popularizada no termo "Desenvolvimento Sustentive!" (ou simplesmente, Sustentabilidade). Esta

convencio demonstrou ser capaz de alterar as regras da concorrencia

capitalista, obrigando as empresas (sobretudo, as multinationals) a adquirirem competencia para administrar conflitos e demandas sociais de

maneira a se manterem competitivas.

Para que as empresas possam permanecer no mercado, precisam atender as questdes econdmicas, como tambem atender as causas sociais e ambientais, ou seja, contribuir com o desenvolvimento sustentivel, indo alem com posicionamento etico e transparente. Alem de considerar um compromisso permanente dos empresirios com a integridade do meio ambiente e com o respeito aos direitos humanos, pressupondo uma postura etica nos negdcios e a transparencia na comunicacio com a sociedade.

Assim sendo, a Contabilidade Ambiental reconhece mensura e evidencia as ocorrencias de ordem ambiental, ou seja, a a n i l i s e do patrimdnio ambiental das organizacdes. Segundo Bergamini (2000, p. 10) "A Contabilidade Financeira Ambiental tern o objetivo de registrar as transacdes da empresa que impactam o meio ambiente e os seus efeitos na p o s i c i o econdmica e financeira da empresa que reporta tais transacdes."

O presente estudo aborda as empresas do ramo calcadista, que apresentam suas informacdes cadastradas na Bolsa de Valores de Sao Paulo (BOVESPA). Neste contexto, o

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tema deste estudo relaciona a evidenciacio das informacdes ambientais, pertinentes aos problemas causados ao meio ambiente e sua relacio com a contabilidade.

Correa (2001, p. 20), afirma que:

Os curtumes s i o responsiveis por grande parte da geracio de resfduos que afetam o meio ambiente, e o processo utilizado por cerca de 90% das industrias que processam o couro e o curtimento mineral com sais de cromo, gerando rest'duos com a presenca desse metal que, segundo a norma brasileira NBR-10004, da ABNT, sao classificados como resfduos classe I - perigosos, necessitando tratamento e disposicio especifica. Atualmente o setor de calcados no Brasil vem aumentando sua producio haja vista que, com a abertura de novos mercados tern proporcionado negociacdes com outros paises, com isso, v i r i a s outras nacdes tiveram ao seu alcance outros modelos de calcados. Nesse sentido, mais materia prima foi u f i z a d a pelas empresas, ou seja, mais recursos naturais foram empregados e com isso as organizacdes depositaram mais poluentes na natureza.

Face ao exposto, o presente estudo busca responder ao seguinte problema de pesquisa: Quais informacdes ambientais s a o evidenciadas nas publicacdes d o s documentos

oficiais d a s empresas d o segmento de calcados registradas na B O V E S P A no periodo de 2006 a 2009?

1.2 O b j e t i v o s

1.2.1 Objetivo geral

Investigar a evidenciacio das informacdes ambientais publicadas nos documentos oficiais das empresas do segmento de calcados registradas na BOVESPA, no periodo de 2006 a 2009.

1.2.2 Objetivos especificos

• Comparar as diferencas existentes nas informacdes das priticas ambientais em seus documentos oficiais

• Ranquear as empresas estudadas em r e l a c i o a clareza da evidenciacio das informacdes ambientais divulgadas, tomando como base a NBCT 15.

• Verificar nas notas explicativas das demonstracdes financeiras a existdncia de componentes que resultam no patrimdnio ambiental

(21)

• Descrever os itens ambientais identificados em todos os documentos oficiais (ativo, passivo, receita, custos e despesas) que as empresas de calcados divulgam.

1.3 J u s t i f i c a t i v a

O tema meio ambiente pode e deve ser examinado sob v i r i o s angulos. Todas as ciencias devem considera-lo objeto de pesquisas e estudos haja vista sua importancia para a humanidade (SAVI, 2008).

De acordo com Clementino (2001, p. 3):

0 Meio Ambiente e a totalidade dos fatores fisiogrificos (solo, igua, floresta, relevo, geologia, paisagem, e fatores meteoroclimaticos) mats os fatores psicossociais inerentes a natureza humana (comportamento, bem-estar, estado de espfrito, trabalho, saude, alimentacao, etc.) somados aos fatores sociologicos, como cultura, civilidade, convivencia, o respeito, a paz, etc.; ambiente.

Entretanto, e muito importante se observar que ambiente nao deve ser visto apenas como natureza, mas no contexto de interacio homem e natureza, de forma que nessa perspectiva ambiente e a totalidade dos processos e espacos nos quais ocorrem as «nterac6es entre natureza e civilizacio, com o ambiente, portanto, englobando todos os fatores naturais que s i o influenciados pelos homens e que os influenciam (WALGENBACH, MARTINS E BARBOSA, 2000, p. 214 apud SANTANA, 2003, p. 24).

Segundo o art. 3°, inciso I, da Lei N°. 6.938 de 31 de agosto de 1981, que estabelece a Politica Nacional do Meio Ambiente, se compreendem o meio ambiente como o conjunto de eondicoes, leis, infludncias e interacoes de ordem fisica, quimica e bioldgica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Portanto, todas as eondicoes fisieas, quimicas e biologicas que transformam as atitudes dos homens em todas suas formas, constituem o meio ambiente.

Saber equacionar e lidar com a natureza e o desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento sustentivel, n i o e tarefa em que se observa somente uma ou algumas partes, mas, se deve analisar o todo, onde a natureza passa tambem a ser artefato de estudo das ciencias sociais. Como comenta Santana (2003, p. 25):

Deve ser observado que nesse contexto a natureza passa a ser entendida, de uma forma mais moderna, como todos os sistemas dinimicos energeticos, ffsicos e bi6ticos, que formam e d i vida ao Planeta Terra, fonte de recursos para a sociedade e por ela apropriados e transformados.

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0 desenvolvimento sustentavel permite que as pessoas possam produzir com eondicoes de viver sem que os recursos para a sua sobrevivencia nao sejam afetados agressivamente na sua totalidade, onde possam torni-los extintos e comprometer as geracdes futuras. O Desenvolvimento Sustentavel segundo o Relatdrio Brundtland e aquele que "atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as geracdes futuras atenderem as suas prdprias necessidades" (COMISSAO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988).

Portanto, se pode produzir sem que seja necessirio extinguir os recursos naturais, mas, o progresso da tecnologia e o aumento da populacao geraram danos impresumiveis a natureza, diante das atividades proporcionadas pela humanidade. Como destacam Maciel

et. al. (2009, p. 2), "com os avancos tecnologicos e o desenvolvimento da populacao, as

atividades humanas originaram impactos negativos ao meio ambiente que, durante s&culos, foi visto como fonts inesgotavel de recursos naturais tendo como objetivo suprir as necessidades do homem."

Divulgar os acontecimentos ambientais e a utilizacao de seus recursos tornou-se importante para os usuirios das informacdes contabeis, para tanto Santos et. al. (2006, p. 2) comentam que "para mensurar essas constantes mutacdes em nosso meio ambiente, as organizacdes ligadas diretamente com a extracao de recursos naturais e s t i o implantando a Contabilidade Ambiental em suas atividades."

Contudo, observa-se que certas empresas e s t i o perdendo mercado para outras organizacdes que trabalham em equillbrio com o meio ambiente, e que demonstram preocupacio com a natureza e ao mesmo tempo e s t i o atendendo as leis vigentes.

As empresas se utilizam de recursos naturais para o andamento de seus negdeios, entretanto, necessirio se faz divulgar os itens ambientais desenvolvidos a fim de informar os investimentos e os gastos das ocorrencias ambientais realizadas na organizacio e no seu entomo. Todavia, entende-se que as empresas para seu desenvolvimento e crescimento, possuem obrigacdes com a sociedade e, a esta deve prestar contas evidenciando como utilizam os recursos naturais no processo de g e r a c i o de riqueza. T a m b i m , deveriam evidenciar de que forma a riqueza gerada retorna i prdpria sociedade e i preservacio do meio ambiente (SILVA e ZANOLLA, 2011).

As organizacdes do ramo calcadista v i m gerando de empregos, o que as transforma como importantlssimas para a economia, mas, na contra-mao se apresentam como responsiveis por diversos atos de poluicio e degradacio a natureza, como comentam Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002), que afirmam que as empresas do ramo calcadista s i o as

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responsaveis por produzirem danos ambientais de maior impacto, se comparadas as empresas do ramo comercial e de prestacio de servicos.

Indo mais alem, as industrias calcadistas sao caracterizadas como poluidoras e geradoras de residuos prejudiciais a saude humana, ja que no transcorrer das etapas da producao do calcado resultam em praticas nocivas aos seres vivos. Neste aspecto, Cultri, Barbosa e Manfrinato (2007) explicam que existem diversas praticas nocivas ao meio ambiente e a saude dos seres humanos, como na etapa de curtimento do couro que se utilizam elementos poluentes e na fase de elaboracio final do produto, que exige, por vezes, a utilizacao de outras materias-primas, como borracha e plastico, que tambem possuem potential poluidor.

A escolha do setor de calcado se deve ao fato da industria calcadista estar contida no grupo das industrias mais poluentes apontada pela Comissao Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, segundo apontamento de Kraemer (2000, p. 10). Portanto, elencar os elementos de investimentos, como tambem os gastos e as despesas das ocorrencias ambientais de cada empresa que fazem parte deste estudo demonstrara quais as organizacdes que mais se preocupam com as causas ambientais.

O Brasil foi classificado recentemente como o sexto maior exportador mundial de calcados, sendo ja conhecido internacionalmente pelo mercado mundial e fabrica para importantes grifes. O setor e composto por aproximadamente 7.830 empresas, alem de possuir importante desempenho na economia brasileira gerando algo e m torno de 300 mil empregos diretos (LEOCADIO, et. al. 2010).

A s industrias de calcados acumularam como receita dos embarques ao exterior, em agosto de 2010, US$ 122 milhdes de ddlares1. Os numeros apontam o crescimento de 10% na comparaeio ao periodo passado. No acumulado do ano, as exportacdes de calcados contabilizam US$ 1,02 bilhio de e dois milhdes de ddlares como receita.

Portanto, a participacio da Contabilidade e de extrema importancia, pois vai despertar o interesse para as questdes ambientais, ajudando a classe empresarial a implementar, em sua g e s t i o empresarial, a variavel ambiental, n i o apenas para constar na legislacio, mas por uma verdadeira conscientizacio ecoldgica (KRAEMER, 2006, p. 1).

1 Os dados preliminares foram elaborados peia Secretaria de Comercio Exterior, do Ministerio do

Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior (Secex/MDIC). Disponivel em: <http://www.dinaco-sa.com.br/novo_srte/noticias_ler.php?areaid=3&id=901>

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O motivo da escolha do ramo calcadista para este estudo e pelo fato de que este pode causar danos para o meio ambiente, como por exemplo, a utilizacao do couro de animais curtidos em curtumes, atraves de produtos quimicos, provocadores de danos ao meio ambiente. Outro motivo que justifica a escolha e o que trata a Lei Federal 10.1652000, que dispde sobre a Politica Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e afirma que este ramo e considerado como uma atividade potencialmente poluidora e utilizadora de recursos ambientais de grau medio.

Diante do exposto, estudar a divulgacio dos itens ambientais desenvolvidos pelas empresas do ramo calcadista nos demonstratives financeiros e relevante para a sociedade, pois se pode afirmar que representa uma importante contribuicio, a fim de verificar o que e s t i sendo realizado por cada empresa relacionada nesta pesquisa, quanto as questdes ambientais e o papel da contabilidade neste aspecto.

1.4 P r o c e d i m e n t o s m e t o d o l d g i c o s

1.4.1 Classificagao da pesquisa

Na tipologia da pesquisa adotada para a realizacao do presente trabalho, observa-se a pesquisa documental e bibliografica, haja vista que se utilizou de documentos oficiais (notas explicativas das demonstracdes financeiras e outros documentos oficiais) e da literatura disponivel que tratavam sobre contabilidade e divulgacio de itens ambientais, bem como da coleta de informacdes nas home pages das empresas que focam do presente estudo.

Segundo Gil (2002), a pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa bibliografica, sendo que a diferenca essencial entre ambas e s t i na natureza das fontes, uma vez que, enquanto a pesquisa bibliografica se utiliza fundamentalmente das contribuicdes dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que n i o recebem ainda um tratamento analitico, ou que ainda podem ser re-elaborados de acordo com os objetos da pesquisa.

Para Amaral (2007, p. 1):

A pesquisa bibliografica e uma etapa fundamental em todo trabalho cientffico que influenciari todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento tedrico em que se baseari o trabalho. Consistem no levantamento, selecio, fichamento e arquivamento de informacdes relacionadas i pesquisa.

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Quanto ao objetivo, o posicionamento deste estudo sobressai como uma pesquisa descritiva, por captar dados para responder as variaveis apresentadas no trabalho, que de acordo com Gil (2002), objetiva descrever caracteristicas de determinada populacio ou fenomeno podendo ate estabelecer relacdes entre suas variaveis.

Em relacio a abordagem do problema da pesquisa utilizou-se a investigacao da evidenciacio das praticas ambientais por meio do levantamento de dados do setor de calcados, analisando os resultados qualitativa e quantitativamente, embasados no que aborda o problema. A predominincia desta investigacao destina-se a pesquisa qualitativa e quantitativa, pois de acordo com Beuren (2006, p. 92) na pesquisa qualitativa "concebem-se analises mais profundas em relacio ao fenomeno que e s t i sendo estudado".

Segundo Richardson (1999, p. 80):

[...] os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interacio de certas variaveis, compreender e classificar processos dinimicos vividos por grupos sociais. Ressalva, tambem, que podem contribuir no processo de mudanca de determinado grupo e possibilitar, em maior nivel de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos individuos.

Portanto, esse estudo torna-se qualitativo, pela busca de um determinado problema de uma determinada classe industrial, ou seja, as empresas do ramo de calcados com registro na Bolsa de Valores do Estado de S i o Paulo (BOVESPA).

1.4,2 Procedimentos e instrumento de coleta de dados

Os dados coletados para fazer parte deste estudo foram retirados dos documentos oficiais publicados, que constam no site da BOVESPA: as notas explicativas dos demonstratives financeiros no periodo proposto (NE), bem como os relatorios da administracio (RA), alem de nas informacdes anuais (IAN) por meio dos relatorios de problemas ambientais.

Para complementar estas informacoes, foram extraidos do sitio das empresas de calcados, informacdes do relatdrio de sustentabilidade, relatorio socioambiental e balanco sociaVAmbiental. (RSA). Assim, a fonte de o b t e n c i o dos dados deu-se atravis dos relatorios encontrados no sitio das empresas como tambem no site da BOVESPA das empresas do ramo calcadista.

Num segundo momento, por meio dos documentos descritos na coleta de dados, procuraram-se as informacoes que se desejava alcancar, com fins de identificar a evidenciacio de cada organizacio em relacio i s questdes ambientais ocorridas. Para a

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o b t e n c i o da analise desses dados, foi tornado como base o que concernem como informacoes essenciais relativas a interagio das entidades com o meio ambiente evidenciadas pelo item 15.2.4, da Resolucao 10032004, que aprovou a NBCT 15 -Informacoes de Natureza Social e Ambiental. Com base nesta, criaram-se variaveis de investigacao, conforme quadro 2.

Quadro 1 - Variaveis de investigacao sobre a interacio das empresas com o meio

ambiente conforme a NBC-T15 nos documentos oficiais

Variaveis segundo a NBC-T15 Font

d

ia de evidenciacio nos ocumentos oficiais a) Evidenciagao dos investimentos e gastos com manutencao nos

processos operacionais para a melhoria do meio ambiente

*NE **RA ***IA ****RSA

b) Evidenciacio dos investimentos e gastos com a preservacio e/ou recuperacio de ambientes degradado

*NE **RA ***IA ****RSA c) Evidenciacio dos investimentos e gastos com a educacio

ambiental para empregados, terceirizados, autdnomos e administradores da entidade

*NE **RA ***IA ****RSA d) Evidenciacio dos investimentos e gastos com educacio

ambiental para a comunidade *NE **RA ***IA ****RSA e) Evidenciacio dos investimentos e gastos com outros projetos

ambientais

*NE **RA ***IA ****RSA

f) Evidenciacio da quantidade de processos ambientais,

administrativos e judiciais movidos contra a entidade

*NE **RA ***IA ****RSA

g) Evidenciagao do valor das muttas e das indenizacdes relativas i materia ambiental, determinadas administrativa e/ou

judicialmente

*NE **RA ***IA ****RSA

h) Evidenciacio dos passivos e contingencias ambientais

*NE **RA ***IA ****RSA

* NE-NotasExplicativasdasdemonstracOesFinanceiras; **RA-Relatdriosda AdministragSo; ***IA - Informacdes Anuais; e, ****RSA - Relatdrios de Sustentabilidade, socioambientais e balango sociaPambiental.

Fonte: Elaboracio Prdpria (2011)

As respostas a essas variaveis nos documentos oficiais foram realizadas indicando o grau de evidenciacio dessas informagdes, conforme a clareza da interpretacio do fato evidenciado, em uma escala de 1 a 5, conforme e s t i demonstrado no quadro 3.

Quadro 2 - Instrumento de analise de dados para verificar a evidenciagio ambiental

CONCEITOS SK3LA S1GLA NOTA

A evidenciacio § plenamente clara. PC 4

A evidenciacio do fato e s t i clara, bem apresenteda. CL 3

A evidenciacio n i o e s t i plenamente clara, e de forma simples NPC 2

A evidenciacio n i o e s t i clara, # de forma incompleta. NCL 1 Nio foi conseguido detectar a evidenciacio, indecisao. NO 0

Fonte: Adaptado de Freitas & Strassburg (2007)

Com a anilise do quadro 3, associado as variiveis do quadro 2, se analisou os documentos no periodo de 2006 a 2009. Com r e l a c i o a escolha do periodo proposto, inicialmente pretendeu-se analisar os ultimos 5 anos (2006 a 2010). Apds a a n i l i s e de 4 anos, devido ao tempo disponivel, excluiu-se o ano de 2010.

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1 4 . 3 Universo da pesquisa

Segundo Belluzzo e Feres (2010, p. 28): "A definicao do universo, ou populacao de uma pesquisa depende do assunto a ser investigado, e a amostra, p o r c i o ou parcela do universo, que realmente sera submetida a verificacio, e obtida ou determinada por uma tecnica especifica".

Por sua vez, verifica-se que o objeto de investigacao do referido estudo compreende as empresas do segmento de Calcados registradas na BOVESPA, conforme pode ser observado no Quadro 1:

Quadro 3 - Empresas listadas na BOVESPA do Setor de Calcados RAZAO SOCIAL NOME DE PREGAO

Alpargatas S.A. Alpargatas

Cambuci S.A. Cambuci

Grendene S.A. Grendene

Vulcabras/ Azalela S.A. Vukcabras

Fonte: Informacoes extraldas do site da BOVESPA.

Segundo dados da ABI CALCADOS2 (2009), como detentor do sexto lugar no ranking dos maiores produtores de calcados no mundo e um dos mais destacados fabricantes de manufaturados de couro, o setor calcadista do Brasil emprega diretamente mais de 300.000 pessoas.

Segundo a mesma fonte (op cit, 2009), a maior concentracao de empresas de grande porte esta localizada no Rio Grande do Sul, a producao brasileira de calcados e s t i gradativamente sendo espalhada para outros pdlos, localizados nas regioes do Sudeste e Nordeste, com destaque para o interior do estado de Sao Paulo (cidades de Jau, Franca e Birigui), alem dos estados emergentes como Paraiba, C e a r i e Bahia. Ha tambem crescimento na producao de calcados no estado de Santa Catarina ( r e g i i o de S i o J o i o Batista) e em Minas Gerais (regiio de Nova Serrana e Belo Horizonte). A maioria dessas empresas e s t i localizada no Rio Grande do Sul e em S i o Paulo.

2 A Abicalcados tern como objetivo a defesa das pollticas do setor calcadista nacional,

acompanhando e atuando diretamente em questio de interesse do segmento. Disponivel em: <http://www.abicalcados.com.br/index.html>

(28)

2 F U N D A M E N T A C A O TE6RICA

2.1 Meio ambiente

Estabelecido na Lei n°. 6.938 de 31 de agosto de 1981 que dispoe sobre a politica nacionai do meio ambiente, no seu artigo 3°, inciso I, "entende-se por meio ambiente, o conjunto de condicdes, leis, influencias e interacoes de ordem fisica, quimica e biotdgica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas". Tido como fonte inesgotivel de recursos naturais, o meio ambiente se encontra em eondicoes de ajuda, ja que o avanco das tecnoldgicas, aliada ao desenvolvimento populacional tern destinada grande quantidade de efeitos poluidores e degradadores, causando impactos ambientais de niveis insuportaveis. Com r e l a c i o i s alteracdes do meio ambiente e as preocupacdes da sociedade a esse respeito, Maciel et. al. (2009, p. 138) afirmam:

Com os avancos tecnoldgicos e o desenvolvimento da populacio, as atividades humanas originaram impactos negatives ao meio ambiente que, durante seculos, foi visto como fonte inesgotivel de recursos naturais tendo como objetivo suprir as necessidades do homem. As preocupacdes relativas ao meio ambiente que v i m sendo discutidas no mundo inteiro decorrem da evidencia de que atividades humanas, de modo geral, como empresas, governos e indivfduos, n i o se preocupam com a preservacio ambiental, e essa preocupacao 6 crucial para a existencia das futuras geracdes.

Portanto, as ocorrencias negativas na natureza tiveram efeitos maiores proporcionados pelo progresso tecnoldgico, agregado com o nivel de conhecimento da sociedade. No entanto, o que se observa e que os recursos naturais eram considerados como uma fonte inesgotivel, tendo como objetivo o fornecimento da necessidade humana. Ainda se verifica que de um modo geral, o ser humano n i o deu conta da consequencia que se pode obter para as futuras geracdes, se n i o for tomada providencias urgentes de controle, minimizacio ou estagnacio dos efeitos dos impactos ambientais.

Para Silva (2000, p. 2):

O meio ambiente 6 a interacio do conjunto de elementos naturais, artificials e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas. A integracio busca assumir uma concepcio unitiria do ambiente compreensivo dos recursos naturais e culturais.

Considerado como o habitat natural dos seres vivos e dos elementos da biodiversidade, o meio ambiente ainda compde-se das interacoes das leis, ou seja, um conjunto de condicdes para a sobrevivencia desses seres, o que motiva preocupacio imensa devido a grande

(29)

quantidade de elementos poluidores que sao depositados nesse habitat provocando catastrofes, doencas, poluicio.

2.2 O meio ambiente e a contabilidade

A inclusio das primeiras abordagens sobre o meio ambiente na Contabilidade ocorreu no ano de 1998, na conclusio do relatorio sobre passivo e custos ambientais, como retratam Azevedo et. al. (2007, p. 3):

Historicamente, a contabilidade do meio ambiente passou a ter status de um

novo ramo da ciencia contibil. Isso se deu, em fevereiro de 1998, com a finalizacio do Relatdrio Financeira e Contibil sobre Passivo e Custos

Ambientais pelo Grupo de Trabalho Intergovernamental das Nacdes Unidas

de Especialistas em Padrdes Intemacionais de Contabilidade e Relatdrios

(ISAR - United Nations Intergovemanmental Working Group of Experts on International Standards of Accounting and Reporting).

Com a finalizacio deste relatorio foi dado o primeiro passo para a preocupacio com os registros de ocorrencias na natureza atraves das empresas, ocorrendo interesse da sociedade em busca da sustentabilidade, as empresas efetuando contratos com entidades e governo, a fim de pactuar politica socioambiental, ou seja, situacdes de controle com as questdes ambientais promovidas pelas empresas.

Como comenta Corazza (2003, p. 4):

A partir de meados dos anos 90, poderiamos caracterizar uma nova fase histdrica da integracio da gestio ambiental em organizacdes industrials. Nesta nova fase, algumas caracterfsticas se destacariam: a) a introducio progressiva de uma perspectiva de sustentabilidade, b) a proliferagio dos engajamentos coletivos - como os cddigos de conduta, os convenios e os acordos voluntirios; c) a maior interacio entre as esferas pubiica e privada - com a participacio dessas organizacdes na formulacio de objetivos e na escolha de instrumentos de politica ambiental; d) o maior envolvimento da sociedade civil organizada - como, por exemplo, por meio das Organizacdes Nio-Governamentais.

Nesse sentido, os resultados de preocupacio com os efeitos de degradacio e poluicio no meio ambiente comecaram a ser questionados e divulgados atraves dos documentos acordados entre as empresas e os d r g i o s de controle.

Alem dos tradicionais relatdrios (obrigatdrios) que s i o elaborados e publicados pela contabilidade, j i que se apresenta como um sistema de informacio da s i t u a c i o do patrimdnio econdmico e financeiro da organizacio, a mesma deve adicionar informacdes de carater ambiental, com fins de promover dados aos usuirios para as tomadas de decisdes necessarias.

(30)

Vasconcelos e Viana (2002, p. 24) afirmam que "o usuario precisa compreender a essentia da informacio para atribuir-lhe valor e concretiza-la no processo decisorial; para tanto, a informacio precisa ser conclusiva e diretiva aos objetivos da empresa".

Nesse contexto, Kroetz (1998, apud Costa, 2006) assegura que em futuro bem proximo a acao do profissional de contabilidade nao se restringira a simples contabitizacio das contingencias sdcio-ambientais ocorridas, pois se tratam de fatos ja consumados, tera sim, de entender e explicar as mutacdes patrimoniais e elaborar d e m o n s t r a t e s que reflitam a realidade do impacto ambiental e social exercido pelas empresas.

Assim, com base nestas afirmacdes, a contabilidade incluira nos tradicionais instrumentos de evidenciacio, informacoes sobre as ocorrencias ambientais provocadas pela p r o d u c i o das atividades das empresas, elucidando as transformacdes no patrimdnio e formalizando esclarecimentos do que de fato foi produzido em termos de efeitos poluidores ao meio ambiente.

Segundo Faria et. al. (2009, p. 2):

Compreende-se que a Contabilidade tern por objetivo n i o s6 a mensuracao dos fatos que evidenciam a situacio patrimonial e sua evolucio, mas, demonstrar, a todos os usuirios e interessados em seus relatorios, de que forma a organizagio esti interagindo com o ambiente em que se situa, informando os investimentos realizados, as despesas e as obrigacdes assumidas em beneflcio do meio ambiente, seja no sentido de evitar sua degradacio, seja nos gastos efetuados para recuperar agressdes praticadas contra o meio ambiente.

Portanto, alem de analisar a p o s i c i o patrimonial e o desenvolvimento da empresa a contabilidade pode ser uma ferramenta de auxilio para os usuirios na divulgacio das questdes ambientais, sejam atraves de investimentos ou gastos, sempre direcionando o impedimento da degradacio e poluicio, como tambem para a restauracio dos abusos cometidos contra a natureza e as variacdes no desenvolvimento sustentivel.

2.2.1 Desenvolvimento sustentavel

A conscientizacio mundial dos problemas ambientais iniciou-se nos anos 60, com a r e u n i i o entre paises, na Conferencia das Nacdes Unidas sobre o Meio Ambiente Humano realizada em Estocolmo no ano de 1972, que de acordo com Sobrinho (2008) foi nessa epoca em que oficialmente os paises industrializados do ocidente (1° Mundo) sentiram a necessidade de refletir e discutir problemas ligados a q u e s t i o ambiental.

(31)

Em quatro grandes momentos, as Nacdes Unidas reuniram-se para debater

questdes globais com vistas a busca de solucdes para os problemas de

ordem ambiental que afligem o Planeta: a primeira vez em Estocolmo, em 1972, e a segunda, no Rio de Janeiro, em 1992, Protocolo de Quioto, em 1997 e em Johanesburgo 2002/Rio + 10.

Com o inturto de chegar ao consenso que existem problemas ambientais causados pelas empresas, as reunides realizadas em diversos paises como, Brasil, Japao, Canada e Suecia debateram questdes sobre o mundo e os efeitos de degradacio e poluicio, cuja finalidade consistia em encontrar solucdes de equilibrio e controle dos efeitos poluidores que atingem o planeta.

Devido aos encontros dos chefes de governo para busca de solucdes das questdes ambientais foi lancado um novo modelo de desenvolvimento, denominado de Eco-desenvolvimento, que posteriormente passou a ser tratado como Desenvolvimento sustentavel. Como aborda Albagli (1998, p. 45):

Lancou-se, nesse contexto, a proposicao de um "novo" estilo de desenvolvimento, denominado em Estocolmo de "ecodesenvolvimento", e posteriormente batizado de desenvolvimento sustentavel. A tese do desenvolvimento sustentavel ganhou projecSo, sobretudo a partir do Relatdrio Brundtland (1987), sendo finalmente consagrada, em 1992, na Conferencia das Nacdes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD, em ingles UNCED, tambem conhecida no Brasil como Rio-92), que reuniu um dos maiores numeros de Chefes de Estado dos ultimos tempos e consolidou a incorporacio da questio ambiental ao elenco de temas que compdem a agenda de negociacdes internacionais.

Diante das questdes ambientais que poluem e degrada o planeta, o desenvolvimento sustentavel se apresenta como um novo modelo em discussio, ja que a exploracao de recursos naturais no mundo chegou ao patamar de nao suportar mais sua retirada em altas quantidades. Foi, portanto, no contexto das Teses do Clube de Roma e da Conferencia de Estocolmo, que surgiu uma proposta de um novo modelo de desenvolvimento, que deveria necessariamente levar em conta a preservacio ambiental e ao mesmo tempo permitir o crescimento dos paises (SOBRINHO, 2008).

Essas discussdes sobre o tema ambiental foram ampliadas nos anos 70, momento em que ocorreram conclusdes atraves do Clube de Roma, e m que se os paises deveriam continuar com a exploracio dos materiais da natureza e as conseqiiencias de esgotamento desses recursos, que de acordo com Meadows (1972, p. 20 apud Bruseke, 2001 p. 30):

Se as atuais tendincias de crescimento da populacao mundial industrializacao, producio de alimentos e diminuicio de recursos naturais -continuarem imutiveis, os limites de crescimento neste planeta serio alcancados algum dia dentro dos prdximos cem anos. O resultado mais provivel e o declinio subito e incontrolivel, tanto da populacio quanto da capacidade industrial.

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Como se ve, alguma coisa tera que ser feita com relacio i producio de alimentos, da p r o d u c i o industrial, como tambem para conter a diminuicio dos recursos naturais, visto que o aumento populacional tende a aumentar cada vez mais, afetando o planeta e que dentro de pouco mais de 100 anos j i atingira sua capacidade de limite. Com isso, a consequencia mais admissivel e a decadencia eminente sem controle, atingindo principalmente os povos e at6 a capacidade de producio das empresas.

Portanto, a responsabilidade com o meio ambiente tornou-se cada vez mais evidente, fazendo com que se inicia uma busca por eondicoes mais favoriveis a todos atraves de uma ideia sustentivel.

Segundo Young (2001, p. 3):

A preocupacio ambiental foi se tornando hegemdnica com o fendmeno da globalizagio, que tambem nio 6 recente, nessas ultimas decadas. £ nessa circunstincia que comeca a surgir a ideia de sustentabilidade. A corrente do desenvolvimento sustentivel baseia-se na logica de combinar as questdes

de imbito econdmico com as questdes sociais e ambientais, a serem

incorporadas pelo Estado, empresas, ONGs e sociedade. O objetivo e o de

garantir que o progresso tecnoldgico e produtivo n i o esgote os recursos

naturais, nem degrade o meio ambiente de forma que venha a comprometer a sua existencia futura.

Nesse sentido, comecaram a colocar em pritica a ideia do desenvolvimento sustentivel, que se baseia na combinacio de questdes econdmicas com as de cunho socioambiental unificada entre Estado, empresas, ONGs e a sociedade em geral, na busca de assegurar que as producdes industrials e tecnoldgicas n i o exaurem os recursos oriundos da natureza, como tambem n i o degradem o meio ambiente que de c o n d i c i o de afetar as geracdes futuras.

Para Young (2001, p. 4) "A preocupacio com o meio ambiente, alicercada pela logica da sustentabilidade ecoldgica, caracteriza-se pela garantia de progresso material e bem-estar social, resguardando os recursos e o patrimdnio natural da humanidade para geracdes futuras."

Portanto, a utilizacio do processo de sustentabilidade pode garantir os recursos naturais, compreendendo que os recursos n i o s i o infinites e que os limites fisicos e naturais devem ser respeitados para que se possa encontrar equillbrio, e que os recursos naturais n i o venham a faltar, por meio da responsabilidade social das organizacdes ja que s i o consideradas como uma das classes que mais poluem e degradam o meio ambiente.

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diversos setores da sociedade para uma atuacao mais direcionada para o social. Conforme cita Torres (2003, p. 129):

A realizacao de acdes de carater social nao e uma pratica tao recente no meio empresarial. Entretanto, foi durante o periodo que se estendeu do final dos anos 60 ao inicio da decada de 70 - tanto nos Estados Unidos da America (EUA) quanta em parte da Europa - que uma atuacao mais voltada para o social ganhou destaque, basicamente como resposta as novas reivindicacdes de alguns setores da sociedade que levaram para o universo das empresas diversas demandas por transformacao na atuacao corporativa tradicional, ou seja, aquela voltada estritamente para o econdmico.

Como se observa nos Estados Unidos da America e parte da Europa no final dos anos e 60 e comeco dos anos 70 foi onde ocorreu uma maior presenca das questdes sociais, tomando por base atender as reclamacdes e exigdncias de parte da sociedade por pleitos de mudanca na a t u a g i o dos privileges habitual, considerados como aqueles de carater somente econdmico.

No Brasil os primeiros passos dados rumo ao social foram comprovadas atraves da "Carta de Principios do Dirigente Cristao de Empresas", publicacio de 1965 pela Associacao de Dirigentes Cristios de Empresas do Brasil (ADCE Brasil), que usa o termo responsabilidade

social das empresas, mas, foi no periodo final dos anos 80 e o ano 90 que surgiram as

empresas atuantes de comportamento e conduta etica e moral. Como afirma Torres (2003, p. 130):

Por outro lado, o periodo que vai do final dos anos 80 ate o fim dos anos 90, tomou-se palco do nascimento e da consolidacSo de importantes fundaedes, institutos e organizacdes da sociedade civil ligados ao meio empresarial e tendo como foco a questao da etica, em particular o chamado comportamento empresarial etico e responsavel.

A questao da responsabilidade social, segundo Vieira (2003) volta-se para a conduta etica e responsavel adotada por uma empresa e toda sua rede de relacdes, incluindo consumidores, fornecedores, funcionarios, acionistas, governo, meio ambiente e comunidade.

Como define Fonseca (2004, p. 14):

As empresas estao cada vez mais pressionadas pela sociedade, cobra ndo delas atitudes e procedimentos que visem a conservacao do meio ambiente, o respeito aos direitos trabalhistas e a colaboracao com projetos sociais, entre outros aspectos. O fortalecimento dos direitos do consumidor e a atuacao das ONGs tambem exercem importante papel, contribuindo para

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que as organizacdes procurem assumir uma postura socialmente responsavel. Percebe-se que cada vez mais os consumidores passam a valorizar comportamentos nesse sentido e a preferir produtos de empresas identificadas como eticas "cidadas" ou solldarias.

Nesse contexto, percebe-se que a comunidade tern cada vez mais cobrado das organizacdes acdes em defesa da natureza. Deste modo, e notavel que a cada dia os consumidores tenham valorizado os procedimentos desta natureza e a escolher produtos de entidades com posicionamento etico e solidario com causas sociais e ambientais.

Portanto, as empresas atualmente vem se comportando com uma postura mais atenta as questdes sociais, ja que as pessoas tdm buscado investir como tambem adquirir produtos de organizacdes que valorize o ser humano, o meio ambiente, ou seja, que tenham comportamento etico e responsavel sobre a natureza e a humanidade.

Segundo Meio Neto e Froes (2001), A Organizacao Nao Governamental - ONG - norte-americana, "Business for Social Responsability - BSR" definiram em oito abordagens a caracteristicas de uma empresa ser socialmente responsavel:

ECOLOGICA - usa papel reticlado em produtos e embalagens;

FILANTROPICA - permite que os funcionarios reservem parte do horario de servico para a prestacSo de trabalho voluntario;

FLEXlVEL - deixa que os funcionarios ajustem sua Jornada de trabalho as necessidades pessoais;

NTERESSADA - faz pesquisas entre os funcionarios para conhecer seus problemas e tentar ajuda-los;SAUDAVEL - da incentivos para funcionarios que alcancam metas de saude como reducao de peso e colesterol baixo; EDUCATIVA - permite que grupos de estudantes visitem as suas dependdncias;

COMUNITARIA - cedem as suas instalacdes esportivas para campeonatos de escolas das redondezas;

INTEGRA - nao lanca mao de propaganda enganosa, vendas casadas e outras praticas de marketing desonestas.

Como se ve\ diversos fatores sao importantes para compor uma organizacao com principios direcionados para atuacao de forma socialmente responsavel. Destaque para a ecoldgica, filantrdpica, a que da flexibilidade, a que se interessa pelas questdes socioambientais, a que respeita e e comprometida com a saude de empregados; a que e educativa, permitindo que alunos frequentem as dependencias da organizacao para fins de estudo; a comunitana, respeitando e atuando na comunidade do entorno da organizacao para pratica de esportes; e a Integra, agindo com comportamento da moral, lisura, e honestidade.

Segundo o Instituto Ethos (2006) a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) evoca valores como protecao ao meio ambiente, respeito aos direitos humanos e combate a corrupcio, sendo um caminho seguro para o desenvolvimento de um ambiente empresarial estavel. Alguns empresarios acreditam que tomar a lideranca em atividades de RSE serve

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como uma forma de ganhar competitividade no mercado. Outros veem as praticas de RSE como pre-requtsito para a perpetuacio de seu negocio no futuro.

Portanto, a representacao de responsabilidade social de uma organizacao, se da pelo atendimento de amparo a natureza, consideracio aos direitos humanos e combate a corrupcao, garantia de abertura de progresso da atividade empresarial. Sendo que a responsabilidade social empresarial para alguns gestores trata-se de uma maneira de angariar mais clientes, enquanto para outros, atende para que a sua empresa no futuro seja mais abrangente.

2.2.3 A evolugao das questdes ambientais no Brasil

Nos tempos mais antigos, j a havia sinais de preocupacio com a natureza, P l a t i o , na Grecia do Seculo IV AC, e Cicero, em Roma, ja se posicionavam contra as destruicdes das florestas existentes, na Lei das XII T i b u a s , por volta do mesmo periodo de tempo, ja existiam dispositivos com o intuito de precaver a destruicio das florestas (OMENA, 2008). A percepcio das questdes ambientais surge nos anos 70, quando as incoerencias entre

p r o d u c i o industrial com o fato socioambiental.

Conforme cita Lima (1999, p. 3):

Conforme j i indicamos, a questao ambiental emerge como problema significative a nfvel mundial, em tomo dos anos 70, expressando um conjunto de contradicdes entre o modelo dominante de desenvolvimento econdmico-industrial e a realidade socioambiental. Essas contradicdes, engendradas pelo desenvolvimento tecnicc-cientlfico e pela exploracao econdmica, se revelaram na degradacio dos ecossistemas e na qualidade de vida das populacdes, levantando, inclusive, ameacas i continuidade da vida no longo prazo. Os reftexos desse processo podem ser observados nas multiplas faces das crises social e ambiental e tern gerado reacdes sociais, em escaia mundial, e despertado a formacio de uma consciencia e sensibilidade novas em tomo das questdes ambientais.

Portanto, o surgimento das questdes ambientais tern motivo expressivo no mundo a partir dos anos 70, quando na oportunidade os desacordos entre os padrdes das industrias e o que existe efetivamente nos meios da sociedade e do meio ambiente. As juncdes da tecnologia avancada com a exploracio pelo capital se evidenciaram como produtoras de poluicio e degradacio dos ecossistemas como tambem na mudanca da vida dos povos, com prognostico das populacdes futuras serem ameacadas. Como se percebe, os efeitos do modelo econdmico industrial tern se revelado nas inumeras crises socioambiental com a g e r a g i o de modificacdes social no mundo com perspectiva de avanco em busca das questdes ambientais.

Referências

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