A oferta e a
demanda em
condições de
intervenções
governamentais
A oferta e a
demanda em
condições de
intervenções
governamentais
É base da filosofia do liberalismo econômico,
que advoga o funcionamento eficiente e a
soberania do mercado, sem interferência do
Estado.
O Estado, segundo esta filosofia, deve se
responsabilizar mais com a justiça, a paz, a
segurança, e deixar o mercado resolver as
questões econômicas fundamentais.
Grande simplificação da realidade;
O mercado sozinho não promove perfeita alocação de
recursos a curto e meio prazo;
Os preços podem variar não apenas devido ao mercado
mas, em função de:
- força de sindicatos ( através dos salários que
remuneram os serviços de mão-de-obra);
- poder de monopólios e oligopólios na formação de
preços no mercado;
- intervenção do governo (impostos, subsídios,
tarifas, política salarial, fixação de preços mínimos, política
cambial);
-fatores externos.
Críticas:
Críticas:
Essas críticas justificam a atuação
governamental para complementar a
iniciativa privada e regular alguns
mercados.
Há muitos mercados, entretanto, que
comportam-se como um sistema de
concorrência pura. Ex.
Sistemas Econômicos - Síntese
Propriedade Privada X Propriedade Pública
Problemas econômicos fundamentais
resolvidos
pelo mercado
pelo órgão central
Mercado
Centralizada
Como conciliar essas duas evidencias?
Pode-se discriminar duas formas alternativas de
intervenção.
Como conciliar essas duas evidencias?
Pode-se discriminar duas formas alternativas de
intervenção.
1.
O
governo
pode
tomar
medidas que contrariem as
leis do mercado ou
2.
Pode tentar alcançar seus
objetivos
utilizando
os
Suponhamos que, numa situação de equilíbrio, o preço de mercado
de uma tonelada de arroz seja R$ 600,00 como mostra o Gráfico 1.
O arroz é um produto básico e, dado o baixo poder aquisitivo da
população, o governo considera que o preço está muito elevado.
Suponhamos que, numa situação de equilíbrio, o preço de mercado
de uma tonelada de arroz seja R$ 600,00 como mostra o Gráfico 1.
O arroz é um produto básico e, dado o baixo poder aquisitivo da
população, o governo considera que o preço está muito elevado.
Gráfico 1
0 200 400 600 800 1000 1200 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 Q- Toneladas de arroz P - P re ç o u n it á ri o d a to n e la d a O DPor circunstâncias políticas, o governo
decreta um tabelamento de preço ao
nível R$ 400,00, abaixo do preço de
equilíbrio. Isso provoca um desequilíbrio,
dado que as quantidades demandadas
serão maiores que as ofertadas.
Como irá funcionar o mercado nessa
situação de déficit?
Gráfico 1 0 200 400 600 800 1000 1200 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 Q- Toneladas de arroz P - P re ç o u n it á ri o d a to n e la d a O DPrimeira alternativa de intervenção
Primeira alternativa de intervenção
Podemos considerar duas hipóteses
1. Consumidores e produtores ignoram o tabelamento
e o excesso de demanda força o retorno do preço
ao nível de equilíbrio.
2. O preço tabelado passa a ser praticado, em função
de rigorosa fiscalização e repressão por parte do
governo.
Mesmo assim, para contornar o déficit de produto é
necessário algum tipo de racionalização,
Seja, através de filas em que os últimos
encontram as prateleiras vazias,
Seja, por meio de distribuição de cupões de
racionamento que permite a cada pessoa ou
família adquirir, numa semana ou mês,
determinada quantidade de produto.
Primeira alternativa de
intervenção
Primeira alternativa de
intervenção
O racionamento é caracterizado como algo
comum nas economias centralizadas,
porém foram adotados, também, nos
EUA e em países capitalistas europeus
em períodos de guerras, pós-guerras e
graves crises econômicas.
A pratica mostra que os governos que
utilizaram por longo prazo a alternativa
que contraria as leis do mercado
geralmente fracassaram, provocando
distorções maiores.
Segunda alternativa:
intervenção governamental utilizando os
mecanismo de mercado ao invés de
contrariar as leis do mercado.
Segunda alternativa:
intervenção governamental utilizando os
mecanismo de mercado ao invés de
contrariar as leis do mercado.
O país pode formar um estoque regulador do
produto ou manter uma reserva cambial para
adquirir esses produtos no exterior.
O governo pode pôr a venda parte dos estoques
ou reduzir as barreiras para estimular a
importação do produto deficitário.
A oferta dos estoques e a oferta externa se
somaram à oferta vigente, deslocando a curva
de oferta para a direita e rebaixando os
preços, sem qualquer tipo de tabelamento.
Sistema de preços
mínimos ou preço de
suporte
Sistema de preços
mínimos ou preço de
suporte
Da mesma forma que o governo toma
decisões para proteger os consumidores,
ele pode definir condições para proteger
os produtores.
Uma dessas políticas é o sistema de preços
mínimos ou preço de suporte, utilizando
os estoques reguladores.
Essa política é um elemento básico da
ação governamental da maioria dos
países principalmente na agricultura
Embora possa ser influenciada negativamente
por
lobbies,
que
defendam,
de
forma
corporativista, os interesses dos produtores
rurais, essa política se justifica pelas seguintes
razões:
1. A oferta de produtos agrícola é de natureza
sazonal,
havendo necessidade
de formar
estoques para atender a procura durante todo o
ano;
2. A agricultura envolve altos riscos de perda
da safra em função de irregularidade climática;
3. Os produtos agrícolas são normalmente bens
essenciais e, portanto sua procura é de um modo
geral inelástica.
A irregularidade da oferta e a inelasticidade da
demanda se combinam para tornar os preços dos
bens agrícolas profundamente instáveis, o que não
interessa aos produtores nem aos consumidores.
Por isso o governo pode intervir no mercado,
comprando o produto quando a oferta é
abundante e os preços tendem a ficar abaixo do
preço mínimo, ou vendendo-o dos seus estoques,
quando há escassez de oferta e os preços tendem
a subir.
O governo pode, alternativamente, financiar os
agricultores para que eles próprios ou em
cooperativas construam os silos para estocar seus
produtos.
O governo pode atuar também do lado da oferta, seja desestimulando a produção diretamente, seja financiando a produção de produtos substitutos.
Nos EUA e Europa ocidental, os governos chegaram a pagar subsídios para que os produtores reduzissem a área plantada de certos produtos com excesso de oferta.
No Brasil dos tempos de Getúlio Vargas, para sustentar o preço mínimo do principal produto de exportação –o café- o Governo implantou a política de compra. Os estoques cresceram tanto que, em alguns anos, tiveram que ser parcialmente incinerados ou jogados no mar. Essa política que parece irracional, do ponto de vista do senso comum,
teria sua lógica na tentativa de reduzir a oferta e evitar a queda das receitas de exportação dada a relativa inelasticidade da procura de café.
O governo pode tentar influenciar a atividade econômica
especificas via política fiscal, cobrando tributos e concedendo
subsídios.
O governo pode tentar influenciar a atividade econômica
especificas via política fiscal, cobrando tributos e concedendo
subsídios.
Consideremos o caso da incidência de um imposto sobre a produção.
Observa-se na Tabela 1 o Gráfico 2, que o produtor e o consumidor estavam inicialmente dispostos a transacionar 6 toneladas a um preço de R$ 40,00 a tonelada. Com a decisão do governo de cobrar um imposto de R$ 20,00 por unidade vendida, o
produtor agora está disposto a oferta a quantidade anterior a um preço R$ 20,00 maior, já que do preço unitário recebido R$ 20 vão para o governo. Portanto a curva de oferta se desloca para a esquerda e para cima, o que significa uma redução da oferta.
Oferta e demanda antes e depois do imposto 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Quantidade em t. P re ço R $ O O'
Preço R$ Quantidade ofertada
em T. Antes Depois 10 3 1 20 4 2 30 5 3 40 6 4 50 7 5 60 8 6 70 9 7 80 10 8 90 11 9 100 12 10
O governo pode tentar influenciar a atividade econômica
especificas via política fiscal, cobrando tributos e concedendo
subsídios.
O governo pode tentar influenciar a atividade econômica
especificas via política fiscal, cobrando tributos e concedendo
subsídios.
Mantido constante os demais fatores (Coeteris paribus),
esse deslocamento altera o preço de equilíbrio.
Agora, com os impostos o produtor estará vendendo 5
toneladas a um preço de R$ 50,00. O resultado será um
aumento de preço de 40,00 para 50,00 (R$ 10,00) e uma
redução da quantidades vendidas de 6 para 5 toneladas.
Oferta e demanda antes e depois do imposto 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Quantidade em t. P re ço R $ O O'
Quem realmente arca com o ônus do
imposto?
Quem realmente arca com o ônus do
imposto?
Preço R$ Quantidade ofertada em T. Antes Depois 10 3 1 20 4 2 30 5 3 40 6 4 50 7 5 60 8 6 70 9 7 80 10 8 90 11 9 100 12 10Oferta e demanda antes e depois do imposto 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Quantidade em t. P re ço R $ O O'
Intuitivamente podemos pensar que o produtor repassa todos os
tributos para o consumidor. Porém, na realidade a distribuição do
ônus do imposto vai depender da elasticidade das curvas de oferta e
de demanda no ponto de equilíbrio.
Quanto mais elástica seja a procura, uma maior
parte do ônus do imposto será assumido pelo
produtor.
E quanto mais inelástica seja a demanda a maior
parte do ônus recairá sobre o consumidor.
Demanda elástica
Demanda inelástica
O efeito de um subsídio é exatamente contrario ao de um
imposto. Com o subsídio a oferta aumenta e a curva se
desloca para a direita e para baixo. A distribuição do
beneficio do subsídio, também, dependerá da elasticidade
das curvas.
Exercício 1. No mercado local de filé de peixe, as quantidades
de equilíbrio são 15000 Kg e o preço é R$ 1,50 por Kg como
mostra a curvas de oferta e demandas iniciais. Suponha que os
vendedores são tributados com uma taxa de R$ 1,00. Isso
desloca a curva da oferta que passa a ser O’.
Exercício 1. No mercado local de filé de peixe, as quantidades
de equilíbrio são 15000 Kg e o preço é R$ 1,50 por Kg como
mostra a curvas de oferta e demandas iniciais. Suponha que os
vendedores são tributados com uma taxa de R$ 1,00. Isso
desloca a curva da oferta que passa a ser O’.
1. Por que ocorre o deslocamento?
2. Qual é o novo nível de equilíbrio?
3. Quanto de imposto incide sobre o consumidor?
4. Quanto de imposto incide sobre o produtor? 5. Qual é o total de
imposto recebido pelo governo?
Qual é a receita liquida do produtor?
Gráfico 3. Ofeta e demanda de filés de peixe antes e depois do imposto
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 0 5 10 15 20 Quantidades em 1000 Kg. P re ç o e m R $ p o r K g d e f il é (12,5 ; 2,25) D O O'