EUA: a reunião do FED1 reforçou o cenário de mais uma alta dos juros neste ano. O comunicado emitido após o comitê mostrou que os riscos de médio prazo para a economia diminuíram e houve um tom mais favorável para a economia no geral. Nesse sentido, o relatório de emprego de junho que revelou a criação de 287 mil vagas, bem acima do esperado (180 mil), e a aceleração do núcleo da inflação de 2,2% para 2,3%, contribuíram para que o debate em torno de um novo aumento da taxa de juros em dezembro voltasse a ganhar força. No entanto, evidências recentes ainda colocam em dúvida a sustentabilidade do ritmo de recuperação da economia americana. O PIB2 do 2º trimestre veio abaixo do esperado, com alta de 1,2% em termos anualizados, mais uma vez o destaque foi a recuperação do consumo das famílias (+4,2%), enquanto investimentos (-9,6%) seguem ainda fragilizados. Ademais, enquanto os dados de confiança continuam elevados para a situação corrente, notamos uma deterioração da avaliação para os próximos meses. Esse movimento é reflexo das incertezas vindas das eleições presidenciais de novembro e do efeito BREXIT 3no mundo. Acreditamos que o bom desempenho no mercado de trabalho
somado à aceleração da inflação são elementos fundamentais para uma ação do FED nos próximos meses.
Ásia: na China, o PIB do 2º trimestre manteve o crescimento de 6,7% obtido no 1º trimestre, ficando acima do consenso de 6,6%. Em sua composição, o PIB chinês contou novamente com expansão mais intensa do setor de serviços e comércio, que expandiu 7,5%, próximo ao crescimento de 7,6% no trimestre anterior. Já o setor industrial acelerou em relação ao 1º trimestre desse ano, saindo de 5,8% para 6,3%. Interessante observar que essa aceleração expressiva no setor secundário se concentrou no segmento de construção, reflexo do esforço fiscal e monetário implementado pelo governo desde o final de 2015. Embora o crescimento na China tenha surpreendido positivamente, o detalhamento dos números reforça a tese de uma economia dependente da atuação do governo de modo a evitar uma desaceleração econômica brusca. No Japão, o primeiro ministro Shinzo Abe prometeu injetar 28 trilhões de ienes na economia, sem maiores detalhes. Se de um lado o afrouxamento fiscal foi bem visto pelo mercado, por outro lado, o Banco Central do Japão (BoJ) decepcionou ao não cortar os juros, e ao não elevar o montante total de compras de títulos da dívida japonesa. O anúncio do BoJ contemplou apenas o aumento do volume de compras de fundos de ações (ETFs na sigla em inglês) de 3,3 tri de ienes para 6,0 tri, conforme o esperado.
Europa: as autoridades monetárias na Zona do Euro e Reino Unido decidiram não adicionar novos estímulos. Em linha com a expectativa do mercado, o BCE4 manteve as taxas de juros e de depósito em 0,0% e -0,4% ao ano, respectivamente. Ademais, o banco ainda deixou inalterado o seu programa de compra de títulos públicos e privados em €80 bilhões por mês. Na entrevista após a decisão, o presidente do BCE, Mario Draghi, relatou a preocupação do comitê com as incertezas causadas pelos desdobramentos da saída do Reino Unido da União Europeia e sugeriu que o banco pode reavaliar as suas políticas de estímulos nos próximos meses. O Banco Central da Inglaterra (BoE) manteve de maneira inesperada a política monetária. A taxa de juros foi mantida 0,5%a.a, diferentemente do corte de 25p.b esperado pelo mercado. Na primeira decisão pós-Brexit, o BoE avaliou que o comportamento ordenado do mercado financeiro e a falta de dados econômicos que permitam avaliar o impacto do evento contribuíram para a avaliação de
1 Banco Central dos Estados Unidos; 2
Produto Interno Bruto, representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade econômica de uma região;
3
Plebiscito que definiu a saída do Reino Unido da União Europeia;.
4
Banco Central Europeu;
Relatório Gerencial
Junho/2016
que é precipitada uma ação nesse momento. Para a reunião de agosto, contudo, a maioria dos membros do BoE se mostrou disposta a adotar medidas de estímulo em virtude da expectativa de piora na economia pós-Brexit
Brasil com o objetivo de dar maior transparência às suas decisões, o COPOM5 reformulou seus principais canais de comunicação. A ata reunião de julho, na qual o COPOM manteve os juros em 14,25%a.a, ganhou um formato mais conciso e foi dividida em seções que seguem a lógica do processo decisório da política monetária. Através dessa nova estrutura de comunicação, a nova diretoria do Banco Central deixou uma mensagem dura, avaliando que o processo de desinflação deve ocorrer em ritmo aquém do desejado. A inflação apenas se aproxima de 4,5% ao final de 2017 no cenário em que há estabilidade da taxa de juros. No entanto, a seção seguinte nos revela os riscos de alta e de baixa associados ao cenário básico de inflação e, nesse aspecto, ao se projetar o ambiente em que as próximas decisões de política monetária serão tomadas vislumbramos espaço para um ciclo de corte de juros. Dito de outra maneira, nosso cenário central contempla a materialização de alguns dos riscos de baixa listados pelo Comitê, especialmente o que diz respeito a um ritmo mais intenso de desinflação na hipótese de estabilidade nominal da taxa de câmbio em um ambiente de elevada taxa de desemprego. Assim o Copom deve iniciar o ciclo de queda dos juros ainda este ano, na reunião de novembro, com corte de 50 b.p., levando a Selic para 13,75% ao ano. A respeito dos dados econômicos, o cenário sugere alguma melhora no balanço entre atividade e inflação. Em maio, o indicador mensal de atividade do Banco Central (IBC-Br) teve recuo de 0,5% na margem, com queda de 4,9% em termos anuais. Até o momento, abril e maio compõem uma queda de 0,6% do IBC-Br na margem, queda menor do que o recuo de 1,5% no 1º trimestre. Os indicadores antecedentes de confiança da indústria e do consumidor, por sua vez, já apontam para uma melhora das condições econômicas no 3º trimestre. A respeito da evolução dos preços, as expectativas inflacionárias de médio prazo cederam e a inflação de curto prazo mostra detalhamento favorável. Segundo levantamento do Banco Central (BC), as expectativas de inflação para 2016, 2017 e 2018 cederam para 7,27%, 5,43% e 4,80% nesta ordem. O IPCA-15 corrente teve variação de 8,93% em julho, contra elevação de 8,98% em junho. Em sua composição, os indicadores de tendência subjacente apresentaram nova melhora em julho. Enquanto a média móvel de três dos núcleos de inflação recuou de 7,92% para 7,69%, o indicador de difusão (percentual dos itens que registrou alta) manteve trajetória baixista, recuando para 57,8%, abaixo da média para o mês de julho (61%). Por fim, os ministros da Fazenda, Planejamento e Casa Civil oficializaram a meta para o resultado fiscal a ser perseguida em 2017. O déficit será de R$ 143 bilhões (-2,1% do PIB) para o setor público consolidado, que consiste em Governo Central (-R$ 139 bilhões), empresas estatais (-R$ 3 bilhões) e estados/municípios (-R$ 1 bilhão). Frente ao resultado perseguido neste ano (-R$ 164 bilhões), haverá um esforço fiscal importante e, ademais, as metas para 2018 (-R$ 143 bilhões) e 2019 (+R$ 17 bilhões) indicam melhora da trajetória fiscal no médio prazo.
Fonte: Bradesco Asset Management - BRAM
5
Comitê de Politica Monetária, é o órgão decisório da política monetária do Banco Central do Brasil, responsável por estabelecer a meta para a taxa básica de juros, que no Brasil é a taxa Over-Selic, ou taxa Selic.
NOME DO FUNDO GESTOR CLASSE CONSERVADOR MODERADO AGRESSIVO
BRAM INSTITUCIONAL FI RF IRF M BRADESCO RF 0,0% 3,8% 5,2%
BRAM FI RF IMA B 5 BRADESCO RF 0,0% 23,8% 18,3%
BRADESCO FI MULT PLUS BRADESCO RF 100,0% 42,5% 30,0%
BRAM FI RF IMA-B 5+ BRADESCO RF 0,0% 4,6% 3,5%
TOTAL RENDA FIXA 100,0% 74,7% 57,0%
BRAD FIA IBRX ALPHA BRADESCO RV - 22,2% 41,5%
BRAM FIA IBRX ATIVO BRADESCO RV - 2,6% 1,5%
BRA FICFIA INS IBRX BRADESCO RV - 0,4%
-TOTAL RENDA VARIÁVEL 0,0% 25,3% 43,0%
TOTAL 100,0% 100,0% 100,0%
DATA BASE: 29/07/2016
Fonte: Relatórios de Carteira Diária data de referência 29/07/2016 extraídos dos sites na data de 08/08/2016
2. Alocação
2.1. Alocação por segmento
Julho foi ótimo mês para a Futura II, que apresentou uma rentabilidade de 3,02%, acima do benchmark que rendeu 2,69%. No ano a Entidade já acumula 12,18% de retorno, abaixo do benchmark que acumula 12,65% no mesmo período. No segmento de renda fixa, o resultado no mês foi bastante positivo, onde as curvas de juros futuros, voltaram a cair, principalmente as mais longas. Com isso a Futura II obteve um retorno de 1,23% no mês, abaixo do benchmark que rendeu 1,28% em julho. No ano o segmento já acumula alta de 9,44%. Na renda variável, que no mês anterior já havia apresentado forte alta (4,56%) esse mês subiu ainda mais, com alta de 12,30% acima do Ibovespa que subiu 11,22%. No ano o segmento de renda variável da Futura II apresenta 26,78% de rentabilidade, abaixo do Ibovespa que subiu 32,20% no mesmo período, devido a uma estratégia mais defensiva do gestor.
(*) Mediana dos planos calculada pelo grupo de Entidades monitoradas pela consultoria Aditus classificadas como Planos de Contribuição Variável
3. Carteira Consolidada
• Conservador: O perfil encerrou o mês com um retorno de 1,15%, acima do seu benchmark 1,11%. No acumulado do ano, a rentabilidade do perfil foi de 8,38%, e comparado com os perfis moderado e agressivo é o que teve o pior resultado.
• Moderado: Nesse mês o perfil foi beneficiado pela alta da bolsa. Assim, o perfil encerrou o mês com alta de 3,88%, acima do seu benchmark que rendeu 3,21%. No ano o perfil já acumula alta de 13,84%.
• Agressivo: Foi o perfil que obteve o melhor retorno no mês e no ano, puxado pela alta do segmento de renda variável. Com uma exposição maior em renda variável, o perfil apresentou um retorno de 5,84% no mês, já acumulando alta de 17,14% no acumulado do ano.
4. Perfis
4.1. Rentabilidade por Perfil
Benchmark Conservador: 100% CDI
Benchmark Moderado: 49.5% IMA-S + 25.5% IMA-B 5 + 5% IMA-B 5+ + 20% IBOVESPA Benchmark Agressivo: 37% IMA-S + 19% IMA-B 5 + 4% IMA-B 5+ + 40% IBOVESPA
I. CDI: Certificado de Depósito Interbancário. O DI é emitido para o período de 1 dia e serve para captação por um banco (emitente) e remuneração por parte do outro banco, que possui excesso de liquidez (adquirente).
II. IMA-S: Índice Anbima, para títulos pós fixados (Letras Financeiras do Tesouro), que rendem a taxa SELIC.
III. IMA-B 5 e IMA-B 5+: Índice Anbima para títulos públicos ( Notas do Tesouro Nacional série B – NTN-B) que rendem inflação (IPCA) mais um prêmio. A diferença que o 5 se refere a títulos com vencimento até 5 anos e o 5+ com vencimentos superiores a 5 anos.
IV. IBOVESPA: Índice da Bolsa de Valores. O objetivo do IBOVESPA é ser o indicador do
desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro.