I
w
CARACTER
Í
STICAS
DO
ESPA
ÇO ECON
Ó
MICO
INDUSTRIAL (
*
)
ARMANDO
CORR
ÊA DA SILVA
Vivemos hoje sob
a
influ
ê
ncia
direta
ou
indireta da ind
ú
stria
em
qualquer parte do mundo
.
Percebemos,
atrav
é
s
da simples
observa
-ção
, que
ela
é
um fen
ômeno
espacial
,
seja do
ponto de vista f
í
sico
,
seja
como elemento da cultura material
.
N
ã
o
obstante,
o
estudo
das
caracter
ísticas
do
espaç
o
económico
industrial
é
recente
no
Brasil
.
Da mesma
forma
,
a
tipologia
que
utilizamos
na sua
caracteriza
çã
o
nem
sempre está
de
acordo
com
a
nossa
realidade
.
Isto
relaciona
-
se
com
a nossa
industrializa
çã
o
que
,
em
rela
çã
o
a
pa
í
ses
desenvolvidos
,
é ainda recente
.
Apesar disso
,
essa
tipologia
é útil
porque
a
indus
-trialização possui um
aspecto
de generalidade
suficiente
para que
essa
tipologia
possa
ser
utilizada
por
nós sem
muitas distorçõ
es
.
Nesse
sen
-tido
,
os
trabalhos
de
Chardonnet
continuam cl
á
ssicos
.
A
necessidade
que
se sente agora
é
a
de precisar
mais
os
conceitos
,
com
a
possibili
-dade de intensificar a quantificaçã
o
areolar
:
densidade
,
distribui
ção
,
intensidade
.
Neste
trabalho limit
á
mo
-
nos
a sintetizar a
experi
ê
ncia de
magist
ério
que
temos
ao
lecionar Geografia das Indú
strias
,
durante
tr
ês
anos
, para
alunos do
Curso
de Economia
da Faculdade de
Econo
-mia e
Administraçã
o
da
Universidade de S
ão
Paulo
>A
civilizaçã
o
industrial
A civiliza
ção
industrial representa
o
predomínio de
um
estilo
de
vida urbano
-
industrial sobre
as civiliza
çõ
es
baseadas na agro
-
pecu
á
ria
,
coleta
e
extrativismo
.
Nesse
sentido
,
ela significa
um
modo
peculiar
de
sentir
,
agir
e
pensar
o mundo
.
H
á
menos de
300
anos
atrá
s
os agrupamentos
humanos mais
im
-portantes estavam organizados sob
a
forma de civiliza
ções
agro
-
pasto
-ris, orientadas
pelo capitalismo
comercial
.
As
pessoas
dependiam
muito das
condiçõ
es
do meio
natural em
virtude de
sua
tecnologia
rudimentar
e de
h
ábitos
e
tradiçõ
es
seculares
.
Essa
situaçã
o
expres
-(*) Recebido para publicação em setembrode 1972
.
i
;i
:
94
BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIAsava
-
se
atravé
s da
habitaçã
o
,
do
vestu
ário
,
da
alimenta
ção
,
dos meios
de
transportes
e dos
sistemas
de
circula
ção
.
Predominava
o
artesanato
.
De 1400
a
1900, aproximadamente,
ocorreram
grandes
modifi
-caçõ
es
,
que
deram
origem
à
civilizaçã
o
industrial
de
nossos
dias
.
Al
-gumas dessas
modificaçõ
es foram
:
a centraliza
ção
pol
í
tica dos
terri
-tórios europeus oriundos
do sistema
feudal
,
com
a formaçã
o
dos Esta
-dos
Modernos;
o mercantilismo e
a
forma
çã
odo
primeiro
sistema
co
-lonial
,
com a
acumula
çã
o de
capitais financeiros e comerciais;
as
des-cobertas
t
é
cnicas
,
que foram
uma
das
bases
da primeira
“
revolução
”
industrial;
a formaçã
o
de
mã
o
-de
-
obra
,
através das atividades
econ
ó
-micas tradicionais ou da
concentra
çã
o
de artes
ã
os e
camponeses
nas
primeiras
manufaturas
; a
concentra
çã
o
das populaçõ
es
nas
cidades
,
formando mercados de
consumo
;
as
descobertas
científicas e o desen
-volvimento do pensamento europeu
,
influenciado
por v
á
rias correntes
de cultura
.
Do
ponto
de vista do
ge
ógrafo, principalmente,
a
primeira
“
revo
-lução
”
industrial
,
simbolizada pela descoberta e utiliza
ção da
m
áquina
a
vapor
e
a
segunda
,
simbolizada pela descoberta
e utiliza
çã
o da eletri
-cidade
,
têm
grande
importâ
ncia
,
como
fen
ômenos
de
concentra
ção e
especializa
çã
o de
áreas industriais
e de desconcentra
çã
o e
descentrali
-zaçã
o
com
o advento das linhas de transmissão de
eletricidade
.
No
sé
culo
XX a civiliza
ção
industrial indica
o
rumo do desenvol
-vimento
aos
grupos
h
íimanos,mesmo
quando
estes acham
-
se
antago
-nizados
por diferentes
sistemas
de
vida
.
Os pa
í
ses altamente
industria
-lizados
,
como
os
Estados
Unidos
,
a U
.
R . S
.
S
.
,
o
Jap
ã
o e
a Rep
úbli
-ca
Federal
Alem
ã
,
entre outros
, procuram
novos
objetivos
no
desen
-volvimento acelerado
da industrializa
çã
o
.
No
extremo oposto
os pa
í
ses
subdesenvolvidos
procuram
encontrar
seus caminhos
de desenvolvi
-mento
,
cuja diretriz
principal
significa
sempre a possibilidade
de
in
-dustrializarem
-
se
e
superarem
o atraso em
que se
encontram
em rela
-çã
o
aos primeiros
.
A ind
ústria
apresenta
-
se
, assim,
como
oelemento
celular da civi
-liza
çã
o
contempor
â
nea
.
A pr
ópria proposição
da
“
sociedade
de con
-sumo
”
pressup
õe um alto í
ndice
de
industrializaçã
o
.
O
queé
ind
ú
stria?
Num sentido
amplo do termo
costuma
-
se falar
na existê
ncia de
uma
“
indú
stria
antiga”
—
a
que
se
referem
vários historiadores
—
de
car
áter
artesanal
e extrativo
,
consistindo na
coleta
ou
extração de
recursos
naturais e
sua
transforma
çã
o
.
O
sentido restrito do termo
procura acentuar
o fato
de que a
atividade industrial implica
sempre em alguma
modificaçã
o daquilo
\
j
I
I
5:
:í
I
r 4. '-i l*»
r
í
NOVEMBRO DE1973
—
N?4895
sobre
que
recai
sua
atividade
.
Éum das
principais
caracteristicas da
“
ind
ú
stria moderna
”
,
que
é identificada
com
a
f
ábrica
.
Esta
última
,
tal
como
a
entendemos
hoje,
foi
uma
cria
ção dos s
é
culos
XVIII
e
XIX
.
A indústria
contempor
â
nea atingiu grande
complexidade
,
sendo
definida
segundo
vários crité
rios
,
que
serão
referidos adiante
.
Esta
complexidade é resultado da
revoluçã
o tecnol
ó
gica
que estamos vi
-vendo
.
Apesar
dos
v
á
rios
crité
rios
,
certos
elementos
comuns
caracteri
-zam a
produção
industrial
:
as máquinas
,
a
produ
çã
o
em
s
é
rie
,
o
uso
de
vá
rios
tipos
de
energia
, a presença
de
matérias
-
primas
e
produtos
semi
-
elaborados
,
a necessidade
de
á
gua
, a utilizaçã
o
de variada forç
a
--
de
-
trabalho
,
a
necessidade de mercados
,
de
comunica
çõ
es
e
transpor
-tes,
a presenç
a
de
empresá
rios
,
de
um corpo
gerencial
ou do Estado
.
Enquanto
a
atividade
artesanal
é atividade individual
-
—
incluin
-do
a
atividade exercida
nas
primeiras
manufaturas
,
na
Inglaterra
,
no
s
é
culo
XVIII
—
a
atividade fabril
é
sempre
atividade coletiva
.
Isto
est
á relacionado com a divisã
o
té
cnica
e social
do
trabalho
e
a pro
-gressiva complexidade
da vida
humana
,
do
passado
para
o
presente
.
Daí decorrerem
as
dificuldades das definiçõ
es
e
clasificaçõ
es
.
Modernamente
,
no Brasil
,
pode
-
se
definir
,
de
modo resumido
,
dois
grandes
grupos
de atividades
industriais
:
as
extrativas
e
as manu
-fatureiras
.
Muito frequentemente,
num
sentido figurado
,
fala
-
se em
“
industria de
servi
ç
os
” ,
“
ind
ú
stria do turismo
”
,
“
realizar
um empre
-endimento em moldes
industriais
”
etc
,,
o
que
está relacionado
ao
gran
-de impulso
industrial ocorrido
nas
décadas
de
50
e
60
.
A racionaliza
ção das
atividades humanas
,
própria da atividade
industrial,
tende
a
alcan
çar todo
o
sistema de vida
.
Tipos
de
ind
ústria
As indústrias
,
como
dissemos
anteriormente
,
podem
ser
caracte
-rizadas sob
diversos
aspectos
.
Apresentamos
,
a seguir
,
os crit
é
rios
mais
comumente
utilizados
no
Brasil
:
1
.
segundo
a
atividade
:
a
.
ind
ú
stria extrativa
—
é
a
que
tem
por
objeto
a exploração
das
riquezas minerais do solo
.
b
.
indú
stria
manufaiureira
—
é a que tem por
objeto
a trans
-formaçã
o de
uma mat
é
ria
qualquer
—
seja
uma
matéria
-
prima
ou
96
BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIAuma mat
é
ria
que
j
á
foi
submetida a uma
ou
a
v
árias
transforma
ções
anteriores
—
para
dela fazer
produtos
fabricados
.
c
.
indústria de
montagem
—
*é
a
que
tem
por
objeto
a
produ
-ção
a
partir da montagem de
v
ários elementos de um
produto
final
.
A indú
stria
automobilística brasileira,
no
início de
sua
implanta
çã
o
,
era
apenas
uma
ind ústria
de montagem
.
d
.
,ind
ú
stria de
transformaçã
o
—
termo
generalizador
para
to
-das
as
ind
ú
strias onde
ocorre
a
transforma
çã
o de mat
érias
-
primas em
produtos
acabados
ou n
ã
o
.
2
.
segundo
a
é
poca
:
a
.
ind
ú
stria antiga
—
atividade
mais
propriamente dita artesa
-nal
e extrativa
,
consistindo
na produ
çã
o de bens
a partir
de mat
éria
--
prima animal
,
vegetal
ou
mineral
,
com
pouca
ou
nenhuma utiliza
çã
o
de má
quinas
.
Geralmente
é
considerada
a
que precedeu
à primeira
“
revolução”
industrial
.
Corresponde
à
exist
ê
ncia de
uma
mentalidade
artesanal
ou
semi-
artesanal
.
b
.
ind
ú
stria
moderna
—
•toda
a
que
derivou da primeira "
re
-volu
ção
”
industrial
.
Alguns
autores denominam
assim
os
setores
mais
dinâ
micos
do
atual est
ágio de industrializaçã
o
, mas estes estã
o
liga
-dos à
segunda“ revoluçã
o
”
industrial
,
de
que
é
s
ímbolo a
energia
elé
trica
.
Utiliza
-
se
tamb
ém
o
termo
“
maquinofatura
”
para
estabelecer
uma distin
ção
entre “ manufatura”
(feito à
mã
o ) e
“
grande
indústria
”
(feito
à máquina
)
.
A
manufatura
precedeu
,
historicamente, a desco
-berta
da
má
quina
a
vapor
e
,
portanto
,
à utilizaçã
o
da
energia mec
â
ni
-ca
gerada
por
esta
.
3
.
segundoa
natureza
dos
bens
produzidos
:
a
.
indústria de bens
de
consumo
(ou
indú
stria
leve
)
—
a
que
se
destina à produ
ção
de
bens de
consumo
finais e
imediatos
.
S
ã
o
exem
-plos
tí
picos
as
ind
ú
strias t
ê
xteis
,
de calç
ados e
as
de
alimenta
ção
,
que
visam atender
as necessidades chamadas
prim
á
rias da
população
.
b
.
ind
ú
stria
de
bens intermedi
á
rios
(m
á
quinas
e equipamentos )
—
é
a que
se
destina à
produçã
o
de máquinas
e
equipamentos
para
as
mais diversas
indústrias
,
leves ou
pesadas
.
Exemplo
:
as
f
á
bricas de
peç
as
,
ferramentas
e
máquinas
.
c
.
ind
ú
stria
de bens de
produ
ção
(
ou
bens de
çapital
,
ou
pesa
-da
,
ou
de
base
)—
é aquela
que
corresponde
à infraestrutura
de toda
a
produção
industrial
,
pois
fornece
mat
é
ria
-
prima elaborada
ou
sebi
--
elaborada
para as indústrias
de bens intermedi
ários
e finais
.
Exem
-plo
:
sider
ú
rgicas
e metal
ú
rgicas
.
'
i
1
I
I
ó 1I
S_
: ! : ;NOVEMBRO DE 1973
—
N<?4897
4
.
segundoo
local:
a
.
ind
ústria caseira
—
confunde
-se
com a no
ção de
artesanato
.
Muitas
empresas industriais usam
esse
sistema
.
b
.
indústria
rural
ou
agro-
ind
ú
stria
—
ind ú
stria ligada
direta
-mente
à
produção agrí
cola
.
Exemplo
típico
é
a produ
ção de
açúcar
.
5
.
segundoas
fasesde
elaboração
doproduto:
a
.
indú
stria
de
semi
-
elaborados
—
produtos
que vã
o
ser
utili
-zados
como
matéria
-
prima
deoutras
ind
ústrias
.
Exemplo:
siderú
rgica
e
petroqu
í
mica
.
b
.
indú
stria
de
produtoselaborados
—
produtos
que
n
ã
o v
ã
o
mais
sofrer
transformação
,
embora
possam
aparecer
como mat
é
ria
--
prima de
outras
ind
ústrias
.
Exemplo
:
a
produção
de peç
as
a
serem
utilizadas
na montagem de
máquinas
.
6
.
segundoo tamanho
:
(*
)
a
.
pequena
indústria
—
a
que
dispõ
e
de
pequeno
n
úmero
de
empregados
, poucas máquinas
e
pequeno capital
.
Confunde
-
se
hoje
em
dia
com
as
indústrias chamadas artesanais
,
que
empregam um
máximo
de
5
a
10
oper
ários
.
b
.
mé
dia indú
stria
—
a
que disp
õe de um
nú
mero
maior de
empregados
,
m
áquinas
e
capital
.
Uma empresa
m
édia
pode
ter
de 50
a
100
ou
mais
operá
rios
,c
.
grandeindú
stria
—
emprega numerosa m
ã
o
-
de
-
obra
,
va
-riando
conforme o setor e volumes
enormes de capital
.
São geralmente
as de
500, 1.000
ou
mais
oper
á
rios
.
Exemplos:
a
Volkswagen do
Brasil
S
.
A
.
;
a
Companhia Siderú
rgica Nacional
; a
A
ç
os
Villares
S
.
A
.
etc
.
7
.
segundoa
função
:
a
.
indústrias
germinativas
—
s
ã
o
as que
geram o aparecimento
de
outras
ind
ú
strias
.
Exemplo
:
a petroquímica
.
b
.
indú
strias de
ponta—
sã
o as ind
ú
strias din
â
micas
que
co
-mandam
a
produção industrial
.
Exemplo
:
as
ind
ústrias
qu
í
micas
e au
-tomobil
í
stica
.
k) Êstes conceitos são relativos e variam com o tempo
.
Uma grs <‘«maustría hoje podeter uma grandecapital imobilizadoem bens de equipamento
e tecnologia, masuma fôrça
-
de-
trabalho especializada e relativamente reduzida.
Além disso,o tamanho de uma indústria pode ser também medido pelo valor de vendas
.
98
BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA-7
-8
.
segundoa
tecnologia:
a
.
ind
ú
strias
tradicionais
—
são as que
estã
o ainda ligadas à
s
vantagens
oriundas
da
primeira
“
revoluçã
o
”
industrial
.
Podem ser
empresas
familiares (
empr
ê
sas
“
cl
â
nicas
”
)
e denunciam
sua
presen
-ç
a
pelos
seus
aspectos
internos
e externos
e
por
sua localização
.
Grande
nú
mero de
empr
ê
sas
brasileiras
s
ã
o
ainda deste tipo
.
b
.
indú
strias
din
â
micas
—
s
ã
o aquelas ligadas ao desenvolvi
-
ímento
recente
da qu
í
mica
,
eletr
ónica
e
petroqu
í
mica, principalmente
.
Utilizam
muito capital
e
tecnologia e relativamente
pouca
fôr
ça
-de
--
trabalho
.
Possuem
uma flexibilidade maior de localizaçã
o do
que
as
anteriores
e
operam
em
economia
de escala
.
9
.
segundo
a
aplica
ção
dos
recursos
ou
fatores
:
1
a
.
ind
ú
stria
scapital
-
intensivas
—
as
que
aplicam
os
maiores
recursos
nos fatores
capital
e tecnologia
.
|
b
.
ind
ú
strias trabalho
-
intensivas
—
as
que empregam
os maio
-
j
res recursos
em
f
ô
r
ça
-
de
-
trabalho
.
Os
tipos de indústrias variam
,
assim
,
de
acordo
com os crit
é
rios
apontados acima
,
que
podem ser diferentes de
pa
ís
para paí
s
.
Elementos
da
paisagem industrial
A Geografia
n
ã
o
estuda
as indústrias isoladamente
.
O
objetivo
aqui
é
sempre
a
preocupa
ção com
a
extens
ão em
que
ocorrem
espa
-cialmente
os fen
ômenos
;
a frequ
ê
ncia
com que ocorrem
,
ou
seja
,
sua
repartiçã
o,
o
que permite
compará
-
los
;
a
correlação das partes do
todo
,
na busca da
compreensã
o das conex
õ
es
entre
eles
;
e
a dinâmica
das situa
çõ
es onde
ocorrem
,
atrav
és
de
sua
atividade
em desenvolvi
-mento
.
|
Assim
, a
paisagem industrial pode ser
definida
como
aquela su
-perf
ície
da
Terra
na
qual a
presen
ç
a
das indú
strias
marca a
fisiono
-mia
da paisagem
, diferenciando
-
a
das
áreas
urbanas
nã
o
industriais
e
das
áreas de agricultura e
pecuá
ria
.
S
ã
o
exemplos
de paisagens
|
industriais
,
na
regi
ã
o
nordeste dos Estados
Unidos
,
o
espaç
o com
-preendido
entre os Grandes
Lagos
e
Nova
Iorque
e
, na
Europa,
a
regi
ã
o compreendida
entre Paris,
os
Pa
íses
Baixos
e
o
norteda
Re
-p
ú
blica Federal Alemã
,Com
base
nessa
preocupa
çã
o
foram elaborados alguns
conceitos
í
importantes que
s
ã
o referidos
à paisagem industrial
.
Os
principais
deles
s
ã
o
;i
!*
I
• H
í
m• jr.£»NOVEMBRO DE1973
—
N<?4899
!
1
.
o
centro industrial
—
é
o
complementoindustrial
de um
nú
mero
cleo
urbano
.
Éo
caso das cidades
que j
á
possuem um
certonú
-de
indú
strias e o caso dos
distritos industriais que
est
ã
o sendo
criados atualmente no Brasil,
junto
a centros urbanos
.
2
.
a cidade industrial
—
em
sua
origem
a
indústria surgiu
onde j
á existiam
aglomerados
urbanos ou elementos
de polarização
da
atividade
econ
ó
mica
em torno
de
“ habitats
”
.
Posteriormente
,
sur
-giram cidades inteiramente
novas a
partir da
localiza
ção de
grandesemprê
sas
em determinadas
á
reas
.
Nesses casos
,
a
urbaniza
ção
, nã
oligada diretamente à
indú
stria
,
surgiu depois
,
como consequê
ncia
.
Foi
o caso de Volta
Redonda,
no
Estado do Rio
de Janeiro
.
3
.
os
complexosindustriais
—
apresentam
as seguintes
carac
-ter
í
sticas: s
ã
o
áreas
de grande
concentra
ção
industrial,
com
a presen
-ça
importante de
indú
strias de base; com diversifica
çã
o
dos
produtosfabricados
; com a ocorr
ência de relações de depend
ê
ncia
entre
os
es-tabelecimentos, ou
do
conjunto
de
f
á
bricas frente
a
fatores comuns;
e
onde
a
organização do
espaç
o
adquire
tais condições que
atrai
outros estabelecimentos fabris
.
Nessas
áreas
estã
o concentrados gran
-des
volumes
de capital e f
ôrça
-
de
-
trabalho
.
No Brasil, o
exemplo
mais expressivo
é
o
de S
ão Paulo
e
arredores
.
4
.
a
região
industrial
—
é um espaço
mais amplo do
que
o
complexo
, mas
de densidade muito
menor
.
A concentração
dos esta
-belecimentos
é
inferior
a
dos complexos
,
podendo n
ã
o severificar a
mesma diversificaçã
oda
produção
nem a
depend
ência
dos
estabeleci
-mentos
entre si
.
Exemplo:
a
regi
ã
o em
tornode
Campinas
,
abran
-gendo
Jundiaí,
Americana
, Limeira
,
Piracicaba e
outras cidades me
-nores
,
que
podem
definir
-
se como
centros
poli
ou
mono
-
industriais
.
Conclusã
o
A tipologia
geogr
á
fica
no
que
diz respeito
à industrializa
ção foi
elaborada recentemente
,
na
Europa
,
e
vem
sendo aplicada
à
s condi
-ções
brasileiras
.
Na
medida
em que
a
industrializa
ção possui aspectos
gerais e uniformes essa
tipologia
é ú
til
e
sua
aplicaçã
o a
outras
áreas
do globo
é
viável
.
Resta
,contudo
,
muita imprecisã
o
na
conceitua
ç
ao,
o
que
toma dif
í
cil
sua aplicação
.
A civiliza
çã
o
industrial
expressa
-
se
fisicamente na
superf í
cie
da
Terra
pela
presen
ç
a
de centros
,
cidades
,
complexos
e
regiões indus
-triais
.
Do ponto de vista
humano
e levando
em
contaa
vida
de rela
-ções
novas
proposiçõ
es
poder
ã
o
ser feitas
,
a
partir de
recursos
como
o
das “ áreas
de
influê
ncia
”
e outros
.
Sã
o
esses
osaspectos
que
julgamos mais importantes
das
paisa
-gens
industriais, que são
fen
ô
menos recentes
na história
da
humanida
100
BOLETIM PAULISTA DEGEOGRAFIA
de
.
Apesar
da valoriza
çã
o do fen
ô
meno
industrializa
ção
,
que é
a base
da
civiliza
ção contempor
â
nea,
nã
o
ignoramos
seus
problemas
atuais
,
dos
quais o
que tem sido
posto mais
em
evidência
é
o
dapolui
ção
industrial
.
A possibilidade
de
criaçã
o de
um
setor
industrial voltado
para
o combate
à
poluição
poderá
abrir
perspectivas novas de locali
-za
ção
para
as ind
ú
strias
,
fen
ô
meno
que agir
á
como
nova
vari
á
vel
pa
-ra a
caracteriza
çã
o do
espa
ço
econó
mico
industrial
.
Bibiografiasumáriacomentada
Barbosa
,
Ignês Costa—
“
Distribuição Regional da Atividade Industrial”
inGrande Região Sul, Vol
.
IV, Tomo II, IBGE—
IBG, Rio de Ja -neiro, 1968.
Utiliza a noçã
o
de área
que, por seu grau de abstração e refe-rência geométrica, pouco define o fenômeno da industrialização do ponto de vista geográfico
.
Usa a antiga noção de parque industrial, criadaantesdasegunda-
guerra mundial* Fala diversas vezes de núcleoindustrial com o sentido de ponto de partida da industrialização co
-mo expressão areolar
.
Usa a expressão
corrente centro industrial não tendoa preocupaçãodedefiní-
la.
Faz referência explícita ao complexoindustrial como definido por Chardonnet
.
Fala de região industrialcom base no mesmo autor, embora não seja feita referência
.
Utiliza esta última para examinaroscasos doVale do Paraíba e Baixa Soro-cabana
.
Chardonnet
,
Jean—
Les Grands Types de Complexes Industrieis,
A.
Colin,Paris, 1953
.
É o criador da nomenclatura utilizada neste trabalho
.
Correio de Andrade
,
Manuel—
Geografia Económica do Nordeste,
Ed.
Atlas S.
A.
,São Paulo, 1970.
Utiliza a noção de parque industrial
sem
a preocupação de defi -nição.
Tratando de uma região brasileira que apresenta graves condi-ções de subdesenvolvimento utiliza a expressão complexo industrial
,
não no sentido de Chardonnet, mas com a preocupação com a orga
-nização do espaço, incluindo nela a variável planejamento
.
Faz refe -rência a Aratú como cidade industrial (o título oficial é Centro In-dustrial de Aratú)
.
O autor conhece de perto os problemas da in -dustrialização do Nordeste e faz referências aos Planos Diretores daSUDENE, chamando a atenção dos respons
á
veis para os problemas dessa região.
Davidovich
,
Fany—
“
Indústria”
in Novo Paisagensdo Brasil,
IBGE—
IBG, Rio deJaneiro, 1968.
A autora procura demonstrar que a industrialização é muito re
-cente no Brasil.
Nessa linha de raciocínio não faz referência a exis-! h
I
i1
!
Vi!
í Í\
-J 3
i
í
5 / •= si i i vi-
í5'
NOVEMBRODÉ1973
—
N?48101
íência de complexos industriais
.
Apesar da imprecisão utiliza muito otermo área industrial
.
Preocupada com a noção de processo fala emregião
industrializada
,
cidadesindustrializadas
e centros industriais,
sem fazer qualquer referência teórica.
A autora contou com a ajudade Pedro PinchasGeiger para a realização do trabalho
.
Davidovich
,
Fany—
Relações da Indústria com o EspaçoGeográfico,
Boletim Geográfico,
n?216, IBGE—
IBG, RiodeJaneiro, 1970.
(Ooriginalfoi tornado públicoem 1969)
.
Trata-se de um trabalho original em relação ao problema da ca
-racterizaçãodo espaço económico industrial em vista do enfoque teó -rico utilizado.
A autora procura esclarecer o significado da expres-sãoá
rea
industrial,
ou, segundo suas pró
prias palavras,“
as áreas ver-dadeiramente estruturadas pela indústria
”
.
Nesse sentido, o espaçoindustrial é analisado do ponto de vista da
“
expansão da atividade industrial”
, dentro da problemática da regionalização.
Surgem,
assim,as noções de núcleo central e periferia
.
Neste trabalho,
ao contrário do anterior, a autora já se refere ao complexo industrial de Char-donnet, embora tamb
é
m utilize a expressão parque fabril.
Impor-tante
,
no
trabalho,
é a preocupação com a vida de relações maisdo que com o aspecto empírico do fato industrial
.
Preocupando-
se
com problemas de regionalização a autora faz referência à noção de- polo.
Faz, com clareza,
mas implicitamente,a
distinção entre osprocessos de urbanização e de industrialização
.
Retoma neste tra-balho
a
expressão cidades industrializadas,
cujo sentido torna-
se maisinteligível
,
mas não a distingue da expressão centros industrializados.
A proposiçã
o
oficial dos distritos industriais é referida mas não dis -cutida do ponto de vista de uma tipologia geográfica.
Geiger
,
Pedro Pinchas—
“
Centros Industriais”
in Atlas Nacional do Brasil,
Mapa IV
-
12,
IBGE,
CNG,
Rio de Janeiro,
1966.
O autor, apoiando
-
se na terminologia de Chardonnet e outros, alé
m de sua experiência com o trato coraa
realidade brasileira, uti-liza os conceitos de complexo
industrial
,
região industrial,
centro in-dustrial
,
além dos de trecho,
área ezona
industriais.
Todos os con -ceitos estão referidos à realidade estudada,
embora, dada a naturezada publicação, não haja uma discussão teórica
.
De importante, emrelação aos outros trabalhos citados nesta bibliografia, é o fato de
quese tratade um mapa, colocando
-
se
então o problema da represen -taçãoao
nível técnico e investigatório dos fenômenos estudados, atra-vés da cartografia
,
trabalho organizado por Maria Lúcia Meireles deAlmeida
.
A técnica utilizada foia
das figuras proporcionais repre-sentadas sobre uma base preparada para êsse fim
.
George
,
Pierre—
Aire Metropolitaine, Conurbation ou Region Industrielle?Le Cas de São Paulo
,
Instituto de Geografia da USP, São Paulo,102
BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIAO autor discute a questão da correta avaliação geográfica do fe
-nômeno industrialque está ocorrendo em tôrno da cidade São Paulo
,
dentro do ponto de vista da Geografia Regional
.
Utiliza o conceitode unidade urbana e industrial
.
O centro industrial é referido, nestecaso
,
como uma unidade dentro do complexo industrial.
Notando a descontinuídade do fenômeno
industrial na área examinada apontaa existência de subúrbios industriais
.
Notando a relação de interde-pendência entre Sao Paulo
,
a Baixada Santista,
a industrialização quese expandeem direção a Osasco, de um lado
,
e do Vale do Paraíba,de outro e
,
ainda,
em direção a Campinas,
Piracicaba e Ribeirão Preto,o
autor inclina-
se a definira
expressão espacial resultante co -mo constituindo uma região industrial.
Goldenstein
,
Léa—
“
Cubatão e sua área industrial”
in A Baixada Santista,
Volume IV, Ed
.
da Universidade de São Paulo, São Paulo,
1965,O título do trabalho propõe o primeiro conceito utilizado pela
autora
:
área
industrial,
sem a preocupação de sua caracterizaçãológica
.
No texto,
contudo, a autora já define Cubatão como repre -sentativo de um complexo industrial em formação, com referência àterminologia de Chardonnet
.
Discute sua significação comozona
industrial de Santos
.
Dentro do que denomina complexo industrialda Baixada Santista Cubatão aparece também como centro de indús
-trias
.
As relações com Santos apoiam-se também em proposição da-quele autor
.
Distingue a autora a cidade industrial do que denomi-na imprecisamente de uma áreade fábricas
,
vendo na evolução dessa situação o caminho para o complexo industrial.
Goldenstein
,
Léa—
A Industrialização da Baixada Santista (Estudo de um Centro Industrial Satélite),
Ed.
do Instituto de Geografia da USP, Sao Paulo,
1972.
Neste trabalho a autora apresenta o conceito de complexo indus
-tria! de Chardonnet examinando-o em relação a Cubatão, ao nível
do detalhe, concluindo por afirmai que êsse centro industrial
“
apre-senta
,
em boa escala, as caracterí
sticas indicadas por Chardonnet (1953) para um complexo industrial”
, o Problema de uma hierar-quia areolar nã
o
foi discutido,
tendo a autora apenas feito referên -cia a diferença de conceituaçao existente entre os estudiosos,no
que se refere a Cubatão.
Adotando uma posição eclética cita tambémas proposições de Pierre George de região industrial e centro indus
-trial
,
mostrando que,
de modo diferente de Chardonnet, este autor enfatiza a noção de que o espaço industrial é um espaço de rela -ções.
A principal consequência é que se evolui da idéia de uma ca -racterização física ao nível topográfico,
para a idé
ia de estrutura e totalidade expressas espacialmente,
o que é de grande importância para o desenvolvimento da metodologia adequada ao estudo do fe -nômeno industrial.
A autora refere-
se também ao distrito industrialNOVEMBRO DE1973
—
N<?48103
F 39
deSantos, mas não se preocupou com o significado da expressão, do ponto de vista que estamos adotando aqui
.
É bom lembrar que otermo distrito parece ter uma conotação muito mais ligada à urba
-nização do que à industrialização
.
Aliás, é importante dizer que aautora utiliza muitos termos de uso corrente
nos
meios industriais eqUe não foram ainda pensados em sua importâ ncia tipológica para a
geografia
.
Em sua conclusão afirma:
“
Contudo,
por enquanto, di-ficilmente se poderia falar numa cidade industrial e também não se
pode falar numa região industrial
ou
mesmo num desenvolvimentoindustrial regional
”
.
Ao contrário do que fora afirmado antes, a autora acaba decídindo-
se por considerar Cubatão como“
um centrode produção industrial anexo a
uma
grande regiãoindustrializada
,
fa-zendo parte de uma área metropolitana, isto é
,
um centro satélitecujos fluxos de relações dentro da própria Baixada
,
sendo ainda re-lativamente pequenos
,
confirmam essa condição”
.
É a tese principal do trabalho.
Mattos, Dirceu Lino de
—
“
O Parque Industrial Paulistano”
in A Cidade deSão Paulo
—
Estudos de eGografia Urbana,
Vol.
III, Cap.
I, Cia.
Ed.
Nacional,
SãoPaulo, 1958.
O autor utiliza o antigo conceito de parque industrial
,
que só começou a ser deixado deser
utilizado recentemente.
Nao obstante, a tipologia permanece implícita no têxto, nao havendo a preocupa -ção com uma definição mais precisa da mesma, nem o deseu
signi-ficado dentro da evolução do pensamento geográfico brasileiro
.
De-dicando-
se
aos problemas de Geografia Económica, o autor interes -sa-
se mais pelos problemas relacionados à agricultura e pecuária doque à industrialização
.
Esta, talvez,
a causa da imprecisão termino-lógica
.
Contudo, numa época em que a industrialização está“
em moda”
,
a preocupação com as áreas rurais tem grande importância,dadoo atraso em quese encontra nossa agricultura, mesmo nos Esta
-dos mais adiantados
.
Miiller
,
Nice Lecocq—
-
Industrializa
ção
do Vale do Paraíba,
Instituto de Geo-grafia da USP, São Paulo, 1969
.
(O original é de 1967).
A autora, especializada em problemas de Geografia Urbana,
es
-tuda o caso do Vale do Paraíba
,
que definecomo
região com ten-dência â
industrializa
ção.
A autora distingue várias fases de evolu -ção da região no que diz respeitoao
fato industrial, o que mostra,implicitamente
,
o
conteúdo do conceito como dependendo do proces-so de desenvolvimento da área, o que
nos
parece correto.
Há ouso
da expressão parque industrial
,
mas sem comentá
rios.
Baseada na pesquisa empírica a autora propõe uma tipologia de centros indus-triais
,
definindo critério para essa classificação: grandes, médios epequenos, aceitando a classificação também de centros monoindus
-iriais e poli
-
industriais.
Conhecendo bastante bem a região estudadaj!
I
104
BOLETIMPAULISTADE
GEOGRAFIAa autora chama
a
atenção dos responsáveis para os problemas queestão surgindo em decorrência da industrialização, particularmente
algumas manifestações
“
patológicas”
da organização do espaço, co-mo o aparecimento de favelas
.
Otremba, Erich
—
“
Geografia General Industrial”
in Geografia General Agra-ria e Industrial
,
Ediciones Omega,S.
A.
, Barcelona, 1955.
Os trabalhos dos geógrafos alemães não têm influenciado
o
pen -samento geográfico brasileiro da mesma maneira que os dos fran-ceses e
,
mais recentemente, dos norte-
americanos.
Dentro da Geo-grafia das Indústrias a posição de Otremba é singular em virtude de
seu apoio teórico
.
Apesar de aceitar a influência de autores de vá-rias procedências, Otremba tem uma posição particular em relação à
expressão espacial da industrialização, preocupando
-
se com questõesteóricas importantes, dentro das quais salienta
-
se a da localização.
Partindo do conceito de espaço económico o autor procura identifi-car, em seu interior
,
a"
comarca
industrial"
ou região industrial,
assim como o centro industrial
.
Ao contrário, contudo,
dos autôres referidos anteriormente, Otremba adota uma posição metodológica“
estruturalista”
, com pouca ou nenhuma preocupação com os pro -cessos de organização do espaço de um ponto de vista histó
rico,
mas muito preocupado com relações funcionais.
Seu ponto de vista podeser resumido em uma frase:
“
Parece impropio de la Geografia ocu -par-
se en aspectos que no estén en reconocida e inmediata relacióncon el espacio geográfico
”
.
Emborao
trabalho seja de 1955,
é pos-sível vêr nele um traço de continuidade com as atuais preocupações
geométricas de muitos geógrafos norte-americanos
.
É importanteno
-tar que está implícita no têxto
a
noção de planejamento,
que deriva das preocupações do autor com o problema da localização,
apesar deque essa preocupação possa ser interpretada como uma posição que estaria muito próxima do que hoje denomina
-
se neo-colonialismo.
Rochefort, Miçhel
—
•Estudo para a Geografia da Indústria no Brasil Sudeste,
Separata da Rev
.
Brasileira de Geografia,
n^
2,Rio de Janeiro, 1963.
(OEstudo foi iniciado poruma equipesob aorientação de Rochefort,
mas foi concluído sob a orientaçãode Pedro Pinchas Geiger)
.
Os autôres utilizam explicitamente os conceitos elaborados por
Chardonnet, de complexo industrial
,
região industrial e centro indus-trial
,
aplicados à realidade brasileira.
Os autôres identificam em SãoPaulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte as características apontadas por aquêle autor para definir um complexo industrial
.
Ao contrá-rio dos trabalhos mais recentes, a caracterização
,
naé
poca, foi talvezadequada, mas, com o correr do tempo, mostra
-
se suscetível a críti -cas,
tal a divergência de opinião existente.
!
I
!
í cl
!
•i
ObservaçãoNOVEMBRO DE 1973
—
N<?48105
r
Os comentários sôbre esta bibliografia sumária
,
selecionada por sua im-portância para o esclarecimento do problemade uma melhor caracterização do
espaço económico industrial
,
constituem um ponto de vista: o ponto de vista do autor.
A importância dos mesmos e do próprio trabalho reside no queparece ter ficado claro: a necessidade de
uma
maior atenção para com osproblemas terminológicos
,
taxinômicos e,
principalmente,
epistemológicosem
Geografia das Indústrias
.
Sendo a industrialização o“
momento presente”
da realídade brasileira,
é útil saber qual o grau de certeza que possui o nossoconhecimento
.
E f
j
i
í
5