Introdução:
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença desmielinizante, progressiva, crônica que atinge o sistema nervoso central. Essa desmielinização afeta as fibras nervosas do cérebro e da medula espinhal através da destruição da mielina impedindo a transmissão dos impulsos nervosos.
A causa exata da EM é desconhecida. É considerada uma doença auto-imune, causada por uma resposta imunológica anormal do organismo, reconhecendo como elemento estranho os componentes do próprio sistema nervoso central. Fatores externos associados à predisposição genética podem ser o desencadeador do processo desmielinizante.
O objetivo do estudo foi conhecer o perfil sociodemográfico de pacientes atendidos no Centro de Referência e Investigação em Esclerose Múltipla (CRIEM), do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil, verificar a Escala Expandida do Estado de Incapacidade de Kurtzke (EDSS) e averiguar os tipos de medicamentos prescritos.
Material e Métodos:
O estudo foi do tipo retrospectivo e documental, de natureza epidemiológica acompanhados no Centro de Referência e Investigação em Esclerose Múltipla - CRIEM do Hospital das Clínicas -UFG.
Os pacientes elegíveis para o estudo foram identificados junto aos prontuários com base nos critérios de inclusão estabelecidos.
De um total de 300 pacientes atendidos no CRIEM com diagnóstico de esclerose múltipla, realizado por médico especialista, foram selecionados 168 para análise. Foram excluídos os pacientes que apresentaram outros tipos de doenças desmielinizantes.
A análise dos dados foi realizada utilizando o programa Statístical Package for Social Science (SPSS) versão 18.0. Foram realizadas análises estatísticas descritivas de frequência simples, média e desvio-padrão.
Resultados:
Entre os pacientes analisados, a maioria era do gênero feminino (77,25%), a idade mínima foi de 13 anos (sendo seis pacientes abaixo de 18 anos), a máxima de 83 anos e a média de 40,09 anos, com desvio padrão de 12,37.
Resultados:
Em relação às medicações modificadoras da doença, os resultados mostraram que 15 pacientes não faziam uso de nenhum medicamento para a doença e os demais pacientes utilizavam: glatiramer – 29,45%, betainterferona 1b – 28,77%, betainterferona 1a 44 µg – 13,70%, betainterferona 1a 22 µg – 13,01%, natalizumabe – 6,85%, betainterferona 1a 30 µg – 4,79% e fingolimoide – 3,42%.
A maioria dos pacientes era de Goiânia e entorno e alguns provenientes de outros estados. A média do EDSS foi de 3,75, com desvio padrão de 2,11.
Discussão e Conclusão :
Os resultados obtidos no presente trabalho foram semelhantes aos de uma série de estudos brasileiros como os de Callegaro (1989), Papais-Alvarenga (1995), Almeida (2007) e Ambrose (2007). A realização deste trabalho proporcionou maior conhecimento acerca da realidade da doença na região estudada, de modo a auxiliar na orientação e suporte de pacientes com EM.
Referências:
1- ALMEIDA, L.H.R.B [et a]. Ensinando e Aprendendo com
Portadores de Esclerose Múltipla: Relato de Experiência.
Rev. Bras. Enferm, Brasília, 2007 jul-ago; 60 (4) : 460-3.
2-RIBEIRO S.B.F. [et al] Clinical and epidemiological profile
of patients with multiple sclerosis in Uberaba, Minas Gerais, Brazil. Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.69 no.2a São Paulo
Apr. 2011.
3- FINKELSZTEUJN A. [et al] As características clínicas da
esclerose múltipla no sul do Brasil: uma análise parcial.
Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.67 no.4 São Paulo dez 2009
4-FRAGOSO Y.D.; PERES M. Prevalence of multiple sclerosis
in the city of Santos, SP. Rev. bras. epidemiol. vol.10 n.4