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CONTROLE SOCIAL SOBRE OS ROYALTIES DO PETRÓLEO: QUEM SABE O QUE?

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CONTROLE SOCIAL SOBRE OS ROYALTIES DO

PETRÓLEO: QUEM SABE O QUE?

Gisele Chaves (UFES)

giselechaves2@yahoo.com.br

JORGE LUIZ DOS SANTOS JUNIOR (UFES)

jjuniorsan@yahoo.com.br

Lys Piovezan Tardin (UFES)

lyspiovezan@gmail.com

Os royalties do petróleo têm conquistado maior importância e espaço nas economias de muitos municípios. A carência de estudos em relação ao grau de conhecimento da população sobre o tema dificulta a avaliação do emprego deste recurso pela sociedade. O objetivo deste artigo é definir o grau de conhecimento dos habitantes de Vitória (ES) acerca dos royalties, por meio de uma pesquisa de levantamento em que a coleta de dados ocorreu com questionários estruturados. Os resultados mostraram que a maior parte dos habitantes ouviu falar a respeito dos royalties, entretanto não possuem conhecimento adequado para definir corretamente o mesmo, enquanto um quarto da amostra desconhece o assunto. Portanto, os investimentos estão sendo realizados e a população não tem informações suficientes sobre os benefícios dos royalties e não tem conhecimento para debater estas questões, o que limita a participação da sociedade na discussão acerca destes recursos.

Palavras-chave: royalties do petróleo, Vitória (ES), legislação, teste de hipótese

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2 1. Introdução

A expressão royalties usualmente designa o fluxo de pagamentos ao proprietário de um ativo não renovável (material ou imaterial) que o cede para ser explorado, usado ou comercializado por outras empresas ou indivíduos. Com base nesse entendimento, pode-se classificar o fluxo de pagamentos decorrente dos royalties do petróleo como uma receita patrimonial da União, proprietária dos recursos, recebida das empresas que exploram o petróleo. Esta receita é partilhada com estados e municípios que contam com atividades petrolíferas em seus territórios, ou sofram impactos das mesmas, segundo critérios estabelecidos na legislação (MACROPLAN, 2012; JARDIM e SOUZA, 2013).

Por meio do acelerado desenvolvimento do setor petrolífero no Brasil, a discussão acerca dos

royalties do petróleo e do gás natural se tornou relevante. A nova divisão dos recursos,

provenientes da nova descoberta do pré-sal gerou polêmica, nas quais foram envolvidas disputas políticas e interesses regionais.

A polêmica em torno dos royalties está relacionada ao interesse dos governos estaduais e municipais e da população, uma vez que a verba proveniente deste recurso pode ser direcionada para benefícios sociais, econômicos e/ou ambientais. No entanto, não se tem conhecimento da participação ativa da população nas questões que permeiam a utilização dessa receita. Promover a discussão sobre o tema aumentaria o conhecimento dos cidadãos sobre pontos relevantes ao progresso de seus municípios e poderia aumentar a pressão para a adequada utilização destes recursos pelo poder público.

Dada a importância dos royalties para muitos municípios e o fato de não existir nenhum estudo de fácil acesso para a população sobre a utilização deste recurso no desenvolvimento econômico e social, esse estudo desenvolve uma pesquisa no município de Vitória (ES) sobre o grau de informação da população acerca dos royalties.

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A palavra royalty vem do inglês royal, que significa “da realeza” ou “relativo ao rei”. Originalmente, designava o direito que o rei tinha de receber pagamentos pelo uso de minerais em suas terras, depois se estendeu a outras atividades extrativas de recursos naturais não renováveis, como o petróleo e o gás natural. São uma indenização ao proprietário não aplicável a qualquer atividade econômica, mas apenas àquelas que se baseiam na extração de recursos finitos. É a extração desse tipo de recurso natural e não os seus possíveis impactos no ambiente e na economia que geram direito a royalties (CNM, 2010).

No caso brasileiro, os royalties do petróleo podem ser divididos nos royalties propriamente ditos e nas participações especiais, que representam uma forma de compensação diferenciada, proporcional à produção e à rentabilidade de cada campo de petróleo (CNM, 2010).

As políticas energéticas e as atividades ligadas ao setor petrolífero, foram estabelecidas pela Lei n° 9.478/1997 (BRASIL, 1997), também conhecida como “Lei do Petróleo”, garantindo que embora o petróleo seja da União, após sua extração, os direitos sobre os mesmos passam a ser da instituição exploradora, por meio do pagamento dos royalties.

Essa lei estabelece em seu art. 47, que os royalties serão pagos mensalmente, em moeda nacional, a partir da data de início da produção comercial de cada campo, em montante correspondente a dez por cento da produção de petróleo ou gás natural. Já em seu art. 50-F que esses recursos serão destinados às áreas de educação, infraestrutura social e econômica, saúde, segurança, programas de erradicação da miséria e da pobreza, entre outros, em programas voltados para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Com o desenvolvimento do setor petrolífero, e consequentemente das técnicas de exploração e extração desse recurso, recentemente descobriu-se a camada pré-sal, que representa uma enorme quantidade de campos petrolíferos ainda não explorados.

Com isso, cresceu a polêmica em torno da regulamentação das atividades nessa camada. Tanto que foi promulgada a Lei n° 12.351/2010 (BRASIL, 2010) que dispõe sobre a exploração e a produção de petróleo e de gás natural em áreas do pré-sal e em áreas estratégicas. Ela estabelece em seu art. 41, no parágrafo 1º que os royalties, com alíquota de quinze por cento do valor da produção, correspondem à compensação financeira pela

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exploração do petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos líquidos. Entretanto esta lei não estabelece diretrizes para aplicação desta verba.

Pela atual legislação brasileira, os estados e municípios produtores, juntamente com a União, possuem direito sobre a maioria dos royalties do petróleo. A divisão é feita seguindo a Lei n° 12.734/2012 que modifica as leis 9.478/1997 e 12.351/2010. Seguindo as diretrizes estabelecidas por esta lei têm-se a repartição dos royalties.

Essa fonte extraordinária de receita rendeu no ano de 2013 um montante de quase 5 bilhões de reais aos estados e em torno de 5,6 bilhões aos municípios beneficiados por este recurso (ANP, 2015), permite que estados e municípios consigam suprir a falta de recursos financeiros. Essas verbas de repasse obrigatório, vindas do Governo Federal e Estadual, deveriam contribuir para o desenvolvimento dos municípios através de investimentos no setor público para beneficiar a população e auxiliar no progresso da economia local.

Além disso, quando se avalia sua definição, este recurso, que se caracteriza por uma compensação deveria ser utilizado de forma a minimizar o impacto negativo da exploração do petróleo, pois este é não renovável, assim é imprescindível que os municípios se estruturem de modo a se tornar independente dos recursos gerados pela atividade petrolífera a fim de manter a economia local em progresso e a qualidade de vida da comunidade quando ocorrer o esgotamento desse recurso (BRAGA, 2010). Apenas no ano passado foi aprovada uma lei que destina, para as áreas de educação e saúde a compensação financeira pela exploração de

petróleo e gás natural. A Lei nº12.858/2013 institui em seu artigo 2º §3º que “União, Estados,

Distrito Federal e Municípios aplicarão os recursos [...] no montante de 75% (setenta e cinco por cento) na área de educação e de 25% (vinte e cinco por cento) na área de saúde” (BRASIL, 2013). Contudo esta lei se aplica somente aos novos contratos da União.

A Lei nº 12.527/2011 (BRASIL, 2011) garante a toda à população transparência e acesso à informação e estabelece os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto na Constituição Federal. Algumas de suas diretrizes estabelecem: a divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações, a utilização de meios de comunicação

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viabilizados pela tecnologia da informação e o desenvolvimento do controle social da administração pública.

3. Metodologia

Para avaliar se a população de Vitória/ES tem conhecimento desta lei e busca as informações pertinentes nos meios em que estas devem ser divulgadas ou mesmo se possui interesse por essas questões, foi definida uma pesquisa de levantamento, utilizando uma amostra para aplicação dos questionários. Segundo Mattar (2001), o tamanho da amostra foi obtido de acordo com a Equação (1):

e

N

Z

PQ

PQ

NZ

n

2 2 2

1

(1) Em que: = tamanho da amostra;

= número de elementos da população;

= valor da variável Z para o nível de confiabilidade adotado; = precisão da amostra ou erro máximo admitido;

= proporção de ocorrência da variável em estudo, ou seja, o grau de conhecimento acerca dos royalties na população;

= proporção de não ocorrência da variável em estudo na população ,

Quando P e Q não são conhecidos, considera-se que . Adotar este valor para as

proporções resulta em uma amostra maior, o que é bom para a confiança dos resultados obtidos (MATTAR, 2001). Ao nível de confiabilidade de 95% e um erro de 5%, a partir da Equação (1) e do número de habitantes do município (IBGE, 2015) foi determinada uma amostra com 400 elementos.

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Testes de Homogeneidade foram realizados para verificar se havia relação entre o conhecimento do benefício dos royalties e as variáveis que caracterizam a amostra. Deve-se

rejeitar a hipótese H0 de homogeneidade da distribuição de probabilidade quando a estatística

X2obs for maior que o ponto crítico X2α definido na Tabela de Distribuição Qui-Quadrado ou

se o p-valor for menor que o α proposto (MONTGOMERY, RUNGER, HUBELE, 2004). Quando o teste acusa relação entre estas variáveis, efetuou-se Testes para Proporção de Duas

Amostras. Pela distribuição normal (Z) unilateral, se Zobtido > ou < Zα = 1,645 (direita ou

esquerda), rejeita-se H0 sendo α o nível de significância. Para realização dos testes foi

utilizado o Action, suplemento estatístico do Microsoft Excel a um α = 5%. Em alguns casos a realização do Teste de Proporção para Duas Amostras foi inviabilizado porque o número de sucessos foi igual ao número de ensaios ou porque o número de sucessos foi inferior a 5 em determinadas amostras (MONTGOMERY, RUNGER, HUBELE, 2004).

4. Resultados

4.1. Perfil da amostra

Os dados deste estudo foram obtidos por meio de pesquisa de campo com 400 moradores da cidade de Vitória (ES), sendo 32% dos entrevistados do gênero masculino e 58% do gênero feminino. A faixa etária dos entrevistados está apresentada no Gráfico 1. Percebe-se o grande percentual de pessoas jovens e participantes da pesquisa.

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Fonte: Elaborado pelos autores com base nos anais dos eventos

O grau de escolaridade dos entrevistados está apresentado no Gráfico 2. Observa-se que a maioria possui Ensino Fundamental ou Médio completo e que grande parcela da amostra não concluiu o Ensino Fundamental e concluiu o superior.

Gráfico 2: Escolaridade dos entrevistados

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos anais dos eventos

As classes econômicas dos entrevistados foram estimadas, com base no Critério de Classificação Econômica Brasil – CCEB (ABEP, 2014) são representadas no Gráfico 3.

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Gráfico 3: Classificação econômica dos entrevistados

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos anais dos eventos

4.2 Resultados descritivos

Os resultados obtidos apontam que a maioria da população de Vitória (ES) não tem conhecimento sobre os royalties, apenas 31,75% dos entrevistados souberam definir corretamente royalties, 46,50% já tinham ouvido falar do benefício, porém não sabiam o que significa e 21,75%, ou seja, a maioria, nunca tinha sequer ouvido falar deste ressarcimento. Em relação ao conhecimento de que o município recebe os royalties pela exploração de petróleo e gás natural constatou-se que apenas 27% da amostra tinha conhecimento ao respeito. Analisou-se também o conhecimento dos moradores de Vitória (ES), sobre como essa verba é investida no município e observou-se que a maioria absoluta, 87,50% dos entrevistados desconhecem a forma que a prefeitura destina o montante proveniente dos

royalties. Além disso, buscou-se verificar o conhecimento da população acerca de eventos de

prestação de contas constatando-se que 94% dos entrevistados nunca ouviram falar de algum evento deste tipo.

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9 4.3 Resultados estatísticos

Utilizou-se o teste de Homogeneidade para verificar se o conhecimento da população a respeito “da definição de royalties, do recebimento desse benefício pelo município, de como essa verba é investida e de algum evento de prestação de contas relacionado aos royalties” possui relação com a idade, escolaridade, classe econômica ou gênero do indivíduo. Para simplificação dos testes, os graus de escolaridade de pessoas com 1º grau completo e aquelas que ainda não o havia completado foram agrupados em 1ºgrau. Desta forma, para grau de escolaridade tem-se 3 grupos, 1º, 2º e 3º grau. As classes econômicas também foram agrupadas, de forma que, para o teste, utilizou-se as classes: A (classes A1 e A2), B (classes B1 e B2), C (classes C1 e C2) e DE (classes D e E).

4.3.1. Testes de Homogeneidade relacionados ao conhecimento sobre os royalties

Teste 1: Relação entre o conhecimento sobre os royalties e a faixa etária

H0: A proporção da população que tem conhecimento sobre os royalties é homogênea para a

faixa etária.

Como X2obs = 12,26 > X2α = 7,82 e p-valor = 0,0065 < α = 0,05, a hipótese nula é rejeitada.

Portanto, pode-se afirmar que existe relação entre a faixa etária e o conhecimento sobre os

royalties. Para verificar esta relação, foi realizado o Teste Para Proporções de Duas Amostras,

a faixa de 15-25 anos possui a mesma proporção de elementos com conhecimento sobre os

royalties se comparada a faixa de 26-35 anos e uma maior proporção quando comparada as

demais classes. A faixa de 26-35 anos possui o mesmo conhecimento se comparada a faixa de 36-45 e um maior conhecimento quando comparada a faixa etária maior que 45 anos. A classe 26-35 deveria possuir maior conhecimento quando comparada as faixas de 36-45 e maior que 45 anos, isto não ocorre porque ao comparar os percentuais de sucessos em relação ao total de ensaios do teste destas classes, na de 26-35 o valor é de 78,04% e na faixa etária com mais de 45 anos é de 73,07%, dessa forma apesar do valor numérico da classe 26-35 ser maior que o

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da classe com mais de 45 anos, estatisticamente essa diferença não é significativa. Assim como para a classe 15-25 cujo percentual numérico de sucessos é de 84,78% a diferença não é significativa estatisticamente em relação à 78,04% (classe 26-35). O mesmo não ocorre entre o percentual da classe 15-25 e a com mais de 45 anos, ou seja, 84,78% é numericamente e estatisticamente maior que 73,07%.

Teste 2: Relação entre o conhecimento sobre os royalties e o grau de escolaridade

H0: A proporção da população que tem conhecimento sobre os royalties é homogênea em

função da escolaridade.

Como X2obs = 44,64 > X2α = 5,99 e p-valor = 2,02 x 10-10 < α= 0,05, a hipótese nula é

rejeitada. Portanto, pode-se afirmar que existe relação entre o grau de escolaridade e o conhecimento sobre os royalties. O Teste Para Proporções de Duas Amostras mostrou que o nível de escolaridade correspondente ao 1º grau possui a menor proporção de pessoas que sabem a respeito dos royalties, seguido pelo 2º grau e obtendo como resultado de escolaridade que possui maior conhecimento a respeito dos royalties, o 3º grau.

Teste 3: Relação entre o conhecimento sobre os royalties e a classe econômica

H0: A proporção da população que tem conhecimento sobre os royalties é homogênea em

função da classe econômica.

Como X2obs = 76,39 > X2α = 7,82 e p-valor = 2,83 x 10-10 < α = 0,05, a hipótese nula é

rejeitada. Portanto, pode-se afirmar que existe relação entre a classe econômica e o conhecimento sobre os royalties. Verifica-se que a classe A conhece sobre os royalties tanto quanto a classe B e estas possuem conhecimento maior do que as classes C, as quais possuem maior conhecimento sobre os royalties que as classes D e E.

4.3.2. Testes de homogeneidade relacionados ao conhecimento sobre o recebimento dos

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Teste 4: Relação entre o conhecimento sobre o recebimento dos royalties pelo município e a faixa etária

H0: A proporção da população que tem conhecimento do recebimento dos royalties pelo

município é homogênea para a faixa etária.

Como X2obs = 5,12 < X2α = 7,82 e p-valor = 0,16 > α = 0,05, a hipótese nula é aceita. Portanto,

pode-se afirmar que não existe diferença significativa entre a faixa etária com relação ao conhecimento sobre o recebimento dos royalties pelo município.

Teste 5: Relação entre o conhecimento sobre o recebimento dos royalties pelo município e a escolaridade

H0: A proporção da população que tem conhecimento do recebimento dos royalties pelo

município é homogênea em função da escolaridade.

Como X2obs = 16,98 > X2α = 5,99 e p-valor = 0,00021 < α = 0,05, a hipótese nula é rejeitada.

Portanto, pode-se afirmar que existe relação entre o grau de escolaridade e o conhecimento sobre o recebimento dos royalties pelo município. A fim de verificar esta relação, foi realizado o teste de proporção para duas amostras. O resultado mostrou que o nível de escolaridade correspondente ao 1º grau possui a menor proporção de pessoas que conhecem a respeito do recebimento dos royalties pelo município. Os indivíduos do 2º possuem tal conhecimento tanto quanto os do 3º grau.

Teste 6: Relação entre o conhecimento sobre o recebimento dos royalties pelo município e a classe econômica

H0: A proporção da população que tem conhecimento do recebimento dos royalties pelo

município é homogênea em função da classe econômica.

Como X2obs = 35,87> X2α = 7,82 e p-valor = 7,97 x 10-8 < α = 0,05, a hipótese nula é

rejeitada. Portanto, pode-se afirmar que existe relação entre a classe econômica e o conhecimento sobre o recebimento dos royalties pelo município. Na classe econômica DE o número de sucessos foi inferior a 5, impossibilitando a realização do teste com esta classe.

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Observa-se que quanto maior a classe econômica maior a proporção de indivíduos que possuem conhecimento sobre o recebimento dos royalties pelo município.

4.3.3.Testes de homogeneidade relacionados ao conhecimento sobre a forma de investimento dos recursos provenientes dos royalties

Teste 7: Relação entre o conhecimento sobre como são investidos os royalties e a faixa etária

H0: A proporção da população que tem conhecimento sobre como são investidos os royalties

é homogênea em função da faixa etária.

Como X2obs = 1,45 < X2α = 7,82 e p-valor = 0,69 > α = 0,05, a hipótese nula é aceita. Portanto,

não existe relação significativa entre a faixa etária e o conhecimento sobre como os royalties são investidos no município.

Teste 8: Relação entre o conhecimento sobre como são investidos os royalties e a escolaridade

H0: A proporção da população que tem conhecimento sobre como são investidos os royalties

é homogênea em função da escolaridade.

Como X2obs = 18,08 > X2α = 5,99 e p-valor = 0,00012 < α = 0,05, a hipótese nula é rejeitada.

Portanto, pode-se afirmar que existe relação entre o grau de escolaridade e o conhecimento sobre como os royalties são investidos no município. A fim de verificar esta relação, foi realizado o teste de proporção para duas amostras. Nota-se que o nível de escolaridade correspondente ao 1º grau possui a menor proporção de pessoas que sabem do recebimento dos royalties pelo município em comparação com os demais. Percebe-se também que a proporção de indivíduos que possuem tal conhecimento é menor no 2º grau em comparação com o 3º.

Teste 9: Relação entre o conhecimento sobre como são investidos os royalties e a classe econômica

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H0: A proporção da população que tem conhecimento sobre como são investidos os royalties

é homogênea em função da classe econômica.

Como X2obs = 28,13 > X2α = 7,82 e p-valor = 3,41 x 10-6 < α = 0,05, a hipótese nula é

rejeitada. Portanto, pode-se afirmar que existe relação entre a classe econômica e o conhecimento sobre como os royalties são investidos no município. A fim de verificar esta relação, foi realizado o teste de proporção para duas amostras. Observa-se que os indivíduos da classe A sabem tanto quanto os da classe B, e pode-se verificar que estas duas classes juntas sabem mais do que as outras. Já em relação ás outras análises, quanto maior a classe econômica maior a proporção de indivíduos que possuem conhecimento sobre o recebimento dos royalties pelo município.

4.3.4.Testes de homogeneidade relacionados ao conhecimento sobre eventos de prestação de contas relacionados aos royalties

Teste 10: Relação entre o conhecimento sobre eventos de prestação de contas relacionado aos

royalties e a faixa etária

H0: A proporção da população que tem conhecimento de eventos de prestação de contas

relacionados aos royalties é homogênea para a faixa etária.

Como X2obs = 2,95 < X2α = 7,82 e p-valor = 0,40 > α = 0,05, a hipótese nula é aceita. Portanto,

pode-se afirmar que não existe relação significativa entre a faixa etária e o conhecimento sobre eventos de prestação de contas relacionados aos royalties.

Teste 11: Relação entre o conhecimento sobre eventos de prestação de contas relacionados aos royalties e a escolaridade

H0: A proporção da população que tem conhecimento de eventos de prestação de contas

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Como X2obs = 17,31 > X2α = 5,99 e p-valor = 0,00017 < α = 0,05, a hipótese nula é rejeitada.

Portanto, pode-se afirmar que existe relação entre o grau de escolaridade e o conhecimento sobre eventos de prestação de contas relacionados aos royalties. Para verificar esta relação o ideal seria efetuar o teste para proporções de duas amostras, contudo os valores amostrais foram muito pequenos inviabilizando a realização do teste. Observando os valores amostrais é possível concluir que a proporção de indivíduos do 1º grau que sabem de algum evento de prestação de contas é menor que nos demais níveis de escolaridade. O único teste que pode ser realizado foi entre o 2º e o 3º grau, por meio deste, nota-se que a proporção de indivíduos do 2º grau que possuem tal conhecimento é tão significante quanto os integrantes do 2º grau. Teste 12: Relação entre o conhecimento sobre eventos de prestação de contas relacionados aos royalties e a classe econômica

H0: A proporção da população que tem conhecimento de eventos de prestação de contas

relacionados aos royalties é homogênea para a classe econômica.

Como X2obs = 11,18 > X2α = 7,82 e p-valor = 0,011 < α = 0,05, a hipótese nula é rejeitada.

Portanto, pode-se afirmar que existe relação entre a classe econômica e o conhecimento sobre eventos de prestação de contas relacionados aos royalties. Para verificar esta relação o ideal seria efetuar o teste para proporções de duas amostras, contudo os valores amostrais foram muito pequenos inviabilizando a realização do teste, porém só foi possível realizar o teste entre as classes econômicas A e B. Com este teste pode-se verificar que indivíduos da classe A sabem tanto quanto da classe B. Observando os valores amostrais é possível concluir que a classe econômica DE apresenta a menor proporção de indivíduos que possuem conhecimento sobre eventos de prestação de contas associados aos royalties. Quanto as demais classes econômicas nada se pode concluir sobre as proporções devido a pequena quantidade de sucessos quando relacionado ao número de ensaios.

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Acerca do objetivo de avaliar o grau de entendimento da população de Vitória (ES) acerca dos

royalties do petróleo, observa-se que a maior parte dos habitantes ouviu falar a respeito,

entretanto não possuem conhecimento adequado para definir o seu significado. Apenas um quarto da amostra desconhece o assunto. De modo geral, os resultados demonstram que quanto maiores o nível de escolaridade e a classe econômica, maior é o grau de conhecimento acerca dos royalties.

Portanto, pode-se concluir que a população não possui conhecimento efetivo sobre royalties e tampouco como é utilizado esse recurso pelas prefeituras ou como ele deveria ser investido. Sem a compreensão de seu significado e como os recursos deveriam ser empregados, a população não é capaz de avaliar satisfatoriamente como esses royalties estão sendo utilizados, ou se o recurso está sendo empregado nos maiores problemas do município. Verifica-se que o grau de politização da população desta cidade é reduzido, o que compromete a sua participação nesta discussão.

6. Referências bibliográficas

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Exauríveis: uma reflexão sobre a aplicação das Compensações Financeiras. in SANTOS

JUNIOR, J.L. dos; SANTOS, W. L. P.. Desafios do Desenvolvimento Capixaba no Século XXI. Curitiba: CRV, 2013.

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Referências

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