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EVOLUÇÃO DOS ABATES INSPECIONADOS DE SUÍNOS NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL,

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EVOLUÇÃO DOS ABATES INSPECIONADOS DE SUÍNOS NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL, 1997-2016.

EVOLUTION OF SLAUGHTER INSPECTIONS OF SWINE IN THE STATE OF PARÁ, BRASIL, 1997-2016.

Apresentação: Pôster

Amanda Mendonça de OLIVEIRA1; Jannes Mendonça dos SANTOS2; Juliana Lopes FERREIRA3; Laura Letícia Felix da SILVA4; Marcos Antônio Souza dos SANTOS5.

DOI: https://doi.org/10.31692/2526-7701.IIICOINTERPDVAGRO.2018.00484 Introdução

A Suinocultura tem um espaço significativo no atual cenário internacional, representando aproximadamente 50% do consumo global (PEREIRA, J.C, 2008). É a proteína de origem animal de maior consumo, superando as carnes bovina, frango e pescado, sendo rica em nutrientes e constituindo fonte importante de minerais, vitaminas, além de possuir baixo teor de gordura, o que contribui para uma alimentação balanceada e saudável.

O Brasil é o quarto maior produtor de carne suína, porém a produção nacional vem apresentando flutuações e o consumo interno e relativamente baixo, 14,5% do consumo total de carnes, comparativamente às carnes bovina, 38,6%, e de frango, 46,8% (DEPEC, Bradesco 2017). Assim, boa parte da produção é exportada in natura ou processada (embutidos, bacon) e o restante é comercializado no mercado interno.

Na conjuntura de abates oficiais por regiões brasileiras, seguindo o ranking nacional, em primeiro encontra-se a região Sul com 66,1%, seguida da região Sudeste (18,6%), Centro-Oeste (14,1%), Nordeste (1,1%). A região Norte responde por apenas 0,2% dos abates (IBGE, 2017), evidenciando uma participação incipiente. A grande problemática é a falta de investimentos na

1Estudante de Zootecnia, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Campus Belém/PA, E-mail:

menoliamandam@gmail.com.

2

Estudante de Zootecnia, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Campus Belém/PA, E-mail: janne.santos3@outlook.com.

3 Estudante de Zootecnia, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Campus Belém/PA, E-mail:

ju.lopes.ferreira1@gmail.com.

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Estudante de Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Campus Belém/PA, E-mail: lauraleticiaufra@hotmail.com.

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cadeia produtiva e a predominância de rebanhos em pequenas propriedades, com produção voltada para autoconsumo.

Em 1997, foram abatidos no estado do Pará 16.869 animais, enquanto que, em 2016, este número caiu para apenas 4.089 animais. A partir desses dados pode-se observar que o setor tem declinado nos últimos vinte anos. Isto pode estar associado ao hábito de consumo do paraense, fortemente associado ao consumo de carne bovina, de frango e pescado.

Outra barreira enfrentada são as exigências do consumidor, o que contribui para a retração do consumo, em função da predominância de abates clandestinos e da precariedade nas condições de comercialização da carne in natura.

Segundo TANABU et al. (2006) a comercialização da produção é realizada em 70,0% dos casos por meio de atravessadores que vão até a propriedade adquirir os animais; 26,7% vendem diretamente nas feiras livres e apenas 3,3% são destinados a frigoríficos. Estes números retratam o cenário marcante de informalidade da comercialização de carne suína em que, somados os percentuais do atravessador e venda direta em feiras livres, atinge o patamar de 96,7%. Portanto, torna-se necessário a implantação de abatedouros/frigoríficos, seguindo os padrões de qualidade e sanitários de abates (MULLER, 1996).

O objetivo deste trabalho é caracterizar os abates oficiais de suínos no estado do Pará, descrevendo seu processo de evolução e os pesos das carcaças no período de 1997-2016.

Fundamentação Teórica

PINAZZA e ALIMANDRO (1998) citado por FERNANDES (2005) afirmaram que o progresso genético e a adoção de técnicas de manejo, nutrição e sanidade expandiram as fronteiras tecnológicas e financeiras da criação de suínos no Brasil. Com isso os médios e pequenos frigoríficos das décadas passadas (a maioria clandestinos), foram perdendo espaço e foram fechados, pois com a expansão da cadeia, aumentou a exportação e o consumo interno, evidenciando a necessidade por fiscalizações através de órgãos sanitários.

Para TANABU et al (2006) existe divisões regionais na cadeia, estando dividida em dois grupos: na primeira estão as regiões que possuem aparatos tecnológicos, com um nível de organização se igualando as produções mais modernas existentes no mundo - regiões Sul e Sudeste; em segundo estão as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste com baixo uso de tecnologias, a produção na maioria das vezes é tradicional em pequenas propriedades com raças mistas.

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O estado do Pará está inserido no segundo grupo, pois a atividade encontra-se em fase inicial de desenvolvimento, pois poucas propriedades efetuam manejo adequado, com adoção de tecnologias que visam melhorar a produtividade com técnicas que geram bem-estar animal, visando atender as exigências do consumidor que garantem um retorno maior e rápido para o produtor. A realidade é que a maior parte do rebanho é criada à solta em pequenas propriedades rurais que estão espalhadas por todo o Estado com o objetivo básico de autoconsumo. (SUDAM, 1997; TANABU et al., 2006).

Apesar da pouca representatividade, a região Norte apresenta um rebanho de 1.363.355 (3%) milhões de cabeça, dentre os 40.332.553 milhões de cabeça no âmbito nacional, e o estado do Pará é o de maior representatividade no Norte com 41%, seguido pelo estado do Tocantins com 22% e Rondônia com 17%. (IBGE, 2015).

Metodologia

Os dados foram obtidos junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a partir Pesquisa Trimestral de Abates de Animais, abrangendo o período de 1997 a 2016. Esse levantamento considera os abates registrados em estabelecimento dos sistemas de inspeção federal (SIF), estadual (SIE) e municipal (SIM). Contêm dados sobre os números de animais abatidos e o peso das carcaças (kg). A partir destes dados também é possível obter o rendimento médio de carcaça, em quilograma por cabeça.

Resultados e Discussão

Entre 1997 a 2016 foram abatidos 224.648 cabeças de suínos no estado do Pará. Em 1997, foram abatidos de 16.896 com o peso da carcaça de 800.005 kg. Até o ano 2000 houve um crescimento dos abates, atingindo 18.662 cabeças abatidas com o peso da carcaça á 978.470 (Gráfico 1).

Após o ano de 2000 os abates começaram a sofrer uma queda acentuada chegando, em 2005, a 9.089 cabeças abatidas. Durante esse período houve uma diminuição em todo o efetivo de planteis nacional, com exceção apenas da região Sul que se manteve com tendência de crescimento. Portanto, a diminuição no número de abates estava acompanhando o cenário daquele momento. Assim como, houve influências dos outros estados mais desenvolvidos na cadeia produtiva, pois eles apresentavam mais segurança ao consumidor porque possuíam frigoríficos especializados e inspecionados. No estado do Pará, segundo TANABU (2005), não existia nenhum estabelecimento

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autorizado pelo sistema de inspeção federal no Pará, então os poucos abates oficiais realizados eram em estabelecimentos de inspeção estadual, autorizados para abates mistos.

Gráfico 1: Evolução dos abates de suínos no estado do Pará, 1997-2016. Fonte: IBGE 2017

Em 2006 houve um aumento indo para 11.127 cabeças, porém teve uma queda nos anos seguintes que se estendeu até 2009, com 9.805 cabeças abatidas. Em 2010, ocorreu um aumento significativo indo para 11.474 cabeças. Apesar da crise mundial esse aumento ocorreu em âmbito nacional, dessa forma segundo a ABIPECS (2010) isto se deu porque o consumo interno aumentou passando de 13kg para 15kg pois os consumidores brasileiros estavam consumido mais produtos derivados.

De 2010 a 2013 os abates voltaram a cair chegando, em 2013, a 5.567 cabeças com peso total de carcaça 236.503 kg. A partir de 2013 houve recuperação chegando, em 2015, a 6.757 animais abatidos, este aumento ocorreu devido ao ano de 2015 ter inaugurado o primeiro estabelecimento sob inspeção federal (SIF) no município de Paragominas que passou a atender pequenos e médios produtores daquela região, incentivando-os a produzir mais para o consumidor paraense. Porem, em 2016, ocorreu nova queda nos abates, pois foram abatidos apenas 4.089 cabeças.

Conclusões

No estado do Pará o abate oficial de suínos tem exibido tendência de queda em decorrência

16.896 16.687 17790 18662 17112 12730 11468 10404 9089 11127 11042 10483 9805 11474 8883 8272 5567 6311 6757 4089 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.000 18.000 20.000 Ani m ais ab at id os (c ab as)

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dos hábitos dos consumidores, da concorrência com outras carnes e da falta de incentivo a implantação de novos projetos.

Com a implantação de estabelecimentos inspecionados é possível gerar estímulos a essa cadeia produtiva, levando pequenos e médios produtores a produzirem mais e com qualidade. Contudo, esse estímulo também deve envolver ações institucionais nas áreas de assistência técnica, extensão rural e crédito rural, além da ampliação da oferta interna de insumos fundamentais para a alimentação dos animais. Com isso é possível gerar melhores condições para o desenvolvimento de sistemas de produção com maiores oportunidades de mercado.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORA DE CARNE

SUÍNA (2011/2012). Disponível em:

<http://abpa-br.com.br/setores/suinocultura/publicacoes/relatorios-anuais> Acesso em: 17 de setembro de 2017. DEPARTAMENTO DE PESQUISA E ESTUDOS ECONÔMICOS – BRADESCO (2017). Disponível em:<https://www.economiaemdia.com.br/EconomiaEmDia/pdf/infset_carne_suina.pdf> FERNANDES, C. A. Simulação da dinâmica operacional de uma linha industrial de abate de

suínos. 2005. 68f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Universidade Estadual do Oeste do

Paraná, Cascavel, 2005. Disponível em:<http://tede.unioste.br/handle/tede/2855>

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pesquisa trimestral de abates. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/home/abate/para> Acesso em: 08 de setembro de 2017.

MULLER, G. Empresas líderes, poder econômico e pequenos produtores na cadeia agroindustrial de carnes no Brasil. Revista informações Econômicas, v.26 n.9. p. 9-26, 1996.

PEREIRA, J. C.C.Melhoramento genético aplicado à produção animal / Jonas Carlos Campos Pereira. - 5. ed. - Belo Horizonte : FEPMVZ Editora, 2008.

PINAZZA, L. A.; ALIMANDRO, R. Visão global do futuro. Revista Agroanalysis, v. 18 n.5. p. 9-22, 1998.

SUDAM. Suinocultura: Perspectivaspara a implementação de matadouros/frigoríficos nos estados de Rondônia, Pará , Tocantins e Mato Grosso. Belém: SUDAM , 1997.

TANABU, L. N.; SANTOS, M. A. S.; REBELLO, F. K. Aspectos socioeconômicos e tecnológicos da suinocultura no Estado do Pará, XLIV Congresso da SOBER, Anais... Fortaleza, 23 a 27 de julho de 2006.

TANABU, L. N. O mercado de carne suína: situação atual e perspectivas para o estado do Pará. Belém: IESAM, 2005. 70p. (Monografia de conclusão de curso – Administração com habilidade em agronegócios).

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