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EFEITO DO PROTETOR FÍSICO NA SEMEADURA DIRETA SOBRE O CRESCIMENTO DE QUATRO ESPÉCIES ARBÓREAS

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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2013 1192 EFEITO DO PROTETOR FÍSICO NA SEMEADURA DIRETA SOBRE O

CRESCIMENTO DE QUATRO ESPÉCIES ARBÓREAS

Sue Éllen Ester Queiroz¹, Ana Paula Pelosi¹, Moiseis Quintino da Silva², Luciele Vaz da Silva², Ademir Martins Pereira Júnior²

1. Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí. Rodovia Geraldo Silva Nascimento, km 2,5, Zona Rural, Urutaí, GO, Brasil. CEP: 75790-000.

Fone/Fax: (64) 3465-1900. Email: sueellenqueiroz@yahoo.com.br 2. Tecnólogo em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal Goiano –

Câmpus Urutaí

Recebido em: 30/09/2013 – Aprovado em: 08/11/2013 – Publicado em: 01/12/2013

RESUMO

A semeadura direta é uma técnica economicamente viável e de fácil implantação, porém, problemas na emergência e crescimento inicial das plântulas são fatores limitantes para sua aplicação. Assim, objetivou-se avaliar a eficiência do uso de protetor físico sobre o crescimento das espécies: Anadenanthera colubrina (angico branco), Anadenanthera macrocarpa (angico monjolo), Leucaena leucocephala (leucena) e Sena pendula (fedegoso do brejo). Foram utilizados dois tratamentos, semeadura com protetor físico (copo plástico com fundo removido) e semeadura sem protetor. Foi avaliada a emergência e sobrevivência das plântulas, sendo o crescimento em altura e diâmetro do colo analisados dos quatro aos sete meses de idade. Os resultados demonstraram que o uso do protetor físico não foi significativo tanto para a emergência como para a sobrevivência das espécies estudadas. Já o crescimento inicial em altura das plantas apresentou melhores resultados nas plantas com protetores quando comparadas às sem proteção, para as espécies L. leucocephala, S. pendeula e A. macrocarpa. Os resultados de diâmetro não apresentaram diferenças significativas entre controle e tratamento. Pode-se concluir que, dispensa-se o uso de protetor para aumentar a emergência e sobrevivência das espécies em estudo, entretanto este é indicado quando deseja-se obter um maior crescimento inicial em altura.

PALAVRAS-CHAVE: Emergência, sobrevivência, Anadenanthera colunbrina, Anadenathera macrocarpa, Leucaena leucocephala e Senna pendula.

PROTECTIVE EFFECT OF TILLAGE ON THE PHYSICAL GROWTH OF FOUR TREE SPECIES

ABSTRACT

The direct seeding is a technique economically viable and easy to deploy, however, problems in the emergence and early seedling growth are limiting factors for their application. Thus, the objective was to evaluate the effectiveness of using physical protector on the growth of the species: Anadenanthera colubrina (angico white),

Anadenanthera macrocarpa (angico monjolo), Leucaena leucocephala (leucaena)

and Senna pendula (sicklepod marsh). We used two treatments, seeding with physical protector (plastic cup with the bottom removed) and sowing without

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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2013 1193 protector. In the period of 45 days was assessed the emergence and seedling survival, and growth in height and diameter analyzed from 4 to 7 months of age. The results showed that the use of physical protector was not significant for both the emergence as for the survival of the species. Since the initial growth of plant height showed better results in plants with protective compared to no protection for the species L. leucocephala, S. pendeula and A. macrocarpa. The results in diameter showed no significant differences between control and treatment. It can be concluded that dismissal was the use of shield to increase the emergence and survival of the species under study, however this is indicated when it is desired to obtain a greater initial growth in height.

KEYWORDS: emergence, survival, Anadenanthera colunbrina, Anadenathera macrocarpa, Leucaena leucocephala and Senna pendula.

INTRODUÇÃO

Após ter sofrido alterações, antrópicas ou naturais, uma área pode ser classificada como perturbada ou degradada. Uma área perturbada pode ser definida como uma área que sofreu um leve impacto e não perdeu sua resiliência, ou seja, tem capacidade de regenerar-se naturalmente (SILVA et al., 2012). Já a área degradada é aquela que, após sofrer um forte impacto, perdeu a sua capacidade de retornar naturalmente ao estado original ou a um equilíbrio dinâmico, ou seja, possui baixa resiliência.

Assim, uma área degradada, pela perda da qualidade física, química e biológica do solo é incapaz de retornar ao seu estado original e de repor as perdas de matéria orgânica do solo, nutrientes, biomassa, banco de sementes (MARTINS, 2009). Sendo a regeneração natural nestes casos, muito lenta ou inexistente, necessitando de intervenção humana, para que a área retorne a um estado biológico estável. Neste sentido, a regeneração artificial pode ser realizada através do plantio de mudas ou semeadura direta.

Os modelos empregados na recuperação florestal têm como princípio básico o conceito de sucessão ecológica, que são realizados por meio do plantio de mudas, associado aos diferentes grupos sucessionais (FERREIRA et al., 2009). Por outro lado, a semeadura direta vem sendo muito utilizada na recuperação de áreas degradadas, apresentando se uma técnica viável, devido a sua praticidade, rapidez e um baixo custo na sua implantação (FERREIRA et al., 2007).

Em locais onde a regeneração natural não é indicada a semeadura direta proporciona uma alternativa para o reflorestador (WILLISTON & BALMER, 1970), por ser uma tecnologia viável economicamente (SANTOS et al., 2012). Mas, de acordo com RIETVELD & HEIDMANN (1976) a semeadura direta é mais flexível do que o plantio de mudas, porém, é menos segura. Os principais problemas que podem ocorrer na semeadura direta são a predação, pisoteio e soterramento das sementes pelo escoamento superficial. Uma forma de reduzir os danos causados nas sementes após a semeadura é através do uso de protetores físicos. Os protetores têm como objetivo propiciar melhorias na germinação das sementes e sobrevivência das mudas e, também, criar um microambiente para o crescimento das plantas jovens (SILVA, et al., 2012).

MATTEI & ROSENTAL (2002) afirmaram que no inicio da década de 70, cientistas nos países escandinavos já tinham examinado o uso de protetores plásticos com o objetivo de melhorar a germinação e a sobrevivência na semeadura direta e consequentemente, proporcionar um microambiente que seria um ambiente mais úmido, propício à germinação e crescimento inicial das mudas.

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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2013 1194 De acordo com WRAY & COUNTRYMAM (1998), a história dos protetores físicos ou “tree shelters” começou na Inglaterra quando Granham Tuley testou em casa de vegetação a instalação de um tubo de polietileno ao redor de cada plântula. Conforme LANTAGNE (1989), essa tecnologia contribuiria para eliminar ou reduzir alguns problemas no estabelecimento de mudas. O mesmo autor afirmou, ainda, que os protetores físicos melhoram o ambiente para o desenvolvimento das plântulas e preveem proteção física contra predadores.

MEYER (1993) afirmou que as principais vantagens para a adoção de tubos protetores são a proteção física oferecida contra o pastoreio de animais e demais predadores, o incremento no desenvolvimento causado pelo efeito similar ao de uma “casa de vegetação”, e o incremento da sobrevivência. Como principais desvantagens, o mesmo autor apontou custos da técnica, durabilidade do material, risco de tombamento das plântulas jovens, e erros na instalação dos protetores.

MATTEI et al., (2001), estudando a semeadura direta de Pinus elliottii, concluíram que os protetores físicos influenciaram positivamente nos resultados para todas as variáveis analisadas (emergência, sobrevivência, número de pontos com pelo menos uma planta, perdas decorrentes da ação de pássaros e perdas decorrente de tombamento) por evitar perdas de sementes causadas por arraste ou soterramento, e principalmente por diminuírem os danos causados por herbívoros. Ao contrário, os resultados obtidos por FERREIRA (2002) usando protetores físicos, copos de 50 mL, em pontos de semeadura não revelaram diferenças estatísticas quanto à sobrevivência de cinco espécies nativas, três meses após a semeadura direta.

HET (1983) utilizou a proteção na semeadura direta com copos plásticos transparentes, em solo preparado, e alcançou os mesmos resultados obtidos com o plantio de mudas, aos dois anos de idade. Na implantação de Pinus taeda L., MATTEI (1995), verificou que o uso de protetores físicos torna-se indispensável para garantir uma melhor sobrevivência das plântulas após o primeiro mês da germinação, podendo ser reduzido à quantidade de sementes utilizadas.

O uso de protetores físicos no processo de semeadura direta pode ser considerado uma técnica economicamente viável para a recuperação de áreas degradadas, mas estudos relacionados ainda não foram descritos na literatura para a maioria das espécies florestais. A partir destas observações, estudos do uso de protetores físicos, em espécies florestais, podem auxiliar no estabelecimento de metodologias de semeadura direta em projetos de recuperação de áreas degradadas para pequenos produtores rurais, como um procedimento de baixo custo. Assim, objetivou-se avaliar a eficiência do uso de protetor físico sobre a emergência, sobrevivência e crescimento das espécies: Anadenanthera colubrina (angico branco), Anadenanthera macrocarpa (angico monjolo), Leucaena

leucocephala (leucena) e Sena pendula (fedegoso do brejo). MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí, localizado no sudeste goiano, entre os paralelos 17º15’11 e 17º 35’33 e os meridianos 48º 23’59 e 48º 01’43, limitando-se ao Norte com os municípios de Pires do Rio e Orizona; ao Sul, com o município de Ipameri; a Leste, com o município de Ipameri e, a Oeste, como o município de Pires do Rio (MELO, 1995).

O solo da área de estudo foi caracterizado como Latossolo Vermelho Amarelo, textura argilosa, profundos, bem permeáveis, resultando em boa drenagem. O clima se enquadra como tropical úmido, com oscilação térmica

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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2013 1195 variando de 18°C e 23°C, a região apresenta duas es tações definidas; verão chuvoso e inverno, com precipitação pluviométrica media anual de 1000 a 1500 mm (MELO, 1995).

No local de instalação do experimento ocorreu um incêndio acidental no ano de 2007, após este distúrbio foi realizada a implantação da cultura de eucalipto, que não se estabeleceu em alguns pontos, devido ao alto teor de umidade no local, pois nesta área escoa uma água de mina, deixando o solo encharcado no período chuvoso. Com insucesso do plantio a área foi convertida em pastagem. Entretanto, desde ocorrência do incêndio, a área foi se degradando primeiramente pela queima da vegetação e dos resíduos depositados na superfície do solo, como também pela erosão laminar pelo fato do solo ficar exposto as intempéries. Posteriormente, mesmo com a tentativa de implantar uma floresta de eucalipto, e depois pela conversão em pastagem o solo continuou depauperando-se pelo pisoteio animal e continuação dos processos erosivos. Atualmente, o solo encontra-se degradado, com limitada capacidade de resiliência, tornando-se necessário a recuperação.

Sementes, das espécies Anadenanthera colubrina (angico branco),

Anadenanthera macrocarpa (angico monjolo), Leucaena leucocephala (leucena) e Sena pendula (fedegoso do brejo, foram coletadas de 15 árvores matrizes próximas

da área em estudo. As sementes de Leucaena leucocephala (leucaena) passaram por um processo de quebra de dormência, sendo imersas em ácido sulfúrico durante 20 minutos, de acordo com as recomendações de TALES et al., (2000).

No campo, inicialmente a área foi isolada com cerca de arame e fez-se o controle das formigas com uso da isca granulada, a base de sulfonamida, com o uso de 25 gramas de iscas por formigueiro. Identificou-se também a presença de cupins, sendo utilizado um kg de cupinicida misturado na água durante a primeira irrigação das sementes.

Foram utilizados dois tratamentos, sementes com protetores físicos e semeadura sem protetor físico (controle). Nas parcelas com protetores, as sementes foram protegidas por copos plásticos transparentes de 400 mL, com o fundo removido. O experimento foi realizado em Delineamento em Blocos Casualizados, com três repetições para cada tratamento, totalizando uma área de 300 m² (cada parcela foi composta de 5 m x 10 m). Para semeadura foram abertas, manualmente, covas de 30 x 30 x 30 cm em espaçamento 2 x 2,5 m.

A semeadura foi feita no período de agosto a setembro de 2010, em cada cova foram semeadas sete sementes para garantir a emergência das plântulas. Cada espécie foi semeada em uma linha de plantio, sendo cada parcela composta por quatro linhas. A semeadura foi realizada manualmente a uma profundidade de aproximadamente 0,5 cm. Os pontos semeados foram cobertos com uma fina camada de terra, com finalidade de proteção das sementes contra chuvas fortes.

Para o controle de plantas invasoras foi realizado o coroamento no entorno da muda, em um raio de 60 cm, com o auxílio de uma enxada, sempre que observado a presença de competição. Como o experimento foi instalado em período seco foi necessário promover a irrigação das covas. A irrigação foi realizada diariamente, a fim de garantir a umidade inicial e proporcionar a germinação das sementes e sobrevivência das plântulas, após o início da estação chuvosa a irrigação foi suspensa.

Avaliações de emergência das plântulas foram realizadas até os 45 dias após a semeadura. Foram consideradas emergidas as plântulas que apresentaram os protófilos com limbo completamente expandido, obtendo-se assim, o percentual de plântulas emergidas e o percentual de sobrevivência em relação ao número total

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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2013 1196 de sementes semeadas.

A análise da taxa de crescimento das mudas iniciou-se aos quatro meses após a semeadura, sendo o acompanhamento realizado mensalmente, até o sétimo mês, por meio da avaliação do crescimento em altura e do diâmetro do coleto das mudas. A coleta da altura foi realizada com o auxílio de uma régua graduada e para a do diâmetro utilizou-se um paquímetro digital. A taxa de crescimento relativo foi calculada através da fórmula: TCR (%) = Lnx2 - Lnx1 / t1-t2

sendo:

TCR = taxa de crescimento relativo (%); Ln = logaritmo natural;

x1 = variável (altura ou diâmetro em cm) na primeira avaliação; x2 = variável (altura ou diâmetro em cm) na segunda avaliação; t1 = tempo em meses após a semeadura na primeira avaliação; t2= tempo em meses após a semeadura na segunda avaliação.

Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), pelo programa Sisvar 5.0 sendo que os dados de altura e diâmetro das plantas foram comparados pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (FERREIRA, 2007).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As espécies A. colubrina (angico white) e L. leucocephala (leucaena) apresentaram resultados satisfatórios quanto à emergência das plântulas, tanto no controle como no tratamento (Tabela 1). Já para S. pendula (fedegoso do brejo) e

A. macrocarpa (angico monjolo) os resultados não foram tão expressivos tanto nos

pontos protegidos como nos pontos sem proteção (Tabela 1).

A sobrevivência das plantas até os 45 dias foi de 100% para as espécies em estudo, tanto nos locais com protetor físico como nos locais sem protetor, exceto para a espécie L. leucocephala, que apresentou apenas 94% de sobrevivência nos pontos com proteção. Observou-se através das avaliações de emergência e sobrevivência, realizada aos 45 dias após a semeadura, que o uso de protetor físico foi indiferente para as variáveis observadas, emergência e sobrevivência, para todas as espécies estudas (Tabela 1).

Resultados semelhantes também foram encontrados em trabalhos realizados por MENEGHELLO & MATTEI (2004), com as espécies Enterolobium

contortisiliqum, Peltophorum Dibium e Cedrella fillisis, sendo que não foram

observadas diferenças na emergência das plântulas com protetores e sem protetores. Já SANTOS JUNIOR (2000) concluiu que o protetor foi efetivo, para a germinação e sobrevivência das plantas de Credela fissilis, Capaifera langsdorffii,

Enterolobium contortisiliquum, Piptademia gonoacantha e Tabuia serratifolia. TABELA 1. Taxa de emergência e sobrevivência das espécies A. colubrina, L.

leucocephala, S. pendula e A. macrocarpa aos 45 dias após a

semeadura direta com protetor físico (PF) e sem protetor (SP). Emergência (%) Sobrevivência (%) Espécies (PF) SP (PF) SP A. colubrina 98,1 88,8 100 100 L. leucocephala 100,0 100,0 94 100 S. pendula 38,8 22,2 100 100 A. macrocarpa 33,0 27,5 100 100

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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2013 1197 Todas as espécies estudadas, L. leucocephala, A. colubrina, S. pendula e A.

macrocarpa, apresentaram resultados de altura superiores nos pontos protegidos

(Figura 1B) em relação aos pontos sem proteção (Figura 1A).

FIGURA 1. Dados de altura sem protetor (A) e com protetor (B) das espécies A. colubrina, L. leucocephala, S. pendula e A. macrocarpa aos 4, 5, 6 e 7

meses após a semeadura.

Pode-se observar que aos quatro meses após a semeadura as plantas protegidas apresentaram um maior desenvolvimento em altura em comparação com as plantas sem proteção para as espécies L. leucocephala, S. pendula e A.

macrocarpa (Tabela 2). Melhores resultados foram observados para A. macrocarpa,

sendo o incremento em altura 60% superior nos locais que receberam o protetor físico. Para L. leucocephala, A. columbrina e S. pendula foram alcançados, respectivamente, 24, 16 e 15% de incremento em relação aos pontos não protegidos.

Já aos sete meses após a semeadura os resultados foram significativos quanto ao uso de protetor somente para a espécie A. macrocarpa (Tabela 2), com um incremento de 39% na altura com o uso de protetor. Entretanto, os resultados de altura das demais espécies não apresentaram diferenças significativas, apesar de que, os resultados foram superiores nos pontos protegidos (Tabela 2). Sendo os ganhos em altura de 27, 21 e 8% para L. leucocephala, S. pendula e A. columbrina respectivamente.

TABELA 2. Dados de crescimento em altura (cm) aos quatro e sete meses após a semeadura das espécies A. colubrina, L. leucocephala, S. pendula e A.

macrocarpa.

4 meses 7 meses

Espécies

CP(1) SP(1) CP(1) SP(1) L. leucocephala 25,05a 19,01b 51,20a 37,22 a

A. colubrina 22,64 a 19,00a 25,42a 23,38a

S. pendula 17,80 a 15,20b 34,23a 27,13a

A. macrocarpa 25,00a 10,00b 30,60a 18,58b

Teste de Tukey, realizado ao nível de 5% de probabilidade, letras iguais não diferem entre si.

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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2013 1198 A taxa de crescimento relativo em altura também apresentou resultados superiores nas plantas que receberam proteção, exceto em A. macrocarpa (Tabela 3). Sugerindo-se que o uso de protetor físico pode favorecer o ritmo de crescimento em altura das espécies no campo. Tais resultados assemelham-se com os alcançados por JOHANSSON (2004), o autor trabalhando com as espécies Betula

pendula e Betula pubescens verificou que as taxas de crescimento relativo em

altura foram superiores com o uso de protetores durante os dois primeiros anos em relação às plantas não protegidas.

TABELA 3. Taxa de crescimento relativo (TCR) em altura com protetor e sem protetor, sendo a altura inicial (hi) aos quatro meses após a semeadura e a altura final (hf) aos sete meses após a semeadura das espécies A.

colubrina, L. leucocephala, S. pendula e A. macrocarpa.

Com Protetor Sem Protetor

Espécies hi (cm) hf (cm) TCR (%) hi (cm) hf (cm) TCR (%) L. leucocephala 25,05 51,2 2734 19,01 37,22 1766 A. colubrina 22,64 25,42 700 22,64 23,38 135 S. pendula 17,80 34,16 1796 15,20 27,13 1723 A. macrocarpa 25,00 30,60 847 10,00 18,58 4268 A análise de crescimento das plantas em diâmetro foi realizado aos quatro, cinco, seis e sete meses após a semeadura direta no campo. Todas as espécies estudadas, L. leucocephala, A. colubrina, S. pendula e A. macrocarpa, apresentaram resultados de diâmetro superiores nos pontos protegidos (Figura 2A) em relação aos pontos sem proteção (Figura 2B).

Porém, observa-se que, tanto aos quatro meses como aos sete meses após a semeadura, os resultados de diâmetro não foram significativos quanto ao uso de protetor, quando comparados a nível de 5% de probabilidade, para as espécies L.

leucocephala, A. columbrina e S. pendula, que apresentaram respectivamente 13,

10 e 20% de incremento em diâmetro aos quatro meses e 2, 6 e 39% aos sete meses após a semeadura. Já A. macrocarpa apresentou diferenças significativas nos pontos protegidos aos quatro meses, apresentando um incremento de 63% nos pontos protegidos (Tabela 4), no entanto aos sete meses estes resultados não foram tão expressivos, sendo o ganho em diâmetro de apenas 27%.

FIGURA 2. Dados de diâmetro do colo das plantas com protetor (A) e sem protetor (B) das espécies A. colubrina, L. leucocephala, S. pendula e A.

macrocarpa aos 4, 5, 6 e 7 meses após a semeadura.

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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2013 1199 Estes resultados sugerem que o uso de protetor físico não tem influência sobre o incremento do diâmetro a maioria das espécies em estudo. FERREIRA et al., (2007) também não observaram diferenças significativas com uso de protetor no diâmetro do colo das plantas de Senna macranthera, Solanum granulso-leprosum e

Trema micrantha aos três meses após a semeadura.

TABELA 4. Dados de crescimento em diâmetro do colo das espécies L. leucocephala, A. columbrina e S. pendula aos quatro e sete meses

após a semeadura.

4 meses 7 meses

Espécies

CP(1) SP(1) CP(1) SP(1)

L. leucocephala 4,04a 3,53a 5,06a 4,98ª

A. colubrina 2,81a 2,53a 3,25a 3,06ª

S. pendula 2,41a 1,92a 4,09a 2,51ª

A. macrocarpa 2,37a 1,50b 3,58a 2,60ª

Teste de Tukey, realizado ao nível de 5% de probabilidade, letras iguais não diferem entre si.

Já a taxa de crescimento relativo de diâmetro, calculado a partir dos dados coletados aos quatro, cinco, seis e sete meses após a semeadura, apresentou resultados superiores nos pontos que receberam o tratamento em comparação com controle, exceto para a espécie A. colubrina que apresentou taxa de crescimento relativo superior nos pontos que não receberam o tratamento (Tabela 5).

TABELA 5. Taxa de crescimento relativo em diâmetro com protetor e sem protetor, sendo o diâmetro inicial (di) aos quatro meses após a semeadura e o diâmetro final (df) aos sete meses após a semeadura das espécies L.

leucocephala, A. columbrina e S. pendula.

Com Protetor Sem Protetor

Espécies di (mm) df (mm) TCR (%) di (mm) df (mm) TCR (%) L. leucocephala 4,04 5,06 106 3,53 4,98 105 A. colubrina 2,81 3,25 107 2,53 3,06 111 S. pendula 2,41 4,09 236 1,92 2,51 194 A. macrocarpa 2,37 3,58 649 1,59 2,6 127 CONCLUSÕES

O uso de protetor físico para aumentar a emergência e sobrevivência das espécies investigadas é dispensável. Porém, pode-se recomendar o uso de protetores na semeadura direta de L. leucocephala, S. pendula e A. macrocarpa quando deseja-se um recobrimento rápido do solo, pois o crescimento inicial em altura das plantas com proteção foi superior, em relação às sem proteção.

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