O AUXÍLIO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO DIFERENCIAL DE COMERCIALIZAÇÃO DO CAFÉ
Alisson Trombini, Amanda Bottini, Bruno Crabi Figueiredo, Jonathan Souza, Marielle Gonçalves, Waldir Sant’Ana Júnior e Welberth de Souza - Acadêmicos da Faculdade Cenescista de Varginha – FACECA
Eduardo Silva de Carvalho – Orientador
RESUMO
As tecnologias vem se desenvolvendo cada vez mais, numa grande velocidade. Com isso surgem novas ideias para implementar sistemas que garantem maior agilidade das informações, tanto para os próprios usuários do sistema, quanto para o consumidor final. A exemplo dessas tecnologias, podemos citar que na China, são implantados chips de identificação nas patas traseiras dos animais suínos, contendo informações de onde foram produzidos, abatidos, processados e vendidos. Dessa forma pretende-se utilizar este projeto para detalhar todo o procedimento envolvendo a ‘vida’ do café. As informações seriam fornecidas pelas cooperativas e empresas responsáveis pela distribuição do produto e acessadas pelo consumidor em um portal web. Com isso tem-se como objetivo realizar pesquisa em uma grande cooperativa cafeeira da região, afim de conhecer os sistemas utilizados, suas vantagens e desvantagens, falhas e/ou projetos a serem desenvolvidos em relação a informações do produto desde sua origem ao consumo. Por fim, conclui-se que este mercado de informações do café ainda é pequeno e não existe um sistema com essas características, mas que a longo prazo seria viável. Com isso traria maior vantagem tanto para consumidor, quanto para o produtor, que buscariam maior qualidade para consumo e no desenvolvimento do produto, respectivamente, aumentando assim a confiança no mercado.
ABSTRACT
The technology is developing increasingly in a great speed. With it come new ideas to implement systems that provide faster information, for both users of the system, and to the final consumer. The example of these technologies, we can mention that in China, are implanted identification chips on their hind legs of swine animals, containing information from which they were produced, slaughtered, processed and sold. Thus if you want to use this project to detail the entire procedure involving the 'life' of coffee. The information would be provided by cooperatives and companies responsible for product distribution and accessed by the consumer at a web site. With this as objective has been to conduct research in a large cooperative coffee-growing region in order to know the systems used, their advantages and disadvantages, flaws and / or projects to be developed in relation to product information from origin to consumption. Finally, we conclude that the coffee market information is still small and there isn’t a system with these characteristics, but over the long term would be feasible. With that would bring greater benefit to both consumers and for the producers, who seek higher quality for consumption and product development, respectively, thereby increasing confidence in the market.
Keywords: Technology. Information Chips. Coffe. Information Systems.
1 INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento de novas tecnologias nos diversos meios sociais, industriais e governamentais, a informatização não poderia deixar de abranger a agricultura. O mapeamento do meio físico, solo e relevo, bem como estudos sobre a dinâmica de ocupação das terras pode ser facilmente realizada com o uso dos sistemas de informação. Estes permitem estudos bastante complexos, no qual pode-se integrar dados de diversas fontes e criar banco de dados georeferenciados, como análise de solo, hidrografia, temperatura, aptidão do café, uso de ocupação da terra, entre outras.
O objetivo desse artigo é mostrar que o uso dessa tecnologia tornaria possível o monitoramento da vida do café, desde a data do plantio ate o momento que chega as
prateleiras para o consumo, o que ofereceria um grande diferencial em relação a outros produtores, aumentando a qualidade do produto oferecido no cenário mundial.
A dúvida é se já existem softwares que façam a coleta de informações sobre a história de vida do café, e as forneçam aos consumidores pela internet. Isso traria enormes benefícios, tanto para o agricultor, no controle de tudo que pode ser usado na plantação, quanto para o consumidor, que teria acesso as informações do café, podendo saber se o produto é de boa qualidade e procedência.
2 SISTEMAS UTILIZADOS
Na pecuária já estão utilizando a tecnologia da informação, nos bovinos e suínos. Os sistemas permitem que os produtores e comerciantes tenham um maior controle de seus animais, na venda, na criação e no abate.
Em notícia divulgada no site Portal do Agro Negócio, pecuaristas do sudeste da China estão utilizando:
Chips de identificação nos suínos em suas patas traseiras, para acompanhamento detalhado de onde foram produzidos, abatidos, processados e vendidos. Dois anéis plásticos contendo as fichas com as informações do produtor são fixados no animal antes de ser vendido ao frigorífico. As demais informações são adicionadas aos chips após o abate, inspeção, processamento e venda no varejo. Cada vendedor é obrigado a verificar o chip na hora da compra, de modo que o sistema de logs de porco mostre o quanto eles têm em estoque. Enquanto isso, balanças eletrônicas estão ligadas ao sistema do mercado para manter o controle do peso da carne durante o processo. A quantidade de carne vendida não deve ultrapassar a quantidade de carne comprada. Dessa forma, certifica-se que o produto não vem de canais ilegais. (CHINA..., 2010, p. 1)
Essas informações o consumidor ainda não consegue ter acesso, mas brevemente será possível. Essas chegam até os açougues e adicionadas ao banco de dados, podendo ser maior controlada a qualidade da carne, com a classificação dos frigoríficos.
2.1 Tecnologia aplicada na agropecuária
A Embrapa Informática Agropecuária utiliza diversos softwares para agilizar no processo de cultivo do café, soja, gado e outros. Ela também possui a sua área de
desenvolvimento de tecnologia da informação, além disso, fornece informações de outras empresas que prestam serviço ao produtor.
Em um portal da empresa é possível encontrar informações de como adquirir os softwares, é o que diz no portal Revista Cafeicultura:
Após um ano e meio de trabalho, a Embrapa Informática Agropecuária lançará, este mês, em Campinas/SP, o Portal da Tecnologia da Informação para o Agronegócio, que reúne informações sobre o mercado de softwares agropecuários. Além de softwares desenvolvidos por unidades da própria Embrapa, o portal vai informar o produtor quais empresas privadas desenvolvem programas de interesse agropecuário, qual é a aplicação de cada software e como adquiri-lo. No caso dos softwares da Embrapa - cerca de 50 programas -, gratuitos, o portal indicará onde cada um pode ser baixado.
O conteúdo é resultado do projeto ‘Estudo do Mercado Brasileiro de Software para o Agronegócio’, de 2008, coordenado pela Embrapa Informática Agropecuária, diz a analista da Embrapa Informática Agropecuária, Cássia Isabel Costa Mendes. O trabalho identificou 180 empresas que atuam no setor de softwares agropecuários, mas Cássia acredita que o número de empresas deva ser maior. ‘Enviamos um questionário para essas empresas e 128 responderam. E, dessas 128 empresas, foram identificados 405 programas de aplicação no agronegócio.’
(EMBRAPA..., 2009, p.1)
Desses softwares oferecidos, encontram-se divididos em algumas categorias, como, cultivo vegetal, manejo animal, administração e gerenciamento e controle de processos. Alguns desses programas abrangem mais áreas podendo se encaixar em mais de uma categoria.
3 INICIATIVA DO PROJETO
O trabalho apresenta uma proposta de acesso às informações referentes ao processo que envolve a produção de café, desde o plantio até a sua comercialização, que consiste em detalhar todo o procedimento envolvendo a ‘vida’ do café.
As informações seriam adicionadas pelos produtores durante a trajetória de cultivo, com acompanhamento de agrônomos, cooperativas e responsáveis na área de TI. O fornecimento delas seriam feitos pelas cooperativas e empresas responsáveis pela distribuição do produto, podendo estar na própria embalagem e/ou, se optar por um detalhamento maior, em um portal web. Algumas informações como qualidade do solo para plantio, adubação, irrigação, infestação de pragas, mudanças climáticas,
fiscalização, colheita, estocagem e classificação, seriam exemplos dos serviços prestados por este portal.
Já na embalagem seriam informações mais significativas para o consumidor, como, qualidade do café, cooperativa envolvida, processo de torrefação, entre outros.
4 MATERIAL E MÉTODO
Foi realizada uma pesquisa qualitativa com a aplicação de uma entrevista com o agrônomo responsável na filial em Elói Mendes, da Cooperativa Agrária de Machado (COOPAMA).
5 RESULTADO E DISCUSSÃO
1 – Existe algum projeto em execução ou em desenvolvimento por esta cooperativa ou cooperativas parceiras que faça o monitoramento de toda a vida do café e forneçam essas informações aos seus consumidores pela internet?
R: Não há nenhum projeto pronto ou em desenvolvimento na cooperativa.
2 – Existe interesse por este projeto, a curto, médio ou longo prazo?
R: A longo prazo seria viável.
3 – Quais as vantagens e desvantagens você acredita que este projeto poderia oferecer?
R: Uma das vantagens, por exemplo, seria a possibilidade do cliente ter acesso a todas informações sobre o produto que está adquirindo, tendo mais confiança na marca escolhida. Uma desvantagem é que com mais informação sobre o produto, vai agregar valor a este, porém é uma desvantagem apenas para o consumidor, pois para o produtor é vantajoso porque seu lucro será maior e para a cooperativa também.
4 – Você acredita que este projeto oferece um potencial competitivo na comercialização do café? De que modo o consumidor veria esse diferencial ?
R: Acredito que sim, um café que, possui várias informações a seu respeito além das que já vem na embalagem é mais confiável para o consumidor, porque a qualidade dele será melhor pois os produtores vão investir na produção para obter certificados de qualidade que serão vistos pelos consumidores.
5 – Na sua opinião, o Brasil possui mercado para este tipo de serviço proposto ?
R: Sim, mas é um mercado pequeno. Mas com as novas tecnologias que vêm surgindo,
logo esse mercado vai expandir e utilizar projetos como este.
6 CONCLUSÃO
Nas pesquisas realizadas, pode-se verificar que ainda não existe projeto semelhante a este e a ideia seria utilizar a mesma base de dados e serviços da carne, sendo com chip de identificação, com cartões de memória ou outros, para que as informações possam seguir para a próxima empresa. Dessas empresas, a cooperativa terá acesso constantemente a medida que o produtor ou agrônomo faça algo na plantação, como adubos, irrigações, etc. Com isso, as empresas de torrefação e distribuição poderão distinguir a qualidade do produto, variedade de preços, classificação, para que o produto se torne inovador e competitivo no mercado nacional e internacional.
REFERÊNCIAS
CHINA começa a vender carne suína com chip de identificação. 2010. Disponível em: <http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=34239>. Acesso em: 10 maio 2011.
EMBRAPA Informática: portal reúne softwares agrícolas. 2009. Disponível em: http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=25671&embrapa-informatica-portal-reune-softwares-agricolas#>. Acesso em: 14 jun. 2011.
