MERCADO
IMOBILlARIO-COMPRADORES RETRAI DOS
Durantt~ & primei:-a m~tade dêste ano predominaram fatôres negativos que impediram um amplo movimento 'de transações
com
bens de raiz. A forte
ele-va
ção
dos
pr<ços (30,8% até
ju-nho
últim
o, co
ntra 17
,
8
%
no
mesmo período de 1962)
,
for
çou
certas classes
de
consumidores
n se absterem
de desFes8
5
não
essenciais,
limitando, ao mesmo
tempo, a poupança
.
Na falta
de suficientes economiasdispo-níveis para ao menos liquidar
a
parte
àv:ista do preço total de
um imóvel, muitos interessados em adquirir moradia própria sótiveram recursos para constituir
um patrimônio imobiliário
quan-do lhes foi
assegurado
financia-mento da maior parte do respec-tivo custo integral .Ao avaliar as condições
.
mais.
.
-ou menos propicias a lnversoes
em bens de raiz parece
importan-ACOST0/1963
".
-, '~O NUMeRO DE \ T",.NSAÇÕU •.
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MOVIMENTO IMOBILlARIO...
RIOOEJANEIRO .ll.I>t. 1HZ I 101..'0 l'U-
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te distinguir entre períodos, co· mo o caracterizado acima, e épo· cas de expansão mais moderada dos meios de pagamento, a qual, embora só transitoriamente,
cos-tuma de certa forma animar o mercado.
O investimento imobiliário re·
presenta imobilização de
capital
por tempo indeterm!n
a
d
G,
trastando com tôdas as operações financeiras de duração previa
-mente definida, como por exem-plo empréstimos. A inquietude
política, que reinou durante boa parte do 1.0 semestre, foi parti-culannente adversa aos negó -cios com bens de raiz . Em tais
ocasiões, os inversores dão pre-ferência a transações a prazo
curto e com vencimento certo. A forte alta d e preços em ge-ral requer das emprêsas de to-dos os ramos um capital de giro
cada vez maior, a fim de que se
possa preservar o ritmo habitual de atividade social . E sta con
se-qüência da inflação determina a
reinversão de lucros e os con
se-cutivos aumentos de capital com
subscrição de ações em dinheiro . Com tal destino d ado a grande
parte dos recursos a plicáveis, a
parcela de fundos a serem em
-pregados em bens de raiz sofreu
corte apreciável .
O Congresso deliberou no fim do semestre a respeito da legisla_
•
ção do inquilinato, resolvendo prorrogar até o fim do ano a Lei
1300, de 28-12-50, com algu-mas alterações. Entre estas
des-taca-se a permissão de aumentar o aluguel de imóveis já locados de 10 a 200% , conforme o pe-ríodo de locação . Com êste dis-positivo, grande parte dos alu-guéis ficará menos desa tualiza-da do que até então, se compa -rallIlOS o rendimento percentual de propriedades imobiliárias com o de outras formas de aplicação de capital. Mesmo assim, não é
de prever que o vulto de novas construções destinadas à locação nas grandes cidades do país a u-mente de forma substancial . A
ausência de uma orientação est á-vel no passado, ao se regula men-tarem repetidas vêzes as
condi-ções de locação, coloca o resul
-tado futuro de eventuais inve
s-timentos, bem como o padrão de encargos dos locatários, na de
-pendência de uma legislação de
tendência imprevisível. P arece ainda que outros preceitos ou
I _ MOVIMEI'\TO IMOBILlARIO 1'\0 RIO DE JANEIRO - 1.11.10 DE 1963 'Valor c= milhões de Cr$)
" A I O JANEIRO A !<AI O
CArECORI .... 1 9 6 J 19 62 1 9 63 19 62
"
Va 1 or"
Vlllor-+
"
Valor"
Valor Prédios ••••• • • • ••"
IJ9 121 118'"
544 66' ' 37 Terrenoa • • • • • •••••
O 30 • 7 133"
166 32 Apartamentos ••••• 227 324 281 301 1 130 I 501 1 585 1 510 T O T AL • • • • • • • 319 .43 432 426 1 720 2 066 2 417 2 179 f onte: Cartório,
.
108 CONJUNTURA ECONõMICApráticas, como por exemplo o
di-reito preferencial do inquilino na compra do imóvel, contribuem
tanto quanto a lei de inquilinato
para manter reduzido o número de novas edificações para
loca
-çoes.
RESULTADOS GERAIS
Nos primeiros 5 meses do ano
foram negociados 1,7 mil
imó-veis num valor de CrS 2,1 bi-lhões (ver QUADRO I). Um ano
antes haviam sido levadas a
têr-mo 2,4 mil transações, por CrS
2,2 bilhões.
J
á
no fim de 1962,entre agôsto e dezembro, o
mo-vimento decresceu para 2,1 mil
promessas de compra e venda,
com um total de CrS 2,5
bi-lhões. Apesar do sucessivo
au-mento de preços, o montante global aplicado no corrente ano
foi menor do que nos períodos comparados.
•
Atualmente a principal
par-cela
é
representada pelos 1,1mil apartamentos (66% do
nú-• •
11 _ VALORES MEDIOS DE IMovEIS
NECOCIADOS NO RIO DE JANEIRO
- J~~EIRO A MAIO DE 1963
(Mil CrS/ unidade)
lAN. A ACO. A JAN • A
CATECORIA MAIO DE DEZ. DE MAIO DE
I 9 62 1 962 I 9 63 PrlÍdiOb . . . '56 1
"4
1 211 Terrenos , .... . 193 551 162 A pu r t.IaIllC n tOI:> •• '53 1 174 1 318 ~'onlc: Cartórios . AG6ST0/1963III - NOVAS HIPOTECAS
NO RIO DE JANEIRO (~~OSTRA)
_ MAIO DE 1963 -VALOR PRAZO N' ( M i-I an o 8 ) lhões de Cr$ .ué 5 •..•••.•••... 17 51 6 • 1 S ... . . 21 35 16 ou mais . . . 18
"
T o T A L • • • • • • • • • • 56 130 Janeiro a maio 1963. 561 927 Janeiro a maio 1962 . 382 530 Agôs to a dez, 1962 . . 487 3 185 Fonte: Carlóric;s , JU1jOS ME-DIOS I~ ) 11. 2 10,5 la, 1 10.8 11,5 10.6 11,8mero total de imóveis
negocia-dos). As vendas neste setor di
-minuíram no último ano de
280/0. Os prédios, que
participa-ram com 26 % da quantidade
global de compras, alcançaram
c penas 2/3 do movimento no
coméço de 1962.
VALORIZAÇÃO MAIS INTENSA
Os preços de bens de raiz no
Rio de Janeiro acusaram
apreciá-vel alta em relação às cotações
dos primeiros meses de 1962.
À base dos valôres médios
cons-tantes do QUADRO lI, a
valoriza-ção im portou em 38% para
apartamento (10% no
interva-lo anterior) e 27 % para prédios
( 11
%
no período anual prece-dente). Em face do reduzidonúmero de terrenos negociados,
• • • •
parece precano entrar em
ffilnu-cias a respeito.
Para o conjunto de todos os
imóveis a alta média de valôres
venais entre 1962 e 1963
(ja-neiro a maio de cada ano)
im-portou em 34 %, contra 10%
um ano antes. Os preços
regis-traram a principal elevação em
fins de 1962 (29%) e
continua-ram a subir com mais lentidão
nos meses subseqüentes .
Verifica-se, assim, que a
cota-ção de bens de raiz cresceu em
1962/63 em escala mais
próxi-ma ao aumento de outros
pre-ços (por exemplo, preços ao
consumidor), sem, todavia,
com-pensar integralmente a
desvalo-rização monetária. Repete-se,
destarte, a experiência realizada nos últimos anos. Mesmo assim,
o comportamento de imóveis na
atual fase de aguda inflação
constituiu um dos poucos
fatô-res positivos em prol da
inver-são em propriedade imóveis.
IV - CREDORES lJIPOTECÁRIOS
JANEIRO A MAIO DE 1963 (AMOSTRA)
(Milhões de Cr$) 1 963 I 9 62 CREDORES NO Valor
"
.
Valor Ca ixa EconÔl:ll ca 391 562 177 202 Particulare8 ••..
131"
146 Bancoa •••••••• 14 108 8 63 Outros •.••••.•"
126..
ll9 T O T A L • • • • 56' 9" 382"O
• . Fonto. CjlrtÓrtol:l • 110 • V _ COMPRAS IMOBILlA.RIAS •DE PESSOAS ffsICAS E JURIDICAS
JANEIRO A MAIO DE 1963
t~ilhões de Cr$)
CONPRADOR 1963
1 ndustrlll .•••••.••.••. • . 35.0
Empriisas illlobillárhs. 36,ó
lnsti tuiçÔcl5 benefici
-entes • . •• •. ••• • • ··• • . 29,8 Clu. d, s!!guros
•
, " -pitallzaçao . • •.• ••• . • 20,0 COlllê rc i o . • •• • ••••.•••. J8,8 Ou t ras !:nlidades •••..• 27.6 • 167.6 PESSOAS JURIOlCAS ••• •• PESSOAS FísICAS •• ••• •• 1 898,4 T O T A L...
.
..
...
.
..
2 066,0 Fonte: Cart6rios. MAIS FACILIDADE DE FINANCIAMENTOS 196 2 10.8 3ó, I '.2 152.7 43,0 102.8 351.6 1 827,4 2 179.0Segundo esclarecem os
resul-tados provisórios (ver QUADRO
111), o número de empréstimos
hipotecários aumentot~
ultima-mente, embora as compras de
bens de raiz tivessem
decresci-do . Nos 5 meses iniciais do ano,
2 066 milhões foram
emprega-dos em aquisições imobiliárias
com o auxílio de
financiamen-tos no total de CrS 927 milhões.
Os recursos de terceiros
utiliza-dos nessas transações
correspon-deram a 45 % do valor global
dado às propriedades
compra-das, Há um ano os créditos
des-ta natureza permaneciam
limi-tados a 24% .
VI _ PROMESSAS DE COMPRA F VENDA DE J \tÓVEl S NO RIO DE JANEl RO
- \tIdO DE 1963 _
•
Arcas em .. 11 .. 2. Vul orea ~III milhões de Cri •
• PUDIOS • ZONA [ I'ERIODO • N' ArclI Sub~rblos •••.•.. . , .•.••. • 60 21 Norte . . •.• . •• .• ..•• . .•••. 12 5 Centro .•.... • . •• • •. . . 7 2 Su I •• • .•••.•. • •. .• ••.•... 6 1 Ilhas .•• •. •.•. •• .•••.. .•. 3 3 T O T A L • • • • • • • • • • • • • • • .S 33 Jantlro
•
111111 o de 1963 • .. 44 9 196 !lInei ro•
maio d. 1 962 .•• 6ê6 333 • "1.l0 11to•
dozombro do 19ó2 650 388 . F ~nte: Cart ór los •A maior libera lidade na
con-cessão de empréstimos
garanti-dos por imóveis impediu que as
transações neste setor caíssem
aquém do baixo nível
efetiva-mente observado. Graças
à
rela-tiva facilidade na obtenção de fi
-nanciamentos, muitos
interessa-dos puderam constituir o
patri-mônio desejado, apesar das
difi-culdades a que antes alud
i-mos impostas pela inflação.
Tal vantagem teve, contudo, de
ser compensada com o
pagamen-to de juros, em média, mais
ele-vados . Segundo se depreende
das condições convencionadas
por escrito pelas partes em
car-tório, o custo do dinheiro de
11,5 % pràticamente atingiu
em janeiro/maio d êste ano o
máximo admitido por lei, ao
passo que se limitava a 10,6%
há 12 meses atrás.
ACOSTO/ 1963
TERREl'IOS A P A R T AMEl'ITOS
•
Valor N' Areli Valor N' Va lo r
49
•
1 O 35 24 19 --
-
47 62 J6-
- - 10 13 13-
-
-
133..
,
1-
- -,
1 119,
1 O 227 324 54. 133 9" 22 1 138 1 501 63 7 166 2' 1 32 1 585 1 510 828 52 90 29 1 358 1 59.Foi a Caixa Econômica que
in-crementou substancialmente os
recursos destinados a hipotecas.
Os novos empréstimos por ela
concedidos neste ano, até maio,
totalizaram CrS 562 milhões,
contra CrS 202 milhões em igual
época de 1962 (ver QUADRO IV).
PESSOAS JURIO:LCAS
COMPRAM MENOS
o
conjunto de todos osadqui-rentes de bens de raiz aplicou
nos 5 meses analisados de 1963
menos CrS 113 milhões do que
em período correspondente do
ano anterior. Não obstante os empecilhos referidos, as pessoas
físicas incrementaram
ligeira-ramente a importância aplicada
empregando Cr$ 1898 milhões,
contra Cr$ 1 826 milhões nos 5
meses iniciais de 1962
(+4%
),
segundo esclarece o QUADRO v .
Algumas
entidades,
porém
,
res
-tringiram sua participação no mercado investindo quantia infe
-rior à do período comparado. O
comércio e as companhias de
se-~uros e capitalização foram as
entidades que, de forma radical,
"-~ ~ (;) "-! ' ü,
-112•
se
desinteressaram pela compra
de propriedades imobiliárias, ao
passo que a indústria e as
insti-tuições beneficentes
incremen-taram as suas aquisições.
Re-sultou daí, finalmente, uma
di-minui
çã
o de Cr$ 184 milhões
nas inversões efetuadas por
pes-soas jurídicas.