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VII ENEC Rio de Janeiro - RJ 3 a 6 de abril de 2018

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3 a 6 de abril de 2018

ANÁLISE DA ÁGUA QUE ABASTECE CARAÚBAS - RN,

E A VIABILIDADE DO USO DE ÁGUAS ALTERNATIVAS

Clélio Rodrigo Paiva Rafael (clelio_rodrigo10@hotmail.com) Mônica Monalisa Souza Valdevino (monicamonalisasv@hotmail.com)

Resumo: A água é um bem básico para sobrevivência, é essencial que todos tenham acesso a água de qualidade – potável –, e em quantidade sufi ciente, uma vez que, variações em sua composição poderão ocasionar danos à saúde de todos que fazem uso da mesma. O trabalho teve como fi nalidade realizar análises qualitativas e quantitativas da água utilizada no abastecimento público no município de Caraúbas, Rio Grande do Norte, e de águas alternativas de baixo custo utilizadas em momentos de falta d’água no município. Analisou-se a composição da água de abastecimento público, e da água alternativa, a fi m de averiguar se as mesmas atendiam aos padrões da legislação, com base na Portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde e na Resolução do CONAMA nº 357 de 2005. As análises físico-químicas foram realizadas para águas coletadas em oito pontos da cidade, e da água alternativa vendida em Caraúbas - RN. As análises foram realizadas conforme o Standard Methods for the Examination of Water and

Wastewater. Avaliou-se os seguintes parâmetros: dureza, pH, sódio, potássio, cloreto, salinidade, condutividade, cálcio e magnésio.

Com as análises foi possível verifi car que a água fornecida no sistema de abastecimento da cidade está em conformidade com os parâmetros exigidos, mas não é distribuído de forma efi caz, ocasionando constante falta d’água. A água alternativa está apta para o consumo humano, apresentando parâmetros ligeiramente superiores a água do abastecimento público. Além dos parâmetros observou-se como a população está fazendo o uso dos recursos hídricos disponíveis, incentivando políticas de conscientização quanto ao consumo da água.

Palavras-chave: Água. Qualidade de vida. Potável. Análises. Consumo.

INTRODUÇÃO

A água é um recurso natural fi nito, fundamental para a manutenção da vida. A escassez da água é um problema que se propaga por diversas regiões do Brasil e do mundo e que afeta a todos. Nas regiões semiári-das do Brasil esse problema vem se agravando, uma vez que as precipitações anuais não suprem a demanda de toda população, fazendo com que os reservatórios fi quem abaixo do estimado, tornando difícil o acesso e abastecimento da água.

A humanidade passou por duas grandes revoluções: Agrícola e Industrial. A água esteve presente nas du-as. Primeiramente, o homem aprendeu a fazer a água trabalhar para ele no momento em que descobriu como controlar os rios, cuja exploração deu ensejo à agricultura que, por sua vez, deu início à civilização (urbaniza-ção) humana. O uso crescente deste liquido precioso se deu de acordo com o crescimento populacional e com as necessidades e desejos do homem. “Destaca-se a importância da água nas duas grandes revoluções mun-diais, quais sejam agricultura e indústria. Sem o elemento fundamental da natureza nada existiria e não haveria nenhum tipo de história para ser contada (TAKEDA, 2009)”.

Atualmente, o uso exacerbado em conjunto ao descaso do homem com a preservação dos reservatórios de água (naturais), traz à tona a ideia da existência de uma crise no abastecimento de água. No entanto, isso não quer dizer que o líquido esteja acabando, mas que a parcela disponível ou utilizável esteja diminuindo. “A quantidade de água doce produzida pelo seu ciclo natural é hoje basicamente a mesma que em 1950 e que de-verá permanecer inalterada até 2050. Essencial para a vida, a água doce tornou-se um problema em todos os continentes (DECICINO, 2007)”.

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De acordo com Medeiros (2010), aproximadamente 3% da água disponível em nosso planeta é doce, e parte desse pequeno percentual se encontra inacessível sob forma de neve, gelo ou águas subterrâneas, que se encontram em condições inadequadas ao consumo ou em profundezas que inviabilizam sua exploração.

A utilização da água pela sociedade humana visa atender suas necessidades pessoais, atividades eco-nômicas (agrícolas e industriais) e sociais. No entanto, essa diversificação no uso da água, quando realizada de forma inadequada, provoca alterações na qualidade da mesma, comprometendo os recursos hídricos e, por consequência, seus usos para os diversos fins. A qualidade da água é aspecto indispensável quando se trata dos seus principais usos, em especial, para fins como o abastecimento humano. Este uso tem sofrido restrições sig-nificativas em função de prejuízos nos rios provenientes das ações naturais e antrópicas, as quais alteram os aspectos de qualidade e quantidade de água disponível para o uso humano (SOUZA, 2013).

Á água por se tratar de um ótimo solvente, pode se tornar uma forte arma de doenças de vinculação hí-drica, o que torna o estudo das propriedades da água um fator primordial. A importância se dá devido a capa-cidade da água em dissolver diversas substâncias, podendo acarretar na perda de qualidade. Exemplos naturais acontecem quando águas derivadas da chuva tem sua composição alterada ao entrar em contato com o ar, ou quando reservas subterrâneas sofrem alterações causadas pelas condições naturais do solo.

Além das causas naturais, a água tem sua qualidade comprometida devido a presença do homem. Estas alterações podem resultar em sérios danos à saúde dos usuários. Segundo a ONU (2012) (Organização das Na-ções Unidas), 80% da população mundial vive em áreas onde a segurança da água é ameaçada.

Medeiros (2010) aborda que conhecer as propriedades da água é fundamental para a solução correta dos vários problemas ocasionados pelo mal-uso. Estes problemas envolvem princípios e métodos de armazena-mento, conservação, controle, condução, utilização, etc, e estão presentes desde a elaboração dos projetos até o último dia de sua operação. Fisicamente, quando pura, a água deve ser um líquido transparente e levemente azulado, praticamente incolor, sem gosto e sem sabor, apresentando reflexão e refração da luz.

Quando a necessidade por água potável aumenta, a solução mais econômica e definitiva é a implantação de um sistema público de abastecimento. Sob o ponto de vista sanitário, a solução coletiva é a mais indicada, por ser mais eficiente no controle dos mananciais, e da qualidade da água distribuída à população. O forneci-mento de água para ser satisfatório deve ter como princípios a seguinte dualidade: quantidade e qualidade. Em quantidade de modo que atenda todas as necessidades de consumo e em qualidade adequada as finalidades as quais se destina (MEDEIROS, 2010).

O abastecimento de água do município de Caraúbas - RN é realizado pela CAERN (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte), no entanto o mesmo não é feito de forma eficaz, pois muitos ainda não tem acesso a água em quantidade ou qualidade. Como é o caso da grande parte da Zona Rural, que depende de medidas emer-gências para receber água em suas residências, um exemplo é a “operação pipa” que leva água as comunidades.

Na zona urbana do município muitas pessoas adotam medidas provisórias para suprir suas necessidades quando ocorre a falta de água na rede pública de abastecimento, sendo uma delas comprar águas alternativas provenientes de poços, cujo valor é inferior ao cobrado pela água mineral em supermercados e estabelecimen-tos comerciais locais.

A população em Caraúbas - RN teve um grande crescimento com a implantação do Campus da Univer-sidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA) na cidade, onde a demanda por água teve um aumento signi-ficativo. Segundo Adriano (2014) muitas famílias da zona urbana passaram a sofrer com até quinze dias sem água em suas casas por meio do sistema de abastecimento público, tendo que adquirir água de fontes alterna-tivas, problema esse que vem se agravando com o decorrer dos anos. Diante disto, a CAERN (2015) informou sobre serviços de ampliação no sistema de destruição.

A água é fundamental para sobrevivência dos seres vivos, é essencial que este bem seja ofertado em qua-lidade aos moradores. Existem padrões para água destinada ao abastecimento humano. Os padrões são ditados por legislação e abrangem parâmetros físico-químicos e microbiológicos. Os valores são indicados na Portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde (MS) e na Resolução 357/2005 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Em caso de valores diferentes destes padrões em águas de abastecimento humano, pode ocorrer o surgimento de doenças, às quais são denominadas de doenças de vinculação hídrica.

Tendo em vista a importância do consumo de água de qualidade e considerando que a população de Ca-raúbas - RN adquire água alternativa de baixo custo frequentemente, surge a necessidade de analisar se esta água ofertada aos moradores, por meio de vendedores ambulantes, está apta para o consumo humano, poste-riormente caso atenda aos parâmetros exigidos, propor a utilização da mesma quando ocorrer falta de água na

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do dos recursos hídricos, e proposto campanhas que incentivem o uso consciente da água, a fim de otimizar a utilização da mesma.

1. MATERIAIS E MÉTODOS

O município de Caraúbas está localizado no estado do Rio Grande do Norte, situando-se a uma distân-cia de duzentos e noventa e seis quilômetros (296 km) da capital do estado, Natal. Sua população estimada, de acordo com o censo de 2015, é de vinte mil quinhentos e sessenta e quatro (20.564), sua área territorial é de 1.132,857 km² e sua densidade demográfica é de 17,88 (hab/km²) (SEMARH-IDEMA, 2008).

Para o desenvolvimento desse trabalho foi necessário um levantamento bibliográfico sobre as legislações vigentes para determinação dos parâmetros da qualidade exigida para a água a ser consumida, bem como dados existentes sobre o abastecimento de água em Caraúbas - RN. Em seguida, foi realizada a caracterização da área de estudo e, posteriormente, buscou-se informações sobre os parâmetros quantitativos, a fim de observar qual a frequência a população recebe água e se está disponível em quantidade suficiente para suprir todas as neces-sitas. Observou-se ainda se a população está consciente da importância da utilização da água de forma correta.

Para a realização da pesquisa qualitativa, foram coletadas amostras da água que os usuários recebem em suas residências diretamente da rede pública de abastecimento, e da água alternativa de baixo custo, em sequ-ência, foram realizadas análises laboratoriais das amostras coletadas. Essas análises contemplam parâmetros adotados na Portaria 2.914/2011 do MS, na Resolução do CONAMA 357/2005 e pela CAERN, para classifi-cação e/ou caracterização da água potável.

As áreas de amostragem foram escolhidas em pontos distintos da cidade com o intuito de se ter uma ba-se de dados que abranja todas as regiões do município. No total, foram ba-selecionados oito locais para retirada das amostras necessárias para as análises da qualidade da água, sendo feitas sete coletas na cidade, e uma no campus UFERSA - Caraúbas, localizado na zona rural do município. A Figura 1 mostra os locais dos pontos de coletas das amostras de água na cidade.

Figura 1. Distribuição dos pontos no mapa de Caraúbas

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Os procedimentos de coleta e análise foram realizados conforme recomendados no Standard Methods

for the Examination of Water and Wastewater. As análises foram realizadas no laboratório da UFERSA -

Cam-pus Caraúbas nos meses de setembro e outubro de 2016, e os parâmetros foram: pH, condutividade, dureza to-tal, cálcio, magnésio, cloreto, salinidade, sódio e potássio. Para todos os parâmetros adotados foram realizados testes em triplicata e o resultado expresso como a média dessas medidas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante a coleta das amostras foi possível observar que em alguns pontos da cidade a água não chega com frequência, pois em alguns dias ao chegar para realização da coleta não havia água disponível. Em diálo-go com alguns moradores os mesmos relataram que a água não é fornecida em quantidade suficiente para su-prir toda a demanda.

Notou-se que o centro da cidade quase nunca é afetado com a falta d’água proveniente do sistema publi-co de abastecimento, enquanto bairros periféripubli-cos recebem abastecimento de água uma vez no mês, e em casos extremos chega a demorar até mais de um mês. Fazendo com que a população recorra a meio alternativo, co-mo a compra de água mineral ou águas alternativas que em geral tem preço inferior.

Embora a falta de água atinja grande parte do município, foi perceptível que diversas pessoas ainda não fazem o uso consciente deste bem tão precioso, indica-se a realização de campanhas publicas para que todos tenham noção da importância de utilizar a água de forma adequada, evitando desperdício.

As amostras analisadas apresentaram resultados positivos, estando dentro dos padrões exigidos pela le-gislação em todos os parâmetros, o que é importante pois não compromete a saúde e a qualidade de vida dos que utilizam desta água.

Os resultados para os pontos próximos, selecionados em bairros da cidade (zona urbana) mostraram-se bastante aproximados, o que já era esperado, uma vez que a cidade é abastecida por águas da mesma fonte.

Algumas variações foram notadas entre os resultados das águas coletadas nos bairros – que obtiveram valores próximos –, em relação a água coletada na UFERSA - Caraúbas (zona rural). Acredita-se que essa di-ferenciação se deve ao fato do ponto 5 ser localizado na zona rural da cidade, tendo este setor uma menor de-manda pela água, acarretando na acumulação de algumas substâncias. Além disto, a diferença também se deve ao fato das coletas nas residências terem sido realizadas antes do armazenamento da água, ou seja, no momen-to de chegada da mesma na residência, e na UFERSA, a coleta aconteceu na saída da caixa d’água, após o ar-mazenamento.

3.1 Coleta e análise das amostras

• Potencial hidrogeniônico

Os resultados obtidos no teste de pH mostraram que a água ofertada nos bairros em estudo, na UFERSA e a água alternativa, atende aos padrões estabelecidos na Portaria 2.914/11 do MS e na Resolução 357/2005 do CONAMA, ou seja, os valores estiveram entre 6,0 – 9,5.

Os resultados da análise de pH tiveram variação de 7,3 a 8,7. Sendo o valor mínimo referente água do bairro Alto de São Severino e água alternativa. O valor máximo foi da água coletada na UFERSA (zona rural). Todas as amostras mostraram-se em conformidade, sendo classificadas como águas alcalinas, de acordo com o CONAMA. Desta forma, segundo a portaria 2.914/11 do MS o potencial hidrogeniônico dessas águas não causam danos a população, nem às tubulações a transportam. Sendo estas águas classificadas como alcali-nas, de acordo com o CONAMA.

• Condutividade

A Portaria 2.914/11 do MS e a resolução 315/2005 do CONAMA não estabelecem padrões e critérios para condutividade da água destinada ao abastecimento humano. Villas e Banderali (2013), abordam que os valores de condutividade representam a carga mineral presente na água, a geologia local ou regional. Assim, em formações predominantemente de granito, ou arenitos, a condutividade elétrica é extremamente baixa. Esse tipo de formação geológica não possui sais em sua formação. De forma totalmente contrária, solos de elevada

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Resultados mostraram que as águas p1 a p8 apresentaram condutividade relativamente próximas e o p9 obteve um valor significativamente menor, sendo este de 170,6 ± 2,1. O valor mais baixo em relação as demais, apresentado na água p9 mostra que esta tem um menor teor de minerais.

Conforme a classificação abordada pela ANA (2011), o teste de condutividade indica que as águas ana-lisadas são todas classificadas como águas doces naturais, salvo a água do ponto 5, que foi coletada na UFER-SA - Caraúbas. A amostra p5 teve como resultado 547,6 uS/cm). Este resultado levemente mais elevado que os demais (com exceção do p9) tem grandes chances de ter sido ocasionado devido a água coletada estar em con-dições de armazenamento, possibilitando o acumulo e concentração de espécies iônicas dissolvidas.

O levantamento realizado por Beltrão et. al. (2005), para águas subterrâneas – mais precisamente águas de poços tubulares – do município de Caraúbas, indicou águas salinas, doces e salobras, classificadas de acor-do com a condutividade das águas analisadas. Considera-se que essa diferença é causada deviacor-do as águas acor-dos poços tubulares se tratarem de águas armazenadas e não terem passado por nenhuma espécie de tratamento, enquanto as águas dos pontos 1 a 8 passaram por uma ET antes de serem distribuídas.

• Dureza total

Apesar da dureza total não ser um parâmetro adotado na resolução 357/2005 do CONAMA e ser um pa-râmetro organoléptico na Portaria 2.914/11 do MS, estudos indicam que águas duras estão ligadas a problemas de cálculos renais, o que mostra que devemos tomar cuidado com a ingestão de águas com altos teores de cál-cio e magnésio. Todas as amostras apresentaram teores dentro do padrão estabelecido na portaria retro men-cionada, sendo mais uma vez possível a substituição da água de abastecimento público por a água alternativa sem danos a saúdo do consumidor.

Conforme o Serviço Geológico Americano, apud Blumberg et. al. (1987), a dureza total está relacionada a quantidade dos sais discutidos anteriormente presente na água, onde águas com elevados índices de concen-tração dos íons de cálcio e magnésio são chamadas de águas muito duras. Desse modo os valores resultantes nos testes de dureza total, classificam as águas como água mole para amostra p9, no qual obteve valor de 32 ppm e águas moderadamente dura, para as amostras dos demais pontos, obtendo assim, a água alternativa, o melhor resultado das amostras analisadas.

• Cálcio e Magnésio

A legislação não menciona efeitos causados por sais de Ca e Mg, salvo a relação destes na dureza da água. No entanto, sabe-se da importância de manter o equilíbrio desses saís, evitando agravamento de proble-mas renais e de TPM, como explanado por Pádua (2010). A Figura 2 abaixo mostra a relação destes sais nas águas em estudo.

Figura 2. Teores dos sais Ca/Mg

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Os dados ilustrados no gráfico 5 mostram uma diferença de 17,9 (mg/L) nos teores de cálcio e magnésio para água do p1. Uma diferenciação mais acentuada desses teores ocorre nos pontos 6, 7 e 8, sendo a variação máxima para o ponto 6 no valor de 56,7 (mg/L), em que possivelmente estas variações são decorrentes de tu-bulações sujas ou danificadas.

Não é afirmativo que o consumo destas águas cause efeitos colaterais devido ao desequilíbrio dos sais presente na água, uma vez que não se tem padrões mensurados e que estas águas não são as únicas fontes dos sais de Ca e Mg, sendo provenientes de diversas formas, podendo assim se equilibrar no organismo. No entan-to, observou-se que os resultados para água p9 foram próximos o que mostra um equilíbrio no teor dos sais, no qual revela um resultado bastante satisfatório.

• Cloreto

Os teores de cloreto encontrados em todas as amostras apresentam-se em conformidade para com o Mi-nistério da Saúde.

A amostra do bairro Boa Vista conteve o maior índice, de 159,5 (mg/L). A água alternativa (p9) apare-ce com o menor teor do ânion Cl-, contendo uma diferença de 35,4 (mg/L) em relação aos pontos seguintes de menores índices, sendo estes, p3, p6, p7 e p8. Estes índices relativamente baixos mostram que o íon Cl- pre-sente nestas águas não inferem mal gosto à água. Além disto, os resultados apontam que as águas não sofrem de efeitos causados por poluições. Logo, apesar de todas as análises estarem dentro do padrão, a água alterna-tiva apresentou o melhor resultado dentre as amostras analisadas.

• Salinidade

A resolução CONAMA Nº 357/2005 refere-se à salinidade para caracterizar o tipo de água de acordo com a quantidade de sais nela dissolvidos. Baseado nesta legislação todas as águas analisadas são classificadas como água doce, uma vez que todos os resultados apontaram que o teor de sais das águas é inferior a 0,5 ‰. Os baixos índices de salinidade obtidos nos resultados classificaram todas as amostras como água doce, e são provenientes do baixo teor de Cl nas águas em estudo. A água alternativa ficou dentro das amostras com menor teor de sais, sendo este de 0,2 ‰.

• Sódio

O teor de sódio de todas as amostras apresentou baixos índices, constatando que estas águas não ofere-cem riscos neste parâmetro, estando abaixo do valor máximo de 200 (mg/L) indicado pelo MS.

Percebeu-se uma desigualdade no resultado da água do ponto5, em relação aos demais. Este ponto apre-sentou teor de 138 (mg/L) ± 23,0 (mg/L), enquanto o ponto4 obteve 99,7 (mg/L) ± 13,3 (mg/L) e os demais variaram entre 53,7 (mg/L) ± 13,3 (mg/L) e 69 (mg/L), tendo a água alternativa o resultado de valor 69,0 ± 0,0 (mg/L). Supõe-se que a discrepância do ponto 5 em relação aos outros se deve ao fato da água deste ponto não ser totalmente contínua, sendo ainda armazenada antes da distribuição no câmpus.

• Potássio

Não há padrões para o potássio indicado na legislação, entretanto, falta ou excesso de algum nutriente, ou mineral, pode gerar consequências. Estudos relatam que pessoas com problemas renais podem ter agrava-mentos causados pelo excesso de potássio.

Foi reparado a mesma discrepância ocorrida no sódio, onde o p5 obteve um valor maior em relação aos demais, nos resultados obtidos nos testes de potássio, onde as mesmas influencias devem ter causado este com-portamento. O p5 mostrou teor de 49,5 (mg/L) ± 2,3 (mg/L) e os demais variaram entre 11,7 (mg/L) e 18,2 (mg/L) ± 2,3 (mg/L), tendo a água alternativa o valor de 16,9 ± 2,3.

CONCLUSÃO

A Companhia de Água e Esgoto do Rio Grande do Norte - CAERN é a responsável pela distribuição da água (em quantidade qualidade mínima à sobrevivência) aos moradores de Caraúbas - RN. Contudo, verificou-se de acordo com relatos de moradores, bem como no processo de coleta das amostras de água para análise, que o

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As análises físico-químicas realizadas nos meses de setembro e outubro de 2016 mostraram que a água de abastecimento público de Caraúbas atende as diretrizes da Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde, as-sim como a Resolução do CONAMA nº 357 de 2005.

Os baixos teores encontrados nas análises mostram que a água não é contaminada por metais pesados oriundos de indústrias e também é livre de contaminações provenientes de ações antrópicas. Sinalizando as-sim, que a água de abastecimento do município não oferece riscos à saúde, sendo então denominada de acor-do com os parâmetros analisaacor-dos, como água potável. No entanto a água ofertada não supre a necessidade acor-dos moradores do município.

Portanto, como a água alternativa se mostrou em conformidade, é possível a adoção da mesma tempora-riamente em momentos de falta d’água, já que esta é economicamente mais viável que a água mineral e apre-senta qualidade similar ou superior a água fornecida pelo sistema de abastecimento público, não oferecendo danos à saúde dos consumidores e melhorando a qualidade de vida daqueles que sofrem com a falta de água constante da cidade de Caraúbas.

A implantação de campanhas de educação ambiental deve ser adotada para que a população tenha cons-ciência da importância da utilização consciente da água, como a redução do seu consumo, visto que apesar dos problemas ocasionados pela escassez da água muitos moradores ainda desperdiçam esse bem vital.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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