• Nenhum resultado encontrado

EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: LIMITES E POSSIBILIDADES NO TRABALHO DOCENTE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: LIMITES E POSSIBILIDADES NO TRABALHO DOCENTE"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: LIMITES E POSSIBILIDADES NO

TRABALHO DOCENTE

HANNA, Paola Cristine Marchioro – PUCPR

pcm.marck@ig.com.br

Eixo temático: Diversidade e inclusão Agência financiadora: não contou com financiamento Resumo

Este artigo tem como tema de investigação o trabalho docente com ênfase na reflexão dos desafios encontrados no cotidiano escolar para a promoção de uma educação intercultural. Estabelecer uma reflexão sobre trabalho docente e educação intercultural é partir do pressuposto de que sendo a escola um espaço de convivência entre diferentes grupos, cabe aos docentes desempenharem um trabalho de respeito à diversidade. Neste sentido, o problema que orienta esta reflexão é: quais são os limites e possibilidades enfrentados pelos docentes para o desenvolvimento de uma educação intercultural? O objetivo do trabalho é verificar quais são os limites e possibilidades enfrentados pelos docentes no desenvolvimento de uma educação intercultural. A análise da questão proposta se apoia nos argumentos de Candau (2008) sobre interculturalidade, entendida como educação para o reconhecimento do outro e para o diálogo entre os grupos sociais e culturais. Também se apoia nos argumentos de Benevides (2000) sobre a importância da formação de uma cultura de respeito à dignidade humana. O artigo apresenta o resultado de uma pesquisa de abordagem qualitativa, realizada em nove escolas públicas de ensino fundamental de Curitiba, utilizando-se como instrumento a entrevista estruturada, realizada com 44 docentes. A pesquisa demonstrou que há uma parcela significativa de docentes que não se sentem preparados para trabalhar com a diversidade e não realizam ações que incentivam a valorização desta nos espaços escolares. Por outro lado, há docentes que se sentem preparados e desenvolvem ações baseadas nos pressupostos de uma educação intercultural, sendo eles: o diálogo, a convivência, o respeito e o reconhecimento do outro.

Palavras-chave: Trabalho docente. Diversidade. Educação Intercultural.

Introdução

Este artigo tem como tema de investigação o trabalho docente com ênfase na reflexão sobre os limites e possibilidades encontrados no cotidiano escolar para a promoção de uma educação intercultural. Ao estabelecer uma reflexão sobre trabalho docente e educação

(2)

intercultural, este artigo parte do pressuposto de que sendo a escola um espaço de convivência entre diferentes sujeitos que pertencem a culturas, classes, raças, religiões, situações econômicas, etc. diferentes, cabe aos docentes desenvolverem uma prática educativa voltada ao respeito à diversidade.

O problema que norteia esta reflexão é: quais são os limites e possibilidades enfrentados pelos docentes para o desenvolvimento de uma educação intercultural?

O objetivo do trabalho é verificar quais são os limites e possibilidades enfrentados pelos docentes no desenvolvimento de uma educação intercultural.

A análise da questão proposta se apoia nos argumentos de Benevides (2000) que destaca a importância da formação de uma cultura de respeito à dignidade humana e Candau (2008) que evidencia interculturalidade como educação para o reconhecimento do outro e para o diálogo entre os grupos sociais e culturais. Para Candau não há educação que não esteja imersa nos processos culturais do contexto em que se situa. Não se pode conceber uma experiência pedagógica desvinculada das questões culturais da sociedade.

O artigo apresenta um recorte da dissertação de mestrado intitulada “Educação intercultural: limites e possibilidades para a superação das violências nas escolas de educação básica” e apresenta o resultado de uma pesquisa de abordagem qualitativa, realizada em nove escolas públicas de ensino fundamental de Curitiba, utilizando-se como instrumento a entrevista estruturada, realizada com 44 docentes.

Por meio das entrevistas foi possível verificar se os docentes sentem-se preparados para trabalhar com a diversidade, se desenvolvem ações que incentivam a promoção de uma educação voltada ao respeito à diversidade e quais são as necessidades, benefícios e dificuldades destas ações.

Limites e possibilidades de uma educação intercultural

Discutir sobre os limites e possibilidades da promoção de uma educação intercultural pressupõe inicialmente entender que o aluno é um sujeito com direito à educação. A educação é um direito garantido pela Constituição Federal Brasileira (1988) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal nº 9394/96) que asseguram o exercício da cidadania como uma das finalidades da educação ao estabelecer uma prática educativa “inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, com a finalidade do pleno

(3)

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1996, p.1)

Compreender os alunos como sujeitos de direito é destacar que o trabalho docente é fundamentalmente um ofício de promoção do direito à educação. Realizar uma prática pedagógica baseada na promoção do direito do educando implica proporcionar:

A formação de uma cultura de respeito à dignidade humana através da promoção e da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz. Isso significa criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades, costumes, atitudes, hábitos e comportamentos que decorrem, todos, daqueles valores essenciais citados – os quais devem se transformar em práticas. Ser a favor de uma educação significa a formação de uma cultura de respeito à dignidade da pessoa humana, significa querer uma mudança cultural, que se dará através de um processo educativo. (BENEVIDES, 2000, p.1)

Assegurar, promover e desenvolver uma ação educativa voltada aos direitos humanos é um pressuposto para se realizar uma educação intercultural, pois respeitar o direito dos educandos significa aceitar sua individualidade. Nesse sentido, o docente tem um papel fundamental na promoção de práticas para o reconhecimento e exercício desses direitos, pois:

Nas sociedades contemporâneas, a escola é o local de estruturações de concepções de mundo e de consciência social, de circulação e de consolidação de valores, de promoção da diversidade cultural, da formação para a cidadania, da constituição de sujeitos sociais e de desenvolvimento de práticas pedagógicas. O processo formativo pressupõe o reconhecimento da pluralidade e da alteridade, condições básicas da liberdade para o exercício da crítica, da criatividade, do debate entre idéias e para o reconhecimento, respeito, promoção e valorização da diversidade. Para que esse processo ocorra e a escola possa contribuir para a educação em direitos humanos, é importante garantir dignidade, igualdade de oportunidades, exercício da participação e da autonomia aos membros da comunidade escolar. (BRASIL, 2007, p.31)

Na medida em que os alunos conhecem seus direitos e de seus semelhantes, vivenciando uma educação em direitos humanos, uma prática fundamentada no respeito à diversidade estará sendo proporcionada.

Respeitar a diversidade, incentivar a relação e a comunicação entre os grupos numa posição de igualdade, promover o intercâmbio de conhecimentos, saberes e práticas culturais são pressupostos de uma educação intercultural. O desenvolvimento de uma educação intercultural objetiva promover:

(4)

[...] uma educação para o reconhecimento do “outro”, para o diálogo entre os diferentes grupos sociais e culturais. Uma educação para a negociação cultural, que enfrenta os conflitos provocados pela assimetria de poder entre os diferentes grupos socioculturais nas nossas sociedades e é capaz de favorecer a construção de um projeto comum, pelo qual as diferenças sejam dialeticamente incluídas. (CANDAU, 2008, p.23)

Na promoção de uma educação intercultural, o docente assume importante papel na mediação das relações que ocorrem nos espaços escolares, pois “é um dos grandes artífices, queira ou não, da construção dos currículos que se materializam nas escolas e nas salas de aula” (MOREIRA; CANDAU, 2008, p.19). Nesse sentido, o docente tem papel primordial no desenvolvimento de uma educação que valoriza o reconhecimento do direito à diferença, a promoção de relações dialógicas, a integração da diversidade e a realização de ações que incentivam o respeito e aceitação entre os sujeitos.

O desafio está em promover situações em que seja possível o reconhecimento entre os diferentes, exercícios em que promovamos o colocar-se no ponto de vista, no lugar sociocultural do outro, nem que seja minimamente, descentrar nossas visões e estilos de afrontar as situações como os melhores, os verdadeiros, os autênticos, os únicos válidos. Para isto é necessário promover processos sistemáticos de interação com os “outros”, sem caricaturas, nem estereótipos. Trata-se também de favorecer que nos situemos como “outros”, os diferentes, sendo capazes de analisar nossos sentimentos e impressões. É a partir daí, conquistando um verdadeiro reconhecimento mútuo, que seremos capazes de construir algo juntos/as. Nesta perspectiva, é necessário ultrapassar uma visão romântica do diálogo intercultural e enfrentar os conflitos e desafios que supõe. (CANDAU, 2008, p.31-32)

Assim, com o intuito de verificar quais são esses conflitos e desafios foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa com 44 docentes de nove escolas públicas de Curitiba.

Inicialmente foi questionado se os docentes sentem-se preparados para trabalhar com a diversidade presente nos espaços escolares. Dentre as respostas, verificou-se que 61,4% dos docentes indicaram que sim, 29,6% indicaram que não e 9,1% não quiseram se posicionar.

Observa-se que a maioria dos docentes sente-se preparados para trabalhar com a diversidade, no entanto, foi significativa a porcentagem dos que indicaram não estar. Isso pode ser interpretado como um limite para o desenvolvimento de uma educação intercultural e como um demonstrativo da necessidade de promoção de discussões sobre como trabalhar a diversidade nos espaços escolares.

(5)

diferenças na perspectiva de uma educação que valoriza a diversidade. Dentre as respostas, verificou-se que 62,8% dos docentes indicaram que sim e 37,2% indicaram que não. O quadro 1 apresenta as atividades realizadas:

Atividades Porcentagem Exemplos de respostas dos docentes

Projetos 25,4% “Apresentação de projetos que mostrem às crianças diferentes culturas.” (P1) “Projetos como: Comunidade Escola e a escola promove momentos culturais.” (P11)

“Projeto Universidade Escola.” (P 31)

Nas atividades cotidianas 26,1% “Atividades com professoras regentes.” (P3) “Ações no cotidiano.” (P12) “Atividades no planejamento”. (P27)

Outras 11,3%

“Várias atividades de integração.” (P5) “Atividades contra o preconceito.” (P19) “Sala de apoio.” (P25)

“Interdisciplinaridade.” (P36) “A conscientização”. (P28) Quadro 1- Ações desenvolvidas na escola para integrar as diferenças.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados coletados.

Observa-se que, dentre as ações realizadas, o trabalho por projetos e as atividades desenvolvidas no cotidiano escolar são possibilidades para o desenvolvimento de uma educação intercultural, pois o diálogo, o respeito, a convivência devem ser construídos constantemente e não por meio de atividades fragmentadas e descontextualizadas do currículo e das práticas pedagógicas.

Observadas as atividades realizadas, verificou-se a percepção dos docentes sobre quais são os maiores benefícios da promoção de ações que incentivam o desenvolvimento de uma educação que valoriza a diversidade. As respostas estão indicadas no quadro 2.

Atividades Porcentagem Exemplos de respostas dos docentes

Conhecer a diversidade 24,9%

“Conhecer melhor os alunos descobrindo suas potencialidades.” (P8)

“Entender a vida dos alunos.” (P14) “Verificar a riqueza nas diferenças.” (P33)

“Faz com que a pessoa enxergue o outro de forma diferente.” (P41)

“Promove maior cultura aos alunos.” (P36) “Promove conhecimento de várias culturas.” (P37)

(6)

Interação entre os alunos 15,9% “Melhor relação entre alunos.” (P27) “Integração entre os alunos.” (P15)

“Oportunidade de interação e aprendizado entre os alunos.” (P 34)

“Diálogo entre os alunos” (P29)

Desenvolve o respeito 6,8% “Desenvolve o respeito.” (P2)

Reduz as diferenças 2,2% “Diminui as diferenças.” (P17)

Outros 13,6% “Suprir a ignorância.” (P1) “Tolerância.” (P12) “Educação geral.” (P25) “Humanização.” (P28) “Esclarecimento.” (P31)

“Preparo para a cidadania.” (P32)

Não sabe 36,6% “Não sei.” (P23) Quadro 2 – Maiores benefícios

Fonte: Elaboração própria com base nos dados coletados.

Observa-se que, dentre as respostas indicadas pelos docentes, conhecer a diversidade presente nos espaços escolares, promover a integração entre os alunos e desenvolver o respeito e o esclarecimento sobre as diferenças são pressupostos de uma educação intercultural e por isso são interpretados como possibilidades. No entanto, a redução das diferenças e o desenvolvimento da tolerância podem ser interpretados como fragilidades.

Identificados os benefícios buscou-se saber a percepção dos docentes sobre quais são as maiores dificuldades enfrentadas na promoção de uma educação que valoriza a diversidade. As respostas estão indicadas no quadro 3:

Atividades Porcentagem Exemplo de respostas dos docentes

Não aceitação do outro 27,2%

“Não aceitação da outra cultura.” (P29) “Dificuldade de vencer a resistência.” (P30) “Vencer o preconceito.” (P16)

“Vencer a competição promovida pelo nível cultural dos alunos.” (P33)

(7)

Falta de recursos 11,3%

“Falta de materiais.” (P35)

“Conseguir oficinas sobre o tema relacionado.” (P31) “Falta material didático.” (P12)

“Desenvolver tais atividades em pouco tempo, com poucos recursos e espaço físico.” (P8)

Falta de comprometimento 9% “Falta de comprometimento.” (P5) “Falta de participação.” (P41) “Falta de interesse.” (P34)

Família 6,8% “Dificuldade em resgatar a família.” (P14) Não sabe 54,3% “Não sei.” (P23)

Quadro 3- Maiores dificuldades

Fonte: Elaboração própria com base nos dados coletados.

Observa-se que as indicações dos docentes sobre as maiores dificuldades podem ser interpretadas como limites para a promoção de uma educação intercultural. A não aceitação do outro pode resultar em diferentes formas de discriminações e preconceitos. A falta de comprometimento tanto dos alunos quanto dos docentes é um limitador, uma vez que é sinônimo de não envolvimento e responsabilidade com as ações educacionais. E o não envolvimento ou a participação passiva da família é um sério limite, pois a família e a escola têm influência na formação dos educandos e na forma como concebem a diversidade.

Indicadas as dificuldades, buscou-se saber na percepção dos docentes quais são as maiores necessidades para a promoção de uma educação que valoriza a diversidade. O quadro 4 demonstra as respostas:

Atividades Porcentagem Respostas dos docentes

Conscientização 27,2%

“Necessidade de alertar e ensinar.” (P1)

“Conscientizar para a falta de conhecimento das diferentes culturas.” (P29)

“Ter uma percepção real das diferenças.” (P30) “Para melhoria das atitudes.” (P41)

“Conscientização étnico-racial.” (P43)

Receber apoio 11,3%

“Ter apoio diferenciado.” (P15)

“Tentar envolver um maior número de crianças tendo o apoio dos pais.” (P8)

(8)

“Disponibilizar mais verbas.” (P31)

Superar as resistências 6,8% “Necessidade de vencer os preconceitos.” (P3) “A resistência dos alunos.” (P32)

“Despertar maior interesse dos alunos para a diversidade.” (P36)

Outras 6,8% “Projeto e comprometimento.” (P33) “Respeito.” (P16) “Persistência.” (P 27)

Não sabe 47,9% “Não sei.” (P23) Quadro 4- Maiores necessidades

Fonte: Elaboração própria com base nos dados coletados.

Observa-se que as respostas sobre as maiores necessidades e maiores dificuldades estão relacionadas. Os docentes destacam que a necessidade de conscientização e de superação das resistências são formas de superação dos limites impostos pela não aceitação do outro. Também o envolvimento de todos os sujeitos participantes da realidade escolar é uma forma de superação dos limites apresentados pela falta de recursos e não comprometimento dos profissionais e familiares.

Um aspecto importante a ressaltar é o acentuado número de docentes que indicou não saber sobre os benefícios (36,3%), dificuldades (54,3%) e necessidades (47,9%) da realização de ações na escola para integrar as diferenças. Isso pode ser interpretado como uma séria fragilidade para a promoção de uma educação intercultural, pois significa que esses profissionais não concebem uma educação que valoriza a diversidade.

No entanto, embora esse percentual seja alto, verificou-se nas respostas dos docentes pressupostos de uma educação intercultural, sendo eles: o diálogo, a convivência, o respeito e o reconhecimento do outro.

Conclusão

Propôs-se verificar neste artigo quais são os limites e possibilidades enfrentados pelos docentes no desenvolvimento de uma educação intercultural. Relacionando a reflexão teórica e as respostas indicadas pelos docentes, destacam-se como limites:

(9)

b) - Falta de preparo docente para trabalhar com a diversidade; c) - Se as relações não forem mediadas pelo diálogo;

d) - A não realização de discussões e trocas de experiências sobre assuntos relacionados à diversidade nos espaços escolares;

e) - A realização de atividades fragmentadas e descontextualizadas;

f) - O não envolvimento nas ações educacionais e de respeito à diversidade; g) - O desejo de reduzir as diferenças nos espaços escolares;

h) - A padronização de comportamentos e a imposição de normas e modelos culturais e sociais a serem seguidos;

i) - Presença de ações que incentivem o sentimento de tolerância, pois nem sempre tolerar significa aceitar as diferenças;

j) - A ausência ou presença passiva da família.

Os limites para o desenvolvimento de uma educação intercultural podem ser superados pelas possibilidades, sendo elas:

a) - O reconhecimento do aluno como um sujeito de direitos;

b) - O reconhecimento da diversidade presente nos espaços escolares; c) - A valorização da diversidade cultural;

d) - A realização de ações que incentivem a convivência e a comunicação entre os grupos numa posição de igualdade;

e) - A promoção do intercâmbio de conhecimentos, saberes e práticas culturais nos espaços escolares;

f) - A promoção de relações dialógicas nos espaços escolares;

g) - A realização de ações cotidianas que promovam a integração da diversidade e incentivem o respeito e aceitação entre os sujeitos;

h) - A realização de projetos que promovam a convivência e a troca de experiências entre os sujeitos;

i) - Trabalho conjunto e envolvimento dos docentes;

j) - Participação ativa dos pais levando às escolas suas experiências, idéias e sugestões.

Diante dos limites e possibilidades apresentados pelos docentes percebeu-se que o desenvolvimento de uma educação intercultural nos espaços escolares pressupõe que todos os sujeitos têm o direito de terem suas individualidades respeitadas.

(10)

É importante ter clareza que o trabalho docente pode estar voltado a um público diversificado, sem necessariamente garantir uma prática baseada em princípios interculturais. O professor só realizará uma educação intercultural se suas ações estiverem pautadas em escolhas éticas que valorizem a diversidade e as referências culturais dos grupos, rompendo com todas as práticas discriminatórias e excludentes.

REFERÊNCIAS

BENEVIDES, M. V. Educação em direitos humanos: de que se trata? Palestra de abertura do Seminário de Educação em Direitos Humanos, São Paulo, 18 fev. 2000.

BRASIL. Constituição Federal, 1988. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/principal.htm>. Acesso em: 20 jun. 2009. BRASIL, Lei Federal n.º 9.394/1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB. Brasília. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 18 jun. 2009. BRASIL, Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de

Educação em Direitos Humanos: 2007. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2003 e 2007. Disponível em: <http://www.mj.gov.br/sedh/edh/pnedhpor.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2009.

CANDAU, V. M. Multiculturalismo e educação: desafios para a prática pedagógica. In: MOREIRA, A. F.; CANDAU, V. M. Multiculturalismo: Diferenças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

MOREIRA, A. F.; CANDAU, V. M. Currículo, conhecimento e cultura. In: MOREIRA, Antonio Flávio; CANDAU, Vera Maria. Indagações sobre o currículo. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2008.

Referências

Documentos relacionados

Com base na literatura revisada, conclui-se pela importância da implantação de um protocolo de atendimento e execução de exame de Ressonância Magnética em

ado a necessidade de modificar o pré- se manter o dorso do frango à 95C por 30 minutos, este procedimento desnaturava o colágeno, formando um gel scrito

Dessa forma, devemos limitar o uso do predicado verdadeiro à sentenças, essa será a extensão mais adequada para os propósitos em questão e “consequentemente,

Para permitir a versatilidade do equipamento e facilidade na troca dos componentes foram tomadas algumas medidas: o posicionamento do suporte do amortecedor e a

A inscrição do imóvel rural após este prazo implica na perda do direito de manter atividades agropecuárias em áreas rurais consolidadas em APP e Reserva Legal, obrigando

Considerando a importância dos tratores agrícolas e características dos seus rodados pneumáticos em desenvolver força de tração e flutuação no solo, o presente trabalho

A simple experimental arrangement consisting of a mechanical system of colliding balls and an electrical circuit containing a crystal oscillator and an electronic counter is used

Essa teoria cita que durante uma lesão ou disfunção endotelial, surgem fatores mediadores do processo inflamatório (quimiotáticos), que atraem para o tecido subendotelial