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ol!y;•Idi Estado da Paraíba e Poder Judiciário Tribunal de JustiçaGabinete do Des. Marcos A. Souto Maior
ACÓRDÃO
AGRAVO N° 014.2005.001342-5/001 - CATOLÉ DO ROCHA RELATOR : Desembargador José Di Lorenzo Serpa
AGRAVANTE: FAC — Fundação da Ação Comunitária
ADVOGADO : Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, Fábio Liberalino da Nóbrega e Fernando Vieira de Ataíde
AGRAVADA : Solânea de Oliveira Maia
RELATOR PARA ACÓRDÃO: Juiz Carlos Neves da Franca Neto
•.. AGRAVO.
EXECUÇÃO. DECISÃO
DECLINATÓRIA DE COMPETÊNCIA.
IRRESIGNAÇÃO. CONTRATO DE
FINANCIAMENTO. CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL.
AUSÊNCIA
DE
MANIFESTAÇÃO QUANTO AO
INTERESSE NA LIDE. COMPETÊNCIA
CONCORRENTE, EM FACE DA
NATUREZA
DO
CONTRATO.
PROVIMENTO.
-
O interesse ida empresa pública federal nacausa indica, prima fade, como competente
para conhecê-la e julgá-la, o foro da Justiça Federal, a teor do que dispõe o art. 109, I da CF; contudo, em face da natureza do contrato, na hipótese de competência concorrente com o órgão interveniente para fins de execução da dívida, enquanto não manifestado interesse da empresa respectiva na lide, a competência se desloca à Justiça Estadual.
VISTOS,
relatados e discutidos os autos acima
referenciados.
ACORD A,
a Colenda Primeira Câmara Cível
do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, por maioria de votos,
DAR PROVIMENTO
ao presente
agravo.• .
A Fundação de Ação Comunitária — FAC, já devidamente qualificada nos autos, interpôs Agravo de Instrumento contra Solânea de Oliveira Maia, atacando decisão proferida pelo D. Juiz de Direito da
1a Vara da Comarca de Catolé do Rocha, que, nos autos da Ação de
Execução, declinou da competência para a Justiça Federal, por tratar-se de
4
crédito originário da Caixa'Econômica Federal.
A agravante aduz, em resumo, que os recursos aplicados no programa denominado "Programa de Apoio aos Pequenos Negócios" não são de origem da Caixa Econômica Federal, e que esta apenas é responsável pela prestação dos serviços bancários; destaca, ainda, que a referida ação de execução encontra-se instruída com uma procuração outorgada pela CEF, reconhecendo que os recursos financeiros aplicados no programa acima citado são da agravante, no que postulou a modificação da decisão declinatória de competência.
Requisitado, o Juízo a qud prestou as
OV.
informações de estilo, conforme se constata às fls. 25/26.Indeferimento do pedido de liminar, às fls. 31/32. Não houve contra-razões.
Neste grau de jurisdição, instada a se pronunciar, a D. Procuradoria de Justiça deixou de emitiu parecer (fls. 36), por entender não ser caso de intervenção do Parquet
É o relatório. ,
VO TO: JUIZ CARLOS NEVES DA FRANCA NETO
RELATOR 1
O presente recurá deve ser conhecido, considerando que a parte agravante justificou o motivo pelo qual não juntou a peça recursal cópia da procuração outorgada ao advogado da agravada, vez que, na ação originária de execução, a parte executada, ora agravada, sequer chegou a ser citada; não chegando a se formar, portanto, a relação processual.
Com relação à argüição de mérito do presente recurso:
Com efeito, assim dispõe o inc. I do art. 109, da Constituição Federal:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e
julgar:
- . . .
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 4
Conforme se observa do texto legal acima transcrito, efetivamente tem-se que a competência para julgar as causas em que seja parte empresa pública federal é da Justiça Federal; em face da natureza do contrato em discussão. Entretanto, na hipótese de se verificar a competência concorrente com o órgão contratante/interveniente para fins de execução da dívida, enquanto não manifestado interesse da empresa respectiva na lide, a competência se desloca.à Justiça Estadual.
É importante consignar que, no esteio desse entendimento, in casu, a cláusula 1 1a, § 1, do pacto firmado pelas partes
•
estabelece que "compete à FAC, em caso de inadimplência, a cobrança amigável oujudicial do débito"; autorizando, portanto, que a agravante possa executar o débito
em discussão.
•., Caso análogo ao dos presentes autos foi assim decidido pelo E. Tribunal de Justiça do Maranhão:
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS MOVIDA POR MUNICÍPIO EM DESFAVOR DE EX-PREFEITO. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS DE VERBAS FEDERAIS. LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO DA UNIÃO SOBRE O INTERESSE NA LIDE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. I - Enquanto não manifestado o
interesse da União na lide, que deve ser previamente ouvida, compete à Justiça Estadual processar e julgar ação ressarcitória movida por município contra ex-prefeito, pela ausência de prestação de contas de verbas federais repassadas por força de convênio. II
Conquanto se trate de verbas oriundas de convênio firmado com a União, o município está legitimado a
propor ações dessa natureza contra o ex-titular da
prefeitura, porque o interesse jurídico do ente federal pode ser concorrente com o da municipalidade, mas não excludente. A lesão a direito, nesse caso, pode ser própria do município, derivada do art. 25, § 1 0, inciso IV, alínea "a", da Lei de Responsabilidade Fiscal. E a conduta supostamente praticada pelo ex-prefeito pode se enquadrar no descumprimento de dever, previsto no art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal, também extraído dos arts. 49 e 56, da Lei de Responsabilidade Fiscal. III - Dado seguimento ao feito, deve-se determinar a intimação do representante legal da União para dizer de seu interesse no litígio. IV - Apelação provida. (TJMA — Ap. Cív. N°: 164672002. Relator: CLEONES CARVALHO CUNHA. Publicação: 23/10/02) — destacamos.
•
Desta forma,
DOU PROVIMENTOao presente
agravo, para reformar a decisão
"a quo",estabelecendo a competência da
Justiça Comum Estadual para julgar e processar o presente feito; sem prejuízo
de que seja determinada, pelo juízo de origem, a ihtimação do representante
legal da empresa pública federal, acerca de seu realljnteresse na causa, à vista
da competência concorrente que se estabeleceu em face dá natureza do
contrato.
e
É o meu voto.
Presidiu a Sessão o Excelentíssimo
Desembargador
JOSÉ Dl LORENZO SERPA,que participou do Julgamento,
como Relator do feito, com este Relator para acórdão, em substituição ao
ínclito Desembargador
MARCOS A. SOUTO MAIOR,e com o eminente
Desembargador MANOEL SOARES MONTEIRO.
Presente à Sessão, o Excelentíssimo Doutor
JOÃO MANOEL DE CARVALHO COSTA FILHO,
Promotor de Justiça
Convocado.
Sala das Sessões da Primeira Câmara Cível do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em João Pessoa/PB, 16 de
•
março de 2006.
e - .
e---`•;--"2.----Cr.
Juiz CARLOSCARLOS NEVES DA FRANCA NETO
Relator para Acórdão
,
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