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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E OS DISPOSITIVOS LEGAIS DE PROTEÇÃO

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Academic year: 2020

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Revista do Curso de Direito da Universidade Braz Cubas V1 N1: Maio de 2017

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E OS DISPOSITIVOS LEGAIS DE PROTEÇÃO

Andreia Aparecida Sampaio Monica Riad Chalouhi Raquel Moulin Azevedo Tania Cristina Dos Santos Nicolly Silva Adib1

André Ricardo Gomes de Souza2 Resumo: o presente artigo teve como objetivo analisar a violência doméstica seus principais elementos e como a legislação brasileira tenta preveni-la buscando, para tanto, fundamento no direito penal, as leis nº 11. 340/2006, conhecida como lei maria da penha e 13.104/2015 e as jurisprudências das cortes superiores pátrias, trazendo, por fim, uma exegese mais limpa sobre o tema.

Sumário: 1 introdução;2história da mulher e da violência; 2.1 decodificando os principais tipos de violência contra a mulher; 3 o feminicídio à luz da lei maria da penha; 4 referências

1 INTRODUÇÃO

Em pleno século XXI, muito se ouve e se questiona a cerca da violência física e psicológica que a mulher vivência todos os dias em vários países. A Constituição Federal assegura direitos de igualdade á todos, e a partir disso a mulher vem, cada vez mais conquistando diversos direitos e espaço, porém, é possível perceber também que falta regulamentação de algumas normas, para que assim o poder judiciário possa processar e julgar com mais eficácia.

Diante da necessidade de regulamentar qualquer tipo de violência sofrida pela mulher em convívio familiar, sendo essa, física, verbal, moral, financeira ou sexual, alguns legisladores sancionaram assim a Lei nº 11. 340/2006, conhecida como Lei Maria da 1

Graduandas em Direito pela Universidade de Brás Cubas – Artigo Cientifico de Conclusão de curso apresentado à Universidade Braz Cubas como requisito para a conclusão do Curso de Direito. Orientadores: André Ricardo de Souza Gomes e Deodato Rodrigues Leite .

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Mestrado em POLÍTICAS PÚBLICAS pela Universidade de Mogi das Cruzes, Brasil(2016). Docente da Universidade Braz Cubas , Brasil

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Penha. Além disso, foi necessário abordar com mais complexidade ainda, casos em que, além da violência cometida, também resultam em homicídio causado por alguém que mantém ou já manteve um relacionamento familiar e/ou amoroso com a vítima, sendo para isso sancionada a Lei nº 13.104/2015, que altera o Código Penal em seu artigo 121 acrescentando o feminicídio como qualificadora, implicando o aumento de pena.

As leis que mencionamos, foram regulamentadas com a finalidade de garantir alguns direitos das mulheres e criar uma proteção especial á elas, para tentar diminuir os altos índices de violência, que em muitos casos terminam em homicídio.

2 HISTÓRIA DA MULHER E DA VIOLÊNCIA

A mulher foi subjugada em várias culturas e povos antigos. Ela sofria a submissão de seu pai, e depois de casada devia obediência à seu marido, que tinha o direito de puni-la caso se sentisse contrariado, pois além de marido era seu senhor. Muitas culturas eram patriarcais, e de acordo com Barros não havia espaço para a mulher na filosofia, política e área religiosa. Seu papel se reservava a tecelagem, culinária, gestão da casa e cuidados com os filhos e o marido.Como exemplo pode-se citar a Grécia Antiga que não permitiam as mulheres educação formal, não podiam aparecer em público sozinhas e não tinham direitos jurídicos.

Essa herança de submissão feminina estendeu-se ao Brasil desde os tempos coloniais até os dias atuais. Porém, no decorrer dos tempos as mulheres têm ganhado cada vez mais espaço na sociedade.

Um breve histórico no cenário brasileiro, a criação do Partido Republicano Feminista em 1910, pela baiana LeolindaDaltro, que teve como objetivo de incitar as mulheres na luta pela conquista dovoto, como também Associação Feminista, significativa interferência nas greves de 1918 em São Paulo, moveram um numero considerável de mulheres. (COSTA, 2009, p.55).

O Golpe Militar em 1964 trouxe uma repressão para os movimentos dos quais foram censurados. O segundo movimento feminista no Brasil, aconteceu em 1970, como uma refutaçãofeminina quanto a ditadura.

A Organização das Nações Unidas, em 1975implantou a década da mulher, sendo possível,internacionalmente,a reprodução dessaexpressão como gênero, do qual já se

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mobilizavam em outros países,a luta pelo reconhecimento e igualdade das mulheres, assim como seus direitos reconhecidos.

Nos anos 1980, o movimento feminista transpõe aspetiçõesindependentes, se associando com o Estado, segundo Costa (2009), o progresso do movimento tornaram as mulheres a fim do interesse partidário e de seus candidatos, inseriram mulheres em seus programas e plataformas eleitorais, originando assim Departamentos Femininos. A partir de então,as mulheresrefletindo sobre sua representação diante do Estado, e na consolidação no papel da mulher que denotavam solicitações contundentes, essa busca na política era um alvoa ser atingir.

Com essa junção, também com parcerias estatais, foram criadas politicas voltadas para as mulheres, assim como, a primeira Delegacia Especializada da Mulher (DEAM) e o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) em 1985 em Belo Horizonte, que foi uma conjunçãodo movimento feministas do PMDB e o presidente Tancredo Neves, no processo de transição (COSTA, 2009, p.62). A partir de então, com as propostas e criação de políticas para as mulheres, o CNDM, abre espaço na Assembleia Constituinte, obtendo assim, êxito nas reivindicações e propostas feministas. Porém, essa união do CNDM com as feministas teve a oposição do governo Sarney, que ao término de sua gestão,ordenou o fim da organização, por meio ditatorial,que não tinha relação alguma com a democracia e participação social. A primeira Casa-Abrigo para mulheres em situação de violência, foi criada em 1986.

Nos anos 90, os movimentos feministas, em decorrência do autoritarismo do Estado, se encontravam enfraquecidos, então, algumas feministas criam organizações não governamentais que visam reivindicar novamente seu espaço na esfera política em busca dos direitos das mulheres. Uma grande vitória,foi a Convenção Interamericana no cenário nacionalpara punição eextinçãoda violência contra a mulher em Belém do Pará em 6 de julho de 1994, homologada pelo Brasil em 17 de novembro 1995, pelo Congresso Nacional.

Em 1990 até o ano de 2002, os debatesno que se refere a violência contra a mulher, foram debatidas em todos os âmbitos nacionais e internacionais, foram realizadas conferencias e convenções, do qual ganharam força e se espalhou, com o intuito e aperfeiçoar o reformular político, legislativo e executivo Instaurando assim, algumas políticas construídas pelas mulheres como: Delegacias Especializadas da Mulher, Casas-Abrigo, Centros de Referência, Centros de Reabilitação e Educação do Agressor,

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Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Defensorias da Mulher, Centro de Atendimento à Mulher, Ouvidorias, Centro de Referência da Assistência Social, Centro de Referência Especializado da Assistência Social, Polícia Civil e Militar, Instituto Médico Legal, Hospitais e Serviços de Saúde voltados para o atendimento dos casos de violência sexual. E a mais relevante vitóriapara as mulheres foi criação da lei Maria da Penha sancionada em 07 de agosto de 2006, com o intuitode vincular o movimento sindical para o combate à violência contra a mulher com o objetivo de engatilhar alianças com o objetivo de construir uma sociedade igualitária, justa e democrática.

2.1 DECODIFICANDO OS PRINCIPAIS TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Existem vários tipos de violência contra a mulher.Nesse subcapítulo analisaremos a violência psicológica, violência física, sexual, moral, e violência patrimonial. De acordo com a Lei nº. 11.340/2006, intitulada Lei Maria da Penha (Brasil, 2006), a violência é “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, sem distinção de raça, classe, religião, idade ou qualquer outra condição, tanto no espaço público como no privado” (Brasil, 2006). De acordo com Telessão consideradas violência contra a mulher: a Violência Física: Ela se concretiza quando é causada lesões, espancamento. A lesão corporal pode levar a morte. O medo de ser ainda mais maltratada, pode levar a vítima a se omitir de fazer queixas ou registrar o Boletim de Ocorrência contra o agressor. O que a maioria das vezes, leva a vitima a óbito.

O Código Penal, também entende lesão corporal conforme dispõe o art. 129: “Ofender a integridade corporal ou saúde de outrem: Pena – detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano” (Brasil, 1940).

A Violência Psicológica É toda agressão, humilhação, exposições vexatórias, em que o opressor expõe a vítima. Esse tipo de violência, podem causar sérios danos emocionais na vítima. Causando danos a auto estima e sua identidade.

A Violência sexual não é somente o ato de forçar amulher a ter relações sexuais contra a sua vontade, mas sim também no que envolvem desconforto, no que envolvem participação de mais pessoas contra a sua vontade, através de ameaças.O código Penal no 213, “Estupro consiste em constranger a mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses à 10(dez) anos” (Brasil,

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1940). A violência moral ou verbal, no que tange o artigo 7º da Lei 11340/2006, inciso V, é uma violência conotada como abuso mental, chamado de “gaslighting” .Essa forma de abuso mental abrange em distorcer fatos e omitir situações normalmente a vítima fica em dúvida sobre a sua memória e sanidade . A violência verbal ocorre juntamente comà violência psicológica.

A violência patrimonial não se distingue das demais aqui abordadas, ela consiste em controlar o dinheiro ou bens materiais, a retenção de seus patrimônios, objetos, ou a destruição dos mesmos. Com o intuito de causar danos psicológicos a mulher, como se

desfazer ou quebrar algo que ela goste muito.

Normalmente, do que se refere a violência doméstica, as vítimas adquirem várias faces, podendo ser homem, criança, idoso e as mulheres. As pessoas que sofrem esse tipo de violência, normalmente se sentem culpados, impotentes diante da situação. De um modo geral, a violência parte do marido, o próprio pai, onde a vítima tem confiança.

Segundo IBGE( site IBGE Teen, 2016):

“Até o primeiro semestre de 2012, foram feitos 47.555 registros de atendimento na Central de Atendimento à Mulher. Durante todo o ano de 2011, foram 74.984 registros, bem inferior aos 108.491 de 2010. O tipo de registro que aparece em maior número é para relatar violência física contra a mulher que pode variar de lesão corporal leve, grave ou gravíssima, tentativa de homicídio e homicídio consumado. Foram 63.838 em 2010, 45.953 em 2011 e 26.939 até julho de 2012”.

Casos de violência sexual como estupro, exploração sexual e assédio no trabalho aparecem em 5º lugar com 2.318 casos em 2010, 1.298 em 2011 e 915 este ano.

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A violência doméstica não se restringe em uma fato isolado,é um infortúnio de esfera universal que abrange milhares de mulheres, que em grande parte, permanecem omissas .Dando a ilusão por parte da sociedade um desfoque dessa triste realidade. A violência doméstica existe, é real e tangível, se intensificando sem antecedentes. A teoria machista e discriminatória se insere na sociedade de forma cultural, preconceituosaonde entende se que o alto índice de violência contra a mulher ocorre pelas infra estruturas, baixo índice de escolaridade e de educação, fazendo latente a proliferação da ideia que fatores de risco e vulnerabilidade social estão as estatísticas das mulheres que sofrem qualquer tipo de violência.

Contudo, o fato é que a violência doméstica está em todas as esferas sociais. A mídia, frequentemente divulga crimes de ordem passionais contra a mulher ou caso de pessoas famosas que agridem suas mulheres, ou companheiras. O que distingue é que as classes sociais baixas se destacam por prestarem mais queixas, dando maior lucidez as estatísticas.

O instituto Patrícia Galvão, revela que 30% da população do país consideram a violência contra a mulher como um problema que mais preocupa as mulheres brasileiras, deixando de lado, outros fatores como: o câncer de mama e a AIDS.

Existe também o sentimento de culpa e medo, de desvalorização, enredando as omissões de denúncias, dificultando a punição do agressor, fazendo com que assim, a violência continue.

As consequências da violência doméstica para mulher se expande em sua vida profissional, levando a ter baixo rendimento no trabalho, depressão e alto nível de estresse, se tornam comum, sobretudo, no constrangimento e na preocupação em esconder os hematomas do corpo e rosto. As doenças transmissíveis, como o HIV também se tornam um agravante não somente emocional e psicológico, mas também, moral.

3 O FEMINICÍDIO À LUZ DA LEI MARIA DA PENHA

A Lei Maria da Penha (Brasil, 2006) é considerada como um avanço em nossa sociedade, punindo as agressões praticadas contra mulheres no âmbito

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doméstico sejam elas decorrentes de ação ou omissão, que possam causar lhes lesão, sofrimento físico, violência sexual, patrimonial, qualquer tipo de violência psicológica ou até mesmo a morte.

Diante da pena branda aplicada aos agressores na Lei Maria da Penha, surgiu a Lei 13.104/2015 que dispõe sobre o crime de Feminicídio, esta norma veio para complementar e integrar juntamente com a Lei 11.340 (Lei Maria da Penha), a proteção da mulher.

Para que seja configurado o feminicídio como qualificadora do homicídio é necessário que estejam presentes uma ou mais das circunstâncias trazidas no artigo 121, § 7º, inciso I do Código Penal (Brasil, 1940) que determina a relação intima de afeto ou parentesco, por afinidade ou consanguinidade, entre a vítima e seu agressor, sendo esta relação decorrentes do presente ou do passado.

Diante do exposto fica claro que o Feminicídio é o homicídio da mulher pela condição de seu gênero feminino, sua motivação se refere ao crime de ódio, justificado por uma historia de dominação da mulher pelo homem, sentindo este desprezo ou que esta perdendo “sua propriedade”.

Para os crimes que se enquadrarem no contexto do feminicídio a pena será aumentada de 1/3 até a metade se for praticado nas seguintes circunstâncias: a) durante a gravidez ou nos três meses posteriores ao parto; b) contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos ou com deficiência; c) na presença de ascendente ou descendente da vítima (Brasil, 2015).

Tal lei além de proteger as mulheres, trouxe também uma penalidade mais severa para seus agressores, fazendo-se necessário que o Código Penal (Brasil, 1940) brasileiro trate do crime de feminicídio, explicitamente classificado e tipificado, para pôr fim ao descaso social que cercam esse tipo de crime. Quando se tratar de violência doméstica este estará respaldado pela Lei Maria da Penha, porém se dessa violência obtiver o resultado morte dessa mulher agredida será tipificado como feminicídio.

Com a entrada em vigor da Lei 13.104/2015, o legislador também trouxe a possibilidade de caracterização do crime de feminicídio às violências praticadas nas relações entre heterossexuais ou transexuais, se tais violências forem motivadas por questão de gênero. Já o reconhecimento da aplicação da Lei Maria da Penha para transexuais deu-se através da decisão proferida pela 1ª Vara

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Criminal da Comarca de Anápolis, pela juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães (Proc. N° 201103873908, TJGO).

As agressões praticadas dentro do ambiente doméstico ou fora deste é uma questão que o Brasil está enfrentando há bastante tempo e nem Lei 11.340 (Brasil, 2006) foi suficiente para diminuir os índices de agressões, fazendo-se necessário a alteração do Código Penal (Brasil,1940) trazida pela Lei 13.104/2015, na qual qualificou o homicídio da mulher com uma nova figura denominada feminicídio.

O feminicídio se aplica em qualquer caso de assassinato, envolvendo a relação social ou familiar, havendo discriminação e seja motivado pela condição de ser mulher, não sendo necessária que tal delito seja tipificado pela Lei Maria da Penha (Brasil, 2006), pois esta somente prevê a relação de convívio familiar. Uma questão importante que está sendo levantada é que a Lei deverá acompanhar a realidade da sociedade, tendo em vista que as mulheres dentro das relações domésticas ou trabalhistas possuem menos capacidade de autodefesa do que os homens, sendo raro vermos casos de violência contra o gênero masculino, buscando a lei auxiliar as mulheres vítimas de feminicídio.

Apesar da igualdade tipificada no Caput do artigo 5° da Constituição Federal (Brasil, 1988) diz que:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes.

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

Ao proclamar que os direitos e deveres referentes á sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher (artigo 226, §5°), (Constituição Federal, Brasil, 1988) assim como os dispositivos do artigo supramencionado, não deixam dúvidas quanto à importância que a Constituição confere ao principio da igualdade, tão ampla quanto possível entre homens e mulheres.

A luta da mulher brasileira pela cidadania plena, afirma Maciel (2007), só começou a produzir resultados a partir da criação em 1922, por Bertha Lutz, da primeira Organização de Mulher a Federação Brasileira para o Progresso Feminino cuja principal palavra de ordem era a conquista do direito de voto em igualdade de condições com o homem.

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Mais de dez anos após sua criação o, veio à primeira vitória da organização, quando nas eleições para a Constituinte em 1934, as mulheres conquistaram o reconhecimento do direito de voto e a permissão de comparecerem ás urnas como eleitoras e candidatas. Durante cinco décadas de árdua luta , ainda conforme Maciel (2007), numa sociedade tradicionalmente dominada pelos homens, as mulheres foram conquistando condições de igualdade, contra as mais variadas discriminações,assim mesmo depois dos inegáveis avanços da Constituição de 1988, as mulheres ainda se defronta, com o preconceito, seu maior adversário, arraigado principalmente nos costumes de aparência, vestimenta e comportamento que foram modificados com os anos.

Nas reformas penais é possível observarmos que em alguns casos pontuais, o legislador é remetido a imaginar novos crimes, novas penas, que não tem resolvido o problema da criminalidade, pois é um fenômeno complexo, ele não diminui apenas se manteve, a punição embora seja necessária na sociedade, o que resolveria o problema da criminalidade em geral seria uma mudança no processo educativo de mentalidade nas relações sociais que colocassem os valores sociais como os costumes presentes na Carta Magna em prática no dia a dia no plano das relações sociais.

CONCLUSÃO

Diante de toda pesquisa e estudo, com base histórica, conceitual e estatística, é possível notar que, quando determinada lei favorece e dá assistência ás mulheres vitimas de violência domestica, seja essa violência física, moral, sexual, emocional ou financeira, a sociedade de modo geral se solidariza e dá á elas força e segurança para que busquem juntas á justiça célere e eficaz que tanto precisam.

Sabemos que o maior índice de homicídios de mulheres ocorre em ataques dentro de seu âmbito familiar, e são cometidos por seus parceiros íntimos ou conhecidos, na maioria dos casos por namorados, maridos, pais, padrastos. Justamente dentro de seu próprio lar, onde a vítima deveria se sentir segura e amparada pela família, e não voltar pra casa com medo do que pode lhe acontecer.

A Lei Maria da Penha visa punir os infratores que cometerem violência doméstica contra a mulher, seja ela qual for. Já o feminicídio,é um agravante na pena porque o

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infrator, além de usar de violência, atentou à vida da mulher, e a vida é um dos principais direitos assegurados pela Carta Magna, a qual não devemos infringi-la. Infelizmente, a Lei ainda é falha em muitos aspectos e não é cumprida com rigidez, o que nos dá a sensação de impunidade, fazendo com que muitas mulheres não procurem esse amparo. Porém, as mudanças que ocorrem na legislação, tem a finalidade de contribuir para as novas realidades sociais e também de assegurar cada vez mais ás mulheres encorajando-as á lutarem por seus direitos e a não terem medo, por mais difícil e cruel que a vida pareça ser á elas no ambiente em que deveriam estar mais.

REFERÊNCIAS

BIANCARELI, Aureliano. Assassinatos de Mulheres em Pernambuco. Violência e resistência em um contexto de desigualdade, injustiça e machismo. São Paulo, Instituto Patrícia Galvão & Publisher Brasil, 2006.

IBGE TEEN. Violência contra a mulher. Disponível em

http://teen.ibge.gov.br/noticias-teen/2822-violencia-contra-mulher. Acesso 24/10/2016.

LEI MARIA DA PENHA. Lei N.°11.340, de 7 de Agosto de 2006. LEI DO FEMINICÍDO. LEI Nº 13.104, DE 9 DE MARÇO DE 2015

MACIEL, Eliane C. B. de Almeida. A Igualdade entre os Sexos na Constituição de

1988.

NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado: estudo integrado com processo e execução penal : apresentações esquemáticas da matéria : [atualizado até 02-2006]. 6. ed., rev., atual. eampl. [de acordo com a decisão do STF sobre crimes hediondos] São Paulo : Revista dos Tribunais, 2006. 1216 p.

OLIVEIRA, Dijaci David de... [et al.]. Primavera já partiu: retrato dos homicídios femininos no Brasil. Petrópolis : Vozes, 1998. 213 p., il. (Série Violência em Manchete, v. 1).

REBOUÇAS, Sérgio. Curso de Direito Processual Penal, 6. ed., Ed. JusPodvm, p.191) TELES, Maria A. de Almeida. MELO, Mônica. O que é violência contra a mulher. São Paulo: Brasiliense, 2002.

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