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As relações afetivas e sua contribuição para o processo de ensino e aprendizagem de alunos dos anos iniciais de uma escola de Cumaru – PE / The affective relationships and their contribution to the teaching and learning process of students from the initia

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As relações afetivas e sua contribuição para o processo de ensino e

aprendizagem de alunos dos anos iniciais de uma escola de Cumaru – PE

The affective relationships and their contribution to the teaching and learning

process of students from the initial years of the school of Cumaru – PE

DOI:10.34117/bjdv5n12-208

Recebimento dos originais: 07/10/2019 Aceitação para publicação: 13/12/2019

Celene Silva de Azevedo

Pedagoga e Mestre em Educação Faculdade Alpha

Endereço: Gervásio Pires, 826, Santo Amaro, Recife, PE E-mail: celenesilvadeazevedo@gmail.com

Jucileide Casé Pessoa de Lima

Pedagoga e Mestre em Educação Faculdade Alpha

Endereço: Gervásio Pires, 826, Santo Amaro, Recife, PE EMAIL: jucileidecaze@hotmail.com

Luciana Lenira de Souza

Pedagoga e Mestre em Educação Faculdade Alpha

Endereço: Gervásio Pires, 826, Santo Amaro, Recife, PE E-mail: souzalucianalenira@gmail.com

Luciana Maria Tabosa de Lima

Pedagoga e Mestre em Educação Faculdade Alpha

Endereço: Gervásio Pires, 826, Santo Amaro, Recife, PE E-mail: lucianatabosa@hotmail.com

Josefa Silvana da Silva

Pedagoga e Mestre em Educação Faculdade Alpha

Endereço: Gervásio Pires, 826, Santo Amaro, Recife, PE E-mail: sylvanna-mateus@hotmail.com

Diogenes José Gusmão Coutinho

Biólogo e Doutor em Biologia pela UFPE Faculdade Alpha

Endereço: Gervásio Pires, 826, Santo Amaro, Recife, PE E-mail: gusmao.diogenes@gmail.com

RESUMO

A presente pesquisa teve como foco a afetividade na relação família e escola. Uma vez que se compreende que não havendo um relacionamento amistoso e agradável entre os diversos segmentos responsáveis pela educação das crianças, poderá haver um comprometimento no resultado da

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aprendizagem das mesmas. Sendo assim se reconhece a importância do professor como mediador da aprendizagem considerando os aspectos afetivos e cognitivos dos alunos. No decorrer da investigação ficou evidente que a falta de afetividade na família muitas vezes influencia negativamente no desenvolvimento cognitivo da criança afetando diretamente seu desempenho na aquisição do conhecimento e consequentemente no processo de formação de um cidadão reflexivo e crítico e atuante na sociedade.

Palavras-chave: Afetividade, relação família/escola, relação professor/aluno, aprendizagem,

aspectos cognitivos.

ABCTRACT

The present research focused on affectivity in the family and school relationship. Since it is understood that if there is no friendly and pleasant relationship between the various segments responsible for the education of children, there may be a compromise in the result of their learning. Thus, recognizing the importance of the teacher as a mediator of learning considering the affective and cognitive aspects of students. In the course of the investigation it became evident that the lack of affection in the family often negatively influences the child's cognitive development, directly affecting their performance in the acquisition of knowledge and consequently in the process of formation of a reflective and critical citizen who is active in society.

Key words: Affectivity, family / school relationship, teacher / student relationship, learning,

cognitive aspects.

1 INTRODUÇÃO

A afetividade é um processo que se inicia a partir do momento em que um sujeito se liga a outro por um sentimento positivo, como o amor, a amizade, a admiração. É a mistura de todos esses sentimentos. Sendo assim aprender a lidar de maneira adequada com todas essas emoções vai proporcionar ao sujeito uma vida emocional plena e equilibrada.

Diante das dificuldades encontradas no âmbito escolar, no tocante a alfabetização de crianças nos anos iniciais percebe-se quanto é grande o desafio em preparar os alunos para a vida em sociedade. A escola é um ambiente propício para desenvolver nos alunos suas aptidões. Porém, vale salientar que a família é fundamental para estruturar e garantir os laços existentes entre as crianças e a escola. Diante do exposto compreendemos que a efetiva participação dos membros da família na vida escolar inicial dos alunos faz toda diferença para o desenvolvimento cognitivo.

De acordo com Ribeiro e Jutras (2006), a afetividade colabora para a construção de modelos positivos sobre os professores de uma instituição, das matérias de suas responsabilidades e para o processo de aprendizagem dos alunos no cotidiano nas escolas.

Os resultados positivos de uma relação educativa movida pela afetividade opõem– se àqueles apresentados em situações em que existe carência desse componente. Assim, num ambiente afetivo, seguro, os alunos mostram–se calmos e tranquilos, constroem uma autoimagem positiva, participam efetivamente das atividades propostas e contribuem para o atendimento dos objetivos educativos. No caso

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contrário, o aluno rejeita o professor e a disciplina por ele ministrada, perde o interesse em frequentar a escola, contribuindo para seu fracasso escolar. O professor que possui a competência afetiva é humano, percebe seu aluno em suas múltiplas dimensões, complexidade e totalidade (RIBEIRO e JUTRAS, 2006).

Quando existe afetividade envolvida na construção da aprendizagem, as crianças aprendem com maior compreensão, ficam mais confiantes, se constrói uma relação motivadora e respeitosa.

De acordo com Rocha (2016), a escola é um espaço de continuidade da família, não podendo se restringir a oferecer informações baseadas em conceitos, mas contribuir para que o indivíduo se desenvolva de maneira integral. Onde o professor possui uma influência significativa na vida escolar desses indivíduos, necessitando se aperfeiçoar a cerca das questões emocionais e de comportamento pelas quais os alunos passam.

Na fase inicial de escolarização a criança é mais vulnerável e emotiva, desta forma, mais influenciável. Torna-se claro que é neste momento que os indivíduos necessitam de mais apoio, de se sentir amado e protegido. Assim sendo, sua base será preparada para futuros desafios que irá superar mais facilmente. A escola e a família têm um papel primordial na estruturação emocional das crianças, porém da mesma forma que constrói, poderá destruir. É importante lembrar que é na infância que tudo começa. Neste sentido, para uma melhor compreensão sobre a afetividade é importante considerar os estudos de Piaget, Vygotsky e Wallon.

Rocha (2016), diz que a definição de afetividade assim como a sua forma de aplicação na escola é uma maneira eficiente de contribuir para o crescimento do aluno, bem como promover a aquisição de competências para melhorar as que ele já traz consigo. Desta forma é necessário que o professor investigue até que ponto a afetividade pode contribuir para a aprendizagem, levando em consideração que também devemos estabelecer limites às nossas crianças.

Sendo assim, não é suficiente apenas fazer investigação, reflexão ou reconhecer a forma como as relações afetivas são trabalhadas no ambiente escolar, uma vez que ensinar é, uma atividade para ajudar a desenvolver o ser humano. Os professores precisam levar em consideração os anos iniciais de vida dos alunos, que serve de alicerce para que os mesmos se desenvolvam de maneira sadia, prestando atenção nas relações afetivas que permeiam a vida dos alunos, no convício familiar e com todos aqueles que fazem parte da vida do aluno e que influenciam definindo o caráter do cidadão que será no futuro. (SARNOSKI, 2014, p. 3).

Ao nos reportarmos a teoria vygotskyana da abordagem globalizante, que trata da relação de afeto e intelectualidade, percebeu - se que não há como separar essas duas questões: interesses afetivos e fatores intelectuais.

Em se tratando de Wallon a respeito da afetividade, percebemos que sua teoria sobre o desenvolvimento humano contribui muito para a aprendizagem quando considera as emoções como

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fundamentais nesse processo. Dantas (1992) esclarece que para ele as emoções são essenciais para o homem sobreviver, pois ele faz uso delas desde que nasce para se comunicar e satisfazer suas necessidades. Dantas afirma que, para Wallon, é através da atividade emocional que:

Realiza-se a transição entre o estado orgânico do ser e a sua etapa cognitiva racional, que só pode ser atingida através da mediação cultural, isto é, social. A consciência afetiva é a forma pela qual o psiquismo emerge da vida orgânica: corresponde à sua primeira manifestação. Pelo vínculo imediato que se instaura com o ambiente social, ela garante o acesso ao universo simbólico da cultura, elaborado e acumulado pelos homens ao longo de sua história. Dessa forma é ela que permitirá a tomada de posse dos instrumentos com os quais trabalha a atividade cognitiva. Neste sentido, ela lhe dá origem (DANTAS, 1992, p.85).

A criança no início da escolarização necessita de acompanhamento efetivo, pedagógico e familiar. Porém este acompanhamento deve vir com uma carga de afetividade e este sentimento vem sendo substituído pelo descaso e a falta de interesse de alguns responsáveis em nossa sociedade. A escola e a família precisam rever seus valores e resgatar alguns como: O amor, a dedicação, a responsabilidade e o respeito pelos direitos das crianças. Escola e família têm os mesmos objetivos. Fazer a criança se desenvolver em todos os aspectos e ter sucesso na aprendizagem. Estudos comprovam que instituições que conseguiram trazer os pais e ou responsáveis como parceiros, diminuíram os altos índices de evasão e de violência e melhoraram o rendimento das turmas de forma significativa.

Contudo vale salientar a importância e o valor do afeto para a construção da identidade das crianças, para que elas possam conhecer seu papel na sociedade sendo sujeito de sua história com responsabilidade e respeito próprio.

A dissertação é composta por 03 (três) capítulos. O primeiro discorre sobre o desenvolvimento cognitivo e a afetividade; sobre a afetividade na aprendizagem e sobre a afetividade na prática pedagógica. O segundo capítulo aborda o papel da escola na formação das crianças nas séries iniciais, o vínculo familiar com a instituição escolar, a relação de afetividade família e escola para a aprendizagem da criança e os conflitos afetivos na relação professor/aluno. O terceiro capítulo trata da parceria entre escola e família, as suas relações para vencer os obstáculos e potencializar a aprendizagem, considerando o enfoque multidisciplinar e observando a afetividade e a ludicidade como instrumentos a serviço da aprendizagem.

O desempenho escolar está pautado em valores e atitudes que buscam desenvolver habilidades e conceitos essenciais para vida em sociedade, a pesquisa apresenta algumas reflexões sobre a importância da participação da família na escola para o processo educativo da criança, buscando entender essa realidade na intenção de consolidar informações e orientações que possam fortalecer a

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relação entre essas duas instituições, imprescindíveis na vida do indivíduo. Neste sentido, será que as relações afetivas que envolvem a criança nos anos iniciais de sua escolarização podem contribuir para o sucesso no processo de ensino e aprendizagem das mesmas?

Rocha (2016) comenta que é importante que o professor procure compreender a importância das relações de afetividade na sociedade que tem origem no espaço da escola, uma vez que estas relações servem para mediar e internalizar fatores determinantes na aprendizagem, enfatizando que a construção do conhecimento acontece a partir das relações interpessoais.

Considerando que para ocorrer uma aprendizagem significativa deve-se levar em conta tudo que diz respeito ao universo da criança, incluindo a afetividade que é a dinâmica mais profunda e complexa de que o ser humano pode participar, uma vez que ela envolve os sentimentos como: amor, motivação, ciúme, raiva e outros, e aprender a cuidar adequadamente de todos nas emoções é que vai proporcionar ao sujeito uma vida emocional plena e equilibrada; a pesquisa faz uma reflexão sobre a importância das relações afetivas relacionadas à família e a escola na perspectiva de promover condições favoráveis para a aprendizagem dos alunos nos anos iniciais de sua escolarização. Pois como afirma Piaget (apud CUNHA, 2000) o conhecimento é resultado da troca de experiências entre as crianças e aqueles que fazem parte de suas vidas cotidianamente, na escola, por exemplo, os discentes e docentes. Ele dá ênfase àquilo que é construído pelo indivíduo, ou seja, essas construções são possíveis a medida em que o aluno vive socialmente, onde o professor tem participação nessa vivência, uma vez que a aprendizagem contribui para a formação do indivíduo. A criança em qualquer espaço que esteja, está se construindo como ser humano, através das experiências desenvolvidas com o outro, naquele espaço, naquele período de tempo.

Airès afirma que no século XII, o primeiro dever da criança era bem servir a pessoa a quem ela era responsável pela sua educação. Não sabemos se a criança estava ali para aprender ou para servir. Pois os afazeres de casa era uma forma de educação. A educação caminhava lado a lado com a aprendizagem, ampliando assim, o sentido de educação e aprendizagem. As crianças desde muito cedo compartilhavam suas experiências com outras famílias a quem eram enviadas, aprendendo a se relacionar afetivamente (ARIÈS, 2011).

A construção do real ocorre, de acordo com a agregação de novos conhecimentos sobre o que existe no mundo, mas o aspecto afetivo é construção contínua, desta forma, a afetividade acompanha o homem desde a hora que ele nasce até a sua morte. As relações familiares e as amizades são construídas partindo das relações afetivas. Segundo Valle (2005), a afetividade é a demonstração das emoções do indivíduo, como o desejo, a sensação de prazer e de dor, que são inerentes a condição humana.

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Como seres humanos que somos, estamos sempre em busca de algo que justifique nossa existência, que nos dê razão para viver. Ao ingressar na escola a criança se depara com um universo novo onde terá que desenvolver habilidades para aprender o que lhe é ensinado. Neste sentido, será que as relações afetivas tanto da família como na escola contribuem para o sucesso da aprendizagem dessas crianças? Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi analisar a contribuição das relações afetivas que se estabelecem entre os alunos dos anos iniciais com a escola e família no que se refere ao aprendizado.

2 METODOLOGIA

Para este estudo, foi realizada uma pesquisa de cunho bibliográfico, considerando a abordagem de teóricos clássicos e contemporâneos que estudam a afetividade no processo de aprendizagem, na perspectiva de encontrar informações e esclarecimentos que contribuíssem para a resolução da problemática levantada nessa pesquisa.

A pesquisa desenvolvida é um trabalho de campo de teor investigativo e exploratório, onde serão apresentados como instrumentos questionários com questões objetivas e subjetivas, a serem respondidas por três categorias (alunos, pais de alunos e professores).

As questões abordadas giram em torno de questões de cunho social, econômico e cultural, que darão subsídio para melhor uma melhor compreensão em relação aos aspectos cognitivos e afetivos que interferem diretamente na aprendizagem dos alunos.

Participaram dessa pesquisa 20 pais, 50 alunos do 3º ano e 08 professores que atuam nas séries iniciais do Ensino Fundamental, os quais responderam as questões que lhes foi apresentada. As questões respondidas foram tabuladas, agrupando-as conforme as respostas de cada categoria.

Essa interpretação dos dados teve como objetivo contribuir com as discussões em torno da afetividade, buscando na conversa com os entrevistados o quanto ela é importante no processo de aprendizagem dos alunos no final dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

3 MÉTODO

A pesquisa utilizada neste trabalho foi à qualitativa. (LAKATOS, 2001) esclarece que a pesquisa qualitativa tem como principal objetivo as investigações empíricas, e sua finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, entre outras observações feitas pelo pesquisador/investigador.

É relevante pontuarmos que segundo Minayo (2010, p. 57):

O método qualitativo é o que se aplica ao estudo da história, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das

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interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e pensam.

Neste trabalho utilizou-se a pesquisa de campo, tendo como principal objetivo conseguir informações, conhecimentos acerca de uma problemática, para o qual se procura uma resposta, conhecer melhor e fazer as considerações finais, atendendo a expectativa da pesquisadora, com pretensão de buscar saber por que tal fenômeno acontece, através de pesquisa bibliográfica, leituras, fechamento de obras que mencionam o tema em questão e pesquisa de campo de acordo com a interpretação dos questionários respondidos pelos pais, alunos e professores.

Através da pesquisa pretendeu-se saber como as crianças, os professores e os gestores pensavam sobre a afetividade. Buscou-se compreender como se estabeleciam as relações de afetividade entre a criança e o adulto, e quais as influências da afetividade no processo ensino e aprendizagem.

4 COLETA DE DADOS

O trabalho de pesquisa de campo começou em agosto de 2016. Inicialmente com uma visita as dependências da escola, onde na ocasião houve um diálogo com a gestão da mesma na perspectiva de acordar como seria desenvolvido o trabalho com os alunos, pais e professores. Após esse primeiro contato foi marcado o dia para uma entrevista com 50 alunos do 3º ano que iriam responder a um questionário elaborado pela pesquisadora. Para Minayo (2009, p. 64) entrevista é a estratégia mais usada no processo de trabalho de campo, quer tomada no sentido amplo de comunicação verbal, quer no sentido restrito de coleta de informações sobre determinando tema científico.

Sendo assim, Minayo (2009, p. 64) afirma:

Entrevista é acima de tudo uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por iniciativa do entrevistador. Ela tem o objetivo de construir informações pertinentes para um objeto de pesquisa, e abordagem pelo entrevistador, de tomar igualmente pertinentes com vistas a este objetivo.

Nessa perspectiva, após uma breve conversa com os alunos, foi solicitado que os mesmos respondessem a um questionário com questões objetivas para facilitar a compreensão do que lhes era perguntado.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após uma breve conversa com os alunos, foi solicitado que os mesmos respondessem a um questionário com questões objetivas para facilitar a compreensão do que lhes era perguntado.

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De acordo com as respostas dos alunos coletadas após responderem ao questionário, percebemos que as opiniões dos mesmos variam um pouco. Pois nem todos têm o mesmo padrão de família e o mesmo entendimento sobre a afetividade que desenvolvem na família e em relação ao professor. Sendo assim, analisando as respostas dos alunos percebemos que:

Figura 01 – Idade dos alunos Figura 02 – sexo dos alunos

Fonte: Dados da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa

Figura 03 – Situação com quem reside no lar

Fonte: Dados da pesquisa

Diante do exposto, observamos que dos 50 alunos alvo da pesquisa, 25 alunos estavam na idade de 07 anos, 18 alunos estavam com 08 anos e 07 alunos tinham 09 anos. O que nos mostra que os entrevistados estavam dentro do limite tolerável de idade para a série que estavam cursando.

Dos alunos entrevistados, 21 eram do sexo feminino e 29 do sexo masculino. Assim como, 21 alunos moravam na mesma casa apenas com a mãe, 27 morava com a mãe, o pai e os irmãos e 02 moravam ou eram criados pela avó.

58% 42% masculino feminino 21% 4% 27% mãe avó pais 50% 36% 14% 07 anos 08 anos 09 anos

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Figura 04 – Participação nas atividades

Fonte: Dados da pesquisa

Com relação a quem participa mais das atividades da escola, de acordo com as respostas constatamos que na maioria dos casos quem participa mais é a mãe. Mas o que nos chamou a atenção é que 30% dos alunos responderam que ninguém participa dessas atividades.

Figura 05 – Brincadeira Figura 06 – Atitude de felicidade dos pais

Fonte: Dados da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa

Figura 07 – Expressão de tristeza dos pais

Fonte: Dados da pesquisa 52% 18% 30% mãe pai ninguém 100% sim 50% 21% 8% abraçar brincar sorrir 34% 50% 16% Bater em mim gritar

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No tocante a questão do momento de brincar com os colegas todos os alunos respondeu que brincam com os colegas. Bem como, 21% afirmaram que brincar com os pais os deixam felizes. A maioria afirmou que o abraço dos pais faz com que eles fiquem felizes. Assim como o fato de os pais gritarem com eles, deixa a maioria triste, além dos pais baterem e brigarem com a mãe.

Figura 08 – Cobrança das atividades

Fonte: Dados da pesquisa

Do grupo de alunos entrevistados analisamos que 23 são cobrados por fazer a atividade de casa, que 17 são cobrados as vezes e que a 10 alunos não se cobra fazer atividades escolares em casa.

Figura 09 – Atitudes positivas da professora Figura 10 – Atitudes negativas da professora

Fonte: Dados da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa

De acordo com o gráfico acima, percebemos que atitudes de carinho deixam os alunos alegres. A maioria dos alunos gosta quando a professora tem uma relação afetiva para com eles. Alves (2000) enfatiza que o professor, aquele que ensina com alegria, que ama sua profissão, não morre jamais. Ele diz: “Ensinar é um exercício de imortalidade”. De alguma forma continuamos a viver naqueles

46% 20% 34% sim não as vezes 22% 46% 32% Explicar deva Abraçar e beijar sorrir 38% 52% 10% Falar alto Colocar de castigo Fazer muita tarefa

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cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais.

Quando nos referimos às atitudes da professora, o abraçar e beijar os alunos foram o que se sobressaiu em relação ao que os alunos mais gostavam que a mesma fizesse ficado em segundo lugar o sorriso. E o fato da mesma colocar os alunos de castigo foi o que eles alegaram como o que menos gostavam, seguido de o fato da professora falar alto.

Figura 11 – Expressão de carinho pela professora

Fonte: Dados da pesquisa

De acordo com as respostas dos alunos, as maiores demonstrações de carinho da parte deles com a professora é o ato de abraçar e beijar, sorrir e por último fazer as tarefas.

Destacamos que ao analisarmos as respostas dos alunos percebemos que os mesmos demonstram uma boa relação com a afetividade, expressando esse fato através do contato físico e que a negação dessa afetividade também é expressa quando através dos sentidos eles percebem uma reação negativa tanto por parte da família como por parte dos professores.

Considerando os comentários e estudos sobre as relações afetivas e sua influência na aprendizagem dos alunos, Vygotsky apud Rego (1995, p.102) nos ensina que a função da para o desenvolvimento intelectual do aluno é de fundamental importância. Sendo assim, a maneira de interagir entre os alunos e os professores é uma exigência para a construção de conhecimentos, permitindo o diálogo, a cooperação e a troca de experiências mutuamente.

A etapa seguinte da pesquisa foi entrevistar os professores da escola em pauta que lecionam do ensino Infantil até o 5º ano do Ensino Fundamental. O instrumento utilizado para coletar as informações foi um questionário com perguntas abertas e fechadas com o objetivo de verificar a compreensão que os mesmos tinham sobre afetividade e a relação da mesma com a aprendizagem dos alunos.

A seguir encontraremos o questionário aplicado aos professores: 74% 18% 8% Abraçando e beijando Sorrindo Fazendo as tarefas

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1 – O que você entende por afetividade?

Dos 08 professores que responderam sobre o entendimento de afetividade, as respostas convergiram sempre para as questões do afeto, do carinho, da afinidade. Todos se reportaram a afetividade como os laços de carinho que as pessoas sentem umas pelas outras.

2 – As relações afetivas da família com o aluno interferem no desenvolvimento cognitivo do mesmo? De acordo com a resposta dos professores, todos afirmaram que a relação de afetividade com a família interfere positivamente no resultado da aprendizagem dos alunos. Neste sentido Fraga (2012) diz que se sabe que muitas famílias não participam efetivamente do cotidiano escolar dos filhos e, consequentemente, influenciam negativamente no desenvolvimento do aluno em sala de aula.

3 – As relações de afetividade entre professor e aluno contribuem para um bom rendimento escolar? Ao responderem sobre o rendimento positivo dos alunos, 70% dos professores acreditam que as relações afetivas entre professor e aluno contribuem para um bom rendimento escolar, mas 30% dos professores acreditam que não. Segundo Almeida (1999), se o professor souber lidar com as circunstâncias emotivas dentro da sala de aula, terá como contribuir e muito para um melhor aproveitamento das atividades pedagógicas, pois a falta de uma abordagem da emoção na sala de aula traz prejuízos para a ação educativa, refletindo tanto no educador como no educando.

4 – Existe relação entre afetividade, desenvolvimento cognitivo e aprendizagem?

Do total de professores que responderam o questionário houve unanimidade sobre a existência de relação entre afetividade, desenvolvimento cognitivo e aprendizagem. E a escola não é responsável sozinha por essa situação. A família precisa estar unida à escola. Marchesi (2004) nos diz que a educação não é uma tarefa que a escola possa realizar sozinha sem a cooperação de outras instituições e, a nosso ver, a família é a instituição que mais perto se encontra da escola. Sendo assim se levarmos em consideração que Família e Escola buscam atingir os mesmos objetivos, devem elas comungar os mesmos ideais para que possam vir a superar dificuldades e conflitos que diariamente angustiam os profissionais da escola e também os próprios alunos e suas famílias.

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Ao responderem a esta questão todos os professores afirmaram que a afetividade mal resolvida inibe as estruturas cognitivas, dificultando o processo de aprendizagem dos alunos. Paralelo ao desenvolvimento cognitivo está o desenvolvimento afetivo.

Afeto inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e emoções em geral. (SOUZA; IHWLYLGDGH, 2008).

6 – Que estratégias você utiliza para obter um bom relacionamento com os pais dos alunos?

No momento em que foram perguntadas sobre as estratégias que utilizam para terem um bom relacionamento com os pais, as respostas foram variadas. Desde chamarem para conversar individualmente, semanalmente, em reuniões de pais e mestres e para participação de atividades na escola. Para que haja uma cumplicidade entre escola e família.

Segundo Thadeu (2007), outra medida importante é a relação de cumplicidade entre a família e a escola. Saber sobre o comportamento do seu filho fora de casa e informar ao professor sobre os problemas percebidos podem ser fundamentais.

Para completar as categorias alvo da pesquisa foram feitas entrevistas com 20 pais dos alunos da Escola Francisco Simões da Costa, através de um questionário para identificar as relações afetivas existentes entre aluno, escola e família.

Participou da pesquisa um grupo de 20 (vinte) mães de alunos, que responderam o questionário. Assim como os professores, 20 (vinte) mães que responderam sobre o entendimento de afetividade, as respostas convergiram sempre para as questões do afeto, do carinho, da afinidade.

Todos se reportaram a afetividade como tratar bem as pessoas para que elas se sintam felizes.

2 – Como é o relacionamento afetivo entre a senhora e seu filho?

Do grupo de pais que responderam o questionário 50% afirmou que com relação ao relacionamento com os filhos, os mesmos não obedecem; 30% afirmou que falam, mas é mesmo que nada e 20% disseram que falam com jeitinho com os filhos.

“A educação com vistas à formação do caráter, da autoestima e da personalidade da criança ainda é, na maior parte, responsabilidade dos pais” (TIBA, 2002).

3 – Quando seu filho presencia algum problema em casa como fica o desempenho dele na escola? Em relação ao comportamento do filho na escola quando acontece algum problema em casa, 40% respondeu que o filho não faz a tarefa na escola, 40% respondeu que a professora manda chamar na escola e 20% afirmaram que geralmente os filhos brigam na escola. Neste sentido segundo Dessen

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e Polonia (2007) o valor da família precisa ser reconhecido, assim como a sua participação dentro da escola, na intenção de ajudar o aluno para que sua aprendizagem possa acontecer a contento.

4 – Quando existe um bom relacionamento entre a família e a escola o desenvolvimento do aluno é melhor?

Quando foram questionadas sobre se o desempenho do aluno quando há um bom relacionamento entre escola e família, 80% afirmaram que sim e 20% disseram que não sabia. Nesse sentido, Ghiraldelli. (2010) afirma que as escolas que transformarem os pais em parceiros reduzirão a evasão e a violência e melhorando o rendimento das turmas de forma significativa.

5 – O que você faz para ter um melhor relacionamento com a escola?

Ao serem indagadas sobre o que faziam para se relacionar melhor com a escola, 70% responderam que não faziam nada porque não tinham tempo e 30% afirmaram que procuravam a escola.

A responsabilidade familiar junto às crianças em termos de modelo que a criança terá e do desempenho de seus papéis sociais é tradicionalmente chamada de educação primária, uma vez que tem como tarefa principal orientar o desenvolvimento e aquisição de comportamentos considerados adequados, em termos dos padrões sociais vigentes em determinada cultura. Se a família não tem um relacionamento estreito com a escola fica muito mais difícil haver um trabalho de parceria em prol da aprendizagem do aluno. Nesse mesmo sentido, Oliveira (2002) resume a função da família dizendo que "a educação moral, ou seja, a transmissão de costumes e valores de determinada época torna-se, nesta perspectiva, seu principal objetivo”.

Autores como Cardozo (2011), Almeida (2015), em seus trabalhos acadêmicos pontuam questões comuns a esta pesquisa com relação a importância da afetividade para o sucesso na aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental.

Para completar as categorias alvo da pesquisa foram feitas entrevistas com 20 pais dos alunos da Escola Francisco Simões da Costa, através de um questionário para identificar as relações afetivas existentes entre aluno, escola e família.

Participou da pesquisa um grupo de 20 (vinte) mães de alunos, que responderam o questionário. Assim como os professores, 20 (vinte) mães que responderam sobre o entendimento de afetividade, as respostas convergiram sempre para as questões do afeto, do carinho, da afinidade. Todos se reportaram a afetividade como tratar bem as pessoas para que elas se sintam felizes.

A maioria dos pais entrevistados associam carinho a afeto, considerando o afeto importante para a vida dos filhos. Com relação a esse aspecto Sarnoski (2014), frisa que a ausência de carinho e atenção da família muitas vezes não são supridas nem mesmo amenizadas com o envolvimento na

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inter-relação com o professor, esse processo ocorre com uma grande frequência quando a criança entra no ambiente escolar.

2 – Como é o relacionamento afetivo entre a senhora e seu filho?

Do grupo de pais que responderam o questionário 50% afirmou que com relação ao relacionamento com os filhos, os mesmos não obedecem; 30% afirmou que falam, mas é mesmo que nada e 20% disseram que falam com jeitinho com os filhos. “A educação com vistas à formação do caráter, da autoestima e da personalidade da criança ainda é, na maior parte, responsabilidade dos pais” (TIBA, 2002).

2 – Em que momento você percebe a troca de afetividade entre você e seu filho?

As repostas a indagação acima foram: quando me abraça (70%), quando me obedece (20%) e não sei (10%). De acordo com as respostas coletadas, percebemos que a afetividade é a dinâmica mais profunda e complexa de que o ser humano pode participar, ela é a mistura de todos os sentimentos como: amor, motivação, ciúme, raiva e outros, e aprender a cuidar adequadamente de todos nas emoções é que vai proporcionar ao sujeito uma vida emocional plena e equilibrada.

5 – Quando seu filho presencia algum problema em casa como fica o desempenho dele na escola?

Em relação ao comportamento do filho na escola quando acontece algum problema em casa, 40% respondeu que o filho não faz a tarefa na escola, 40% respondeu que a professora manda chamar na escola e 20% afirmaram que geralmente os filhos brigam na escola. Neste sentido segundo Dessen e Polonia (2007) o valor da família precisa ser reconhecido, assim como a sua participação dentro da escola, na intenção de ajudar o aluno para que sua aprendizagem possa acontecer a contento.

6 – Quando existe um bom relacionamento entre a família e a escola o desenvolvimento do aluno é melhor?

Quando foram questionadas sobre se o desempenho do aluno quando há um bom relacionamento entre escola e família, 80% afirmaram que sim e 20% disseram que não sabia. Nesse sentido, Ghiraldelli. (2010) afirma que as escolas que transformarem os pais em parceiros reduzirão a evasão e a violência e melhorando o rendimento das turmas de forma significativa.

7 – O que você faz para ter um melhor relacionamento com a escola?

Ao serem indagadas sobre o que faziam para se relacionar melhor com a escola, 70% responderam que não faziam nada porque não tinham tempo e 30% afirmaram que procuravam a escola.

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A responsabilidade familiar junto às crianças em termos de modelo que a criança terá e do desempenho de seus papéis sociais é tradicionalmente chamada de educação primária, uma vez que tem como tarefa principal orientar o desenvolvimento e aquisição de comportamentos considerados adequados, em termos dos padrões sociais vigentes em determinada cultura. Se a família não tem um relacionamento estreito com a escola fica muito mais difícil haver um trabalho de parceria em prol da aprendizagem do aluno. Nesse mesmo sentido, Oliveira (2002) resume a função da família dizendo que "a educação moral, ou seja, a transmissão de costumes e valores de determinada época torna-se, nesta perspectiva, seu principal objetivo”.

Na perspectiva de compreender melhor a importância das relações afetivas que envolvem os alunos na escola, foi solicitado que a gestora e coordenadora pedagógica respondessem a um questionário.

Quadro 1. Questionário aplicado as gestoras.

Perguntas Sim Não

A escola é um espaço democrático. No dia a dia você percebe as relações de afetividade existente nesse espaço?

2 Que manifestações de afeto você observa entre os professores desta escola?

Abraços, beijos, olhares 3 – Existe demonstração de afetividade entre professores e

alunos nessa escola?

2 Você acredita que os alunos sobrevindos de famílias bem estruturadas terão melhor rendimento escolar?

2 Em sua opinião existe relação entre afetividade, desenvolvimento cognitivo e aprendizagem?

2 A relação de afeto entre família e escola contribui para a aprendizagem dos alunos?

2 Considera relevante a constituição de laços afetivos entre os segmentos escolares para uma melhor aprendizagem dos alunos?

2 Que estratégias você utiliza para estreitar os laços de afetividade entre escola e família?

Reuniões, festas Fonte: dados da pesquisa.

Como podemos observar (quadro 1) nas respostas dadas pela equipe pedagógica que compreende a gestora e a coordenadora pedagógica, ambas demonstram ter consciência que a afetividade é de extrema importância para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Ambas compreendem que o processo afetivo envolve todos aqueles que desenvolvem atividades dentro da escola. Se todos os segmentos escolares se relacionam bem, o trabalho flui melhor e o resultado é positivo.

(17)

Autores como Cardozo (2011), Almeida (2015), em seus trabalhos acadêmicos pontuam questões comuns a esta pesquisa com relação a importância da afetividade para o sucesso na aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Repensar o processo educacional no sentido de preparar a pessoa para a vida e não apenas para o acúmulo de conteúdo, implica em fazer considerações e reflexões sobre alunos com vida, e por isso inquieto e ativo, com professores que não temem suas próprias dúvidas e com escolas abertas, dinâmicas e adequadas às crescentes transformações da sociedade na atualidade. Sendo assim é de fundamental importância que o aluno seja trabalhado integralmente, com sua afetividade, suas percepções, suas maneiras de expressão, suas críticas e dúvidas, seus talentos e sua criatividade.

A afetividade é um fator decisivo no desenvolvimento da aprendizagem das crianças nas séries iniciais no ambiente escolar. Desde o jardim de infância, fica claro que a escola se torna o centro da vida extrafamiliar, ocupando a maior parte do período diário da criança. Portanto, é impossível dissociar a aprendizagem das crianças de educação infantil da afetividade. Todo processo de educação significa a construção de um sujeito que desenvolve os aspectos cognitivos, afetivos, motores que interage com o meio e com sujeitos produtores de conhecimento. Diante deste estudo comprovou-se que a escola deve oportunizar a formação global dos educandos, enfocando os aspectos afetivos e cognitivos.

A emoção e o afeto fazem parte do processo de aprender e do desenvolvimento humano. Por isto, não há aprendizagem sem emoção. O ato de aprender e ensinar envolve 59 vários aspectos, tais como a competência do educador, o educando, a reciprocidade entre eles, o ambiente educacional, a família e a sociedade. É essencial que o educador, primeiramente, conheça-se a si mesmo como ser total para, depois, ampliar e melhorar suas relações interpessoais com os educandos e poder também percebê-los como um todo.

O próprio ato de conhecer implica muito mais do que aferir dados externos à subjetividade de quem conhece. Assim, aprender é experimentar conjuntamente uma relação cognitiva e afetiva desejante, porque toda aprendizagem traz consigo uma busca de sentido do próprio ato de conhecimento para aquele que está aprendendo. É preciso que o educador proporcione um clima agradável para o processo ensino-aprendizagem, estimulando seus educandos a pensarem, criarem e se relacionarem de forma harmoniosa e tranquila, transformando o espaço da escola em algo atraente e interessante. Mas, é preciso também assumir um compromisso consigo mesmo, com os outros, com o mundo e com a vida. Mudar é difícil, mas não impossível.

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As reflexões acerca da afetividade na importante e difícil relação entre professor e aluno, feitas à luz dos principais fundamentos teóricos da Psicologia do Desenvolvimento, deixam claro que a afetividade e a inteligência se misturam, dependendo uma da outra para evoluir, visto que a dimensão afetiva é um elemento marcante para o desenvolvimento da espécie humana. Tendo os afetos, as emoções e a inteligência uma íntima ligação com o ato de aprender e ensinar pode-se considerar que toda a variada gama de manifestações dos afetos e das emoções presentes na relação professor-aluno transmitem uma vivência real do conhecimento. O afeto desempenha um papel fundamental de organizar e sustentar as ações da psiquê humana, sendo primordial nas diferentes tarefas e atividades desenvolvidas pelo ser humano.

Refletindo sobre a função do afeto no processo de ensino e aprendizagem, percebe-se que são vários os aspectos inerentes à relação professor- aluno. O educador tem um papel de extrema importância e de grande responsabilidade dentro da escola, pois sua relação com o educando se reflete no desenvolvimento cognitivo e afetivo. A aprendizagem surte mais efeito quando o educador tem um relacionamento com os alunos de modo afetivo. O educador então precisa ser uma pessoa flexível que compreenda a necessidade dos alunos, proporcionando um clima agradável para o processo ensino-aprendizagem, estimulando seus educandos a pensarem, criarem e se relacionarem de forma harmoniosa e tranquila.

Neste sentido para que o aluno se desenvolva de maneira saudável e adequada na instituição escolar, e consequentemente na sociedade, é preciso que conviva em um espaço de relações interpessoais positivas, com aceitação e apoio, dando-lhes possibilidades de alcançar um bom rendimento na aprendizagem. Isso porque a escola é o espaço onde o aluno tem um sentimento de pertencimento. Sendo assim, se não existir afeto na veiculação de conhecimentos, o aluno não se sentirá valorizado e respeitado, e tende a não acreditar nos princípios que lhes são conferidos.

Diante da análise dos dados coletados foi concluído que a falta de estrutura familiar interfere nas relações afetivas entre pai e filho e consequentemente a escola recebe um aluno com quadro de baixa autoestima; e apesar da escola tentar desenvolver atividades para manter um relacionamento amistoso e agradável com a família, esta ainda se mantém alheia a importância das relações afetivas que envolvem os alunos e a comunidade escolar em prol da aprendizagem dos mesmos, já que a luz dos autores fica claro que existe uma estreita relação entre afetividade e desenvolvimento cognitivo. Enfim, a aprendizagem pressupõe, sempre, uma relação com a outra pessoa, a que ensina. Aprender, pois, é aprender com alguém. É a partir do relacionamento entre o professor e alunos que se criam as estruturas para se aprender, independente dos recursos a serem trabalhados desde que sejam abordados com afeto tudo passará a ter um sentido muito mais significativo.

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Coll (2004) fala que o mais importante é que as crianças tenham uma boa história de apego e uma adequada rede de relações sociais em que não faltem os amigos, os pais e os professores. Assim, O equilíbrio afetivo é fundamental para que ocorra a aprendizagem significativa. A criança precisa está bem emocionalmente para aprender.

Trabalhar com a afetividade na escola é uma tarefa que requer sensibilidade, confiança e acima de tudo prazer em dedicar tempo a outros seres humanos tão dispostos a contribuir.

REFERÊNCIAS

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Figura 03 – Situação com quem reside no lar
Figura 07 – Expressão de tristeza dos pais
Figura 09 – Atitudes positivas da professora                                              Figura 10 – Atitudes negativas da professora
Figura 11 – Expressão de carinho pela professora

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