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Projeto Esporte Comunitário da UNIMED Chapecó/SC na Comunidade do Bairro EFAPI

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Academic year: 2021

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da Unimed Chapecó/SC

na Comunidade do Bairro Efapi

Luciana Nunes1

Gean Paulo Pacheco de Oliveira2 Elizangela Maria Pas3

Simone Sehnem4

Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar o Projeto Esporte Comunitário da Unimed de Chapecó, avaliando as influências do mesmo na promoção da saúde e prevenção de doenças, cultura, lazer e educação da comunidade do entorno. Tal projeto é realizado em duas escolas de educação básica municipal de Chapecó, abrangendo cem alunos com faixa etária de 9 a 12 anos. A coleta de dados ocorreu via aplicação de entrevistas semiestruturadas e questionário respectivamente. Sua estrutura teve como base o modelo de problematização apresentado por Berbel (1995), que contempla cinco etapas: 1) Observação da Realidade; 2) Pontos-chave; 3) Teorização; 4) Hipóteses da Solução e 5) Aplicação da Realidade. O embasamento teórico versa sobre a responsabilidade econômica, legal, ética e filantrópica das organizações. Foi possível identificar que tal Projeto é visto de maneira positiva pelos participantes (alunos) bem como pelas Pedagogas, contribuindo para o desenvolvimento social, especificamente relacionado à saúde. Ademais da prática esportiva, existe a disponibilização do lanche e orientação alimentar, além de motivar a família do aluno na participação de palestras e eventos na comunidade. No intuito de contribuir nas ações do Projeto, elaborou-se um plano de ação com sugestões de me-lhorias, dentre as quais cabe ressaltar a realização de uma pesquisa sobre a escolha da modalidade a ser praticada, criação de projetos de cunho cultural e divulgação das atividades desenvolvidas pelo projeto à sociedade em geral.

1 Graduada em Administração. Especialista em Produção e Logística. Aluna do curso de Mestrado Profissional

em Administração da Universidade do Oeste de Santa Catarina Unoesc. lununes@unochapeco.edu.br

2 Graduado em Administração de Empresas. Especialista em Gestão Estratégica de Negócios. Aluno do

curso de Mestrado Profissional em Administração da Unoesc. geanppoliveira@hotmail.com

3 Graduada em Tecnologia do Empreendimento. Especialista em Gestão Estratégica Empresarial e

Habi-litação para o Magistério Superior. Aluna do curso de Mestrado Profissional em Administração da Unoesc. elizangela@unimedchapeco.com.br

4 Doutora em Administração e Turismo pela Univali/SC. Mestre em Administração pela Universidade

Federal de Santa Catarina. Graduada em Agronegócios e bacharel em Administração pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). Professora da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) e da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). simonesehnem_adm@yahoo.com.br

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UNIMED’S COMMUNITY SPORTS PROJECT IN EFAPI NEIGHBORHOOD, DISTRICT OF CHAPECO Abstract

The objective is to analyze the Community Sport Project Unimed Chapecó, evaluating the influences in health promotion and disease prevention, culture, recreation and education of the surrounding community. This project is carried out in two schools in the municipal primary education Chapecó, covering 100 students aged 09-12 years. Data collection occurred through application of semi--structured interviews and questionnaire respectively. Its structure was based on the model presented by questioning Berbel (1995 ), which includes five stages: 1) Observation of Reality; 2) Key Points, 3) Theorizing, 4) Assumptions of Solution and 5) Application of Reality. The theoretical basis, the study employed the model of sustainable development proposed by Carroll (1999), which addresses the relationship of actions taken on the day – to-day design community sport, basing on economic liability, statutory, ethical and philanthropic. It was possible to identify that this project is viewed positively by the participants (students) as well as by Educationalists, contributing to, specifically health-related social development. Apart from sports practice, there is the availability of snack and food guide and motivate the family of student participation in lectures and community events. In order to, to contribute Naas Project actions, drew up an action plan with suggestions for improvements, among which we point out to conduct a research on the choice of method to be practiced; project creation and dissemination of cultural projects activities developed by the project to society in general.

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A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) não é uma obrigato-riedade das empresas, porém contempla os pilares da Sustentabilidade, que são: econômico, ambiental e social. É no social que a RSC é abordada, trazendo muitos benefícios ao entorno, ou seja, onde a Empresa está inserida. Em contrapartida, oportuniza vantagem competitiva ante os concorrentes.

O Projeto Esporte Comunitário da Unimed objetiva desenvolver a prática do mini-handebol entre crianças em situação de vulnerabilidade so-cial, oportunizando-lhes o acesso aos seus direitos pela prática do esporte, do exercício lúdico e de ações socioafetivas. O público-alvo é aproximadamente cem crianças, com faixa etária de 9 a 12 anos, sendo estudantes de escolas públicas municipais: EBM Jardim do Lago e EBM Fedelino Machado dos Santos, localizadas no Bairro Efapi – Chapecó/SC – nos Loteamentos Jardim do Lago e Tiago, respectivamente. Como requisito à permanência do aluno no Projeto, este deve manter média escolar 7,0, sob pena de ser substituído por outra criança.

Esta iniciativa é desenvolvida pelo Instituto Unimed Chapecó/ SC, o qual possui uma política direcionada para a Sustentabilidade, tendo como elemento principal ações que remetam ao desenvolvimento social e humano, além de promover o cooperativismo utilizando a sinergia e o bom relacionamento.

Assim como a Unimed, várias empresas estão buscando instituir projetos ou ações relacionados aos aspectos econômico, social e ambiental, sendo considerados os pilares para a prática do desenvolvimento sustentável. O que se percebe em alguns projetos ou ações desenvolvidos são as reais contribuições e influência positiva destas ações para os envolvidos e para o entorno no qual os projetos estão inseridos. Dessa forma, surge a necessi-dade de analisar e avaliar a satisfação das pessoas envolvidas, assim como a intervenção do Projeto Esporte Comunitário no seu entorno. Neste contexto, questiona-se qual é a influência das atividades promovidas pelo Projeto Esporte Comunitário da Unimed Chapecó/SC na comunidade de entorno.

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O objetivo principal do presente artigo é avaliar o prestígio das atividades promovidas pelo Projeto Esporte Comunitário da Unimed Cha-pecó/SC na comunidade de entorno, tendo ainda como objetivo específico analisar as influências das atividades promovidas pelo projeto, com foco no desenvolvimento das ações de promoção à saúde e prevenção de doenças, cultura, lazer e educação da comunidade do entorno.

A justificativa para a realização desta investigação está respaldada na importância do tema e na inserção de empresas privadas nas comunidades do entorno, com ações diferenciadas que vão ao encontro de problemas pontuais. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) sobre a Prova Brasil 2011, quando os alunos de 5º e 9º anos de quase todas as escolas públicas são avaliados a cada dois anos, mostram que em Chapecó apenas 15% dos alunos aprenderam o adequado na competência de resolução de problemas até o 9º ano na rede municipal de ensino. A moção no contexto organizacional vem ao encontro da visibilidade pelos clientes e para a so-ciedade em geral, quando todos são beneficiados. Por um lado a conquista de uma posição estratégica diferenciada e, por outro, a adoção de programas que contemplem os menos favorecidos.

A justificativa teórica para o presente estudo está alinhada com os dizeres de Tachizawa (2004), que afirma que a integração com a sociedade é buscada por meio de programas sociais disponibilizados para a população necessitada, além da participação em projetos relacionados à educação, cul-tura, bem-estar, estando coerente com o objetivo de um hospital, definido como uma instituição de saúde que promove a melhoria da qualidade de vida da comunidade local.

O presente artigo caracteriza-se como um estudo de caso, tendo a sua delimitação elaborada com análise qualitativa e quantitativa, no qual foram utilizados como instrumentos de coleta de dados um questionário aplicado às crianças participantes do projeto e entrevistas semiestruturadas com as pedagogas das escolas e com a assistente social do Instituto Unimed Chapecó, coordenadora do projeto.

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O artigo está estruturado da seguinte maneira: primeiramente apresenta-se a Fundamentação Teórica contemplando os assuntos sobre a responsabilidade social corporativa, a qual apresenta a sua evolução quan-to à abordagem no Brasil, como as empresas podem adotar tal estratégia e também os benefícios alcançados principalmente no que se refere aos stakeholders. Na sequência expõe-se os Procedimentos Metodológicos, para caracterizar a pesquisa quanto aos fins e objetivos, enfatizando, também, como foi realizada a tabulação dos dados e principalmente o modelo de problematização que norteia todo o estudo, ou seja, o arco de Maguerez, proposto por Berbel (1995). Posteriormente há a Apresentação e Análise dos Resultados, composta por seis etapas. A primeira etapa refere-se à ca-racterização do Projeto da Unimed e seus objetivos; na segunda aplica-se o primeiro item do modelo de Berbel (1995), a Observação da Realidade; na terceira etapa, apresenta-se os pontos-chave do estudo; a quarta refere-se à Teorização, que, por sua vez, é subdividida em dois itens: as entrevistas e os questionários. As entrevistas com as pedagogas foram analisadas em conjunto no Quadro 1, para, posteriormente, serem comparadas no Quadro 2. Já a entrevista com a assistente social do Projeto foi divulgada no Quadro 3, para que tais informações fossem comparadas com as entrevistas das pedagogas, no Quadro 4. Os questionários foram analisados por meio do Software SPSS, comparando os dados obtidos. Por fim, há as Hipóteses de Solução (quinta etapa), quando se elaborou um Plano de Ação visando a melhorar o Projeto. Tais ações remetem à Aplicação à Realidade (sexta etapa).

Fundamentação Teórica

Para que uma empresa cresça e obtenha uma posição superior no mercado é necessário elaborar ações voltadas à Responsabilidade Social. Para introdução da Responsabilidade Social em uma empresa pode-se utilizar o modelo de Carroll (1979), no qual se deve contemplar as responsabilidades no âmbito econômico, legal, ético e filantrópico. Outro fator importante na

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busca da Responsabilidade Social é o bom relacionamento com seus parcei-ros de negócios – os stakeholders – que podem influenciar de forma positiva ou negativa dependendo da forma que a organização trata os assuntos nos quais eles estão inseridos. Nesse sentido, Tenório (2006) menciona que a responsabilidade social surge como um compromisso social firmado pela or-ganização, por meio do qual sua participação deverá ser maior que a simples geração de postos de trabalho e pagamento de impostos.

Responsabilidade Social Corporativa e Empresarial

Conforme Silva (2006), a gestão corporativa é definida como uma mu-dança na estrutura da organização, relacionada a formas de monitoramento e controle de propriedade. No Brasil, tal conceito é recente. Sua aplicação deu--se mediante os investimentos estrangeiros no país, privatização de empresas estatais e participação de empresas brasileiras no mercado internacional.

A responsabilidade social corporativa sofreu algumas mudanças nos últimos 20 anos no Brasil. Irving e Oliveira (2012) explanam que tal abor-dagem teve início pela discussão sobre ética e transparência das empresas, a qual ganhou força em 1990. Nesta mesma década, começava a criação de ferramentas que visaram à avaliação das práticas de transparência e responsa-bilidade social empresarial. Os questionamentos, perguntas e os indicadores socioambientais passaram por uma evolução, originados do próprio processo evolutivo. Para exemplo disso tem-se o Balanço Social, e, inicialmente, somente nove empresas realizavam tal publicação. Na atualidade, porém, cerca de 400 grandes empresas no Brasil utilizam esta ferramenta a fim de publicar seus resultados, sendo uma forma simples e de baixo custo. Existem outros modelos de relatório de sustentabilidade, mais extensos e avançados, como o da Global Reporting Initiative (GRI) e instrumentos como a ISO 26000 (Responsabilidade Social).

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Pode-se perceber que nos últimos anos a responsabilidade social está mais presente nas empresas brasileiras. Mesmo de uma forma tímida ainda, as empresas já esboçam algumas atitudes e ações visando o desenvolvimento sustentável, tendo como foco o aspecto social. Neste contexto, Carroll (1979) explana que a Responsabilidade Social, para ser atingida, deve atender a quatro aspectos: o econômico, o legal, o ético e o filantrópico.

Conforme destaca Tenório (2006, p. 33), são vários os fatores e ele-mentos que podem motivar as empresas a atuarem de forma socialmente responsável. Geralmente estão associados às pressões externas, que impul-sionam as organizações a atuar alinhadas aos princípios da responsabilidade social corporativa. “As pressões externas se referem às legislações ambientais, aos movimentos dos consumidores, à atuação dos sindicatos em busca da elevação dos padrões trabalhistas, às exigências dos consumidores e às rei-vindicações das comunidades afetadas pelas atividades industriais.” O autor supramencionado salienta que, entre estes fatores, encontra-se, também, a globalização, que vêm exercendo uma intensa pressão para a prática da responsabilidade social. Nesse sentido, algumas organizações internacionais, como, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do programa Global Compact, desenvol-vem uma iniciativa com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a promoção de valores fundamentais nas áreas de direitos humanos, trabalho e meio ambiente. São estas ações que pressionam as organizações a se sensibilizarem perante os quesitos de ordem social.

Outrossim, Dias (2007) reitera que as empresas que adotam uma postura socialmente responsável o fazem por meio da obediência às leis e normas éticas, tratamento justo aos empregados, cuidado com o meio ambiente e contribuições para ações sociais. A prática da responsabilidade social demanda às organizações atenção às múltiplas exigências nas relações de parcerias entre clientes e fornecedores, na produção de qualidade, nas contribuições para o desenvolvimento da comunidade, no investimento em pesquisa tecnológica, na preservação do meio ambiente, na redução de

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ações predatórias, na participação dos trabalhadores nos resultados organi-zacionais, na qualificação profissional, no respeito ao cidadão, entre outros. Ao praticar uma conduta ética e socialmente responsável, a organização conquista o respeito das pessoas e das comunidades que atinge, engajando seus colaboradores e preferência dos consumidores.

O que de fato, no entanto, tem levado as empresas a optarem pela postura socialmente responsável é que estas “têm de competir num ambiente de negócios cada vez mais complexo, no qual não é mais suficiente oferecer qualidade e preço competitivo, além de obedecer às leis e pagar os impostos” (Tenório, 2006, p. 33). O autor anteriormente referendado chama a atenção para as companhias de sucesso, pois estão sendo cada vez mais pressionadas a observar quais são os impactos que suas atividades têm oferecido ao seu entor-no. Assim, a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) tornou-se um tema cuja relevância tem se propagado e se transformado em importante variável na estratégia competitiva e de avaliação de desempenho no mundo empresarial. Tachizawa (2011), por sua vez, menciona que a responsabilidade social está se transformando em um parâmetro e referencial de excelência nas organizações. O mundo corporativo socialmente responsável aborda a responsabilidade pe-rante a sociedade e o exercício da cidadania a partir de estágios, quais sejam: a) a organização não assume responsabilidades sociais perante a sociedade e não realiza ações em relação ao exercício da cidadania; b) a organização reconhece os impactos que seus produtos, processos e instalações causam e apresenta al-gumas ações isoladas para minimizar os mesmos; c) a organização está iniciando a sistematização de um processo de avaliação dos impactos de seus produtos, processos e instalações e exerce alguma liderança em questões de interesse da comunidade. As pessoas se envolvem com ações de desenvolvimento social; d) o processo de avaliação dos impactos dos produtos, processos e instalações está em fase de sistematização. A organização lidera as questões de interesse da comunidade de diferentes formas. O envolvimento das pessoas em esforços de desenvolvimento social é frequente e a organização promove o comportamento ético; e) o processo de avaliação do impacto dos produtos, processos e instalações

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está sistematizado, buscando antecipar as questões públicas. A organização lidera questões de interesse da comunidade e do setor. O estímulo à participação das pessoas em esforços de desenvolvimento social é sistemático. A organização avalia e melhora continuamente sua atuação no exercício da cidadania e no tratamento de suas responsabilidades éticas.

Com relação à responsabilidade econômica, Carroll (1979) relata que é a base da pirâmide, pois os lucros são a maior razão da existência das empresas. O ganho econômico é considerado uma responsabilidade social, pois a empresa, sendo lucrativa, poderá dispor de recursos para aplicação em projetos e ações de cunho social.

A responsabilidade legal define que a empresa deve atender as leis e legislações de órgãos municipais, estaduais e federais, ou seja, obedecer à lei, fazer o que é correto, alinhando a legalidade existe à responsabilidade ética, quando as atividades e ações das empresas são percebidas pela sociedade. As práticas empresariais não são necessariamente relacionadas à obrigatoriedade de leis. A prática antiética é percebida e condenada pela sociedade e demais stakeholders da empresa envolvida. Com relação à responsabilidade ética, Heleno (2008, p. 11) relata que: “[...] Para serem éticos os tomadores de decisão das empresas devem agir com integridade, justiça e imparcialidade, além de respeitar os direitos individuais.”

O último aspecto mencionado por Carroll (1979), e que deve ser re-alizado pelas organizações para obtenção do desenvolvimento sustentável, é a filantropia. Com relação a este aspecto, Heleno (2008, p. 11), menciona que a responsabilidade filantrópica “é puramente voluntária e orientada pelo desejo da empresa em fazer uma contribuição social não imposta pela economia, pela lei ou pela ética”.

Phillips, Freeman e Wicks (2003) argumentam que o interesse dos gestores em crescimento organizacional (citando remuneração, poder, segu-rança no emprego e status como motivadores desse interesse) é contrária não só aos interesses dos acionistas, mas também aos interesses dos stakeholders. Conforme Phillips, Freeman e Wicks (2003, p. 486): “As reivindicações de

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diferentes grupos podem entrar em conflito [...] No entanto, em um nível mais geral, cada grupo pode ser visto como tendo uma participação na con-tinuação da existência da empresa”. A teoria dos stakeholders aborda a moral e os valores como uma característica central da gestão das organizações. As atividades e os meios para atingir os objetivos da organização são criticamente examinados pelas partes interessadas.

Oliveira et al. (2012) discorrem sobre os benefícios de a empresa anali-sar e investir nos stakeholders, os quais promovem melhorias nos processos, no relacionamento com os clientes e também proporciona maior retorno finan-ceiro, disseminando a relação com o meio ambiente e as partes interessadas, fazendo com que a empresa alcance ainda a sustentabilidade financeira.

Pode-se afirmar que uma organização que realmente tenha interesse e utilize um modelo adequado para execução da Responsabilidade Social ob-terá grandes resultados econômicos, além da satisfação dos seus stakeholders.

Com relação à Responsabilidade Social empresarial, Tenório (2006) relata que as companhias fazem parte de um ambiente complexo, no qual a realização de suas atividades influencia ou causa impacto sobre diversos agentes sociais, comunidade e a sociedade.

Para que se possa realizar um estudo adequado e assertivo é necessário definir os procedimentos metodológicos que darão o suporte e sustentação ao resultado atingido nesta pesquisa. Segue na sequência, portanto, a apre-sentação dos métodos utilizados.

Procedimentos Metodológicos

O estudo caracteriza-se como um estudo de caso investigativo, o qual visa a diagnosticar a percepção do Projeto Esporte Comunitário em três per-cepções: a dos alunos, os quais são diretamente influenciados, levantando a análise das pedagogas sobre os resultados do Projeto à comunidade do entorno e, por fim, a percepção da assistente social.

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A pesquisa caracteriza-se pela investigação de problemas práticos ou teóricos por meio do processo científico (Cervo; Bervian; da Silva, 2007). Tal pesquisa foi realizada junto aos alunos participantes do Projeto, bem como com as coordenadoras pedagógicas das escolas vinculadas ao Projeto e a assistente social que coordena o mesmo.

Em relação aos objetivos de avaliar a influência das atividades pro-movidas pelo Projeto com foco no desenvolvimento das ações de promoção e prevenção à saúde, cultura, lazer e educação da comunidade do entorno, a pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, pelo fato de analisar o Projeto Esporte Comunitário da Unimed.

Quanto à abordagem, utiliza-se de dois modelos: a qualitativa e a quantitativa. Collis e Hussey (2005) relatam que a análise qualitativa tem como principal vantagem o registro das informações dos dados coletados e a imediata correlação entre perguntas e respostas. A esta abordagem foi efetuada uma entrevista semiestruturada com a assistente social e com as coordenadoras pedagógicas das Escolas EBM Jardim do Lago e EBM Fedelino Machado dos Santos, localizadas no Bairro Efapi – Chapecó/SC, totalizando três sujeitos entrevistados. Os autores também versam sobre a análise quantitativa, que visa a mensurar dados numéricos das variáveis estudadas por meio de questionário contendo seis questões, sendo aplicado a todos os alunos, num total de cem questionários. Tais instrumentos foram aplicados no período de 6/5/2013 à 23/5/2013.

O propósito da aplicação do questionário está associado a captar a per-cepção que as crianças possuem a respeito do Projeto Esporte Comunitário da Unimed. A forma de elaboração do questionário consistiu em proceder uma leitura e compreensão dos conceitos de responsabilidade social corporativa, sistematização dos principais conceitos relacionados à teoria e, a partir das abordagens teóricas descritas na seção 2, elaborar um conjunto de perguntas, alinhadas aos propósitos do presente estudo (objetivo geral e específicos).

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A tabulação dos dados foi realizada pelo sistema SPSS, por meio da técnica de análise da correlação estatística de dados. A apresentação e a análise dos dados coletados foi realizada por meio de tabela, quadro, gráfico e análises textuais. A análise de dados foi feita mediante a identificação de concordâncias e discrepâncias nas entrevistas realizadas com as pedagogas, além da análise da percepção da assistente social da Unimed.

O modelo utilizado no estudo foi o proposto por Berbel (1995), o qual tem a realidade social como ponto de partida e ponto de chegada, sendo representada por um arco.

Figura 1 – Arco de Maguerez

Fonte: Berbel (1995, p. 3).

Este método propõe primeiramente a Observação da Realidade (pro-blema), no qual os alunos são levados a observar a realidade e identificar as características. Nesta etapa, Berbel (1995) sugere que sejam levantadas todas as perguntas possíveis, de modo a registrar os fenômenos que estão presentes na parcela da realidade social a ser investigada, tendo foco principal em Edu-cação, Saúde, Direito e podendo ser relacionada a outros aspectos, como o econômico, o cultural, o ético, o administrativo, o social, etc. A segunda etapa refere-se ao levantamento dos Pontos-chave. Após a formulação do problema os alunos separam o que foi observado, destacando o que é importante do que é superficial ou contingente, com o intuito de identificar as causas e os determinantes sociais mais abrangentes do problema de estudo. Já na

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terceira etapa realiza-se a Teorização, na qual são elaboradas as respostas das perguntas anteriormente identificadas. Os alunos devem buscam responder às seguintes perguntas: por que, como, onde, as incidências e relações sobre o objeto do estudo. Posteriormente são elaboradas as Hipóteses de Solução, ou seja, todo o estudo aplicado neste método deve ter aplicabilidade à realidade. Esta etapa exige criatividade e originalidade, as quais devem ser estimuladas no sentido de apontar as alternativas de solução ao estudo. Por fim, tem-se a Aplicação à Realidade, que objetiva intervir, exercitar e manejar situações associadas à solução do problema (Berbel, 1995).

Apresentação e Discussão dos Resultados

Esta seção esclarece a forma de funcionamento do Projeto Esporte Comunitário da Unimed, assim como a identificação dos envolvidos e comunidade em que estão inseridos. Após é explanado e demonstrado o resultado da pesquisa pela transcrição de análises das entrevistas e questio-nários aplicados. Para finalizar foram identificados os pontos a melhorarem no projeto e posteriormente foi elaborado um plano de ação para contribuição no crescimento de forma positiva do projeto estudado.

Caracterização do Projeto da Unimed

A prática esportiva como instrumento de educação oportuniza o desenvolvimento de crianças e adolescentes e contribui para a formação da cidadania, além de representar um importante estímulo para ocupar a mente e garantir a qualidade de vida. Pensando dessa forma, a Unimed Chapecó criou o Esporte Comunitário. O projeto oportuniza o acesso à prática de handebol, com foco na inclusão social, e atende cem crianças de 9 a 12 anos das escolas Jardim do Lago e Fedelino Machado dos Santos.

O desenvolvimento do projeto social está embasado em diretrizes predefinidas pelo Sistema Unimed-SC:

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• mobilizar ações que possibilitem/favoreçam o desenvolvimento social local;

• atuar ativamente no processo de conhecer as oportunidades e vulnerabilidades existentes na comunidade do entorno, verifi-cando como é possível contribuir;

• desenvolver práticas de investimento social privado, atuando como agente de transformação social por meio do Instituto Unimed Chapecó;

• sensibilizar a comunidade local para os temas/assuntos relativos à sustentabilidade, fomentando uma cultura de sustentabilidade, objetivando agregar valor ao negócio por meio do reconhecimento das práticas sustentáveis adotadas pelo Sistema Unimed-SC; • fomentar parcerias com agentes influenciadores de opinião locais

para desenvolver soluções aos problemas econômicos e socioam-bientais da comunidade de entorno.

Com base no método proposto por Berbel (1995), primeiramente foi observada a realidade por meio da apresentação do Projeto Mini-Handebol, pontuando as perguntas de estudo. Em seguida foram diagnosticados os pontos-chave do estudo. A teorização é a terceira etapa, na qual são apre-sentadas as entrevistas com as pedagogas das escolas, com a assistente social do Projeto (pesquisa qualitativa) e também os resultados dos questionários (pesquisa quantitativa), utilizando-se o Programa Estatístico SPSS.

Observação da Realidade

O presente relato refere-se ao Projeto intitulado “Esporte Comu-nitário” do Instituto Unimed Santa Catarina. O levantamento de dados deu-se por meio do Projeto coordenado pela Senhora Juciele Wrublesky. O responsável legal do proponente é o senhor Jauro Soares, com base na Lei nº 11.438/06 e o Decreto nº 6.180/07. A manifestação desportiva envolve a

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participação, e a modalidade do Projeto é o handebol. A duração do Projeto é de 12 meses. O local da execução do Projeto é o ginásio do Sest/Senat. O público-alvo é cem crianças, com faixa etária de 9 a 12 anos, sendo estudan-tes das escolas públicas municipais EBM Jardim do Lago e EBM Fedelino Machado dos Santos. Estes condizem com os beneficiários diretos, porém há 400 beneficiários indiretos, totalizando 500 beneficiários. Os objetivos do Projeto são divididos em geral e específicos, a saber:

• Objetivo geral: desenvolver a prática do mini-handebol entre crianças em situação de vulnerabilidade social, oportunizando-lhes o acesso aos seus direitos com a prática do esporte, exercício lúdico e ações socioafetivas. • Objetivos específicos

a) proporcionar uma compreensão social ampliada sobre os diversos conceitos de jogo, esporte, competição e cooperação, estabelecendo uma relação com o desenvolvimento das crianças e com a construção de valores humanos;

b) promover uma compreensão de movimento na perspectiva da corpo-reidade, visando à prática esportiva e recreativa, portadora de sentidos e significados;

c) desenvolver ações de promoção e prevenção à saúde, cultura, lazer e educação e meio ambiente, contribuindo com a melhoria na qualidade de vida dos participantes;

d) proporcionar espaço de integração entre os membros da comunidade acadêmica (universidade) e comunidade em geral.

O acompanhamento do projeto é realizado por um educador físico contratado segundo a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), com carga horária de 20 horas, nas terças-feiras, nos turnos matutino e vespertino, com duração de 2 horas e 30 minutos por turno.

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O conteúdo programático se apresenta de forma descontraída e divertida, formado por brincadeiras, jogos individuais e coletivos, quando se utilizam cones, bolas, coletes de identificação, quadra esportiva, redes, além de materiais suplementares de acordo com o objetivo da aula. Como requisito para a permanência do aluno no Projeto, é necessário manter mé-dia escolar 7,0, sob pena de ser substituído por outra criança. Inicialmente apresentam-se os fundamentos da modalidade. Para desenvolvimento da coordenação motora são analisados os seguintes aspectos: consciência de movimento e do espaço. Nas habilidades motoras os alunos são treinados para saltar, correr, andar, deslizar, correr em várias direções, flexionar, esten-der, alcançar, rolar, formar figuras com o corpo, entre outras. Além destas, também são desenvolvidas e analisadas habilidades de manipulação, como lançar, pegar, golpear, controle da força, direção, altura e velocidade da bola. Para o convívio social dos alunos procura-se desenvolver responsabilidade e respeito, abrangendo competências interpessoais e sociais. As interpessoais competem à amizade, amor, familiaridade, companheirismo, relações socio-afetivas; as sociais refletem a solidariedade, espírito comunitário, cidadania, urbanidade, patriotismo, humanitarismo, compreendendo, ainda, aprender a comunicar-se, interagir, decidir em grupo, cuidar de si e do semelhante, cuidar o lugar em que se vive, valorizar o saber social e lidar com as diferenças.

Além do educador físico contratado pela Unimed, há mais dois bol-sistas da área de Educação Física da Unochapecó cedidos pela Instituição por meio de um Termo de Convênio. O projeto também dispõe de uma assistente social contratada pela Unimed, que, por sua vez, conta com o auxílio de uma estagiária do curso de Serviço Social, também cedida pela Unochapecó. Houve ainda a contratação de uma empresa de transporte para conduzir as crianças do projeto das escolas até o ginásio. Outro benefício às crianças é o lanche servido após os treinos, sendo fornecido por uma empresa alimentícia. Os uniformes, compostos por camisetas, agasalhos e bonés, contribuem para a identificação dos alunos.

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• Quais são as influências das atividades promovidas pelo Projeto no que respeita à promoção e prevenção à saúde da comunidade do entorno? • Quais são as influências das atividades promovidas pelo Projeto

relaciona-das à cultura, lazer e educação da comunidade do entorno?

Pontos-chave

Após analisar as questões ou perguntas de estudo, ponderando com o problema elaborado, avaliar a influência das atividades promovidas pelo Projeto Esporte Comunitário da Unimed Chapecó/SC na comunidade de entorno, foram formulados os seguintes pressupostos:

• os alunos, professores das escolas e comunidade em geral percebem os benefícios do Projeto;

• as ações que visam à prevenção, saúde, cultura, lazer e educação são per-cebidas pela comunidade do entorno.

Teorização

A teorização é subdividida em duas etapas. Primeiramente apresen-tam-se as entrevistas, sua análise e comparação e, posteriormente, os dados dos questionários.

Entrevistas

De acordo com as entrevistas realizadas com as pedagogas foram obtidas informações importantes para a análise adequada do problema e definição, se necessário, de ações a serem propostas na etapa seguinte desta pesquisa.

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O Quadro 1 apresenta a percepção das pedagogas das Escolas EBM Jardim do Lago e EBM Fedelino Machado entrevistadas, em relação ao Projeto Esporte Comunitário.

Quadro 1 – Percepção das Pedagogas acerca do Projeto

Questão Percepção das pedagogas acerca do Projeto Qual sua percepção enquanto pedagoga com relação ao Projeto Esporte Co-munitário?

Pedagoga Alexandra: a maioria dos pais dos alunos trabalha o dia inteiro e praticamente não tem contato com os filhos. Os mesmos demonstram satis-fação em saber que uma vez por semana seus filhos estão desenvolvendo atividades importantes ao seu desenvolvimento. Os alunos têm transporte e recebem uniforme, lanche e uma squeze. O projeto também aproxima os pais da escola, os quais participam de reuniões de aproximação e divul-gação realizadas pela Unimed. Neste momento são pontuados assuntos importantes sobre o desenvolvimento e permanência do aluno no projeto. A Unimed também informa sobre o Direito de Imagem, quando são tiradas fotos das crianças a fim de serem utilizadas pela empresa. A pedagoga comentou ainda que na escola as aulas de Educação Física do 6º ao 9º Anos são somente “Brincadeiras Cantadas”. Neste sentido, em geral o Projeto é muito bem-visto.

Pedagoga Maris: o projeto é muito importante pelo fato de não existir este tipo de incentivo na comunidade, além de que os envolvidos levam mais a sério suas responsabilidades com estudos ou enquanto família. Também ressaltou que enquanto estão envolvidos com o Projeto, não correm o risco de se envolverem com algo que prejudique sua vida.

Qual sua percepção quanto ao desenvolvi-mento dos alunos após o Projeto?

Pedagoga Alexandra: quando o aluno é desligado do programa, isto auto-maticamente reflete em seu desempenho escolar, e vários alunos ficam aguardando a festa do final do ano. Para alguns é uma das datas mais importantes do ano.

Pedagoga Maris: a maioria dos alunos que frequenta o Projeto possui um perfil de aluno responsável, assumindo com seriedade os estudos, desen-volvendo valores como, por exemplo, o respeito com os colegas e com o ambiente do qual faz parte.

Há interesse por parte das famílias que seus filhos participem do Projeto?

Pedagoga Alexandra: de maneira geral é positivo, pois, diante da inexistên-cia do Projeto, os pais teriam de deixar os filhos em outro local enquanto estão no trabalho.

Pedagoga Maris: as famílias demonstram muito interesse no Projeto, pois é levado a sério, e é cobrado responsabilidade e respeito. Também as famílias sentem-se seguras em encaminhar os filhos ao Projeto, tanto no transporte como no atendimento.

Na sua percepção, enquanto pe-dagoga, quais aspectos podem ser melhorados no Projeto?

Pedagoga Alexandra: muitos alunos saíram do projeto Esporte Comunitário para participar da Escolinha de Futebol pelo fato de ser uma modalidade mais rotineira, mais comum, praticada na comunidade. A entrevistada ain-da informou que no início do Projeto Esporte Comunitário a moain-daliain-dade era o tênis, o que motivou muito os alunos por ser algo diferente. O hande-bol, porém, não traz muitas expectativas. Os alunos gostam de participar, mas a professora acredita que o resultado seria mais positivo se houvesse outra modalidade como o futsal, por exemplo.

Pedagoga Maris: é necessário ampliar o atendimento aos pais, podendo ser utilizadas palestras ou oficinas relacionadas a assuntos pertinentes à família, e também desenvolver alguns conhecimentos relacionados à vida do aluno enquanto cotidiano familiar e escolar.

(19)

De que forma o Projeto con-tribui para o desenvol-vimento da comunidade do entorno?

Pedagoga Alexandra: o desempenho escolar do aluno está atrelado à continuidade do mesmo no projeto. Isto reflete também na família que acompanha mais de perto a participação dos filhos na escola.

Pedagoga Maris: quando há o envolvimento de crianças e adolescentes em programas e projetos, evitam-se problemas maiores, pois a maioria são filhos de trabalhadores das agroindústrias e comércio que trabalham em horários diferenciados e que não podem dar muita atenção aos mesmos. A entrevistada ainda pontuou que enquanto os alunos estão no Projeto de certa forma estão “protegidos” e desenvolvendo atividades que contri-buem para sua vida.

Quais são as ações de promoção e prevenção à saúde desen-volvidas pelo Projeto?

Pedagoga Alexandra: o lanche é a principal forma de promoção à saúde, pois são oferecidos frutas e iogurtes, os quais são importantes para a dieta da criança. Com relação à prevenção, a própria prática do esporte traz muitos benefícios, comentou a pedagoga. O atendimento da Unimed para os alu-nos que necessitam de atendimento é outra prática relacionada ao projeto. Para finalizar, a pedagoga comentou sobre a squeze que os alunos levam para o projeto e utilizam na hidratação durante as atividades realizadas.

Pedagoga Maris: são desenvolvidas ações relacionadas à alimentação sau-dável, pois no próprio lanche já é levado em conta este item. Também o cuidado com o corpo, atividades físicas e manutenção das vacinas. Quais ações são desen-volvidas no âmbito cultural pelo Projeto que favorecem o entorno?

Pedagoga Alexandra: a divulgação de fotos das crianças é a principal ação do projeto com relação à cultura.

Pedagoga Maris: o envolvimento e a valorização do esporte como algo sau-dável para a vida humana e não apenas como competição, além de ampliar o relacionamento entre os próprios participantes do Projeto abrangendo as famílias, contribuindo na construção de valores para uma sociedade com qualidade de vida. Abertura para demais sugestões de melhorias e demais considera-ções acerca do Projeto.

Pedagoga Alexandra: na escola muitos alunos tocam violão, e a Unimed poderia promover um recital a fim de motivar os alunos. Também houve a sugestão de divulgação das ações realizadas pela Unimed, a fim de incentivar e motivar as demais empresas a realizarem tais ações, a exemplo da Prefeitura e outras empresas. A entrevistada ainda levantou uma sugestão vinda da comunidade, na qual as famílias solicitam balé e aulas de informática para os filhos. Outra reivindicação dos alunos é a realização da banda escolar, que foi promovida pela comunidade do bairro. Muitos alunos possuem o interesse em participar. Por fim, houve a sugestão em dar continuidade de outros projetos aos alunos que completam 12 anos, os quais são desligados automaticamente.

Pedagoga Maris: poderia ser ampliado o número de participantes no Projeto, pois há vários alunos na lista de espera na escola. A segunda sugestão é que outras empresas, entidades e o Poder Público desenvolvessem projetos desta natureza para evitar a construção de mais presídios no futuro.

(20)

Quadro 2 – Comparação e discrepâncias das entrevistas

Contribuição Pedagogas – O Projeto oportuniza um

local às crianças enquanto os pais trabalham.

Ambas entrevistadas concordam que o Projeto é um aliado dos pais que trabalham o dia inteiro, seja em agroindústrias ou no comércio, evitando o risco de as crianças ficarem na rua. – Desempenho escolar

afetado de maneira positiva pelo Projeto.

O pré-requisito de permanência do aluno no Projeto prevê o desempenho escolar igual ou superior a 7,0. Isto é visto como algo positivo pelas pedagogas.

– Aproxima os pais da es-cola.

Também foi descrito como um fator positivo, quando há o en-volvimento de todos: alunos, família e sociedade.

– O lanche é algo positivo no que respeita à promoção à saúde.

O lanche oferecido no Projeto é importante à dieta dos alunos, pois é algo saudável e há o acompanhamento de uma nutricio-nista.

– Cuidados com a saúde. Neste item a pedagoga Alexandra afirmou que a Unimed oferece o atendimento médico sem custos às crianças que necessitarem. Já Maris destacou o controle das vacinas como algo importante. Ações desenvolvidas no

âmbito cultural

Foram relatadas pelas pedagogas apenas pequenas ações com relação à cultura dentro do projeto.

Aspectos a serem

melhora-dos no Projeto Alexandra pontuou a troca de modalidade como fator importante para a continuidade do Projeto, e a pedagoga Maris definiu como importante o incentivo aos pais na participação de oficinas e palestras.

O aumento na participação de alunos e abrangência do projeto

Com relação a este item, as duas pedagogas concordaram em disponibilizar mais vagas para os alunos participarem do Projeto ou criar outras modalidades, como a banda, para atingir mais alunos das escolas.

Fonte: Elaborado pelos autores.

A terceira e última entrevista foi realizada com a assistente social Juciele da Unimed, responsável pelo projeto esporte comunitário.

Quadro 3 – Dados da entrevista com a assistente social do Projeto

Questão Percepção da assistente social Quais instrumentos do

assistente social podem melhorar a eficácia e o bom resultado do Projeto?

A entrevistada respondeu que é realizado o acompanhamento mediante a análise da ficha de frequência no Projeto. É solicitado às escolas a ficha de presença nas aulas, conferência do boletim,

feedback dos professores, alunos e pais, e quanto à melhora do comportamento pessoal de cada aluno.

Porque a Unimed resol-veu investir em esporte comunitário?

A assistente social respondeu que, primeiramente, porque está ligado ao negócio da saúde, ou seja, visa a qualidade de vida e está atendendo a um dos valores da organização que é o interesse pela comunidade. O objetivo é proporcionar acesso ao esporte às comunidades em situação de vulnerabilidade social.

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Qual o critério de seleção

do bairro e das escolas? Juciele informou que o objetivo era disponibilizar um projeto social a comunidades ainda não atendidas por ações públicas, localizadas em regiões distantes do centro, e com poucas opções poliesportivas. São instituições de ensino com grande número de alunos que não dispõem de ginásio de esportes, o que dificulta a prática da modalidade esportiva.

Porque a faixa etária é de

9 a 12 anos? Em resposta, Juciele afirmou que essa é uma regra estabelecida pela Federação Unimed, que prevê atender crianças de 7 a 12 anos. Considerando o desenvolvimento de todas as crianças atendidas pelo projeto, a Unimed de Chapecó definiu por delimitar a faixa etária entre 9 a 12 anos, por entender que o rendimento seria mais eficaz.

Quais os retornos

percebi-dos com o Projeto? A assistente social respondeu que os retornos foram a percepção da comunidade em ter um projeto sério desenvolvido por uma empresa comprometida com a sociedade em que está inserida. A visibilidade da marca Unimed, para a empresa, é de grande valor. Para os parceiros envolvidos com o projeto demonstra credibili-dade. Hoje as instituições buscam firmar parcerias por entender a importância de sua inserção em uma comunidade específica. De que forma o Projeto

contribui para o desenvol-vimento da comunidade do entorno?

Diante disso, a entrevistada respondeu que a criança, fazendo parte de um grupo social, demonstra a importância do papel de cada um no desenvolvimento da comunidade. O comprome-timento, o trabalho em equipe, são desenvolvidos na criança. As atitudes positivas, que são levadas para a vida pessoal, são disseminadas entre família, amigos, conhecidos. O acompa-nhamento da família, exigindo envolvimento no processo de desenvolvimento do Projeto, são formas que se buscam para desenvolver a comunidade de entorno. Além de as crianças participarem das atividades esportivas, os pais são convidados a participar das palestras, oficinas sobre preservação de saúde, planejamento familiar, entre outros, além de encaminhamento social quando identificada alguma demanda específica. Quais são as ações de

promoção e prevenção à saúde desenvolvidas pelo Projeto?

Diante deste questionamento, a assistente social respondeu que é realizado o acompanhamento das vacinas. O lanche ofer-tado aos participantes do Projeto é definido por nutricionista, contemplando a importância da alimentação saudável para a prevenção de doenças. Quando é identificada alguma situação específica são feitos os encaminhamentos necessários. Por exemplo, quando um aluno está acima do peso e é identificado o mesmo problema em demais membros do grupo familiar, os mesmos são encaminhados para acompanhamento e partici-pação do Programa “Peso Saudável”, desenvolvido pelo setor de Medicina Preventiva – Univida – do Hospital Unimed. Há ainda o envolvimento da família em palestras sobre alimentação saudável e controle de natalidade.

(22)

Quais as ações desenvol-vidas no âmbito cultural pelo Projeto que favore-cem o entorno?

A entrevistada respondeu que são desenvolvidas ações que promovem a integração dos participantes, e durante o ano são realizadas festas em datas importantes, como a Páscoa. Esses eventos são muito esperados pelos participantes do Projeto, pois, além do lazer, são ofertados lanches diferenciados e um presente. Contemplando a Educação, as crianças participam de visita ao Corpo de Bombeiros, onde recebem informações sobre a importância desse serviço e sobre o “Trote telefônico”, que interfere diretamente no trabalho desenvolvido pela cor-poração. As lições de cidadania tiradas dessa visita são levadas para a vida, pois se visualiza a importância desse serviço, e até mesmo desperta a curiosidade sobre a profissão de bombeiro e o compromisso com a sociedade.

Fonte: Elaborado pelos autores.

As informações coletadas nas entrevistas com as pedagogas foram comparadas com as da assistente social a fim de confirmar se há diferenças ou discrepâncias de informações.

Quadro 4 – Análise e comparação de informações

Perguntas Respostas Porque a Unimed resolveu

investir em esporte comu-nitário?

Em resposta, Juciele afirmou que o objetivo de se investir neste Projeto “é proporcionar acesso ao esporte às comunidades em situação de vulnerabilidade social”. Tal informação também foi destacada pelas pedagogas, pois os alunos têm uma ocupação das horas em que os pais estão trabalhando, não correndo o risco de ficarem na rua.

Porque a faixa etária é de 9

a 12 anos? Apesar de a assistente social ter explicado a delimitação da idade dos alunos para o projeto, as pedagogas salientaram a importância da abrangência e continuidade do projeto após os 12 anos.

De que forma o Projeto contribui para o desenvol-vimento da comunidade do entorno?

A assistente social afirmou que, além dos alunos serem bene-ficiados pelo Projeto, os pais também participam das palestras e oficinas oferecidas pelo Projeto. As pedagogas relataram que o benefício é que os alunos continuam participando de atividades e não ficam na rua, além de que a família participa do desenvolvimento do aluno na escola.

Quais são as ações de pro-moção e prevenção à saúde desenvolvidas pelo Projeto?

Tal questionamento também apresenta as mesmas informações no que respeita à alimentação saudável oferecida no lanche do Projeto e o controle das vacinas. Quando é identificada alguma situação específica, são feitos os encaminhamentos necessá-rios. Por exemplo, quando um aluno está acima do peso e é identificado o mesmo problema em demais membros do grupo familiar, os mesmos são encaminhados para acompanhamento e participação do Programa “Peso Saudável”, desenvolvido pelo setor de Medicina Preventiva – Univida – do Hospital Unimed.

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Quais as ações desenvolvi-das no âmbito cultural pelo Projeto que favorecem o Entorno?

A integração dos participantes foi uma informação levantada por todas as entrevistadas.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Quanto à comparação das respostas das pedagogas e da assistente da Unimed, percebe-se que existe um consenso com relação a um dos benefí-cios principais, em que o aluno, no momento em que está participando do projeto, não está na rua exposto aos problemas existentes, como drogas e marginalidade. Outro benefício grandemente ressaltado pelas entrevistadas é a participação da família nas palestras e oficinas oferecidas pelo projeto.

Questionários

O Projeto Esporte Comunitário, por meio do mini-handebol, possui um total de cem alunos neste ano, sendo 50 da Escola Fedelino Machado e 50 da Escola Jardim do Lago. Para a seleção da amostra utilizou-se o senso, ou seja, todos os alunos receberam o questionário contendo seis questões (Apên-dice A). Retornaram, no entanto, somente 74 questionários respondidos.

Da Escola EBM Fedelino Machado foram 45 respondentes. No EBM Jardim do Lago, 29 respondentes. Com relação ao gênero, foram 35 meninos, correspondendo a 47% e 39 meninas, correspondendo a 53%.

A faixa etária varia de 9 a 14 anos, representada pelo Quadro 5. Quadro 5 – Idade dos sujeitos questionados

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent

Valid 8,00 2 2,7 2,7 2,7 9,00 16 21,6 21,6 24,3 10,00 22 29,7 29,7 54,1 11,00 12 16,2 16,2 70,3 12,00 15 20,3 20,3 90,5 13,00 6 8,1 8,1 98,6 14,00 1 1,4 1,4 100,0 Total 74 100,0 100,0

(24)

Percebe-se que a maioria dos alunos tem 10 e 9 anos de idade, tota-lizando 22 e 16 alunos respectivamente, correspondendo a 29,7% e 21,6%. Já com a faixa etária de 14 anos há somente 1 aluno.

Quando questionados se “Com o projeto Esporte Comunitário, suas notas na escola melhoraram?”, todos responderam que sim. Tal resposta confirma o compromisso que os participantes do projeto devem ter com o desempenho escolar, sendo requisito para a sua permanência.

Com relação aos motivos de os alunos participarem do Projeto, as respostas foram categorizadas por gênero, representadas no Quadro a seguir:

Quadro 6 – Gênero e motivo pelo qual os questionados participam do Projeto

Por que você participa do Projeto? Total

Para praticar esportes Para fazer amigos Para não ficar em casa

Qual é seu gênero? Menina 35 4 0 39

Menino 32 2 1 35

Total 67 6 1 74

Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2013.

Quadro 7 – Motivo de participar do Projeto Esporte Comunitário

Gênero Para praticar

esportes

Para fazer amigos

Para não ficar em casa

Total

Menina 35 52,20% 4 66,67% 0 0% 39 52,70%

Menino 32 47,80% 2 33,33% 1 100% 35 47,30%

Total 67 100% 6 100% 1 100% 74 100%

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O item mais representativo foi pela “Prática de Esporte”, com 35 meni-nas e 32 meninos. Em seguida ficou a opção “Fazer amigos”, com 4 menimeni-nas e 2 meninos. “Para Não Ficar em Casa” ficou com somente 1 respondente, sendo ele menino. Vale ressaltar que a alternativa “Para fazer o Lanche” não obteve nenhum respondente; por este motivo não foi computado pelo software.

Para finalizar, a última questão do instrumento (questão 6) perguntava se os alunos “gostavam do Projeto?”, se sim, ou não. Percebe-se que todos os alunos afirmaram gostar de participar do Projeto. Havia ainda 3 opções abertas a fim de os mesmos pontuarem o porquê gostam, ou o porquê não gostam. Todos os alunos colocaram as respostas da questão anterior (questão 5), ora para “Praticar Esportes”, para “Para fazer Amigos”, ou “Para não ficar em casa”.

Convém ressaltar que o objetivo desta questão era identificar se haviam outros motivos intrínsecos aos alunos de participarem do Projeto. O resultado foi que não há nenhum outro motivo que não fora citado an-teriormente. Diante disso, tal questão não foi considerada pelo motivo das respostas serem redundantes a questão anterior.

Com base na análise realizada mediante os dados coletados nas entrevistas e questionário foram identificados alguns pontos a melhorar no projeto esportivo comunitário.

Quadro 8 – Pontos a melhorar identificados na análise

Pontos a melhorar Origem da Informação

A modalidade esportiva praticada é pouco atrativa no

Projeto Esporte Comunitário. Entrevista: pedagoga Alexandra

Falta de ações relacionadas ao aspecto cultural, diante das habilidades dos alunos em relação à música, dança e outras modalidades.

Entrevista: pedagoga Alexandra

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Restrição da faixa etária de 9 a 12 anos no Projeto Esporte

Comunitário Entrevista: pedagoga Alexandra

Falta de palestras e oficinas para envolver as famílias dos

alunos do Projeto. Entrevista: pedagoga Maris Terezinha

Restrição do número de alunos participantes do Projeto

Esporte Comunitário. Entrevista: pedagoga Maris Terezinha

Pouca divulgação do Projeto e seus benefícios à comuni-dade do entorno, motivando, assim, as demais empresas e principalmente os órgãos públicos a praticarem tais ações.

Entrevista: pedagoga Alexandra

Fonte: Elaborado pelos autores.

Cabe ressaltar que durante as entrevistas as pedagogas demonstraram grande satisfação com o Projeto Esporte Comunitário. A referida análise repete-se ao comparar os dados coletados dos alunos. Assim, as contribui-ções levantadas neste estudo servem apenas como propostas de melhoria e aprimoramento do trabalho que vem sendo muito bem realizado pela Unimed de Chapecó.

Discussão dos Resultados

Por meio da aplicação dos instrumentos, entrevista e questionário, percebe-se que ambos proporcionaram uma compreensão social ampliada sobre os conceitos de jogo, esporte, competição e cooperação. O exemplo disto apresenta-se no quadro 7, o qual demonstra que o principal motivo de os alunos participarem do projeto é pela “Prática do Esporte”, e em seguida pela opção de “Fazer Amigos”. Já nas entrevistas com as pedagogas, destaca-se a consideração de Alexandra, a qual afirmou que nas aulas de Educação Física são realizadas apenas “Brincadeiras Cantadas”. Assim, o projeto promove o desenvolvimento físico e social das crianças contribuindo para a construção

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de valores, pois, conforme afirmou a pedagoga Maris, os alunos que partici-pam do projeto acabam se ocupando e deixando de ficar nas ruas enquanto os pais trabalham.

Ainda, pelas entrevistas, constatse que os alunos reivindicam ou-tras modalidades desportivas, além de solicitarem novas formas de cultura e lazer, como a criação de bandas nas escolas. O projeto também contribui ao desenvolvimento dos sentidos e significados pelo fato de haver um pré-requisito de permanência, qual seja, a nota superior ou igual a 7,0. Tal requisito é apontado pelas pedagogas como motivacional para a dedicação nos estudos. Outro fator contemplado pelo Projeto refere-se à promoção da saúde, descrita em consenso pelas pedagogas nas entrevistas, as quais destacaram o lanche saudável e nutritivo elaborado por uma nutricionista e ainda o encaminhamento a tratamento médico para as crianças carentes que necessitarem.

Em paralelo a todos os benefícios citados, há a relação com a uni-versidade, que contrata estagiários a fim de contribuir com o Projeto. Em contrapartida, os acadêmicos podem agregar teoria e prática por meio do Contrato de Estágio.

Hipóteses de Solução

Com base nos pontos a melhorar identificados na etapa anterior, foi elaborado um plano de ação proposto com ações executáveis, objetivando a melhoria do projeto esportivo comunitário da Unimed de Chapecó.

Cabe ressaltar que o plano de ação é apenas uma proposta baseada nas informações coletadas nas entrevistas e questionários realizados e tem o objetivo de engrandecer um projeto já instituído e que está gerando bons resultados relacionado à sustentabilidade.

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Quadro 9 – Plano de ação para a realização de melhorias no Projeto

O que será

feito Porque será feito Onde será feito Quando será feito Por quem será feito Como será feito Quanto custará fazer Alterar a moda-lidade esportiva praticada no projeto Para melhorar a satisfação dos alunos Nas depen-dências do Projeto esportivo comuni-tário 1º/3/14 Responsá-vel pelos projetos sociais da Unimed – Realizando uma pesquisa para identificar a modalidade mais aceita pelos alunos do projeto – Alterando a modalidade do projeto conforme pesquisa realizada Sem custo Criar um projeto em âmbito cultural Para atender o âmbito cultural do desenvol-vi-mento sustentá-vel Na comu-nidade onde o projeto está inse-rido 01/07/13 Responsá-vel pelos projetos sociais da Unimed – Identificando local para exe-cução do projeto relacionado à cultura – Contratando professores de violão e balé para coordenarem as aulas

– Introduzindo aulas de violão e balé para os alunos das escolas do projeto Sem custo: parceria com Uno-chapecó (estagiário curso Educação Física) e voluntá-rios do Hospital Unimed Chapecó Oferecer palestras e oficinas sobre as-suntos per-tinentes à família Para integrar alunos, familiares e Unimed Na comu-nidade onde o projeto está inse-rido

Mensal--mente Responsá-vel pelos projetos sociais da Unimed

– Definindo cro-nograma mensal fixo com assuntos preestabelecidos – Divulgando o cronograma ante-cipadamente para a comunidade-alvo das palestras e oficinas Sem cus-to: volun-tários do hospital Unimed Chapecó Criar uma etapa do Projeto com faixa etária en-tre 12 e 14 anos Para dar sequência ao desen- volvi-men-to social da criança Na comu-nidade onde o projeto está inse-rido

Semanal--mente Responsá-vel pelos projetos sociais da Unimed – Elaborando atividades nos mesmos moldes deste projeto para as crianças acima de 12 anos – Definindo uma idade limite para participação no projeto

R$ 12.000,00 ano

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Disse-minar as ações reali-zadas pelo Projeto Para que mais pessoas, empresas e órgãos públicos conheçam o Projeto e se mo-tivem em também realizar tais ações Na comu-nidade, na TV, Rádio Comuni-tária do Bairro (Rádio Efapi – FM 107.9) – Unin- formati-vo; site Unimed Chapecó

Mensal-mente Responsá-vel pelos projetos sociais da Unimed – Divulgando o número de bene-ficiados diretos e indiretos com o Projeto e a impor-tância do mesmo para a formação das crianças – Realizar competições para divulgar o projeto na comunidade R$ 2.000,00 ano

Fonte: Elaborado pelos autores.

Com a aplicação das ações o Projeto poderá obter um crescimento positivo, pois com a alteração da modalidade esportiva para o futebol, por exemplo, fará com que as crianças se tornem mais motivadas na participação dentro do Projeto comunitário. Os benefícios após a execução das ações tam-bém atingirá a comunidade do entorno, pois com o cronograma permanente de palestras e oficinas com assuntos de interesse familiar, estes poderão tirar dúvidas e se desenvolver de acordo com os assuntos abordados nos encontros coordenados pelo Projeto da Unimed de Chapecó.

Cabe ressaltar a importância da disseminação das ações realizadas pelo Projeto estudado junto a outros parceiros, a fim de buscar recursos para a consolidação e expansão do mesmo na comunidade.

Aplicação à Realidade

O plano de ação proposto vem somar ao Projeto Esporte Comunitá-rio, pois o feedback mostra alternativas viáveis à manutenção da atividade, como preconiza os objetivos e premissas da Política de Sustentabilidade da Unimed-SC: adequar uma releitura constante do “jeito de fazer” negócio, favorecendo a criação, adaptação, padronização dos processos para atender às expectativas interna e externa, objetivando o engajamento dos stakeholders.

(30)

Segundo Menezes (2008), a apresentação de alternativas de soluções para resolver algumas distorções entre a execução e o planejamento de um Projeto é garantia de qualidade nas intervenções; também reforça a simplici-dade na coleta de informações e a escolha de pontos de foco dentro do Projeto. Depois de realizado o levantamento de informações, estas serão re-passadas ao coordenador do Projeto para apuração de tais exemplos, sendo de sua responsabilidade identificar as ações relevantes para a continuidade de um projeto já complacente para a comunidade onde está inserido. Outro ponto a ser destacado é o aprendizado, que deve ser uma constante quando se fala em engajamento social.

Mediante a realização das ações propostas, os envolvidos obterão ganhos no que diz respeito ao aumento no número de participantes no Pro-jeto, além de que, com a criação de atividades no âmbito cultural, as crianças estariam se desenvolvendo em relação a assuntos ligados à música, teatro e outros. Com a definição de um cronograma permanente de atividades voltadas à família dos alunos, cada vez mais as ações do Projeto serão esten-didas a toda a comunidade do entorno, criando, sem dúvidas, um vínculo maior entre aluno, família e projeto. Com base nas atividades realizadas atualmente e agregadas às ações propostas neste estudo, o projeto promove saúde, cultura, lazer e educação na comunidade do entorno pela prática do esporte e a identificação de alunos com problemas de saúde e posterior en-caminhamento para tratamento. Cabe ressaltar os lanches disponibilizados no Projeto com aval de nutricionistas. Com as melhorias propostas, o Projeto estará abrangendo o conhecimento dos alunos na música, teatro e outras áreas culturais. A família terá oportunidade de agregar conhecimentos com a participação nos eventos a serem realizados periodicamente pelo Projeto Comunitário da Unimed.

Conclusão

A mudança no modelo de gestão pelas empresas remete à Respon-sabilidade Social Empresarial (RSC), o que demonstra ações para o de-senvolvimento sustentável que contemplam os setores econômicos, legal,

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ético e filantrópico. Com isso, o envolvimento dos stakeholders como agentes examinadores dessas ações faz a gestão das organizações prezar pela moral e valores.

Assim, analisou-se o Projeto Esporte Comunitário desenvolvido pela Unimed Chapecó. Os resultados da pesquisa demonstram um viés entre os objetivos da empresa executora atendendo ao objetivo principal do Projeto, que consistiu em desenvolver a prática do mini-handebol entre crianças em situação de vulnerabilidade social, oportunizando-lhes o acesso aos seus di-reitos por intermédio do esporte, do exercício lúdico e de ações socioafetivas. Também atende às expectativas da comunidade onde o Projeto está inserido, por oportunizar a inserção social de sujeitos beneficiados. Entende-se que há oportunidade de fazer melhorias no âmbito do Projeto.

Dentre as principais constatações sobre o Projeto Esporte Comuni-tário da Unimed de Chapecó, cita-se as influências do mesmo para com as crianças e a comunidade do entorno com a promoção de:

– Saúde: por meio do lanche e da assistência médica;

– Cultura: pela integração dos alunos, o relacionamento e pela confraterni-zação promovida;

– Lazer: espaço próprio e destinado à prática do esporte, com o acompanha-mento de profissionais;

– Educação: dedicação às aulas e cuidado com o desempenho escolar. Estas constatações permitem inferir que o Projeto Esporte Comu-nitário da Unimed está focado em bem-estar, promover o comportamento ético e estimular o exercício da cidadania, aspectos que se coadunam com os dizeres de Tachizawa (2011), que salienta que o exercício da responsa-bilidade social está se transformando em um parâmetro e um referencial de excelência para todo o Brasil corporativo. Está associado também no repasse de valores, condutas e princípios para esses jovens, que lhes deem uma condição de vida em sociedade de forma humanitária e digna, e, ainda,

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nos dizeres de Tenório (2006), no que respeita à organização Unimed trazer uma contribuição maior à sociedade do que a simples geração de impostos e vagas de trabalho. Evidencia, sobretudo, a responsabilidade discricionária da organização, por meio de uma simples ação viabilizada via Projeto Esporte Comunitário, que consiste em um papel voluntário que a empresa assume, quando a sociedade não provê uma expectativa clara e precisa como nos outros componentes. São guiadas pelos desejos dos gestores da Unimed em se engajarem em ações sociais não legalmente obrigatórias e que não são expectativas no senso ético, mas estão se tornando cada vez mais estra-tégicas. Por sua vez, contribuem para a Unimed conquistar legitimidade na comunidade e respeito dos stakeholders com os quais interage.

Na visão teórica descrita no início deste artigo, constatou-se que os stakeholders são a principal ferramenta de disseminar a RSC. Na prática, isso se confirmou, pois se percebeu total satisfação pelo Projeto por parte dos bene-ficiários diretos e indiretos.

O plano de ação proposto pelos autores é plenamente executável, sendo sugeridas algumas ações que, em resumo, são:

• realização de pesquisas junto aos alunos sobre a modalidade esportiva, motivando ainda mais os alunos a praticarem uma atividade de interesse comum;

• a criação de projetos de cunho cultural, objetivando a troca de ex-periências, pois muitos alunos tocam algum tipo de instrumento musical, visando à integração alunos, familiares e a Unimed, por meio de palestras, oficinas e outras formas de abordar assuntos pertinentes à realidade familiar;

• a criação de projetos que atendam à faixa etária de 12 a 14 anos, para dar sequência ao desenvolvimento social da criança; • por fim, sugere-se a divulgação das ações do Projeto para a

socie-dade em geral, com o intuito de motivar mais empresas e órgãos públicos a investirem em Projetos Sociais assim como a Unimed.

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Dentre as limitações do estudo, pode-se citar a não realização de entrevistas com familiares dos alunos e com estagiários, sendo estes os beneficiários indiretos do Projeto. Tal fator também serve de proposta a novos estudos sobre os benefícios do Projeto Esporte Comunitário, sendo proposta, ainda, a realização de novas pesquisas abrangendo outras empresas que praticam a Responsabilidade Social Corporativa.

Como principais recomendações a futuros estudos, sugere-se a abran-gência deste tipo de pesquisa em comunidades afetadas por empresas que praticam a Sustentabilidade, identificando se o que é proposto realmente está sendo aplicado e executado, atingindo, de forma positiva, os seus stakeholders.

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TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa: estra-tégias de negócios focadas na realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2004.

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TENÓRIO, Fernando Guilherme. Responsabilidade social empresarial: teoria e prática. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

Recebido em: 26/7/2013 Aceito em: 24/1/2014

(35)

APÊNDICE A:

Instrumento de coleta de dados

1) Qual escola você estuda?

( ) EBM Jardim do Lago ( ) EBM Fedelino Machado dos Santos

2) Você é? ( ) Menino. ( ) Menina

3) Qual sua idade? ______ anos

4) Com o projeto Esporte Comunitário suas notas na escola melhoraram? ( ) Sim ( ) Não

5) Porque você participa do Projeto?

( ) Para praticar esporte ( ) Para fazer amigos ( ) Para fazer o lanche ( ) Para não ficar em casa

Outros: _______________________________________________________.

6) Você gosta do Projeto? ( ) Sim ( ) Não Por quê?

1) _____________________________; 2) _____________________________; 3) _____________________________.

Imagem

Figura 1 – Arco de Maguerez

Referências

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