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O CRIME DE ESTUPRO: UM MAPEAMENTO DA REALIDADE NA CIDADE DE PETROLINA/PE DE JANEIRO/2010 A DEZEMBRO/2015

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Nº 1, volume 11, artigo nº 10, Janeiro/Março 2016 D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/v11n1a10

ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 160 de 179

O CRIME DE ESTUPRO: UM MAPEAMENTO DA

REALIDADE NA CIDADE DE PETROLINA/PE DE

JANEIRO/2010 A DEZEMBRO/2015

THE CRIME OF RAPE: A REALITY MAPPING IN THE CITY

OF PETROLINA/PE JANUARY/2010 TO DECEMBER/2015

Julia Tenorio Figueiredo1, Edson Jorge Pacheco2, Reginaldo Inojosa Carneiro Campello3, Antônio Azoubel Antunes4, João Esberard de Vasconcelos Beltrão

Neto5 1

Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina / Graduanda em Direito, Petrolina, Pernanbuco, Brasil,

julia.tfigueiredo@hotmail.com 2

Universidade Federal de Pernambuco / Programa de Pós-Graduação em Perícias Forenses, Recife , Pernambuco, Brasil,

edsonjpacheco@hotmail.com 3

Universidade Federal de Pernambuco / Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Recife , Pernambuco, Brasil,

rinojosacc@hotmail.com

4

Universidade Federal de Pernambuco / Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Recife , Pernambuco, Brasil,

cirurgia@antonioaantunes.com.br

5

Universidade Federal do Rio de Janeiro / Doutor em Medicina, Rio de Janeiro, Brasil,

jebtrao@yahoo.com.br

Resumo - Esse trabalho examinou a incidência do delito de estupro no município de Petrolina/PE de janeiro/2010 a dezembro/2015, verificando as características da sua ocorrência para informar às autoridades responsáveis e à

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 161 de 179 sociedade em geral. Foi realizado um levantamento mediante a coleta de dados junto a Gerência de Analise Criminal e Estatística da Secretária de Defesa Social do Estado de Pernambuco, bem como às Delegacias de Polícia Civil da cidade: 213ª Circunscrição, 214ª Circunscrição e 3ª Delegacia de Polícia de Prevenção e Repressão de Crimes Contra Mulher. As estatísticas foram demonstradas por meio de gráficos e tabelas, bem como elucidadas através de textos explicativos. Constatou-se que houve grande oscilação nos números de Boletins de Ocorrência registrados no período analisado, tal como o quantitativo de vítimas mês a mês. Verificou-se ainda que a maior parte das vítimas são crianças e jovens, caracterizando-se assim, grande número de estupros de vulneráveis e ocorrências qualificadas, como ser a vítima maior de quatorze e menor de dezoito anos, por exemplo. Comprovou-se que os estupros consumados superam os tentados no referido período. Foi possível, também, verificar as respectivas zonas de ocorrência, podendo ser confirmado através dos dados analisados que houve maior incidência nas zonas onde estão localizadas as comunidades mais carentes. Conclusão: É substancial o conhecimento desses fatos por parte da comunidade petrolinense, mas, principalmente, das autoridades públicas que devem atuar de maneira mais otimizada e localizada na contenção desse tipo de delito, levando-se em consideração que o estupro também é um caso de saúde pública.

Palavras-chave: Estupro, vítimas, saúde pública.

Abstract - This work examined the incidence of rape crime in the city of Petrolina/PE from January/2010 to December/2015, checking the characteristics of their occurrence to inform the authorities and society in general. A survey was conducted by collecting data along the Manages to Analyze Crime and Statistics Secretary of Social Pernambuco State Defense as well as the city's Civil Police Police: 213th circumscription 214th circumscription and 3rd Precinct police Prevention and Punishment of Crimes Against Women. Statistics were shown through charts and tables, as well as elucidated by explanatory texts. It was found that there was wide variation in police reports numbers registered in the analyzed period, as the quantity of victims every month. It was found that most of the victims are children and youth, characterizing so many rapes vulnerable and qualified events, such as being the biggest victim of fourteen and under eighteen years, for example. It was shown that the rapes in finished form outnumber tempted in that period. It was also possible to verify their occurrence zones and can be confirmed by the data analyzed that there was a higher incidence in areas where the poorest communities are located. Conclusion: It is substantial knowledge of these facts by the petrolinense community, but mainly the public authorities must act in a more streamlined manner and located in the containment of this type of crime, taking into account that rape is also a case public health.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 162 de 179

1 Introdução

Ao longo do tempo, a incidência criminal sempre foi causa de sofrimento à humanidade, onde o Estado é visto como o responsável pela contenção e repressão desse fato social extremamente indesejável. Dentre os crimes mais horrendos vistos na sociedade encontramos o estupro, crime capaz de provocar repugnância à grande maioria das pessoas, não só pela sua agressividade, mas também pela sua capacidade violadora da intimidade humana.

O vocábulo estupro procede do termo latino “stuprum” que no direito romano antigo designava todo comportamento sexual anômalo (MOLINA, 2008). Isto posto, observa-se que há uma anormalidade na conduta em analise, pois sua própria etimologia acarreta consigo um despudor, dando ensejo a ideia de violação.

Nas palavras de LIMA, o estupro é um crime que subsiste na sociedade desde os primórdios. Anteriormente tratado pelo direito como crime contra o patrimônio, levando-se em consideração que só a mulher poderia ser vítima, quando esta era tratada como propriedade do homem, hoje se configura como crime contra a dignidade sexual, mais precisamente contra a liberdade sexual. Tal delito sofreu grandes modificações no decorrer da história, tomando formas diferentes, se adaptando a nova conjuntura do corpo social, levando-se em consideração os princípios basilares da sociedade democrática de direito (LIMA; LIMA 2013).

A visão do legislador também não é mais a mesma. Com o advento da Lei Federal 12.015 de 7 de agosto de 2009, o estupro passou a abranger uma série de condutas, antes não abarcadas, bem como, ambos os gêneros. Além disso, outras figuras foram introduzidas pelo legislador, como a regulamentação dos crimes contra as pessoas consideradas “vulneráveis”.

Diante da relevância do assunto, realizou-se uma abordagem estatística de sua ocorrência no Brasil, como uma demonstração sintética da sua incidência no panorama nacional, fazendo um paralelo com a realidade local em Petrolina/PE.

De acordo com o 9º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o último realizado, o número oficial de estupros no Brasil caiu, mas o país ainda tem 1 caso a cada 11 minutos. Foram 47.646 estupros em 2014, quase 7% a menos que em 2013, que registrou 51.090 casos. Os números incluem também os estupros de

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 163 de 179 vulneráveis (REIS, 2015).

Consoante Samira Bueno, diretora executiva do fórum, em razão do grande índice de subnotificação deste tipo de crime, não é possível asseverar que houve de fato redução da sua incidência: “É o crime que apresenta a maior taxa de subnotificação no mundo”, diz. Com base em estudos internacionais, a projeção mais otimista a esse respeito, considera que somente 35% das vítimas desse tipo de delito prestam queixa. Já com fundamento em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a projeção mais pessimista, considera que o número de queixas não passa dos 10%. O índice brasileiro está em 23,5 casos a cada 100 mil pessoas (REIS, 2015).

Roraima é o estado com a maior taxa de estupros do país, levando em conta os boletins de ocorrência: 55,5 casos a cada 100 mil habitantes. Espírito Santo registra a menor: 6,1. Só outros três estados têm uma taxa inferior a 10 a cada 100 mil: Minas Gerais (7,1), Rio Grande do Norte (8,7) e Goiás (9,4). Minas Gerais, no entanto, foi o que teve a maior variação de 2013 para 2014. De 874 estupros, passou a 1.475 (quase 70% de aumento) (REIS, 2015).

A investigação deste trabalho tem o propósito de esclarecer o fenômeno na sociedade petrolinense. Dessa forma, se revela de grande importância para o município, pois o levantamento desses dados pode facilitar o trabalho dos agentes públicos na contenção desses crimes, bem como terá a capacidade de informar à sociedade sobre a realidade local, com base em dados mais precisos.

2 Referencial Teórico

Tipificado no artigo 213 do Código Penal brasileiro (Lei nº 2.848/1940), o estupro significa: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso” (BRASIL, 1940). Compreendido como crime contra a dignidade sexual, hoje, considera-se um atentado à liberdade sexual, mas nem sempre foi assim.

Vilhena e Zamora explicam que, no passado, “roubar ou raptar uma mulher de seus proprietários de direito, normalmente pai ou marido, destruiria o seu valor de propriedade, sobretudo no caso de virgens” (VILHENA; ZAMORA, 2004, p. 115 apud

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 164 de 179 LIMA; LIMA, 2013). Em tempos remotos, a mulher era compreendida como patrimônio do homem, pai ou, quando casada, marido. O estuprador era punido não pela agressão sexual, mas por violar o patrimônio de outro homem. A mulher não era tida como sujeito de direitos (VILHENA; ZAMORA, 2004 apud LIMA; LIMA, 2013).

Observa-se que desde a antiguidade já existia o crime de estupro, porém, este não era configurado como nos dias atuais. Com o transcorrer do tempo, o direito foi se adequando a uma nova conjuntura social, assim, houve a necessidade de se adaptar o texto legal, introduzindo novos conceitos. Isso é constatado mediante o progresso da sociedade como um todo, levando-se em consideração que os próprios princípios que justificavam a punição em épocas passadas não servem mais como parâmetro para a realidade atual, tendo em vista a evolução do corpo social. Como exemplo disso podemos citar a completa modificação do papel social da mulher frente à família, ao trabalho e a comunidade em geral.

Nos séculos XVI e XVII, embora houvesse leis severas para punir o condenado por estupro, os juízes da época pouco as colocavam em prática, embora, quando havia punição, submetia o agente a rituais de suplicio. Na época o grau de lesividade da conduta era medido conforme a qualidade da vítima, os fatores levados em consideração para a qualificação do delito de estupro era a virgindade da mulher e a sua classe social. Dessa forma, resta evidenciada a discriminação da sociedade da época (MANFRÃO, 2009).

Neste sentido, a fragmentação das violências, na tentativa de diferenciá-las de condutas mais brandas que o estupro, a exemplo do atentado violento ao pudor; o ato de se reconhecer a violência moral sofrida pela vítima; e o aumento do quantitativo de queixas, que passaram a ser mensuradas na nova estatística criminal, foram às três grandes transformações que marcaram a existência e a compreensão do crime sexual no século XIX (VIGARELLO, 1998 apud MANFRÃO, 2009).

A partir do início desse século, a violência sexual tem seus contornos ampliados para abarcar condutas que antes ficavam à margem da lei, novos crimes são criados, com o objetivo de estabelecer uma hierarquia de gravidade entre os delitos (MANFRÃO, 2009). Assim, uma violência sexual diferente do estupro é

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 165 de 179 construída, surgindo à figura do “atentado violento ao pudor”, definido como gestos exercidos com violência contra uma pessoa com a intenção de ofender seu pudor (VIGARELLO, 1998 apud MANFRÃO, 2009). Pudor esse, caracterizado como sentimento de vergonha, sensação de mal-estar e de timidez que podem ser provocadas por algo contrário aos bons costumes (inocência).

As concepções atuais dos crimes sexuais assumem nova roupagem com as modificações promovidas pela Lei Federal 12.015/2009. Antes da edição da referida lei, o título VI do diploma penal brasileiro era intitulado “Dos Crimes contra os Costumes”, cujo bem jurídico tutelado era a pretensão estatal de se manter um moralismo sexual na sociedade, e não necessariamente a dignidade e a liberdade sexual da vítima (LIMA; LIMA 2013).

Ainda em conformidade com a Lei Federal 12.015/2009, foram criados alguns tipos penais específicos, bem como qualificadoras antes não existentes. Restringindo-se ao enfoque deste trabalho, cumpre ressaltar a qualificadora constante no § 1º do art. 213 do Código Penal, “ser a vítima menor de dezoito e maior de quatorze anos” (BRASIL, 1940), bem como o tipo penal “Estupro de Vulnerável”: Art. 217-A Caput – “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos” (BRASIL, 1940). Fala-se aqui do estupro considerado mais grave, pois o legislador entendeu como sendo presunção absoluta de vulnerabilidade por parte da vítima, chamado por alguns de “estupro presumido”, uma vez que mesmo que a vítima diga que concedeu não será aceita esta alegação. Boa parte da doutrina como Edgardo Alberto Donna, por exemplo, considera que nesse tipo penal tutela-se, além da liberdade sexual, a candura, a inocência e a imaturidade mental no tocante à sexualidade. (DONNA, 2003 apud TERIN, 2013).

O tipo prevê a mesma punição para aquele que comete o crime contra pessoas enfermas ou que não possuem o necessário discernimento para a prática do ato, ou ainda que por qualquer outra causa não possam oferecer resistência. Para a configuração dessa forma do delito é necessário que o agente tenha conhecimento de tratar-se de pessoa acometida por enfermidade ou anomalia psíquica que lhe retire o necessário discernimento para a prática do ato. No tocante a causa que possa levar a vítima a não oferecer resistência, pode caracterizar-se tanto por ser provocada pelo agente, imobilização da vítima, quanto preexistente,

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 166 de 179 embriaguez completa, por exemplo (TERIN, 2013).

A Lei 12.015/2009 revogou o tipo penal: “atentado violento ao pudor”, de fato, a norma penal incriminadora não existe mais, no entanto, a conduta continua a existir. O que houve foi à chamada “Continuidade Normativa Típica”, ou seja, a norma penal foi revogada, porém a conduta continua sendo incriminada pelo tipo penal revogador. Esse instituto não se confunde com a “abolitio criminis” que ocorre quando um fato deixa de ser considerado crime (UANA, 2014).

Rogério Greco, melhor explicando o Princípio da Continuidade Normativa Típica, aduz que embora haja a revogação do tipo, a conduta não deixa de existir, ela apenas migra para outro tipo penal. Aparentemente houve a abolição da figura típica, no entanto, tem-se a denominada continuidade normativa típica (ANDRADE, 2014 apud GRECO, 2013).

Assim, da ampliação do modus operandi do delito constante no art. 213 do Código Penal decorre outra importante mudança: passa a se tratar de crime comum, uma vez que qualquer pessoa pode ser autora e/ou vítima do crime de estupro, seja do sexo masculino ou feminino (LIMA; LIMA 2013).

Como dito anteriormente, desde a antiguidade os crimes de natureza sexual sempre foram coibidos de forma rigorosa, a exemplo, a legislação mosaica, que trazia como sansão a pena de lapidação, isto é, suplício que consistia em apedrejar os condenados. Ressalta-se que se a vítima fosse noiva, a punição recaia sobre ela e o agente (TERIN, 2013).

Mesmo com toda a evolução da sociedade, o rigor na punição para com os condenados por crimes sexuais persiste, no entanto, hoje, a pena é congruente com o ordenamento jurídico penal vigente, não podendo mais ser torturante como no passado ou ultrapassando a pessoa do autor.

Sendo assim, no que tange ao delito em comento, é importante salientar que o mesmo se trata de crime hediondo (Lei 8.072/1990), ou seja, o estupro está inserido nos crimes entendidos pelo Poder Legislativo como os que merecem maior reprovação por parte do Estado. O termo “hediondo” significa ato profundamente repugnante, imundo, horrendo, sórdido, ou seja, um ato indiscutivelmente nojento, segundo os padrões da moral vigente. É nesse contexto que os delitos assim classificados caracterizam-se por punições mais severas e encontram-se excluídos

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 167 de 179 de eventuais benesses concedidas pelo ordenamento jurídico penal brasileiro (BRASIL, 1990).

O estupro, assim como os crimes de natureza sexual de um modo geral, é tido como um dos piores crimes que o ser humano possa cometer, pois acarretam inúmeras sequelas às vítimas, fazendo com que as mesmas se sintam culpadas por tal ato de covardia, como se assim tivessem consentido. Tal sentimento de culpa leva a vítima a se sentir suja, a acreditar que ninguém nunca a amará por isso, por consequência gerando, muitas vezes, distúrbios de ordem psíquica que se não tratado podem ocasionar problemas mais graves (TOMÁS, 2012).

De acordo com o psicólogo Leônio Tomás, o tratamento existe e, se realizado a tempo, é bastante eficaz. É importante que os pais conversem com seus filhos esclarecendo-os a respeito dessa realidade, orientando-os a não aceitar objetos ou promessas de estranhos, bem como não ceder a chantagens ou ameaças e dar-lhes a liberdade de tudo contarem para eles (TOMÁS, 2012).

A ciência agrupa os estupradores em cinco grandes categorias. Conforme Ilana Casoy, especialista em traçar perfil psicológico de assassinos e autora de livros sobre a mente de criminosos, os considerados “dominadores” são aqueles que enxergam suas vítimas única e exclusivamente como objeto de saciar o seu desejo sexual, consideram-nas submissas dos seus impulsos e não têm vergonha de mostrar suas identidades, vivem normalmente em sociedade (RITTO, 2013). É o caso dos três acusados de estuprar uma turista americana dentro de um veículo de passageiros, no bairro da Lapa, cidade do Rio de Janeiro, em 2013. O caso teve repercussão internacional e chocou os policiais pelo grau de crueldade e frieza dos bandidos. A vítima foi amarrada e violentada pelos três acusados dentro do veículo, enquanto seu namorado era espancado e tinha que assistir a tudo (RITTO, 2013).

Cada categoria de estuprador tem especificidades importantes para a polícia, pois esse conhecimento pode facilitar a investigação. Segundo Ilana, o tipo chamado de “romântico” é aquele que tem como característica a busca pelas mesmas vítimas, em sua maioria pessoas solteiras, de poucos amigos e procuram dar ao momento do crime as características de um encontro. Costumam atacar em pequenos intervalos de tempo. Já o tipo “vingador” é definido como aquele agressor que geralmente procura o mesmo perfil de vítima, para ele o estupro é uma maneira de

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 168 de 179 se vingar de algo que determinada pessoa tenha feito com ele anteriormente. Costuma atacar em longos intervalos de tempo (RITTO, 2013).

Ainda nas palavras de Ilana, o tipo “sádico” é descrito como aquele estuprador que tem potencial para ser um serial killer, alguns apresentam transtornos psiquiátricos e costumam arquitetar a execução do crime. Foi esse o caso do maníaco do parque - que confessou ter estuprado e matado dez mulheres em 1998 na região do Parque do Estado, na capital paulista, que agia sempre da mesma forma e terminava matando as vítimas. Por último tem-se o tipo “oportunista” que é aquele que, se aproveitando da vulnerabilidade da vítima, na ocasião da prática de outro crime, decide estuprá-la (RITTO, 2013).

Os especialistas são taxativos ao afirmarem que nem sempre o estuprador é uma pessoa com problemas psicológicos, vários podem ser os motivos que os levam a prática desses atos (RITTO, 2013).

3 Materiais e Métodos

O trabalho se trata de uma pesquisa exploratória e descritiva. À vista disso, empregou-se o método estatístico, que diz respeito à natureza quantitativa e qualitativa dos dados que foram levantados, fornecendo uma base concreta e segura das informações a serem analisadas. Os resultados foram demonstrados por meio de gráficos e tabelas construídos através do programa EXCEL, seguidos da análise e interpretação das tendências características dos fenômenos pesquisados.

Segundo fontes de informações mais precisas, utilizou-se a técnica da documentação direta e indireta, conforme os dados levantados junto a Gerência de Analise Criminal e Estatística da Secretária de Defesa Social do Estado de Pernambuco, em se tratando apenas da faixa etária das vítimas, bem como o quantitativo do delito em tela, no município de Petrolina, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015.

Da mesma forma foram obtidos os dados registrados mês a mês no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015 nas três Delegacias de Polícia Civil da Cidade de Petrolina: 213ª. Circunscrição, 214ª Circunscrição e na 3ª Delegacia de Polícia de Prevenção e Repressão de Crimes Contra Mulher.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 169 de 179 delito na cidade, no mencionado período, tanto na modalidade estupro consumado quanto estupro tentado, bem como a faixa etária das vítimas, natureza do estupro (estupro simples, qualificado e de vulnerável) e ainda a fragmentação das ocorrências por zona, compete salientar que o município de Petrolina é dividido em cinco zonas, quais sejam: norte, leste, oeste, central-sul e rural.

É salutar informar que a estatística aqui apresentada é exclusivamente baseada nos dados coletados perante a Gerência de Analise Criminal e Estatística da Secretária de Defesa Social do Estado de Pernambuco e nos Boletins de Ocorrência levantados nas Delegacias de Polícia Civil do Município, isto é, somente os casos que chegaram à polícia foram aqui registrados, não se tratando de eventuais ocorrências não registradas.

Destaca-se que o número de casos não é compatível com o número de vítimas, uma vez que há Boletins de Ocorrência que registram mais de uma vítima por caso.

4 Resultados e Discussão

Inicialmente apresenta-se o quantitativo de Boletins de Ocorrência (BO) de Estupros registrados na cidade de Petrolina, no período compreendido entre janeiro de 2010 a dezembro de 2015, nas três Delegacias de Polícia Civil do Município. Dessa forma, tem-se um panorama geral da quantidade de registros de BOs no período pesquisado de acordo com o Gráfico 1.

Gráfico 1: Quantitativo do registro de Boletins de Ocorrência de Estupros no município de Petrolina de janeiro de 2010 a dezembro de 2015.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 170 de 179 Percebe-se que há uma considerável oscilação na incidência de registro de boletins, uma vez que há um número elevado em 2010, seguido de uma redução em 2011, acentuada ainda mais em 2012, aumentando em 2013, atenuando em 2014, logo em seguida um acréscimo significante em 2015. É importante frisar que o Gráfico 1 esboça apenas o número anual de Boletins de Ocorrência, o que não significa propriamente o número de vítimas, uma vez que há boletins que registram mais de uma vítima. Esse fato é constatado mediante os dados mensais da Tabela 1 (número de vítimas mês a mês).

Tabela 1: Evolução dos números de vítimas de Estupro, no município de Petrolina, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015.

Ano JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Total

2010 3 6 2 6 10 5 4 4 6 9 2 5 62 2011 2 -- 2 1 4 4 3 7 4 6 5 8 46 2012 2 1 2 3 1 3 -- 5 2 1 1 1 22 2013 3 2 8 1 5 4 4 1 3 4 1 2 38 2014 2 1 -- -- 3 2 1 -- 12 3 -- 2 26 2015 4 4 2 4 4 3 4 3 8 6 8 5 55

Fonte: Dados da pesquisa.

Através da Tabela 1 é possível identificar o quantitativo mensal, ano a ano, das vítimas do delito de Estupro no município de Petrolina. Verifica-se que esses números são maiores que o de registro de Boletins de Ocorrência, pois há boletins que registram mais de uma vítima.

Para uma melhor compreensão das informações aqui apresentadas verifica-se na Tabela 2 a distribuição dos números de vítimas de Estupro, pela idade, no município de Petrolina, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015.

Tabela 2: Distribuição dos números de vítimas de Estupro, pela idade, no

município de Petrolina, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015.

Ano 0 a 11 anos 12 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 64 anos 65 anos ou mais Não informado Total 2010 17 31 6 4 1 3 --- --- 62

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 171 de 179 2011 22 17 1 2 1 1 --- 2 46 2012 1 10 3 3 --- 5 --- --- 22 2013 4 8 8 6 4 5 1 2 38 2014 7 3 6 3 2 4 --- 1 26 2015 18 23 6 2 2 1 1 2 55

Fonte: Dados da pesquisa.

No que tange à distribuição dos números de vítimas de Estupro pela idade é possível constatar na Tabela 2 que a maior parte das vítimas desse crime são crianças e adolescentes, o que leva à conclusão de que a maioria dos Estupros de Petrolina é de natureza qualificada e de vulnerável. Essa realidade é melhor demonstrada no Gráfico 2.

Gráfico 2: Distribuição dos números de Boletins de Ocorrência de Estupro, pela natureza do delito, registrados no município de Petrolina, no período de janeiro de

2010 a dezembro de 2015.

Fonte: Dados da pesquisa.

Com fulcro no art. 213 - Caput do Código Penal Brasileiro, tem-se a figura do estupro simples: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso” (BRASIL, 1940). Suas formas qualificadas se apresentam quando a vítima é maior de quatorze e menor de dezoito anos, bem como se, a partir da

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 172 de 179 conduta praticada pelo agente, houver como resultado lesão corporal de natureza grave ou morte da vítima (BRASIL, 1940).

O art. 217-A traz a figura do Estupro de Vulnerável, introduzida pela Lei 12.015/2009: “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos” (BRASIL, 1940). Também pratica estupro de vulnerável aquele que realiza a conduta descrita no tipo com pessoas enfermas ou que em razão de deficiência mental não tem o necessário discernimento para a prática do ato, do mesmo modo, se a vítima, por qualquer outra causa, não possa oferecer resistência (BRASIL, 1940).

Com base nessas informações verifica-se que nos anos de 2010, 2011 e 2015 o número de estupros com vítimas menores de 14 anos, enfermas, doentes mentais ou que não podiam oferecer resistência foi alarmante. Em 2012, 2013 e 2014 os números mostram que a maior parte das vítimas se enquadra na modalidade Estupro Simples, por exclusão, são aquelas que não se enquadram nas outras modalidades de estupro.

Quanto ao Estupro Qualificado, qual seja, aquele que as vítimas são maiores de 14 e menores de 18 anos, o mesmo se mostra com índice intermediário no período do levantamento, com exceção de 2014 que apresenta índice mais baixo que as outras modalidades. É importante destacar que, com fundamento na análise minuciosa dos Boletins de Ocorrência, não se verificou as demais qualificadoras do delito, quais sejam: conduta que resulta em lesão corporal de natureza grave e conduta que resulta em morte.

Além das modalidades demonstradas anteriormente, o crime estudado pode se apresentar também, como a maior parte dos tipos penais, na forma consumada ou tentada. Essa característica foi evidenciada em Petrolina-PE no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015, como mostra o Gráfico 3.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 173 de 179 Gráfico 3: Distribuição dos números de Boletins de Ocorrência de Estupro nas formas tentada e consumada, no município de Petrolina, no período de janeiro de

2010 a dezembro de 2015.

Fonte: Dados da pesquisa.

Fica evidenciado no Gráfico 3 que o quantitativo de Boletins de Ocorrência de estupro consumado excede o de estupro tentado nos seis anos em que se deu o levantamento. Num panorama geral tem-se que em 2010, 80% dos estupros foram consumados, sendo 20% tentados. Já em 2011 aproximadamente 78% dos estupros foram consumados, enquanto os tentados não passam de 22%. No ano de 2012 os consumados somam 70% em oposição aos tentados que somam 30%. Em 2013 os estupros consumados giram em torno dos 61%, já os tentados 39%. No ano de 2014 os consumados apresentam aproximadamente 79% do total, em contrapartida os tentados apresentam 21%. Em 2015 os estupros consumados contabilizam mais ou menos 85%, já os tentados não passam dos 15%.

Consoante o mapeamento das ocorrências dos crimes de estupro no município de Petrolina-PE, realizado mediante a divisão geográfica da cidade, foi possível identificar o quantitativo do delito em tela conforme o agrupamento dos bairros em zonas. A cidade apresenta cinco zonas: norte, leste, oeste, central-sul e

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 174 de 179 rural.

A zona norte é composta pelos bairros: Jardim Amazonas, Cosme e Damião, Quati I e II, João de Deus, Loteamento Santo André, Ipsep, Vale Dourado, Vila Esperança, Jardim Maravilha, Jardim São Paulo, Pedra Linda, Alto do Cocar, Antônio Cassimiro, Pedro Raimundo, Cacheado, Loteamento Bela Vista, Santa Luzia, Vale do Grande Rio, Mandacaru, São Joaquim e Nova Petrolina.

A zona leste é composta pelos bairros: Areia Branca, Caminho do Sol, Cidade Jardim, José e Maria, Padre Cicero, Vila Debora, Dom Avelar, Terras do Sul, Cidade Universitária, Condomínio Sol Nascente I, II e III, Loteamento Eduardo, Loteamento Nova Iorque, Condomínio Iate, Condomínio Água Viva, Condomínio Portal das Águas, Fernando Idalino, Henrique Leite, Horizonte, Loteamento Geovana, Loteamento Recife, Vila Marcela, parte do Maria Auxiliadora, Park Jatobá I e II, Rio Jordão, Terras Alpha, Vila Eulália, Vila Vitória e Pedra do Bode.

Compõem a zona oeste: Distrito Industrial, Cohab Massangano (Cohab IV e V), Cohab VI, Rio Claro, Rio Corrente, Outro Preto, São Gonçalo, Alto da Boa Vista, Jardim Guanabara, Jardim Imperial, Jardim Guararapes, Parque Massangano e Jardim Petrópolis.

Compõem a zona central-sul: Atrás da Banca, parte do Maria Auxiliadora, Centro, Gercino Coelho, Palhinhas, Pedrinhas, São José, Vila Mocó, Quilometro II e Parque Bandeirantes. O Projeto Senador Nilo Coelho (N1 a N11) compõe a zona rural. O aludido mapeamento pode ser verificado no Gráfico 4.

Gráfico 4: Distribuição dos números de Boletins de Ocorrência de Estupro, por zonas, no município de Petrolina, no período de janeiro de 2010 a dezembro de

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 175 de 179 Fonte: Dados da pesquisa.

Segundo o mapeamento feito por zona, salienta-se que em 2010, 2011 e 2015 a zona rural apresentou o maior índice de registro de ocorrência, contabilizando 27%, 33% e 30% respectivamente, com base em valores aproximados. Em 2012 a zona oeste sai na frente registrando 40% das ocorrências. Já em 2013 a zona leste apresenta o maior número chegando aos aproximados 36% e em 2014 a zona norte lidera, alcançando os aproximados 30%.

É importante destacar que o estupro é um crime que provoca grande constrangimento às vítimas, visto que na maioria das vezes os agentes são pessoas muito próximas, familiares, parentes ou vizinhos, levando-as a se sentirem envergonhadas, ridicularizadas, até mesmo desonradas. Em vista disso, as informações que chegam a Policia são muito frágeis, o que dificulta até mesmo o trabalho das autoridades na contenção desses delitos.

5 Considerações Finais

O crime de estupro, como visto, é considerado intolerável pela sociedade. Não que os outros tipos penais sejam aceitos ou menos gravosos, mas o estupro acarreta repugnância, pois atinge a vítima não apenas fisicamente, mas no seu âmago, personalidade, princípios e principalmente, no seu pudor.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 176 de 179 Diante da pesquisa realizada é possível observar que a maior parte das vítimas de estupro no município de Petrolina/PE, no período compreendido entre janeiro de 2010 a dezembro de 2015, são crianças e jovens. Uma explicação está na vulnerabilidade desses indivíduos ainda em formação, muitas vezes, alvos fáceis para esses criminosos e que provavelmente não conseguirão impor resistência à prática do delito, o que é constatado mediante os dados de estupros na modalidade consumado, que superam, em muito, os tentados.

Realizando um panorama geral, pode-se afirmar que no intervalo de tempo considerado no levantamento, na maior parte dos anos, a incidência de estupros foi superior nas zonas onde se localizam os bairros mais carentes do município de Petrolina/PE, em detrimento das zonas, onde estão situados os bairros de classe média e alta. Certamente, isso se deva a falta de estrutura de alguns bairros que acaba potencializando essa ocorrência, por possuírem áreas remotas que propiciam a prática do delito, impossibilitando o socorro das vítimas.

Não se tem uma explicação concreta do que leva um indivíduo a tornar-se um estuprador. Seja qual for o motivo que o levou à prática desse crime, o que se pode asseverar é que as consequências acarretadas à vítima são inúmeras e podem acompanhá-la por toda a vida e, se não tratadas, podem gerar traumas irreversíveis. Por isso, o estupro não é somente uma conduta incriminadora, mas também um caso de saúde pública.

A comunidade petrolinense e as autoridades do município devem estar cientes dos dados apurados nesta pesquisa, para que assim possam desenvolver medidas de contenção e de prevenção desse delito, levando-se em consideração que boa parte das ocorrências nem chegam ao conhecimento da polícia, menos ainda do judiciário.

Destaca-se a necessidade de políticas sociais voltadas ao tratamento das vítimas, uma vez que esse crime pode acarretar problemas graves de ordem psíquica.

Da mesma forma, o Estado deve promover campanhas informativas e orientadoras direcionadas aos bairros de maior incidência, para que crianças, adultos e adolescentes tenham um comportamento mais preventivo e menos facilitador deste ato tão repugnante e reprovável.

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6 Referências

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BRASIL. Decreto-Lei No 8.072, de 25 de julho de 1990. Lei dos Crimes Hediondos. Diário Oficial da União, Brasília, 25 jul. 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8072.htm>. Acesso em: 9 fev. 2016. REIS, T. Nº oficial de estupros cai, mas Brasil ainda tem 1 caso a cada 11 minutos.

Jornal O Globo. Publicado em 09/10/2015, atualizado em 09/10/2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/10/n-oficial-de-estupros-cai-mas-brasil-ainda-tem-1-caso-cada-11minutos.html>. Acesso em: 24 jan. 2016.

LIMA, R. N. A.; LIMA, M. T. C. O estupro como crime de gênero. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3734, 21 set. 2013. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/25354>. Acesso em: 5 set. 2015.

MANFRÃO, C. C. Estupro: prática jurídica e relações de gênero. Brasília: UNB, 2009.

MOLINA, V. M. Denominação. In: O tratamento Jurídico-Penal do Estupro. Presidente Prudente – SP, 2008. P. 9.

TERIN, V. J. Fatores Introdutórios e Origens Normativas. In: A Aduzida Vulnerabilidade do Estupro, Hodierna Roupagem da Presunção Anacrônica de Violência. Presidente Prudente – SP, 2013. P. 26-27.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 178 de 179 Sobre os autores:

Julia Tenorio Figueiredo: Graduanda em Direito pela Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina.

Edson Jorge Pacheco: Mestrando em Perícias Forenses pela Universidade de Pernambuco. Possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Amazonas (1997), graduação em Direito pela Universidade do Estado da Bahia (2008) e especialização em Execução de Políticas de Segurança Pública. Atualmente é Perito Criminal Federal do Departamento de Polícia Federal e professor auxiliar do Curso de Direito da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina. Foi Sargento Especialista em Equipamentos de Voo da Força Aérea Brasileira e Papiloscopista Policial Federal. Tem experiência nas áreas de Ciências Contábeis, Direito, Criminalística e Educação.

Reginaldo Inojosa Carneiro Campello: Doutorado em Odontologia pela Universidade de Pernambuco (2010), mestre em Odontologia (Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo Facial) pela Universidade de Pernambuco (2005), especialista em medicina legal e perícia médica pela associação médica Brasileira, graduado em Medicina pela Fundação de Ensino Superior de Pernambuco (1983) e graduado em Odontologia pela Sociedade Caruaruense de Ensino Superior (1980). Foi pró-reitor de desenvolvimento institucional e de extensão da Universidade de Pernambuco até 2006 e Vice-Reitor até 2010, atuando, ainda, como revisor técnico da revista de ciências médica da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e da revista Odontologia clinico cientifica do conselho regional de odontologia de Pernambuco até dezembro de 2012. Professor adjunto da UPE na disciplina de Medicina Legal e Odontologia Legal, coordenador do Mestrado de Perícia Forense da UPE, Médico legista do Instituto Médico-Legal Antonio Persivo Cunha (aposentado em abril de 2013) com experiência na área de Medicina, com ênfase em Medicina Legal e Deontologia, atuando principalmente nos seguintes temas: congresso, medicina legal, banca examinadora, medicina e odontologia legal e extensão universitária. Atua em Pericias Trabalhistas e pericias em geral. É

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 179 de 179 Pesquisador da Fundacão para o Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico em Saúde da SGTES do Ministério da Saúde.

Antônio Azoubel Antunes: Doutor em Odontologia, área de concentração: Cirurgia Buco-Maxilo-Facial pela Universidade de São Paulo USP (2010 a 2013); Pós-Doutorado em andamento pela Universidade de Pernambuco (2013 - Atual). Graduado em Odontologia pela Universidade de Pernambuco UPE (2006); Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial pela Universidade de Pernambuco UPE (2010); Aperfeiçoamento em Implantodontia pela Universidade de Pernambuco UPE (2010); Atualmente, atua como Professor Adjunto da Disciplina de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia do Recife (FOR). Professor do Corpo Permanente do Programa de Pós-Graduação em Perícias Forenses da Universidade de Pernambuco UPE. Revisor de vinte e dois periódicos internacionais; Autor de mais de 70 artigos nacionais e internacionais; É Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (CBCTBMF). Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, tendo como principais linhas de pesquisa: Reparo Ósseo, Substituos Ósseos e Biomateriais, Implantodontia, Identificação humana, Antropologia.

João Esberard de Vasconcelos Beltrão Neto: Possui graduação em Medicina pela Universidade de Pernambuco (1984), Curso de Especialização em Mastologia pela Universidade de Pernambuco (1986) e Doutorado em Medicina (Radiologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003). Atualmente é preceptor da Universidade de Pernambuco e médico do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco, atuando principalmente nos seguintes temas: câncer de mama, mastologia, reconstrução mamária e linfonodo-sentinela.

Data de submissão: 10/03/2015 Data de aceite: 20/03/2016

Imagem

Gráfico 1: Quantitativo do registro de Boletins de Ocorrência de Estupros no  município de Petrolina de janeiro de 2010 a dezembro de 2015
Tabela 1: Evolução dos números de vítimas de Estupro, no município de Petrolina, no  período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015
Gráfico 2: Distribuição dos números de Boletins de Ocorrência de Estupro, pela  natureza do delito, registrados no município de Petrolina, no período de janeiro de

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