• Nenhum resultado encontrado

PREPARANDO PARA EXPANSÃO: LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA PILOTO BRASILEIRA NA MODALIDADE UM COMPUTADOR POR ALUNO RELATÓRIO I - CONTEXTO DA ESCOLA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL LUCIANA DE ABREU – PORTO ALEGRE, RS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "PREPARANDO PARA EXPANSÃO: LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA PILOTO BRASILEIRA NA MODALIDADE UM COMPUTADOR POR ALUNO RELATÓRIO I - CONTEXTO DA ESCOLA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL LUCIANA DE ABREU – PORTO ALEGRE, RS"

Copied!
87
0
0

Texto

(1)

RASCUNHO

GOVERNO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA UM COMPUTADOR POR ALUNO

UCA

PREPARANDO PARA EXPANSÃO: LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA

PILOTO BRASILEIRA NA MODALIDADE UM COMPUTADOR

POR ALUNO

RELATÓRIO I - CONTEXTO DA ESCOLA

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL

LUCIANA DE ABREU

PORTO ALEGRE, RS

EXECUÇÃO

LABORATÓRIO DE ESTUDOS COGNITIVOS

INTITUTO DE PSICOLOGIA - UFRGS-

ABRIL 2010

(2)

RASCUNHO

PREPARANDO PARA EXPANSÃO: LIÇÕES DA

EXPERI-ÊNCIA PILOTO BRASILEIRA NA MODALIDADE UM

COMPUTADOR POR ALUNO

O Projeto UCA, uma iniciativa do Governo Federal do Brasil, estabeleceu duran-te o ano de 2007 cinco experimentos piloto para implementar a modalidade um compu-tador por aluno. Cada escola foi orientada e trabalhou em colaboração com uma equipe de especialistas: i) a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na cidade de Piraí coordena o piloto em uma escola com laptops Intel Classmate, um para cada aluno da escola; ii) a Secretaria da Educação do Estado de Tocantins na cidade de Palmas, apóiou um piloto com laptops Intel Classmate compartilhados por alunos em três turnos; iii) a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na cidade de Porto Alegre, coor-denou o piloto na escola com laptops XO da OLPC, um por aluno; iv) a Universidade de São Paulo na cidade de São Paulo, coordenou o piloto em uma escola com laptops XO da OLPC, sendo cada laptop compartilhado por vários alunos em diferentes turnos e v) a Secretaria de Educação do Distrito Federal na cidade de Brasília, coordenou o piloto em uma escola com laptops Mobilis.

O potencial da modalidade um computador por aluno levou o governo brasileiro a planejar expansão para mais 300 escolas. Ciente dos desafios a serem enfrentados na expansão, o Ministério da Educação procurou o Banco Interamericano de Desenvolvi-mento -BID, para apoiar a documentação e disseminação das experiências significativas e linhas de ação dos 5 pilotos ativos. A Fundação Pensamento Digital foi indicada pelo governo brasileiro como executora da Cooperação Técnica estabelecida entre Ministério da Educação e BID.

Este relatório é parte de um conjunto de documentos gerado por esta Cooperação Técnica com objetivo de apoiar professores e administradores das 300 escolas que inte-grarão o projeto UCA em sua expansão. Espera-se que estas ferramentas fortaleçam também a formação de novas equipes de pesquisadores (universidades) ou secretarias de educação para apoiar as escolas do programa UCA. Especificamente, esta Cooperação Técnica gerou para cada um dos cinco experimentos: 3 Relatórios ( Relatório I – descri-ção da Escola; Relatório II Infraestrutura e Conectividade; Relatório III Gestão), um conjunto de 10 Relatos de Experiência e 3 Estudos de Experiências Educacionais, sendo os relatos e estudos constituídos por texto hipermídia e breves vídeos com depoimentos ou registro de situações específicas e eventos significativos.Para consolidar a produção dos pesquisadores foram construídos três documentos complementares que, sob dife-rentes enfoques, sistematizem as avaliações e sinalizam as lições aprendidas de cada experiência.

Conceitos e opiniões contidos nos documentos são de exclusiva responsabilida-de dos autores e não refletem necessariamente a opinião da Fundação Pensamento Digi-tal, BID ou Governo Federal.

(3)

PROGRAMA:

UM COMPUTADOR POR ALUNO - UCA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

PROJETO:

PREPARANDO PARA A EXPANSÃO: LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA

PILOTO NA MODALIDADE UM PARA UM

RELATÓRIO I

DESCRIÇÃO DO CONTEXTO DA ESCOLA

“Escola Estadual de Ensino Fundamental Luciana de Abreu”

Equipe de Pesquisadores do Laboratórios de Estudos Cognitivos da UFRGS

Coordenação Geral: Profª Léa Fagundes

Coordenação: Profª Rosália Procasko Lacerda

Equipe de Pesquisadores: Bruno Fagundes Sperb Dario Claros Mercado Décio Tatizana Diuali Fagundes Jost José Luis Longo Colaboradores especiais: Daniel de Queiroz Lopes

Juliano Bittencourt Silvia de Oliveira Kist Patricia B. Schaffer Equipe Técnica: André Bittencourt

Priscilla Neves Zanini Rafael Moura Salles Martins Robson Segura Mendonça

(4)

I

RESUMO

Este relatório apresenta resultados parciais obtidos durante os anos 2007-2008 no desenvolvimento do Experimento UCA ( Um computador por aluno).

Foi implantado pelo Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul junto a Escola Estadual de Ensino Fundamental Luciana de Abreu.

Descreve e analisa parte das condições que suportam essa experiência: Infra-estrutura Física; Infra-Infra-estrutura Tecnológica e InfraInfra-estrutura Organizacional da Escola. Quanto a esta última aporta dados da estrutura curricular e, de modo resumido, as tentativas de inovações pedagógicas no modelo 1:1. As informações deste relatório expressam as condições da Escola quanto à sua estrutura física em relação à manutenção do prédio, gestão do orçamento mensal para atendimento de suas necessidades, instalações elétricas tecnoló-gicas insuficientes e quanto à dinâmica no exercício das funções docentes pelos recursos humanos disponíveis.

(5)

II

INTRODUÇÃO

O experimento do Projeto UCA iniciou em Porto Alegre durante a virada de ano 2006/2007. Naquele momento, a equipe do Laboratório de Estudos Cognitivos – LEC lançou seus olhares e expectativas sobre 10 protótipos de laptops do modelo Btest-1 cedidos pelo Governo Federal para experiências iniciais com os equipamentos, que ainda se encontravam em um estágio inicial de desenvolvimento.

Essas 10 máquinas faziam parte de um lote de 40 equipamentos que o governo brasileiro recebeu da ONG Internacional One Laptop per Child

OLPC constituída por ex-professores do MediaLab/MIT/Mass. Cabia ao LEC/IP/UFRGS realizar uma análise técnico-pedagógica desses protótipos. Os pequenos laptops XO traduziam-se em “promissoras inovações” (indus-triais, econômicas e educacionais), que pretendiam uma “revolução” no uso de tecnologias com crianças, em especial crianças de países em desenvolvi-mento e populosos.

Os pesquisadores do LEC, ainda no início de janeiro de 2007, apropriaram-se das tecnologias e idéias deapropriaram-senvolvidas pela OLPC e apropriaram-seus parceiros. Os pesquisadores acompanharam atentos o site da OLPC, tanto para traduzir as idéias educacionais e tecnológicas, quanto para verificar e colaborar nas atualizações continuadas da máquina BTest-1. Nascia então o “Projeto Verão com o XO”, no qual os pesquisadores iniciavam os primeiros experimentos em desenvolvimento de softwares e estudos com alunos e professores de escolas públicas.

No inicio de fevereiro, o Ministério da Educação e a Presidência da República convidaram o LEC-UFRGS para coordenar um dos 5 pré-pilotos que o Projeto UCA (Um Computador por Aluno) realizaria no Brasil. Sua missão seria saturar uma escola com laptops até atingir 1 laptop para cada 1 aluno, o que atualmente denomina-se modalidade 1:1.

(6)

Digital. As atividades feitas no Laboratorio quando associadas a uma proposta pedagógica consistente, como foi nosso caso, com as atividades de programação em Linguagem LOGO alinhadas com Seymour Papert do MediaLab/MIT permitiram analisar e avaliar avanços significativos no desen-volvimento das crianças. Mas tais atividades não chegam a alterar o currículo baseado no texto impresso que permanece reproduzindo as práticas tradi-cionais longe do laboratório nos espaços das salas de aula.

Há alguns séculos que o ensino das novas gerações gira em torno dos conteúdos das áreas do conhecimento: o que é preciso ensinar a uma criança ou um jovem para que se torne um cidadão? Um profissional?

Não se questionava: - como um ser humano aprende? Como o conhecimento é produzido pelos seres humanos? Como ele pode participar dessa apreensão? E dessa produção?

Tanto a epistemologia e a psicologia quanto as neurociências, nos últimos séculos, tem avançado extraordinariamente, mas são as tecnologias digitais, que podem servir de próteses cognitivas e ao mesmo tempo desafiam o engenho humano para construir máquinas e sistemas “inteligentes”, que estão desafiando a pesquisa e ajudando a reconceitualizar os sistemas de ensino. Nos últimos 30 anos os pesquisadores do LEC/IP/UFRGS vêm trabalhando no desenvolvimento de tais propostas pedagógicas. Seu objetivo, nesta nova fase, é colocar em prática uma proposta pedagógica diferenciada que explore as possibilidades da modalidade 1:1.

O Projeto de Pesquisa busca repostas para o Problema:

O uso do laptop no modelo 1:1, realizando imersão de alunos e comunidade (escola e família) na cultura digital oferece condições para o desenvolvimento e favorece a aprendizagem dos alunos?

Quais são essas condições? Como organizá-las?

(7)

estruturante, para assegurar a interação, a comunicação solidária e a melhoria de qualidade da aprendizagem?

Quais são as dificuldades e quais são as possibilidades na busca de soluções para estas questões e outras que se apresentem no desenvolvi-mento do projeto?

À medida que o projeto se desenvolve espera-se que novas questões sejam formuladas e reformuladas pois a metodologia caracteriza esta pesquisa como exploratória. Ao mesmo tempo em que dispomos de fundamentos teóricos, modelos e recursos oriundos de outros experimentos similares para serem testados ou servirem de apoio, uma atitude de permanente descoberta será privilegiada, já que a inovação pode se apresentar de formas surpreendentes pois são desconhecidas soluções a priori neste caso. A maior segurança para encontrar novos resultados para novas práticas consiste em desarmar-se das certezas tradicionais e abrir-se a todos os possíveis. Não são esperados, por isso, resultados significativos a curto prazo. Uma mudança de cultura na escola reflete mudanças de cultura na sociedade, o que tem sido sempre obra de séculos.

Não acreditamos e não buscamos resultados da pesquisa para serem dissemi-nados e colocados massivamente em prática. Nossa busca tem o sentido de provocar reflexão e apropriação de conhecimentos com suficientes adaptações e reformulações por educadores e gestores. Mais que modelos a serem imitados desejamos oferecer conhecimentos para serem desenvolvidos, testados e reformulados.

Só docentes autônomos e criativos podem oferecer uma educação para formar cidadãos autônomos e criativos.

Nessa proposta metodológica, com a finalidade de favorecer e apoiar o interesse inicial propomos a formação dos professores e gestores com os seguintes objetivos:

(8)

• Realizar estudos sobre conteúdos curriculares, pedagogia dos Projetos de Aprendizagem e outras práticas inovadoras por meio do uso de laptops educacionais;

• Buscar alternativas para diagnóstico, acompanhamento e avaliação dos processos de aprendizagem.

Pensando a

avaliação A avaliação deve se traduzir em uma reflexão continuada sobre "o que" oaluno pensa e "porque" ele, provavelmente, pensa desta forma; não é uma

atividade pontual situada ao final de cada proposta de ensino. Trata-se de entender as potencialidades, os avanços e as singularidades de um modo ímpar de aprender: o da criança.

São evidências desta aprendizagem diferenciada:

• a elaboração de certezas provisórias e dúvidas temporárias; • a idéia da infinitude no trato das questões e soluções; • a veiculação da crítica reflexiva;

• a autonomia de trabalho; e

• a busca permanente da interlocução, das trocas e da aceitação dos desafios, tanto cognitivos quanto nas relações interpessoais”.

O processo de avaliação abrange:

• a observação da aprendizagem em diferentes momentos;

• a oportunização de novos desafios com base na reflexão e busca teórica; • o registro da produção dos alunos, com ênfase nos caminhos percorridos

pelos mesmos;

• o diálogo freqüente e sistemático da equipe de trabalho; e • os encontros envolvendo as famílias, sempre que necessário.

(9)

São fontes de observação e registro do professor: • as tarefas realizadas;

• os portfólios referentes aos projetos de investigação; • as homepages construídas pelos alunos; e

• os registros individuais em caderno ou pastas.

Durante as observações, buscamos qualificar as ações desencadeadas pelas crianças e consideramos fundamentalmente:

• o espírito investigativo;

• a capacidade de diálogo com o conhecimento, definida como a possibi-lidade que os alunos apresentam em desenvolver processos interativos; • as categorias cognitivas de observação, reconstituição, antecipação,

expli-cação, justificativa, contraposição e verificação evidenciadas enquanto os alunos agem; e

• as diferentes formas de interação social a partir das relações intelectuais de egocentrismo, conformismo, coação e cooperação.

Os alunos, professores e gestores participam com os pesquisadores do processo de avaliação no momento em que são solicitados a refletir sobre sua aprendizagem nas mais diferentes atividades (assembléia, entrevista, encontro com pais, grupo operativo, elaboração de textos científicos, dissertações de mestrado, teses de doutorado).

(10)

III DADOS GERAIS DA ESCOLA

1. Nome da Escola

Escola Estadual de Ensino Fundamental Luciana de Abreu.

2. Endereço

Rua Jacinto Osório, nº 60. Bairro Santana

Porto Alegre - RS - Brasil.

• Níveis do sistema de ensino

Níveis de ensino Ensino fundamental Séries iniciais Ensino fundamental Séries finais Educação de jovens e adultos (EJA)

Manhã X X não

Tarde X X não

Noite não não X*

(11)

3. IDEB da Escola

4. Nº de alunos por turnos

5. Professores

2005 2007

séries iniciais: 4,0 4,6

séries finais: 3,6 3,5

Manhã Tarde fundamentalTotal ensino Noite*

* Os alunos do noturno não foram incluidos neste experimento do Projeto UCA,

Total

2007 128 161 289 143 432

2008 138 139 277 238 515

(12)

Professores e regime de trabalho incluindo os do EJA

Dirigentes

20 horas 40 horas Outros profesoresNº total Nº total horas semanais

2007 26 11 37 960

2008 25 11 36 940

2009 23 8 4 35 637

Cargo Ano Horas de trabalho

2007

Direção 2008 40h

2009

2007

Vicedireção (manhã) 2008 20h

2009

2007 40h

Vicedireção (tarde) 2008 40h

2009 40h

2007 40h

Vicedireção (noite) 2008 40h

2009 40h

Coordenação pedagógica

2007

2008 40h

2009

Orientação educacional

2007 20h

2008

2009

(13)

Envolvimento da equipe diretiva da escola

A equipe diretiva não apenas aceitou que o UCA fosse realizado na Escola Luciana de Abreu como seu diretor, também, preocupou-se em manter registro de todos os eventos, atividades e reportagens em que a escola se envolveu neste período. Apoiou sempre as diferentes iniciativas dos profes-sores. Fez repetidas solicitações à SE-RS e frequentou curso para formação de gestores na SE-RS. Uma das vicediretoras da escola demonstrou vontade de congregar os professores, atuando em propostas inovadoras e interdiscipli-nares, promovendo tentativas de mudanças nos tempos do currículo da escola. Entretanto seu esforço não logrou permanência em vista de ausências de muitos professores por diferentes tipos de afastamento. Em 2009, a vicedi-reção coordenou o desenvolvimento de projeto de educação ambiental procu-rando integrar os professores, os órgãos municipais e diferentes atividades do currículo. A coordenação pedagógica aceitou a proposta do projeto, partici-pando em alguns encontros da formação de professores, mas suas frequentes viagens e licenças interromperam sua continuidade. Em dezembro de 2009, a então coordenadora solicitou aposentadoria. A atuação do setor de psicologia deu-se prioritariamente junto ao corpo docente e à equipe diretiva no sentido a apoiar as ações desenvolvidas na escola e a fortalecer o bom relacionamento interpessoal, o que incluía sem dúvida aspectos relacionados ao projeto UCA. Salienta-se a participação da psicóloga nas formações de professores e o empenho em integrar os pais ao trabalho escolar, inclusive em relação ao uso do laptop, uma vez que pessoalmente buscou apropriar-se do uso da tecno-logia digital, explorando os recursos do equipamento. Algumas professoras engajaram-se nas inovações pedagógicas propostas pelo projeto, liderando as

2009

Coordenação do Projeto UCA na escola

2007

2008 40h

2009

2007 20h

Biblioteca escolar 2008 20h

2009

(14)

participaram de eventos externos e de atividades extra curriculares com seus alunos e colegas. Além disso, apropriaram-se efetivamente da tecnologia do XO, participando de todas as formações oferecidas aos professores da escola. Obs: todos os professores participaram da formação, enquanto esta ocorria na própria escola em horário de trabalho. Sua frequência foi interrompida quando solicitamos um horário de estudo após as aulas para não prejudicar os alunos.

6. Funcionários da Escola

7. Pessoal Técnico para apoiar o uso de TICs

Não havia uso de tecnologias digitais na Escola Estadual de Ensino Funda-mental Luciana de Abreu até o início do Projeto UCA.

Em fevereiro de 2007, a Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, mantenedora da Escola, foi contatada.

Cargos Número de pessoas

Secretaria 2*

* Um funcionário por turno.

Serviço de nutrição 2*

(15)

No seminário de implantação do Projeto, contamos com a participação da Sra. Secretária, Profª Marisa Abreu e representantes do CATE (Central de Apoio Tecnológico à Educação).

A parceria técnica aconteceu entre a escola e o LEC, que recebeu apoio integral do Reitor e do Secretário de EAD da UFRGS.

Todas as ações desenvolvidas neste período contaram com o envolvimento de voluntários. A adequação da rede elétrica e a disponibilização da rede wireless contou com apoio de dois engenheiros oriundos da Procergs e da UFRGS. Bolsistas voluntários do LEC, que durante todo período de espera da doação estudaram intensivamente os laptops, cuidaram da manutenção da rede, de atualizações e pequenos reparos.

(16)

pequeno laboratório de eletrônica na escola para fazer um assessoramento sistemático.

O laboratório, mais do que um lugar para conserto, passou a ser uma atração para os curiosos alunos que queriam conhecer como os laptops funcionavam. Aos poucos, alguns alunos começaram a se apropriar do funcionamento do hardware, executando eles mesmos alguns pequenos reparos, como parte da formação de alunos monitores.

Pessoal técnico de apoio ao uso das TICs

Todos os envolvidos descritos a seguir no apoio ao uso das TICs foram voluntários ou bolsistas do LEC.

Horas de Contrato Funções que desempenha na escola

Trabalho voluntário como pesquisador do LEC/UFRGS, aproximadamente

de 20h semanais

Acompanhamento das instalações de cabeamento estruturado e rede wi-fi. Durante parte do Projeto seu papel foi

fazer o levantamento dos problemas técnicos e reportá-los à OLPC para

(17)

Trabalho voluntário como pesquisador do LEC/UFRGS, aproximadamente

de 20h semanais

Responsável pelo servidor da rede da escola e manutenção física dos laptops.

Trabalhava à distância na manutenção no ambiente virtual de aprendizagem (AMADIS) dentro da Escola e atendia chamados técnicos para consertos dos

equipamentos XO.

Bolsista do LEC/UFRGS, com bolsa da FAURGS, de 20h semanais

Técnico responsável pela distribuição e manutenção dos laptops. Encontrava-se inEncontrava-serido na Escola e realizava manu-tenção constante dos equipamentos.

(18)

IV

INFRA-ESTRUTURA

1. Infra-estrutura física

Descrição

Tipo de construção

O prédio da escola é de alvenaria. Os prédios foram construídos em duas etapas: primeiramente, o prédio no qual se localizam a direção e os demais

serviços e, posteriormente, o prédio das salas de aula.

Qualidade da construção

(19)

Segurança

Em 2007, os laptops foram distribuídos aos alunos e professores. No entanto, enquanto a escola não fora totalmente coberta pelos laptops os mesmos eram guardados em suas caixas e mantidos na sala do Diretor da

escola.

Em 2008 os alunos foram autorizados a levar para casa seus laptops, não sendo necessário o armazenamento na escola.

Em 2009, foi inaugurado o laboratório de informática da escola, o qual está localizado em sala com grades nas janelas e na porta.

Mobiliario escolar

O mobiliario é suficiente para o número de alunos. São mesas e cadeiras com estrutura de ferro muito pesada e a ação do tempo se faz notar (metais com ferrugem, revestimento de fórmica descascado, parafusos soltos ou

fal-tantes).

(20)

Infra estrutura elétrica da escola

A rede elétrica é composta por:

Quadro de entrada: 02 medidores de consumo APREL trifásicos modelos T4C3rhv e T4C3v Cat. R.45103 [220/110v 60Hz 100A].

Central disjuntora: 3 disjuntores 90A; duas colunas com 09 disjuntores de 15A ou 30A.

Conexão elétrica das salas

Há duas tomadas para conexão elétrica por sala de aula. O número de tomadas era insuficiente para que todos os laptos fossem conectados

simul-taneamente para carregamento das baterias. Como medida emergencial, foram comprados filtros de linha a serem utilizados em seqüência.

Embora tenha-se optado por essa solução, não se trata de uma alternativa a ser recomendada, tendo em vista o risco a que se expõem alunos e

professo-res na sala.

O material para a ampliação das instalações elétricas nas salas de aula foi enviado pela SE-RS porém não foi instalado por falta de verba da escola

para o pagamento de mão-de-obra.

(21)

2. Equipamentos de TICs

2007

A seguir, a ordem da distribuição até a saturação 1:1. Distribuição dos laptops aos alunos.

2008

Computadores Tipo Ano de

aquisição

Estado de uso ao final

de 2007 Número de alunos Número de professores UCA Número de laptop por aluno UCA Laptop XO 313

* 2007 todos em

uso.

289 24 1 para cada aluno.

Computadores da secretaria

PC 2 2003 e 2007

Uso em ati-vidades de gestão da

escola.

-

-* Os laptops foram sendo entregues conforme a chegada, por doação, da organização OLPC.

Turmas Data

4ªas séries 24/Março

6ªas séries 11/Abril

5ªas séries 25/junho

1º ano 16/julho

3ª séries 08/agosto

7ªas e 8ªas séries 09/agosto

1ªas e 2ªas séries 20/Novembro

Computadores Tipo Número Estado de uso ao final de 2008 Número de laptops por aluno

UCA XO 413

*

parte em uso e parte aguar-dando substituição

1 para cada aluno

Computador na sala dos pro-fessores

PC 1 Livre acesso para os profes-sores

-Laboratório de informática PC 15 aguardando instalação

(22)

2009

Computadores Tipo Número Estado de uso atual Número de Laptops por Aluno

UCA XO 413 parte em uso e parte aguar-dando substituição.

1 para cada aluno em algumas turmas.

Computador na sala dos pro-fessores

PC 1 Livre acesso para os profes-sores.

-Laboratório de informática PC 15 em atividade para os alu-nos.

-Equipamento Local Tipo Número aquisiçãoAno de Estado de uso atual

Tipo de acesso para os alunos Tipo de acesso para os profesores Impressora Laboratório de Informá-tica Jato de tinta

1 2008 Impressão de trabalhos dos alunos. Somente em atividades no laboratório. Somente em atividades no laboratório.

Impressora Secretaria Jato de tinta

1 2008 Impressão de docu-mentos, etc.

Somente para o pes-soal da

secre-taria. Somente pessoal da secretaria. Projetores e outros periféri-cos Servidores UCA

(23)

3. Conectividade

Tamanho de banda de acesso à internet

Atualmente existem duas redes instaladas na escola, ambas com velocidade de 256Kb.

Tipo de distribuição dentro da escola (wireless ou por cabos)

Há uma rede a cabo, gratuita fornecida pelo PROINFO para o laboratório de informática.

Há uma rede, paga pela escola de distribuidora regional. A rede wireless foi instalada pelo LEC, quando da chegada dos

laptops.

Recintos da escola conectados Em todos os ambientes da escola, via wireless (instável).

Tipo de acesso Livre.

Proteção da rede Não há restrição de uso da rede.

Ocorrendo acessos indesejados, os professores trabalham com os alunos as questões de valores éticos, adequação e

responsabi-lidade.

Custo do acesso a internet e quem paga o mesmo – recebe algum subsídio?

Uma das redes é paga pela própria escola e custa R$ 51,00 (verba repassada pela SE-RS. A outra é fornecida pelo

(24)

4. Avaliação da Infra-estrutura

Computadores UCA

Observações sobre as falhas dos computadores

De acordo com o quadro anterior qual é a taxa média de computadores descartados semestralmente?

Computadores em funcionamento

Computadores UCA

descartados Computadores UCA em manutenção

Tipo de problema Tipos de problema

Tempo médio que demora a manutenção

No dia do início do projeto

75 0 Nenhum. 13 conexão com a internet, falhas nos

mouses.

48 hs.

Aos 6 meses

150 1 defeito de fabrica-ção, não permane-cia ligado e foi devolvido à OLPC.

32 teclados com mau contato, mouse com sensibilidade defei-tuosa, teclados ras-gados, antenas

quebradas.

48 hs.

Aos 12 meses

313 21 defeito de fabrica-ção; um laptop

teve quebra de monitor, 1 foi

per-dido; 3 roubados.

174 os modelos de teste b2 do segundo semestre chegaram

com defeito na montagem do cabo

do teclado. Todo o lote precisou de reparos manuais.

2 horas por laptop.

Aos 18 meses

292 33 quebra de monito-res, teclados

rasga-dos, antenas danificados e lap-top não devolvidos

antes das férias.

125 troca de monitor, troca de teclado, troca ou recoloca-ção de antena,

lim-peza e atualização do sistema

operacio-nal.

2 horas por laptop.

Aos 24 meses

259 0 - 125 problemas envol-vendo software e hardware e falta de pessoal para

manu-tenção.

(25)

Que problemas estes descartes geraram para o Desenvolvimento do projeto UCA?

A taxa média de laptops descartados semestralmente variou entre 2% e 7%. Durante o primeiro ano do projeto, os problemas foram contornados sem perturbar o andamento do projeto, pois havia uma reserva de laptops, superior aos 2% de perdas.

A partir do segundo semestre de 2007, foram recebidos 175 laptops com defeito de fabricação no encaixe do teclado à placa mãe, sendo necessários alguns meses com um único técnico e alguns voluntários para consertar todos os laptops. Esse problema paralisou os trabalhos com o laptop de quase 50% da escola. Após esse evento, os laptops que apresentaram problemas de teclado tiveram recorrentes solicitações de suporte.

Outra dificuldade técnica enfrentada foi a duração dos carregadores: os dois primeiros lotes de carregadores tiveram uma vida útil muito baixa (em torno de quatro a seis meses) e a própria OLPC realizou a troca dos mesmos, mas não em sua totalidade, o que resultou em desativação temporária de muitos laptops.

Disponibilidade de uso dos computadores por parte dos alunos

Qual o número de horas de utilização dos computadores pelos alunos por semana?

No ano de 2007, os alunos utilizavam os laptops durante todo o turno em que estavam na escola. Em 2008, a utilização era em tempo integral, pois alunos permaneciam com os laptops nos diferentes espaços da escola e fora dela, estando disponíveis 24 horas por dia.

(26)

Sim. O uso dos laptops em sala de aula teve diferenças qualitativas impor-tantes, nos anos de 2007 e 2008, segundo diversas condições, as quais estão melhor detalhadas no item IV (1).

De acordo com o que foi pesquisado, este número de horas é suficiente (ou compatível) para desenvolver as atividades educacionais com êxito?

Conforme as variações de tempos acima descritas, nas etapas do projeto (2008) em que os alunos e os professores tinham os laptops disponíveis a todo momento, o número de horas foi suficiente. Os diferentes tipos de uso, para diferentes atividades educacionais estão descritos abaixo (item IV).

Disponibilidade de uso dos computadores por parte dos professores

O número de computadores disponíveis para os professores é suficiente?

Até o início do UCA, havia apenas um computador na secretaria da escola e um computador na sala da direção. Após o início do projeto, cada professor contava com um laptop, portanto, houve, ao longo do projeto UCA, um computador disponível para cada professor.

Impressoras

Não havia impressora disponível exclusivamente para o Projeto, o que não inviabilizou a realização das atividades planejadas.

Os recursos para todas as compras da escola, incluindo material de consumo (da secretaria, da merenda escolar, de limpeza) e permanente (incluindo hardware e software) provêm dos repasses de verba da SE-RS (Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul).

(27)

Projetores, outros periféricos e servidores

Em 2007, havia apenas a impressora da secretaria, com uso restrito às ativi-dades dese setor. Em 2008, a escola recebeu a doação de 15 computadores (10 computadores do PROINFO e 5 da Fundação Pensamento Digital) e uma impressora. Esses equipamentos, que hoje compõem o laboratório de informática, estiveram disponíveis aos professores somente em 2009.

No momentos em que foi necessário o uso de projetor, o LEC emprestou o equipamento. Até o momento existe um servidor, o qual sustenta a rede da escola, como descrito no item III (2).

Logística de uso dos computadores UCA

A distribuição e manutenção dos laptops ficaram sob responsabilidade do LEC, pois havia necessidade de se ter uma equipe de especialistas para suportar os primeiros passos da escola frente à nova realidade.

Em um primeiro momento, os laptops foram todos identificados e distri-buídos aos alunos, para formar um banco de dados que auxiliaria no rastrea-mento dos mesmos durante a manutenção ou sinistros. A entrega era feita para uma turma de cada vez, em dias separados e, após a entrega, o grupo seguia para a sala de aula, prestando auxílio aos alunos e professores durante os primeiros passos.

Após o primeiro ano de projeto, com a escola já funcionando no modelo 1:1, a entrega passou a ser feita em massa, para toda escola num mesmo dia, e o suporte inicial ficou um pouco mais difuso, focado nas turmas com mais dificuldades.

Abaixo são listados alguns pontos fortes e fracos a respeito dessa logística:

(28)

2. A distribuição em etapas retardou a liberação dos laptops para serem usa-dos nas residências pelas crianças.

Fortalezas 1. A distribuição em etapas ajudou a escola a incorporar a inserção do laptop aos poucos;

2. A distribuição em etapas também teve impacto na mudança curricular: alunos que já tinham recebido o laptop auxiliaram os colegas no uso, assim como professores compartilharam com os colegas as atividades desenvolvidas, o que dinamizou as relações interpessoais e as manifesta-ções no grupo de discussão;

3. O uso integral do laptop pelos alunos (em casa e na escola) fez com que os alunos compartilhassem com os familiares e amigos as atividades da escola. Além disso, partilharam com a escola as descobertas feitas fora do horário escolar;

4. O projeto UCA aumentou a auto-estima da comunidade escolar, bem como colocou em evidência a instituição na mídia.

5. Avaliação geral da infra estrutura do Projeto

O Projeto não recebeu apoio financeiro. O apoio da Universidade foi funda-mental, mas não compreendeu recursos financeiros. A SE-RS deu apoio político mas não pôde atender aplicações ou suportes de recursos pois este tipo de ajuda deve ser planejada com antecipação de 1 ano para ser incluída no orçamento do ano seguinte.

Embora o LEC tenha sido sistematicamente procurado por empresas privadas que desonvolvem ou oferecem recursos tecnológicos (portais digitais, cursos de formação à distância ou presenciais), não foi aceita pelos pesquisadores qualquer parceria que pudesse interferir nas opções de inovações tecnológicas do experimento.

(29)

Isso causou grandes carências de instalação elétrica nas salas e em todos os espaços da Escola. A solução encontrada, como uso de filtros, não foi satisfa-tória e ofereceu perigo. Por essa razão a Direção da Escola está providen-ciando junto a SE-RS uma revisão geral da infra-estrutura, não só da rede elétrica como de número suficiente de tomadas nas salas e em todo o prédio, para evitar acidentes e oportunizar a recarga das baterias dos laptops, como multiplicação dos pontos de rede wireless e, junto ao MEC, conexão com acesso rápido à Internet com banda larga, ainda não instalado em 2009. Quanto aos recursos humanos, sublinhamos a necessidade de um apoio qualificado dos gestores, da Direção à Coordenação Pedagógica. Nesta experiência, foi constatado que se constitui em um grande desafio para essas funções inovar o currículo sedimentado em regras tradicionalmente aceitas que, inclusive se consubstanciam em Regimentos Escolares que chegam a ignorar orientações atuais do sistema de ensino brasileiro como, por exemplo, a segmentação em bimestres ou trimestres, as avaliações por testes ditos "objetivos", cuja pontuação supera os pareceres dos Conselhos de Classe, a decretação compulsória de repetência e exclusão etc. A visão geral de gestão reflete uma dependência de regras atribuìdas à gestão estadual como: sequência de conteúdos ordenados segundo os textos do livro didático, correspondendo ao seccionamento prévio de tempos e espaços e prevalecendo sobre a autonomia da Escola de elaborar seu PPP, considerando os Parâmetros Curriculares Nacionais e gerando alterações em seus regimentos internos.

É importante esclarecer que tanto direção quanto coordenação pedagógica frequentaram durante 2008 Curso de Formação de Gestores oficialmente oferecido pela SE-RS e MEC.

(30)

V

RECURSOS E PROCESSOS

O contexto desta experiência piloto, na Escola Luciana de Abreu, envolveu, além da entrada dos laptops no cotidiano da escola, uma proposta de inovação metodológica das práticas escolares (que será mais aprofundada-mente descrita e analisada nos próximos relatórios onde serão documentados “Experiências de Apendizagem” e “Estudos de Casos”. Essa inovação envolve também uma nova concepção tanto das funções do professor quanto do aluno em sala de aula, assim nas experiências docentes analisaremos processos complexos de apropriação das inovações que se iniciaram em 2007. Esse processo, como qualquer aprendizagem, envolve diferentes etapas com condutas diversas de cada professor, de acordo com seu próprio ritmo de apropriação no uso das novas tecnologias, e de novas propostas pedagógicas. Assim, a partir das experiências dos professores, pudemos conceber níveis de condutas quanto ao uso do laptop em sala de aula:

Nível I O laptop é usado

(31)

• as aulas permanecem na segmentação da grade curricular: um professor por disciplina, aulas com a duração de 50 minutos assim distribuídas para cada turma da 5ª. a 8ª série (que passará a 9º. Ano):

• Língua portuguesa – 5 períodos por semana • Matemática – 5 períodos por semana • Ciências – 3 períodos por semana • Historia – 2 períodos por semana • Geografia – 2 períodos por semana • Educação Física – 2 períodos por semana • Artes – 1 período por semana

Cada professor tem a liberdade de decidir sobre como vai distriibuir esses tempos pelas atividades que desejará propor, inclusive usar horas para trabalhar sem laptop. Não há regularidades para esta forma de uso do laptop. Inclusive o professor pode não incluir, mas se os alunos tem os laptops 24 horas por dia, poderá usá-los ainda que não sejam tarefas determinadas pelos professores.

(32)

Nível III Os alunos são convidados pelo professor a levantar questões e formular problemas que lhes despertam interesse e curiosidade. O professor participa como orientador do projeto dos alunos, que se reúnem em grupos de interesse afins aos seus problemas de pesquisa. Alunos e professores planejam o desenvolvimento dos projetos: o uso de recursos, o desdobramento de novas questões, as possíveis fontes de pesquisa. O laptop aparece também como um novo meio de comunicação e interação: há trocas virtuais entre professor e aluno a respeito dos processos de aprendizagem. O professor busca orientar e avaliar o processo do aluno de acordo com os princípios dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), com base em conceitos, atitudes e procedimentos.

Como em todo o processo de aprendizagem, essas diferentes condutas do professor não ocorrem de maneira linear (como espaço cartesiano do livro impresso e do caderno), mas de forma descontínua, ou mesmo simultânea (como no espaço digital). Assim, por exemplo, um professor pode ter condutas de nível III para certas atividades em uma turma, mas voltar para nível I ou II em outras, dependendo de variáveis diversas. Há muitos fatores que contribuíram, durante o projeto, para o avanço ou o retrocesso do professor às formas mais tradicionais de ensino. Esses fatores vão, desde o desenvolvimento individual de cada professor na aquisição do uso das ferra-mentas do próprio laptop, quanto de aspectos da estrutura de gestão da escola, supervisão pedagógica, participação/reivindicação dos pais na aprendi-zagem dos alunos, intervenções dos pesquisadores, etc. Por exemplo, um professor que por diversas vezes propuser atividades inovadoras e não receber o apoio necessário dos gestores da escola para seguir inovando na forma de avaliar os alunos, poderá voltar às práticas tradicionais de avaliação e de ensino, etc.

(33)

.

A entrada dos laptops na escola foi acompanhada pelo curso de formação em serviço, e de uma proposta de mudança de metodologia pedagógica (como descrevemos ao longo deste relatório): mudanças de tempo e espaço, mudança de planejamento de aula, de função do professor e alunos, etc. Assim, durante a primeira parte dos segundo semestre, em 2007, houve um movimento de toda a escola no sentido de mudar a sala de aula. Esse

Série 2007* 2008 2009‡

1º semestre 2º semestre

1º semestre 2º semestre 1º semestre 2º semestre

1º Tri 2º Tri

1º ano

-1ª série

-2ª série - -

-3ª série

-4ª série

5ª série

-6ª série

7ª série

-8ª série

-Uso disciplinar- nível I

Uso interdisciplinar- níveis II

Uso interdisciplinar- níveis III

* em 2007, os alunos receberam conforme a chegada dos lotes.

† em 2008, os alunos tinham os laptops à disposição todo o tempo, levando os laptops para casa. Não temos instru-mentos, nesta pesquisa, para registrar todo o tempo em que os alunos estiveram usando os laptops, solicitados ou não pelo professor (foi constante, por exemplo, ver os alunos usando os laptops durante o recreio, na praça em frente à escola, etc.)

(34)

• mudança nos tempos: aulas de 50 min. não são suficientes para desen-volver atividades com o laptop

• necessidade de integração entre os trabalhos dos professores (continuidade entre as aulas)

• necessidade de planejamento mais detalhada das atividades

A Vice-direção –responsável pela organização dos horários da escola- junto com a supervisão escolar, então, realizou um plano de mudança dos horários da escola a partir das demandas citadas. Nas modificações do horário, a escola procurou ampliar o tempo de do mesmo professor com o mesmo grupo de alunos, assim como colocar mais de um professor, como parceiro, em sala de aula. Os alunos passaram a construir projetos de aprendizagem, elaborando problemas sobre aquilo que iam pesquisar. Os professores, então, passaram a atuar como orientadores dessas pesquisas, circulando entre os grupos, em mais de uma sala, etc.

(35)

Etapas de implementação

Não há roteiros de experimentos para aulas padronizadas. No experimento UCA da Escola Luciana de Abreu, normalmente o professor inicia uma fase de experimentação livre, em que os alunos exploram o laptop e seus recursos. Nesta etapa, o professor em geral solicitava o apoio de um voluntário para auxiliar na execução das propostas. É importante frisar que, após as experi-ências das primeiras turmas, nas turmas seguintes os próprios alunos mais familiarizados com a máquina trabalharam como monitores.

Os professores, na implementação das atividades ulteriores com o laptop, tiveram processos bastante diversificados, que nos permitiram apresentar os níveis de desenvolvimento supracitados. A preocupação sempre presente é evitar, em busca da construção de um webcurrículo, a consulta sistemática de portais que apresentam os conteúdos digitais por disciplina selecionados e organizados na tela do laptop tais como estão nos livros didáticos somente acrescidos de sons, cores e movimentos. As irregularidades das mudanças nas condutas dos professores, expressam tentativas de fugir à aula tradicional e às tradicionais unidades de aprendizagem.

Um grande desafio, que perturbou o processo desde o início, foi a ausência de tempo dos professores para reuniões de estudo e planejamento cooperativo. O regime de trabalho habitual não assegurava horas livres para tais atividades. Era preciso que o Diretor dispensasse os alunos, em pleno período letivo, para que fossem possíveis duas horas de formação.

Quanto ao desenvolvimento de novos materiais para a formação, foram feitos sempre sob demanda tanto de professores quanto de alunos. Priorizou-se sempre os próprios recursos presentes no laptop.

(36)

nessas havia escrito o nome de cada aluno do grupo. Os responsáveis para ir buscar e levar o laptop de volta à sala eram pré-selecionados e havia um rodízio a cada aula. Esses preparativos não eram necessários quando os alunos passaram a levar os laptops para casa.

Quanto a atividades realizadas pelos alunos

Houve atividades muito diversificadas, dependendo dos níveis de conduta do professor já descritos. Levando em conta as condutas do nível I, os alunos permaneciam sentados em suas classes, em geral fazendo exercícios solicitados pelo professor, usando o laptop para resolver esses exercícios. Para os níveis II e III, os alunos realizavam atividade de pesquisa. Formulavam uma pergunta, e a partir dela, passavam a pesquisar diversas fontes, criando modelos, construindo e testando hipóteses. Ao longo da pesquisa, considerando a proposta do modelo 1:1 no Luciana de Abreu, os alunos tinham a liberdade de escolher o tipo de produção. O que encontramos é que usualmente os alunos produziram modelos animados programados no computador, desenhos (feitos no computador ou em papel), maquetes, experimentos científicos, videos, fotografias, textos, relatos, webpages, blogs. Quanto às atividades de avaliação, nessas situações os alunos eram convidados a registrar sua aprendizagem em diário virtual. Ali, faziam registros bastante diversos, de acordo as percepções e auto-avaliação de cada um.

Quanto aos materiais de apoio

As produções de alunos e professores, durante o projeto, priorizaram princi-palmente o uso de ferramentas de busca e o ambiente AMADIS como reposi-tório do que foi produzido.

Assim, para o desenvolvimento dos projetos de aprendizagem, os alunos tiveram a necessidade de aprender a consultar diferentes sites por meio de indexadores para a busca e a seleção de informações relevantes às pesquisas e aprenderam a analisar criticamente e selecionar.

(37)

O ambiente virtual de aprendizagem AMADIS abrigou as produções de alunos e professores envolvidos no projeto UCA e ofereceu ferramentas que facilitaram as trocas a distância.

Outro recurso largamente empregado pelos alunos foi a câmera do laptop, utilizada para produzir fotografias relativas às pesquisas realizadas.

Os materiais impressos da biblioteca consultados pelos alunos durante os projetos de aprendizagem envolviam: enciclopédias, periódicos, múltiplos livros didáticos enviados à escola pelo MEC e literatura em geral.

Sistemas de

Informação Para trocas cooperativas entre professores, gestores e pesquisadores do UCAna escola, foi criada uma lista de discussão de emails na qual toda a equipe foi

inscrita. Os professores também tiveram espaço no AMADIS, tanto no ambiente em que os alunos publicavam suas produções, quanto em uma versão especial para o curso de formação, em que pesquisadores e colegas professores de outras escolas e universidades eram usuários.

Ao longo do Projeto, professores e alunos criaram espontaneamente outras formas de comunicação, como por exemplo em ambiente de relacionamento (Orkut), blogs e ferramentas de comunicação instantânea.

Avaliação geral dos recursos e processos do projeto

Ao avaliar os recursos e processos do projeto, é necessário refletir sobre alguns aspectos:

• Uso do laptop sustentado por uma clara concepção epistemológica e embasado por uma proposta pedagógica inovadora;

• Liberdade de planejamento do professor para o uso do laptop em sala de aula;

• Uso dos diferentes espaços da escola e fora dela para a construção da aprendizagem;

(38)

• Formação continuada dos professores;

• Uso de ambiente virtual de aprendizagem e demais ferramentas das TICs para a comunicação e repositório das ações.

Práticas

aconselhadas Algumas práticas, em relação aos itens acima, devem ser aconselhadas àsescolas que estarão incorporando o uso do laptop no modelo 1:1, quais

sejam:

• a equipe gestora necessita de uma mobilização inicial para a proposta de uso do laptop, a fim de que se engaje efetivamente nas ações decorrentes de sua implementação;

• a formação dos professores deve ser continuada e em serviço, porque é no contato com os alunos que os professores vão-se apropriando dos pro-cessos tecnológicos e das inovações pedagógicas;

• o espaço de reunião para planejamento entre os professores é vital para a manutenção e sucesso do projeto da escola, acompanhado e apoiado sempre pela equipe gestora da escola;

(39)

• a equipe gestora necessita apropriar-se do novo tipo de movimentação na escola, tendo em vista o uso de todos os espaços físicos como extensão da sala de aula.

Práticas a serem evitadas:

Entretanto algumas práticas podem ser evitadas:

• o uso de portais comerciais de conteúdos digitais organizados tais como nos livros didáticos que acomodam os professores em condutas do nível I (vide item IV, 1 deste relatório)

• a ênfase em atividades de busca de informações exclusivamente em sites indicados pelo professor;

• a não priorização do horário de reunião de planejamento dos professores; • a simples inserção do laptop no cotidiano da escola sem uma discussão

pedagógica e a construção de uma proposta de um currículo inovador. O laptop dentro da escola é uma novidade. Não existem atribuições, papéis, nenhum procedimento padrão para lidar com situações cotidianas do uso do equipamento.

Perguntas simples podem ser fonte de reflexões importantes:

(40)

(a) Na experiência da escola Luciana de Abreu, os pais foram convidados para uma assembléia, em que discutiram amplamente seus interesses e suas respon-sabilidades diante da entrega do laptop. Foi-lhes apresentado um contrato, contendo um termo de responsabilidade que foi assinado por todos. Ante o consenso dos pais em assinar o documento, foi também solicitado um termo de consentimento de ampla divulgação das imagens e documentos produ-zidos por seus filhos. Com esses registros foram armazenados, em um banco de dados, o número serial de cada máquina, da sua bateria e respectivo carre-gador.

(b) Além de alunos e professores, quem tem direito a receber equipamentos na escola? Coordenação pedagógica? Direção? Setor de Psicologia? Como havia numero suficiente de laptops, no Luciana de Abreu, foi possível distribuir o equipamento para todos. Aconselha-se que tanto a equipe diretiva como seus assessores recebam o computador a fim de incorporarem seu uso no cotidiano de suas funções.

(c) Qual o procedimento quando alunos deixam a escola e quando chegam novos alunos? O laptop é propriedade da escola para o uso dos alunos, portanto, nas férias escolares como nas transferências, os alunos devem devolver para que sejam guardados na escola. É necessário estabelecer um protocolo de entrega e devolução dos equipamentos tanto para professores quanto para alunos. Assim, pode-se remanejar a distribuição no caso da chegada de novos alunos à escola, sendo preciso que o órgão gestor (prefeitura ou governo estadual) providencie a reposição ou a compra de novos laptops de acordo com as matrículas efetuadas.

(41)

infração às regras pelos próprios participantes para sustentar uma situação de autonomia e responsabilidade individual e coletiva.

(42)

Para solucionar a questão, a estratégia encontrada foi realizar a formação em serviço, fazendo a inserção do laptop com base nas próprias tentativas de uso do professor.

Outra estratégia foi a discussão e a construção coletiva de normas e regras para cuidados com a máquina, utilização na escola e em casa.

(43)
(44)

VI

CAPACITAÇÃO

1. Professores participantes no projeto UCA optantes pela formação em serviço:

Diagnóstico das condições iniciais em 2007

Competências tecnológicas dos professores (alta, media, baixa) como auto-avaliação.

Formação acadêmica dos professores participantes do UCA

2. Formação

A formação dos professores da escola Luciana de Abreu esteve pautada pelas seguintes ações:

• oferta de oficinas de apropriação tecnológica;

Nº de professores participantes 17

Percentual de professores participantes em relação ao total na escola 73%

Nº de horas semanais dedicadas ao projeto UCA ( média) 2 horas semanais de capacitação

Nº de alunos por turma ( média) 19

% Número de professores

Alta competencias tecnológicas 18% 03

Media competencias tecnológicas 12% 02

Baixa competencias tecnológicas 70% 12

% Número de professores

Mestrado 6% 01

Especialização 6 % 01

Superior completo 76% 13

(45)

• formação continuada em serviço para o planejamento, registro em ambiente digital e análise dos processos de inovação pedagógica alcan-çados e o impacto da inserção dos laptops no contexto da sala de aula; • acompanhamento sistemático dos usos do laptop para fins de suporte,

ori-entação e levantamento das principais dificuldades para posterior elabo-ração de estratégias de assistência ao trabalho dos professores;

• acompanhamento das interações de professores e alunos via ambiente virtual de aprendizagem (AMADIS) e grupo de discussão.

Segue abaixo breve descrição cronológica das ações de formação:

Data Ação

25/01/2007

Realização de um evento de lançamento do Projeto UCA no Inst. de Psicologia da UFRGS com participação do Reitor, da Universidade, da Secretária de Educação do RS, representantes da ONG OLPC/ MIT, representantes do governo do Brasil , da Argentina e do Uru-guai, professores da E.E.E.F Luciana de Abreu e da equipe do LEC.

27/01/2007

(46)

Fev/2007

Realização de Oficinas sobre o Laptop XO com professores da Rede Municipal de Porto Alegre e de representantes da Comunidade do

Software Livre.

Março a Dez./2007 Formação Continuada dos Professores na própria escola Luciana de Abreu.

Mar a Jul/2008

I Fase de formação dos professores da escola interagindo com os pro-fessores do Colégio de Aplicação/UFRGS realizada em 2 hs. semanais

na sede do LEC

Ago a Dez/2008 II Fase de formação dos professores da escola com os professores do Colégio de Aplicação/UFRGS realizada na sede do LEC

Out/2009

Início do curso à distância de formação sobre Squeak E-Toys, Projetos de Aprendizagem e Robótica oferecidos a professores da escola

Luci-ana de Abreu e comunidade em geral.

(47)

3. Avaliação geral da área capacitação no projeto

A decisão de utilizar laptops nas escolas públicas necessita ter como foco a qualificação do sistema público de ensino, o que significa não apenas resgatar a curiosidade e a capacidade de buscar respostas, mas permitir aos alunos, professores e pais visualizarem perspectivas de mudanças profundas: foco no aprender e mudanças nos tempos, espaços da escola e funções de todos os membros da comunidade escolar.

Assim, alguns pontos são fundamentais para reflexão sobre a capacitação, conforme segue:

• Os professores devem ser expostos à máquina e suas funcionalidades antes de a utilizarem em sala de aula, a fim de minimizar resistências e inseguranças, bem como provocar o interesse em seu uso;

• A capacitação do corpo docente das escolas deve ter o suporte das equipes das universidades que acompanham o projeto UCA, uma vez que tentam organizar as escolas compartilhando os conhecimentos construídos em suas próprias pesquisas e experiências validadas;

• A capacitação oferecida ao professor não é definitiva, tampouco lhe pro-porciona um conhecimento total do uso do laptop, pois é no cotidiano da sala de aula e no contato com o aluno que a formação se consolidará; • A equipe gestora da escola necessita priorizar o horário de capacitação e de

planejamento dos professores, tendo para isso que garantir uma nova gestão de tempos junto à secretaria de educação e

(48)

VII SUPORTE

1. Pedagógico

Pessoal de apoio pedagógico externo Nº de horas semanas na escola Período de participação no Projeto

Funções e atividades desenvolvidas

Bruno Fagundes Sperb

06 2007/2009 Psicólogo, pesquisador do LEC, assessorou profes-sores e alunos.

Carine Duarte 04 2007 Arquiteta, Pesquisadora do LEC, assessorou profes-sores e alunos em sala de aula.

Claudio Gilberto Cesar

04 2007/2008 Técnico em computação, graduando em Artes da Fundação Pensamento Digital, prestou assessoria a

professores e alunos em sala de aula.

Daniel de Queiroz Lopes

04 2007/2008 Psicólogo, pesquisador do LEC, organizou as Ofici-nas de Robótica para os alunos.

Dalva Bavaresco 04 2007/2008 Graduanda em Jornalismo, pesquisadora do LEC, trabalhou no registro das atividades desenvolvidas

no Projeto.

Daniela Hoffmann 04 2007/2009 Professora de Matemática, Doutoranda em Infor-mática Educativa, assessorou professores e alunos.

Decio Tatizana 06 2007/2009 Psicólogo, pesquisador do LEC, assessorou profes-sores, alunos e pais.

Diuali Fagundes Jost 04 2007/2009 Pedagoga e pesquisadora do LEC, assessorou a equipe gestora.

Edson Lindner 04 2007/2008 Doutorando em Informática Educativa, prestou assessoria a professores e alunos.

James Zortéa Gomes 04 2007 Mestrando em Artes, pesquisador do LEC, partici-pou da documentação áudio visual.

Jose Longo 04 2007/2008 Graduando em Psicologia, pesquisador do LEC, trabalhou com os alunos na Oficina de Robótica e

na assessoria a professores e alunos.

Maroni Klein 04 2007 Arquiteta, Pesquisadora do LEC, assessorou profes-sores e alunos em sala de aula, coordenou equipe de alunos monitores que auxiliavam no uso do XO por

outros alunos.

Patricia Behling Sha-ffer

04 2007/2009 Mestre em Psicologia Social e Institucional, Douto-randa em Informática Educativa, pesquisadora do

LEC, assessorou alunos e professores.

Priscilla Neves Zanini

(49)

2. Técnico

Silvia Kist 04 2007/2008 Mestranda em Educação, pesquisadora do LEC, assessorou professores e alunos.

Susana Seidel 04 2007 Mestranda em Psicologia Social, Orientadora Peda-gógica da Fundação Pensamento Digital, assessorou

professores e alunos.

Victor Espíndula 04 2007 Técnico em informática, prestou assessoria a profes-sores e alunos em sala de aula.

Pessoal de apoio pedagógico interno

Nº de horas semanais na

escola

Funções e atividades desenvolvidas

Orientadora educacional e psi-cóloga

Suporte institucional (em relação à equipe diretiva) e organizacional (relativo ao corpo docente, dis-cente e comunidade) nas ações do projeto UCA.

Coordenadora pedagógica Tentativas de orientação da reestruturação curricu-lar, bem como suporte aos professores nas questões

pedagógicas relativas à utilização do laptop.

Pessoal de apoio pedagógico externo Nº de horas semanas na escola Período de participação no Projeto

Funções e atividades desenvolvidas

Pessoal de apoio técnico - externo

Nº de horas semanais na escola Período de participação no Projeto

Qualificação técnica e funções

Hélio Neto 4 2007

(primeiro semestre)

Graduando em matemática, responsável pelo fun-cionamento das listas de discussões, assessorou

professores e alunos, realizou manutenção dos equipamentos.

Lilian Maus 04 2007 Graduada em Artes, pesquisadora do LEC, partici-pou da documentação e divulgação das atividades

relativas ao projeto UCA no portal do LEC.

Marcos Ruschell Roehe

04 2008 Graduando em Engenharia, bolsista do LEC, reali-zou consertos e manutenção dos equipamentos.

Mario Fontanive 04 2007 Arquiteto, Mestre em Artes, pesquisador do LEC, participou da documentação áudio visual.

(50)

3. Mecanismos de suporte

O procedimento usual para a manutenção dos computadores que apresen-taram falhas era o envio dos mesmos para análise da equipe técnica de bolsistas do Laboratório de Estudos Cognitivos – LEC/UFRGS.

O tempo médio para conserto de um computador com falhas variou entre duas horas e quarenta e oito horas, dependendo do tipo de problema. A única substituição possível, quando um computador apresentava falhas, era quando um aluno deixava a escola e devolvia o laptop, pois não havia compu-tadores sobrando.

Só foi possível substituir um computador danificado quando da chegada de novos lotes.

4. Avaliação geral da área suporte

Seguem abaixo algumas constatações úteis à fase de expansão do uso de um laptop por aluno em relação ao suporte:

Importante contar com o apoio técnico das empresas fabricantes, conside-rando-se as falhas relacionadas à rede, ao servidor, à quebra de partes do equipamento e dos carregadores assim como à instalação e reinstalação dos aplicativos.

Robson Segura de Mendonça

06 2007/2009 Graduando em Informática, bolsista do LEC, implementou o AVA AMADIS, utilizado por

pro-fessores e alunos.

Thiago Spencer 04 2008 Graduando em Comunicação, participou da edi-ção da documentaedi-ção de vídeo.

Pessoal de apoio técnico -interno

Nº de horas semanais na

escola

Qualificação técnica e funções

Não há pessoal de apoio técnico na escola

-

-Pessoal de apoio técnico - externo

Nº de horas semanais na escola Período de participação no Projeto

(51)

O suporte técnico dado aos laboratórios de informática das escolas pelas secretarias de educação não foi suficiente para dar conta do pronto mento às dificuldades enfrentadas. A falta de suporte ou a demora do atendi-mento influenciou negativamente a motivação de alunos e professores quanto ao uso dos laptops.

A formação e o apoio à implementação de um grupo de alunos monitores nas escolas pode minimizar as dificuldades técnicas, já que eles podem assumir tarefas mais simples de suporte e, além disso, conscientizar os demais colegas para o uso cuidadoso do equipamento.

(52)

VIII GESTÃO

1. Organização da escola

A portabilidade e o acesso à internet fazem com que as atividades pedagógicas possam ser realizadas em outro espaço e tempo que não o delimitado pelo intervalo entre as paredes da sala de aula e os limites de períodos de tempo pré-estipulados como horas-aula.

A metodologia de aprendizagem por projetos e soluções de problemas é a proposta metodológica do LEC/UFRGS para a passagem de um modelo instrucionista de ensino a uma pedagogia centrada na aprendizagem do aluno.

Com os projetos de aprendizagem (PAs), ao contrário do que acontece nas aulas tradicionais, são os alunos que escolhem as questões a serem estudadas, com base em suas necessidades e interesses. Cabe ao professor a função de orientador que ajuda a analisar as condições de contexto, provocando novos questionamentos e coordenações inferenciais pelos alunos, estimulando a descoberta de relações e sistemas conceituais para serem trabalhados de maneira interdisciplinar.

O objetivo é permitir que os estudantes se tornem construtores autores de seu conhecimento, de modo colaborativo, passando de receptores a agentes no processo de aprendizagem. Os professores, por sua vez, substituem o papel de transmissores de informações pelo de orientadores e parceiros dos aprendizes. Essa foi a metodologia implementada na escola Luciana de Abreu pelos professores que tentaram experimentar novos usos do laptop, muito diferente da consulta dirigida em páginas de portais que reproduzem a exposição do texto impresso.

(53)

de fazer sentido conceber que o aprendizado se dê exclusivamente na sala, e, principalmente, na presença do professor.

E a sala de aula, que deixa de ser considerada o espaço principal no qual se dá a aprendizagem, também passa por modificações. A disposição física tradi-cional (o professor à frente da sala, dando explicações enquanto os alunos ficam sentados em fileiras e de frente para ele) se transforma quando os alunos passam a escolher o que lhes interessa aprender.

Se o uso do espaço físico sofre alterações em função da nova proposta de trabalho com a inclusão da tecnologia digital no modelo 1:1, o tempo também não continua o mesmo. Para o desenvolvimento das mais variadas competências, o aluno precisa gerenciar a própria construção de conheci-mentos, o que requer o respeito a seu ritmo de aprendizagem e ao tempo necessário para as trocas colaborativas e registros para documentação. Com isso, o tempo de aprender dividido pelo adulto em períodos “da grade curri-cular” de quarenta e cinco ou cinquenta minutos não é suficiente. Cada tarefa requer um tempo diferenciado e a necessidade temporal é maior, visto que, ao pesquisar o que lhe interessa, o aluno necessita de tempo: para formalizar seus problemas, elaborar sua dúvidas, confrontando-as com suas certezas; buscar informações em variadas fontes; realizar leituras em sites, livros, revistas etc..; realizar entrevistas com especialistas, consultar diversas fontes de informação; experimentar diferentes metodologias de coleta de dados e sinte-tizar suas reflexões por meio de textos, hipertextos, objetos animados, mapas conceituais, elaboração de programas em Linguagem Squeak e outras formas de registro para publicação em seus espaços na Internet.

No decorrer do processo investigativo, faz-se necessário ampliar a percepção de espaço e tempo, já que não é só o ambiente físico o único disponível para aprendizagem. Entretanto, um planejamento cuidadoso pelos professores e pelos gestores precisa prever a integração desses cronogramas, que devem ser cuidadosamente distribuídos e periodicamente avaliados.

(54)

Isso faz com que as escolas tenham que incluir, em seu cotidiano, esses novos espaços e tempos não-convencionais, integrando-os à rotina dos professores, alunos e diretores, possibilitando a estes uma interação com outros profes-sores, outros aprendentes, outros gestores, em situações de comunicação síncronas e assíncronas.

1. Implementação da formação de

alunos-monitores

A formação de alunos-monitores na escola piloto do RS foi uma experiência informal: os alunos das séries finais do Ensino Fundamental que eviden-ciaram maior interesse e disponibilidade de tempo, foram convidados para uma formação como aluno monitor em horário extra-turno. À medida que se apropriavam de novos recursos, esses alunos desenvolveram projetos junto aos colegas e professores de séries iniciais.

Foi designada uma pesquisadora da equipe do LEC para acompanhar a formação e a prática desses alunos, que acontecia por meio do desenvolvi-mento de projetos, como por exemplo a construção de um jornal e o uso da ferramenta Squeak EToys, o que foi disseminado pelos próprios alunos aos colegas da escola.

2. Parcerias locais

Descrição das parcerias que a escola estabeleceu com outras instituições locais para apoiar o desenvolvimento do projeto UCA:

• Secretaria de Educação: apoiou verbalmente o projeto, comparecendo a alguns eventos no início da implementação. Além disso, a Secretaria de Educação designou um coordenador para o Projeto UCA no RS, que acompanhou diversas ações do projeto;

Referências

Documentos relacionados

A partir das primeiras experiências com os laptops em sala de aula, foi constatada a necessidade de ajuda técnica e de organização para que o trabalho dos professores em

2HQYROYLPHQWRHRFRPSURPLVVRGD6HFUHWDULDGH(GXFDomRH&XOWXUDGR(VWDGR GH 7RFDQWLQV ± 6('8& IRUDP IXQGDPHQWDLV SDUD D LPSODQWDomR GR 3URMHWR 8&$ HP YiULRV DVSHFWRV

Alimentação elétrica dos laptops em sala de aula: Considerando que, no experimento de Porto Alegre, os laptops eram de posse da criança, ou seja, tornou-se necessário o

Descrição do processo desenvolvido para informar a comunidade educativa sobre a chegada do projeto na escola. Com a chegada dos laptops educacionais e consequente

O Projeto UCA, uma iniciativa do Governo Federal do Brasil, estabeleceu durante o ano de 2007 cinco experimentos piloto para implementar a modalidade um

Consideramos como infraestrutura da sala de aula - além do estritamente físico e estrutural (paredes, estrutura elétrica, piso, tomadas etc)- o ambiente da sala, isto é,

O Projeto UCA, uma iniciativa do Governo Federal do Brasil, estabeleceu durante o ano de 2007 cinco experimentos piloto para implementar a modalidade um computador por aluno. Cada

O Projeto UCA, uma iniciativa do Governo Federal do Brasil, estabeleceu durante o ano de 2007 cinco experimentos piloto para implementar a modalidade um