A primeira edição desta acção de formação
1iniciou-se com a frase “o Humor é um assunto sério. Muito sério!”. E na segunda, a que corresponde este e-book, repetiu-se a frase, desde logo porque viu a responsabilidade da sua construção acrescida, com a circunstância de ter sido a acção de formação que mereceu um maior número de inscrições de Juízes e Magistrados do Ministério Público dentro do Plano de Formação 2016-2017.
“Humor, Direito e Liberdade de Expressão - 2017” teve lugar seis dias depois da tragédia de Pedrógão, num momento de luto social tão bem caracterizado pelo Presidente da República com a expressão de que “A nossa dor neste momento não tem medida”. Fez- se - ainda assim a consciente opção de realizar a formação, por não estar concebida como uma acção de “diversão”, mas como uma “acção de reflexão” (que também pode divertir…).
E ainda bem que assim se se fez!
O Humor, nas palavras de Timothy Garton Ash, “é um alívio, uma válvula de segurança, uma maneira de se falar sobre coisas que, de outra forma não discutimos – e um inestimável antídoto para todos os fanatismos” [RODAPÉ Liberdade de Expressão- Dez princípios para um mundo interligado, Temas & Debates-Círculo de Leitores, 2017, pag. 280.]
Mesmo que seja o fanatismo do bom ou do mau gosto (o que quer que seja que isso queira dizer).
O que se procurou fazer foi reflectir sobre o Humor e a Liberdade de Expressão.
Foi voltar a pensar sobre limites. Sobre elegância. Sobre gosto.
E um dos limites pode ser também a Dor, ou a Morte.
O que é ou não legítimo (humor racista, humor com o holocausto, humor com a deficiência, só para citar alguns exemplos) leva-nos ao confronto com a fronteira do admissível, do legalmente admissível.
Que em qualquer esquina pode surgir, seja ela cível ou penal.
1