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Rev. Bras. . vol.72 número3

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Academic year: 2018

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REVISTA BRASILEIRADE OTORRINOLARINGOLOGIA 72 (3) MAIO/JUNHO 2006

http://www.rborl.org.br / e-mail: revista@aborlccf.org.br

CASE REPORT RELATO DE CASO

Rev Bras Otorrinolaringol 2006;72(3):429.

Automastoidectomia

Automastoidectomy

João Alcides Miranda1, Fábio Akira Suzuki2, Marcello Henrique de Carvalho Borges3, Andre Luis Sartini4

INTRODUÇÃO

A automastoidectomia é definida como uma extensa destruição da cavi-dade da orelha média e mastóide, mos-trando-se, como imagem característica de uma mastoidectomia radical1. Pode

surgir como complicação da otite média crônica colesteatomatosa2 e da Keratosis

Obturans3. Entretanto, muito pouco é des-crito na literatura sobre esta entidade.

RELATO DE CASO

Homem, 60 anos, queixando-se de hipoacusia à esquerda há 8 meses. Referia otorréia à esquerda de repetição desde a infância, esporádica, sendo o último epi-sódio há 18 meses. A otoscopia revelava

uma membrana timpânica esquerda íntegra e opaca, não se observando o cabo do martelo. A audiometria mostrava perda mista severa à esquerda e perda neurossen-sorial moderada à direita. Uma tomografia computadorizada de ouvido mostrou cavi-dade timpânica ampla à esquerda, não se visualizando a cadeia ossicular (Figura 1). Fez-se o diagnóstico de automastoidecto-mia à esquerda. Foi discutida a realização de uma timpanotomia exploradora, entre-tanto, o paciente não quis se submeter ao procedimento.

DISCUSSÃO

A automastoidectomia é uma rara seqüela de doenças que acometem as ore-lhas externa e média. Hawke e Shanker3

relataram um caso de automastoidec-tomia conseqüente a um quadro de Keratosis Obtu-rans. O presente relato mostra um paciente com au-tomastoidectomia à esquerda e com história pregressa compatível com otite média crônica não-colesteatoma-tosa. Apoiando-se na história do pa-ciente e no exame de imagem, parece ser esta uma si-tuação em que a automastoidecto-mia não tem qual-quer relação com um colesteatoma ou com uma otite

média crônica simples que evoluiu com o fechamento de uma possível perfuração timpânica. Em nenhuma destas situações teríamos uma explicação convincente sobre como ocorreria a destruição óssea encontrada. Estaríamos frente um caso de otite média crônica colesteatomatosa que obteve uma hipotética cura espontânea, deixando como seqüela a automastoidec-tomia? Segundo Hungria4, esta poderia ser

uma possibilidade, entretanto, não foi ob-servado qualquer outro relato semelhante na literatura.

CONCLUSÃO

A automastoidectomia é descrita como uma rara complicação de doenças das orelhas externa e média, não sendo relatada sua associação com outras formas de otites médias crônicas, que não a co-lesteatomatosa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. The Encyclopaedia of Medical Imaging Volume VI 2. Disponível em http: // www. amershamhealth.com/medcyclopaedia/me- dical/Volume20VI202/AUTOMASTOIDEC-TOMY.ASP. Acessado em 13 de março de 2005.

2. Gaurano JL, Joharjy IA. Middle ear choles-teatoma: characteristic CT findings in 64 patients. Ann Saudi Med 2004;24(6):442-7. 3. Hawke M, Shanker L. Automastoidectomy

caused by Keratosis Obturans: a case report. J Otolaryngol 1986;15(6):348-50.

4. Hungria H. Otites Médias Crônicas Supu-rativas. Timpanoplastias. Em: Hungria H. Otorrinolaringologia. 8a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. p. 371-91.

Palavras-chave: automastoidectomia, colesteatoma, otite média crônica.

Keywords: automastoidectomy, cholesteatoma, chronic otitis media.

1 Residente do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário São Francisco, Bragança Paulista, SP.

2 Doutor em Otorrinolaringologia pela UNIFESP - EPM, Chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário São Francisco, Bragança Paulista, SP; Vice-coordenador da Pós-gradua-ção em Otorrinolaringologia do Hospital do Servidor Público Estadual.

3 Residente do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário São Francisco, Bragança Paulista, SP.

4 Mestrando em Otorrinolaringologia pelo Hospital do Servidor Público Estadual, Médico Assistente do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário São Francisco Bragança Paulista-SP. Trabalho realizado no Hospital Universitário São Francisco, Bragança Paulista.

Endereço para correspondência: João Alcides Miranda - Rua Bias Fortes 438 Boa Esperança MG 3717-000. E-mail: jamiranda78@hotmail.com

Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBORL em 20 de novembro de 2005. Artigo aceito em 27 de abril de 2006.

Imagem

Figura 1. Tomografia computadorizada, corte coronal, mostrando cavidade radical à esquerda.

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