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magrafo DICIONÁRIO DE PALAVRAS INEXISTENTES

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Academic year: 2021

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© d0 autor 1ª edição 2019

Direitos reservados desta edição: Tomo Editorial Ltda.

A Tomo Editorial publica de acordo com suas linhas e conselho editoriais que podem ser conhecidos em www.tomoeditorial.com.br

Editor

João Carneiro

Revisão

Moira Revisões

Capa, projeto gráfico e diagramação

Juliano Bruni

fotografia do autor

Marga Comassetto

Tomo Editorial Ltda. • Fone/fax: (51) 3227.1021

tomo@tomoeditorial.com.br • www.tomoeditorial.com.br Rua Demétrio Ribeiro, 525 • CEP 90010-310 • Porto Alegre • RS

L864d Lops, Diego.

Magrafo : dicionário de palavras inexistentes. / Diego Lops. – Porto Alegre :

Tomo Editorial, 2019. 88 p.

ISBN 978-85-9516-017-0

1. Literatura brasileira – humor. 2. Língua brasileira. 3. Sátira. I. Título.

CDU 869.0(81)-7 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

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Diego Lops

Porto Alegre, 2019 ilustrações Chris Tragante

Magrafo

Dicionário de

palavras inexistentes

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Sobre a mesa há uma luminária, uma xícara de chá, o papel de carta que estou usando agora e um dicionário. Na verdade, dificilmente uso o dicionário. Sabe, não gosto muito de dicionários. Não gosto da aparência nem do conteúdo. Toda vez que consulto um dicionário, faço uma careta e penso: “Ah, não perco nada não sabendo disso mesmo”. Uma pessoa como eu não vai se dar bem com um dicionário, certo? Quando vejo um dicionário na minha mesa, a sensação que tenho é a mesma de quando vejo um cão desconhecido entrar no quintal de casa e fazer cocô no gramado. Mas, como achei que poderia precisar do dicionário quando fosse escrever essa carta para você, resolvi comprar um, contrariada.

Haruki Murakami,

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Prefácio

A primeira providência é resistir bravamente à tentação de usar qualquer uma das palavras inventadas pelo Diego Lops (a.k.a. o estagiário) para fazer esta apresentação.

Sabe quando não se consegue expressar uma ideia em palavras, seja pela complexidade da ideia seja pela limitada aptidão lexical de quem teve a ideia?

Acredite: há uma palavra perfeita para isso. E eu estou exatamente aqui, vivendo esse momento lindo.

O “Magrafo – Dicionário de Palavras Inexistentes” possui tudo o que a gente precisa pra aguentar o tranco: ironia, poesia e sagacidade. Não tem contraindicação. Em compensação, efeitos colaterais poderão ser percebidos o tempo todo, sempre que o leitor se deparar com a falsa indignação dos apresentadores de telejornais sensacio-nalistas, por exemplo, ou diante de um pudim com fru-tas cristalizadas infiltradas, ou ainda, quando a conversa descambar para uma espécie de competição de martírios.

Quando o mundo parecer desgovernado, a vida sem sentido e nem a verdadeira maionese puder nos salvar, você sabe, é só abrir o Magrafo para encontrar a graça perdida.

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A

a

achensa

s.f. | Toda conversa travada dentro de um elevador. Estu-dos mostram que 92% das achensas tratam das condições meteorológicas do dia.

aizenráuer

adj. | Diz-se de algo classudo. Funciona também como in-terjeição de surpresa positiva diante de algo classudo. O sujeito vai a um casamento com um sapato novo e alguém exclama: Aizenráuer!

alarmofobia

s.f. | Medo de que o alarme da saída da loja ou do super-mercado dispare quando se passa por ele, mesmo naque-las ocasiões em que não se roubou nada. Pessoas que so-frem de alarmofobia costumam registrar aceleração dos batimentos cardíacos, suor, ansiedade e outros sintomas desagradáveis ao passar por um alarme. Em compensa-ção, depois de constatado que o alarme não soou, a sensa-ção de alívio é enorme.

alhupilia

s.f. | Sensação de que a diversão e o melhor da vida estão sempre acontecendo em outro lugar.

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atédia

s.f. | Ideia que não se consegue expressar em palavras, tanto pela complexidade da ideia como pela limitada ap-tidão lexical de quem teve a ideia.

aujazira

interj. | Expressão chula exclamativa de surpresa. Pode ser tanto de surpresa positiva (Aujazira! Tu viste a bunda

daquela mulher?) como negativa (Aujazira! Tu viste a bunda daquela mulher?).

B

b

bazonco

s.m. | Sensação estarrecedora decorrente de quando uma pessoa por quem se está platonicamente apaixonado re-vela inocentemente que está apaixonada por outra.

– Pô, meu, por que tá bebendo vodca às dez da manhã? Levou um fora?

– Pior que isso, foi um bazonco mesmo.

bendário

s.m. | Dia inteiro em que não se falou pessoalmente com ninguém, ou cada dia que passa em que não se entra em contato com algum amigo ou familiar. Exemplo: Estou tão

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ocupada com a minha dissertação de mestrado que só esta semana passei por cinco bendários.

beróquia

s.f. | Relatividade da sensação de frio, que faz com que, por exemplo, um gaúcho ache que 18ºC é um clima agra-dável, e ande de bermuda e camiseta, enquanto um baia-no submetido à mesma temperatura use luvas, cachecol e casaco.

betrasque

s.m. | Unidade de medida de dor. Abaixo, alguns tipos de dor e seus respectivos betrasques (btq):

• Levar um pisão no pé no metrô: 0.5 btq • Topada com a canela numa quina: 1 btq • Martelada no dedo: 2 btq

• Elástico de chapéu de aniversário quando arrebenta no queixo: 2.5 btq

• Pisar numa peça de Lego descalço: 3 btq

• Pisar numa peça de Lego descalço no escuro: 3.8 btq • Tatuagem: 5.2 btq • Dor de dente: 6 btq • Soco no nariz: 6.3 btq • Piercing na língua: 8 btq • Bolada no saco: 16 btq • Pedra no rim: 21 btq • Coração partido: 25 btq

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Referências

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