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Cad. Saúde Pública vol.15 número1

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Academic year: 2018

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Cad . Saúd e Púb lic a, Rio d e Jane iro , 15(1):204-206, jan-mar, 1999 CARTAS LETTERS

Desenvolvimento da farmacoepidemiologia no Brasil: I Seminário Brasileiro

de Farmacoepidemiologia

The d e ve lo p me nt o f p harmac o e p id e mio lo g y in Brazil: I Brazilian Se minar o n

Pharmac o e p id e mio lo g y Helena Lutéscia Luna Coêlho 1 Paulo Sérgio Dourado Arrais 1,2

1Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos (GPUIM), Universidade Federal do Ceará. Rua Fausto Cabral 1188, Fortaleza, CE, 60155-410, Brasil. 2Centro de Farmacovigilância do Ceará (Ceface), Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Ceará, C. P. 3212, Fortaleza, CE, 60431-327, Brasil. parrais@ufc.br

A Farmacoepidemiologia é uma área de grande im-portância social, dado o seu potencial de contribuição para a redução dos gastos com a saúde, diretamente, através da racionalização do uso de medicamentos e, indiretamente, pela redução dos agravos iatrogênicos. O Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medi-camentos (GPUIM) do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Ceará é pioneiro na Farma-coepidemiologia brasileira, realizando atividades de ensino, pesquisa e extensão cuja importância tem si-do amplamente reconhecida. Tais atividades ocorrem no pano de fundo da implantação do Programa de Assistência Farmacêutica do Estado do Ceará, cujos avanços são considerados modelo pela Organização Panamericana de Saúde (Santich & Galli, 1995; Car-los, 1997).

Em novembro de 1996, o GPUIM promoveu o I Se-minário Brasileiro de Farmacoepidemiologia(ISBFe), realizado na cidade de Fortaleza – Ceará. O seminário teve como objetivo principal proporcionar aos pro-fissionais de saúde do Brasil, interessados em Farma-coepidemiologia, uma maior aproximação com os as-suntos abordados na disciplina, bem como favorecer a troca de experiências entre os grupos de profissio-nais que já trabalham nessa área, de forma a tornar mais efetivo o nosso trabalho em prol de um uso efi-caz e seguro dos medicamentos na sociedade.

Vários estudiosos no assunto foram convidados: o Dr. Joan-Ramon Laporte e a Dra. Dolores Capellà do Centro Colaborador da OMS para a Investigação e Formação em Farmacoepidemiologia na América La-tina (Universidad Autónoma de Barcelona-Espanha), o Dr. Sean Henessy da University of Pensylvania-EUA e a Dra. Ana Maria Correa do Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) – Portugal, representando o Programa Internacional de Farma-covigilância da Organização Mundial da Saúde. Re-presentando o Brasil foram convidados: a Dra. Suely Rozenfeld (Fundação Oswaldo Cruz), a Dra. Lia Lusi-tana de Castro (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) e a Dra. Lynn Silver (Fundação Oswaldo Cruz).

Na oportunidade foram realizados cursos, mesas re-dondas e conferências.

As comunicações científicas apresentadas (total de 46) envolveram principalmente estudos de utiliza-ção de medicamentos (74%), a maior parte destes realizados na comunidade. A maioria absoluta dos participantes era constituída por farmacêuticos, o que evidencia o interesse que essa área vem desper-tando entre os profissionais do medicamento, o que reforça a necessidade de um programa de capacita-ção nessa área, conforme sugerido ao final do encon-tro. Outra recomendação importante encaminhada ao Ministério da Saúde no documento final do I SBFe diz respeito à estruturação do Sistema Nacional de Farmacovigilância (SBFe, 1997), atividade iniciada em maio de 95 pela Comissão de Farmacoepidemiologia da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, instituída pela portaria 40/95 (Arrais, 1996).

É importante destacar que durante o Seminário foi assinado convênio entre a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará e a Universidade Federal do Ceará para a estruturação do Sistema Estadual de Farmaco-vigilância, tendo como responsável pela estruturação o GPUIM.

Entre as condições necessárias para fomentar o desenvolvimento da Farmacoepidemiologia no Brasil foram levantados no Seminário: o reconhecimento como sub-área específica dentro da saúde coletiva pelas fontes financiadoras do ensino-pesquisa e ex-tensão, a criação de uma revista científica voltada pa-ra a Farmacoepidemiologia, bem como um plano de capacitação profissional e de desenvolvimento curri-cular em nível de graduação e pós-graduação.

ARRAIS, P. S. D., 1996. Farmacovigilância: até que en-fim no Brasil. Saúde em Debate, 49/50: 80-82. CARLOS, I. C. C., 1997. O sistema integral de

assistên-cia farmacêutica no Ceará. In: A Construção da Política de Medicamentos ( J. R. A. Bonfim & V. Mercucci, org.), pp. 107-137, São Paulo: Hucitec-Sobravime.

SBFe (Seminário Brasileiro de Farmacoepidemiolo-gia), 1997. Declaração do I Seminário Brasileiro

de Farmacoepidemiologia. In: A Construção da

Política de Medicamentos ( J. R. A. Bonfim & V. Mercucci, org.), pp. 377-381, São Paulo: Hucitec-Sobravime.

Referências

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