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Análise molecular da diversidade bacteriana de solos do cerrado utilizando bibliotecas rDNA 16S uma perspectiva biotecnológica

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Academic year: 2017

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(1)

Análise Molecular da Diversidade Bacteriana de Solos do Cerrado Utilizando

Bibliotecas de rDNA 16S - Uma Perspectiva Biotecnológica.

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação “Strictu Sensu” em Ciências

Genômicas e Biotecnologia da Universidade

Católica de Brasília, como requisito parcial

para a obtenção do título de Mestre em

Ciências Genômicas e Biotecnologia.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Henrique

Krüger

(2)

Dedicatória

(3)

Agradecimentos

À Deus por ser, sempre, força tão presente nas tribulações.

Aos meus pais e irmãos, que sempre torceram muito pelo meu sucesso.

Ao meu orientador, Ricardo Krüger, pelo apoio e dedicação em seus ensinamentos.

Ao Prof. Dr. Rui de Araújo Caldas, um grande diretor.

Ao William, pelo apoio e conforto nas horas de desespero. Obrigada por me amar e

suportar.

À Alinne, meu braço direito durante todo esse período. Obrigada!!!

À Adriane, recém-chegada, mas já amiga. Obrigada!!!

Aos Profs. Drs. Mercedes Bustamante e Robert Miller pelas valiosas sugestões e críticas.

À Profa. Dra. Betânia Quirino, pela revisão e pela ajuda na finalização da dissertação.

Ao Prof. Dr. Georgios Joannis Pappas Júnior, pela ajuda na análise das seqüências.

Ao Prof. Dr. Tatsuya Nagata, pelos conselhos.

Aos meus colegas de curso que foram muito importantes na minha trajetória e se tornaram

grandes amigos.

À Regina, pelas figuras cedidas. Obrigada!

Ao Fábio, secretário, pelo prestimoso serviço prestado.

Aos técnicos do laboratório André, Willian, Marcinha e Idacuí pela excelente ajuda na

nossa árdua rotina de laboratório.

Aos professores do Curso de Mestrado em Ciências Genômicas e Biotecnologia, pelo

excelente ensino oferecido.

(4)

O único homem que está isento de erros, é

aquele que não arrisca acertar.

(5)

Abreviaturas

%

Porcentagem

°C

Grau Celsius

µF

Micro-Faraday

µg

Micrograma

µL

MicroLitro

µM

MicroMolar

Lambda

O

Ohms

BSA

Albumina de Soro Bovino

cm

Centímetros

CTAB

Cetiltrimethilammonium Bromido

DNA

Ácido Desoxirribonucléico

dNTPs

Deoxiribonucleosideo Trifosfatos

EDTA

Ácido Etileno Diamono Tetrecético

EMBL

European Molecular Biology Laboratory

g

Grama

GET

Glicose, EDTA, Tris-Cl

IPTG

Isopropil-beta-D-thiogalactopiranosideo

Kb

Kilobase

KV

KiloVolts

M

Molar

Meio LB Meio Luria-Bertani

mg

Miligrama

mM

MiliMolar

OD

Densidade Óptica

pb

Pares de Base

PCR

Polymerase Chain Reaction

pH

Potencial Hidrogeniônico

RNAse

Ribonuclease

rpm

Rotações Por Minuto

Sau

3AI

Staphylococcus aureus

3AI

SDS

Sodium Dodecil Sulfato

Taq

Thermus aquaticus

TAE

Tris-Acetato-EDTA

TBE

Tris-Borato-EDTA

TdT

Terminal Transferase

TE

Tris-EDTA

Tris

Tris-(hidroximetil)-aminometano

U

Unidade

UV

Radiação Ultravioleta

X-Gal

5-bromo-4-cloro-3-indolil-beta-D-galactopiranosideo

(6)

Resumo

O cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, ocupando cerca de 200 milhões de

hectares. Nas duas últimas décadas, o Cerrado tem sido progressivamente convertido em áreas

de pastagem e agricultura. No entanto, poucos estudos sobre a diversidade microbiana de seus

solos têm sido feitos e não se sabe como sua conversão em áreas de pastagem tem impactado as

comunidades microbianas de seus solos.

O método clássico de estudo da comunidade bacteriana é baseado na cacterização

fenotípica e genotípica de organismos isolados e cultivados em laboratório.

No entanto, tem

sido demonstrado que os organismos cultivados representam apenas uma pequena fração da

diversidade de espécies em comunidades microbianas. Para evitar este problema, uma

abordagem molecular usando 16S rDNA foi utilizada na tentativa de identificar e descrever a

diversidade bacteriana presente em solos de Cerrado

stricto sensu

e cerrado convertido para

pastagem sem necessidade de isolamento e cultivo prévios.

O solo do cerrado é ácido e possui altas concentrações de ferro e alumínio. Por este

motivo, um protocolo para extração direta de DNA de amostras de solo foi otimizado. Após

uma série de passos de purificação para remoção de acidos húmicos e outros contaminantes,

DNA de alta pureza foi obtido. Os parâmetros da reação em cadeia de polimerase (PCR) foram

otimizadas para amplificação de 16S rDNA utilizando dois pares de

primers

específicos para

Eubacterium

e outro par específico para

Archea

. Os produtos de PCR foram clonados em

vetores e quatro bibliotecas 16S rDNA foram geradas, sendo três destas bibliotacas de Cerrado

stricto sensu

e uma de pastagem. Um total de 373 clones foram sequenciados e foi observado

(7)

do grupo dos

Actinomicetos

foram muito freqüentes em todas as bibliotecas, representando 15 a

30% das seqüências 16S rDNA. Outros grupos identificados foram de

Acidobactérias

e

Proteobactérias

. Foi observado o isolamento de um exemplar do reino

Crenarchaeota

,

pertencente ao domínio

Archea

em solo de cerrado

stricto sensu.

As seqüências foram alinhadas e árvores filogenéticas foram construídas. A diversidade

bacteriana dentro dos grandes grupos varia de cerrado

stricto sensu

para pastagem.

Para explorar o potencial biotecnológico dos microrganismos presentes no solo do

cerrado, está sendo construída uma biblioteca metagenômica de expressão destes dois tipos de

solo.

(8)

Abstract

The Cerrado is a savanna vegetation and is the second largest biome in Brazil covering

an area of approximately 200 million hectars. Over the past two decades, the Cerrado has been

progressively converted into agricultural and pasture areas. The bacterial soil community in

Cerrado is largely unknown. Furthermore, it is not known how its conversion to pasture areas

has impacted this bacterial community.

The classical microbiological approach for studying a bacterial community is to

characterize phenotypically and genotypically organisms isolated to pure culture. This method is

highly biased and is unable to accurately describe bacterial diversity. To avoid this problem, a

molecular approach using 16S rDNA was taken to identify and describe the bacterial diversity

present in Cerrado

stricto sensu

and cerrado managed to pasture soils without previously

isolation and cultivation.

In general Cerrado soils are acidic and contains high levels of iron and aluminum. For

this reason, a protocol for direct DNA extraction from soil samples was optimized. After a

series of purification steps to remove humic acids and other contaminants, DNA of high purity

was obtained. Parameters of polymerase chain reaction (PCR) were optimized for 16S rDNA

amplification using two primer pairs specific to

Eubacteria

and another primer set specific to

A

rchea

. The PCR amplification products were cloned into vectors to generate four 16S rDNA

libraries. Three of these libraries were from cerrado

stricto sensu

and one from pasture soils.

Sequencing a total of 373 clones was performed. It was observed that the bacterial groups

present in Cerrado as well as pasture soils are similar to those described in soil bacterial

diversity studies from other areas. Representatives from the

Actinomyces

group of bacteria were

(9)

groups of bacteria identified were

Acidobacteria

and

Proteobacteria

. Interestingly, one clone

from the cerrado

stricto sensu

identified the presence of a member from the

Crenarchaeota

kingdom that belongs to the

Archea

domain.

All sequences were aligned and phylogenetic trees were constructed. The bacterial

diversity found within the great groups of bacteria differed between cerrado

stricto sensu

and

pasture soils. To explore the biotechnological potential of microorganisms present in cerrado

soil an expression metagenomic library is currently being constructed.

(10)

1- Introdução

1.1-

O Cerrado

Sendo o segundo maior bioma do Brasil, o Cerrado ocupa mais de 200 milhões de

hectares, abrangendo os estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Bahia, Maranhão, Piauí,

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Ceará, Rondônia e Distrito Federal e abriga um rico

patrimônio de recursos naturais. É constituído por árvores de pequeno porte, esparsas,

disseminadas em meio a arbustos, sub-arbustos e uma vegetação baixa constituída, em geral, por

gramíneas, caracterizando, assim, uma savana tropical (Hungria

et al

, 1997).

O Cerrado possui solos antigos, profundos e bem drenados. Apresentam alta acidez e

baixa fertilidade, com níveis elevados de ferro e alumínio. O clima é estacional com

precipitação média anual de 1.500 mm e grandes variações intra-regionais (Klink

et al,

www.icb.ufmg.br/~peld/port_site03.pdf

).

O equilíbrio da microbiota do solo pode ser alterado de várias formas dependendo do

tipo que manejo que se imprime a ele, sendo que o desmatamento, a aração, a monocultura, o

uso indiscriminado de agroquímicos e o fogo são as formas que mais afetam a microbiota do

solo. No Brasil, cerca de 40 milhões de hectares do cerrado são utilizados como pastagens. Esta

área representa cerca de 80% da área total utilizada para agricultura (Lilienfein

et al

, 2003). Este

fato pode ter contribuído para a mudança da microbiota local.

1.2- Diversidade Microbiana

(11)

Torsvik

et al.

(1998), a diversidade de espécies é formada por dois componentes: riqueza da

espécie e eqüitabilidade.

Até recentemente, a diversidade taxonômica e genômica de microrganismos era avaliada

principalmente através da caracterização fenotípica e/ou genotípica de organismos isolados e

cultivados em laboratório. Esses métodos de cultivo microbiano têm contribuído para nosso

conhecimento sobre a presença e diversidade das comunidades naturais. No entanto, tem sido

demonstrado que os organismos cultivados representam apenas uma fração pequena da

diversidade de espécies em comunidades microbianas.

Torsvik

et al

. (1998) observaram em microscópio de fluorescência que apenas um grama

de solo ou sedimento corado com corante fluorescente, pode conter mais de 10

10

bactérias. No

entanto, quando crescidos em meios de cultura, somente 1% destes microrganismos pode ser

visualizado (Figura 1). Isto faz com que a diversidade dos microrganismos investigados,

baseada apenas em cultivo dos mesmos seja altamente subestimada. Conseqüentemente, os

métodos clássicos de estudo da microbiota não levam a uma representação da composição e

diversidade destas comunidades e não são adequados para a exploração do conteúdo genético

presente no meio ambiente.

(12)

Dois fatores podem estar colaborando para a discrepância entre estes dois métodos de

análise (observação direta e cultivo). A primeira hipótese é a diferença de estados fisiológicos

entre os microrganismos cultiváveis e “não cultiváveis’, onde determinados estados fisiológicos

seriam responsáveis pela impossibilidade de cultivo de alguns microrganismos, tornando-os que

“não-cultiváveis”, apesar da sua similaridade filogenética. Esta hipótese é baseada no fato de

que certos microrganismos “cultiváveis” tornam-se “não-cultiváveis” quando expostos a

condições adversas (Borneman, 1999). Outra hipótese é de que os microrganismos

“não-cultiváveis” presentes no solo são filogenéticamente distintos dos ““não-cultiváveis” e seus

requerimentos para cultura em laboratório ainda não foram determinados. Esta hipótese tem

sido apoiada por trabalhos indicando que a diversidade de microrganismos presentes em

diversos ambientes é maior que aquela antecipada pela análise de seqüência de microrganismos

cultiváveis (Rondon

et al

., 1999). Em estudos de diversidade genética de organismos não

cultiváveis de fonte termais, ambientes marinhos e ambientes terrestres, a maioria das

seqüências analisadas pertencia a organismos sem relação com aqueles cultiváveis e já

seqüenciados (Hugenholtz

et al

., 1998).

(13)

Figura 2: Estratégia para análise da composição da microbiota de solos de Cerrado atravès da clonagem e seqüenciamento de genes 16S rDNA. Esquema gentilmente cedido pelo Prof. Dr. Ricardo Henrique Krüger.

1.3- Análise da Diversidade de Microrganismos

As comunidades microbianas do solo são uma das mais difíceis de se caracterizar devido

a sua imensa diversidade fenotípica e genotípica. Muitos métodos têm sido desenvolvidos para

analisar a estrutura e diversidade destas comunidades (Ovreas

et al

, 1998). Métodos moleculares

(14)

ambientais, sem a necessidade de isolamento e cultivo prévios (Lane

et al

., 1985; Giovannoni

et

al

., 1990; Handelsman

et al

., 1998)

A caracterização de amostras ambientais utilizando-se rDNA já vem sendo utilizada a

algum tempo. As primeiras pesquisas foram feitas a aproximadamente uma década, quando

eram utilizadas moléculas de rDNA 5S que eram extraídas diretamente de amostras misturadas

(Lane

et al

., 1985; Stahl

et al

.; 1985). As moléculas encontradas, e que pertenciam a diferentes

comunidades, eram separadas por eletroforese. A análise filogenética era feita por análise

comparativa das seqüências. No entanto, a informação contida no rDNA 5S é relativamente

pequena - apenas 120 nucleotídeos - o que dificultava a separação por eletroforese.

Para tentar solucionar este problema, Olsen

et al

(1986) utilizaram moléculas 16S e 23S

rDNA para seus estudos da ecologia microbiana. Uma molécula de rDNA 16S bacteriano tem

um tamanho médio de 1.500 nucleotídeos e a molécula de rDNA 23S tem aproximadamente

3.000 nucleotídeos. Quando totalmente ou quase totalmente analisados, ambas as moléculas

contêm informação suficiente para análises filogenéticas confiáveis (Amann

et al

., 1995). Além

disso, as moléculas 16S rDNA possuem grande capacidade de armazenamento de informação,

são conservadas e sua distribuição é universal (Lane

et al

., 1985).

Os estudos iniciais de Schmidt

et al

(1991) utilizando rDNA 16S e 23S eram feitos

partindo-se da extração de DNA da comunidade total, preparação de uma biblioteca de DNA em

um bacteriófago lambda, seleção por hibridização com uma seqüência específica de rDNA 16S,

determinação das seqüências dos clones contendo 16S rDNA e análise comparativa das

seqüências encontradas.

Com o advento da PCR foi possível facilitar o trabalho e fragmentos gênicos contendo

rDNA 16 S podiam ser amplificados seletivamente de DNA misturado (Amann

et al

., 1995). Os

(15)

seqüenciamento, digestão com enzimas de restrição, análise por eletroforese em gel com

gradiente desnaturante (DGGE) (Ovreas

et al

., 1997; Silva, 2004), eletroforese em gel com

gradiente de temperatura (TGGE) (Felske

et al

., 1999); (Heuer

et al

., 1997), hibridação

DNA/DNA e DNA/RNA (Valinsky

et al

., 2002), T-RFLP (

terminal restriction fragment length

polymorphism

) (Britschgi

et al

, 1991, Liu

et al

., 1997) e análise de seqüências ribossomais

espaçadoras (RISA) (Borneman

et al

, 1997; Fisher, 1999; Ranjard

et al

., 2000).

O primeiro artigo utilizando PCR neste tipo de análise foi publicado por Giovannoni

et

al

. (1990), onde foi descrita uma análise de picoplanctons do Mar Sargasso. Os resultados

indicaram presença de agrupamentos originados de proteobactérias e cianobactérias. Hoje, esta

abordagem vem sendo largamente empregada e tem permitido estudar a microbiota de

ambientes complexos sem que haja a necessidade de cultivo prévio dos microrganismos,

revelando uma grande diversidade microbiana nos mais diversos tipos de ambientes (Barns

et

al

., 1994; Borneman

et al

, 1997; Dunbar

et al

., 1999; Liesack

et al

, 1992; Ovreas

et al

., 1997;

Stackebrandt

et al

., 1993; Uphoff

et al

., 2001; Weidner

et al

., 2000).

1.4- Análise Metagenômica

Metagenoma é a análise genômica de microrganismos de uma amostra ambiental que na

sua maioria não pode ser isolada e crescida em laboratório (Schloss

et al

, 2003). A análise

aleatória de seqüências de rDNA a partir de uma amostra ambiental pode levar à identificação

dos principais organismos presentes naquela amostra. No entanto, não é possível identificar uma

possível função destes (Borneman, 1999) e este talvez seja o maior desafio da microbiologia

hoje em dia: ligação entre filogenia e função dos microrganismos no ambiente analisado.

(16)

microrganismos responsável por ela. Análises genômicas comparativas e tecnologias de

microarranjos podem ser usadas para se determinar padrões de expressão gênica e se detectar

novas vias metabólicas (Torsvik

et al

, 2002). Outra forma de ligar um microrganismo

identificado à sua função seria através da comparação com seus parentes já estudados (Pace,

1997).

Os genomas de organismos não cultiváveis também podem ser acessados através da

clonagem em vetores de expressão. Da mesma forma, o DNA é isolado diretamente de uma

amostra ambiental, digerido e clonado em um plasmídeo de expressão multi-cópias (Rondon

et

al

., 1999). As amostras colhidas podem ser analisadas em sua função através da análise de

seqüências, que serão comparadas às seqüências já depositadas em banco de dados ou através de

análise por identificação dos clones que expressam uma função procurada, caracterizando os

clones ativos e em seguida, feita a análise bioquímica e de seqüência, como demonstrado na

figura 3 (Schloss

et al

, 2003).

Estudos recentes têm confirmado que esta forma de análise é uma fonte vasta de recursos

para a prospecção de novos produtos biotecnológicos (Courtois

et al

., 2003; MacNeil

et al

.,

2001; Rondon

et al

., 1999; Short, 1997). Novos genes e novos produtos gênicos têm sido

(17)
(18)

2- Objetivos

2.1- Isolar DNA de comunidades microbianas de solos de cerrado submetidos à

diferentes manejos.

2.2- Amplificação de rDNA 16S de DNA de solo de cerrado

stricto sensu

e pastagem e

posterior seqüenciamento para identificação da comunidade bacteriana presente nestes dois

tipos de solo.

2.3- Comparar a biodiversidade bacteriana presente no solo do cerrado

stricto sensu

e

manejado para pastagens.

(19)

3- Hipóteses

3.1- Mudança na microbiota local quando há a conversão do solo de cerrado nativo para

pastagem.

3.2- Existem áreas do cerrado com potenciais diferentes para a bioprospecção de genes

de interesse biotecnológico.

(20)

4- Metodologia

4.1- Descrição das Áreas de Coleta do Solo

4.1.1- Cerrado Stricto Sensu

Amostras de solo de cerrado

stricto sensu

foram coletadas em área não perturbada

localizada na Reserva Ecológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (RECOR -

IBGE) localizada em Brasília, DF (figura 4). A Reserva Ecológica do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (RECOR-IBGE) está localizada a 35 km ao sul do centro de Brasília,

DF, na BR-251, km 0 (15°55´S, 47° 51´ W) a 1.100 metros de altitude, ocupando uma área de

1.350 hectares. O solo desta área é denominado latossolo vermelho (Silva, 2004).

Figura 4: Cerrado stricto sensu. Reserva Ecológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (RECOR - IBGE). Foto gentilmente cedida por Regina Silva – Ecologia, UnB.

4.1.2- Pastagem

As amostras de solo de cerrado submetido à conversação para pastagem foram obtidas

na Fazenda Rio de Janeiro (figura 5), localizada em Planaltina, GO (15° 14’ S, 47° 42’ W) a 826

m de altitude. O solo desta área é denominado latossolo vermelho-amarelo. Após o

desmatamento da vegetação nativa existente, foi introduzida gramínea. Desde 1990, a área

vinha sendo cultivada com

Brachiaria brizanta

cv. Marandu (Silva, 2004).

(21)

Figura 5: Cerrado submetido a manejo para pastagem. Fazenda Rio de Janeiro - GO. Foto gentilmente cedida por Regina Sartori – Ecologia, UnB.

4.2- Coleta das Amostras

Foram retiradas 10 amostras de solo de cerrado

strictu sensu

de 0-5 cm de profundidade

de diversos pontos da mesma região para compor três amostras compostas e 6 amostras de

pastagem para a composição de uma amostra composta. A camada superficial do solo foi

escolhida pelo fato da maior intensidade de atividade biológica ocorrer na camada superficial do

solo, e uma vez que isso acontece, qualquer uso ou manejo provocado neste solo, poderá mudar

a sua qualidade (Alvarenga, 1999).

As amostras de cerrado

stricto sensu

foram coletadas em julho de 2002 e as de pastagem

foram coletadas em setembro de 2002. Ambos as datas de coletas correspondem a períodos de

seca nas regiões.

(22)

4.4- Extração de DNA de Solo

O DNA genômico foi extraído de acordo com protocolo pré-estabelecido baseado em

Yeates

et al

. (1998) e modificado da seguinte forma: 5 g de solo e 5 g de pó de vidro (“

glass

beads

” - Sigma) foram misturados em 14 ml de tampão A (tampão de extração). Em seguida, a

mistura foi agitada no aparelho Vortex Genie 2 (Fisher Scientific) por 4,5 minutos com

intervalos de 10 segundos a cada 90 segundos. Foram, então, adicionados 1,5 ml de SDS 20%,

misturando-se gentilmente. A solução foi incubada por 1 hora a 65°C com leve agitação a cada

15 minutos. Após o período de incubação, a solução foi centrifugada por 15 minutos a 5.000

rotações por minuto em centrífuga Eppendorf 5804. O sobrenadante foi removido e separado em

vários eppendorfs contendo 1 ml de solução em cada e precipitado com 1 volume de

isopropanol 100%, incubado por 15 minutos a temperatura ambiente e centrifugado por 15

minutos a 12.000 rpm. O sobrenadante foi removido e o precipitado foi ressuspendido em 800

µl de TE. Em seguida foi adicionado 1 ml da solução de PEG 8000 e NaCl 1,6 M e incubado 2

horas a temperatura ambiente. A solução foi centrifugada por 20 minutos a 12.000 rpm, o

sobrenadante removido e o precipitado ressuspendido em 400 µl de TE. Foi adicionado KAc

para a concentração final de 0,5 M, colocado em gelo por 5 minutos e centrifugado por 20

minutos a 12.000 rpm. O sobrenadante foi extraído 4 vezes adicionando-se um volume de fenol,

agitando levemente e centrifugando 5 minutos a 12000 rpm, retirando-se a fase aquosa. Em

seguida foram extraídos 2 vezes adicionando-se um volume de clorofórmio: álcool isoamílico

(na proporção 24:1), agitando-se levemente e centrifugando por 5 minutos a 12.000 rpm,

retirando-se a fase aquosa.

(23)

foi centrifugada por 20 minutos a 12.000 rpm. O sobrenadante foi removido e o precipitado

lavado com etanol 70% e em seguida centrifugado por 3 minutos. O precipitado foi seco em

Speed Vac (Eppendorf) por 5 minutos e ressuspendido em 200 µl de água milli-Q. Em seguida

este DNA foi purificado utilizando-se o kit UltraCleanTM15 DNA Purification (MOBIO

Laboratories Inc.) seguindo as recomendações do fabricante.

A integridade do DNA foi verificado em gel de agarose 1% corado com brometo de

etídeo (2 µg/ml) e o seu tamanho, estimado por comparação com marcador 1kb plus ladder

(USB - EUA).

4.5- Preparo de Células Eletrocompetentes.

Uma colônia de

E. coli

DH5

α

foi crescida em 5 ml de meio LB sob agitação de 240 rpm

a 37°C por 16 horas. Após este período, os 5 ml de cultura foram inoculados em 400 ml de meio

LB e incubados a 37°C a 240 rpm até que atingisse O.D.600 = 0,8. Em seguida, as células foram

centrifugadas a 5000 rpm por 10 minutos, lavadas duas vezes em água destilada gelada e estéril

e duas vezes em glicerol 10% gelado e estéril. Finalmente, as células foram ressuspendidas em

glicerol 10% estéril. As células foram divididas em alíquotas de 100 µl e congeladas a -80°C.

A eficiência de transformação das células foi medida usando protocolo de transformação

por eletroporação com um plasmídeo comercial de concentração conhecida, na sua forma

intacta. A eficiência foi estimada em 10

8

transformantes por µg de DNA.

4.6- Construção da Biblioteca 16S rDNA

Para que fosse possível fazer o estudo filogenético das espécies encontradas nas

amostras de solo foi construída uma biblioteca de clones 16S rDNA de

Eubacterium

e

Archea

,

(24)

Para tal foram utilizados os pares de

primers

8F

(5´-AGAGTTTGATCCTGGCTCAG-3´) e 1391R (5´-GAGGGGCGGTGTGTRCA-(5´-AGAGTTTGATCCTGGCTCAG-3´) (Ouverney, não publicado) que amplificam

fragmentos de aproximadamente 1,3 Kb e COM1F (5´-CAGCAGCCGCGGTAATAC-3´,

posições 519 a 536) e COM2R (5´-CCCTCAATTCCTTTGAGTTT-3´, posições 907 a 926)

(Schwieger, 1998) amplificando fragmentos de 408 pb de

Eubacterium

. Para a amplificação de

rDNA

16S

de

Archea

foram

utilizados

os

primers

Arch341IF

(5´-

CCTA/ideoxil/GGGG/ideoxil/GCA/ideoxil/CAG-3´)

e

1492R

(5´-GGYTACCTTGTTACGATT-3´), amplificando fragmentos de 1,1 kb.

Na reação de PCR foram utilizados tampão de T

aq

10X (10 mM Tris-HCl pH 8.3; 5 mM

KCl, 1,5 mM MgCl

2

), 20 µM de cada

primer

; 2,5 mM dNTP; 5 U enzima

Taq

polimerase e 10

ng de DNA de solo em uma reação de 50 µl de volume final.

A amplificação de rDNA 16S foi feita em termociclador Perkin Elmer através de uma

etapa de 95°C por 3 minutos de desnaturação inicial, 25 ciclos de 95°C por 1 minuto para

desnaturação do ciclo, 56°C por 1,5 minutos para anelamento dos primers, 72°C por 3 minutos

para extensão da fita de DNA. Após os 25 ciclos, 72°C por 30 minutos para extensão final e

mantido a 10°C até o momento de retirada do termociclador. Para os

primers

de

Archea

, a

amplificação de rDNA 16S foi feita em termociclador Perkin Elmer através de uma etapa de

95°C por 3 minutos de desnaturação inicial, 25 ciclos de 95°C por 1 minuto para desnaturação

do ciclo, 51°C por 1,5 minutos para anelamento dos

primers

, 72°C por 3 minutos para extensão

da fita de DNA. Após os 25 ciclos, 72°C por 30 minutos para extensão final da fita de DNA e

mantido a 10°C até o momento de retirada do termociclador.

Tanto para o conjunto de

primers

8F/1392R quanto para COM1F/COM2R, foram

(25)

de reações de PCR com gradientes de temperatura variando em 10°C da temperatura

recomendada pelo fabricante dos

primers.

Após estes testes, as amplificações continuaram apresentando um rastro de

amplificações não específicas que foram solucionadas baixando-se o número de ciclos da reação

de 30 para 25, o que minimiza a formação de

primer-dimer

, que vem a ser um produto de

anelamento entre dois

primers

que se complementam. Esta formação não só diminui a

concentração de

primers

na reação como também inicia a formação de produtos de PCR não

específicos (Hsu, 1999).

Os produtos de PCR foram corridos em gel de agarose 1% corado com brometo de

etídeo e os fragmentos de DNA amplificados com o tamanho previsto foram cortados do gel e

purificados com kit UltraCleanTM15 DNA Purification (MOBIO Laboratories Inc.). Ao final da

purificação, o rDNA foi ressuspendido em água milli-Q (Millipore).

Para a clonagem dos fragmentos amplificados de DNA de solo de cerrado

stricto sensu

,

foi utilizado vetor pGEM-T (Promega, Wisconsin, EUA), conforme as instruções do fabricante.

Para os fragmentos amplificados de solo de pastagem foi utilizado o vetor TOPO TA Cloning®

(Invitrogen). A solução foi dialisada em filtro de nitrocelulose 0,025 µm (Millipore - EUA) por

20 minutos e 10 µl da ligação fragmento 16S rDNA/vetor dialisado utilizada para transformação

por eletroporação em células competentes

E. coli

DH5

α

, e colocados em uma cuveta para

(26)

A seleção de transformantes foi realizada através de plaqueamento em meio S-gal/LB

Ágar Blend (Sigma) contendo ampicilina a 250 µg.mL

-1

e incubação a 37°C por 16 horas. Foi

observada a formação de colônias pretas e brancas, sendo as colônias brancas as selecionadas

para a detecção de inserto. Foram selecionadas 400 colônias brancas das placas de clones de

cerrado

stricto sensu

e 100 colônias brancas das placas de pastagem. As colônias foram

crescidas em tubos Falcon contendo 5 ml de meio Lura-Bertani (LB) e ampicilina a 250 µg.mL

-1

durante 19 horas a 37°C a 240 rpm.

Para confirmação da presença de inserto no vetor, foram realizadas reações de PCR de

10 clones de cada tipo de solo, utilizando-se

primers

SP6 e T7 para o vetor pGEM-T. Para o

vetor TOPO foram utilizados os

primers

T3 e T7, como recomendado pelos fabricantes. Para

isso foram realizadas extrações plasmidiais de 10 colônias previamente crescidas em 5 ml de

meio LB e 250 µg.mL

-1

de ampicilina durante 19 horas a 37°C a 240 rpm, utilizando o kit

QIAprep

®

Miniprep (Qiagen).

Após a confirmação da presença do inserto nos clones, 200 µl de cultura bacteriana de

cada inóculo foram misturados a glicerol para uma concentração final de 10% e colocados em

placas tipo Elisa para congelamento a -80C.

As colônias foram, mais tarde, descongeladas e inoculadas em uma micro-placa

Deep

Well

de 96 poços contendo 1 ml de meio LB e ampicilina 250 µg.mL

-1

, utilizando-se um

(27)

Após o crescimento bacteriano, foi feita a extração de DNA plasmidial das culturas

(Birnboim

et al

,1979), segundo protocolo modificado, centrifugando-se as placas

Deep-Well

a

4000 rpm por 15 minutos e descartando o sobrenadante. O sedimento bacteriano foi

ressuspendido em 240 µl de solução I, centrifugado 10 minutos a 4000 rpm e descartado o

sobrenadante, secando a placa sobre papel absorvente. O sedimento bacteriano foi mais uma vez

ressuspendido em 70 ul de solução I adicionado 20mg de RNAse e incubado por 5 minutos a

temperatura ambiente. Foram transferidos 70 µl das suspensões de células para microplaca

fundo U e adicionado 70 µl de solução II e homogeneizada por inversão várias vezes. A placa

(28)

foi incubada por 10 minutos a temperatura ambiente e em seguida, adicionado 70 µl de solução

III gelada, invertendo várias vezes para homogeneização. A placa foi incubada por 10 minutos a

temperatura ambiente e em seguida, centrifugada por 20 minutos a 4.000 rpm e 120 µl do

sobrenadante foram transferidos para microplaca-filtro (Millipore) com a base fixada com

elásticos em uma microplaca fundo V. As placas fixadas foram centrifugadas por 6 minutos a

4.000 rpm. Os plasmídeos foram então precipitados adicionando-se 100 µl de isopropanol 100%

à placa fundo V. Após 20 minutos em temperatura ambiente, a placa foi centrifugada por 45

minutos a 4.000 rpm. O isopropanol foi retirado por inversão da placa. O precipitado foi lavado

adicionando-se 200 µl de etanol 70% e centrifugado por 15 minutos a 4.000 rpm. O

sobrenadante foi retirado e a placa foi centrifugada invertida por 30 segundos a 600 rpm para

remoção de traços de etanol. Para secagem do etanol, a placa foi incubada em estufa a 37°C por

30 minutos. Os plasmídeos foram, então, ressuspendidos em 50 ul de água milli-Q deixando-os

incubados a 4°C por 18 horas.

A quantificação do DNA plasmidial foi feita em gel de agarose 1% corado com brometo

de etídeo, sendo utilizado o fago (lambda) de concentração conhecida como padrão de

comparação. Foi retirada uma alíquota para seqüenciamento e o restante foi armazenado a

-80°C.

As reações de seqüenciamento foram feitas por PCR utilizando-se o kit de

seqüenciamento DYEnamic ET Terminator Cycle Sequencing (Amersham Biosciences) para

seqüenciador automático ABI Prism 377 (Applied Biosystems), nas seguintes concentrações 0,3

µM de

primers

T7; 100 ng de DNA; 2 µl de

Sequencing reagent premix

(marcação fluorescente

(29)

para extensão. Os produtos das amplificações foram, em seguida, purificados, seguindo-se o

protocolo do kit de seqüenciamento.

4.7- Análises das Seqüências

As seqüências obtidas foram, inicialmente, analisadas em programa para determinação

de qualidade de eletroesferograma, desenvolvido pelo Departamento de Bioinformática da

Universidade

Católica

de

Brasília,

disponível

no

site

http://www.bioinformatica.ucb.br/electro.html

. Neste programa, é utilizado o algorítimo

PHRED (Ewing

et al

., 1998; Ewing & Green, 1998) que faz com que os dados brutos, que

foram gerados pelo seqüenciamento, sejam analisados e verificados na sua probabilidade de

erros, base a base. Neste caso, o valor de PHRED aceito foi maior que 20, em mais de 200 bases

de uma seqüência, o que significa dizer que uma base tem uma chance em cem de estar errada,

ou seja, esta base tem 99% de chance de estar correta. As seqüências que não apresentaram o

valor de PHRED maior que 20 em mais de 200 bases foram descartadas. Estes valores são os

mais utilizados e aceitos nas análises de seqüências provenientes de seqüenciamento automático

(Kaiser

et al

., 2003; Amos

et al

., 2000; Richterich, 1998). Além deste algorítmo, é executado

também o “

cross-match”

para a remoção das seqüências pertencentes aos vetores de clonagem.

Em seguida, as seqüências selecionadas foram comparadas ao banco de seqüências não

redundantes do National Center for Biotechnlogy Information (NCBI) usando-se BLASTn

(Altschul

et al

., 1990). Foram analisadas as similaridades das seqüências obtidas com aquelas

presentes no banco de dados. As seqüências que apresentaram identidade maior que 90% e

e-value igual a zero foram consideradas e nomeadas.

(30)

seqüências de dois parentes filogenéticamente distintos e ocorre quando um produto de

amplificação terminado prematuramente volta a se anelar a uma nova fita de DNA e é copiada

até o termino dos ciclos da PCR (Huber

et al

., 2004). A presença de quimeras pode levar a uma

falsa análise da biodiversidade presente na amostra ambiental por sugerirem a presença de

microrganismos não existentes (von Wintzingerode

et al

., 1997).

A detecção de quimeras foi feita utilizando-se o programa Bellerophon

(

http://foo.maths.uq.edu.au/~huber/bellerophon.pl

). Este programa é utilizado para a detecção

de seqüências quiméricas em conjuntos de múltiplas seqüências. Este programa foi

especialmente desenvolvido para a detecção de quimeras nas bibliotecas de amostras ambientais

geradas por PCR. Em seguida, as quimeras detectadas pelo programa Bellerophon foram

comparadas com aquelas obtidas pelo Check_Chimera (Maidak

et al

., 1996), para uma dupla

análise, como sugerido em von Wintzingerode

et al

. (1997), e retiradas.

4.8- Análise Filogenética

Para a análise filogenética primeiramente foi feita uma análise visando a identificação da

presença de seqüências redundantes na biblioteca seqüenciada comparando-se as seqüências

entre elas.

Em seguida foi feito o alinhamento múltiplo das seqüências utilizando-se o programa

T-Coffee (Notredame

et al

., 2000). Este programa permite que as seqüências sejam alinhadas, com

maior precisão, nas suas regiões mais conservadas, para que seja possível inferir se há relação

filogenética entre as mesmas. Para a inferência das árvores filogenéticas, foi utilizado o

programa Drawtree do pacote de programas PHYLIP.

(31)

mais provável que duas e, portanto, a árvore é formada de forma que requeira um menor número

de mudanças para explicar os dados no alinhamento (Hall, 2001; Mattioli, 2001).

Para testar a confiança da árvore filogenética gerada, foi utilizado o

bootstrap

(Felsenstein, 1985). Este método consiste em uma simples re-amostragem dos dados com

reposição pseudoaleatória destes. A cada re-amostragem, uma árvore réplica é construída e, ao

final, a confiabilidade das clades pode ser estimada (Mattioli, 2001). O

bootstrapping

das

seqüências foi realizado utilizando-se o programa

Seqboot

, também pertencente ao pacote de

programas Phylip, fazendo-se um total de 1000 repetições. A árvore foi visualizada

utilizando-se o programa ATV (Zmautilizando-sek & Eddy, 2001)

.

4.9- Construção da Biblioteca Metagenômica

Após a extração de DNA genômico como detalhado acima, o DNA que não foi utilizado

na construção da biblioteca 16S rDNA, foi então utilizado na construção da biblioteca

metagenômica.

O DNA genômico total foi digerido utilizando a enzima de restrição

Sau

3AI (Promega -

EUA). A enzima foi diluída em tampão de enzima para que sua eficiência fosse alterada, uma

vez que, com a enzima pura, o DNA era digerido em fragmentos de tamanhos excessivamente

pequenos. Para isso foi feito então a diluição da enzima

Sau

3AI em tampão XK (Promega

-EUA), que altera a eficiência da enzima para menos de 20%. Foi utilizado 1 µl de enzima para 9

µl de tampão XK. O mesmo tampão foi utilizado na reação.

Para a digestão foram utilizados 4 mg de DNA genômico, 4 µl de tampão XK 10X, 3 µl

de enzima de restrição

Sau

3AI diluída, e água milli-Q para o volume final de 40 µl. A reação foi

(32)

DNA foi visualizada em gel de agarose 0,8% corado com brometo de etídeo, juntamente com

marcador 1Kb plus ladder para identificação do tamanho dos fragmentos.

O DNA que se apresentava na faixa de 3 a 9 Kb de tamanho foi cortado do gel,

purificado com kit UltraCleanTM15 DNA Purification (MOBIO Laboratories Inc.) e

ressuspendido em 20 µl de água milli-Q. Em seguida o DNA foi tratado com enzima Klenow

(Promega) para a que os fragmentos ficassem com finais abruptos desta forma: 20 µl de DNA

digerido, 3 µl de tampão 10X, 1 µl de enzima Klenow (Promega), 2 µl de dNTPs; água milli-Q

para o volume final de 30 µl. A reação foi incubada a 37°C por 30 minutos e em seguida a

enzima foi inativada a 75°C por 10 minutos. O DNA tratado foi, então, precipitado utilizando-se

2,5 volumes de etanol 100% e 0,3 M de acetato de sódio. Incubado 30 minutos em gelo e

centrifugado por 20 minutos a 12.000 rpm. O precipitado foi lavado em etanol 70% e seco por 5

minutos no Speed-Vac e em seguida ressuspendido em 10 µl de água milli-Q. Esse DNA foi,

posteriormente, utilizado para clonagem em vetor de expressão.

O vetor de expressão de escolha para os primeiros testes de clonagem, na construção da

biblioteca metagenômica foi o vetor pBlueScript II KS (Stratagene). Para esta clonagem foi

necessário que o vetor fosse digerido com uma enzima de restrição que tornasse seus finais

abruptos. A enzima escolhida foi

Eco

RV (Promega). A reação foi feita utilizando-se 600 ng de

vetor pBlueScript II KS; 2 µl de tampão 10X; 2 µl de enzima de restrição

Eco

RV; água milli-Q

(33)

O plasmídeo digerido foi tratado com fosfatase alcalina de camarão (Promega) para

retirar os fosfatos da porção 5´. A reação de desfosforilação foi feita da seguinte forma: 10 µl de

pBlueScript II KS digerido por

Eco

RV; 2 µl de fosfatase alcalina; 3 µl de tampão 10X; água

para o volume final de 30 µl. A reação foi incubada por 1 hora a 37°C. Para a inativação da

enzima foi adicionado SDS para a concentração final de 1% e NaAc para a concentração final

de 0,1M e as amostras foram colocadas a 65°C por 20 minutos. Em seguida foram extraídas

duas vezes com fenol e uma vez com clorofórmio, adicionando um volume de fenol ou

clorofórmio á reação, misturando bem e centrifugando por 5 minutos a 12.000 rpm retirando-se

a fase aquosa, onde se encontra o DNA plasmidial. Este DNA foi então precipitado com 2,5

volumes de etanol 100% e 0,3 M de acetato de sódio. Incubado 30 minutos em gelo e

centrifugado por 20 minutos a 12.000 rpm. O precipitado foi lavado em etanol 70% e seco por 5

minutos no Speed-VAc e em seguida ressuspendido em 10 µl de água milli-Q. O DNA foi,

então, visualizado em gel de agarose 0,8% corado com brometo de etídeo para confirmação da

recuperação deste após o processo de purificação.

A ligação do DNA no vetor de expressão foi feita utilizando 2 µl de vetor; 14 µl de DNA

de solo digerido; 2 µl de tampão 10X da ligase; 1 µl de ATP; 1 µl de ligase. A reação foi

incubada a 16°C por 16 horas. Após o período de incubação, a ligação foi dialisada por 15

minutos.

Da mesma forma que para a biblioteca 16S rDNA, a ligação foi transformada em células

competentes

E. coli

DH5

α

por eletroporação adicionando-se o 10 µl da ligação solo/vetor

(34)

1,8 KV) e após a eletroporação foi adicionado 1 ml de meio SOC na cuveta e misturado

gentilmente até que a solução células/meio estivessem bem homogêneos e transferidos para um

tubo eppendorf de 1,5 ml e incubados por uma hora a 37°C. A seleção de transformantes foi

realizada através de plaqueamento em meio S-gal/LB Ágar Blend (Sigma) contendo ampicilina

a 250 µg.mL

-1

e incubação a 37°C por 16 horas. Foi observada a formação de colônias pretas e

brancas, sendo as colônias brancas as selecionadas para a detecção de inserto e crescidas em

placas

Deep-Well

com meio LB contendo ampicilina a 250 µg.mL

-1

. Da mesma forma que na

biblioteca de 16S rDNA, foi colhido 200 µl de crescido de bactérias de cada inóculo e

adicionado glicerol para uma concentração final de 10% , colocados em placas tipo Elisa e

congeladas a -80C.

Foram feitas extrações plasmidiais de 10 clones para verificação da presença de

fragmento inserido nos vetores e determinação de seus tamanhos. Para isso foi utilizado kit

QIAprep

®

Miniprep (Qiagen). Após a extração foi realizada uma reação de PCR para

confirmação da inserção dos fragmentos no plasmídeos. Para tal foram utilizados os

primers

T7

e M13R que possuem sítios de anelamento que flanqueiam o fragmento inserido. Na reação

foram utilizados 2 µl de tampão 10X de

Taq

polimerase; 2,5 mM de dNTPs; 10 µM de

primers

T7; 10 µM de

primers

M13R; 5U de

Taq

polimerase; 50 ng de DNA e água milli-Q para o

(35)
(36)

5- Resultados e Discussão

5.1- Extração de DNA

Em estudos moleculares, um dos pré-requisitos para que se possa analisar e obter

descrição da diversidade genética presente em uma amostra ambiental é o isolamento de DNA

com pureza suficiente para que se possa realizar análises moleculares e estimar-se a ocorrência

de diversidade genética (Liesack, 1992). Muitos métodos de extração de DNA de amostras

ambientais têm sido descritos. Entre eles, métodos de extração de DNA de solo, que se baseiam

em duas técnicas principais: a) extração de células de uma amostra de solo antes da lise celular

e, b) lise direta de células. O maior limitante do método de extração de células é o longo tempo

consumido e a limitação de se extrair somente algumas amostras por vez. No caso de extração

de DNA por lise direta das células, não é necessário isolar células, o que torna o método mais

rápido. Além disso, uma vez que a diversidade de microrganismos sujeito à lise é maior, este

protocolo para isolamento de DNA leva a uma melhor representação da diversidade microbiana

da amostra original. No entanto, a extração por lise direta de células aumenta a quantidade de

ácidos húmicos e outras substâncias orgânicas contaminantes presentes no extrato.

Ácidos húmicos têm propriedades físico-químicas similares aos dos ácidos nucléicos,

que fazem com que haja competição na absorção por colunas de purificação, tornando esse

processo mais laborioso. Além disso, esses contaminantes podem diminuir a eficiência de

hibridização DNA/DNA, inibir atividades de endonucleases de restrição e de enzimas

Taq

(37)

Em estudos sobre a otimização de extração de DNA de solo, Miller

et al

. (1999)

mostraram que maiores quantidades de DNA são obtidas por extração utilizando-se pó de vidro

(“

glass beads

”), ao invés de ciclos de congelamento e descongelamento e que a utilização de

fenol ou fenol/clorofórmio aumenta a quantidade de DNA extraído. Ainda no mesmo estudo foi

mostrado que a utilização de CTAB durante a extração diminui a quantidade de polissacarídeos

e ácidos húmicos contaminantes presentes na amostra. No entanto, nenhum dos métodos

utilizados remove completamente todos os contaminantes, e no que se refere à extração de altas

quantidades de DNA, alguns problemas ainda são encontrados. Por isso, a otimização dos

métodos de extração de DNA de amostras do solo é extremamente importante para se obter

DNA em qualidade e quantidade necessários para manipulação por técnicas moleculares.

A otimização do protocolo de purificação de DNA de solo baseado em Yeates

et al

.

(1998), foi feita acrescentando-se uma etapa de precipitação do DNA com PEG 8000, que pode

ser usado ao invés da precipitação com etanol ou isopropanol, pois, a precipitação com etanol

favorece a precipitação de ácidos húmicos e diminui a quantidade de DNA recuperado

(Porteous

et al

., 1994; Xia

et al

., 1995). Portanto, baseado na literatura e em testes empíricos,

foi escolhido fazer uma precipitação inicial com isopropanol para remoção dos contaminantes

seguida da precipitação com PEG 8000. Mesmo com diminuição da quantidade final de DNA

extraído, a pureza mostrou-se mais satisfatória e a quantidade de DNA recuperado ainda foi

grande, como foi avaliado através da análise em espectofotômetro, PCR e digestão com enzimas

de restrição.

(38)

com clorofórmio: álcool isoamílico na proporção 24:1. Para finalizar o processo de purificação,

utilizou-se purificação com mini-colunas, utilizando-se o kit UltraCleanTM15 DNA Purification

(MOBIO Laboratories Inc.).

Vários autores têm escolhido fazer a purificação utilizando-se gel de eletroforese

seguido da utilização de mini-colunas ou gel de eletroforese e um micro-concentrador para que

o DNA estivesse puro o suficiente para a realização de PCR e digestão com enzimas de restrição

(Zhou

et al

., 1996; Boivin-Jahns

et al

., 1996). Mas, durante os nossos testes, notamos que esses

passos de purificação em gel de eletroforese fazem com que haja grande perda de DNA.

(39)

Figura 7: Resultado da extração de DNA. 1° foto: solo a ser extraído, 2° foto: DNA precipitado com isopropanol e 3° foto: gel de agarose mostrando a quantidade e qualidade do DNA extraído. (Poço 1: Marcador 1kb plus ladder; poço 2, 3, 4, 5, 6:; 1 µl, 2 µl, 3 µl, 4 µl e 6 µl de DNA de solo, respectivamente). Foto tirada no laboratório de Biotecnologia da UCB.

5.2- Construção da Biblioteca 16S rDNA

Para o conjunto de

primers

8F/1391R foram obtidas bandas de amplificação de

aproximadamente 1,3 Kb e para o conjunto de

primers

COM1F/COM2R foram obtidas bandas

(40)

reações os controles negativos não foram amplificados. Um gel característico é mostrado nas

figuras 8 e 9.

Figura 8: Gel contendo os produtos de amplificação do DNA de solo nativo utilizando os dois conjuntos de primers, após purificação. Poço 1(M): marcador 1 kb plus ladder; poço 3: controle negativo; poços 4 a 6 : amplificação com primers 8F/1392R; poço 8: controle negativo; poços 09 a 11: amplificação com primers COM1F/COM2R .

(41)

Da clonagem destes fragmentos em vetor de clonagem pGEM-T foram obtidas 200

colônias contendo fragmento amplificado de solo de cerrado

stricto

sensu

com cada conjunto de

primers

de

Eubacterium

(8F/1391R e COM1F/COM2R) e 200 colônias contendo fragmento

amplificado de solo de cerrado

stricto

sensu

com

primers

de

Archea

, totalizando 600 colônias.

Para o solo de pastagem não foi possível obter a mesma quantidade de colônias, por

limitação do vetor de clonagem TOPO, que não apresentou a mesma eficiência com fragmentos

maiores que 1 kb, gerando somente clones de fragmentos de 400 kb, originados da amplificação

com o conjunto de

primers

COM1F/COM2R. Para estes fragmentos, foram colhidas 100

colônias para análise.

Foram construídas, então, 4 bibliotecas, sendo 2 bibliotecas de

Eubacterium

(

primers

8F/1391R e COM1F/COM2R) e uma biblioteca de

Archea

de solos de cerrado

stricto sensu

e

uma biblioteca de

Eubacterium

(

primers

COM1F/COM2R) de solo de pastagem.

Para confirmação da inserção dos fragmentos no vetor de clonagem, foram realizadas

reações de PCR utilizando-se

primers

para a região flanqueadora, como descrito anteriormente,

confirmando a presença dos fragmentos nos tamanhos desejados. Um gel característico é

mostrado na figura 10.

(42)

5.3- Análise das Seqüências

Na análise das 373 seqüências feitas pelo programa de Bioinformática da Universidade

Católica de Brasília, 42 seqüências foram descartadas por não apresentarem boa qualidade de

seqüenciamento.

Após análise das seqüências para a detecção de quimeras foram descartadas 12

seqüências quiméricas num total de 319 seqüências analisadas. As seqüências obtidas foram

comparadas entre si e nenhuma seqüência repetida foi encontrada.

5.4- Análise de Diversidade Microbiana

As seqüências amplificadas por PCR diretamente de DNA de solo apresentaram uma

vasta diversidade de grupos filogenéticos bacterianos. Isto foi concluído a partir do fato de que

dentre as 319 seqüências analisadas não foram encontradas seqüências redundantes.

Foram criadas bibliotecas de cerrado

stricto sensu

utilizando-se

primers

tanto para

Eubactérias

(COM1F/COM2R e 8F/1392R), como para

Archea

(Arch341IF/1492R). Para solos

de pastagem foi construída uma biblioteca de

Eubactéria

utilizando-se os

primers

COM1F/COM2R.

Em todas as bibliotecas de cerrado

stricto sensu

criadas, o maior número de seqüências

identificadas foi de microrganismos não-cultiváveis ou não-conhecidos. Eles representaram

29% das seqüências de

Eubactérias

de cerrado

stricto sensu

(figuras 11 e 13)

e 46% das

seqüências em amplificações utilizando-se

primers

para

Archea

(figura 14). Na biblioteca de

Eubactérias

de pastagem, este número foi menor (21%) (figura 12). Esta distribuição mostrou

(43)

Através da análise da diversidade microbiana presente nos dois tipos de solo (cerrado

stricto sensu

e pastagem), com um mesmo conjunto de

primers

(COM1F/COM2R), observou-se

que, nas duas bibliotecas, as seqüências pertencentes ao grupo dos A

ctinomicetos

foi muito

abundante, representando cerca de 20 a 30% das seqüências rDNA 16S amplificado por PCR

encontradas.

Outra divisão representativa nestes dois tipos de solo foi de

Acidobactérias

, que

representaram cerca de 10 a 20% das seqüências, uma divisão largamente encontrada em

análises de amostras ambientais marinhas, terrestres, animais, aerossóis e fontes termais. Este

grupo é um exemplo de um grande grupo de microrganismos que somente se tornou conhecido

após a utilização de análises de seqüências de rDNA (Barns

et al

., 1999). As

Acidobactérias

foram primeiramente identificadas na análise das seqüências de solo uma floresta nos Estados

Unidos, quando o grupo de Kuske

et al

. (1997) identificaram que, das seqüências encontradas,

um grande número destas se agrupavam como organismos desconhecidos, onde o único

membro conhecido era o

Acidobacterium capsulatum,

uma bactéria cultivável presente no solo.

A partir daí, muitas das seqüências até então consideradas desconhecidas, foram também

agrupadas dentro deste grande grupo.

Outro grande grupo isolado, tanto em solo de cerrado

stricto sensu

, quanto em pastagem,

foi o de

Proteobactérias

, sendo a subdivisão mais abundante a de

alfa-proteobactérias,

22% em

cerrado

stricto sensu

e 17% em solo de pastagem. Estas seqüências ocorreram com a mesma

freqüência que em outros estudos de solo. Em estudos de análises de comunidades bacterianas

em solos de manejado para pastagem na Grã-Bretanha, McCaig

et al

. (1999) observou que a

maioria de suas seqüências 16S rDNA eram provenientes de

alfa-proteobactéria

(22 a 53%). No

(44)

número de

alfa-proteobacterias

ainda menor (4%). Estas diferenças podem ter ocorrido por

vários fatores, entre eles o conjunto de

primers

escolhidos, método de extração do DNA do solo,

a região e época de colheita de solo e número de clones testados.

Entre as seqüências de

alfa-proteobactérias

, em solos de cerrado

stricto sensu

, foram

identificadas quatro seqüências de

Bradyrhizobium sp.

, bactérias fixadoras de nitrogênio. Entre

as seqüências de

beta-proteobactérias

, uma seqüência de

Bulkholderia sp.

foi identificada.

Clones desta bactéria com atividade antimicrobiana foram identificados em solo e zonas de

inibição de crescimento foram observadas quando estes clones eram cultivados em placas

contendo outras bactérias, fungos e leveduras (Cain

et al

., 2000).

Além da subdivisão

alfa e

beta-proteobactérias

, alguns exemplares da subdivisão

gama

e

delta

também foram

identificados. Entre as seqüências de

delta-proteobactérias

encontradas destaca-se uma

seqüência de

Byssophaga cruenta

, uma mixobacteria que degrada celulose (Reichenbach

et al

,

2004).

Em estudos de ambientes aquáticos, Beja

et al

. (2000) identificaram 16S rDNA de uma

bactéria pertencente ao grupo de

gama-proteobactérias

. A seqüência flanqueadora do DNA

revelou um gene similar à bacteriorodopsina, cujo produto é um foto-receptor encontrado, até

então, exclusivamente em

Archea

, tem se mostrado ser abundante entre

proteobactérias

(Handelsman, 2004).

Outro grande grupo encontrado em solo de cerrado

stricto sensu

foi o de

Verrucomicrobia

(6%) (figura 13). Este grupo da mesma forma que os demais tem

freqüentemente sido isolado em amostras de solo de diferentes áreas (Dunbar

et al

., 1999;

Sessitsch

et al

., 2001). Apesar deste grupo não ter sido isolado em solo de pastagem em nosso

(45)

específicos (O'Farrell & Janssen, 1999). Isto pode ter sido causado pelo tamanho da amostragem

ou pela diferença nos

primers

utilizados.

Utilizando-se o

primer

para amplificação de

Archea

Arch341IF e o

primer

universal

1492R em amplificações de DNA de solo de cerrado

stricto sensu

, foi observado o isolamento

de somente um exemplar do reino

Crenarchaeota

, pertencente ao domínio

Archea

(figura 14).

Isto pode ter ocorrido pelo fato de que, predominatemente, microrganismos

Archea

têm sido

isolados de ambientes extremos ou de nichos ecológicos muito especializados. Em estudos de

ambientes marinhos, microrganismos

Archea

podem constituir até 34% da população

procariota, mas o solo pode ser considerado um ambiente inóspito para este grupo de

microrganismo (Amann

et al

., 1995; DeLong

et al

., 1994). Ainda assim, alguns microrganismos

extremófilos puderam ser isolados no solo de cerrado

stricto sensu

, entre eles,

Thermobrachium

sp

., um termófilo, alcalino tolerante e anaeróbio obrigatório que havia sido isolado

anteriormente em ambientes geotermais, como fontes termais e habitats com elevadas

temperaturas (Engle

et al

., 1996). Sua característica mais interessante é o fato de serem

microrganismos proteolíticos. Todos os membros cultiváveis do reino

Crenarchaeota

são

termófilos. O outro reino de

Archea,

Euryarchaeota

, é composto de halófitos extremos,

heterótrofos termofílicos e metanogênios (Bintrim

et al

., 1997). Deste reino, nenhuma seqüência

(46)

Cerrado sensu stri ctu (COM1F/COM2R)

Acidobacteria 12%

Actinomicetos 17%

Alpha_proteobacterium 22%

Beta_proteobacteria 2% Chloroflexi

3% Delta_proteobacterium

3%

Planctomicetos 3%

Verrucomicrobia 2%

Proteobacterium 3% Gamma_proteobacteria

2%

Fibrobacteria 3%

bactérias desconhecidas ou não cultiváveis

28%

(47)

Cerrado Pastagem (COM1F/COM2R)

Acidobacteria 19%

Beta_proteobacterium 8%

cloroflexi 1% Delta_proteobacterium

1%

Planctomicetos 4%

gamma_proteobactéria 1%

Fibrobacteria 1%

bactérias desconhecidas ou não cultiváveis

21%

Alpha_proteobacterium 17%

Actinomicetos 29%

(48)

Cerrado sensu strictu (8F/1392R)

Acidobacteria 26%

Chloroflexi 3% Delta_proteobacterium

1% bactérias desconhecidas ou não

cultiváveis 29%

Gamma_proteobacterium 1%

planctomicetos 1%

Verrucomicrobia 6%

Beta_proteobactéria 1%

Alpha_proteobacterium 19%

Actinomicetos 13%

(49)

Archea cerrado sensu strictu

Crenarchaeote 1%

Verrucomicrobia 3%

Gram-positive_bacteria 1%

Proteobacterium 3%

bactérias desconhecidas ou não cultiváveis

46%

Firmicutes 10% Spirochete

4%

Gamma_proteobacterium 3%

Alpha_proteobacterium 7%

Delta_proteobacterium 3%

Beta_ proteobacterium 3%

Cloroflexi 4%

Actinomicetos 4%

Acidobacteria 8%

Imagem

Figura  1:  Identificação  de  microrganismos  de  amostra  ambiental  por  coloração  com  49,   6-diamidino-2-phenylindole (Rondon, 1999)
Figura 2: Estratégia para análise da composição da microbiota de solos de Cerrado atravès da clonagem e  seqüenciamento de genes 16S rDNA
Figura  3:  Esquema  de  comparações  entre  as  abordagens  de  clonagem  de  amostras  de  solo  em  vetores  de  expressão
Figura  4:  Cerrado  stricto  sensu.  Reserva  Ecológica  do  Instituto  Brasileiro  de  Geografia  e  Estatística  (RECOR  -  IBGE)
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Referências

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