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Luís Carlos Iuñes de Oliveira Filho UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Agronomia Área de Concentração: Solos

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Programa de Pós-Graduação em Agronomia

Área de Concentração: Solos

Dissertação

PRODUÇÃO DE ALFACE E RABANETE, SOB ADUBAÇÃO

ORGÂNICA EM AMBIENTE PROTEGIDO

Luís Carlos Iuñes de Oliveira Filho

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PRODUÇÃO DE ALFACE E RABANETE, SOB ADUBAÇÃO

ORGÂNICA EM AMBIENTE PROTEGIDO

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Agronomia da

Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de

Mestre em Ciências (área do

conhecimento: Solos).

Orientadora: Profª. Drª. Tânia Beatriz Gamboa Araújo Morselli

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Dados de catalogação na fonte:

( Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744 )

O48p Oliveira Filho, Luís Carlos Iuñes de

Produção de alface e rabanete, sob adubação orgânica em ambiente protegido / Luís Carlos Iuñes de Oliveira Filho. - Pelotas, 2009.

87 f.

Dissertação ( Mestrado ) –Programa de Pós-Graduação em Solos. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. - Pelotas, 2009, Tânia Beatriz Gamboa Araújo Morselli, Orientador.

1. Lactuca sativa 2. Raphanus sativus 3. Vermicomposto 4. Efeito residual 5. Adubação

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Banca examinadora:

Profª. Drª. Tânia Beatriz Gamboa Araújo Morselli (Presidente) Orientadora – PPGA – Solos

Prof. Dr. Manoel Luís Brenner de Moraes

Drª. Eng. Agr. Ana Celi Rodrigues da Silva

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Aos meus pais, Luís e Mariza “Sou o que sou por causa deles, para o melhor e para o pior”.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, meu Refúgio e minha Fortaleza, Fonte de Misericórdia, Felicidade e Paz.

Aos meus irmãos Marcelo e Rodrigo e a cunhada Alessandra; aos meus pequenos grandes sobrinhos Thiago e Lucas por todo apoio, incentivo, pelos momentos de felicidade durante o transcorrer de minha vida até aqui.

A minha noiva e grande amor da minha vida, Jaqueline, por sempre me ajudar em tudo, pelo carinho, pela paciência, pela compreensão e pelo companheirismo em todos os momentos.

À Profª. Drª. Tânia Beatriz Gamboa Araújo Morselli pela amizade, confiança e por aceitar encarar esse desafio de orientação da Graduação até a Pós-Graduação.

A Pesquisadora da Embrapa Clima Temperado Drª. Walkyria Scivittaro e aos funcionários do laboratório de análise de tecidos pela colaboração e apoio nas análises.

Aos grandes amigos Fernando, Jones – Alegria, Lizandro – Titi – e Sérgio, pelo apoio na execução do trabalho e pela amizade, conversas e piadas contadas durante tanto tempo.

Aos colegas de Pós-Graduação Carla, Daiana, Fernanda, Glaúcia, Juliana, Katiúscia, Magali, Marla, Parfitt, Ricardo e Rosângela, pela amizade e convívio.

Aos demais colegas de curso pela amizade.

À Universidade Federal de Pelotas, à Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” e ao Departamento de Solos pela formação científica e oportunidade de realizar o curso de Pós-Graduação em Agronomia.

Ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq) pela concessão da bolsa de mestrado.

Aos professores do Departamento de Solos pelos ensinamentos nas disciplinas cursadas.

A todos os funcionários do Departamento.

A todos que de alguma forma contribuíram para que este momento se tornasse possível.

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RESUMO

OLIVEIRA FILHO, L.C.I. Produção de alface e rabanete, sob adubação orgânica em ambiente protegido. 2009. 87f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia, área de concentração em Solos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o desempenho agronômico da alface sob adubação orgânica, como primeiro cultivo, e do rabanete, como segundo cultivo, em função do efeito residual da adubação orgânica da alface em ambiente protegido. Foram utilizados vasos preenchidos com 6Kg de terra fina seca ao ar de um solo classificado como Planossolo Háplico, cultivado com alface, cultivar Itapuã 401, e logo após com rabanete, cultivar Crimson Gigante. O cálculo de adubação e calagem foi realizado com base na necessidade de nitrogênio da cultura da alface, de acordo com as recomendações da Comissão de Química e Fertilidade do Solo do RS/SC. A adubação para o cultivo do rabanete foi o residual da adubação para o cultivo da alface. Os tratamentos utilizados consistiram de adubação mineral, vermicomposto de esterco bovino e calagem, sendo: T1 – Adubo mineral + calcário (dose recomendada); T2 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada); T3 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada); T4 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada) + calcário; T5 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada) + calcário. Avaliaram-se os efeitos dos tratamentos sobre a produção e a nutrição de alface e rabanete e sobre a fertilidade do solo após as colheitas. Considerando os resultados obtidos e as condições em que foi realizado o presente trabalho, concluiu-se que: a aplicação de vermicomposto de esterco bovino eleva e mantém o pH(água); a produção de alface é aumentada com a calagem e aplicação ao solo de vermicomposto de esterco bovino; a alface respondeu adequadamente a adubação atendendo às necessidades nutricionais da cultura em ambas as colheitas; o efeito residual da adubação com vermicomposto de esterco bovino e adubação mineral proporcionou uma produção satisfatória e atendeu as necessidades nutricionais do rabanete; a qualidade das raízes produzidas não foi afetada nos tratamentos com vermicompostos, com ou sem aplicação de calcário e o tratamento com adubação mineral apresentou baixo percentual de raízes rachadas e isoporizadas.

Palavras-chave: Lactuca sativa. Raphanus sativus. Vermicomposto. Adubação mineral. Efeito residual.

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ABSTRACT

OLIVEIRA FILHO, L.C.I. Production of lettuce and radish under organic fertilizer in protected environment. 2009. 87f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia, área de concentração em Solos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

This study was carried out with the objective to evaluate the agronomic performance of lettuce under organic fertilization, as first culture, and of radish, as second culture, as a function of the residual effect of the organic fertilization to lettuce in protected environment. It were used vases filled with 6Kg of fine land dried to the air of a soil classified as a Albaqualf (Planossolo Háplico), cultivated with lettuce, Itapuã 401 cultivar, and soon after with radish, Crimson Gigante cultivar. The calculation of fertilization and liming was carried out based on the nitrogen need of the culture of lettuce, according to the recommendations of the Commission of Chemistry and Fertility of the Soil of the RS/SC. The fertilization for the culture of radish was the residual one of the fertilization for the culture of lettuce. The used treatments consisted of mineral fertilization, vermicompost of bovine manure and liming, being: T1 – Mineral seasoning + lime (recommended dose); T2 – Vermicompost of bovine manure (recommended dose); T3 – Vermicompost of bovine manure (1½ of the recommended dose); T4 – Vermicompost of bovine manure (recommended dose) + lime; T5 – Vermicompost of bovine manure (1½ of the recommended dose) + lime. The effects of the treatments on the production and nutrition of lettuce and radish and on the fertility of the soil after the harvests were evaluated. Considering the obtained results and the conditions under which the present work was carried out, it is concluded that: the application of vermicompost of bovine manure raises and maintains pH(water); the production of lettuce is increased with liming and application to the soil of vermicompost of bovine manure; the lettuce responded adequately to the fertilization meeting the nutritional needs of the culture in both the harvests; the residual effect of the fertilization with vermicompost of bovine manure and mineral fertilization provided a satisfactory production and answered for the nutritional needs of the radish; the quality of the produced roots was not affected in the treatments with vermicomposts, with or without lime application and the treatment with mineral fertilization presented low percentage of cracked and spongeous roots.

Key words: Lactuca sativa. Raphanus sativus. Vermicompost. Mineral fertilization. Residual effect.

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Lista de Tabelas

Tabela 3.1 Diâmetro de planta (DP), número de folhas (NF), área foliar (AF), fitomassa fresca (FFPA) e seca da parte aérea (FSPA) de plantas de alface, cultivar Itapuã 401, de duas colheitas. FAEM – UFPel, 2008. .. 25 Tabela 3.2 Análise do solo antes e após o cultivo da alface, cultivar Itapuã 401.

FAEM – UFPel, 2008. ... 29 Tabela 4.1 Altura de planta (AP), número de folhas (NF), área foliar (AF), diâmetro

da raiz (DR), fitomassa fresca (FFPA) e seca da parte aérea (FSPA) e fitomassa fresca (FFR) e seca da raiz (FSR) de plantas de rabanete, cultivar Crimson Gigante. FAEM – UFPel, 2008. ... 40 Tabela 4.2 Análise química do solo antes e após o cultivo do rabanete, cultivar

Crimson Gigante. FAEM – UFPel, 2008. ... 42 Tabela 5.1 Fitomassa seca da parte aérea (FSPA) e teores de nitrogênio (N),

fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) na fitomassa seca de folhas de alface, cultivar Itapuã 401, de duas colheitas. FAEM – UFPel, 2008. ... 52 Tabela 5.2 Teores de ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn) e cobre (Cu) na

fitomassa seca de folhas de alface, cultivar Itapuã 401, de duas colheitas. FAEM – UFPel, 2008. ... 54 Tabela 5.3 Fitomassa seca da raiz (FSR) e teores de nitrogênio (N), fósforo (P),

potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) na fitomassa seca de raízes de rabanete, cultivar Crimson Gigante. FAEM – UFPel, 2008. ... 56

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1. INTRODUÇÃO GERAL ... 10

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 12

2.1 Setor produtivo de hortaliças ... 12

2.2 Cultura da alface ... 12

2.3 Cultura do rabanete ... 14

2.4 Ambiente protegido ... 14

2.5 Efeito residual da adubação ... 15

3. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AGRONÔMICO DA ALFACE SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA, COMO PRIMEIRO CULTIVO ... 17

3.1 Resumo ... 18 3.2 Abstract ... 19 3.3 Introdução ... 20 3.4 Material e Métodos... 22 3.5 Resultados e Discussão ... 25 3.6 Conclusões ... 32

4. EFEITO RESIDUAL DA ADUBAÇÃO DA ALFACE SOBRE O DESEMPENHO AGRONÔMICO DO RABANETE EM CULTIVO SUCESSIVO ... 33

4.1 Resumo ... 34 4.2 Abstract ... 35 4.3 Introdução ... 36 4.4 Material e Métodos... 38 4.5 Resultados e Discussão ... 40 4.6 Conclusões ... 44

5. TEORES DE MACRO E MICRONUTRIENTES EM ALFACE, COMO PRIMEIRO CULTIVO, E EM RABANETE, COMO EFEITO RESIDUAL ... 45

5.1 Resumo ... 46 5.2 Abstract ... 47 5.3 Introdução ... 48 5.4 Material e Métodos... 50 5.5 Resultados e Discussão ... 52 5.6 Conclusões ... 57 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 58 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 59 APÊNDICE ... 67

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1. INTRODUÇÃO GERAL

A característica marcante da olericultura é o fato de ser uma atividade agroeconômica altamente intensiva em seus mais variados aspectos, em contraste com outras atividades agrícolas extensivas. Sua exploração econômica exige alto investimento na área trabalhada, em termos físicos e econômicos. Em contrapartida, possibilita a obtenção de elevada produção física e de alto rendimento bruto e líquido por área. Outras características importantes nos empreendimentos hortícolas são a intensa utilização de tecnologias modernas, em constante mudança, e o reduzido tamanho da área ocupada, porém, intensivamente utilizada, tanto no espaço quanto no tempo (FIGUEIREDO, 2008).

O sistema de exploração de olerícolas é extremamente especializado e exigente em qualidade, principalmente quanto ao aspecto comercial, e vem se tornando dominante no Brasil, onde os produtores estão reduzindo o número de culturas trabalhadas e intensificando os cultivos durante todo o ano, em sistema de plantio seqüencial, o que pode ocasionar o agravamento de problemas fitossanitários (FIGUEIREDO, 2008).

Acredita-se que o cultivo de hortaliças em ambiente protegido possa suportar a produção de alimentos saudáveis e em quantidades regulares que atendam ao mercado consumidor, particularmente para algumas espécies de hortaliças que apresentam dificuldades de produção em épocas específicas do ano. A produção de hortaliças em ambiente protegido constitui um agroecossistema diferente daquele representado pelo cultivo tradicional a campo. Vem se expandindo pelo país inteiro, possibilitando a produção continuada de diferentes culturas durante o ano todo, com um produto comercial capaz de atender as expectativas do mercado consumidor.

As altas produtividades obtidas com o uso intensivo de capital, de fertilizantes inorgânicos e de agrotóxicos têm sido questionadas não só por suas contradições econômicas e ecológicas, mas também por desprezar aspectos qualitativos

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importantes da produção vegetal (SANTOS et al., 2001).

Com isso, a utilização de produtos já humificados em hortaliças tem se tornado frequente, como é o caso do vermicomposto, por suas propriedades condicionadoras, maior capacidade de retenção de água, manutenção da estrutura do solo ou substrato, além de apresentar os nutrientes essenciais à planta em forma disponível (HUBER, 2008). Paralelamente, a adubação orgânica presta-se à reciclagem de resíduos rurais, o que possibilita maior autonomia dos produtores em face do comércio de insumos, e apresenta grande efeito residual.

Considerando-se a grande demanda e necessidade de produtos cada vez mais saudáveis, esse trabalho teve como objetivos: estudar o efeito de diferentes doses de vermicomposto em hortaliça de folha e raiz, como adubo orgânico; avaliar o desempenho agronômico da alface sob adubação orgânica, como primeiro cultivo; avaliar o desempenho agronômico do rabanete, segundo cultivo, em função do efeito residual da adubação orgânica da alface.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Setor produtivo de hortaliças

A produção mundial de hortaliças ocupa uma área em torno de 89 milhões de hectares, com uma produção total de 1,4 bilhão de toneladas, com destaque para a cultura da batata-inglesa, com produção de, aproximadamente, 308 milhões de toneladas. Em 2005, no Brasil foram cultivados 773,1 mil hectares de olerícolas, com uma produção total de 17,4 milhões de toneladas, sendo que a batata também é a principal hortaliça, com área cultivada de aproximadamente 136 mil hectares e uma produção total de 2,9 milhões de toneladas (FIGUEIREDO, 2008).

A produção nacional de hortaliças, no período de 1980 a 2005, teve um incremento de 195% no total produzido, com destaque para as culturas de tomate, batata-inglesa, cenoura e cebola, demonstrando o crescente mercado consumidor para esses produtos (FIGUEIREDO, 2008).

De acordo com Figueiredo (2008), a década de 80 é considerada importante para a olericultura brasileira, especialmente graças às atividades da pesquisa oficial, com a recomendação e lançamento de cultivares de hortaliças adaptadas às mais diversas condições climáticas do território nacional. Na última década, acentuou-se a implantação dos sistemas de cultivo protegido em estufas e hidroponia.

2.2 Cultura da alface

A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta da família Cichoriaceae (Compositae), herbácea, muito delicada, folhas grandes e de consistência variada em função de cultivares. O caule é bem pequeno, tenro e fica próximo ao solo, de

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onde são emitidas as folhas. Quando cultivadas em estufas e túneis, o período decorrente entre o transplante e colheita da alface é de aproximadamente 30 dias, podendo ser um pouco maior no período de inverno (50 dias) e mais curto nos meses de temperatura amena (45 dias) (SGANZERLA, 1997; FILGUEIRA, 2003). Pela escolha criteriosa das cultivares disponíveis, é possível colher alface, de boa qualidade, ao longo do ano todo, e seu desenvolvimento é melhor em condições de temperatura amena a frio, mas sem geada, e dias mais curtos. Nessas condições, a planta apresenta melhor desenvolvimento vegetativo, o que traz vantagem, porque a parte consumida são as folhas. Altas temperaturas e dias longos produzem poucas folhas e estimulam o florescimento das plantas. As folhas de plantas com flores não são indicadas para consumo por serem amargas. A propagação é feita por sementes, sendo a maioria das mudas produzidas em condições de estufa, em bandejas de isopor contendo substratos e depois, transplantada ao campo quando tiver quatro folhas (FILGUEIRA, 2003).

Possui cultivares de folhas lisas ou crespas e a coloração verde-clara, verde-escura ou roxa, tendo o consumidor como preferência as cultivares de folhas verde-claras. Podem ser repolhuda com formação de cabeça ou solta, sem formação de cabeça. Em função dessas características, as cultivares podem ser separadas em seis grupos: 1) Tipo repolhuda-manteiga, folhas lisas, verde-amareladas, forma cabeça compacta; 2) Tipo repolhuda-crespa (Americana), folhas crespas, bem consistentes, forma cabeça compacta; 3) Tipo solta-lisa, folhas lisas, soltas, não forma cabeça; 4) Tipo solta-crespa, folhas crespas, soltas, consistentes, não forma cabeça; 5) Tipo Mimosa, folhas delicadas, aspecto arrepiado, não forma cabeça; 6) Tipo Romana, folhas alongadas, consistentes, forma cabeça fofa (FILGUEIRA, 2003).

Sendo popular no mundo inteiro, é a hortaliça folhosa de maior importância no Brasil, com uma estimativa de área plantada de 110.000 ha, com produção de aproximadamente de 91 toneladas (EMBRAPA, 2008a). Seu cultivo é intensivo e, geralmente, praticado pela agricultura familiar, responsável pela geração de cinco empregos diretos por hectare (COSTA; SALA, 2005), tendo volumes de produção e de consumo muito grandes (TRANI et al., 1997).

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2.3 Cultura do rabanete

O rabanete (Raphanus sativus L.) é uma Brassicaceae anual de porte reduzido não ultrapassando 30cm de altura possuindo folhas bem recortadas. Produzem raízes tuberosas com formato arredondado ou alongado, a cor da casca pode ser vermelha ou branca e a polpa é sempre branca. Adapta-se melhor ao cultivo no outono – inverno, tolerando bem o frio e geadas leves. A propagação é feita através de sementes e diretamente nos canteiros, porque essa hortaliça não tolera transplante de mudas (FILGUEIRA, 2003). A cultura tem ciclo relativamente curto (20 a 30 dias) se comparada com outras hortaliças após a semeadura (LUCCHESI et al., 1976), podendo se prolongar por mais 10 dias dependendo da cultivar ou híbrido. Entretanto, deve ser colhido ainda pequeno com menos de 30mm de diâmetro, antes de ficar duro e esponjoso. Turgidez e cor vermelha brilhante são as características de qualidade visual mais observadas (EMBRAPA, 2008b).

As plantas se desenvolvem melhor em solos bem drenados, de boa fertilidade, mas não deve ter excesso de nitrogênio, e sim boa disponibilidade de água durante todo o ciclo da planta. O excesso de nitrogênio ou esterco no solo provoca um crescimento vigoroso das plantas e, com isso, as raízes ficam anormais e isoporizam facilmente. O fornecimento irregular de água às plantas pode causar rachaduras das raízes tuberosas (ISLA, 2008).

Em termos de área cultivada é uma cultura de pequena importância, mas em número de pequenas propriedades é importante nos cinturões verdes como diversidade no cultivo de hortaliças (MINAMI et al., 1998). A produtividade varia de 15 a 30 toneladas de raízes tuberosas por hectare ou 16.000 a 20.000 maços por hectare. No Brasil, a produção está mais concentrada nos estados das regiões Sudeste e Sul (ISLA, 2008). Uma característica da cultura de rabanete é poder ser usada como cultura "cash" entre outras de ciclo mais longo, com épocas definidas de plantio, pois, além de ser relativamente rústica, apresenta ciclo muito curto, com retorno rápido (MINAMI et al., 1998).

2.4 Ambiente protegido

O primeiro registro de que se tem sobre conhecimento do cultivo de uma planta em condições protegidas é de Martialis datado de 93 aC., relatando a prática

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dos antigos romanos na utilização de materiais transparentes na cobertura de abrigos. Somente muitos séculos depois a técnica de proteger as culturas foi sendo desenvolvida em diversas regiões, principalmente nos locais de clima frio (ALVAREZ; PARRA, 1994). Gradativamente o uso do cultivo protegido difundiu-se nas regiões de clima frio, passando pelas regiões tropicais e chegando às desérticas. Assim, o cultivo protegido pode funcionar como abrigo aquecido, oásis ou guarda-chuva para as plantas (BLISKA JÚNIOR; HONÓRIO, 1996)

No Brasil a introdução do cultivo protegido ocorreu na década de 70 com a instalação de projetos pioneiros para o cultivo de tomate (MARTINS et al., 1999). Sendo que, nesses sistemas protegidos a produção é feita sob a proteção de túneis plásticos, sombrite ou estufas melhor equipadas. Nesses casos, o ideal é de se ter um bom controle fitossanitário, pois o ambiente é favorável para pragas e doenças (MINAMI, 1995).

O emprego de ambientes protegidos é responsável por alterações em diversos elementos meteorológicos, tornando viável a produção de vegetais em épocas ou lugares cujas condições climáticas são críticas (MARTINS et al., 1995), sendo assim, a sua principal vantagem a produção em períodos de entressafra (SENTELHAS; SANTOS, 1995).

Os resultados de trabalhos científicos realizados no Brasil, desde 1988, com diversas espécies olerícolas cultivadas em ambiente protegido, são bastante animadores, pois indicam, com esta técnica de cultivo, rendimentos bastante superiores aos normalmente obtidos em campo (MARTINS et al., 1995). Segundo Sganzerla (1987), o uso de ambiente protegido (com utilização de cobertura plástica) na cultura da alface justifica-se pelos seguintes benefícios: evita problemas de geada, vento e excesso de chuva e granizo e encurta o ciclo produtivo, podendo ainda, segundo Ribeiro e Paterniani (1994), ser acrescentado à proteção às deposições atmosféricas (chuvas ácidas).

2.5 Efeito residual da adubação

Muitas espécies e cultivares de plantas diferem na eficiência com que utilizam os nutrientes absorvidos no processo de crescimento e desenvolvimento. Ocorrem também diferenças na capacidade de extrair elementos do solo e de responder a adubação (BATAGLIA et al., 1977).

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O fornecimento adequado de nutrientes está diretamente relacionado com a fertilização, onde deve ser de especial importância a disponibilidade para a planta, principalmente em plantas de ciclo curto como as hortaliças (MALAVOLTA et al., 2002).

A exploração equilibrada do solo é fundamental na produção de hortaliças, pois permite explorar os nutrientes racionalmente, evitando o esgotamento do solo através da alternância de espécies com diversidade na exigência de nutrientes e nos sistemas radiculares (SOUZA; RESENDE, 2003).

De acordo com Filgueira (1982), o milho-verde cultivado após o tomateiro estaqueado tem produzido satisfatoriamente espigas comerciais, apenas com o resíduo das adubações. Esta prática, chamada de cultivo sucessivo, há muito vem sendo utilizada pelos agricultores, os quais, normalmente, não possuem informações suficientes do quanto podem aproveitar do fertilizante remanescente no solo para diminuir os custos de produção.

Segundo Santos et al. (2001) que estudou o efeito residual da adubação com composto orgânico sobre o crescimento e produção de alface, a adubação com composto orgânico propiciou efeito residual sobre a produção da cultura quando cultivada de 80 a 110 dias após a aplicação do composto, e ainda verificou que o adubo mineral não propiciou efeito residual sobre a produção.

Os efeitos residuais da adubação potássica mostraram segundo Bartz e Holzshuh (2005) um decréscimo, tanto de rendimento de brassicáceas, como nos teores disponíveis no solo, sugerindo a possibilidade de elevadas perdas por lixiviação deste elemento, além da alta capacidade de extração e exportação pelas culturas estudadas.

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3. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AGRONÔMICO DA ALFACE SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA, COMO PRIMEIRO CULTIVO

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AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AGRONÔMICO DA ALFACE SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA, COMO PRIMEIRO CULTIVO

EVALUATION OF AGRONOMIC PERFORMANCE OF LETTUCE UNDER ORGANIC FERTILIZATION, AS FIRST CULTURE

3.1 Resumo - Avaliou-se o desempenho agronômico da alface (Lactuca sativa L.), cultivar Itapuã 401, sob adubação orgânica, como primeiro cultivo, bem como os efeitos da adubação ao solo, de maio a julho de 2008. O experimento foi realizado em casa de vegetação, em vasos preenchidos com 6Kg de terra fina seca ao ar de um Planossolo Háplico. Utilizou-se o delineamento de blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições. As adubações de fertilidade e calagem, foram realizadas tendo em vista os resultados das análises do vermicomposto e do solo. O cálculo de adubação do vermicomposto foi realizado com base na necessidade de nitrogênio da cultura da alface. Os tratamentos utilizados foram os seguintes: T1 – Adubo mineral + calcário (dose recomendada); T2 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada); T3 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada); T4 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada) + calcário; T5 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada) + calcário. Considerando os resultados obtidos e as condições em que foi realizado o presente trabalho, conclui-se que: Em todos os tratamentos as plantas apresentaram precocidade em relação à colheita, podendo ser colhidas aos 38 dias após o transplante; A produção de alface é aumentada com a calagem e aplicação ao solo de vermicomposto de esterco bovino; A aplicação de vermicomposto de esterco bovino eleva o pH(água) do solo e os teores de alguns nutrientes do solo, P, K, Ca, Mg, Cu e Zn; A aplicação de vermicomposto de esterco bovino + calcário possui grande potencial para diminuir elevados teores de alumínio, ferro e manganês.

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3.2 Abstract - The agronomic performance of lettuce (Lactuca sativa L.), Itapuã 401 cultivar, was evaluated under organic fertilization, as first culture, as well as the effects of fertilization to the soil, from May to July 2008. The experiment was carried out in vegetation house, in vases filled with 6Kg of fine land dried to the air of a Albaqualf (Planossolo Háplico). The delineation of casualized blocks was used, with five treatments and four repetitions. The fertilizations of fertility and liming, that were part of the treatments, were carried out in view of the results of the analyses of vermicomposts and of the soil. The calculation of fertilization of the vermicompost was carried out based on the nitrogen need of the lettuce culture. The treatments used were the following ones: T1 – Mineral seasoning + lime (recommended dose); T2 – Vermicompost of bovine manure (recommended dose); T3 – Vermicompost of bovine manure (1½ of the recommended dose); T4 – Vermicompost of bovine manure (recommended dose) + lime; T5 – Vermicompost of bovine manure (1½ of the recommended dose) + lime. Considering the obtained results and the conditions under which the present work was carried out, it is concluded that: In all the treatments the plants presented precocity in relation to the harvest, being able to be harvested 38 days after the transplant; The production of lettuce is increased with liming and application of vermicompost of bovine manure to the soil; The application of vermicompost of bovine manure raises pH(water) of the soil and the concentrations of some nutrients of the soil, P, K, Ca, Mg, Cu and Zn; The application of vermicompost of bovine manure + lime has great potential to diminish high concentrations of aluminum, iron and manganese.

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3.3 Introdução

A alface (Lactuca sativa L.), muito popular no mundo inteiro, é uma planta da família Cichoriaceae (Compositae), herbácea, muito delicada, de folhas grandes e consistência variada em função de cultivares. No Brasil, é a hortaliça folhosa de maior importância, com uma estimativa de área plantada de 110.000 ha, com produção de aproximadamente de 91 toneladas (EMBRAPA, 2008a), de cultivo intensivo, sendo que grande parte de sua produção está concentrada na agricultura familiar (COSTA; SALA, 2005).

Segundo Lopes et al. (2005) apresenta cerca de 75 cultivares comerciais, das quais, aproximadamente 18 são nacionais, podendo ser separadas em seis grupos: tipo repolhuda-manteiga, folhas lisas, verde-amareladas, forma cabeça compacta; tipo repolhuda-crespa, folhas crespas, bem consistentes, forma cabeça compacta; tipo solta-lisa, folhas lisas, soltas, não forma cabeça; tipo solta-crespa, folhas crespas, soltas, consistentes, não forma cabeça; tipo Mimosa, folhas delicadas, aspecto arrepiado, não forma cabeça; tipo Romana, folhas alongadas, consistentes, forma cabeça fofa (FILGUEIRA, 2003).

A produção de hortaliças em ambiente protegido vem crescendo consideravelmente, incluindo o cultivo em solo, hidropônico e em substratos (FERNANDES et al, 1999). No cultivo protegido as principais finalidades, quando sob estrutura de proteção, são: anular os efeitos negativos das baixas temperaturas, da geada, do vento, do granizo, do excesso de chuva e encurtar o ciclo de produção, além de aumentar a produtividade e se obter produtos de melhor qualidade (SGANZERLA, 1987), e também, segundo Martins et al. (1995) vem apresentando rendimentos bastante superiores aos normalmente obtidos em campo. De acordo com Goto et al. (2002) em estudo comparativo de condições de ambiente protegido e campo na produção de três cultivares de alface, verificou que apesar das plantas cultivadas em condições de campo apresentarem uma maior produção (acúmulo de matéria fresca), em ambiente protegido, estas atingiram o ponto de colheita com aproximadamente uma semana de antecedência, o que pode ser uma grande vantagem para o produtor, resultando em maior retorno financeiro, além de minimizar os riscos de produção.

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Uma crescente consciência de alguns produtores em relação aos impactos ambientais e econômicos adversos de agrotóxicos e fertilizantes químicos em produção vegetal tem estimulado um maior interesse na utilização de compostos orgânicos (FOLLET apud ARANCON et al., 2004).

O vermicomposto, ou composto produzido na forma de coprólitos de minhocas, são produtos resultantes da biodegradação não termofílica e estabilização dos materiais orgânicos, por interações entre minhocas e microorganismos (EDWARDS; BURROWS, 1988; EDWARDS, 1998; GLIESSMAN, 2002). Também está se tornando uma fonte popular de matéria orgânica, especialmente para sistemas agrícolas em pequena escala. Esse material é conhecido por seus altos níveis de fosfato, nitrogênio e outros nutrientes, e também contém polissacarídeos que agregam partículas do solo (GLIESSMAN, 2002). São caracterizados, também, como tendo alta porosidade, aeração, drenagem, capacidade de retenção de água e atividade microbiana que os tornam excelentes condicionadores de solo (EDWARDS; BURROWS, 1988).

Recentemente, estudos feitos em laboratório e experimentos em estufa têm demonstrado que vermicompostos contêm materiais como ácidos húmicos e hormônios que regulam o crescimento vegetal que pode ser responsável, em parte, pelo o aumento da germinação, o crescimento e a produtividade das plantas (ATIYEH et al. 2002). Além disso, têm demonstrado que podem suprimir Pythium, Rhizoctonia, Verticillium (CHAOUI et al. 2002) e nematóides parasitas de plantas (ARANCON et al. 2002).

A utilização de diferentes dosagens de vermicomposto combinado ou não com adubos minerais em duas cultivares de alface (Regina e Carolina) por Fernandes et al. (1999), garantiu boa produtividade e precocidade às mesmas. O uso de dosagens crescentes de vermicomposto, 0; 1,5; 3,0; 4,5 Kg m-2, na cultura da alface (cultivar Regina), verificado por Seno e Koga (1993) apud Morselli (2001) demonstrou que houve aumento significativo da produção.

Neste contexto, o trabalho objetivou avaliar o desempenho agronômico da alface sob adubação orgânica, como primeiro cultivo, bem como os efeitos da adubação ao solo.

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3.4 Material e Métodos

O experimento foi realizado em casa de vegetação modelo “Arco Pampeana”, disposta no sentido Norte-Sul, revestida com filme de polietileno de baixa densidade (150µm de espessura), com o piso cimentado, localizada na Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Campus da Universidade Federal de Pelotas (com coordenadas geográficas aproximadas de: latitude 31º 52’ S, longitude 52º 21’ W e altitude de 13m).

A produção do vermicomposto, utilizado nos tratamentos, foi implantada no dia 01/10/2007 quando se deu a colocação do esterco bovino, proveniente do Centro Agropecuário da Palma, em caixas de madeira não aromática (cedrinho), medindo 1,00m de comprimento; 0,60m de largura e 0,30m de altura e cobertas com palha para evitar perda de umidade, num total de cinco caixas. Na ocasião foram inoculadas 300 minhocas adultas da espécie Eisenia fetida (Savigny, 1826) (Vermelha da Califórnia) em cada caixa. Para um melhor desenvolvimento do processo da vermicompostagem foram efetuadas irrigações frequentes, em intervalos de cinco dias, de modo que a umidade não fosse um fator limitante. O material foi peneirado 53 dias após a inoculação das minhocas. Na ocasião foi retirada uma amostra para análise química, de acordo com Tedesco et al., (1995), para fins de recomendação da adubação. A análise do vermicomposto apresentou: pH = 6,4; C/N = 15/1; umidade 32,21%; C = 14,5%; N = 0,93%; P = 0,79%; K = 0,58%; Ca = 1,21%; Mg = 0,36%.

Foram utilizados vasos preenchidos com 6Kg de terra fina seca ao ar de um solo do horizonte A1, da unidade de mapeamento Pelotas, classificado como Planossolo Háplico (EMBRAPA, 2006). O solo foi passado em peneira com malha de 2mm, para maior uniformidade dos tratamentos, e no momento foi retirada uma amostra para análise química, de acordo com Tedesco et al., (1995), e granulométrica, pelo método de Bouyoucos. A análise do solo apresentou: areia = 74,46%; silte = 17,19%; argila = 8,35%; pH(água) = 4,5; índice SMP = 6; matéria orgânica = 1%; PMehlich = 10,9 mg dm-3; K = 49 mg dm-3; Ca = 1,1 cmolc dm-3; Mg = 0,4 cmolc dm-3; Al = 1 cmolc dm-3; Cu = 0,5 mg dm-3; Zn = 1,1 mg dm-3; Fe = 11 mg dm-3; Mn = 61 mg dm-3; Ca/Mg = 2,8. Também foram realizadas análises químicas do solo de cada tratamento após o cultivo da alface. A irrigação foi feita pesando-se os vasos na capacidade de campo antes do plantio e após o plantio, sendo a

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diferença de peso acrescentada de água, em mL.

As adubações de fertilidade e calagem, que fizeram parte dos tratamentos, foram realizadas tendo em vista os resultados das análises do vermicomposto e do solo estando de acordo com as recomendações da Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC (2004). O cálculo de adubação do vermicomposto foi realizado com base na necessidade de nitrogênio da cultura da alface.

Os tratamentos utilizados consistiram de adubação mineral, vermicomposto de esterco bovino e calagem, sendo os seguintes: T1 – Adubo mineral + calcário (dose recomendada – ROLAS); T2 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada – ROLAS); T3 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada); T4 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada – ROLAS) + calcário; T5 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada) + calcário.

A incorporação do calcário foi realizada no preparo dos vasos, 56 dias antes do transplante (11/04/2008). Para isso utilizou-se o método do Índice SMP na quantidade de 12,6 g vaso-1 de calcário dolomítico extrafino com PRNT de 76,16%. A adubação orgânica foi realizada com vermicomposto de esterco bovino, na quantidade de 190 g vaso-1 (dose recomendada) e 285 g vaso-1 (1½ da dose recomendada). Como fonte de N, P2O5 e K2O, do tratamento T1, foram utilizadas como adubo mineral, uréia, superfosfato triplo e cloreto de potássio, nas quantidades de 4,2 g vaso-1, 3,0 g vaso-1 e 2,4 g vaso-1, respectivamente. O vermicomposto de esterco bovino e o adubo mineral foram incorporados ao solo, 15 dias antes do transplante das mudas (23/05/2008).

Foram utilizadas sementes de alface, cultivar Itapuã 401, que apresentavam 93% germinação. As mudas foram produzidas em bandejas de poliestireno expandido, contendo 128 células, com substrato de vermicomposto de esterco bovino e casca de arroz carbonizada, na proporção de 2:1. A semeadura foi feita no dia 09/05/2008 e em cada célula foram colocadas três sementes. O desbaste se deu nove dias após a semeadura. O transplante foi realizado no dia 07/06/2008, o que ocorreu 29 dias após a semeadura, momento em que as mudas apresentavam de 5-6cm de altura, como indicado pelo fabricante.

Foram realizadas duas colheitas levando-se em consideração o diâmetro médio comercializável, compatível com a arquitetura da planta, para cultivar crespa igual ou superior a 33cm (MORSELLI, 2001), que ocorreu 38 dias após o transplante

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no dia 15/07, e 45 dias após o transplante como indicado pelo fabricante.

Nas plantas colhidas foram avaliados: diâmetro da planta (determinado tomando-se as médias das medidas horizontais e verticais das plantas, com o auxílio de uma régua graduada de 50cm de comprimento); número de folhas (feito por contagem de todas as folhas presas ao caule, com tamanho igual ou superior a 5cm de comprimento); área foliar total (os valores desta variável foram obtidos no final do experimento utilizando-se todas as plantas colhidas, através da utilização do aparelho Integrador Li-COR, modelo LI-3.100, de leitura direta, que determina a área do material que passa pelo aparelho); fitomassa fresca da parte aérea (após a colheita, as plantas foram lavadas e retirado o excesso de água, e pesadas em balança de precisão); fitomassa seca da parte aérea (após a obtenção da fitomassa fresca foi feita a secagem em estufa de circulação forçada de ar à temperatura de 60 ºC por ± 48 horas, até atingir peso constante, e pesada em balança de precisão); precocidade (determinada levando-se em consideração o diâmetro de planta pré-estabelecido, para a cultivar Itapuã 401, foi igual ou superior que 33cm).

O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados com quatro repetições com esquema 5T x 4B x 5P (T = tratamento, B = bloco, P = plantas), para primeira colheita. Na segunda colheita foram avaliadas apenas 3 plantas por bloco (5T x 4B x 3P).

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3.5 Resultados e Discussão

Na Tabela 3.1, são apresentados os resultados das variáveis analisadas nas duas colheitas. Nota-se que na primeira colheita somente a fitomassa seca da parte aérea não apresentou diferença significativa entre os tratamentos. Já para a segunda colheita todas as variáveis tiveram diferenças significativas entre os tratamentos. E que a aplicação do vermicomposto de esterco bovino teve maior influência nos resultados quando aplicado na dose superior a recomendada juntamente com correção do solo, em ambas as colheitas.

Tabela 3.1 - Diâmetro de planta (DP), número de folhas (NF), área foliar (AF), fitomassa fresca (FFPA) e seca da parte aérea (FSPA) de plantas de alface, cultivar Itapuã 401, de duas colheitas. FAEM – UFPel, 2008.

Tratamentos DP NF AF FFPA FSPA

(cm) (cm2) --- (g) --- --- Primeira Colheita (38 dias) --- T1 37,58 c 15,15 a 2380,12 ab 95,24 abc 4,13 a T2 39,58 b 15,05 a 2526,34 ab 101,41 ab 3,98 a T3 38,80 bc 15,10 a 2273,29 b 87,01 c 3,89 a T4 39,93 b 13,85 b 2440,74 ab 93,10 bc 3,97 a T5 42,73 a 14,50 ab 2624,70 a 105,70 a 4,36 a CV% 6,32 9,98 15,12 16,72 20,84

--- Segunda Colheita (45 dias) --- T1 41,29 bc 18,50 a 3077,38 b 132,86 b 6,24 b T2 42,13 bc 17,67 ab 3091,26 b 133,00 b 6,26 b T3 39,96 c 16,47 b 2379,72 c 100,73 c 4,70 c T4 43,63 ab 17,75 ab 3329,05 b 142,44 b 6,60 b T5 45,21 a 18,42 a 3796,06 a 162,90 a 7,53 a CV% 6,97 9,99 15,17 16,46 15,21

Fonte: Laboratório de Análises Químicas – Departamento de Solos – FAEM – UFPel.

* Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5%.

* T1 – Adubo mineral + calcário (dose recomendada); T2 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recom endada); T3 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada); T4 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada) + calcário; T5 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada) + calcário.

A aplicação de vermicomposto de esterco bovino (1½ da quantidade recomendada) e calcário (tratamento T5) proporcionou diâmetro médio das plantas estatisticamente maiores que os demais tratamentos e 12% superior ao valor observado no tratamento com adubação mineral e calcário, para a primeira colheita (Tabela 3.1). Já para a segunda colheita observa-se que os tratamentos T4 e T5 não diferiram estatisticamente entre si, sendo superiores aos demais. Os tratamentos T1, T2 e T3 apresentaram os menores valores para ambas as colheitas. Resultados

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semelhantes foram observados por Huber (2008), onde as plantas, da cultivar Mimosa Vermelha, que receberam vermicomposto de esterco bovino na quantidade de 94 g vaso-1, em vasos de 4Kg preenchidos com Planossolo, destacaram-se positivamente em relação a este parâmetro, apresentando diâmetro de 34,96cm. Observa-se que em um período de sete dias entre as colheitas os tratamentos T1 e T4 foram os que apresentaram maior incremento no diâmetro, de 3,71 e 3,7cm, respectivamente. Cabe ressaltar que nas duas colheitas e em todos os tratamentos as plantas apresentaram diâmetro superior ao diâmetro médio comercializável para cultivar crespa, que de acordo com Morselli (2001) é igual ou superior que 33cm, sendo que a colheita poderia ser feita aos 38 dias após o transplante. Mas aos 45 dias após o transplante a planta apresentou uma fitomassa fresca maior ocasionando um melhor aspecto visual.

O maior número de folhas, para a primeira colheita, que estatisticamente não diferiram entre si foi observado nos tratamentos T1, T2, T3 e T5 (Tabela 3.1). Na segunda colheita, o maior número de folhas foi observado nos tratamentos T1, T2, T4 e T5, que não diferiram estatisticamente entre si. Embora o tratamento T4 estatisticamente tenha ficado abaixo dos valores dos demais tratamentos, juntamente com T5 e T1 foram os que apresentaram um maior incremento no número de folhas entre as colheitas, com 3,9, 3,92 e 3,35 respectivamente. Este incremento pode ser efeito positivo ocasionado pela aplicação de calcário na mudança de pH do solo, melhorando a disponibilidade dos nutrientes. Araújo et al. (2007) trabalhando com Latossolo Amarelo em ambiente protegido, Boa Vista (RR), com adubação mineral e esterco, com três cultivares de alface crespa, Hortência, Mônica SF1 e Verônica, constataram um número de folhas de 12,8, 13,2 e 12,9, respectivamente, resultados estes que divergem aos encontrados neste experimento, que pode ser decorrente do tipo do solo, de clima e das cultivares adotadas. Em experimento conduzido em casa de vegetação e a campo em Eldorado do Sul (RS) por Radin et al. (2004) onde foram utilizadas as cultivares de alface crespa Marisa e Verônica foram encontrados, quando cultivadas em estufa, um número final de folhas maior do que as cultivadas a campo, de 22,2 e 15,4 e 21,7 e 17,5, respectivamente. Confirmando também os resultados obtidos por Araújo et al. (1997) sobre o efeito positivo do cultivo protegido no número de folhas por planta.

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A maior área foliar das plantas na primeira colheita (Tabela 3.1), com exceção do tratamento T3, foi observada nos demais tratamentos que não diferiram entre si estatisticamente. Já para a segunda colheita o tratamento que recebeu 1,5 da dose recomendada de vermicomposto de esterco bovino + calcário foi o que apresentou melhor resposta a este parâmetro, mostrando maior incremento no valor de área foliar (1171,36cm2) entre as colheitas, seguidos do T4, T1, T2 e T3, com 888,31cm2, 697,26cm2, 564,92cm2 e 106,43cm2, respectivamente. Nota-se que o tratamento T3 que recebeu a mesma dose de vermicomposto de esterco bovino não apresentou o mesmo desempenho, e que doses maiores que a recomendada de adubo orgânico sem a devida correção do solo não tem efeito esperado de melhoria na produtividade. Araújo et al. (2007) trabalhando com Latossolo Amarelo em ambiente protegido, Boa Vista (RR), com adubação mineral e esterco, com três cultivares de alface crespa, Hortência, Mônica SF1 e Verônica, encontrou valores de 1120,7cm2, 890,7cm2 e 1079,3cm2, respectivamente, resultados estes que divergem aos encontrados neste experimento para ambas as colheitas, embora que a determinação da área foliar tenha sido feita 20 dias após o transplante. Tibau (1984) e Compagnoni e Putzolu (1995) sugerem que a influência positiva dos vermicompostos de origem animal nas plantas, deve-se, em parte, à presença do ácido indol acético, considerado de fundamental importância para estimular a absorção radicular de nutrientes. Segundo Raven et al. (1996), este ácido também promove a rápida divisão celular no sentido longitudinal, afetando positivamente a área foliar das plantas. A área foliar da planta afeta o processo fotossintético, resultando numa maior ou menor produção de matéria seca e, conseqüentemente, a utilização de nutrientes (MEURER, 2007). Se for levado em conta o valor absoluto da área foliar do T5, apesar de ter apresentado menor número de folhas do que T1, em ambas as colheitas, este apresentou uma maior fitomassa fresca e seca do que os demais tratamentos. Logo, o parâmetro área foliar é um bom indicativo de alta produção.

Para fitomassa fresca da parte aérea na primeira colheita (Tabela 3.1) não houve diferença significativa entre os tratamentos T5, T2 e T1. Dentre os tratamentos que receberam aplicação de vermicomposto de esterco bovino, independentemente de ter sido aplicado calcário, o tratamento T5 que recebeu a maior dose do vermicomposto foi o que apresentou a maior fitomassa fresca, diferentemente do tratamento T3. No entanto, para a segunda colheita apesar do

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tratamento T5 ter sido estatisticamente superior aos demais, os tratamentos que receberam vermicomposto de esterco bovino e calcário apresentaram as maiores fitomassa fresca. Sendo que os tratamentos T5 e T4 tiveram um acréscimo na fitomassa fresca da primeira para a segunda colheita de 57,2g e 49,34g, respectivamente. Em trabalho realizado por Araújo et al. (2007) em um Latossolo Amarelo em ambiente protegido, Boa Vista (RR), com adubação mineral e esterco e três cultivares de alface crespa, Hortência, Mônica SF1 e Verônica, encontraram fitomassa fresca de 136,7g, 141,9g e 157,3g, respectivamente, resultados estes que divergem aos encontrados na primeira colheita e que se assemelham aos da segunda colheita deste experimento.

Para fitomassa seca da parte aérea na primeira colheita (Tabela 3.1) não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos. No entanto, para a segunda colheita apesar do tratamento T5 ter sido estatisticamente superior aos demais, os tratamentos que receberam vermicomposto de esterco bovino e calcário apresentaram os maiores valores de fitomassa seca. Sendo que os tratamentos T5 e T4 tiveram um maior acréscimo na fitomassa fresca da primeira para a segunda colheita de 3,17g e 2,63g, respectivamente, que os demais tratamentos. Resultados semelhantes foram observados por Huber (2008), onde as plantas, da cultivar Mimosa Vermelha, que receberam vermicomposto de esterco bovino na quantidade de 94 g vaso-1, em vasos de 4Kg preenchidos com Planossolo, apresentaram fitomassa seca de 6,33g. Cabe ressaltar que a qualidade do vermicomposto de esterco bovino, em relação aos nutrientes, utilizada por Huber (2008) é superior a utilizada neste experimento. Prado et al. (2002) trabalhando em vasos com capacidade de 2,3Kg utilizaram amostras de um Latossolo Vermelho distrófico, obtiveram com 40 dias de cultivo resultado semelhante na produção de matéria seca da alface com a aplicação de calcário e de escória de siderurgia, demonstrando a suscetibilidade da espécie à acidez do solo e, portanto, que a correção do solo pode aumentar a produtividade.

Na Tabela 3.2, são apresentados os resultados das análises do solo antes a após o cultivo da alface. Os resultados demonstram que houve aumento nos valores do pH(água), CTCpH7, da matéria orgânica, dos nutrientes: P, K, Ca, Mg, Cu e Zn, para todos tratamentos. Para alumínio, ferro e manganês, e para a relação Ca/Mg houve diminuição dos valores.

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Tabela 3.2 - Análise do solo antes e após o cultivo da alface, cultivar Itapuã 401. FAEM – UFPel, 2008. Tratamentos pH água 1:1 CTCpH7 M.O. PMehlich K Ca Mg Al cmolc dm-3 % --- mg dm -3 --- --- cmolc dm -3 --- Antes do cultivo 4,5 6 1 10,9 49 1,1 0,4 1 Após o cultivo T1 5,2 8 1,4 > 50,1 193 3,4 2,1 0,1 T2 4,7 7,1 1,4 > 50,1 130 2,4 1,9 0,2 T3 4,7 7,4 1,7 > 50,1 161 2,4 2,1 0,2 T4 5,5 7 1,4 38,2 91 3 2,1 0 T5 5,5 8,1 1,5 > 50,1 110 3,2 2,4 0,1 Tratamentos Cu Zn Fe Mn Relação --- mg dm-3 --- Ca/Mg Antes do cultivo 0,5 1,1 11 61 2,8 Após o cultivo T1 1 1,6 8 21 1,6 T2 1 2,7 8 22 1,3 T3 1 3,6 7 25 1,1 T4 1 2,1 7 8 1,4 T5 0,8 2,9 7 6 1,3

Fonte: Laboratório de Análise de Solos – Departamento de Solos – FAEM – UFPel.

* T1 – Adubo mineral + calcário (dose recomendada); T2 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recom endada); T3 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada); T4 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada) + calcário; T5 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada) + calcário.

Os valores de pH(água) variaram em função da aplicação de calcário ao solo (Tabela 3.2). Os maiores valores foram observados nos tratamentos que receberam aplicação de calcário, principalmente naqueles combinados com vermicomposto. Mesmo sem considerar aplicação de calcário os tratamentos T2 e T3, somente com vermicomposto, provocaram aumentos, de 0,2 unidades, de pH, valor pouco expressivo se comparado com os demais tratamento. Mas comprova que o uso de vermicomposto facilita a correção do solo, uma vez que as minhocas possuem as chamadas glândulas de Morren consideradas como calcíferas, que excretam CaCO3 em pequenas porções, transformando a matéria orgânica utilizada em material neutro ou alcalino (LONGO, 1995; KIEHL, 1985).

Segundo a Comissão de Química e de Fertilidade do Solo – CQFS RS/SC (2004), apesar do aumento de 0,4-0,7 unidades no teor de matéria orgânica do solo, este se manteve na classe “baixo”, para todos os tratamentos. O aumento no teor de matéria orgânica do tratamento 1, que recebeu adubação mineral e calcário, pode ser em decorrência de algum resíduo da cultura no momento da coleta do solo para

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análise. Considerando o teor de P inicial no solo a aplicação do vermicomposto de esterco bovino elevou expressivamente os teores de P da classe “baixo” para “muito alto” em todos os tratamentos, exceto o T4 que ficou na classe “alto”. Para K, a aplicação do vermicomposto de esterco bovino elevou expressivamente o seu teor da classe “médio” para “muito alto” em todos os tratamentos, exceto o T4 e T5 que ficaram na classe “alto”. Para Ca todos os tratamentos passaram da classe “baixo” para “médio”, sendo que os tratamentos que não receberam calcário também houve aumento, devido provavelmente ao CaCO3 presente no vermicomposto excretado pelas minhocas(LONGO, 1995; KIEHL, 1985). Para Mg todos os tratamentos passaram da classe “baixo” para “alto”, tendo aumento expressivo nos seus valores.

Observou-se uma diminuição nos teores de alumínio e de ferro do solo ao final do experimento (Tabela 3.2). Os tratamentos que receberam vermicomposto de esterco bovino e calcário (T4 e T5) apresentaram teores de manganês expressivamente menores que os demais, embora todos os tratamentos tenham ocorrido diminuição dos teores de manganês. Essa diminuição provavelmente seja em decorrência do aumento do pH do solo em todos os tratamentos (BOCKERT, 1991). A adição e decomposição da matéria orgânica elevaram a área superficial específica do solo, devido ao grande número de cargas negativas geradas na superfície do húmus pela dissociação dos grupos funcionais de superfície (principalmente os carboxílicos), formando complexos estáveis com a matéria orgânica, e assim diminuindo a sua disponibilidade (BOCKERT, 1991). Isso pode ter favorecido a complexação do alumínio, do ferro e do manganês, evidenciado pela diminuição dos seus teores após o cultivo da alface. Para cobre e zinco, considerando seus valores iniciais no solo, ambos mantiveram-se na classe “alto”. Os teores de cobre no solo aumentaram após o cultivo da alface, mas não variaram expressivamente entre os tratamentos. Já para zinco os teores no solo aumentaram para todos os tratamentos após o cultivo da alface, sendo que os teores mais expressivos foram nos tratamentos com a aplicação de vermicomposto de esterco bovino.

Terra (2000) considera importante a avaliação da relação Ca/Mg no solo, principalmente quando se trata da utilização de hortaliças em ambiente protegido, uma vez que os teores destes elementos se alteram com o cultivo. Segundo o autor, as relações consideradas normais para Ca/Mg estão entre 3 e 5. Em todos os tratamentos (Tabela 3.2) observa-se que houve diminuição dos valores da relação

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3.6 Conclusões

Considerando os resultados obtidos e as condições em que foi realizado o presente trabalho, conclui-se que:

1. Em todos os tratamentos as plantas apresentaram precocidade em relação à colheita, podendo ser colhidas aos 38 dias após o transplante.

2. A produção de alface é aumentada com a calagem e aplicação ao solo de vermicomposto de esterco bovino.

3. A aplicação de vermicomposto de esterco bovino eleva o pH(água) do solo e os teores de alguns nutrientes do solo, P, K, Ca, Mg, Cu e Zn,

4. A aplicação de vermicomposto de esterco bovino + calcário possui grande potencial para diminuir elevados teores de alumínio, ferro e manganês no solo.

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4. EFEITO RESIDUAL DA ADUBAÇÃO DA ALFACE SOBRE O DESEMPENHO AGRONÔMICO DO RABANETE EM CULTIVO SUCESSIVO

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EFEITO RESIDUAL DA ADUBAÇÃO DA ALFACE SOBRE O DESEMPENHO AGRONÔMICO DO RABANETE EM CULTIVO SUCESSIVO

RESIDUAL EFFECT OF THE FERTILIZATION OF LETTUCE ON AGRONOMIC PERFORMANCE OF RADISH IN SUCCESSIVE CULTURE

4.1 Resumo - Avaliou-se o efeito residual de adubação orgânica para alface (Lactuca sativa L.), cultivar Itapuã 401, bem como os efeitos da adubação ao solo no desempenho agronômico do rabanete (Raphanus sativus L.), cultivar Crimson Gigante, de setembro a outubro de 2008. O experimento foi realizado em casa de vegetação, em vasos preenchidos com 6Kg de terra fina seca ao ar de um Planossolo Háplico anteriormente cultivado com alface. Utilizou-se o delineamento de blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições. A quantidade de vermicomposto foi calculada com base na necessidade de nitrogênio para a alface. Os tratamentos utilizados consistiram do residual de adubação para o cultivo da alface, sendo os seguintes: T1 – Adubo mineral + calcário (dose recomendada); T2 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada); T3 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada); T4 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada) + calcário; T5 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada) + calcário. Considerando os resultados obtidos e as condições em que foi realizado o presente trabalho, conclui-se que: O efeito residual da adubação com vermicomposto de esterco bovino e adubação mineral proporcionou uma produção satisfatória do rabanete; A qualidade das raízes produzidas não foi afetada nos tratamentos com vermicompostos, com ou sem aplicação de calcário e o tratamento com adubação mineral apresentou baixo percentual de raízes rachadas e isoporizadas; O vermicomposto de esterco bovino manteve o valor do pH(água) do solo.

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4.2 Abstract - The residual effect of organic fertilization for lettuce (Lactuca sativa L.), Itapuã 401 cultivar, was evaluated as well as the effects of the fertilization to the soil in the agronomic performance of the radish (Raphanus sativus L.), Crimson Gigante cultivar, from September to October 2008. The experiment was carried out in vegetation house, in vases filled with 6Kg of fine land dried to the air of a Albaqualf (Planossolo Háplico) previously cultivated with lettuce. The delineation of casualized blocks was used, with five treatments and four repetitions. The amount of vermicompost was calculated based on the nitrogen need for the lettuce. The treatments used consisted of the residual of fertilization for the culture of lettuce, being the following ones: T1 – Mineral seasoning + lime (recommended dose); T2 – Vermicompost of bovine manure (recommended dose); T3 – Vermicompost of bovine manure (1½ of the recommended dose); T4 – Vermicompost of bovine manure (recommended dose) + lime; T5 – Vermicompost of bovine manure (1½ of the recommended dose) + lime. Considering the obtained results and the conditions under which the present work was carried out, it is concludes that: The residual effect of the fertilization with vermicompost of bovine manure and mineral fertilization provided a satisfactory production of radish; The quality of the produced roots was not affected in the treatments with vermicomposts, with or without lime application and the treatment with mineral fertilization presented low percentage of cracked and spongeous roots; The vermicompost of bovine manure mantained the value of pH(water) of the soil.

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4.3 Introdução

O rabanete (Raphanus sativus L.) é uma Brassicaceae anual de porte reduzido não ultrapassando 30cm de altura possuindo folhas bem recortadas. Produzem raízes tuberosas com formato arredondado ou alongado, a cor da casca pode ser vermelha ou branca e a polpa é sempre branca (FILGUEIRA, 2003). A cultura tem ciclo relativamente curto (20 a 30 dias) se comparada com outras hortaliças após a semeadura (LUCCHESI et al., 1976), podendo se prolongar por mais dez dias dependendo da cultivar ou híbrido. Entretanto deve ser colhido ainda pequeno com menos de 30mm de diâmetro, antes de ficar duro e esponjoso (EMBRAPA, 2008b).

Em termos de área cultivada é uma cultura de pequena importância, mas em número de pequenas propriedades é importante nos cinturões verdes como diversidade no cultivo de hortaliças. Uma característica da cultura do rabanete é poder ser usada como cultura "cash" entre outras de ciclo mais longo, com épocas definidas de plantio, pois, além de ser relativamente rústica, apresenta ciclo muito curto, com retorno rápido (MINAMI et al., 1998).

A produção de hortaliças em ambiente protegido vem crescendo consideravelmente, incluindo o cultivo em solo, hidropônico e em substratos (FERNANDES et al, 1999). Vários autores destacaram as vantagens do cultivo em ambiente protegido (OLIVEIRA et al., 1997; ANDRIOLO, 1999; BRANDÃO FILHO; CALLEGARI, 1999; MARTINS, 2000). Dentre elas, podem citar o aumento de produtividade, sendo para algumas culturas de duas a três vezes maiores que a do cultivo convencional; colheitas na entressafra, diminuindo a sazonalidade de produção e regularizando o abastecimento; maior precocidade na colheita; melhor qualidade dos produtos. Essa atividade propicia o cultivo fora de época e em locais onde as condições climáticas são limitantes.

Uma crescente consciência de alguns produtores em relação aos impactos ambientais e econômicos adversos de agrotóxicos e fertilizantes químicos em produção vegetal tem estimulado um maior interesse na utilização de compostos orgânicos (FOLLET apud ARANCON et al., 2004).

Santos apud Costa et al. (2006) utilizando composto de lixo na produção de rabanete, nas doses de 30; 60; 90 e 120 Mg ha-1, observaram que doses crescentes do composto proporcionaram aumento nos níveis de nutrientes disponíveis, teores

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de matéria orgânica e valores de pH do solo, além de incrementarem a produção de massa seca, tanto da parte aérea como do sistema radicular do rabanete.

Koeff et al. (1983) trabalhando com adubos orgânicos e minerais em culturas de cenoura, de nabo e de rabanete, concluíram que a qualidade dos produtos foi melhor com a utilização dos adubos orgânicos do que os minerais. Vitti et al. (2007), trabalhando com vasos de 6Kg em casa de vegetação, verificou que plantas de rabanete cultivadas na presença de vermicomposto de esterco bovino, nas dosagens de 20 e 30g, aumentaram o diâmetro horizontal e vertical das raízes.

A presença de um solo ou substrato com atributos físicos, químicos e biológicos viáveis é indispensável para a elaboração da fitomassa seca final. Contudo, não é suficiente que os elementos nutritivos estejam disponíveis se sua concentração no substrato não atender às necessidades da cultura (MORSELLI, 2001). Os adubos orgânicos são utilizados no sentido de reduzir as quantidades de fertilizantes minerais aplicados, além de condicionar o substrato, permitindo um efeito residual de nutrientes (SILVA et al., 2000). Vidigal et al. (1995) afirmam que a matéria orgânica adicionada ao solo na forma de adubos orgânicos, de acordo com o grau de decomposição dos resíduos, pode ter efeito imediato no solo e/ou efeito residual, por meio de um processo mais lento de decomposição.

Neste contexto, o trabalho objetivou avaliar o desempenho agronômico do rabanete sob o efeito residual de adubação orgânica, bem como os efeitos da adubação ao solo.

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4.4 Material e Métodos

O experimento foi realizado em casa de vegetação modelo “Arco Pampeana”, disposta no sentido Norte-Sul, revestida com filme de polietileno de baixa densidade (150µm de espessura), com o piso cimentado, localizada na Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Campus da Universidade Federal de Pelotas (com coordenadas geográficas aproximadas de: latitude 31º 52’ S, longitude 52º 21’ W e altitude de 13m).

Foram utilizados vasos preenchidos com 6Kg de terra fina seca ao ar de um solo do horizonte A1, da unidade de mapeamento Pelotas, classificado como Planossolo Háplico (EMBRAPA, 2006), anteriormente cultivado com alface. O solo de cada vaso foi passado em peneira com malha de 2mm, para maior uniformidade dos tratamentos, e no momento foi retirada uma amostra simples de cada vaso que compôs uma amostra composta por tratamento para análise química (TABELA 4.2), de acordo com Tedesco et al., (1995). A irrigação foi feita pesando-se os vasos na capacidade de campo antes do plantio e após o plantio, sendo a diferença de peso acrescentada de água, em mL.

A adubação para o cultivo do rabanete foi o residual da adubação para o cultivo da alface, que foi calculada com base na necessidade de nitrogênio da cultura, estando de acordo com as recomendações da Sociedade Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC (2004). A adubação orgânica realizada para a alface foi com 190 g vaso-1 (dose recomendada) vermicomposto de esterco bovino e 285 g vaso-1 (1½ da dose recomendada), sendo que a análise do vermicomposto apresentou: pH = 6,4; C/N = 15/1; umidade 32,21%; C = 14,5%; N = 0,93%; P = 0,79%; K = 0,58%; Ca = 1,21%; Mg = 0,36%. Como fonte de N, P2O5 e K2O, do tratamento T1, foram utilizadas como adubo mineral, uréia, superfosfato triplo e cloreto de potássio, nas quantidades de 4,2 g vaso-1, 3,0 g vaso-1 e 2,4 g vaso-1, respectivamente.

Os tratamentos utilizados consistiram do residual de adubação para o cultivo da alface, sendo os seguintes: T1 – Adubo mineral + calcário (dose recomendada – ROLAS); T2 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada – ROLAS); T3 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada); T4 – Vermicomposto de esterco bovino (dose recomendada – ROLAS) + calcário; T5 – Vermicomposto de esterco bovino (1½ da dose recomendada) + calcário.

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Foram utilizadas sementes de rabanete, cultivar Crimson Gigante, que apresentavam 96% germinação. A semeadura foi feita no dia 08/09/2008 e em cada vaso foram colocadas três sementes, sendo feito o desbaste aos 14 dias após a semeadura.

Para a cultura foi realizada uma única colheita levando-se em consideração o tempo indicado pela literatura de 30 dias após o plantio (07/10/2008). Sendo considerado o diâmetro de 30mm o ponto ideal para colheita.

Nas plantas colhidas foram avaliados: altura de planta (avaliada em centímetros, mediante a tomada da medida entre o colo e o ápice da folha com maiores dimensões); número de folhas (obtido mediante a contagem do número de folhas das plantas amostradas); área foliar total (obtida através da determinação em aparelho Integrador Li-COR, modelo LI-3.100, de leitura direta, em todas as plantas colhidas); diâmetro da raiz (média do diâmetro horizontal e vertical, medido com o auxílio de paquímetro e obtenção de dados em centímetros); fitomassa fresca da parte aérea e da raiz (após a colheita, foi separada a parte aérea da raiz, as mesmas foram lavadas, retirando o excesso de água e pesadas em balança de precisão); fitomassa seca da parte aérea e da raiz (após secagem das plantas em estufa de circulação forçada de ar à temperatura de 60 ºC por ± 48 horas, até atingir peso constante, foram pesadas em balança de precisão, as raízes foram cortadas em fatias finas para auxiliar a secagem das mesmas).

O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados com quatro repetições com esquema 5T x 4B x 5P (T = tratamento, B = bloco, P = plantas).

Referências

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