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FRESAMENTO DE CANAIS EM LIGAS DE ALUMÍNIO AERONÁUTICO - ÊNFASE NA EXATIDÃO DIMENSIONAL

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6th BRAZILIAN CONFERENCE ON MANUFACTURING ENGINEERING 11 a 15 de abril de 2011 – Caxias do Sul – RS - Brasil

April 11th to 15th, 2011–Caxias do Sul – RS – Brazil

©

Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas 2011

FRESAMENTO DE CANAIS EM LIGAS DE ALUMÍNIO AERONÁUTICO -

ÊNFASE NA EXATIDÃO DIMENSIONAL

Hugo Jammal Espíndola Gontijo e Silva, hugo_jammal@mec.ufu.br Mauro Paipa Suarez, mpsuarez@mecanica.ufu.br

Álisson Rocha Machado,alissonm@mecanica.ufu.br

Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Engenharia Mecânica, Av. João Naves de Ávila, 2.121, Uberlândia MG, 38.408-100, Brasil

Resumo: Todo projeto de fabricação tem como propósito uma peça acabada com dimensões ideais, cotadas com tolerâncias dimensionais de acordo com a sua aplicação. Para reduzir custos é interessante obter maior exatidão e melhor acabamento da peça com um número de operações reduzidas. Para que este aumento na taxa de produção com qualidade garantida seja alcançado é necessária uma correta seleção de parâmetros de corte, de atmosferas de usinagem e de máquinas-ferramentas exatas. O calor gerado no processo de usinagem é dissipado pelas partes envolvidas no processo (cavaco, ferramenta, peça e ambiente) e a distribuição da dissipação depende das condições de corte, principalmente da velocidade de corte. Se o calor dissipado pela peça for menor, possivelmente a deformação da peça por dilatação térmica será igualmente reduzida. Esta preocupação ainda é maior quando se usina ligas de alumínio, pois mesmo garantindo os requisitos citados, estas ligas apresentam altos coeficientes de dilatação em relação ao aço comum ao carbono, por exemplo. Assim, com o aquecimento da peça, gerado pelo processo de usinagem, ocorre maior variação dimensional devido à dilatação, podendo gerar um sobre-corte indesejável. Neste sentido, este trabalho tem o objetivo de avaliar a influência dos parâmetros de corte (velocidade de corte, avanço por dente e profundidade de corte), espaçamento entre canais usinados, comprimento em balanço da ferramenta de corte, volume de material da peça e atmosferas de usinagem (seco, jorro e mínima quantidade de fluido) na exatidão dimensional e no acabamento da superfície de peças de uma liga de alumínio aeronáutico 7075-T7 no processo de fresamento com ferramentas de aço rápido. Os resultados mostraram que nenhuma variável foi estatisticamente influente na dimensão e na exatidão dimensional dos canais usinados, exceto o comprimento em balanço, que se apresentou como um fator importante quando se deseja usinar com tolerâncias geométricas apertadas.

Palavras-chave:Fresamento de topo,Exatidão dimensional, Alumínio aeronáutico, Cutting conditions.

1. INTRODUÇÃO

O alumínio, apesar de ser o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre, é o metal mais recente usado em escala industrial. Mesmo que sua utilização iniciou-se a milhares de anos atrás, ele só começou a ser produzido comercialmente há cerca de 150 anos. Sua produção atual supera a soma de todos os outros metais não ferrosos, mostrando assim a sua importância no cenário industrial atual (Abal, 2010).

A variedade de aplicações do alumínio está relacionada com suas características físico-químicas, com destaque para seu baixo peso específico, comparado com outros metais de grande consumo, resistência à corrosão e alta condutividade térmica e elétrica.

No campo da usinagem de exatidão dos metais, é necessário que peças fabricadas tenham ajustes perfeitos com tolerâncias muito pequenas e acabamentos melhorados. Sendo assim para que se obtenha sucesso, estas peças devem ser construídas sob dois princípios muito importantes: a exatidão dimensional e um ótimo acabamento da superfície.

Dentro do processo de fresamento existe um leque de variações, onde uma das ramificações que possui maior emprego de fresas é o processo de fresamento de topo. Devido a sua grande produtividade, o fresamento de topo vem substituindo processos tradicionalmente usados e ganhando grande espaço na indústria aeronáutica e na fabricação de moldes e matrizes (Marcelino et al., 2004).

Em geral, o alumínio é um material que possui uma boa usinabilidade. Entretanto, quando o principal foco do trabalho passa a ser a exatidão dimensional fatores como: máquinas-ferramentas, sistema de fixação das peças e ferramentas necessitam ser rígidos, exatos em suas dimensões e movimento e bem apoiados, para garantir que esta boa usinabilidade do alumínio também seja revelada na exatidão dimensional (Da silva et al, 2009).

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aquecimento gerado no processo de usinagem, observa-se uma dilatação da peça, podendo causar um sobre-corte indesejável (Da silva et al, 2009).

Ao analisar a energia envolvida no processo de usinagem de uma peça, verifica-se que praticamente quase toda a energia consumida para se formar o cavaco é transformada em calor, que é dissipado pelos seguintes meios: cavacos, ferramenta, peça e meio ambiente (diferentes atmosferas).

A relação existente entre o calor gerado nas zonas de cisalhamento e o calor dissipado é denominado de balanço energético. Neste balanço, a fração de calor dissipado pela peça é responsável pelo seu aquecimento afetando o desvio dimensional do componente usinado. Assim, para se obter maior exatidão dimensional, esta parcela de calor deve ser minimizada. Para diminuir o calor que se propaga pela peça, precisa-se adequar os parâmetros de corte para aumentar as parcelas dissipadas pelos demais integrantes do sistema. Na equação de balanço energético Eq.(1) pode-se observar que (Machado; da silva et al, 2009):

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Onde:

Qp= Calor dissipado pela peça

Qz= Calor gerado na zona de cisalhamento primário Qa1= Calor gerado na zona de cisalhamento secundário

Qa2= Calor gerado na zona de interface peça-superfície de folga da ferramenta

Qc= Calor dissipado pelo cavaco

Qma= Calor dissipado pelo meio ambiente

Qf= Calor dissipado pela ferramenta de corte

O aumento da velocidade de corte provoca um acréscimo proporcional de calor gerado (parcelas , e ) (Machado; da silva et al, 2009).Mas se for possível aumentar em maiores proporções por exemplo o calor dissipado por outros elementos como: dissipação por cavaco, Qc, e para o meio ambiente Qma, e levando em consideração que o

balanço energético se mantém constante, a parcela de calor dissipada pela peça Qp, pode diminuir. Se isto ocorrer, a

dilatação será menor e a exatidão dimensional das peças usinadas provavelmente será maior.

Portanto, este trabalho tem por objetivo estudar o comportamento dimensional e o acabamento superficial de canais em peças de alumínio aeronáutico 7075-T7, quando usinadas sob diferentes balanços energéticos (condições de corte), espaçamento entre canais, e comprimento em balanço da fresa. Espera-se que os resultados encontrados possam ser utilizados para selecionar de forma mais racional, focado em relação custo-benefício, os parâmetros de corte a serem utilizados.

2. METODOLOGIA

Para analisar o acabamento da superfície e a exatidão dimensional de canais usinados pelo processo de fresamento de topo, foram usinados múltiplos canais usando corpos de prova de dimensões 400 X 100 X 100 mm da liga de alumínio 7075-T7. Os testes foram realizados em um centro de Centro de Usinagem Vertical CNC da linha Discovery modelo 760, marca ROMI com comando numérico Siemens 810. A potência do motor principal e a potência total instalada são de 9 KW e 15 KVA, respectivamente.

O fluido de corte utilizado para a condição jorro foi o Vascomil, fabricado pela Blaser Swisslube, óleo integral a base de ésteres naturais e vegetais de utilização universal. A concentração foi de 1:10 (óleo em água) e vazão de 1230 l/h. Para a condição MQF utilizou-se óleo pulverizado com vazão de 18 ml/h.

2.1. Material da Peça

O elemento mais abundante na liga de alumínio 7075-T7, depois do alumínio, é o Zinco (Zn), apresentando ainda adições de Cobre (Cu) e Magnésio (Mg) em menor teor, entre outros elementos. Estes elementos caracterizam a liga pela excelente resistência mecânica e boa usinabilidade, com cavacos quebradiços que permitem condições de corte mais severas, sem empastamento do material na fresa. Na Tab.(1) é apresentada a composição da liga 7075, segundo a classificação normalizada pela Aluminium Association (Weingaertner; Schoeter, 1991).

Tabela 1. Composição da Liga de Alumínio 7075

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A denominação T7 caracteriza um tratamento térmico por um processo de solubilização e estabilização (superenvelhecida).

A dureza média encontrada foi de 153 HB, valor muito próximo aos 150 HB informados na literatura. (Weingaertner; Schoeter, 1991).

A Fig.(1) mostra a micrografia da liga 7075-T7 comum aumento de 200 vezes. Para produzir esta micrografia, foi cortada uma mostra do corpo de prova, sendo este lixado e polido com pasta de diamante de 6 até 1 µm. O ataque realizado na amostra após o polimento foi com o reagente Keller (2 ml HF, 3ml HCL, 5 ml HNO3, 190 ml H2O) e a foto

da figura foi produzida usando as lentes do micro-durômetro HVM Micro Hardness Testes SHIMADZU. Observa-se que as dimensões da granulação são bastante diversificadas. Devido ao fato da estrutura ser cúbica de face centrada, a revelação dos grãos sofre uma boa influencia da orientação cristalográfica.

Figura 1. Micrografia da liga de alumínio 7075

Para cada teste foram usinados duas repetições. A Fig.(2) apresenta um desenho esquemático da distribuição dos canais usinados no corpo de prova indicando as repetições.

Figura 2. Representação esquemática da peça e dos testes. 2.2. Ferramenta de Corte

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Figura 3. Fresa de topo utilizada

Como a fresa possui um diâmetro nominal 10 mm, foi necessário determinar o diâmetro real da ferramenta de corte, usando um metroscópio horizontal (com uma resolução de 0,2 µm). O resultado da medição feita por este aparelho resultou em um diâmetro de 9,9288±0,0002 mm, valor tirado da média de 20 medições a 20 ± 1° C. Além do desvio no diâmetro da fresa existe também o batimento radial que deve ser determinado. Para medir o batimento radial fixou-se um comprimento em balanço da fresa de 42 mm e mediu-se a diferença na posição radial das pontas de corte usando um relógio comparador com resolução de 0,001 mm acoplado em uma base magnética. O valor do desvio medido foi de aproximadamente 15 µm. Para diminuir esses erros usou-se um mandril hidro-mecânico CoroGrip®, fabricado pela Sandvik Coromant®. Este mandril oferece grandes vantagens comparado com as pinças convencionais, além da força de fixação, este mandril garante uma exatidão de 0,002 mm a 25 mil rpm no plano de trabalho.

2.3. Grandezas Medidas nos Ensaios

A variável dependente medida nos ensaios foi a largura dos canais usinados.

A largura dos canais foram medidas utilizando uma máquina de medir por coordenadas da Mitutoyo Modelo: BR-443 (máquina MMC), co

m resolução de

1µm, onde quinze medidas ao longo dos três canais representativos de cada teste foram adquiridas para cálculo da média.

2.4. Descrição dos Planejamentos Experimentais

Os testes realizados foram divididos em duas etapas. A primeira utilizou a peça com as dimensões mostradas na Fig (2) e compreende um planejamento fatorial completo 25. Os níveis foram propostos baseando-se nas recomendações do Machining Data Handbook (1980) e do fabricante das ferramentas (OSG Sulamericana de Ferramentas Ltda). A Tab.(2) mostra os valores usados para cada variável. A condição a seco foi selecionada como o nível inferior enquanto que o nível superior foi aplicação de fluido na forma de jorro e os testes a nível +1 foram repetidos para condições de mínima quantidade de fluido (MQF). O comprimento em balanço foi fixado em 42mm.

Tabela 2. Níveis das Variáveis Testadas (Etapa 01)

Níveis -1 +1 Unidades

Velocidade de corte 70 165 (m/min)

Avanço por revolução 0,05 0,12 (mm/rev)

Profundidade de corte 2 5 (mm)

Espaçamento entre canais 1,5 2,5 (mm)

Sistema lubri-refrigerante Seco Jorro/ MQF

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Foram realizados dois planejamentos fatoriais completos 2², sendo cada um relacionado à variável velocidade de corte (vc).

O avanço foi fixado no nível 0,05 mm/rev, sendo a rotação por minuto ajustada para obter os níveis da variável velocidade de corte (Vc). A profundidade de corte foi mantida em 2 mm e o espaçamento entre canais em 1,5 mm. Não foi utilizado sistema lubri-refrigerante, considerando o apelo ecológico, já que a liga de alumínio 7075-T7 apresentou ótima usinabilidade na condição a seco.

Para a segunda etapa, a velocidade de corte manteve-se nos níveis propostos para a etapa 01 e todo o processo de fixação, medição e análise dos resultados foram idênticos aos mencionados para a primeira etapa. A Tab. (3) mostra as variáveis analisadas e seus níveis nesta etapa.

Tabela 3. Níveis das Variáveis Testadas (Etapa 02)

Níveis -1 +1 Unidades

Velocidade de corte 70 165 (m/min)

Comprimento em Balanço 42 52 (mm)

Volume Total de Material 1,5 E-3 4 E-3 (m³)

3. RESULTADOS

A largura do corte considerada é a média de cinco medições em cada canal, para os três canais gerados para cada condição de corte, gerando um total de 15 pontos.

3.1. Desvio Dimensional da Largura do Canal para Etapa 01

Análise de variância – ANOVA indicou que nenhuma variável se mostrou significativa para a largura dos canais usinados na peça, considerando uma confiabilidade de 95% e nível de significância de 5%. Entretanto, é evidente que a mudança da maioria destas variáveis influi no desvio dimensional do canal. A Tab.(4) mostra as tendências do desvio dimensional quando se muda os níveis da grandeza (nível -1 para nível +1).As setas  e  indicam afastamento ou proximidade ao diâmetro real da fresa, respectivamente, quando se muda de nível da variável analisada.

Tabela 4. Tendências do desvio dimensional em porcentagem do planejamento para etapa 01.

Variáveis testadas Efeitos Nível -1 9,9XX (mm) Nível +1 9,9XX (mm) vc (70  265 m/min)  1,28 % 78 79 f (0,08  0,12 mm/rev)  5,19 % 77 81 Esp. canais (1,5 2,5 mm)  3,90 % 77 80 ap (3,0 5,0 mm)  3,90 % 80 77 S.L. Refrigerante (Seco/Jorro)  2,56 % 78 80 S.L.Refrigerante(Seco/MQF)  6,09 % 82 77

A análise dos resultados devem sempre considerar os valores obtidos pelas larguras fresadas em relação ao diâmetro real da fresa (9,9288 ±0,0002 mm). Quanto mais próximo deste valor, menos influência a variável analisada exerceu. As duas variáveis que apresentaram melhores resultados, isto é, que menos afetaram os valores das larguras fresadas, foram a velocidade de corte e o sistema lubri-refrigerante Seco/Jorro. Eles alteraram o valor da largura fresada em apenas 1,28% e 2,56%, respectivamente, quando se passou do nível -1 para +1.

Apesar de pequeno, o incremento no avanço, implicando em um menor tempo de propagação do calor para a peça, gera acréscimo nas áreas dos planos de cisalhamento, aumentando assim as áreas de contato entre o cavaco e a superfície de saída da ferramenta (Machado et al., 2009), promovendo maiores forças de corte e consequentemente maiores vibrações no corte.

Esta vibração ou instabilidade dinâmica se reflete na exatidão do canal usinado, sendo este o fator responsável pelo maior desvio dimensional dentro do mesmo canal, além de aumentar as larguras quando comparadas com os cortes de menor avanço por volta, sendo uma possibilidade para explicar o motivo da influência negativa da variável f (avanço) quando se passou para o nível +1.

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O aumento das profundidades de corte, da mesma forma que o aumento dos avanços, aumenta a área da seção de corte e promove maior instabilidade dinâmica no processo, que pode também ser atribuído ao aumento nas forças de corte, além de aumentar a dificuldade na penetração do fluido que lubrifica o contato, o que poderia justificar a piora das condições de exatidão dimensional. Porém, os resultados demonstram que o aumento da profundidade de corte diminuiu o afastamento do diâmetro real da fresa, o que pode ser explicado pelo fato da maior profundidade de corte implicar em maiores larguras de corte e, consequentemente, maior condução de calor para os cavacos e menor para a peça, envolvendo, portanto, menores dilatações, superado as influências negativas da vibração resultando em uma melhor condição.

Pelos resultados encontrados, pode-se afirmar que o fluido de corte aplicado na forma de jorro não gerou bons resultados em termos de exatidão dimensional. Nesta condição, o fluido teve uma tendência de manter refrigerado o material conservando uma elevada resistência, aumentando as forças de corte e, consequentemente, a vibração do corte.

A aplicação tipo MQF, pelo contrário, mostrou vantagens, provavelmente lubrificando a zona de corte diminuindo as áreas de contato entre o cavaco e a ferramenta, sem promover o efeito negativo da refrigeração, decorrendo dai menores forças de corte, ou seja, facilitando o corte.

Com estes resultados obtidos, percebe-se pouca influência exercida pelas variáveis analisadas. Assim decidiu-se passar para a segunda etapa do trabalho como será mostrado na sequência.

3.2. Desvio Dimensional da Largura do Canal Etapa 02

Nesta etapa, como citado anteriormente, foram realizados dois planejamentos fatoriais a dois níveis com as variáveis velocidade de corte (vc) e comprimento total em balanço da ferramenta (C.B.), para o primeiro planejamento e velocidade de corte (vc) e volume total de material (V.M.), para o segundo planejamento, totalizando 8 condições diferentes.

A largura do corte considerada é a média de cinco medições em cada canal, para os três canais gerados para cada condição de corte, totalizando 15 pontos.

Novamente a busca por variações e comportamento da dimensão de um canal usinado em diferentes condições de corte, pelo processo de fresamento de topo em cheio com uma fresa de 10 mm de diâmetro nominal, teria que produzir canais de largura igual ao diâmetro real da ferramenta, mas as variáveis analisadas na segunda etapa influenciaram este diâmetro nominal.

Muito embora o volume total de material não tenha sido significativo no nível de confiabilidade adequado (95%), é possível que uma combinação de variáveis influencie no desvio dimensional total. A Tab. (5) mostra as tendências do desvio dimensional do primeiro planejamento (variáveis: Velocidade de corte e Volume total de material) quando se muda os níveis da grandeza (nível -1 para nível +1).

Tabela 5. Tendências do desvio dimensional na variação do volume total de material - Etapa 02.

Variáveis testadas Efeitos

Nível -1 9,9XX (mm) Nível +1 9,9XX (mm) vc (70  265 m/min)  2,59 % 77 79

Volume Total de Material (m³)

1,5E-3 4 E-3  5,00 % 80 76

Novamente a variável velocidade de corte (vc) apresentou resultados muito similares dos encontrados na Etapa 1, que são resultados interessantes, pois estão de acordo com a teoria de usinagem, onde o aumento na velocidade de corte implica em maior desvio dimensional, por aumentar a rotação e a dinâmica do processo. Esta vibração ou instabilidade dinâmica se reflete na exatidão do canal usinado, sendo este o fator responsável pelo maior desvio dimensional dentro do mesmo canal. A variável volume total de material pode ter seus resultados explicados baseando-se nos fenômenos de transporte juntamente com a teoria de usinagem onde um maior volume total de material possui uma capacidade incrementada de transportar maiores quantidades de energia térmica por condução e convecção resultando em uma peça com menor temperatura média após o processo de usinagem, onde uma menor dilatação térmica é esperada, que por sua vez ajuda a fresa usinar o canal com menor desvio dimensional, (Machado et al. 2009) e (Incropera et al. 1998). Porém, os resultados obtidos mostraram ser esta variável é pouco relevante, fortalecendo a hipótese que o calor gerado pouco influência no acabamento sendo o material da peça a ser usinada um dos maiores responsáveis pelo acabamento final.

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Tabela 6. Tendências do desvio dimensionalna variação do comprimento em balanço -Etapa 02.

Variáveis testadas Efeitos

Nível -1 9,9XX (mm) Nível +1 9,9XX (mm) vc (70  265 m/min)  2,59 % 77 79 Comprimento em balanço (4252 mm)  27,27 % 77 98

Observa-se que a influência da velocidade de corte na largura fresada continua concordando com os resultados anteriores. A variável comprimento em balanço apresentou-se como a mais influente na exatidão dimensional em todo o trabalho. Entende-se que maiores comprimentos em balanço da fresa diminui com relevância a rigidez do sistema máquina-ferramenta, e maiores vibrações podem ser encontradas, com o apoio da ferramenta ficando prejudicado, incrementando batimentos laterais e menor força de sustentação do mandril, impedindo que a ferramenta percorra toda a extensão do canal sem desviar de sua posição inicial, gerando canais com dimensões distorcidas do comprimento da fresa. Porém, o comprimento em balanço é uma variável que depende muito da peça a ser usinada e muitas vezes não pode ser ajustada de forma a encontrar melhores qualidades dimensionais, pois seria impossível não haver colisão na rota de movimento do eixo árvore, assim quando possível, acredita-se que o menor comprimento em balanço da ferramenta será determinante para obter uma boa exatidão dimensional, pelo menos isto se verificou para a peça de liga de alumínio 7075-T7.

4. CONCLUSÃO

As diferentes análises realizadas com base nos resultados dos ensaios propostos permitem legitimar o planejamento experimental como uma excelente ferramenta de trabalho, com grande aplicabilidade na área dos processos de fabricação e usinagem convencional. Isto é mais importante quando precisa-se de redução no número de testes, garantindo alta confiabilidade nas respostas, permitindo avaliar múltiplas condições de corte com um gasto mínimo de materiais de consumo.

Pode-se concluir que apenas a variável comprimento em balanço da fresa mostrou resultados influentes nos testes realizados, enquanto as demais variáveis de entrada (velocidade de corte, avanço, profundidade de corte, espaçamento entre canais, atmosfera de usinagem (seco e jorro) e volume de material) mostrou-se estatisticamente insuficientes de alterar resultados na exatidão dimensional normalmente requerida pelo setor aeronáutico. Acredita-se que a soma dos pequenos fatores, quando combinados e agrupados, podem representar um desvio dimensional mais elevado.

5. AGRADECIMENTOS

Agradeço a Fapemig pelo incentivo e auxilio para publicar e apresentar este trabalho.

6. REFERÊNCIAS

Abal. A Historia do Alumínio,Disponível em: <www.abal.com.br>, acesso em: 23out. 2010.

Incropera F. P. & De Witt, D. P., Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa, 4ªEd, Editora LTC, 1998.(Livro texto)

Machado A.R. , Abrão, A.M. , Coelho, R. T., Silva, M. B., 2009,

Teoria da usinagem dos Materiais. 1ª. ed.São Paulo: Editora Edgard Blücherltda, 371 p

MARCELINO, A. P., DOMINGOS, D. C., CAMPOS, D. V. E SCHROETER, R. B., Medição e Simulação dos Esf Simulação dos Esforços de Usinagem no Fresamento de Topo Reto de Ligas de Alumínio Tratável Termicamente6061, Rio de Janeiro: IX CREEM, Paper CRE04-PF25, 2004.

Suarez, M. P. Fresamento De Canais Da Liga De Alumínio Aeronáutico 7075-T7. 2008. 111 f.Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.

Weingaertner W.L.; Schroeter R.B., Tecnologia de Usinagem do Alumínio e suas ligas, 2a ed, São Paulo: Alcan Alumínio do Brasil, 1991.

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6th BRAZILIAN CONFERENCE ON MANUFACTURING ENGINEERING 11 a 15 de abril de 2011 – Caxias do Sul – RS - Brasil

April 11th to 15th, 2011–Caxias do Sul – RS – Brazil

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Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas 2011

Slot milling of aircraft aluminum alloy - emphasis on dimensional accuracy

Hugo Jammal Espíndola Gontijo e Silva, hugo_jammal@mec.ufu.br Mauro Paipa Suarez, mpsuarez@mecanica.ufu.br

Álisson Rocha Machado, alissonm@mecanica.ufu.br

Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Engenharia Mecânica, Av. João Naves de Ávila, 2.121, Uberlândia MG, 38.408-100, Brasil

Abstract: Every manufacturing project has the purpose of a finished workpiece with an ideal size, according to dimensional tolerances specified in the project. To reduce costs it is interesting to produce parts with high accuracy and surface finishing with a reduced number of operations. To raise the production rate with guaranteed quality it is necessary a correct selection of cutting parameters, lubri-cooling atmospheres and high quality machine-tools. The heat generated in the machining process is dissipated by the parts involved in the process (chip, tool, workpiece and environment) and the distribution of dissipation depends on the cutting conditions, especially the cutting speed. If the heat dissipated by the workpiece is small, naturally its deformation due to thermal expansion will also be small. This fact is even more important when machining aluminum alloys, because their coefficients of expansion are high, compare to carbon steel, for example. Thus, with the heat generated by the machining process, workpiece expansion will cause dimensional variation and hence an undesirable over-cutting. This work evaluates the influence of the cutting parameters (cutting speed, feed per tooth and depthof cut), distance between slots machined, tool overhanging length, the workpiece size and lubri-cooling condition (dry, flood cooling and minimum quantity of fluid- MQL) on the dimensional accuracy of the workpieces of an aluminum alloy 7075-T7 in the slot milling process with high speed steel tools. The results showed that no studied variable had statistical effect in the size and dimensional accuracy of machined channels, except the tool overhanging length , which becomes an important variable when the aim is to machine with tight geometric tolerances.

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