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Destaque da primeira quinzena de Setembro

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Academic year: 2021

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Boletim Jurídico - Nº 18 - www.cnf.org.br

Boletim Jurídico

Destaque da primeira quinzena de Setembro

Apresentado projeto de lei que visa reformar a CLT

O Projeto de Lei n.º 2214/2011 (PL), que dispõe sobre o processamento de recursos no âmbito da Justiça do Trabalho, de autoria do deputado Valtenir Pererira, foi protocolado no dia 1º de setembro na Câmara dos Deputados.

Segundo o autor do PL “ele busca promover atualizações e aperfeiçoamentos na sistemática atual que compreende a fase recursal do processo do trabalho; provocando alterações necessárias a contemplar hipóteses de contrariedade às súmulas vinculantes do Supremo Tribunal Federal (...); estabelece ainda a obrigatoriedade de Uniformização de Jurisprudência em âmbito dos Tribunais Regionais do Trabalho e, por fim, institui medidas de celeridade para decisões em recursos cujos temas estejam superados pela iterativa, atual e notória jurisprudência das Cortes Superiores competentes.”

Além disso, o Projeto também traz “dispositivos normativos na Consolidação das Leis do Trabalho, no intuito de impor sanções e coibir a interposição de recursos manifestamente protelatórios”.

Dentre as alterações trazidas pelo PL, está a atualização do artigo 894 da Consolidação das Leis do Trabalho, que trata das hipóteses de cabimento de embargos. Ao artigo foi acrescida a possibilidade de o relator denegar seguimento aos embargos nos casos de inadequação, bem como a de impor sanções nos casos em que ficar o configurado o caráter protelatório.

Também destacam-se as mudanças no que se refere ao recurso de revista, sobre qual dispõe o artigo 896 da CLT. O Projeto propõe a hipótese de contrariedade às súmulas vinculantes do STF e institui a obrigatoriedade de a parte indicar o trecho da decisão recorrida que contêm o prequestionamento da matéria, bem como a indicação explícita e fundamentada da lei ou jurisprudência que está sendo contrariada.

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Índice

I – Julgamentos no Tribunal Superior do Trabalho...3/5

1.1. Banco não pagará indenização a funcionária que transportava valores 1.2. Bancário não consegue horas extras por realização de curso pela internet 1.3. Banco é condenado a pagar danos morais por quebra de sigilo de funcionários

1.4. Seção de Dissídios Coletivos não é competente para julgar interditos proibitórios

II - Julgamento no Superior Tribunal de Justiça...5/6

2.1. Banco pode exigir comprovante de residência para abertura de contas

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Boletim Jurídico - Nº 18

I - JULGAMENTOS NO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

1.1. Banco não pagará indenização a funcionária que transportava valores

Ao contrário do que decidiu a 5ª Turma na segunda quinzena do mês passado, a 7ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), negou indenização por danos morais a bancário que realizava transporte de valores “sem ter sido contratado para esse tipo de serviço”, pois seu cargo era de escriturário/caixa.

Segundo o entendimento da Turma, o transporte foi realizado “poucas vezes” e de “forma discreta”, dessa forma não houve “dano concreto” ao ex-bancário que justificasse a configuração do dano moral.

E conforme o relator do processo, ministro Ives Gandra Martins Filho, “a indenização por danos morais somente é devida em caso de dano concreto causado a outrem (...)” o que, para ele, não ocorreu no caso apresentado, pois não houve qualquer ocorrência que tenha “exposto a vida ou a integridade física” do ex-funcionário da instituição financeira.

O entendimento do ministro relator foi acompanhado pela maioria dos membros da Turma, vencida a ministra Delaíde Miranda Arantes. O recurso julgado foi o RR-47200-15.2009.5.15.0076.

1.2. Bancário não consegue horas extras por realização de curso pela internet

Devido à falta de provas, a 8ª Turma do TST decidiu não conceder as horas extras reclamadas por um bancário.

No recurso julgado (RR-75500-50.2009.5.09.0594), o funcionário do banco entrou com uma ação trabalhista pedindo o pagamento de horas extras, pois, segundo ele, era obrigado a realizar cursos pela internet além de seu expediente de trabalho.

Para o ministro relator, Juiz convocado Sebastião Geraldo de Oliveira, tomando por base o depoimento das testemunhas, “o Autor não comprovou a obrigatoriedade da participação nos cursos pela internet fora do horário de trabalho”.

Dessa forma, como o bancário não conseguiu provar que os cursos eram obrigatórios e que a realização dos mesmos exigia o aumento de sua jornada de trabalho, não conquistou o direito às horas extras.

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1.3. Banco é condenado a pagar danos morais por quebra de sigilo de funcionários

“O simples fato de o banco ter invadido a privacidade do empregado, por si só, viola o direito fundamental e as normas infraconstitucionais que a regulam, ensejando o direito à indenização por danos morais”. Esse foi o entendimento consolidado pela Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) no julgamento do recurso RR-95300-42.2002.5.12.0007.

No caso concreto, um ex-bancário entrou com ação por danos morais contra a instituição financeira em que trabalhava devido ao fato de que, durante uma auditoria interna, o banco empregador emitiu extratos das contas de todos os empregados da agência.

A conta do ex-empregado era conjunta com a de sua esposa e por esse motivo o autor da ação alegou que a atitude da instituição havia violado a intimidade do casal.

O ex-bancários teve seu pedido de indenização negado tanto pelo Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (Santa Catarina), quanto pela 5ª Turma do TST.

Entretanto, para a SDI-1 entendeu como “arbitrária” a conduta adotada pelo banco, pois configurou invasão à vida privada do trabalhador, violando o artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal, que dispõe:

“X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”

O entendimento da ministra relatora, Delaide Miranda Arantes, foi acompanhado pela maioria dos membros da Subseção, vencidos os ministros Brito Pereira, Milton de Moura França e Renato Lacerda Paiva.

1.4. Seção de Dissídios Coletivos não é competente para julgar interditos proibitórios

A Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do TST entendeu não ser competente para julgar ação de interdito proibitório movida por bancos com o objetivo de garantir acesso de funcionários e clientes às suas agências durante a realização de movimentos grevistas de bancários.

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Além disso, para o ministro, esse tipo de ação possui natureza civil, sendo regulada pelo artigo 9321 do CPC, assim, não se trata de dissídio coletivo de natureza econômica ou de greve, “trata-se de ação civil, ligada à defesa da posse, sem abrangência coletiva, à semelhança dos embargos de terceiro ajuizados na execução trabalhista, cuja competência para julgamento é, inequivocamente, da Vara do Trabalho”.

A decisão do relator foi seguida por todos os membros da SDC e fez com que os autos fossem devolvidos ao Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF). O processo julgado foi o Pet-5473-59.2011.5.00.0000.

II - JULGAMENTO NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

2.1. Banco pode exigir comprovante de residência para abertura de contas

Bancos não são obrigados a aceitar declaração de residência firmada pelo próprio consumidor, podendo ser exigido o comprovante de residência na forma de contas de água ou luz, por exemplo. O entendimento foi firmado pela 4 ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do recurso REsp 947933.

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública buscando impedir que o banco exigisse comprovante de residência para a abertura de cadernetas de poupança.

Entre as alegações do MPF está a de que a Lei n.º 7.115/83 (que dentre outras trata da “declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza, dependência econômica, homonímia ou bons antecedentes”) foi criada para desburocratizar o procedimento de comprovação de residência e “valoriza a palavra e a honestidade do cidadão”.

Entretanto, para o ministro relator, Luis Felipe Salomão, a referida lei atribui presunção relativa à declaração de residência e não pode ser equiparada a documentação de comprovação.

Além disso, o relator defendeu que “impor ao banco a aceitação indiscriminada de declaração, como meio de demonstração do endereço residencial do cliente, significa colocar a instituição financeira em ‘indevida desvantagem’, pois seria o único lado do contrato a não ter segurança a respeito do domicílio do outro”.

Assim, considerou a exigência de comprovante de residência não é abusiva ao consumidor, e além disso, torna-se necessária para que o banco possa cumprir seu dever de prestar informações ao usuário como determina o próprio Código de Defesa do Consumidor (CDC).

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Por fim, Felipe Salomão concluiu que “diante de inúmeras e notórias fraudes cometidas em abertura de contas, não é prudente a mitigação dos controles impostos pelo banco, visto que não se mostram desarrazoados à luz do CDC”.

O voto do ministro foi acompanhado por unanimidade.

III – JULGAMENTOS NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

3.1. Peticionamento Eletrônico versão 2 começa a ser utilizado por usuários

Segundo informações do Supremo Tribunal Federal (STF), a nova versão do sistema de peticionamento eletrônico da Corte – Petv2, que já está em funcionamento desde o dia 15 de agosto, está ganhando a adesão de novos usuários.

O sistema ainda está em fase de teste e tem como objetivo simplificar e agilizar o protocolo de petições direcionadas ao Supremo. Assim, com o objetivo de que o peticionamento eletrônico seja efetivamente utilizado, desde 1º de agosto, 14 classes processuais somente estão sendo aceitas em meio virtual.

O sistema surgiu com a Resolução 427/2010, do STF, que regulamenta o processo eletrônico do STF.

Dados estatísticos apontaram que até o dia 02 de setembro, o sistema teve o protocolo de: 35 petições iniciais, sendo 3 de Ação Cautelar, 8 de Habeas Corpus, 2 de Mandado de Injunção, 2 de Mandado de Segurança e 20 Reclamações; e 46 petições incidentais, entre as quais 26 foram recursos internos, classificados entre agravos regimentais e embargos de declaração.

Para maiores informações acesse o site do STF.

3.2. Bancária pede para aguardar julgamento de repercussão geral trabalhando

Bancária entra com Ação Cautelar (AC 2975) no STF pedindo retorno ao trabalho enquanto aguarda julgamento de repercussão geral.

Conforme alegado pelo advogado da autora (bancária), a empregada foi afastada de seus serviços na instituição financeira após trabalhar por 23 anos, sem que a justiça tivesse proferido uma decisão definitiva sobre o caso.

O processo trabalhista no qual a trabalhadora requer sua manutenção no emprego foi suspenso pelo TST em 24 de junho de 2010, pois a matéria foi reconhecida como questão de repercussão geral pelo STF.

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Segundo a defesa da bancária “o despacho de sobrestamento não objetivava desconstituir o vinculo de trabalho estabelecido, mesmo porque vige o recurso impetrado, no dorso de outro de mesma natureza, em vista de ser apreciado, carecendo ainda da decisão de mérito”.

Referências

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