UNIVERSIDADE FEDERA DE SANTA CATARINA
CONCEITOS E NORMAS RELACIONADOS AOS ACIDENTES
FERROVIÁRIOS
ALFREDO HUGO VALENÇA MORILLO
JOINVILLE 2013
UNIVERSIDADE FEDERA DE SANTA CATARINA
CONCEITOS E NORMAS RELACIONADOS AOS ACIDENTES
FERROVIÁRIOS
ALFREDO HUGO VALENÇA MORILLO
Trabalho realizado durante semestre letivo da disciplina de Segurança e Prevenção de Acidentes Ferroviários e Metroviários no curso
de Engenharia Ferroviária e
metroviária da Universidade Federal de Santa Catarina.
Prof. Dr. Alexandre Mikowski
JOINVILLE 2013
RESUMO
Este trabalho conceitua e define acidentes ferroviários, todas as palavras técnicas definidas pela ABNT para explicar tipos diferentes de acidentes, também é explicado sobre o procedimento que a empresa concessionária deve seguir para informar a população e a agencia que regulariza a circulação de trens, por fim é feito um levantamento estatísticos dos últimos 11 anos para ser feito uma análise de como anda as ferrovias no Brasil com foco no índice de acidentes.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ... 1 2. DEFINIÇÕES ... 2 2.1 ACIDENTES ... 2 2.2 ACIDENTESFERROVIÁRIOS ... 2 3. CLASSIFICAÇÃO ... 4 3.1 NATUREZA E CAUSAS ... 4 3.2GRAVIDADE ... 44. COMUNICAÇÃO DOS ACIDENTES ... 6
5. NORMAS E REGULAMENTO DE OPERAÇÃO FERROVIÁRIA ... 7
6. MINISTÉRIO DE TRANSPORTE E ANTT... 8
7. RELATÓRIO ANUAL DA ANTT ... 13
7.1 RELATÓRIO DE 2011 ... 13
7.2 ANÁLISE DOS RELATÓRIOS ... 15
8. CONCLUSÃO ... 20
1
1.
INTRODUÇÃO
O Brasil esteve por muitos anos estagnando no que se trata de ferroviária, somente no governo do Fernando Henrique Cardoso, em 1997 que os investimentos no transporte ferroviário brasileiro retornou, isso com o início das concessões. Hoje temos 28.465 km nas mãos de concessionárias em operação e os investimentos que antes eram quase nulos, em 2011 teve quase 5 bilhões de reais.
A expansão da utilização do modal ferroviário traz consigo maior números de acidentes ocorridos, tendo isso em vista a ANTT regulamenta algumas normas para diminuição dos acidentes e para controle das obrigações de concessões da malha ferroviária brasileira.
Os acidentes ferroviários causam grandes danos a sociedade, como em um acidente onde causa interdições na linha de passageiros, quando ocorre danos ambientais, a mercadoria que não chegou em dia ou em qualquer outra situação.
Estre trabalho tem como objetivo conscientizar o leitor das obrigações da concessionária, e de quem cobra e como é cobrado destas empresas o cumprimento do acordo de concessão.
2
2.
DEFINIÇÕES
2.1
Acidentes
Acidente é um evento inesperado, quase sempre indesejável, que causa danos pessoais, materiais, ambientais, ao patrimônio público e/ou privado, financeiros (http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/acidente dia 20/10/13).
Podemos definir quase acidentes e incidentes. O primeiro é quando ocorre desrespeito às normas de operação ferroviária, como o desrespeito a sinalização, excesso de velocidade, não funcionamento ou não acionamento de buzina em lugares obrigatórios, mas que não resultou em nenhum tipo de acidente. O segundo pode ser ou não um acidente, ele diminui a eficiência de operação, por exemplo uma problema na via permanente, animal na linha férrea, atropelamento de cadáveres, vazamento de combustível sem danos ambientais.
2.2
ACIDENTES FERROVIÁRIOS
Segundo a (agência nacional de transporte terrestre) ANTT na resolução nº 1431 de 1996 considera-se acidente ferroviário:
Art. 2º Para efeito desta Resolução, considera-se acidente ferroviário a ocorrência que, com a participação direta de veículo ferroviário, provocar danos a este, a pessoas, a outros veículos, a instalações, a obras-de-arte, à via permanente, ao meio ambiente e, desde que ocorra paralisação do tráfego, a animais.
Parágrafo único: Não será considerado acidente ferroviário a ocorrência que envolva colisão de veículo ferroviário com cadáver exposto na via férrea.
A ABNT define:
Abalroamento: Colisão de veículos ferroviários ou trens, circulando
ou manobrando, com qualquer obstáculo, exceto outro veículo ferroviário.
Acidente Ferroviário: ocorrência que, com a participação direta de
3
veículo, às instalações fixas e/ou animais (no caso de animais, desde que ocorra a paralisação do tráfego).
Atropelamento: acidente que ocorre com um trem ou veículo
ferroviário com pessoas e/ou animais, provocando lesão ou morte.
Causa: origem de caráter humano ou material, relacionado com a
ocorrência pela materialização de um risco, provocando danos.
Choque: colisão de veículos ferroviários ou trens, circulando no
mesmo sentido, na mesma via, podendo um deles estar parado.
Colisão: Acidente ferroviário resultante do impacto indevido de
veículo ferroviário contra um obstáculo à sua livre circulação.
Descarrilamento: acidente em que uma ou mais rodas do veículo
ferroviário saltam do boleto do trilho.
Disparo de trem: irregularidade caracterizada pela perda de controle
da velocidade do trem.
Encontro: colisão de veículos ferroviários ou trens, circulando em
sentidos opostos na mesma via, podendo um deles estar parado.
Esbarro: colisão de veículos ferroviários ou trens, circulando ou
manobrando em vias distintas, podendo um deles estar parado.
Explosão: acidente ferroviário ocorrido por explosão em trem ou
veículo ferroviário.
Incêndio: acidente ferroviário ocorrido por incêndio em trem ou
veículo ferroviário.
Lucro cessante: receita que a empresa deixa de auferir em
consequência da paralisação da circulação ferroviária devido a um ocorrência.
Risco: uma ou mais condições de uma variável com o potencial
necessário para causar danos.
Semitombamento: adernamento, descarrilamento que resulte na
inclinação lateral parcial do veículo ferroviário.
Tombamento: descarrilamento que resulta na inclinação lateral total
do veículo ferroviário.
Trem: qualquer veículo automotriz ferroviário, com ou sem vagões
e/ou carro de passageiros, devidamente licenciado e com indicação “trem completo”.
Veículo ferroviário: todo material ferroviário rodante de tração, de
transporte e de utilização especial utilizado na operação ferroviária. (ABNT NBR 15868:2010).
4
3.
CLASSIFICAÇÃO
Os acidentes são classificados segundo a ABNT NBR 15868 pela sua natureza, causa e gravidade.
3.1 Natureza e Causas
À natureza pode ser descarrilamento, colisão, choque, entre outros citados no capítulo anterior.
Às causas pode ser pela operação, via permanente, material rodante, sinalização, atos de vandalismo, casos fortuitos, entre outros. Casos fortuitos é atitude do homem quando interfere a conduta do outro, por exemplo, dirigir embriagado e matar alguém, ou simplesmente ficar doente e deixar de cumprir suas obrigações no trabalho, fotos fortuitos no código penal brasileiro exclui a impunidade penal. Porem no código civil brasileiro é um impedimento para comprimento de uma obrigação de pessoa física ou jurídica. Muitas vezes se confunde caso fortuito com motivo de força maior, Ambos são fatos jurídicos naturais extraordinários, ou seja fatos que produzem repercussões jurídicas e que independem da vontade humana, porém no primeiro não se conhece a causa, diferente do segundo, que se conhece.
3.2 Gravidade
Por último, a gravidade, é estabelecida pela resolução nº 1431 da ANTT de 26 de abril de 2006.
Art. 4º Considera-se acidente ferroviário grave aquele que envolve o transporte ferroviário de passageiros, de produtos perigosos, conforme Decreto nº 98.973/90 e Resolução ANTT nº 420/04, ou acarrete uma das seguintes consequências:
I - morte ou lesão corporal grave que cause incapacidade temporária ou permanente à ocupação habitual de qualquer pessoa.
5
a) por mais de 2 (duas) horas em linhas compartilhadas com o serviço de transporte ferroviário urbano de passageiros;
b) por mais de 6 (seis) horas no serviço de transporte ferroviário de passageiros de longo percurso ou turístico;
c) por mais de 24 (vinte e quatro) horas em linhas exclusivas para o transporte de cargas;
III - prejuízo igual ou superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais);
IV - dano ambiental; e
V - outros danos de impacto à população atingida.
§ 1º O valor de que trata o inciso III deste artigo sofrerá reajuste, a ser aprovado pela ANTT, pela variação do IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas e, no caso de sua extinção, pelo índice oficial que o Governo Federal vier a indicar.
§ 2º Para cálculo dos prejuízos causados por acidentes ferroviários, para efeito desta Resolução, deverão ser computados, apenas, os custos diretos resultantes do acidente, tais como os de pessoal de socorro, da recuperação ou substituição de material rodante acidentado, da recuperação da via permanente, mercadorias avariadas ou perdidas, baldeação e remoção de passageiros e outros de caráter emergencial diretamente ligados à ocorrência.
(ANTT, res. 1431, 1996).
No caso de acidente ferroviário grave, é de obrigação da concessionária responsável avisar a ANTT com um máximo de duas horas a partir da ocorrência.
6
4.
COMUNICAÇÃO DOS ACIDENTES
A ABNT define três formas de comunicação.
Comunicação Inicial é quando o sistema eletrônico ou o maquinista informa ao centro operacional, com objetivo que a concessionária responsável possa tomar as primeiras providencias.
Comunicação complementar, quando já foram tomadas as primeiras providencias devesse informar aos setores interessados, no caso de dano em locomotivas e/ou via permanente ao setor de manutenção. Também é considerado comunicação complementar o aviso a sociedade, à ANTT e demais empresas e/ou órgãos envolvidos.
Relatório de acidente, última forma de comunicação definida na ABNT, deve ser feito para as autoridades, caso necessário, e para registro da empresa, neste relatório deve conter todas as informações passadas na comunicação inicial e complementar, além de dados fornecidos pelos setores que foram envolvidos. Exemplos: causa, tempo que via ficou interditada, mortes, carga transportada, dados do trem como número de vagões registro da locomotiva, despesas, entre outros dados obrigatórios ou relevantes.
Sem esquecer que é obrigatório o aviso à ANTT no caso o acidente classificasse como grave.
7
5.
NORMAS E REGULAMENTO DE OPERAÇÃO FERROVIÁRIA
Em 4 de março de 1996 foi publicado pelo governo federal o decreto nº 1.832 no qual estabelece normas para operações ferroviárias visando maior segurança e maior comunicação entre administrações públicas, ferroviárias e usuários.
As questões de segurança é um importante fator para a redução de número de acidentes ferroviários, ela visa preservar patrimônio público e privado, integridade de passageiros e de bens materiais, garantir manutenção e preservação ambiental, a via permanente e ao veículo ferroviário e garantir o comprimento de direitos e deveres do usuário.
Existem outras resoluções para regularizar as operações ferroviárias, como o decreto nº 98.973 de 1990 que normatiza o transporte ferroviário de produtos perigosos.
8
6.
MINISTÉRIO DE TRANSPORTE E ANTT
Existem diversas resoluções no qual as concessionárias devem seguir, até 2002 tudo era controlado diretamente pelo ministério de transporte do Brasil, porem foi criado a ANTT dentro do ministério de transporte, e logo em 2002 surgiu a resolução nº44/2002 da ANTT onde colocava todas as resoluções em vigor do ministério dentro desta resolução da ANTT, hoje a resolução de nº44 sofreu diversas alterações, mas de início tudo que se tratava de ferrovia estava nela, desde acidentes graves até normas de segurança. Em 2006 o ministério de transporte passou a exigir da ANTT publicação de relatório anual, no momento existem relatórios do ano de 2006 até 2011, estes relatórios cotem dados de comprimento das concessões, situação da malha ferroviária e dos veículos ferroviários e investimento do ano.
Na resolução ANTT nº44/2002 cotem vários anexos, já que se tratava de diversas resoluções do ministério de transporte. Segue alguns dos anexos:
Anexo 1 – “Compilação dos Atos Relativos à prestação dos serviços de transporte ferroviário pelas empresas concessionárias”
Trata-se das multas, regulamenta todo processo para multar uma concessionária, desde forma que o agente fiscalizador deve proceder no relatório da multa, até como a concessionária deve proceder em uma defesa, se for o caso, a única coisa em aberto é o valor, este deverá ser julgado pelo governo, diferente do transporte terrestre automotivos, não existe valor fixo, cada caso tem um valor próprio, mesmo que se trate de farol queimado do trem. A baixo segue ficha de infração preenchida pelo fiscal e entregue a ANTT.
9 Figura 1 – Anexo, Título I, Anexo 1, Resolução nº44/2002 ANTT
No anexo 1, título IV regulariza cadastro de vagões e locomotivas, e outras informações como no artigo 4 que diz:
Para efeito de cálculo e apuração de índices de acidentes e de produção de transporte, com vistas à verificação do cumprimento de metas previstas nos contratos de concessão, os quantitativos de tonelada quilômetro útil - TKU e de acidentes serão registrados para a concessionária detentora do trecho ferroviário onde ocorrerem.
Segue abaixo o título XII:
TÍTULO XII
Estabelece nova sistemática para aferição do desempenho econômico e operacional das empresas concessionárias do serviço de transporte ferroviário de carga das malhas originárias da Rede Ferroviária
Federal S.A. - RFFSA, em liquidação.
Art. 1º Este Título estabelece nova sistemática para aferição do desempenho econômico e operacional das empresas concessionárias do serviço de transporte ferroviário de carga das malhas originárias da Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA, em liquidação, a ser apurada mediante a aplicação da
seguinte expressão matemática:
10
CAD - Critério de Avaliação de Desempenho;
(n) - nota que a empresa recebe em função do Critério de Avaliação do Desempenho;
PMP - Percentual das Metas de Produção, obtido através da divisão do valor da produção em TKU realizada pela empresa, pelo valor da meta estabelecida no contrato de concessão, devendo o resultado ser multiplicado
por 100 (cem);
PMA - Percentual das Metas de Redução no Número de Acidentes, obtido através da divisão do valor da meta de acidentes estabelecida no contrato de concessão, pelo quantitativo de acidentes efetivamente ocorridos, devendo o
resultado ser multiplicado por 100 (cem);
PIR - Percentual de Investimento Realizado, obtido através da divisão do valor dos investimentos efetivamente realizados, pelo valor previsto no plano trienal, devendo o resultado ser multiplicado por 100 (cem);
CPT - Crescimento do Produto TKU/Funcionários, obtido através da divisão do índice TKU/funcionários ocorrido na empresa no correspondente ano, pelo valor do mesmo indicador do ano antecedente ao que pretende aferir, devendo o resultado ser subtraído de 1 (um) e, posteriormente, multiplicado
por 100 (cem);
CRF - Crescimento da Receita por Funcionários, obtido através da divisão do índice receita operacional/funcionários ocorrido na empresa no correspondente ano, pelo valor do mesmo índice do ano anterior, devendo o resultado ser subtraído de 1 (um) e, multiplicado por 100 (cem);
TCO - Taxa de Cobertura Operacional, obtida através da divisão da média da receita operacional, pela média da despesa operacional do ano em avaliação, devendo o resultado ser multiplicado por 100 (cem);
TCT - Taxa de Cobertura Total, obtida através da divisão da média da receita total, pela média da despesa total ao longo do ano em avaliação, devendo o
resultado ser multiplicado por 100 (cem); e
SU - Satisfação do Usuário, caracterizada pela média aritmética das notas de zero a cem, dadas a empresa concessionária, por usuários escolhidos
11
aleatoriamente.
§1º No item CPT, o índice TKU/Funcionário se caracteriza pelo somatório do TKU produzido de janeiro a dezembro, dividido pela média do número de funcionários efetivos da empresa no mesmo período.
§2º Do mesmo modo, no item CRF, o índice receita operacional/funcionário se caracteriza pelo somatório da receita operacional líquida, produzida de janeiro a dezembro, dividido pela média do número de funcionários efetivos
no mesmo período.
§3º Para fins deste Título, considera-se receita e despesa operacional aquela originada exclusivamente na operação ferroviária.
§4º Os valores de entrada para obtenção dos índices que compõem o CAD são contados utilizando-se os valores do ano contratual.
§5º No item SU, os critérios de escolha dos usuários e de avaliação serão estabelecidos em regulamentação própria a ser baixada pela Agência
Nacional de Transportes Terrestres - ANTT.
§6º As receitas e despesas terão seus valores indexados pelo IGP-DI.
§7º Para fins de obtenção dos índices constantes da fórmula, serão considerados os seguintes limitadores dos valores reais:
a) o item PIR fica limitado em cento e vinte pontos; e
b) os demais itens ficam limitados em cem pontos.
Art. 2º Aplicada a fórmula de que trata o art. 1º e obtida a nota correspondente, o desempenho econômico e operacional da empresa
concessionária será considerado:
PÉSSIMO - quando a nota for igual ou menor que vinte pontos;
RUIM - quando a nota for superior a vinte e inferior ou igual a quarenta pontos;
REGULAR - quando a nota for superior a quarenta e inferior ou igual a
12
BOM - quando a nota for superior a sessenta e inferior ou igual a oitenta pontos;
EXCELENTE - quando a nota for superior a oitenta pontos.
§1º Para a empresa que apresentar um desempenho operacional considerado PÉSSIMO será proposta a caducidade do contrato de
concessão, na forma da lei.
§2º Para a empresa que apresentar em desempenho operacional considerado RUIM por três anos, consecutivos ou alternados, será proposta a caducidade do Contrato de Concessão, na forma da lei.
§3º Do mesmo modo, a empresa que nos primeiros cinco anos de vigência do contrato de concessão apresentar desempenho operacional considerado REGULAR, por cinco anos consecutivos, poderá, a critério da Diretoria da ANTT, proposta a caducidade do contrato de concessão, na forma da lei..
Art. 3º Este Título se aplica aos cinco primeiros anos, após o que os
critérios poderão ser revistos.
Art. 4º Ficam mantidos, para fins da avaliação de que trata este Título, os valores das metas de produção e de acidentes estabelecidos no contrato de concessão. (ANTT, resolução nº 44/2002, Anexo 1, Título XII).
CAD(n) = [(4 X PMP) + (2 X PMA) + (4 X PIR) + CPT + CRF + (2 X TCO) + TCT + (5 X SU)] / 20
Esta equação de critério de avaliação de desempenho é uma formula utilizada pela ANTT para ter uma base de como anda o desempenho da concessionária, como ela está em relação as metas que deveria ter ou que cumpriu, principalmente em relação aos números de acidentes ferroviários e ao investimentos obrigatórios na malha ferroviária prevista pelo contrato de concessão.
13
7.
RELATÓRIO ANUAL DA ANTT
7.1 Relatório de 2011
Em 2011 foram realizadas 147 inspeções nas 12 malhas ferroviárias brasileiras, no qual possuem 11 concessões.
Segue a baixo dados referente as extensões das malhas ferroviária existente no Brasil.
Figura 2 - Relatório anual 2011 ANTT
Ao total existem 28732,74 km de trilho ferroviário em condições de utilização. Segue dados de valores comparando resultado obtidos em 2010 e em 2011 referentes aos investimentos realizados em cada ano, a quantidade de carga transportada, ao controle de número de acidentes, ao número de funcionários no setor e a frota.
14 Figura 4 - Relatório anual 2011 ANTT
Figura 5 - Relatório anual 2011 ANTT
A última imagem, um gráfico que demonstra onde foram investidos os quase 6 bilhões de reais, podemos ver que as grandes áreas de investimento se concentram na infraestrutura e no material rodante.
O relatório anual define metas a serem cumpridas no próximo ano e como está a situação das metas feitas no ano anterior. Muitas vezes se coloca um prazo de por
15 exemplo 5 anos para cumprimento da meta, neste caso, se avalia como está o andamento da melhoria exigida, em caso de descumprimento de meta é cobrado uma multa. Estas metas podem ter relação a produção por bilhões de TKU, como no índice e acidentes em acidentes/milhões de trem.KM, entre outros.
Figura 6 - Relatório anual 2011 ANTT
Acima possui uma tabela de dados de uma das concessões da ALL, no item segurança, que seria o índice de acidentes, percebemos que principalmente em 2006 e 2007 a empresa ficou muito longe de cumprir a meta estipulada, e mesmo que note-se uma melhora ainda estamos longe do ideal, nunca foi cumprido a meta pela ALL neste trecho, e em 2011 está quase 10% a baixo da meta, o que é um valor alto. Na meta relacionada a carga transportada por quilômetro ao contrário da segurança, nos anos de 2006 e 2007 foram exemplares os valores obtidos, teve uma falta de produtividade nos outros anos, e só voltou a cumprir a meta em 2011. Esta tabela pode ser encontrada no relatório para todas as outras concessões.
7.2 Análise dos relatórios
O relatório de 2006, sendo o primeiro, contém alguns dados dos anos 90, principalmente a partir de 2001, já nos relatórios de 2006 em diante, sempre há um comparativo dos resultados obtidos no ano com o do ano anterior. Fazendo uma análise percebe-se alguns arredondamentos, exemplo, no relatório de 2009 estava que o número de acidentes por milhões de trens x km úteis era 15, já no relatório de 2010 o número de acidentes apresentado de 2009 como comparativo foi 15,6, sempre que havia este tipo de informação eu colocava na tabela que está abaixo o valor com maior quantidade de números significantes.
16 A tabela a seguir apresenta dados retirados dos Relatórios Anual da ANTT entre o período de 2006 a 2011. Investimento em milhões de reais Produção milhões de t x km úteis Acidentes por milhões de trens x km Frotas de locomotiva Frota de vagões 2001 810,4 162,3 49,0 - - 2002 625,7 170,1 44,0 1.895,0 67.795,0 2003 1.072,1 182,7 36,0 1.987,0 62.932,0 2004 1.889,6 205,8 32,0 2.125,0 74.400,0 2005 3.192,1 221,6 31,8 2.394,0 90.119,0 2006 2.458,0 238,3 23,0 2.492,0 87.073,0 2007 2.691,0 257,1 14,0 2.624,0 87.150,0 2008 4.196,9 266,9 14,8 2.817,0 90.708,0 2009 2.769,6 245,3 15,6 2.902,0 91.654,0 2010 3.234,9 277,9 15,0 3.014,0 95.545,0 2011 4.926,7 291,9 14,0 3.093,0 101.983,0
Tabela 1 Dados - fonte: Dados de relatórios ANTT, tabela elaborada pelo autor
Não contem número de frotas do ano de 2001. Para facilitar a visualização segue gráficos.
Figura 7 Investimento - fonte: elaborado pelo auto
Os investimentos em transporte ferroviário no Brasil são realizados em sua totalidade pelas concessionárias, nos últimos 11 anos teve apenas duas quedas, assim podemos afirmar que a cada ano investimos mais nas ferrovias brasileiras.
810,4 625,7 1.072,1 1.889,6 3.192,1 2.458,02.691,0 4.196,9 2.769,6 3.234,9 4.926,7 0,0 1.000,0 2.000,0 3.000,0 4.000,0 5.000,0 6.000,0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
17 Figura 8 Investimentos - fonte: elaborado pelo autor
Este segundo gráfico tem algo que considero importante, apenas em 2011 foi feito um grande investimento em infraestrutura, até então se gastava muito mais em superestrutura.
Figura 9 Locomotivas - fonte: elaborado pelo autor 0,0 500,0 1.000,0 1.500,0 2.000,0 2.500,0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
INVESTIMENTOS EM MILHÕES DE
REAIS
Infra-estrutura Superestrutura Material rodante
0,0 500,0 1.000,0 1.500,0 2.000,0 2.500,0 3.000,0 3.500,0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Número de Locomotivas
18 Figura 10 Produção - fonte: elaborado pelo autor
Tanto o número de locomotivas como de vagões vem crescendo no decorrer do ano, a procura por transporte ferroviário está cada vezes exigindo maior números de unidades para o serviço.
Figura 11 Vagões - fonte: elaborado pelo autor
Na figura 12 podemos ter ideia da dimensão e da importância que é estudar os acidentes ferroviários, estes estudos geram normas que visam diminuir os acidentes, desde 2007 temos estabilizado o número de acidentes por milhão de trem x km, mas ainda não está em um número realmente baixo, podemos pensar da seguinte maneira, em 2011 teve 14 acidentes por milhões de trens x km útil, ou seja, ocorre um acidente cada 71,5 mil quilômetros rodados por um trem. A malha sul da ALL faz em média 20
162,3 170,1 182,7
205,8 221,6
238,3 257,1 266,9 245,3
277,9 291,9
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
PRODUÇÃO EM BILHÕES DE TONELADAS x KM
ÚTIL
PRODUÇÃO EMM MILÕES DE T x KM ÚTIL
0,0 20.000,0 40.000,0 60.000,0 80.000,0 100.000,0 120.000,0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Número de VAGÕES
19 milhões de trens x km, tendo só neste trecho 280 acidentes em um ano, 23 acidentes por mês em um único trecho.
Figura 12 Acidentes - fonte: elaborado pelo autor
Podemos comparar com um gráfico de acidentes nos EUA.
Figura 13 Acidentes nos EUA, fonte dissertação do Carlos E. H. Viganico, URGS
Enquanto em 2007 estávamos cegando em 15, nos EUA estavam próximo a 3,2. 49,0 44,0 36,0 32,0 31,8 23,0 14,0 14,8 15,6 15,0 14,0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
ACIDENTES POR MILÕES DE TRENS x KM
20
8.
CONCLUSÃO
Existe diversas normas, portaria, decretos, para regularizar o transporte ferroviário, A ABNT nos fornece padrões para nos guiar e facilitar, a ANTT nos fornece obrigações, nos impõe limites tendo em vista as necessidades da sociedade. É de obrigação da concessionária manter a população e o governo a par dos acidentes e de demais informações que possam ser importantes.
Todos os dados aqui apresentados foram relacionados a transporte ferroviário de carga. E nas análises apresentadas percebemos que junto ao crescimento da demanda de transporte ferroviário existem exigências para manter um controle, principalmente nos acidentes, assim vemos que houve uma queda de aproximadamente 65% do índice de acidentes de 2001 para 2011.
É obrigação do governo dar condições para reduzir ainda mais este índice, estamos longe de um ideal, e é obrigação das concessionárias mostrar resultados.
21
9.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério dos Transportes, portaria nº 447/MT de 12/03/1999; BRASIL, Ministério dos Transportes, ANTT, resolução nº 1431, 2006; BRASIL, Ministério dos Transportes, ANTT, resolução nº 44, 2002; BRASIL, Ministério dos Transportes, ANTT, resolução nº 3696, 2011;
BRASIL, Ministério dos Transportes, ANTT, RELATÓRIO ANUAL, 2006, Capítulo Transporte Ferroviário;
BRASIL, Ministério dos Transportes, ANTT, RELATÓRIO ANUAL, 2007, Capítulo Transporte Ferroviário;
BRASIL, Ministério dos Transportes, ANTT, RELATÓRIO ANUAL, 2008, Capítulo Transporte Ferroviário;
BRASIL, Ministério dos Transportes, ANTT, RELATÓRIO ANUAL, 2009, Capítulo Transporte Ferroviário;
BRASIL, Ministério dos Transportes, ANTT, RELATÓRIO ANUAL, 2010, Capítulo Transporte Ferroviário;
BRASIL, Ministério dos Transportes, ANTT, RELATÓRIO ANUAL, 2011, Capítulo Transporte Ferroviário;
BRASIL, Congresso Nacional, decreto nº 1832, 1996; BRASIL, Congresso Nacional, decreto nº 98973, 1990;
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7613:2011 Determinação do grau de importância de travessia rodoviária através de via férrea - Procedimento ;
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15868:2010 Acidente ferroviário — Classificação, comunicações e relatório;
VOC - Vernalha & Oliveira Consultoria de Investigação Básica de Acidente e Incidente
Ferroviário, INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES – Operação de Ferrovia OOF’s, ano
desconhecido, 3 e 4 p.;
MRS Logística S. A., INDICADOR DE NÍVEL DE SEGURANÇA PARA PASSAGENS DE NÍVEL, ano desconhecido;