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CONSELHO DE JUSTIÇA. Processo n.º 02/CJ 2020/21. disposto nos artigos 2.º, n.º 3, 26.º, 35.º e 37.º do Regimento do Conselho de CONCLUSÕES

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CONSELHO DE JUSTIÇA

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Processo n.º 02/CJ–20 20/21

Acordam no Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol:

1. Relatório

A LIGA PORTUGUESA DE FUTEBOL PROFISSIONAL (Liga Portugal), associação de

direito privado com o NIPC 502136219 e sede na Rua da Constituição n.º 2555 ,

4250-173 Porto, autora do ato objeto do recurso interposto pelo Vitória Futebol

Clube, SAD, em que figuram como contrainteressados a Portimonense Futebol,

SAD, Clube Desportivo da Cova da Piedade – Futebol, SAD e a Casa Pia Atlético

Clube – Futebol SDUQ, Lda., veio interpo r recurso, nos termos e ao abrigo do

disposto nos artigos 2.º, n.º 3, 26.º, 35.º e 37.º do Regimento do Conselho de

Justiça, para o Pleno do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol

do Acórdão proferido por este Conselho de Justiça, datado de 14 de agosto de

2020, no âmbito do Processo de Recurso n.º 02/CJ – 20/21.

Termina o recurso co m as seguintes co nclusões ( transcr ição):

“CONCLUSÕES

A. Em sede de recurso para o CJ-FPF, veio a Vitória Futebol Clube, SAD, requerer que, na eventualidade deste Conselho se declarar incompetente para o julgamento do recurso, «se opere a convolação [sic] processual para a forma adequada, em termos de aplicação do disposto nos artigos 14.º do Código de Processo nos Tribunais Administrativos e 99.º do Código de Processo Civil, por remissão do artigo 1.º do Código de Processo nos Tribunais Administrativos, com o consequente e imediato reenvio do presente Articulado àquele Tribunal [Tribunal Arbitral do Desporto]».

B. Aquilo que a Vitória Futebol Clube, SAD visava com o seu pedido fundamentado no disposto no artigo 14.º do Código de Processo nos Tribunais Administrativos, aprovado

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pela lei n.º 15/2002, de 22 de fevereiro (CPTA), era o envio do processo (do tribunal incompetente) ao tribunal competente.

C. Pretensão a que o CJ-FPF acedeu no acórdão datado de 14 de agosto de 2020. Andando bem terminologicamente, o CJ-FPF andou mal na interpretação das normas de direito aplicáveis.

D. A “convolação/reenvio” requerida pela Vitória Futebol Clube, SAD não tem a mínima correspondência nos pressupostos legais estabelecidos no artigo 14.º do CPTA, que apresenta como fundamento legal.

E. O n.º 1 do referido normativo legal prevê que: «Quando a petição seja dirigida a tribunal incompetente, o processo é oficiosamente remetido ao tribunal administrativo ou tributário competente».

F. Que categoria de tribunais o CJ-FPF integra, não conseguimos vislumbrar. Com efeito, é a lei fundamental que define as «Categorias de tribunais» (epígrafe do artigo 209.º da Constituição da República Portuguesa).

G. Pelo que, fora destes, não há “tribunais”.

H. A Federação Portuguesa de Futebol é uma pessoa coletiva de direito privado, cujo elenco de órgãos estatutários prevê um órgão denominado “Conselho de Justiça”. I. Entre as competências que os estatutos das federações desportivas podem atribuir ao

Conselho de Justiça não se conta, por razões óbvias, a atribuição a esse órgão administrativo de competências jurisdicionais em sentido estrito.

J. O Conselho de Justiça, enquanto órgão da FPF, exerce competências exclusivamente administrativas, tendo as suas decisões a natureza de atos administrativos.

K. Nos termos do artigo 202.º da CRP, o exercício da função jurisdicional está reservado em exclusivo aos tribunais, pelo que atribuir ao CJ-FPF competências de natureza jurisdicional implicaria uma gritante violação do artigo 202.º da CRP.

L. Os poderes recursórios do CJ-FPF reconduzem-se aos recursos administrativos graciosos, os quais integram o exercício da função administrativa no quadro estrito das relações jurídico-administrativas

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M. Impõe-se assim concluir que não é admissível, in casu, lançar mão da previsão do artigo 14.º do CPTA.

N. Estabelece o artigo 14.º do CPTA que, quando a petição seja dirigida a tribunal incompetente, cabe ao juiz ordenar ex officio que o processo seja remetido ao tribunal tido como competente (n.º 1), salvo se o tribunal competente não pertencer à

jurisdição administrativa e fiscal, caso em que o juiz decreta a absolvição da instância

(artigo 577.º, al. a) do CPC),

O. Uma vez que o CJ-FPF não é um tribunal, nem os seus ilustres membros têm o estatuto de juízes, é de apodítica evidência que o artigo 14.º do CPTA não tem aqui aplicação. P. Acresce que o TAD não pertence à jurisdição administrativa e fiscal, pelo que, a

admitir-se por redução ao absurdo a aplicabilidade do artigo 14.º do CPTA, haveria lugar ao decretamento da absolvição da instância, e só após o trânsito em julgado dessa decisão poderia ter lugar a remessa do processo.

Q. O que, per se, determina a inexistência de fundamento legal do ato de remessa, pelo CJ-FPF ao TAD, o que aqui se argui com as devidas consequências legais, designadamente que seja requerida ao TAD a devolução do expediente remetido.

Ademais: R. O envio do CJ-FPF coloca o TAD na situação de ter que apreciar (ainda que

liminarmente, para o rejeitar) um litígio que (já) não pode julgar.

S. Prevê o n.º 2, do artigo 54.º da LTAD que «Quando tenha por objeto a impugnação de um ato ou o recurso de uma deliberação ou decisão, nos termos previstos nas alíneas a) ou b) do n.º 3 do artigo 4.º, o prazo para a apresentação do requerimento inicial junto do TAD é de 10 dias, contados da notificação desse ato ou dessa deliberação ou decisão ao requerente.»

T. O prazo legal e preclusivo de 10 dias para a apresentação do requerimento inicial junto do Tribunal Arbitral do Desporto terminava em 10 de agosto de 2020.

U. Ou seja: à data da remessa dos autos para o Tribunal Arbitral do Desporto (17 de agosto) o prazo para a apresentação do requerimento inicial junto desse Tribunal já se encontrava esgotado,

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V. O que uma vez mais sublinha a inoportunidade – senão mesmo ilegalidade – da conduta desse CJ-FPF.

Termos em que, considerando o antecedentemente exposto, deve o presente Recurso ser julgado totalmente procedente e, em consequência:

a) ser o Acórdão recorrido revogado na parte em que defere «o requerimento da Recorrente de envio do processo ao Tribunal Arbitral do Desporto»; e

b) ser o Tribunal Arbitral do Desporto interpelado pelo CF-FPF para que proceda à devolução dos autos.”

(…)

2. Matéria de Dir eito

Como decorre da m otivação do recurso a recorrente pugna pela revogação do

Acórdão proferido pelo Plen o do Conselho de Justiça em 14 de agosto de 2020, no

âmbito do Processo de Recurso n.º 02/CJ – 20/21.

Ora, a decisão recorrida já foi pronunciada pelo Pleno do Conselho de Justiça .

Todavia, só

há recurso para o Pleno nas situações previstas no artigo 2.º do

Regimento do Conselho de Justiça :

ARTIGO 2.º

(Funcionamento)

1. O Conselho de Justiça funciona, sem prejuízo do disposto no número seguinte, em

reunião do pleno dos seus membros, sendo secretariado por funcionário da

federação Portuguesa de Futebol indicado pela Direção.

2. No caso de exercício da competência prevista no artigo 11.º, n.º 1 alínea b),

intervirão apenas o Presidente, o Relator e o membro que, na escala, estiver

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imediatamente a seguir ao Relator, se não se tratar do Instrutor do processo

disciplinar, caso em que intervirá o que imediatamente se lhe segue.

3. Dos acórdãos proferidos nos termos do número anterior cabe recurso, nos termos

gerais, para o Pleno do Conselho, não podendo ser relator quem o tiver sido na

formação restrita.

Destarte, o tipo de recurso para o pleno interposto pela Recorrente, não está

previsto no Regimento que regula o funcio namento deste Conselho de Justiça .

O Regimento do Conselho de J ustiça não prevê que haja recurso para o pleno do

acórdão proferido no âmbito do Processo de Recurso n.º 02/CJ – 20/21.

Por isso, não havendo norma que preveja este tipo de recu rso, não se toma

conhecimento do mesmo.

3.Decisão

Pelo exposto, os membros do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de

Futebol acordam em não tomar conhecimento do presente recurso.

Custas pela Recorrente .

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Referências

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